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Março de 2015

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termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98

OURO
O ativo mais poderoso contra a crise que se apresenta

Caro leitor,

Imagino que você esteja preocupado com o futuro da economia brasileira.


Motivos para isto não faltam, mas enquanto todos estão centrados nos problemas
domésticos do Brasil, buscamos uma visão mais holística.

Estamos diante da maior bolha da história no sistema financeiro mundial, na iminência


de uma crise que deve estourar em momento particularmente delicado para nós -
quando buscamos, através de um profundo ajuste fiscal e monetário, retomar a rota
adequada na política econômica do país.

Sintetizando o argumento, entendemos que o excesso de intervencionismo dos


Bancos Centrais, e dos governos em geral, adotado desde a crise de 2008 para salvar
a economia mundial do colapso do sistema financeiro, embora necessário, levou a
uma grande armadilha.

Basicamente, a sociedade transferiu aos Bancos Centrais seu excesso de


endividamento. As autoridades monetárias assumiram para si as mazelas da população

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e adicionaram outros US$ 12 trilhões de moeda ao dinheiro. Cedo ou tarde, isso


haverá de voltar para a sociedade.

Este excesso de intervencionismo governamental suprime a volatilidade e esconde


uma porção de riscos relevantes, ao alimentar a tomada exagerada de riscos e
estimular a assunção de dívidas.

A farra do dinheiro barato é a semente de uma futura e gigantesca crise. E quem vai
pagar pelos excessos cometidos pelos formuladores de política econômica será a
sociedade.

Precisamos lutar contra isso, e não vemos "arma" mais adequada para o combate do
que o bom e velho ouro…

São características canônicas do ouro a escassez (diferentemente das moedas, não há


como se imprimir uma maior quantidade), a fácil divisão e a perenidade associada à
não corrosão ou deterioração, fazendo dele reserva de valor clássica.

De modo que não temos dúvidas de que ele é o ativo que pode proteger da melhor
forma ou, até mesmo, aumentar o patrimônio do investidor no caso do estouro da
maior de todas as bolhas.

Por isso, a proposta pragmática que emerge deste relatório é esta: compre metais
preciosos.

Se, assim como nós, você enxerga o ouro como uma espécie de seguro contra crises
e proteção contra inflação, julgamos que ele cabe em seu portfólio.

E para auxiliar no processo de incorporá-lo em sua carteira, fizemos uma espécie de


Guia Empiricus para comprar ouro.

Nele trataremos de questões operacionais, abordando as principais formas possíveis


de aquisição do metal, da mais simples às mais sofisticadas.Você confere abaixo:


Formas de comprar ouro


- Ouro físico
É relativamente fácil comprar ouro físico, do ponto de vista operacional. Para atuar
no mercado de balcão, a compra e venda pode ser feita através de instituições
financeiras especializadas (bancos, corretoras e distribuidoras), nas mineradoras ou
mesmo nas fundidoras, havendo players bem pequenos ou mesmo gigantes
internacionais como David Hall (www.davidhall.com), Camino Coin

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( w w w. c a m i n o c o m p a n y. c o m ) o u A s s e t S t r a t e g i e s I n t e r n a t i o n a l
(www.assetstrategies.com). Em se tratando de instituições devidamente credenciadas,
basta cotar diversos preços e realizar a operação.!

Há a possibilidade de compra em pequenas quantidades, a partir de 1g, e as


instituições financeiras podem cobrar taxas de corretagem e custódia, caso,
evidentemente, opte por deixar o metal custodiado na instituição - as taxas podem
variam entre 0,07% e 0,15%.

A alternativa seria justamente levar o metal consigo - caso você tenha um lugar
seguro e de acesso fácil, inclusive preferimos essa opção. Ela não envolve taxas
adicionais e lhe dá garantia de acesso ao metal - em situações de crises extremas,
justamente quando o ouro provar-se-á mais rentável, o acesso ao patrimônio
custodiado no banco (dinheiro e/ou ouro) pode ser restringido. Obviamente,
estaríamos falando de situações extremas, mas é exatamente quando você mais
estaria precisando e mais valorizado estaria o metal.

Como exemplo, citamos aqui o caso de investimento em ouro através do Banco do


Brasil. Que fique claro: não há nenhuma predileção ou recomendação por se fazer o
investimento através do BB. Aqui ele é tomado como exemplo por ser a mais popular
instituição financeira, sendo, portanto, o caso mais democrático para ser citado.

Este é texto constante no site do banco sobre compra de ouro - replicamos aqui
para dar ideia precisa do operacional envolvido:

“O BB coloca à sua disposição a possibilidade de investir em Ouro, por meio de duas


modalidades: Ouro Lingote e Ouro Escritural.

O Ouro Lingote é a modalidade de comercialização em barras de Ouro de 250 gramas,


padrão de negociação da BM&FBovespa.

Já o Ouro Escritural é a modalidade criada pelo BB, especialmente para os seus correntistas
que desejam investir em Ouro em quantidades múltiplas de 25g, isto é, 1/10 do volume
mínimo de negociação exigido na modal

idade lingote, permitindo assim que os investidores diversifiquem seus investimentos sem que
seja necessário alocar volume de recursos no padrão de negociação de 250g.

Para realizar o investimento em Ouro, em quaisquer das modalidades disponíveis, é


necessário ser correntista do Banco. As operações podem ser realizadas em qualquer
agência do país.

Um diferencial que o BB oferece é a garantia de recompra do Ouro vendido aos seus


clientes oferecendo liquidez diária, com liquidação no mesmo dia (D+0), bastando que o

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Ouro adquirido pelo cliente esteja custodiado no Banco. Para se comercializar Ouro na
BM&FBovespa, por exemplo, faz-se necessário contratar uma corretora credenciada para
intermediar a operação, pois a Bolsa não acata ordens diretamente dos investidores, além
de oferecer liquidação somente no dia seguinte (D+1).

A custódia é um serviço de guarda e proteção do Ouro disponibilizado pelo Banco aos seus
clientes. Além da segurança oferecida aos investidores, a custódia é a forma mais barata de
manter um investimento em Ouro. Atualmente, na modalidade Lingote o custo é de 0,10% e
na modalidade Escritural 0,07%, sobre o montante custodiado, cobrados mensalmente. O
valor da tarifa de custódia é apurado com base no saldo de posição médio mantido no mês,
de forma proporcional à quantidade de dias em que o ativo esteve depositado em custódia,
multiplicado pela cotação média do metal neste mesmo mês. Nas operações de compra e
venda, não há cobrança de tarifas de corretagem ou taxas de emolumentos.”
Em se decidindo pela aquisição do ouro, basta ao cliente procurar uma agência do
banco. Os procedimentos são semelhantes para as demais grandes instituições.

Ainda dentro da categoria de ouro físico, para além do lingote, existe a possibilidade
de exposição ao metal através das moedas de ouro antigas. Essa é uma opção muito
mais associada a especialistas e colecionadores desse nicho em particular, de tal sorte
que não recomendamos esse tipo de exposição.


- Contratos futuros na BM&F Bovespa

Uma forma também bastante tradicional de ganhar exposição em ouro é por meio de
contratos futuros na BM&F. Para tanto, o investidor precisa ter conta em uma
corretora apta a operar contratos futuros e certificar-se do cadastro para operação
com derivativos. Aqui não há taxa de custódia pelo investidor, apenas a corretagem
em si.A taxa operacional básica para contratos de ouro é de 0,25% para operacionais
normais; para day trades, de 0,1%. Existe também uma taxa de liquidação no
vencimento, de 0,3% sobre o valor de liquidação.

Recomendamos essa modalidade somente àqueles já com alguma familiaridade com


futuros - como não há tanta liquidez e os contratos geralmente são de curto prazo, o
investidor acaba tendo de renovar com frequência através da rolagem de contratos,
arcando sempre com uma nova taxa de corretagem, o que acaba lesando a
rentabilidade líquida do investimento em horizontes muito longos - obviamente, pela
natureza de proteção contra grandes crises, esse é exatamente o caso.

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A tabela abaixo resume as principais características do contrato de ouro. A íntegra do


contrato pode ser conferida no link: http://www.bmf.com.br/bmfbovespa/pages/
contratos1/Financeiros/PDF/Ouro_Futuro_250Gramas.pdf.

Para aqueles interessados em posições menores, há os contratos fracionários de 10


gramas (http://www.bmf.com.br/bmfbovespa/pages/contratos1/Financeiros/PDF/
Ouro_Disponivel_Fracionario_10Gramas.pdf) e de 0,225 grama (http://
w w w. b m f . c o m . b r / b m f b o v e s p a / p a g e s / c o n t r a t o s 1 / F i n a n c e i r o s / P D F /
Ouro_Disponivel_Fracionario_225Gramas.pdf).

A tributação dessa modalidade de investimento é semelhante àquela atribuída às


ações, também havendo isenção de imposto para movimentações mensais inferiores a
R$ 20 mil.
Recomendamos essa modalidade àqueles já com certa rodagem em mercados futuros
pois ela oferece, além da dinâmica própria desse tipo de contrato, dar maior

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flexibilidade à estratégia, através, por exemplo, de combinações de contratos futuros


com opções sobre ouro e/ou contratos a termo.

Evidentemente, a padronização do contrato e um mercado mais líquido (ainda que


menos líquido do que gostaríamos) são vantagens da exposição em outro via BM&F.


- Fundos de Investimento

Não há tantos fundos de ouro disponíveis, principalmente quando compara-se com


outras categorias de investimento. Ainda assim, existe uma gama suficiente, capaz de
dar acesso ao investidor de forma relativamente fácil, sem precisar arcar com
particularidades de corretagem, dificuldades de armazenamento ou idiossincrasias do
mercado futuro - a contrapartida de delegar a um terceiro a gestão e se livrar das
demais questões supracitadas é o pagamento de taxas de administração, que variam,
grosso modo, de 0,6% a 1,5% ao ano.

Os grandes bancos já oferecem fundos atrelados a ouro desde 2011, mas,


inicialmente, o produto era restrito a clientes de alta renda, ainda que a aplicação
mínima fosse baixa, da ordem de R$ 5 mil. Mais recentemente, houve maior
popularização e outras instituições, para além dos bancos - entre os mais tradicionais,
tomaríamos como exemplo o Órama Ouro, com taxa de administração de 0,6%,
mínimo de R$ 1 mil para a primeira aplicação e objetivo de manter, no mínimo, 80%
do patrimônio líquido investido em ouro negociado na BM&F Bovespa.

Fundos são talvez a forma mais simples do ponto de vista operacional - ainda assim,
não representa nossa predileção.

- ETFs - e um pouco de renda

Embora haja uma porção de possibilidades para o investidor ganhar exposição a ouro
no Brasil, conseguindo assim proteger-se de forma adequada de uma crise extrema
por meio da clássica reserva de valor, entendemos que há formas mais inteligentes de
estar posicionado em ouro.

Em nosso entendimento, a maneira mais interessante para exposição a ouro passa


pela abertura de conta no exterior e subsequente aquisição de cotas de ETFs listados
em Bolsa. A combinação de ETFs com outros instrumentos, conforme ficará claro à
frente, pode resolver um dos maiores empecilhos associados à aplicação em ouro,
atrelado à capacidade ou não de se extrair renda do ativo - a estratégia aqui
proposta, nossa preferida entre as várias apresentadas, permite proteção de grandes
crises no longo prazo, combinado à redução do custo de carrego.

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Feita a parte operacional, a estratégia de investimento em si envolve dois passos. A


primeira é escolher um ETF (Exchange Traded Funds), que compre e carregue em seu
portfólio ouro basicamente. Há dois bastante tradicionais, como o SPDR Gold Shares
(GLD) e o iShares COMEX Gold Trust (IAU).

Assim, você garante sua exposição a ouro e endereça o problema da armazenagem.


Entretanto, ainda está diante da adversidade da renda e do baixo upside,
tradicionalmente associados ao ouro.

Para incrementar a estratégia, sugiro combinar, à exposição direta nos ETFs, a venda
de calls sobre o mesmo ETF, fazendo uma estratégia clássica de venda coberta - caso
você não tenha familiaridade alguma com opções, sugiro recorrer ao vídeo do
Segredo dos 100%; se não for suficiente, você pode realizar nosso Curso de Opções
(https://store.empiricus.com.br/p/curso-de-opcoes).

As calls que eu sugiro vender estão entre 5% e 10% acima do preço de exercício e
tem horizonte temporal de seis meses até o vencimento.

Dessa forma, o investidor tem a tradicional proteção do ouro, ainda goza de upside
razoável e oferece essa renda, reduzindo o custo do carrego.

A estratégia pode também ser replicada para ETFs que compram ações de
mineradoras, em vez do metal em si ou seus contratos futuros. Aqui, o risco é um
pouco maior, bem como pode ser o upside. Talvez o mais tradicional seja o GDX,
com uma carteira de ações de grandes mineradoras de ouro, e o GDXJ, que foca em
ações de mineradoras juniores de ouro - aqui a dinâmica é um pouco diferente, com
mais risco e mais potencial, que entendo não ser exatamente o foco quando tratamos
de proteção.

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Analistas responsáveis
Beatriz Nantes, CNPI João Françolin, CNPI

Felipe Miranda, CNPI Renato Breia

Gabriel Casonato, CNPI Roberto Altenhofen, CNPI

Gabriela Ferraz Rodolfo Amstalden, CNPI*

Disclosure

Elaborado por analistas independentes da Empiricus, este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário, não
pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. O
estudo é baseado em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Posto
que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças.

Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.
As análises, informações e estratégias de investimento têm como único propósito fomentar o debate entre os
analistas da Empiricus e os destinatários. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e
estratégias.

Informações adicionais sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros aqui
abordados podem ser obtidas mediante solicitação.

Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17º da Instrução
CVM nº 483/10, que: 

+ As recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram
elaboradas de forma independente.

+ Os analistas são sócios e participam dos lucros da Iguatemi Gestão, que mantém em fundos e carteiras de
valores mobiliários que administra ativos objeto de análise por parte da Empiricus Research, podendo daí
resultar conflito de interesses.   
*O analista Rodolfo Amstalden é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do
disposto no Art. 16, parágrafo único da Instrução ICVM 483/10.

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