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Pode ser subentendido como um dos projetos de Luis Inácio Lula da Silva, ou
seja, criar instituições que sejam representativas da periferia e essa relação fortificar as
próprias relações periféricas. Em suma, faz-se necessário fortificar as relações
periféricas e é isso que o Lula tenta fazer com o G-20, com o IBAS, BRICS, Mercosul.
Adota uma perspectiva diferente, portanto, o Mercosul deixa de ser uma perspectiva de
integração universal do Brasil ao mundo (mundo liberal) e passa a ser uma
representação de resistência às questões sociais, diferenças sociais, econômicas
existentes.
FHC não permite só o mercado agir, mas diz que o Brasil precisa participar de
instituições, como OMC, ONU, MERCOSUL. Para que haja o reordenamento do
mundo, isso terá que ser feito via instituições, pois são representativas, instituições
como centro do institucionalismo pragmático. Existe um pragmatismo nessa relação, é
necessário que o Brasil participe das instituições internacionais ativamente, seja
reconhecido dentro dessas instituições como agente forte, por isso o pleito ao Assento
de Permanente do Conselho de Segurança da ONU, de participação mais ativas em
regimes de DH, meio ambiente. Tal postura é vista pragmaticamente como importante
estrategicamente ao país em sua PE, há uma valorização das instituições internacionais,
e o Mercosul está dentro desta valorização, porém em esfera regional.
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Fim do modelo de desenvolvimento de ISI (industrialização por substituição de importações) e
a prática intervencionista do Estado.
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Capacidade de decidir o que é melhor para o país por ele mesmo.
fortalecimento da cooperação Sul-Sul pelo IBAS, o debate da multipolaridade pelo
BRICS, defesa do princípio “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” em
âmbito ambiental pelo BASIC, entre outros, justamente para poder lidar com
determinados temas específicos (SILVA, 2015). Em suma, a Era Lula traz maior
flexibilidade para a condução da política externa, viabilizando uma diplomacia
multidimensional (Idem, 2015) e partindo deste pressuposto, o desenvolvimento da
Butterfly Strategy pôde ser implementado.
A visão do Lula não é de aceitar tudo o que as instituições falam, mas de criar
instituições que são importantes, aquelas que permitam uma autonomia do Brasil, em
especial aquelas que se opõe as posições do centro (embate Norte-Sul), por isso uma
perspectiva de Mercosul diferente. → Perspectiva autonomista (também conhecida
como nacionalista) ascendeu no mandato de Lula da Silva, Celso Amorim e Samuel
Pinheiro Guimarães.
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Comissão Econômica para a América Latina e Caribe.
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Centro-periferia, indústria, mercado interno, renda salarial, deterioração dos termos de troca.
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Foque dependentista sobre a relação de dominação e dependência, especialmente sobre a
desigualdade tecnológica.
autonomia do Estado e englobado a necessidade de incluir a sociedade na defesa de seus
interesses (CERVO, 2003).
Já no tocante ao bloco duro o Estado logístico entende-se como interesses
nacionais diversos setores (agricultores combate a subsídios, empresariado, operários,
consumo). É objetivo das relações econômicas internacionais tentar atenuar a
dependência tecnológica e financeira, frutos do Estado normal. Por fim, os impactos
sobre a formação nacional criaram expectativas de empreendimentos nacionais ousados
e expectativa de participação na sociedade madura do capitalismo (CERVO, 2003).
Institucionalismo não são as organizações, mas também são qualquer tipo de instituição.
Trata-se da cristalização de valores e de determinados aspectos, criando instituições
para realizar uma organização. São processos criados e construídos com propósitos às
vezes racionais, culturais e/ou social-históricos (modelos do institucionalismo). Pode
acontecer por um cálculo racional ou algo proveniente de um fruto de relações que
criam uma institucionalidade das coisas. O resultado final é a institucionalização de
determinadas regras, valores, mas as razões são diferentes.
Se alteram por fatores conjunturais que podem causar determinadas mudanças, diz
respeito a memória constitucional8, existindo os turning points que podem acarretar uma
mudança institucional e não precisa ser total, podendo haver várias pequenas mudanças
que no final pode gerar a mudança institucional, ex: problemáticas da Rodada Roha e as
mudanças geradas na política externa brasileira.
A política externa da Lula da Silva foi marcada por uma diferente tonalidade e
mudanças programáticas baseadas na intenção de inserção internacional do Brasil
respaldada, ainda, por uma estratégia de autonomia pela diversificação com o propósito
de fortalecimento da autonomia e extensão das estratégias brasileiras, aumento do
protagonismo internacional do Brasil, diversificação de parcerias resplandecendo a ideia
da cooperação Sul-Sul (VIGEVANI; CEPALUNI, 2007). Tal perspectiva mantém a
vulnerabilidade inserida nas relações entre os autores envolvidos, mantendo-os
conectados em busca de interesses comuns, os atores ainda podem se projetar como
partners,