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Indução Matemática
Abramo Hefez
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Sobre o Autor
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Sumário
1 Indução Matemática 1
1.1 O Princípio de Indução Matemática . . . . . . . . . . 1
1.2 Definição por Recorrência . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3 Progressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3 Indução e Matemática 45
3.1 Somatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2 Binômio de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
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ii SUMÁRIO
Respostas 83
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Introdução
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Abramo Hefez
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Para o Professor
O nosso ponto de vista, nessas notas, é que o estudante do Ensino
Médio tem, de modo intuitivo e bastante vago, uma certa familiari-
dade com os números, sejam eles naturais, inteiros, racionais ou reais.
Apesar disso, ele não tem a menor dúvida sobre a sua existência (as
dúvidas são em geral de outra natureza: racionais versus irracionais)
e conhece bem algumas de suas propriedades como, por exemplo, o
fato desses conjuntos possuírem uma adição e uma multiplicação com
as propriedades usuais. Optamos por não ignorar esse conhecimento;
muito pelo contrário, utilizá-lo-emos como ponto de partida (ou seja,
implicitamente, como axioma zero) do nosso estudo.
Enfatizamos, logo no início do texto, que esse conhecimento é in-
suficiente para provar qualquer fato significativo. Mostramos então,
na melhor tradição das teorias axiomáticas, como, isolando algumas
propriedades (no nosso caso, as propriedades (1), (2) e (3), no iní-
cio do Capítulo 1) que caracterizam os números naturais dentro do
conjunto dos números reais, é possível demonstrar muitas das suas
demais propriedades. Assim, esperamos convencer o jovem leitor da
necessidade de fundamentar melhor os seus conceitos e das vantagens
do método axiomático.
Decidimos, deliberadamente, nessas notas não descrever a tra-
jetória do desenvolvimento dos números reais e de sua fundamen-
tação rigorosa, pois, nesse caso, o caminho seria longo e certamente
prematuro para a grande maioria dos leitores aos quais se destinam
estas notas. Por outro lado, se tivéssemos iniciado a exposição com
os axiomas de Peano, teríamos que arcar com o ônus da construção
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Capítulo 1
Indução Matemática
1, 2 = 1 + 1, 3 = 2 + 1 = (1 + 1) + 1, 4 = 3 + 1 = (1 + 1 + 1) + 1, · · ·
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S1 = S1 ∩ S2 = S2 .
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No estágio em que estamos não temos como provar que tal con-
junto S existe. Portanto, admitiremos o seguinte axioma:
Suponha que seja dada uma sentença matemática P (n) que de-
penda de uma variável natural n, a qual se torna verdadeira ou falsa
quando substituímos n por um número natural dado qualquer. Tais
sentenças serão ditas sentenças abertas definidas sobre o conjunto dos
naturais.
A seguir damos alguns exemplos de sentenças abertas definidas
sobre N:
É claro que a afirmação P (1) é falsa, pois ela diz que 1 é par;
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V = {n ∈ N; P (n) é verdadeira}.
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(ii) qualquer que seja n ∈ N, sempre que P (n) é verdadeira, segue que
P (n + 1) é verdadeira.
1 + 3 + · · · + (2n − 1) = n2 .
1 + 3 + · · · + (2n − 1) = n2 .
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Você tem ideia de quando foi feita pela primeira vez a demons-
tração acima? Bem, o primeiro registro que se tem é de 1575 e foi
realizada por Francesco Maurolycos.
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Sendo
Sn = 1 + 2 + · · · + n,
Sn = 1 + 2 + ··· + n
Sn = n + (n − 1) + · · · + 1
.
2Sn = (n + 1) + (n + 1) + · · · + (n + 1)
n(n + 1)
Sn = .
2
Vamos ser críticos com relação à prova acima. Para a maioria das
pessoas, essa prova parece impecável, mas se alguém nos perguntasse
o que está escondido atrás dos pontinhos, talvez nos sentíssemos em-
baraçados. Também, como ter absoluta certeza de que nada acontece
2
Uma fórmula fechada, a grosso modo, é uma fórmula que depende dos dados
iniciais do problema e que permite calcular diretamente os valores do objeto em
estudo fazendo um número pequeno de contas.
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n(n + 1)
P (n) : 1 + 2 + · · · + n = . (1.1)
2
Note que
1(1 + 1)
P (1) : 1=
2
é verdadeira.
Observe também que
(n + 1)(n + 2)
P (n + 1) : 1 + 2 + · · · + n + (n + 1) = .
2
n(n + 1)
1 + 2 + · · · + n + (n + 1) = +n+1
2
n(n + 1) + 2(n + 1)
=
2
(n + 1)(n + 2)
= ,
2
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n(n + 1)(2n + 1)
P (n) : 12 + 22 + · · · + n2 = . (1.2)
6
Note que
1(1 + 1)(2 + 1)
P (1) : 12 =
6
é verdadeira.
Suponha que, para algum n ∈ N, se tenha que P (n) é verdadeira,
isto é, (1.2) é válida. Somando (n + 1)2 a ambos os lados da igualdade
(1.2), temos que
n(n + 1)(2n + 1)
12 + 22 + · · · + n2 + (n + 1)2 = + (n + 1)2
6
n(n + 1)(2n + 1) + 6(n + 1)2
=
6
(n + 1)[n(2n + 1) + 6(n + 1)]
=
6
(n + 1)[(n + 1) + 1][2(n + 1) + 1]
= ,
6
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fórmula:
1 1 1 n
P (n) : + + ··· + = . (1.3)
1.2 2.3 n(n + 1) n+1
1 1
P (1) : =
1.2 1+1
é verdadeira.
Suponhamos que, para algum n, tem-se que P (n) é verdadeira,
ou seja, que a fórmula (1.3) seja verdadeira para esse valor de n.
1
Somando a ambos os lados dessa igualdade , temos
(n + 1)(n + 2)
que
1 1 1 1 n 1
+ + ··· + + = +
1.2 2.3 n(n + 1) (n + 1)(n + 2) n + 1 (n + 1)(n + 2)
n+1
= ,
n+2
Problemas
n(n + 1)
(a) 1 − 22 + 32 − · · · + (−1)n−1 n2 = (−1)n−1 .
2
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1
(b) 12 + 32 + · · · + (2n − 1)2 = n(2n − 1)(2n + 1).
3
· ¸2
n(n + 1)
(c) 13 + 23 + · · · + n3 = .
2
1 1 1 n
(a) + + ··· + = .
1.3 3.5 (2n − 1)(2n + 1) 2n + 1
1 1 1 1 n
(b) + + + ··· + = .
1.4 4.7 7.10 (3n − 2)(3n + 1) 3n + 1
1 1 1 1 n
(c) + + + ··· + = .
1.5 5.9 9.13 (4n − 3)(4n + 1) 4n + 1
1 1 1 n(n + 3)
(d) + + ··· + = .
1.2.3 2.3.4 n(n + 1)(n + 2) 4(n + 1)(n + 2)
12 22 n2 n(n + 1)
(e) + + ··· + = .
1.3 3.5 (2n − 1)(2n + 1) 2(2n + 1)
1 · 2 · · · m + 2 · 3 · · · m(m + 1) + · · · + n(n + 1) · · · (n + m − 1) =
1
n(n + 1) · · · (n + m).
m+1
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1.1.4 Mostre que a soma dos cubos de três números naturais conse-
cutivos é sempre divisível por 9.
Sugestão: Considere a sentença aberta
P (n) : n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é divisível por 9,
e mostre, por indução, que ela é verdadeira para todo n ∈ N.
n(n + 1)
P (n) : 1 + 2 + · · · + n = + 1,
2
mostre que:
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1 + 3 + 5 + · · · + (2n − 1),
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a : N −→ A
n 7→ a(n)
(an ) : a1 , a2 , . . . , an , . . .
Sn = a1 + a2 + · · · + an ,
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Sn+1 = Sn + an+1 .
an+1 = an · a.
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(i) am · an = an+m ;
(iii) (a · b)n = an · bn .
am · a1 = am · a = am+1 .
5n + 2 · 11n = 3a.
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cujo segundo membro é divisível por 3 por ser igual a 3(5a + 4 · 11n ).
Assim, provamos que 3 divide 5n+1 +2·11n+1 , o que, pelo Teorema
1.1.1, acarreta que 3 divide 5n + 2 · 11n , para todo número natural n.
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S = {m ∈ N; P (m + a − 1) é verdadeira}.
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3(a + 2) + 5(b − 1) = 3a + 5b + 3 × 2 − 5 × 1 = 3a + 5b + 1 = n + 1,
−3 × 3 + 5 × 2 = 1,
temos
3(a − 3) + 5 × 2 = 3a − 3 × 3 + 5 × 2 = 3a + 5b + 1 = n + 1,
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Problemas
µ ¶µ ¶ µ ¶n−1
1 1 2 1 nn−1
(b) 1+ 1+ ··· 1 + = .
1 2 n−1 (n − 1)!
bn+1 − an+1
bn + abn−1 + a2 bn−2 + · · · + an−1 b + an = .
b−a
sen 2n+1 α
cos α · cos 2α · cos 22 α · · · cos 2n α =
2n+1 sen α
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(a) n! > 2n , se n ≥ 4.
(b) n! > 3n , se n ≥ 7.
(c) n! > 4n , se n ≥ 9.
1 3 5 2n − 1 1
· · ··· ≤√ .
2 4 6 2n 3n + 1
1.3 Progressões
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an = an−1 + r, se n ≥ 2.
a2 = a1 + r, a3 = a2 + r = a1 + 2r, a4 = a3 + r = a1 + 3r.
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Sn = a1 + a2 + · · · + an
Sn = a1 + a2 + ··· + an
Sn = an + an−1 + ··· + a1
.
2Sn = (a1 + an ) + (a2 + an−1 ) + · · · + (an + a1 )
(a1 + an )n
Sn = .
2
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an = an−1 q, se n ≥ 2.
a2 = a1 q, a3 = a2 q = a1 q 2 , a4 = a3 q = a1 q 3 , a5 = a4 q = a1 q 4 .
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an+1 = an q = a1 q n−1 q = a1 q n ,
Note que
qSn − Sn = a1 q + a1 q 2 + · · · + a1 q n−1 + a1 q n
−a1 − a1 q − a1 q 2 − · · · − a1 q n−1
= a1 q n − a1 .
Portanto,
a1 q n − a1 an q − a1
Sn = = .
q−1 q−1
Problemas
1.3.1 Ache uma fórmula fechada para cada uma das somas:
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(a) 2 + 4 + · · · + 2n.
1.3.2 Ache uma fórmula fechada para cada uma das somas:
(a) 2 + 4 + · · · + 2n .
1 1 1
(b) + + ··· + n.
2 4 2
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q n−1 − 1
(a) Mostre que an = a1 · q n−1 + r .
q−1
qn − 1 qn − 1 n
Sn = a1 +r 2
+r .
q−1 (q − 1) 1−q
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Capítulo 2
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¤¤£¤£ ¡¢¡
¢¡¢¡
¤£ ¤£ £ ¢ ¡¢
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¢¡¢ ¡
¤£ ¢¡ ¤£ ¤£ £ ¢ ¡¢
¤ ¡¡
¤£ ¢¢¡
¤ ¤££ ¢ ¡¡
¤£ ¡¢ ¤£ £ ¢¢
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¤ ¡¢¡
¤ ¤£¤££ ¢¡¢ ¡
¤£ ¤£ £ ¢ ¡¢ ¡
¢
para todo n ∈ N.
jn+1 = 2jn + 1.
jn = 2n − 1.
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C2 ∈ C 0 ∩ C 00 ,
Onde está o erro nessa prova? Para achá-lo, sugerimos que você
tente provar que, se P (1) é verdadeira, então P (2) é verdadeira.
Esse problema foi inventado pelo matemático húngaro George
Pólya (1887-1985).
Problemas
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Têm-se 2n moedas de ouro, sendo uma delas falsa, com peso menor
do que as demais. Dispõe-se de uma balança de dois pratos, sem ne-
nhum peso. Vamos mostrar, por indução sobre n, que é possível achar
a moeda falsa com n pesagens.
Para n = 1, isso é fácil de ver, pois, dadas as duas moedas, basta
pôr uma moeda em cada prato da balança e descobre-se imediata-
mente qual é a moeda falsa.
Suponha, agora, que o resultado seja válido para algum valor de
n e que se tenha que achar a moeda falsa dentre 2n+1 moedas dadas.
Separemos as 2n+1 moedas em 2 grupos de 2n moedas cada. Coloca-se
um grupo de 2n moedas em cada prato da balança. Assim, poderemos
descobrir em que grupo de 2n moedas encontra-se a moeda falsa.
Agora, pela hipótese de indução, descobre-se a moeda falsa com n
pesagens, que, junto com a pesagem já efetuada, perfazem o total de
n + 1 pesagens.
No Capítulo 3, iremos generalizar esse problema, resolvendo-o
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Problemas
n(n + 1)
pn = + 1.
2
1(1 + 1)
p1 = + 1 = 2.
2
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esteja correta. Vamos mostrar que a fórmula para pn+1 também está
correta.
Suponhamos que, com n cortes, obtivemos o número máximo
n(n + 1)/2 + 1 de pedaços e queremos fazer mais um corte, de modo
a obter o maior número possível de pedaços.
Vamos conseguir isso se o (n + 1)-ésimo corte encontrar cada um
dos n cortes anteriores em pontos que não são de interseção de dois
cortes (faça um desenho para se convencer disso).
Por outro lado, se o (n + 1)-ésimo corte encontra todos os n cortes
anteriores, ele produz n + 1 novos pedaços: o corte começa em um
determinado pedaço e, ao encontrar o primeiro corte, ele separa em
dois o pedaço em que está, entrando em outro pedaço. Ao encontrar
o segundo corte, ele separa em dois o pedaço em que está, entrando
em outro pedaço, e assim sucessivamente, até encontrar o n-ésimo
corte separando o último pedaço em que entrar em dois. Assim, são
obtidos n + 1 pedaços a mais dos que já existiam; logo,
n(n + 1) (n + 1)(n + 2)
pn+1 = pn + n + 1 = +1+n+1= + 1,
2 2
Problemas
2.4.1 (O queijo de Steiner) Para fazer a sua pizza, Steiner teve que
cortar, primeiro, o queijo. Imaginando que o espaço é um enorme
queijo, você seria capaz de achar uma fórmula para o número máximo
de pedaços que poderíamos obter ao cortá-lo por n planos?
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un = un−1 + un−2 , u1 = u2 = 1.
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q n = q n−1 + q n−2 ,
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Problemas
(a) u1 + u2 + · · · + un = un+2 − 1.
u3n+2 − 1
u3 + u6 + u9 + · · · + u3n = .
2
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Capítulo 3
Indução e Matemática
3.1 Somatórios
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1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + · · · + n(n + 1).
n
X n
X
(ii) c · ai = c · ai ;
i=1 i=1
n
X
(iii) (ai+1 − ai ) = an+1 − a1 ;
i=1
n
X
(iv) c = nc.
i=1
P
Demonstração. (i) O que significa a soma ni=1 (ai + bi )? Significa
que estamos somando os n primeiros termos da nova sequência (cn ),
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1
X 1
X 1
X
(ai + bi ) = a1 + b1 = ai + bi ,
i=1 i=1 i=1
Pn Pn
i=1 ai + i=1 bi + (an+1 + bn+1 ) =
Pn Pn Pn+1 Pn+1
i=1 ai + an+1 + i=1 bi + bn+1 = i=1 ai + i=1 bi ,
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n. Logo,
n+1
X n
X
(ai+1 − ai ) = (ai+1 − ai ) + (an+2 − an+1 ) =
i=1 i=1
(12 + 22 + · · · + n2 ) + (1 + 2 + · · · + n),
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pn+1 = pn + n + 1, p1 = 2.
pi+1 − pi = i + 1.
n−1
X n−1
X
(pi+1 − pi ) = (i + 1).
i=1 i=1
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(n − 1)n
+ n − 1. Portanto, temos que
2
(n − 1)n n(n + 1)
pn = +n−1+2= + 1.
2 2
1
Esta identidade, que pode ser verificada diretamente, é um caso particular da
fórmula do binômio de Newton, que estudaremos em geral na próxima seção.
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obtemos
Pn
(n + 1)4 − 1 = i=1 (4i
3 + 6i2 + 4i + 1) =
Pn 3
Pn 2
Pn
4 i=1 i +6 i=1 i +4 i=1 i +n=
Pn 3
4 i=1 i + n(n + 1)(2n + 1) + 2n(n + 1) + n.
1p + 2p + · · · + np ,
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Problemas
(a) 1 + (1 + 2) + (1 + 2 + 3) + · · · + (1 + 2 + · · · + n).
(d) 1 + (1 + 22 ) + (1 + 22 + 32 ) + · · · + (1 + 22 + 32 + · · · + n2 ).
3.1.2
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Pn 5.
(b) Pense em um modo de calcular i=1 i Mostre como isto pode
ser generalizado.
1 1 1
Sn = + + ··· + .
a1 a2 a2 a3 an an+1
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Os coeficientes ai , i = 0, . . . , n, serãoµchamados
¶ de números bi-
n
nomiais e denotados pelos símbolos ai = . Se i > n, é cômodo
µ ¶ i
n
definir = 0.
i
Observe que, tomando X = 1 no desenvolvimento de (1 + X)n ,
obtemos a seguinte identidade:
µ ¶ µ ¶ µ ¶
n n n n
2 = + + ··· + .
0 1 n
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µ ¶ ·µ ¶ µ ¶¸ ·µ ¶ µ ¶¸ µ ¶
n n n n n n n
+ + X + ··· + + X + X n+1 .
0 0 1 n−1 n n
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in(n − 1) · · · (n − i + 2) + n(n − 1) · · · (n − i + 1) =
n(n − 1) · · · (n − i + 2)(i + n − i + 1) =
(n + 1)n(n − 1) · · · (n + 1 − i + 1),
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Exemplo 3.2.1.
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2 .
Problemas
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3.2.3
Xk µ ¶µ ¶ µ ¶
m n n+m
= .
i=0
i k−i k
3.2.4
µ ¶
n
(a) Mostre que é o número de subconjuntos distintos com i
i
elementos de um conjunto com n elementos.
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In = {k ∈ N; k ≤ n},
P (n) : In ⊂ T.
In+1 = In ∪ {n + 1} ⊂ T,
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V = {n ∈ N; n ≥ a e P (n) é verdadeira}.
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n + 1 − m = (q − 1)m + r = (q 0 − 1)m + r0 ,
a = a0 + a1 b + a2 b2 + · · · + an bn ,
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logo,
(a1 + · · · + am + am+1 )n =
X µn¶ X i!
ai11 ai22 · · · aimm ajm+1 =
i i1 !i2 ! · · · im !
i+j=n i1 +i2 +···+im =i
X X µ ¶
n i!
ai1 ai2 · · · aimm ajm+1 =
i i1 !i2 ! · · · im ! 1 2
i+j=n i1 +i2 +···+im =i
X n! im+1
ai11 ai22 · · · aimm am+1 ,
i1 !i2 ! · · · im !im+1 !
i1 +i2 +···+im +im+1 =n
pois
µ ¶
n i! n! i! n!
= = ,
i i1 !i2 ! · · · im ! i!(n − i)! i1 !i2 ! · · · im ! i1 !i2 ! · · · im !im+1 !
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acima, pergunte a alguém. Caso a dúvida persista, não faz mal, fica
para uma próxima leitura.
A fórmula do teorema acima tem o nome de fórmula de Leibniz
em homenagem ao matemático e filósofo alemão Gottfried Wilhelm
von Leibniz (1646-1716), que compartilha com Newton o crédito pela
invenção do Cálculo Diferencial.
Problemas
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Seja dada uma casa de pombos com n buracos e suponha que haja
m pombos querendo ocupá-los. Se m > n, então algum buraco deverá
ser ocupado por mais de um pombo.
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1, 3, 32 , . . . , 32 007 .
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Problemas
3.4.1 Pode-se afirmar, com toda certeza, que em São Paulo existem
um homem e uma mulher com a mesma quantidade de fios de cabelo?
3.4.3 Dados quaisquer seis inteiros de 1 a 10, mostre que dois deles
possuem soma ímpar.
3.5 Desigualdades
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Hn ≤ Gn ≤ An , (3.1)
cuja demonstração pode ser feita por indução, mas que não é trivial
se tentarmos fazê-la diretamente.
No caso em que n = 2, a propriedade (3.1) é fácil de provar. É o
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o que implica
a21 a22 a1 a2 ³ a1 a2 ´2
a1 a2 ≤ + + = + , (3.2)
4 4 2 2 2
logo,
√
2a1 a2 ≤ (a1 + a2 ) a1 a2
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e, portanto,
2 √
≤ a1 a2 .
1 1
+
a1 a2
Não é difícil verificar (faça-o) que, também neste caso, vale a igual-
dade na desigualdade acima se, e somente se, a1 = a2 .
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a1 = a2 = · · · = an+1 .
a1 + · · · + an+1 = n + 1,
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a1 + a2 + · · · + an+1 > n + 1,
a1 a2 an−1 an
+ + ··· + + ≥ n,
a2 a3 an a1
a1 a2 an−1 an
Demonstração. É claro que ··· = 1; logo, pelo teorema
a2 a3 an a1
anterior, segue a desigualdade desejada. A igualdade vale se, e so-
mente se,
a1 a2 an−1 an
= = ··· = = = 1,
a2 a3 an a1
o que equivale a dizer que a1 = a2 = · · · = an .
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x2 + 2
√ ≥ 2.
x2 + 1
x2 + 2 x2 + 1 1 p 1
√ =√ +√ = x2 + 1 + √ .
2
x +1 2
x +1 2
x +1 2
x +1
log10 a + loga 10 ≥ 2.
segue que r
a1 an
1= n ··· ,
g g
isto é,
a1 an
··· = 1.
g g
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a1 an
+ ··· + ≥ n,
g g
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Problemas
1 1
xn + xn−2 + · · · + + ≥ n + 1.
xn−2 xn
x2 1
4
≤ .
1+x 2
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Bernouilli
n(n − 1) 2
(1 + c)n ≥ 1 + nc + c .
2
√
3.5.6 Defina a sequência (xn ), n ∈ N, pela regra xn = n
n − 1.
n(n − 1)x2n
n = (1 + xn )n ≥ .
2
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Respostas
Capítulo 1
n(3n + 1)
1.3.1 (b)
2
1
1.3.2 (b) 1 − n . A soma tende para 1 quando n cresce indefinida-
2
mente.
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Capítulo 2
n(n + 1)
2.4.1) +1
2
√ √ √ √
( 2 − 1)(1 + 2)n − 3(1 + 2)(1 − 2)n
2.5.4) an =
4
Capítulo 3
n(n + 1)(2n + 7)
3.1.1 (a)
12
n(4n2 + 6n − 1)
3.1.1 (c)
3
n(n + 1) 2
3.1.1 (d) (n + 5n + 2)
24
n(4n2 − 1)
3.1.1 (e)
3
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3.4.1) Não.
√
3.5.6 (d) n
n tende a 1 quando n cresce indefinidamente.
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