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A cidade de Lençóis é famosa por ser o

principal destino turístico da Chapada


Diamantina possuindo uma boa
infraestrutura para atender os turistas
que visitam o parque. A cidade tem,
porém, outra riqueza além da
deslumbrante beleza natural entorno:
seu conjunto arquitetônico e
paisagístico, tombado, pelo Iphan, em
1973. O patrimônio histórico e cultural
de Lençóis é herança da época em que a
cidade foi a maior produtora mundial de
diamantes e a terceira cidade mais
importante da Bahia, na segunda metade
do século XIX. A riqueza da Lençóis
transparecia na importação de artigos de
luxo e até na instalação de um vice-
consulado da França para facilitar o
comércio com este país. O povoamento
da cidade teve início em 1845, com a
descoberta de minas de diamante na
Chapada. Desmembrada do município
de Santa Isabel do Paraguaçu (atual
Mucugê) com o nome de Vila de
Lençóis, em 1856, foi elevada à
categoria de cidade em 1864. Foi uma
época de riqueza e ostentação: nos
saraus (encontros das famílias e amigos
onde se ouvia música ou liam-se
poesias), era comum que os
participantes usassem diamantes como
joias e aplicados em seus trajes. São
desta fase as construções mais
elaboradas da cidade, como a Capela de
Nosso Senhor dos Passos. Entretanto, a
descoberta de minas de diamantes na
África do Sul (1865) e o esgotamento
parcial dos solos da região levaram ao
abandono do comércio e do garimpo por
seus exploradores. A partir de 1871, a
cidade entra em crise econômica e
decadência. Muitos garimpeiros
mudaram-se para as faisqueiras de
Salobro (Canavieiras). Outros passaram
a se dedicar à lapidação de pedras
preciosas, outra importante atividade de
Lençóis. Há registros da existência de
três destas oficinas na cidade, a mais
antiga datada de 1880. A plantação de
café e, mais tarde, a extração do
carbonato (de mesma composição do
diamante, porém menos concentrado)
ajudaram a retomar, em parte, a
economia local. Assim, uma nova fase
de desenvolvimento ocorreu, pouco
depois, com a repentina valorização do
carbonato como abrasivo industrial. O
acervo arquitetônico de Lençóis é
formado por cerca de 570 imóveis,
basicamente, casas e sobrados da
segunda metade do século XIX,
construídos com diferentes técnicas
onde predomina adobe e pedra. Como
todo assentamento de mineração,
Lençóis se desenvolveu de forma
desordenada: possui uma trama irregular
de ruas e ladeiras que se adaptam aos
acidentes do terreno intercaladas por
pequenas praças e largos. O piso de
algumas ruas é constituído da própria
rocha que aflora no local. O arruamento
colonial surgiu a partir dos polos
erguidos ao redor da Igreja de Nossa
Senhora da Conceição e da ponte de
ligação entre os núcleos instalados em
ambos os lados do rio. A construção da
ponte, em 1860, ocupou a mão de obra
ociosa, vítima da grande seca que
assolou o sertão, entre 1859 e 1862.

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de citar a fonte:
https://ensinarhistoriajoelza.com.br/lenc
ois-chapada-diamantina/ - Blog: Ensinar
História - Joelza Ester Domingues

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