RIMA Relatório de Impacto Ambiental

ECORESORT MASSAMBABA

.1.
RIMA
Relatório de Impacto Ambiental

ECORESORT MASSAMBABA
.4.
Apresentação
Nesse Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) serão apresentados os principais resultados
alcançados pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Ecoresort Massambaba, que pretende se
instalar no município de Arraial do cabo, RJ. Tais informações foram apresentadas de forma objetiva
e traduzidas em liguagem acessível para sua melhor compreensão. Índice
O empreendimento pretende ser implantado na Restinga de Massambaba, em área
protegida pela APA de Massambaba e, por isso, procura não só respeitar o zoneamento ambiental • Quem Somos pág. 6

definido no Plano de Manejo da APA de Massambaba e as diretrizes de ocupação definidos pelo • O Empreendimento pág. 7

plano diretor do município, mas também buscar outras formas de preservação da fauna e da flora • Diagnóstico Ambiental pág. 16 .5.

existentes, recuperando áreas degradadas e contribuindo para uma ocupação ambientalmente • Impactos pág. 30

sustentável. • Programas Ambientais pág. 36

O EIA/RIMA é parte do processo de licenciamento ambiental do empreendimento, e seu • Conclusões pág. 40

conteúdo será discutido futuramente em audiência pública com as partes interessadas, para então o • Equipe técnica pág. 42

INEA verificar a possibilidade de emissão da licença ambiental.

Boa leitura!
 Quem Somos
Q
Empreendedor:
Nome oficial do empreendimento: ECORESORT MASSAMBABA
Empresa:ECORESORT Empreendimentos de Ecoturismo S.A.
Endereço: Avenida das Américas, 3255/325. Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
CNPJ: 42.218.123/0001-43
Responsável: Manoel d’Assunção Ferreira Gomes

.6.

Consultoria responsável pela elaboração do EIA/RIMA:

IN LOCO PROJETOS DE ARQUITETURA URBANISMO E PAISAGISMO LTDA
CNPJ: 05656197/0001-35
Endereço: Rua Fernandes Guimarães, 78, Botafogo
CEP: 22290-000 Rio de Janeiro/RJ
Pessoa de contato: Pierre-André Martin
Contatos: pierre@grupoinloco.com / (21) 2245-7733
O Empreendimento
O Ecoresort Massambaba é um empreendimento turístico, localizado em Arraial do Cabo, no litoral norte do Estado do Rio de O Ecoresort tem um tempo de construção previsto para
Janeiro, conhecido como Região dos Lagos. O local onde se pretende construir o empreendimento está situado em uma restinga que abrange 24 meses, e será composto por um Centro de Estudos de
parte dos municípios de Araruama, Saquarema e Arraial do Cabo, na APA de Massambaba, entre a Lagoa de Araruama e o mar. Pesquisas Científicas (CEPA) e dois hotéis: o Hotel da
Reserva e o Hotel da Lagoa.

• O CEPA terá como função ajudar a conservar e

valorizar a restinga, em sua propriedade e na sua escala
regional. Nele estarão concentradas as atividades de .7.

pesquisa e divulgação da restinga, recebendo públicos

diversos - desde moradores, alunos da rede municipal
e estudantes de graduação até pesquisadores de
universidades nacionais e estrangeiras.
• Os dois hotéis contribuirão para dinamizar a
economia da região. As edificações dos hotéis e das áreas
de lazer buscaram uma implantação com arquitetura e
infraestrutura sustentáveis, procurando gerar o menor
impacto possível nos ecossistemas da região.

Localização do Ecoresort Massambaba

 Área ocupada e número de quartos das estruturas do empreendimento:

Estrutura no de quartos Área (m²)

Hotel da Lagoa 440 35.527
Hotel da Reserva 60 12.597

CEPA 19 4.365

DIFERENCIAL
O Ecoresort Massambaba se difere de um Resort qualquer, em primeiro lugar, pelo
seu projeto paisagístico. Houve uma grande preocupação em preservar a vegetação existente,
regenerar as áreas que se encontravam em mau estado e, em alguns casos, recuperar o ecossistema
predominante no local antes de sua degradação total. Dessa forma, busca-se conciliar a ocupação
humana com a natureza, além de integrar o empreendimento com toda a população local por
.8. meio da realização de programas em parceria com a comunidade, suas associações, lideranças e
prefeitura municipal.

UM ECORESORT ENGLOBA NÃO SÓ A PREOCUPAÇÃO COM O LAZER E CONFORTO DOS

HÓSPEDES, COMO UM RESORT COMUM, MAS TAMBÉM A PREOCUPAÇÃO COM A ÁREA HABITADA
E SUA PRESERVAÇÃO, TENDO COMO DIFERENCIAL O CONTATO DIRETO COM A NATUREZA.

O projeto foi desenvolvido de acordo com as características do terreno, levando em conta

a topografia, a vegetação e os corpos d’ água existentes na propriedade. Dessa forma, foi possível
encontrar a melhor localização para o empreendimento, preocupando-se em preservar ao máximo
os ecossistemas existentes. Procurou-se, assim, preservar a maior parte do terreno, contemplando a
taxa de ocupação abaixo de 3% da área total da propriedade.
Projeto paisagístico do Ecoresort Massambaba

PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL
DURANTE OS ESTUDOS DO EIA/
RIMA FOI IDENTIFICADA A PRESENÇA
DA ORQUÍDEA BLETIA CATENULATA
NO LOCAL E, APESAR DA ESPÉCIE
NÃO ESTAR NA LISTA DE ESPÉCIES
AMEAÇADAS DO IBAMA, FOI TOMADA
A DECISÃO DE NÃO SE OCUPAR ESTA
ÁREA. O OBJETIVO FOI PRESERVAR
.9.
ESSA ESPÉCIE ENDÊMICA BRASILEIRA
PARA A SUA CONSERVAÇÃO.

PARA A IMPLANTAÇÃO DO
ECORESORT MASSAMBABA
NÃO SERÁ REALIZADA
DRAGAGEM NEM
TERRAPLANAGEM, O QUE
EVITARÁ VÁRIOS IMPACTOS.
 Área que será ocupada pelo Hotel da Lagoa: o hotel da lagoa será implantado na maior área plana
do terreno, onde a vegetação existente já se encontrava com sinais de degradação. Localizado nas
margens da rodovia RJ-102 o hotel contará com fácil acesso.
. 10 .

Área que será ocupada pelo Hotel da Reserva: o acesso ao Hotel da Reserva será feito por um caminho já
existente. Trata-se de uma estrada de terra originada do parcelamento do solo do terreno vizinho, portanto, de
propriedade pública. Esse hotel ficará em uma área aberta, por onde já passou o caminho dos bugres.

Área que será ocupada pela Área de Lazer da Lagoa: a trilha que leva à área de lazer da
lagoa foi traçada de modo a interferir minimamente na vegetação, e a área de lazer do
hotel, à beira da lagoa, ocupará uma área plana e aberta.
 1

3 . 11 .

CEPA
1. TELHADOS VERDES
2. REGENERAÇÃO DA VEGETAÇÃO DE RESTINGA
3. CONSTRUÇÕES ELEVADAS DO SOLO
 1

. 12 .
3

HOTEL DA LAGOA
1. TELHADOS VERDES
2. REGENERAÇÃO DA VEGETAÇÃO DE RESTINGA
3. CIRCULAÇÕES ELEVADAS DO SOLO
INFRAESTRUTURA
A infra-estrutura foi pensada de acordo com a localização do empreendimento.
O Hotel da Lagoa, o CEPA e o Hotel da Reserva contam com sistemas independentes de
drenagem, água e esgoto. Cada uma dessas estruturas possui uma Estação de Tratamento
e Reservatório de Águas Pluviais (para reuso), Reservatório de Água superior e inferior e
Estação de Tratamento de Esgoto.

GERAÇÃO DE EMPREGOS
As fases de instalação e de operação do empreendimento vão gerar empregos
para a região. O modelo do hotel foi definido visando uma ocupação mais estável ao . 13 .

longo do ano. As diversas atividades – lazer, hospedagem, restaurante, SPA, Centro de

Pesquisas – fazem necessária a contratação de uma mão de obra também diversificada,
formada por profissionais de diferentes áreas e níveis de escolaridade.
Durante a etapa de obras, prevista para o período de 24 meses, será gerada uma
média de 1400 postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos, contemplando mão-
de-obra local e alojada.
Quando o empreendimento estiver em operação, será gerada uma média de
450 vagas permanentes que poderão ser ocupadas pela população da região.
 Áreas de
Limites da Área Diretamente Afetada (ADA)

InfluênciaNa delimitação da área que fez parte do estudo ambiental do Ecoresort Massambaba
houve a necessidade de melhor escolher enfoques e graus de profundidade de análise que fossem
ajustados à distribuição e à intensidade dos impactos previsíveis a este empreendimento.
Foram consideradas três unidades de análise:

. 14 . • Área de Influência Indireta (AII), que são os locais que se relacionarão de forma
indireta e mais branda com os impactos a serem ocasionados pelo empreendimento.
• Área de Influência Direta (AID), que contempla as localidades onde se darão as
transformações ambientais diretas (ou primárias) decorrentes do empreendimento.
• Área Diretamente Afetada (ADA), que compreende o entorno imediato das áreas
construídas, prevendo uma zona de trabalho de 5 metros em volta das edificações
futuras para passagem de maquinário e realização de obras. Essas áreas serão
recompostas pelo trabalho de paisagismo ecológico nos moldes de uma restauração
ecológica. Estão contempladas as áreas que circundam o Hotel da Lagoa e seu
estacionamento, a Área de Lazer da Lagoa, o CEPA e o Hotel da Reserva.

OS LIMITES DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA SÃO OS MESMOS PARA TODOS OS MEIOS

ANALISADOS, ENQUANTO QUE AS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA E INDIRETA VARIAM DE
ACORDO COM OS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO, UMA VEZ QUE CADA UM DELES
POSSUI SUAS PARTICULARIDADES.
MEIO FÍSICO SOCIOECONOMIA
AID - Limites da propriedade População
AII - Definida como o entorno de raio 500 m a partir da área da propriedade. Este limite foi AID - Loteamentos Restinga dos Clubes, Caiçaras e Sabiá
determinado em função da dispersão que os possíveis impactos de processos erosivos e contaminação AII - Arraial do Cabo, Araruama e Cabo Frio
dos corpos hídricos podem ocasionar.
Arqueologia
MEIO BIÓTICO AID - ADA + 50 metros de buffer e os Loteamentos Restinga dos Clubes, Caiçaras e Sabiá
Vegetação AII - Arraial do Cabo, Araruama e Cabo Frio
AID - Limites da APA de Massambaba
AII - Limites do Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio

Fauna
. 15 .
AID - Limites da propriedade
AII - constituída pelas áreas da Restinga da Massambaba que estão situadas ao redor da Área de
Influência Direta, nos municípios de Araruama e Arraial do Cabo.
 Diagnóstico Ambiental
Meio Físico Areias quartzozas.

Na natureza tudo está interligado. O clima, a geologia, os solos, a vegetação, o relevo

e até os rios compõem o meio físico. A interação destes componentes resulta na paisagem que
observamos.

O CLIMA
A região na qual o empreendimento está inserido se caracteriza por um clima tropical
. 16 .
com temperatura média anual que varia entre 24,6 a 26,2ºC no período do verão, e entre 21,1
e 22,2°C no inverno. A precipitação média anual na região de Massambaba gira em torno de
1000mm e é a região com o menor índice de precipitação do Rio de Janeiro.

A GEOLOGIA DA REGIÃO
A Praia de Massambaba situa-se numa região que sofreu diversas modificações ao longo
do tempo geológico. A geologia da área resume-se a sedimentos com aproximadamente 10.000
anos de idade, se caracterizando por serem areias quartzosas de finas a grossas, depositadas pela
ação marinha. Há 5.100 anos, foram geradas ilhas-barreiras que isolaram extensas lagoas com
características distintas ao longo da costa. A laguna de Araruama e as lagoas Vermelhas e do
Espinho destacam-se durante estas fases de transgressão e regressão marinha, sendo a presença de
conchas marinhas um registro destas variações.
Conchas marinhas registram as variações da dinâmica marinha na região de Massambaba.
O RELEVO OS SOLOS
As praias da região de estudo são separadas por formações rochosas que influenciam na Durante os estudos foi evidenciada a ocorrência de duas classes de solo predominantes:
dinâmica de deposição e fluxos das areias das praias. As formações, também chamadas de pontões os Gleissolos e os Neossolos Quartzarênicos.
rochosos, exercem a função de “barreira” para os fluxos de areia, promovendo a deposição e o
acúmulo de areia em uma de suas vertentes, que varia de acordo com as direções das correntes
SAIBA MAIS SOBRE OS TIPOS DE SOLO
ENCONTRADOS NA REGIÃO DE ESTUDO!
marinhas. No caso do local do empreendimento – Praia de Massambaba – os pontões que delimitam
a praia são os de Arraial do Cabo e Ponta Negra. Vale evidenciar, também, a presença de dunas ao OS GLEISSOLOS SÃO SOLOS QUE APRESENTAM COLORAÇÃO ACINZENTADA OU
longo da costa, que são as únicas feições que ressaltam no relevo plano. AZULADA, EM RESPOSTA ÀS CONDIÇÕES DE ENCHARCAMENTO DURANTE O ANO TODO OU
PARTE DELE. SÃO SOLOS QUE OCORREM PRÓXIMO ÀS ÁREAS DE BREJO E DAS LAGOAS. JÁ
As dunas encontradas na pós-praia. OS NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS SÃO AQUELES ORIGINADOS POR DEPÓSITOS
ARENOSOS, SENDO CONSTITUÍDOS ESSENCIALMENTE POR GRÃOS DE AREIA.

Gleissolo. . 17 .

Neossolos.

Face da praia de Massambaba.

 Meio Biótico • Formação psamófila reptante
Estas formações destacam-se pelo papel que desempenham na estabilização inicial de dunas
costeiras, e em geral exibem espécies amplamente distribuídas ao longo do litoral brasileiro.
A VEGETAÇÃO

Comunidades de Restinga
Situadas sobre as planícies arenosas costeiras, as restingas distribuem-se sobre cordões
arenosos existentes ao longo da costa, apresentando-se ocasionalmente entremeadas por sequências
de pequenos lagos costeiros.

Formação halófila e psamófila reptante.

SAIBA MAIS SOBRE OS TIPOS DE SOLO
. 18
8. ENCONTRADOS NA REGIÃO DE ESTUDO! • Formação arbustiva aberta não inundável (fácies baixa)
Ocorre sobre cordões arenosos próximos do mar, atrás das comunidades reptantes. Caracteriza-se
O TERMO “RESTINGA”, NO SENTIDO AMPLO, TEM SIDO USADO PARA DESIGNAR UM
por uma cobertura baixo-arbustiva com até 1 metro de altura e fisionomia homogênea devido à
COMPLEXO QUE ABRANGE DIVERSAS COMUNIDADES VEGETAIS OCORRENTES NO ECOSSISTEMA
ADJACENTE AO OCEANO, SOBRE AS PLANÍCIES ARENOSAS.NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, dominância da palmeira anã.
AS RESTINGAS OCORREM EM TODA A EXTENSÃO DO LITORAL.

Por estarem situadas em regiões submetidas intensamente às ações do homem, as

formações de restinga estão atualmente entre os ecossistemas mais ameaçados do Estado do Rio de
Janeiro, onde se destacam pela elevada diversidade.
Durante a elaboração do diagnóstico de flora do EIA foram identificados alguns tipo de
vegetação. São eles:
Formação arbustiva aberta não inundável (fácies baixa)
• Formação arbustiva fechada pós-praia • Formação arbustiva aberta não inundável (fácies alta)
Tratam-se de arbustos muito ramificados, comumente com espinhos, formando uma barreira Este tipo de vegetação é, em geral, constituído por moitas de dimensões e formas variadas. As
intransponível, que ocupa as porções mais internas e secas dos cordões arenosos. A altura desse moitas exibem arbustos e arvoretas com alturas de até 4 metros. Em trechos próximos às áreas
tipo de vegetação varia de 1,5 a 3,5 metros. vizinhas ao empreendimento, a fisionomia de moitas dá lugar a uma vegetação bastante raleada,

Formação arbustiva fechada pós-praia. onde é comum a ocorrência de espécies exóticas.

Formação arbustiva aberta (fácies alta).

. 19 .
• Formação herbáceo aberta inundável (Brejo).
Ocorre nas depressões úmidas às margens das lagoas internas, e constitui uma vegetação • Formação florestal não inundável (Mata de restinga)
predominantemente herbácea adaptada às condições de umidade e encharcamento do solo. As Esta formação ocorre sobre terrenos de sedimentos arenosos quaternários e apresenta uma cobertura
ervas ou plantas herbáceas são definidas de duas formas: plantas de caule macio ou maleável, arbórea contínua. Estas matas exibem um porte baixo, com árvores em geral ramificadas a baixa
normalmente rasteiro, podendo, geralmente, ser cortado apenas com a unha, ou seja, sem caule altura, e cujas alturas variam
lenhoso, ou plantas cujo caule sofre crescimento secundário ao longo de seu desenvolvimento. entre 4 e 8 metros, chegando

Formação herbácea aberta inundável. destacando-se a taboa, às algumas a 13 metros. Arbustos

margens da lagoa do complexo lagunar “Brejo do Espinho”.
e cipós são comuns, tornando
o interior da mata denso e de
difícil penetração.

Vista do interior da comunidade

de tipo arbóreo não inundado.
 • Áreas alteradas e degradadas
Áreas degradadas são também observadas às margens da estrada de acesso à praia, sendo
originalmente recobertas por formações arbustivas e arbóreas. Atualmente estão recobertas por
vegetação herbácea invasora, destacando-se o sapé.

Trecho de área degradada às margens da lagoa de Araruama.

. 20 .

Trecho de área degradada próximo à estrada de acesso à praia.

FAUNA A área do Ecoresort Massambaba está inserida na restinga de Massambaba, situada entre

O Brasil é um dos poucos países no mundo que possui a chamada Megabiodiversidade, a Lagoa de Araruama e o mar. No presente RIMA, as equipes de pesquisa procuraram reconhecer

ou seja, apresenta um grande número de espécies nativas. A fauna brasileira é riquíssima e seu e mapear as espécies da fauna local, considerando para esse trabalho a presença de animais

valor biológico é inestimável. Da mesma forma, o estado do Rio de Janeiro possui importantes bioindicadores, ou seja, aqueles que atestam a importância biológica de um determinado local e o

remanescentes de Mata Atlântica, nos quais vivem espécies da fauna de extrema importância quanto ele está preservado.

biológica e ecológica. As restingas são habitats específicos da Mata Atlântica e representam As espécies da fauna raras, ameaçadas de extinção e de comércio internacional proibido

alguns dos poucos remanescentes naturais das planícies costeiras brasileiras, onde vive uma fauna foram analisadas de acordo com as listas disponíveis, segundo a legislação pertinente.

extremamente especializada às condições típicas desses ambientes. Algumas espécies presentes na restinga de Massambaba são endêmicas do estado do Rio de
Janeiro, ou seja, só ocorrem nessa região e não podem ser encontradas em nenhum outro lugar.

Legislação referente às espécies ameaçadas de extinção e/ou de sobreexplotação

LEGISLAÇÃO CONTEÚDO . 21 .
Portaria IBAMA 1.522/89 Apresenta a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Apresenta a Lista Nacional de Espécies de Invertebrados Aquáticos e Peixes Ameaçados de Extinção (ANEXO 1) e a Lista
Instrução Normativa 05/2004 do Ministério do Meio Ambiente
Nacional das Espécies de Invertebrados Aquáticos e Peixes Sobrexplotados ou ameaçados de Sobrexplotação (ANEXO 2).

Altera os Anexos I e II da Instrução Normativa n° 5 do Ministério do Meio Ambiente,

Instrução Normativa N.º 52, de 8/11/2005
de 21 de maio de 2004.
IUCN Apresenta a Lista Vermelha das espécies ameaçadas de extinção no mundo.

Apresenta os Anexos 1, 2 e 3.
O Anexo I: inclui todas as espécies ameaçadas de extinção que são ou possam ser afetadas pelo comércio. O comércio de
espécimes dessas espécies é submetido a uma regulamentação particularmente rigorosa a fim de que não seja ameaçada
Convenção sobre o Comércio Internacional ainda mais a sua sobrevivência, e é autorizado somente em circunstâncias excepcionais.
das Espécies da Flora e da Fauna O Anexo II: inclui todas as espécies que, embora atualmente não se encontrem necessariamente em perigo de extinção,
Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) poderão chegar a esta situação, a menos que o comércio de espécimes de tais espécies esteja sujeito à regulamentação
rigorosa a fim de evitar exploração incompatível com sua sobrevivência.
O Anexo III: inclui aquelas espécies que requerem algum tipo de regulamentação para impedir ou restringir sua exploração,
e que necessitam da cooperação das outras partes para o controle do comércio.
 Conheça agora alguns dos grupos de fauna identificados durante os estudos na área
do Ecoresort Massambaba e algumas das principais espécies presentes.

PEIXES (ICTIOFAUNA) E RECURSOS PESQUEIROS Eucinostomus gula – Carapicus

Fonte: E. gula - http://fishbase.mnhn.fr
A lagoa de Araruama abriga grande variedade de espécies de peixes marinhos de
importância comercial. Ela representa o único sistema lagunar costeiro hipersalino do Sudeste
brasileiro, com importante papel social e econômico na região, tanto para o turismo quanto Centropomus paralelus – Robalo
para as atividades pesqueiras artesanais. Nela vivem, pelo menos, 39 espécies de peixes. Fonte: http://www.biblioteca.ifc-camboriu.edu.br

Epinephelus niveatus – Cherne-verdadeiro

Fonte: http://www.safmc.net

. 22 .

Relação das principais espécies de peixes que podem ocorrer nas proximidades do Ecoresort Massambaba, classificadas como ameaçadas de extinção e/ou de sobrexplotação.

NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO STATUS DE AMEAÇA LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA

Sobrexplotada ou ameaçada
Namorado Pseudopercis numida • Instrução Normativa MMA N° 05/04
de sobrexplotação

Vulnerável
• IUCN e Haimovici e Klippel, 1999.
Cherne Epinephelus niveatus Sobrexplotada ou ameaçada
• Instrução Normativa MMA N° 05/04
de sobrexplotação
Sobrexplotada ou ameaçada de sobrexplotação
Pargo Ameaçada • Instrução Normativa MMA N° 05/04
Pagrus pagrus
Em perigo • IUCN - Haimovici e Klippel, 1999.

Tainha Mugil liza Sobrexplotada ou ameaçada de sobrexplotação • Instrução Normativa MMA N° 05/04

Corvina Micropogonias furnieri Sobrexplotada ou ameaçada de sobrexplotação • Instrução Normativa MMA N° 05/04
HERPETOFAUNA RÉPTEIS
Os répteis representam um dos grupos com maior diversidade entre os animais

ANFÍBIOS vertebrados, com mais de 9.200 espécies conhecidas. O Brasil é o segundo colocado em riqueza de

O Brasil possui mais de 800 espécies de anfíbios descritas, o que o torna o mais diverso répteis, contando com mais de 700 espécies descritas.

do mundo para esse grupo. Os anfíbios são ótimos indicadores de qualidade ambiental, sendo muito
sensíveis às alterações de umidade e temperatura. Calango (Tropidurus torquatus), jovem.

Scinax aff.x-signatus

. 23
3.

Calango (Tropidurus torquatus), adulto.

Dendropsophus aff. oliveirai

 AVES (ORNITOFAUNA) MAMÍFEROS (MASTOFAUNA)

O Brasil figura entre os países com maior diversidade de aves, contando com mais de
1800 espécies registradas em território nacional. Somente no estado do Rio de Janeiro estão mais
de 700 espécies, o que corresponde a cerca de 40% de todas as espécies da avifauna brasileira. O
Rio de Janeiro concentra o maior número de espécies de aves ameaçadas das Américas. As restingas,
apesar de possuírem baixo endemismo de espécies de aves, têm sofrido intensa pressão do homem
e são considerados áreas prioritárias para a conservação, servindo de abrigo para uma grande
variedade de espécies.
O Brasil abriga a maior diversidade de mamíferos do mundo, com pouco mais de 650
espécies descritas. Aproximadamente 70% das espécies brasileiras de mamíferos ameaçadas
de extinção ocorrem na Mata Atlântica, fato relacionado ao grau de destruição sofrido por esse
Bioma, do qual restam apenas cerca de 8% de sua cobertura florestal original. O estado do Rio
de Janeiro possui 176 espécies de mamíferos. Por serem áreas abertas, as restingas abrigam
espécies da Mata Atlântica e também de áreas abertas. Aparentemente, não existem espécies
endêmicas nesse tipo de hábitat.

. 24
24 . Atobá-marrom
Sula leucogaster.

Formigueiro-do-litoral
Formicivora littoralis (macho).
Golfinho-comum
Delphinus sp

Fonte:http://ibc.lynxeds.com
Socioeconomia
A área que será “vizinha” ao
empreendimento corresponde aos loteamentos
Restinga dos Clubes, Caiçaras e Sabiá, localizadas
no Distrito de Figueira, em Arraial do Cabo. Por
ser considerada a Área de Influência Direta (AID)
do ponto de vista socioeconômico, essas serão as
localidades mais sensíveis a todos os impactos
(positivos e negativos) da instalação e da operação
do Ecoresort Massambaba e, consequentemente, . 25
5.

as áreas contempladas prioritariamente pelas

ações dos programas socioambientais.
 CONHECENDO A NOSSA VIZINHANÇA... Ao que consta, depois deste loteamento inicial sucederam-se outros, principalmente na

Pouco se tem registrado sobre a história dos três loteamentos vizinhos ao futuro década de 1970 e depois em 1990. Segundo os moradores, na década de 1990 não existiam

empreendimento. Durante a pesquisa de campo do EIA foram entrevistados inúmeros moradores praticamente construções no lugar. Segundo os relatos da população, na ocasião, os compradores

e representantes do poder público local, que ajudaram a equipe a compreender o movimento de destes lotes não os edificaram efetivamente e, muitos deles, nem sequer chegaram a quitar

ocupação do local e a sua rotina atual. totalmente os valores, abandonando os investimentos iniciais.

Em sua maioria, os relatos dos entrevistados indicam o final da década de 1950 como Essa região passou a ser ocupada significativamente a partir da década de 2000, e

marco inicial da ocupação da região, quando teria ocorrido o primeiro loteamento: a Restinga o Loteamento Sabiá é apresentado como o primeiro foco das ocupações desse período, que

dos Clubes. posteriormente se expandiu para o Caiçaras.

Com base no levantamento de campo, pode-se afirmar que os fluxos migratórios em
direção ao local se originaram, principalmente, de Arraial do Cabo, São Gonçalo, Rio de Janeiro e

Entrevista com moradores da AID.

Baixada Fluminense.
. 26 .
As entrevistas realizadas in loco, indicaram que a intensificação da ocupação em 2000,
acarretou aumento da densidade urbana no local. Segundo os entrevistados, em 2003 foram
instalados postes de luz e muitas casas passaram a ter acesso à luz doméstica. Inúmeros moradores
atribuíram este fato à instalação do condomínio Caiçaras que, segundo eles, valorizou a área.

Residências em áreas vizinhas ao local onde

se pretende implantar o empreendimento.
TURISMO:
LAGOA DE ARARUAMA É UMA DAS GRANDES ATRAÇÕES TURÍSTICAS DO LOCAL ESPORTES NÁUTICOS E DE LAZER
A Lagoa de Araruama representa um importante atrativo turístico para os municípios de AS PRINCIPAIS ATIVIDADES REALIZADAS NA LAGOA DE ARARUAMA POR TURISTAS E TAMBÉM
HABITANTES SÃO OS ESPORTES NÁUTICOS E LAZER (BALNEÁRIO). DURANTE O PERÍODO DO
seu entorno. Nas proximidades da lagoa é comum observar estabelecimentos de hotelaria, bem como
VERÃO E PRINCIPALMENTE NOS FINAIS DE SEMANA É COMUM OBSERVAR PESSOAS SE BANHANDO,
condomínios de residências de veraneio. Em Araruama, especificamente, este atrativo natural está
VEÍCULOS DE JET SKI E, COM BASTANTE OCORRÊNCIA, A PRÁTICA DO KITESURF.
na centralidade da exploração do ramo do turismo. Em volta das margens é recorrente a presença de
casas de veraneio, condomínios e hotéis. Nos pontos onde há faixa de areia, principalmente aqueles
de fácil acesso e próximos de ocupação urbana, concentram usuários e estabelecimentos comerciais
para atender estes usuários.
A influência da lagoa no turismo se expressa tanto na configuração atual da ocupação,
como na tendência para o futuro. Como nos loteamentos da AID e nas antigas salinas, nota-se uma
. 27 .
crescente ocupação e adensamento de estruturas associadas ao turismo.

Lagoa de Araruama

Kitesurf na Lagoa de Araruma atrai turistas de todo o mundo.

 PATRIMÔNIO CULTURAL
O conceito de Patrimônio Cultural compreende uma diversidade de elementos que
caracterizam uma determinada sociedade, reunindo aspectos de suas tradições, hábitos e
conhecimentos técnicos, que se encontram refletidos na sua cultura material e imaterial, resultantes
da experiência de um povo ou grupo humano num determinado espaço e tempo. Por isso, envolve
também a idéia de patrimônio histórico ambiental, uma vez que hoje se concebe o ambiente como
um resultado da ação humana e, portanto, um ambiente culturalmente construído.
Quando nos referimos ao patrimônio cultural, estamos falando então de todas as
manifestações vivenciais de um determinado povo. As artes (plástica, cênica, música, dança,
literatura, dentre outras), as bebidas, a indústria, os negócios, a agricultura, a língua, a ciência, a
religião, a história, a pré-história e até o governo, todas elas são incluídas no rol de patrimônio.
. 28 .
Outro aspecto envolvido no estudo sobre o Patrimônio Cultural é a existência de locais no qual a
população possui um especial interesse, cujos parâmetros simbólicos devem ser analisados com
atenção e resgatadas suas características.
Como exemplares de Patrimônio Cultural Material em Arraial do Cabo, município onde será
instalado o empreendimento , temos o Obelisco que homenageia Américo Vespúcio, a Casa de Piedra e
o Poço d’Água e a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, dentre outros. No rol de Patrimônio Cultural
Imaterial, temos as canoas e pesca artesanal da Colônia de Pescadores Z-05 na Praia dos Anjos, as
rendeiras de Bilros, a salga do peixe xaréu e o famoso peixe com banana, as festas de Nossa Senhora
dos Remédios e de São Pedro com a sua barqueata, as Dunas de Cabo Frio que se estendem desde a
Praia do Forte até a Praia do Pontal, as dolomitas do Brejo do Espinho, além dos causos do folclore
local referente ao “Chaco da Baja – o Lobisomem da Praia Grande”.
ARQUEOLOGIA
A Arqueologia é a ciência que estuda, dentre outras coisas, o modo de vida de habitantes
antigos de uma região e as formas como estas pessoas interagiam com o meio ambiente em que
viviam, como era o seu modo alimentar, vestimentas, utilização e fabrico de utensílios para caça,
pesca e armazenamento e cozimento de alimentos, além de estudar também as ferramentas feitas
por estas pessoas, utilizadas na caça, pesca, preparo dos alimentos e em cerimônias religiosas e de
lutas ou de preparação para a saída à caça.
Como as pessoas que moraram nestes locais não estão mais vivas, nem deixaram escrito
nos lugares como era este relacionamento com as plantas, animais e o meio ambiente, o Arqueólogo
estuda as coisas que são encontradas nos locais chamados por eles de “sítios arqueológicos”, e
também o próprio local físico do sítio arqueológico. Um sítio arqueológico pode ser tanto um local
. 29 .
onde antigos caçadores passaram uma única noite, ali montando fogueiras, preparando alimentos
e lascando pedras para fazer suas armas, como um local onde existiu um forte militar antigo ou um
sambaqui, ou mesmo uma casa de um antigo morador, cuja história desta casa e deste morador,
ninguém sabe contar nos dias de hoje.
Na área de influência do Ecoresort Massambaba existem sambaquis e sítios arqueológicos
sobre dunas, onde foram encontrados vestígios de ocupação e de restos de materiais utilizados para
o fabrico de ferramentas de pedra feitas pelos grupos humanos denominados Caçadores-Coletores,
que ocupavam o litoral da Região dos Lagos em período anterior à chegada de Américo Vespúcio à
Arraial do Cabo e área do entorno.
 Impactos
A AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS - AIA FORAM CONSIDERADAS TRÊS ALTERNATIVAS DE PROJETO PELO EIA- RIMA, TENDO-SE OPTADO
PELO PROJETO APRESENTADO NESSE DOCUMENTO, NO CAPÍTULO “O EMPREENDIMENTO”. OS
IMPACTOS AQUI APRESENTADOS SE REFEREM À ESSA ALTERNATIVA. NO EIA SÃO APRESENTADOS
Para o desenvolvimento da Avaliação dos Impactos Ambientais, a preocupação principal
TODOS OS IMPACTOS PARA AS TRÊS ALTERNATIVAS ESTUDADAS.
foi com a questão legal, importante em todos os aspectos (meio físico, biótico e socioeconômico).
Finalmente, para concretizar a aplicação de todas essas medidas, foram concebidos os
Assim no decorrer do desenvolvimento dos diagnósticos ambientais os especialistas de cada área
programas ambientais, e consolidados os prognósticos e conclusões sobre viabilidade da implantação
avaliaram os possíveis impactos que poderiam ocorrer durante as fases planejamento, implantação
do empreendimento.
e operação.
. 30
0.
Em linhas gerais, a avaliação dos impactos ambientais, apresentada nessa seção
obedeceu ao seguinte roteiro metodológico:
1. Identificação, pela equipe multidisciplinar, dos fatores ambientais impactados pelas
diferentes ações a serem desencadeadas durante as fases de planejamento, implantação
e operação do empreendimento;
2. Definição dos critérios a serem utilizados na classificação da magnitude dos impactos
discutidos por toda a equipe de especialistas. Desta forma, foi possível identificar e
analisar o maior número de possíveis impactos ambientais significativos;
3. Uma vez identificados e analisados os impactos ambientais, foram discutidas e
recomendadas as medidas que deverão minimizar seus efeitos, no caso de impactos
negativos, e maximizar os positivos.
 PARÂMETROS PARA A CLASSIFICAÇÃO DA MAGNITUDE DOS IMPACTOS
PARÂMETRO IMPACTO DEFINIÇÕES
Direto (D) 1 A ação resultante de uma simples relação de causa e efeito
Forma de Incidência
Indireto (I) 2 A ação resultante de uma reação secundária em relação a ação, ou quando é parte de uma cadeia de reações
Local (L) 1 A ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações
Abrangência
Regional (R) 2 O impacto se faz sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação
MAGNITUDE

Longo (L) 1 O evento deve expressar em longo prazo

Tempo de Incidência
Imediato (I) 2 O evento manifesta imediatamente a partir da intervenção
Temporário (T) 1 O efeito têm duração determinada.
Prazo de Permanência
Permanente (P) 2 Uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se manifestar num horizonte temporal conhecido;
Pouca (P) 1 Há pouca chance de se manifestar . 31 .
Probabilidade
Certa (C) 2 È muito provável de ocorrer o se manifestar
Passivo (ou não) de soma ou da interação com outros impactos ou cadeias de impacto, gerado por um ou mais de um
Cumulatividade (Não) (Sim) 0e1
empreendimento isolado num mesmo sistema ambiental.
GRAU DE IMPORTÂNCIA

Reversível (R) 1 O fator ou parâmetro ambiental afetado, cessada a ação, retorna às suas condições originais;
Reversibilidade
Irreversível (I) 2 Uma vez ocorrida a ação, o fator ou parâmetro ambiental afetado não retorna às suas condições originais em um prazo previsível;
Não (N) 1 Não se associa a outros eventos em curós na área
Sinergia
Sim (S) 2 Relação com outros eventos

Intensidade 5 Graus 1a5 muito pequena (MP), pequena (P), média (M), grande (G) e muito grande (MG)

Negativo ou Adverso (N) -1 A ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou parâmetro socioambiental
Natureza
Positivo (P) +1 A ação resulta em um beneficio à qualidade de um fator ou parâmetro socioambiental
 Os principais impactos para a Fase de implantação foram identificados pelos especialistas: Para a Fase de operação identificaram-se os seguintes impactos:
Transtornos à população Aumento na Circulação de Pessoas
Aumento no tráfego Geração de Empregos Permanentes
Atração de População Aumento Permanente da Massa Salarial
Geração de Expectativas Aumento Permanente da Arrecadação
Geração de Empregos Temporários Valorização Imobiliária
Aumento Temporário da Massa Salarial Aumento do Conhecimento e Motivação para Preservação da Restinga
Aumento Temporário de Arrecadação Municipal Perda de biodiversidade da fauna local
Risco de Alteração / Destruição de Sítios Arqueológicos Diminuição da síndrome de dispersão zoocórica
Perda de biodiversidade da fauna local Riscos de danos à vegetaçao pelos usuários do empreendimento
Afugentamento da Fauna Riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
. 32
2.
Diminuição da área coberta por vegetação de grande interesse ambiental Alteração da qualidade do Ar
Criação de condições favoráveis para o surgimento de novos habitats Interferência com as atividades pesqueiras artesanais na lagoa
Desencadeamento de Processos Erosivos Afugentamento da ictiofauna local (peixes)
Contaminação do lençol freático
Após a análise comparativa das alternativas de projeto optou-se pala Alternativa B
Alteração na Qualidade do ar
por ser a que apresentou melhor resultado na avaliação dos impactos.
Incremento de Tráfego
Possibilidade de acidentes nas vias de acesso
Os principais impactos que fizeram com que se optasse pela Alterativa apresentada nesse
Geração de Ruído
documento foram:
Geração de Resíduos Sólidos
Risco de Alteração / Destruição de Sítios Arqueológicos
Diminuição da área coberta por vegetação de grande interesse ambiental
Compatibilidade do empreendimento com os parâmetros propostos para o zoneamento da APA
de Massambaba
 MATRIZ DE IMPACTOS – ALTERNATIVA SELECIONADA COMPOSIÇÃO DA MAGNITUDE COMPOSIÇÃO DA IMPORTÂNCIA

PRAZO DE PERMANÊNCIA
FORMA DE INCIDÊNCIA

TEMPO DE INCIDÊNCIA

GRAU DE IMPACTO
IMPORTÂNCIA
DISTRIBUTIVIDADE

REVERSIBILIDADE
CUMULATIVIDADE
MAGNITUDE
PROBABILIDADE

IINTENSIDADE
IMPACTOS AMBIENTAIS

NATUREZA
SINERGIA
LEGENDA
CENÁRIO - ETAPA DE PLANEJAMENTO
IMP 01 Geração de Expectativa I L I T C 8 N R N P 3 N -24 MAGNITUDE
IMP 02 Valorização dos imóveis do entorno do empreendimento D R I P C 9 S I S G 8 P 72 FORMA DE INCIDÊNCIA
I - INDIRETA (1)/ D - DIRETA (2)
CENÁRIO - ETAPA DE IMPLANTAÇÃO
IMP 03 Transtornos à população D L I T C 7 N R N M 4 N -28 DISTRIBUTIVIDADE
IMP 04 Aumento no tráfego D L I T C 7 N R N P 3 N -21 LOCAL (1) / REGIONAL (2)
IMP 05 Atração de População I L I T C 8 N R N M 4 N -32
IMP 06 I L I T C 8 N R N P 3 N -24 TEMPO DE INCIDÊNCIA
Geração de Expectativas
L - LONGO PRAZO (1)
IMP 07 Geração de Empregos Temporários D R I T C 8 N R S G 6 P 48 I - IMEDIATO (2)
IMP 08 Aumento Temporário da Massa Salarial I R I T C 9 S R S M 6 P 54
IMP 09 Aumento Temporário de Arrecadação Municipal I R L T C 8 S R N P 4 P 32 PRAZO DE PERMANÊNCIA
IMP10 Risco de Alteração / Destruição de Sítios Arqueológicos D L I P C 8 N I N G 6 N -48 T - TEMPORÁRIO (1)
IMP11 Perda de biodiversidade da fauna local I L I P C 9 S I S MG 9 N -81 P - PERMANENTE (2)
IMP12 Afugentamento da Fauna D L I P C 7 N I N G 6 N -42 Probabilidade
IMP 13 Diminuição da área coberta por vegetação de grande interesse ambiental D L I P C 8 S I S M 7 N -56 C - Certo (2) / P- Pouca (1) . 33 .
IMP14 Aumento da biomassa D L L P C 7 S I S G 8 P 56
IMP15 Criação de condições favoráveis para o surgimento de novos habitats D L L P C 7 S I S M 7 P 49 IMPORTÂNCIA
IMP16 Desencadeamento de Processos Erosivos D R L T C 7 N I N G 6 N -42 Cumulatividade
Sim (0) / Não (1)
IMP17 Contaminação do lençol freático D R I P P 8 N I N P 4 N -32
IMP18 Alteração na Qualidade do ar D R I T C 8 N R N M 4 N -32 Reversibilidade
IMP19 Incremento de Tráfego D L I T C 7 N I N P 4 N -28 Reversível (1)
IMP20 Possibilidade de acidentes nas vias de acesso D L I T P 7 N R N M 4 N -28 Irreversível (2)
IMP21 Geração de Ruído D L I T C 7 S R S M 6 N -42
IMP22 D L I P C 8 S I S MG 9 P 72 Sinergia
Compatibilidade do empreendimento com os parâmetros propostos para o zoneamento da APA de Massambaba
Sim (0) / Não (1)
IMP23 Geração de Resíduos Sólidos D L I T C 7 N R N M 4 N -28
CENÁRIO - ETAPA DE OPERAÇÃO Intensidade
Muito Pequena (1)
IMP 24 Aumento na Circulação de Pessoas D R I P C 9 N I N P 4 N -36 Pequena (2)
IMP 25 Geração de Empregos Permanentes D R I P C 9 N I N G 6 P 54 Média (3)
IMP26 Aumento Permanente da Massa Salarial I R I P C 10 N I S G 8 P 80 Grande (4)
IMP27 Aumento Permanente da Arrecadação D R L P C 8 N I N M 6 P 48 Muito Grande (5)
IMP28 Valorização Imobiliária I R I T P 8 N R N MP 2 P 16
NATUREZA
IMP29 Aumento do Conhecimento e Motivação para Preservação da Restinga D R L P C 8 S I S P 6 P 48 Positivo (+1)
IMP30 Perda de biodiversidade da fauna local I I I P C 9 S I S MG 9 N -81 Negativo (-1)
IMP31 Diminuição da síndrome de dispersão zoocórica D R I P C 9 N I S P 3 N -27
IMP32 Riscos de danos à vegetaçao pelos usuários do empreendimento D L I P C 8 S R N G 5 N -40 NA - Não se aplica ao Cenário
IMP33 Riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. D L L T C 7 N R N P 5 N -35
IMP34 Alteração da qualidade do Ar D R I P C 8 S I S P 5 N -40
 O PROGNÓSTICO
Prognóstico ambiental refere-se à identificação, valoração e interpretação dos prováveis
impactos ambientais associados à execução do projeto e suas alternativas. A elaboração do
prognóstico ambiental para a área de influência do empreendimento pressupõe o conhecimento e a
compreensão de algumas importantes características da região, referentes aos meios físico, biótico e
socioeconômico.
O projeto do Ecoresort Massambaba foi fundamentado a partir de características sociais
e ambientais da região de Massambaba, além do Plano Diretor do Municipio de Arraial do Cabo e
o Plano de Manejo da APA da Massambaba. As diretrizes iniciais foram elaboradas no final do ano
de 2007 através de levantamentos físicos da área, feitos por biólogos, e de levantamento de dados
secundários sobre a região e suas tipologias de ocupação.
. 34 .
ANÁLISE DOS CENÁRIOS
Como já citado, no EIA foram estudadas 3 alternativas de cenários para implantação do
Ecoresort Massambaba (A, B e C), tendo a Alternativa B sido escolhida após a adequação do primeiro
projeto (Alternativa A) face aos resultados obtidos nas diversas reuniões públicas ocorridas ao longo
do desenvolvimento do projeto arquitetônico.
A Alternativa B contempla uma série de edificações, divididas nas
seguintes áreas: o Hotel da Lagoa; a Área de Lazer da Lagoa; Centro
de Estudos e Pesquisas Ambientais (CEPA) e o Hotel da Reserva. A
área total da propriedade é de 1.726.110,58 m2 e aproximadamente
68% dela será doada ao Parque Estadual da Costa do Sol e, portanto,
será preservada. O empreendimento procura manter sua área total de
intervenção em 4,13%, bem abaixo do permitido (10%) totalizando
uma área construída de 59.371,51 m2.
O projeto levou em consideração não apenas a Faixa Marginal de Proteção definida pelo
Decreto do INEA (Decreto n° 42.694), mas também as áreas alagáveis em torno das lagoas, que
vão além dos limites marcados por lei.
Houve uma grande preocupação em preservar a biodiversidade existente, controlar seu
uso e regenerar as áreas em mau estado. Assim, o projeto tem como principal objetivo conciliar a
ocupação humana com a natureza, aproximando os dois de uma forma sustentável.
Serão gerados cerca de 1500 empregos diretos, sendo 1185 deles capazes de serem
ocupados por moradores da região na fase de implantação do projeto. Já a segunda fase, chamada
de operação, serão gerados aproximadamente 454 empregos diretos.
 Sendo assim, o prognóstico ambiental da área de influência do
empreendimento com a implantação do projeto indica a Alternativa B como a
melhor proposta por ter um quadro positivo e de valorização principalmente
da qualidade e quantidade de vida, de emprego que serão gerados,
aproximadamente 1.000 postos de trabalho diretos para a fase de implantação
e aproximadamente 500 na fase de operação. Além de estimular a necessidade
de maiores investimentos públicos destinados ao desenvolvimento da cultura
do turismo.
Em resumo a inserção do empreendimento no contexto estudado
indica diversas perspectivas de inter-relação através dos incentivos à
divulgação e fortalecimento das entidades (prefeituras, associações, sindicatos
. 35 .
e outros) através de parcerias inclusivas no Programa de educação ambiental e
de incentivo ao conhecimento da biodiversidade da região com a implantação
do CEPA.
Os impactos ambientais identificados permitiram desenvolver uma
série de medidas de mitigação, ou compensação dos impactos ambientais
ÁREA TOTAL DO negativos, além de medidas maximizadoras daqueles positivos.
EMPREENDIMENTO Analisando os cenários de adoção de medidas mitigadoras, ou não,
DESCONTANDO em ambos os casos a análise realizada culmina para o prognóstico positivo,
AS ÁREAS DE porém, caso as medidas não sejam adotas, haverá uma perda de potencial dos
PROTEÇÃO impactos ambientais positivos, e um aumento dos negativos.

PERMANENTES
 Programas Ambientais
PARA MANTER A QUALIDADE AMBIENTAL DA REGIÃO PROGRAMA AMBIENTAL DAS EDIFICAÇÕES E SUAS INFRAESTRUTURAS
E DA VIDA DA POPULAÇÃO BENEFICIADA PELO EMPREENDIMENTO Este programa apresenta as medidas a serem utilizadas para um funcionamento adequado
do empreendimento em sua fase de operação, com o objetivo de reduzir os impactos das construções

A implementação correta das medidas propostas no capítulo anterior exige ao meio ambiente.

uma estrutura definida e bem organizada. A implementação dos Programas Além disso, acontecerá durante a fase de construção do empreendimento e ao longo de

Ambientais previstos é tratada neste capítulo. todo o seu período de operação, havendo a necessidade de dar continuidade às medidas implantadas.
O programa torna-se o mais completo possível, já que considera uma série de questões, todas
. 36 .
PROGRAMAS RELACIONADOS COM APOIO ÀS OBRAS citadas a seguir:
• Transportes/Sistema viário

PROGRAMA DE GESTÃO DE OBRAS • Energia elétrica

• Abastecimento de água
O programa visa evitar que a fase de construção do empreendimento gere riscos aos
• Esgoto
funcionários e moradores da região, e reduzir os impactos ao meio ambiente, utilizando estratégias
• Drenagem
de saúde e segurança do trabalhador, controle de vetores, sinalização viária do canteiro de obras,
• Resíduos sólidos
de manutenção e regulagem de motores. O programa acontecerá ao longo do período de construção
• Arquitetura
do empreendimento para apoio não só dos funcionários como também dos moradores das áreas
• Iluminação
vizinhas à propriedade e dos usuários da estrada RJ-102.
• Paisagismo
PROGRAMAS RELACIONADOS À GESTÃO,
CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Este programa visa estabelecer um canal aberto de diálogo e relacionamento
com os diversos públicos envolvidos e/ou afetados direta e indiretamente com a instalação do
empreendimento. Cabe ao programa auxiliar na potencialização dos impactos positivos e na
minimização dos impactos adversos. Acontecerá durante todo o período de obras e dentre as ações
previstas destacam-se a elaboração de materiais informativos, o estabelecimento de uma ouvidoria
e as campanhas de comunicação face a face.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Este programa foi baseado no Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) que visa
a sustentabilidade em suas dimensões: social, econômica e ambiental. O objetivo é atingir grupos de
educadores e de educandos para a realização de um Diagnóstico Rápido Participativo, envolvendo a
Secretaria Municipal de Educação de Arraial do Cabo no planejamento das ações. Deverá acontecer durante
a fase de instalação do empreendimento se adequando ao calendário escolar.
PROGRAMA DE APOIO A CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA
Este programa busca criar condições e formas de desenvolvimento local à população
economicamente ativa residente na área de influência indireta, através de ações que visam estimular
e direcionar investimentos para novas oportunidades de emprego e negócios que surgirão com
o empreendimento. Propõe ainda, um sistema integrado ao desenvolvimento local e qualificação
profissional. Assim, trabalhará com três linhas de ação: Qualificação de Mão de Obra, Apoio a
Contratação de Fornecedores Locais; Divulgação de Oportunidades.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA TRABALHADORES
O programa propõe um conjunto de atividades para a conscientização de todos os
profissionais envolvidos na instalação do empreendimento, através de uma proposta de educação
. 37 .
ambiental baseada na construção coletiva, reflexiva e cidadã, prevenindo conflitos socioambientais
e contribuindo para a prevenção dos impactos indesejáveis. O programa terá início a partir da
instalação e funcionamento dos canteiros de obras e se estenderá por todo o período de implantação
do empreendimento, com previsão de 24 meses.
 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE CONTAMINAÇÃO DE LENÇOL FREÁTICO
Este programa visa o adequado monitoramento de contaminação do Lençol Freático
durante a construção do empreendimento. Com os resultados, será possível analisar e monitorar o
comportamento e a qualidade das águas nos aquíferos locais. A previsão é de que seja iniciado, no
mínimo, dois meses antes do início das obras, se estendendo até dois anos após o início da operação
do empreendimento.
O programa destaca-se pelas seguintes metas a serem cumpridas durante sua realização:
• Estabelecer uma equipe de monitoramento para atuar diariamente na área do empreendimento,
pelo menos um mês antes do início da instalação do empreendimento;
• Realizar campanhas de campo mensais de monitoramento na área do empreendimento;
. 38 .
• Fiscalizar constantemente a aplicação das diretrizes do programa;
• Poluição zero das águas subterrâneas e dos corpos d’água durante a construção e operação
do empreendimento;
PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO
O programa estabelece os procedimentos necessários para a diminuição dos impactos
ocasionados pela supressão da vegetação com a construção do empreendimento. De acordo com
os requisitos legais, nenhuma atividade de supressão da vegetação poderá ser executada sem a
autorização do órgão competente (Autorização de Supressão de Vegetação – ASV) que, no presente
caso, é o Instituto Estadual do Ambiente - INEA. Os procedimentos para execução deste programa
serão estruturados em etapas, visando sempre a supressão da vegetação, utilizando as melhores
técnicas disponíveis.
PROGRAMA DE APROVEITAMENTO E DESTINAÇÃO DA VEGETAÇÃO SUPRIMIDA
O programa consiste em medidas destinadas à disciplinar o aproveitamento dos recursos
florestais gerados por ocasião da supressão da vegetação. Dentre as principais medidas recomendadas
para o aproveitamento e destinação do material florestal suprimido, destacam-se: o potencial de uso
recomendado e a identificação da demanda social por esses produtos.
PLANO DE CONSERVAÇÃO DA FLORA
Este programa visa a definição das diretrizes e procedimentos para o salvamento, remoção e
realocação de material vegetal para fins de conservação. Espera-se que seja realocado o maior número
possível de espécimes das espécies da flora vindo da supressão da vegetação. As áreas prioritárias
para realocação serão comunidades semelhantes às de onde foram retiradas, em trechos preservados e
protegidos da ação do homem, ou em Unidades de Conservação do entorno.
PLANO DE REPOSIÇÃO FLORESTAL
Este plano busca minimizar o impacto ambiental vindo da supressão da vegetação pela
implantação do empreendimento, estabelecendo procedimentos e medidas a fim de compensar os
danos realizados. As atividades de reposição florestal deverão ser iniciadas conforme estabelecido
no Cronograma Geral da obra.
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA
Este programa apresenta as metodologias e ferramentas a serem utilizadas para o
monitoramento adequado da fauna, durante a construção do Ecoresort, visando minimizar os
impactos adversos causados pela construção e operação do empreendimento. Será iniciado,
no mínimo, dois meses antes do início das obras, devendo se estender até após o início da
operação.
As ações estão estruturadas em duas linhas principais:
• Monitoramento de fauna
• Resgate e translocação de fauna.

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS

. 39 .
O programa limitará as áreas identificadas como naturalmente suscetíveis à erosão e
apresentará as medidas cabíveis para estabilização das áreas já fragilizadas e/ou afetadas, visando
o controle dos processos erosivos. Será iniciado, no mínimo, dois meses antes do início das obras,
devendo se estender até três anos após o início da Operação do empreendimento.

PROGRAMA DE ARQUEOLOGIA PREVENTIVA

O programa visa o aprofundamento dos estudos sobre as áreas afetadas pela implantação
do empreendimento a fim de preservar áreas de interesse de resguardo ao patrimônio material
de cunho arqueológico e histórico-cultural. Dentre as principais atividades utilizadas no programa
estão: prospecção, monitoramento e resgate arqueológicos. O plano terá início em período anterior
ao início das obras, devendo se estender até o término das mesmas.
 Conclusões
O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de fornecer as informações necessárias
para subsidiar o licenciamento ambiental do EcoResort Massambaba, localizado no brejo do Espinho
em Arraial do Cabo.
O Ecoresort Massambaba tem como objetivo principal a preservação de uma das mais
notáveis formação de Restinga do Estado do Rio de Janeiro, por meio da ocupação criteriosa de áreas
de menor relevância ambiental dentro da propriedade como maneira de assegurar o financiamento
desta preservação.
. 40 .
O Ecoresort Massambaba é composto de 2 centros hoteleiros independentes, de uma
escola ambiental e a maior parte do seu território é dedicada a preservação. Os índices apresentados
nesse estudo mostram que a ocupação não foi feita para esgotar o potencial de ocupação da área,
mas foi feito a partir da geomorfologia do terreno e do claro entendimento da capacidade de carga
do mesmo.
Essa proposta vem sendo elaborada e aprimorada desde 2008 num processo participativo
incomum para empreendimentos desse tipo permitindo a adesão das comunidades do entorno,
das entidades ambientais regionais e outras entidades administrativas publicas. A componente
ambiental é na verdade uma diretriz estruturante do projeto uma vez que o turismo precisa do
ambiente equilibrado e estável para permitir o uso recreativo de parte da propriedade.
A primeira proposta apresentada na APA contemplava vários hotéis espalhados pela
propriedade, mas após consolidação desses estudos e detalhamento dos mesmos num formato de
Estudo de Viabilidade Ambiental foi apontada para maior eficiência da ocupação a necessidade
de se agrupar num local próximo a estrada os diversos equipamentos hoteleiros. Com esses dados
em mão a equipe de concepção do projeto percorreu o terreno -com a ajuda de GPS para correto
referenciamento- a procura do sitio mais adequado a ocupação, uma área plana sem dunas de
grande extensão junto a RJ-102.
Concomitantemente a parte de reserva projetada para o empreendimento vinha sendo
definida em função das características naturais do terreno e elaborada por meio de consultas a
Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP incorporando os fluxos naturais dos
ecossistemas locais para garantir a eficiência dessa preservação.
No cordão após a praia as trilhas abertas pelos bugre foram levantadas por topografo
para permitir uma ocupação sobre medida e a recuperação das formações vegetacionais existentes
anteriormente.
Pela localização e características do empreendimento, as interferências sobre os meios
físico e biótico ficaram restritas ao ambiente terrestre. Os impactos sobre os meios físico e biótico
(reais e potenciais) são de natureza negativa, enquanto que o meio socioeconômico é impacto de
forma positiva.
 O empreendimento quer representar um modelo de ocupação a ser estudado e monitorado estabelecidos. Os impactos avaliados sobre os meios físico, biótico e socioeconômico, de uma forma

uma vez que ele emprega soluções ambientais em todos seus componentes, sistemas e funções. geral, são pouco significativos e de baixa magnitude.

Inserido numa região com grandes investimentos em infraestrutura (abastecimento em água, A luz dos dados levantados no presente EIA, pode-se concluir que o Ecoresort Massambaba,

saneamento, estradas, pontes, despoluição da Lagoa de Araruama, criação do Parque Estadual da é ambientalmente viável (não deverá causar impactos significativos ao meio ambiente físico, biótico

Costa do Sol, aeroporto internacional de Cabo Frio, etc.) o empreendimento deve se caracterizar como e socioeconômico), uma vez que serão aplicadas as precauções necessárias à preservação ambiental,

incentivo a ocupação sustentável em ecossistemas costeiros numa região que possui um histórico de implementadas as medidas mitigadoras e os projetos propostos e atendidas as condicionantes

invasões e ocupação por extensos loteamentos. estabelecidas pelo INEA nas licenças ambientais a serem emitidas autorizando a instalação e

A avaliação de impactos realizada neste estudo aponta impactos ambientais compatíveis operação do empreendimento.

com a legislação, no respeito das leis e normas ambientais e em conformidade com os padrões

. 41 .
 Equipe Técnica
a
Coordenação Geral EIA-RIMA: Duarte Vaz

Coordenação RIMA: Agatha Franco

Textos:

O empreendimento: Catarina Flaksman

Meio Físico: Marcelo Motta

. 42 . Fauna: Érico Demari

Flora: Deivisson Farias

Socioeconomia: Agatha Franco

Impactos: Joelma Cavalcante

Programas Ambientais: Jéssyca Porto

Conclusão: Pierre Martin

Revisão de conteúdo: Agatha Franco e Jéssyca Porto

Projeto Gráfico e Diagramação: Tremä Produções Criativas

. 43 .
 2010/2011
. 44 .

Realização