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Departamento de Teologia

O Reino de Israel independente: de Jeroboão I a Zambri

Aluno: Willian Gomes Mendonça


Orientadora: Maria de Lourdes Corrêa Lima

Introdução
A dissolução do reino unido de Davi e Salomão nos últimos anos do século X a.C.
oferece bases importantes para a compreensão e formação dos futuros estados divididos no
território de Israel. A realidade constitutiva de um único reino unido começa desfigurar-se, e a
possível identidade que regia o único estado de Israel está ameaçada.
A Sagrada Escritura oferece ao leitor uma leitura teológica dos acontecimentos em
torno da divisão dos reinos que em muito difere dos dados arqueológicos. Todavia, as
descobertas arqueológicas promovem uma aproximação maior dos dados bíblicos e uma
leitura mais ampla das intenções teológicas impressas pelos escritores deuteronomistas na
composição do Livro dos Reis.
Assim, o presente texto busca conduzir o leitor pelas vias da Sagrada Escritura na
companhia da arqueologia tradicional e recente a cerca da constituição do Reino de Judá e do
Reino de Israel em duas monarquias distintas.

1 – Causas imediatas e remotas da separação dos dois reinos que constituíram o antigo
Israel

Após a morte de Salomão é importante considerar que existiram fatores que não foram
favoráveis aos seus sucessores. E por isso, qualquer tipo de comparação de Salomão com
aqueles que o sucederam seria simplificar demais e desconsiderar o contexto histórico que
acompanha cada personagem [1].

Salomão tem como sucessor seu filho, Roboão (926-910). Para que a entronização se
consolidasse em todo o território israelita, Roboão precisava não somente ser aclamado rei em
Judá e Jerusalém, mas também no Norte [2]. Roboão foi obrigado a dirigir-se para o antigo
centro cultual em Siquém e se submeter a negociações com Israel para efetivação de seu
poder como rei [3]. Aqui já se torna compreensível que havia uma tensão considerável entre
as tribos do Norte e as tribos do Sul. E que a unidade do reino de Israel não passava de uma
realidade pronta a se romper a qualquer momento [4]. A política de Salomão foi, por demais,

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opressiva no norte de Israel e somente sua mão poderosa foi capaz de conter o sentimento de
revolta das tribos do norte [5]. No entanto, é sabido que Jeroboão, alto funcionário da corte de
Salomão, voltou-se contra o rei em defesa de seu povo que sofria com os trabalhos forçados e
os altos impostos (1Rs 11,26). Jeroboão teve que fugir para o Egito para não ser morto por
Salomão. Com isso, é possível supor que entre as tribos do norte e as tribos do centro tenha
crescido um clima de hostilidade que desembocará na segunda revolta, quando Jeroboão será
nomeado rei em Siquém [6].

De tal forma, Roboão se apresenta aos conselheiros das tribos do norte para seu
estabelecimento como Rei. Todavia, os representantes das tribos do norte em Siquém pedem
em assembleia a Roboão um alívio nos tributos, isto é, na corveia que pesava sobre eles desde
seu pai Salomão. Roboão, seguindo a orientação dos jovens e desconsiderando a reflexão dos
anciãos, não sede ao pedido das tribos do norte. Em resposta a rejeição de Roboão, os
representantes de Israel expressaram: “Que parte temos com Davi? Não temos herança com o
filho de Jessé. Às tuas tendas ó Israel! E agora, cuida da tua casa, Davi!” (1Rs 12,16) [7].

A resposta dos representantes das tribos do Norte expressa mais que um rompimento e
divisão do reino. A separação do território em Reino do Norte e em Reino do sul não passava
de uma não renovação da união pessoal que havia entre Judá e Israel no tempo de Davi e
Salomão. Poderia chamar divisão uma realidade unificada. Mas a unificação não serve para
designar a relação entre Judá e as tribos do norte [8]. Já existia entre Israel e Judá uma relação
conflituosa e o desejo de independência das tribos do norte que fora reprimida mas não extinta
[9]. Os levantamentos arqueológicos na década de 1980 exprimem dados que contribuem para
a compreensão da distinção dos estados de Judá e Israel. Foram descobertos assentamentos ao
norte e ao sul na antiga Idade do Bronze (c. 3500-2200 a.C) e na antiga Idade de Bronze
média (c.2000-1550 a.C.) nas regiões referentes ao local posteriormente ocupados por Judá e
Israel. Os assentamentos ao sul e ao norte se apresentam como duas comunidades bem
distintas, de modo que as divisões no mapa da Antiga Idade de Bronze ao sul e ao norte
correspondem aos respectivos estados de Israel e Judá. Essas regiões ao Sul e ao Norte
estavam unidas por um único núcleo central que governava cada qual de modo particular. Pois
tanto o norte como o sul se situavam em regiões ambientais bem diferentes [10]. Nesta
perspectiva, é possível que a Tribo de Benjamim tenha firmado sua união com Jerusalém e
Judá. Em contrapartida, Efraim se uniu a tribo de Manassés e formou Israel [11].

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Todavia, a Sagrada Escritura vai expressar que a ruptura se deu segundo a vontade de
YHWH que designou o profeta Aías de Silo para proclamar Jeroboão (787-747) rei de Israel e
o profeta Semeías para deter a ação de Roboão sobre a rebelião [12]. Diferentemente de Davi,
a promessa de fidelidade de YHWH feita a Jeroboão tem uma condição: fazer tudo o que é
justo e digno de honra aos olhos de Deus [13]. Todavia, os profetas citados acima exprimem o
desejo de voltar a uma tradição de liderança mais antiga na qual a interferência da monarquia
não fosse tão profunda nas prerrogativas tribais e nem mesmo fosse promovido o culto de
deuses estrangeiros, como fez Salomão. Dizer que para aqueles que consideravam esta
tradição como liderança carismática, isto vai conduzir o Reino do Norte a não reconhecer a
dinastia davídica como direito concedido. Neste sentido, compreende-se que a entronização
de Jeroboão se deu do mesmo modo que a de Saul: designação profética e aclamação popular
[14]. A proclamação de Jeroboão como rei de Israel está para além de uma atitude
emergencial. O Reino do Norte tem a esperança de um rei que seja mais solícito aos interesses
tribais como foi o rei Saul. Nesse sentido, Jeroboão pode ser comparado com Moisés. Do
mesmo modo que Moisés, Jeroboão procede de um ambiente palaciano e se solidariza com
aqueles que estão sofrendo com a escravidão por causa da opressão do Faraó. Revoltado com
a injustiça que seus irmãos estavam passando, Moisés mata o egípcio e é ameaçado de morte.
Jeroboão teve que fugir porque Salomão queria matá-lo. Tanto um como outro têm seus
projetos fracassados e têm que fugir para não serem mortos. Deste modo, compreende-se que
esta comparação de Jeroboão com Moisés leva à constatação que a opressão sofrida pelas
tribos do norte por Salomão e depois por seu filho Roboão são comparadas a opressão do
Faraó para com o povo eleito. Toda esta constatação dá a possibilidade de afirmar que
Jeroboão e as tribos do Norte se inspiraram na ação do Deus libertador de seu povo no Egito,
de tal modo que, encontram no Êxodo motivo para lutar contra o sucessor de Davi e
constroem bezerros de ouro em ação de graças a YHWH por lhes restituírem a liberdade [15].

Segundo Antonius Gunneweg, a realeza carismática não está ligada somente à


instabilidade sucessiva em torno do trono, mas a uma tradição constitutiva do povo do Reino
do Norte no qual o líder é aquele preocupado em beneficiar e cuidar de seu povo. A partir
deste dado tradicional do povo de Israel, voltar-se contra o descendente de Davi era ser fiel as
suas origens [16].

Contudo, é notável que todos os reis do Reino do Norte tiveram sucessor no trono.
Esta constatação dificulta atribuir a Israel a característica de realeza carismática. Pois a
realeza carismática pelo qual a Sagrada Escritura caracteriza o Reino do Norte parece

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sobrepor uma realidade mais obscura: a disputas tribais e étnicas que deram origem aos
constantes assassinatos em torno do trono em Israel [17]. As tribos no Norte eram bem mais
numerosas que no Reino do Sul e ocupavam um imenso território que pode ter favorecido os
conflitos internos [18].

Portanto, Israel e Judá tinham muito em comum, tais como a língua, o culto a YHWH
e a mesma escrita, a partir do século VIII a.C., mas desde sempre a formação de Israel e de
Judá se apresentou de maneira diferente em consequência das características próprias de cada
região, dos acontecimentos históricos e o desenvolvimento econômico que lançará para o
futuro a possibilidade da formação de um estado independente nas regiões montanhosas ao
norte. Outro fator importante que corroborou a independência do Norte foi a invasão do faraó
Sesac do Egito por volta do século X a.C. no território israelita. Esta campanha do Egito não
foi muito além de Jerusalém e sua ação sobre as tribos do norte não foi tão impactante. Tudo
isso abriu caminho para que os assentamentos israelitas ao Norte, já em crescimento
demográfico e econômico, pudessem se expandir e formarem um reino independente [19].

Israel tinha certa supremacia em relação a Jerusalém no que tange a prodigalidade e


atributos próprios que faziam do Reino do Norte um país independente. Mas o que a Escritura
coloca como união entre o Norte e o Sul na realidade corresponde a uma reflexão teológica,
que coloca na época de Salomão a formação de um culto a YHWH que apresentaria o rei do
Sul como representante de Deus. Esta reflexão teológica levou em consideração todos os
deuses que eram cultuados em diversas partes do reino de Israel e atribuiu todo este culto a
um único Deus: YHWH [20].

Neste contexto, a insatisfação das tribos do Norte já se fizera presente durante o


governo de Salomão quanto à grande carga de tributos que pesavam sobre eles e a imposição
da corveia (trabalhos forçados para as construções de Salomão). As tribos do Norte
compreendiam que o único mandatário de YHWH, o rei, deveria lutar em prol de seu povo e
ser para estes segurança e força, como é descrito em 1Rs 12,7 [21]. Mas, pelo contrário,
Salomão promoveu grandes construções e um desenvolvimento econômico que colocou Israel
numa base diferente entre as duas partes do reino. O sistema tribal encontrava-se ameaçado e
o comprometimento social não era mais para com observância da aliança, mas para com o
Estado. Toda esta mudança e crescimento motivou o influxo de novos povos e, por isso, fez
nascer em Israel a disparidade crescente entre ricos e pobres, dominadores e dominados. Pois
havia a admissão dos ideais comuns ao antigo oriente próximo acerca da pessoa do rei como

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mediador entre Deus e o povo e como garantia da ordem social, sobretudo diante dos mais
desprotegidos (pobre, órfão, viúva). Para muitos, de modo especial as tribos do norte, o estado
era uma realidade intolerável [22].

2 - O início da monarquia no Reino do Norte


2.1 O reinado de Jeroboão I: extensão do território e o cenário político externo

Com a separação de Judá, o Reino do Norte tem como rei Jeroboão I. Este, por sua
vez, tem diante de si um desafio importante diante do grande e rico reino de Israel: criar um
estado independente. Inicialmente, era importante criar um novo centro político e cultual que
tinha se perdido com a não renovação da união pessoal entre Judá e Israel. Jerusalém, situada
no Reino do Sul, era o grande centro político e cultual que unia Israel e Judá. Todavia,
Jeroboão I percebe que para consolidar o novo estado era preciso criar uma estrutura política e
cultual própria [23]. O culto oficial era algo fundamental no mundo antigo [24]. Não que o
Reino do Norte não possuísse uma estrutura cultual e política própria. Mas não na mesma
dimensão que Jerusalém. Para Jeroboão I é muito claro o perigo que Jerusalém poderia trazer
para a autonomia do Reino do Norte. Com a peregrinação dos israelitas para Jerusalém
poderia acorrer o perigo de serem influenciados pela política pró-davídica e acabar afetando
substancialmente a formação do novo Reino do Norte [25]. Manter a peregrinação era
enfraquecer a lealdade do povo de Israel para com Jeroboão e fortalecer através da celebração
do culto a YHWH a sua aliança com Davi. Esta celebração expressava claramente que todos
os governos além de Davi eram ilegítimos [26]. Para romper com este perigo iminente,
Jeroboão I erigiu dois santuários, conforme o modelo davídico de Jerusalém, em Betel e Dã.
Estes dois lugares foram estratégica e inteligentemente escolhidos por Jeroboão. Betel ficava
a caminho de Jerusalém e poderia ser uma maneira de interceptar os peregrinos que iriam para
lá celebrar seu culto. Dã ficava no extremo Norte de Israel. Porém, nenhum dos dois
santuários possuía, como o santuário de Jerusalém, uma arca de YHWH. Jeroboão mandou
colocar nos dois santuários a imagem de um touro dourado [27].

Todavia, esta prática de Jeroboão para consolidar o Reino do Norte é fortemente


criticada pelos deuteronomistas em 1Rs 12, 26 -33. Este ato, segundo o primeiro Livro dos
Reis, levou Israel ao pecado e marcou profundamente sua história condenada ao fim. Mas a
visão de Jeroboão era puramente política, cujo objetivo não era afastar o povo de YHWH,
mas evitar através da presença de um bezerro de ouro que os israelitas se dirigissem para

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Jerusalém. O bezerro de ouro não era uma substituição de YHWH, mas uma retomada de
tradições mais antigas do Reino do Norte [28]. Neste contexto, Jeroboão não criou nada de
novo, mas resgatou o culto antigo de Israel fruto da junção de El com YHWH. O touro
representa a força de YHWH e, como tal, é o culto que está em conformidade com as velhas
tradições javistas quando comparado com as inovações de Jerusalém. Isto é o mesmo que
dizer que em Betel o povo de Israel adorava a YHWH como libertador do povo da escravidão
do Egito: experiência genuína do povo de Israel quando se refere a YHWH. Em Betel o
símbolo do touro era algo popular e próximo do povo diferentemente de Jerusalém onde a
arca ficava inacessível ao povo e somente os sacerdotes poderiam ter contato [29]. Assim,
como a arca representava a presença de YHWH perto de seu povo em Judá, o bezerro de ouro
representava a presença de YHWH em Israel. Porém, além de ser presença de YHWH, o
bezerro de ouro poderia ser o símbolo de um dos deuses cananeus da tempestade, que pouco
se distinguia de YHWH [30]. E, por isso, o culto do bezerro de ouro tenha sido rejeitado pelos
javistas de Judá. Estes, por sua vez, tinham medo que a aceitação do culto ao bezerro de ouro
do Reino do Norte incutisse no javismo tradições pagãs que gerassem confusão de YHWH
com Baal e pelo símbolo do bezerro de ouro estar associado ao culto de fertilidade [31].

É notável que o Reino do Norte não tivesse uma residência fixa, durante muito tempo,
para o monarca, mas um reinado ambulante, de modo que, Jeroboão I transitava entre Siquém
nas Montanhas da Samaria e Penuel na Transjordânia. E também utilizou, segundo 1Rs 14,17,
Tirza como capital. Nos anos iniciais de seu reinado, Jeroboão exercia seu governo em torno
destas três residências [32]. Todavia, esta demora em escolher uma residência fixa demonstra
uma insuficiente consolidação que se deu no Reino do Norte. Siquém estava localizada numa
região central do Reino do Norte. Mas, Jeroboão transfere-se para Penuel, na Transjordânia. A
mudança para Penuel, segundo Gunneweg, ocorreu devido a uma campanha do Faraó
Shoshenk I ao norte [33]. Além de Jerusalém, mais 150 cidades e aldeias foram saqueadas e
devastadas. As cidades cananéias de Rehov, Betsã, Taanak e Megiddo foram alvos da
dominação egípcia [34]. E isto se comprova pela descoberta de uma estela de vitória com o
nome de Shoshenk em Megiddo. Todavia, qual o motivo que levou Shoshenk a destruir as
cidades do vale de Jesrael e depois erigir uma estela de vitória numa cidade completamente
destruída como Megiddo? Assim, para alguns historiadores, estas questões parecem apontar o
Reino de Israel, em seus primórdios, como outro possível candidato a ter sido o destruidor das
cidades de Canaã. Desta ação egípcia ao norte nada se sabe sobre a reação de Jeroboão. Na

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lista de cidades conquistadas pelos egípcios em Karnak nem sequer aparecem citações a
região sul de Judá. O foco das invasões se concentrou ao norte nas regiões cananéias [35].

Além dos cananeus é provável que Shoshenk tenha devastado aldeias israelitas na
região montanhosa. A permanência dos egípcios nestas terras não foi duradoura [36], não
obteve sucesso e contribuiu para que a união entre a “Casa de José” e as tribos galiléias se
solidificassem [37]. Após o abandono destas conquistas ficou visível que as invasões não
foram tão devastadoras. Mas as invasões abriram caminho para que os povos das regiões
montanhosas, já em crescimento, se expandissem para as terras cananéias [38]. Esta investida
no território do Norte forçou Jeroboão a mudar de residência. Além da falta de uma capital, o
Reino do Norte sofreu fortemente com a falta de uma tradição dinástica que desse estabilidade
e organização ao novo estado de Israel separado de Judá. Todos os reis de Israel tentaram
estabelecer dinastia. Mas a tradição dinástica era sempre interrompida através de usurpações e
assassinatos [39]. Por detrás desta inconstância se esconde as disputas políticas tribais que
marcam a disputa em torno do trono do Reino do Norte [40].

A extensão territorial do Reino de Jeroboão (930-910 a.C.) abrangia a “Casa de José”


e uma pequena parte em Gile’ad, de modo que Tirza era a capital, Betel o local de culto mais
importante, Siquém lugar de reunião da assembleia popular e construções, Penuel lugar das
construções, e Silo lugar dos profetas, na fronteira ao sul lugar de guerra contra Judá e, a
oeste, lugar de guerra contra os filisteus [41].

2.2 A sucessão de Jeroboão I: de Nadab a Zambri

Após a morte de Jeroboão, seu filho Nadab (907-906) sobe ao trono e encontra
dificuldades e resistência quanto à continuação da dinastia. Esta instabilidade no trono pode
ser atribuída às constantes usurpações e revoltas no interior do Reino do Norte. A realeza
carismática imputada ao Reino do Norte não passa de sintomas desta instabilidade interna, de
modo que, inicialmente não faltaram tentativas de estabelecer uma tradição dinástica como
em Judá. Deste modo, Nadab é assassinado quando marchava contra os filisteus por Baasa de
Issacar (906-883) no acampamento militar em Gibeton [42]. Segundo 1Rs 15, 25-31, o
motivo da morte de Nadab, fruto de conspiração e assassinato, consiste em reproduzir os
mesmos pecados que seu pai Jeroboão. Baasa era provavelmente um dos oficiais do exército
que estava em campanha junto com Nadab e que, segundo 1Rs 16,2, recebeu, assim como
Jeroboão, designação profética para se estabelecer no trono de Israel [43]. Esta profecia,
proferida pelo Profeta Aías de Silo, dá início a longa série de usurpações e assassinatos em

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Israel [44]. Baasa é da tribo de Issacar em Jesrael e toma o poder em Tirza. E assim, como
Nadab, Baasa dará continuidade à oposição com Judá quanto à definição das fronteiras com
Israel. Mas, para isso, Baasa fortifica a cidade de Ramá a doze quilômetros de Jerusalém [45].
A fortificação de Ramá pode ser compreendida tanto como uma ação defensiva de Baasa ou
como uma atitude de expansão e crescimento de Israel. Todavia, Asa de Judá recorre ao
auxílio do arameu Ben-Hadade para atacar Israel no norte em troca de dinheiro vivo. A
presença dos arameus no norte de Israel fez com que Baasa deixasse Ramá e se dirigisse em
combate contra os arameus. Como consequência, Asa de Judá domina Ramá e a transforma
junto com Gaba e Masfa numa fortaleza contra Israel. O conflito entre Judá e Israel tem fim
com a vitória judaíta. Porém, a vitória judaíta teve que contar com a presença de inimigos
arameus na Galileia [46]. E Baasa sabia do perigo que os arameus representavam para a
consolidação territorial do Reino do Norte. Os arameus eram uma nação que tinha se
fortalecido, de modo paralelo a Israel, no reino de Damasco [47]. O reinado de Baasa dura
vinte e três anos. Em seu tempo, transferiu a sede do governo para Tirza, localizada na
montanha de Efraim. A centralidade de Tirza dura até o reinado de Amri [48]. E como todos
os usurpadores do trono no Reino do Norte, Baasa vai exterminar todos os descendentes da
família de Jeroboão I [49].

Baasa foi sucedido no trono do Reino do Norte por seu Filho Elá (883-882). Mas esta
tentativa de formar uma dinastia estável em Israel não se concretizou e não existiu,
primeiramente, por parte de Elá nenhuma tentativa de envolver-se nas realidades que
circundavam seu reino: a batalha contra os filisteus. Elá foi morto em Tirza, durante um
banquete na casa de um ministro do patrimônio público, por Zambri, comandante da
corporação dos carros de guerras reais. E como Elá, Zambri não juntou-se aos combates
contra os filisteus, mas preocupou-se em exterminar toda a descendência de Baasa. Todavia,
surgem novas separações: o exército popular não admitiu com tranquilidade estas revoltas
palacianas e proclamou rei o general Amri (882/878-871). Imediatamente, pararam a guerra
contra os filisteus e marcharam em direção a Tirza [50]. Percebendo que estava encurralado,
Zambri suicidou-se colocando fogo no palácio. Diferente de Jeroboão e Baasa, Zambri não
teve designação profética e nem apoio popular. Estes dois fatores dificultaram sua
permanência no trono. Mas, a vitória de Amri não foi imediata. Parece que houve disputas
entre facções rivais, de modo que outro nome foi apresentado: Tibni (882-878). E só depois
de alguns anos Amri pôde se estabelecer no trono de modo definitivo [51]. Estes dois partidos
podem ser configurados da seguinte maneira: um partido mais israelita em torno de Jezrael e

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outro partido mais cananeu em torno de Samaria, para onde, depois de alguns anos, Amri
transferirá a capital do Reino do Norte, depois de ter reinado seis anos em Tirza [52]. Estas
revoltas e assassinatos em torno do trono no Reino do Norte demonstra um enfraquecimento e
um poder que não atinge a periferia de Israel. O Reino do Norte está fracamente consolidado e
suscetível a instabilidades constantes. A própria ação de proclamarem Tibni como rei de
Israel, demonstra uma maciça resistência israelita contra a política religiosa de Amri [53].

O Reino do Norte no período entre Salomão e Amri alcançou grande crescimento e


consolidação territorial. Mas este avanço espacial não contou com o avanço da consolidação
institucional. Israel estava constantemente suscetível a violentas sucessões em torno do trono,
intervenções dos profetas, das assembléias, insatisfações das camadas populares, dos exércitos
e das tribos. As disputas tribais e suas preferências prevaleceram sobre a organização e sobre
o estabelecimento de uma monarquia estável [54].

3. A releitura da história
3.1. Os dados bíblicos referentes a este período

Os dados bíblicos sobre o Reino independente de Israel de Jeroboão I a Zambri


evidenciam uma releitura dos dados históricos de modo diferente de como eles se
apresentaram. O relato do cisma dos estados gêmeos no qual foram designados Israel e Judá
em 1Rs 12, 1-19 é consequência da infidelidade de Salomão ao permitir a culto a deuses
estrangeiros no seu Reino. Em 1Rs 11, 4-8, Salomão não foi fiel a YHWH como seu pai Davi
e não só permitiu o culto a Astarte, Melcon e Camos, como também venerou estes deuses por
influência de suas mulheres estrangeiras [55]. Segundo Rainer Albertz, a introdução de culto
estrangeiros no Reino de Salomão faz parte, assim como o casamento com as mulheres
estrangeiras, de uma diplomacia política de unidade com os estados vizinhos. Esta política de
diferentes relações com estrangeiros reflete-se na convivência pacífica de diversos cultos em
Jerusalém. Diferentemente do Reino do Norte, o Reino do Sul não é severamente condenado
pelo seu sincretismo cúltico. Esta realidade religiosa persistiu até a reforma de Josias [56].
Mas, diante da infidelidade, YHWH punirá Salomão com a promessa de entregar parte do
reino a um dos seus servos. Portanto, segundo 1Rs 11, 11-13, a promessa só se cumprirá
quando Roboão, filho de Salomão, assumir o reino no lugar de seu pai. O pecado de Salomão
compromete, em parte, a promessa de YHWH a Davi [57]. YHWH é sempre fiel. Os

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fracassos e os sofrimentos do percurso são determinados pela insistente infidelidade dos reis
[58].

O servo de Salomão que receberia de YHWH parte do Reino de Davi é Jeroboão. Para
confirmar a promessa de YHWH, o profeta Aías de Silo profetiza a Jeroboão e lhe entrega dez
pedaços de pano fazendo referência as dez tribos de Israel. Enquanto que Roboão receberá
apenas uma tribo. Em 1Rs 11, 31-39, o profeta anuncia a Jeroboão que a fidelidade da
promessa depende da sua fidelidade a YHWH. Enquanto Jeroboão for justo aos olhos de
YHWH, o seu reino estará seguro. Todavia, Jeroboão edificou para o Reino do Norte dois
santuários, Dan e Betel, e fez dois bezerros de ouro. Com o objetivo de descentralizar
Jerusalém como lugar de culto e como lugar político, Jeroboão é desobediente a YHWH ao
introduzir bezerros de ouro e induzir Israel ao pecado segundo 1Rs 12, 25-30. Em
contrapartida, Jeroboão recebe, diante do altar de Betel, de um homem de Deus provindo de
Judá, a profecia do fim do culto a falsos deuses em Israel pelo rei Josias, que só reinaria
depois de três séculos (1Rs 13, 1-2). Mas o descontentamento de Jeroboão não parou por aí.
Seu filho caiu doente e sua mulher se dirigiu até o profeta Aías de Silo que havia ungido
Jeroboão como rei de Israel. Aías de Silo profetiza a maldição de YHWH sobre a casa de
Jeroboão e sobre todo o Israel por causa de seus pecados. YHWH fará com que Israel veja
suas terras serem saqueadas e seu povo espalhados para além do Eufrates [59].

3.2 A linha teológica dos relatos

Estas quatro profecias remetem ao período em que o texto é escrito: século VII a.C.
Neste período, o Reino do Norte não mais existia e seu povo já havia se espalhado pelo
império assírio. Enquanto que Judá prosperava, crescia e afirmava ser o único herdeiro do
reino destruído de Israel. Um dos pilares que movia a ideologia e a teologia deuteronomista é
a centralidade do templo em Jerusalém em detrimento de Betel que ainda existia no início do
século VII a.C. Isto demonstra que Betel tornou-se ao longo do tempo uma grande ameaça
para o templo em Jerusalém. De modo que o fim do Reino do Norte e o triunfo de Josias em
Judá tornaram-se o centro do relato bíblico [60].

Neste contexto, parece estranha a visão que o historiador deuteronomista apresenta do


Reino do Norte e do Reino do Sul. Num primeiro momento, Israel e Judá são irmãos. Num
segundo momento, os dois estados apresentam fortes antagonismos. Todavia, como um texto
do século VII a.C., é importante compreender que o historiador encontra-se durante o reinado
do rei Josias de Judá. Este rei tem a ambição de crescer e reconquistar o reino perdido de

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Israel. E para sustentar esta ambição de Josias, a Bíblia apresenta Israel e Judá como estados
irmãos frutos de uma monarquia unificada dada por YHWH a Davi [61]. E como a divisão
entre Israel e Judá se deu pela infidelidade dos reis a YHWH, o reino protótipo deveria estar
unido novamente [62] tendo como sede Jerusalém. A estratificação deste reino se dá por causa
do pecado de Salomão, que compromete a promessa, mas não a anula, de modo que o
historiador deuteronomista vai enfatizar Josias como herdeiro de Davi e continuador da
promessa de YHWH [63]. Josias não queria apenas revitalizar o Reino de Judá, mas reunir
num único reino as dozes tribos de todo Israel [64]. E para isso, era preciso que os
historiadores centralizassem o culto em Jerusalém em detrimento do culto do Reino do Norte
[65]. Esta maneira de estabelecer uma conexão segura percorrendo toda história de Judá até
Davi demonstra-se o melhor caminho para impulsionar a volta ao reino protótipo de Davi e
Salomão. Todavia, este percurso é realizado levando em conta as fragmentações do Reino de
Israel [66]. Israel apresentava diferentes tradições religiosas que foram sendo combatidas,
apagadas e tidas como más pelo historiador deuteronomista, cujo objetivo era restaurar a
centralidade de Jerusalém e possibilitar que a era de ouro da época de Davi fosse revivida por
Judá no período do reinado de Josias. Mas isso só seria possível pela purificação de Israel
através da destruição de Betel. Após esta limpeza, o povo poderá se reunificar num único
território e num único culto celebrado a YHWH em Jerusalém. Esta abordagem está dentro da
perspectiva da narrativa bíblica que compreende a estratificação entre Israel e Judá não como
um ato final, mas como um castigo temporário imputado por YHWH. Esta realidade pode se
revertida se o povo deixar a idolatria e o culto aos ídolos e se voltar para YHWH de todo
coração [67].

Conclusão

A visão bíblica sobre a nova configuração do Reino de Davi a partir do cisma


demonstra que o nascimento do Reino do Norte é marcado profundamente pela quebra da
exploração sofrida na época de Salomão, exacerbada por seu sucessor, Roboão. A visão
bíblica explica o cisma também teologicamente, a partir do pecado de Salomão ao permitir o
culto a Deuses estrangeiros através de suas concubinas e junto a elas adorar deuses
desconhecidos. A divisão em dois estados é punição divina. O Reino do Norte, fruto de um
único Reino que se dividiu, nada mais é do que uma consequência da ação temporária de
YHWH em castigar a infidelidade de seu povo.
A inexperiente imprudência de Roboão, segundo a Arqueologia tradicional, vai ser o
pivô pelo qual as tribos do Norte, já inconformadas com a exploração de Salomão, irão

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decretar oficialmente a separação definitiva de Judá. Mas, para os historiadores, a realidade


unificada apresentada pela Sagrada Escritura seria mais propriamente um desejo do Reino de
Judá em reconquistar para si o Reino perdido e esquecido de Israel. Com o Livro dos Reis
escrito a partir do século VII a.C., época do rei Josias, os escritores deuteronomistas
alimentariam o desejo do rei de ampliar suas conquistas.
Os estudos arqueológicos sobre os territórios ocupados por Judá e Israel explicitam que
eles são duas realidades distintas marcadas cada qual com suas tradições e encerradas em
regiões ambientais diferentes. E cada território apresenta um lugar central como sede de
governo que regia de modo independente. As tribos do Reino do Norte eram muito mais
numerosas que as do Reino do Sul. Esta realidade pode ter contribuído bastante para as
constantes usurpações em torno do trono de Israel.
Segundo a visão bíblica, a promessa de YHWH feita a Jeroboão para ser rei de Israel
apresenta, diferentemente de Davi, uma condição: ser fiel. Se Jeroboão não for fiel a YHWH
e não cumprir seus ensinamentos, o Reino do Norte não poderá contar com a proteção e
benção de YHWH. Jeroboão I promoveu o culto ao bezerro de ouro ao instituir os santuários
de Dã e Betel. O pensamento político de Jeroboão estava baseado no resgate as mais antigas
tradições de Israel e no fortalecimento do novo reino que estava se estruturando. Sem um
santuário ao qual o povo pudesse oferecer suas ofertas e adorar a YHWH, o Reino do Norte
poderia contemplar o povo dirigir-se a Jerusalém. E isto se tornaria um grande perigo para
Israel. Em Jerusalém, o povo do Reino do Norte poderia ser influenciado por Roboão e voltar-
se contra Jeroboão. Para evitar este perigo, Jeroboão decide infundir, nos santuários
construídos, o culto ao bezerro de ouro. Este culto não seria uma idolatria do povo de Israel,
mas um resgate a antigas tradições do povo das tribos do norte.
Todavia, o Reino do Sul contempla as práticas religiosas do Reino do Norte como uma
religiosidade que muito se aproximava dos cultos pagãos. E isso poderia levar o povo a
afastar-se de YHWH e, por conseguinte, observar práticas estranhas, próprias de cultos
pagãos. Toda esta realidade apresentada pelos escritores deuteronomistas tem como objetivo
apagar toda a realidade que dilacerou o reino unido de Davi e Salomão. A idolatria é o pecado
que deve ser combatido e apagado para que o Reino do Sul e Reino do Norte possam tornar-se
uma só nação fiel a YHWH. É sabido que nesta época em que o Livro dos Reis foi escrito, o
Reino do Norte já havia sido dominado pelos assírios e seu povo dispersado. E Judá sente-se
responsável pelo resgate desta história que não passa de uma estratificação temporária. Pois o
reino protótipo deve unir-se novamente. Mas para isso é preciso banir todo pecado
representado pelo culto pagão no santuário de Betel, ainda existente na época do rei Josias, e

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ser fiel a YHWH tendo como único local de culto o templo de Jerusalém. Por fim, a
arqueologia recente contribui eficazmente ao apresentar através de dados concretos
características importantes de cada Reino que permitem ao leitor da Sagrada Escritura
vislumbrar o verdadeiro sentido da história tal como é contada, que tanto difere do que se
pode reconstruir historicamente.

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Referências Bibliográficas

1- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 273.

2- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 275 – 278.

3- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.164.

4- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 275 – 278.

5- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 282.

6- Cf. ABERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento, v.


1. Madrid, 1999, p. 259.

7- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 275 – 278.

8- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do
reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 278 -279.

9- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 283.

10- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 212-217.

11- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 141-142.

12- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 278-279.

13- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 228.

14- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 283.

15- Cf. ABERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento, v.
1. Madrid, 1999, p. 259-264.

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16- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.164-165.

17- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 160.

18- Cf. ABERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento, v.
1. Madrid, 1999, p. 198.

19- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 219-225.

20- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 154 - 158.

21- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.159.

22- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 274-280.

23- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.167.

24- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 274-289.

25- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 282.

26- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 290.

27- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 283 - 285.

28- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.169.

29- Cf. ALBERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento,
v. 1, p. 268-272.

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30- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 283.

31- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 291.

32- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 281.

33- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.167 - 168.

34- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 224-225.

35- Cf. SOGGIN, J. Alberto. Storia D’Israele, p. 303.

36- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 224-225.

37- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 142.

38- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 224-225.

39- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.167 - 168.

40- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 160.

41- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 142.

42- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 300-301.

43- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 292.

44- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,
p.167 - 170.

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45- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 162.

46- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005, p.
170-171.

47- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 144-145.

48- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005, p.
170-171.

49- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 301.

50- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão
do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 301 - 302.

51- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 292.

52- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.
São Paulo: Paulus, 1986, p. 163.

53- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de
Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005, p.
172-173.

54- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 145.

55- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 226 - 227.

56- Cf. ALBERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento,
v. 1, p. 275-276.

57- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 227.

58- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 381-382.

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59- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 227.

60- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 230-231.

61- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 231-232.

62- LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de Orlando
Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 382.

63- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 232

64- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 382.

65- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 232

66- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de
Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 385.

67- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 231-233.

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