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Fluxo Unidimensional

Ensaios de Condutividade Hidráulica

Prof. Fernando A. M. Marinho


2019
Movimento da água no solo

Fluxo Saturado Fluxo Não Saturado

Infiltração / Percolação

Movimento de vapor de água


A Natureza da Estrutura dos Solos

Meio contínuo com “aberturas” interconectadas por onde o fluído passa.

Por simplicidade podemos dividir os solos em dois tipos:

Areias Argilas

Partículas Partículas
macroscópicas microscópicas

Drenam facilmente Baixa permeabilidade

Baixa ascensão Elevada ascensão


capilar capilar

Não contraem Expandem e contraem


Distribuição Granulométrica

Porosidade Índice de Vazios


Vv Vv
n e
V Condutividade hidráulica Vs
e
Vv  V
1 e

 2
n  1  0.476 n  1   0.26
6 6
e  0.322 e  0.206
Vv  0.24cm3 (V  1cm 3 ) Vv  0.17cm 3 (V  1cm3 )
Energia Cinética (Energia de movimento)

Como surge a energia cinética?

Do trabalho realizado no “objeto”

F m
v0  0 vf
_
vf
d  vt  t
2

v v f  0 v f
aceleração   
t t t
_
1 2
trabalho  Fd  mad  ma v t  mv f  Energia Cinética
2
Energia Cinética de um Fluido em
Segunda Lei de Newton movimento é melhor expressa por unidade
de volume

Ec 
1 2 1 2
mv mv
2 Ec 2 1 2
Todas as coisas que se movem possuem energia cinética. É a   v
energia que um objeto possui devido ao seu movimento.
V V 2
Energia Potencial (ou Altimétrica) (Energia armazenada)
Do que resulta a energia potencial?

Da posição ou configuração do “objeto”, que possui capacidade de realizar um trabalho

m
Campo gravitacional Ea  mgh Força

Campo Elétrico m Ea  mgy


Campo Magnético h
y

Ea  0
Energia Potencial de um Fluido em
movimento é melhor expressa por unidade
A energia potencial gravitacional EP é a energia que um objetivo
de volume
de massa m possui em virtude de sua posição em relação à
superfície da Terra. Essa posição é medida pela altura h do
objetivo em relação a um nível zero arbitrário. É chamada de
Ec mgh
potencial porque possui o potencial de ser convertida em outra
formas de energia (e.g. cinética).   gh
V V
Energia de Pressão
Do que é a energia de pressão?

É a força por unidade de volume do fluido.

Pressão hidrostática Força F Fd Energia


Ep    
Área A Ad Volume
Pressão Osmótica

A pressão em um fluido pode ser considerada como uma


medida de energia por unidade de volume
Considere a água movendo-se da região 1 para a região 2 (mesmo volume)

h2 2
V O trabalho realizado para ir de 1 para 2 vale:

1 1
x2 𝑊1→2 = (2 𝑚𝑣22 + 𝑚𝑔ℎ2 )- (2 𝑚𝑣12 + 𝑚𝑔ℎ1 )

1
h1
V

x1 O trabalho é: 𝑊 = 𝐹𝑑
Existe uma força em 1 e 2 que é a
Pressão é:
𝐹
pressão da água atuando em uma área
P2A P= F =PA
𝐴
h2 2

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑊 = 𝐹𝑑 = 𝑃1 𝐴∆𝑥1 − 𝑃2 𝐴∆𝑥2 =(𝑃1 𝑉 − 𝑃2 𝑉)


𝜌=
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
x2 1 1
𝑊 =(𝑃1 𝑉 − 𝑃2 𝑉) = 2 𝑚𝑣22 + 𝑚𝑔ℎ2 − 2 𝑚𝑣12 + 𝑚𝑔ℎ1
𝑉 𝑉 1 1
P1A
÷ 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑚) 𝑊 =(𝑃1 𝑚 − 𝑃2 𝑚) = 2 𝑣22 + 𝑔ℎ2 − 2 𝑣12 + 𝑔ℎ1
𝑃 𝑃2 1 1
h1
1 multiplicando 𝑝𝑜𝑟 𝜌
𝑊 =( 1 − ) = 𝑣22 + 𝑔ℎ2 − 𝑣12 + 𝑔ℎ1
𝜌 𝜌 2 2
1 1
Equação de Bernoulli 𝑊 =(𝑃1 + 2 𝜌𝑣12 + 𝜌𝑔ℎ1 ) = 𝑃2 + 2 𝜌𝑣22 + 𝜌𝑔ℎ2
x1
Equação de Bernoulli
• Energia é sempre conservada

Energia por unidade de volume antes = Energia por unidade de volume depois

E p1 Ec1 Ea1 E p 2 Ec 2 Ea 2
    
V V V V V V
1 2 1 2
P1  v1  gh1  P2  v2  gh2
2 2
Energia de pressão Energia de Cinética Energia Potencial
por unidade de por unidade de
volume volume

 O fluido possui densidade constante.


 O regime do fluxo está estabelecido
 Não existe atrito

Ver também: Tindall & Kunkel (1999)


Equação de Bernoulli
Fluido:

• Incompressível (densidade constante)


• Em regime permanente
• Sem atrito
• Em fluxo laminar

1 2 1 2
P1  v1  gh1  P2  v2  gh2
2 2

P v2
 g para obter em altura de coluna do fluido   z  cte  hT
g 2 g

Para levar em conta a perda de energia devida a resistência viscosa nos poros a equação fica:

PA v A2 PB vB2
  zA    z B  h
 w 2g  w 2g

Perda de carga total


Uma velocidade de 0.1 m/s implica em uma carga cinética de 0,5mm

0.1m / s  0.0005m  0.05cm Areia


K = 10-2 m/s
PA v A2 P v2
  z A  B  B  z B  h
w 2g  w 2g

Logo:
PA PB
 zA   z B  h
w w

A carga Total em qualquer ponto vale:


P
hT  z
w
Equação de Bernoulli em solos

h

hA
A

B hB

zA zB
L

Carga Total em A Perda de carga de A para B


𝑢𝐴 ∆ℎ = ℎ𝐴 − ℎ𝐵
ℎ𝐴 = + 𝑧𝐴
𝛾𝑤
Gradiente hidráulico
Carga Total em B
𝑢𝐵 ∆ℎ
ℎ𝐵 = + 𝑧𝐵 𝑖=
𝛾𝑤 𝐿
Determinar as cargas hidráulicas no pontos indicados

hTA  hPA  h AA
0.8 m
1.2 m hTA  0.8  1  1.8m
A B
hTB  hPB  h AB
hTB  0.8  1  1.8m
1m
hTC  hPC  h AC
C
hTC  1.8  0  1.8m

0.8 m
1.2 m

A B

1m

C
Determinar as cargas hidráulicas no pontos indicados

h  0.8m
h
gradiente de perda de carga 
L
0 .8
i  0.22
3 .6
hTA  ( hPX  h AX )  i * 1.2
hTA  (1.8  1)  0.22 * 1.2  2.54m
1m
0.2 m

0.8 m
1.2 m
1.2 m A B
X 1.2 m

1m

C
Na tentativa de melhorar o sistema de purificação de água
do sistema de abastecimento de água de Dijon, na França
em 1856, Henry Darcy, estabeleceu a relação que governa
o fluxo de água em meios porosos saturados.

Henry Darcy (1803 to 1858)

h

hentrada L
hsaída
Q

Q
h entrada  hsaída
A

L
Lei de Darcy
Q - vazão
K – condutividade hidráulica
h
QK A
A - Área do permeâmetro

L h
 i  gradiente hidraúlico
L
Q v  Ki
 velocidade
A

Se i=1, k indica a velocidade de percolação da água


Classificação Esquemática de Fluxo em Solos

vD
R

v  velocidade
  densidade do fluido
  coenficiente de viscosidade
D  diâmetro médio das partículas

Tindal & Kunkel (1999)


h
pA
w
pB
w
hA
hB

zA s
zB

Referência arbitrária

h h
i   lim  Gradiente hidráulico
s 0 s s
pA p
Lembrando que a carga de velocidade
 z A  B  z B  h
(energia cinética) é muito pequena em
fluxo em meios porosos, assim: w w
p
A carga total vale: h z
w
Permeabilidade e Condutividade Hidráulica

w g
K  ki
w
Permeabilidade Intrinseca (m 2 )
Estrutural apenas, independe do fluido

Condutividade hidráulica (m/s)

21o C
kg
 w  densidade da água (998.08 )
m3
kg
 w  viscosidade da água (0.000979 )
ms
m
g  aceleração da gravidade (9.81 2
)
s
Métodos Indiretos para Determinação de K

• Areia limpa em estado fofo


K ou k (?)  CD10
2
Hazem (1911)
• C varia de 50 a 1000
• Usualmente se usa 100
Valores de C encontrados na literatura

 41 to 146: Taylor ~1948, p. 112,


 100 to 150: Leonards -1962, p. 119,
 100 to 1000: Mansur and Kaufman -1962, p. 260–261,
 100 to 150: Terzaghi and Peck -1964, p. 44,
 90 to 120: Cedergren -1967, p. 42,
 1 to 42: Lambe and Whitman -1969, p. 290,
 40 to 120: Holtz and Kovacs -1981, pp. 209–212,
 50 to 200: Terzaghi et al. -1996, pp. 73–74,
 100 to 150: Das -1997, p. 153,
 80 to 120: Coduto -1999, pp. 226–227.

 w mvTH 2 av
Ensaio de Adensamento K mv 
1  e0
t de
av 
dp
Condutividade Hidráulica (K)

•Tamanho dos grãos


•Arranjo das partículas (estrutura)
•Dispersão dos finos
•Densidade
•Descontinuidades
•Grau de saturação
•Natureza do fluido
Gradiente Crítico

h
• Resistência das areias é proporcional a tensão efetiva.
• Se ’ = 0 a resistência é nula e teremos areia movediça
z

L
  L sub  i w   0
'

h w
 sub
icrit 
w

 0
'
Determinação da Condutividade Hidráulica
Ensaios de Condutividade Hidráulica

Carga Constante Vazão Constante Carga Variável

Relativamente Relativamente
alta baixa
condutividade condutividade
Variação do volume

Carga Constante Carga Variável


dh h
q  a  KA
dt L
dh KA
  dt
h aL
h1 dh KA
h0 h  aL dt
 

KA
ln(h0  h1 )  t
L L aL
K V q
hAt hA
aL  h0 
K ln 
At  h1 

2.3aL h 
K log 0 
At  h1 
Cedergren (1967)
Permeâmetro de Carga Constante

Q  KiA
h
QK A
6 cm l

8 cm Conhecido
40 cm Conhecido
8 cm
Q l
K
A h
4.6 5
5 cm K  1.2 * 10 2 cm / s  1.2 * 10 4 m / s
314.16 6
4.6 5
K  9.2 * 103 cm / s  9.2 * 105 m / s
314.16 8
4.6 15
D  20cm K  1 * 10 2 cm / s  1 * 10 4 m / s
314.16 22
Q  276ml / min
Permeâmetro de Carga Variável

d  1cm

h0  50cm
t  1h
h1  30cm
aL  h0 
K ln 
At  h1 
D  10cm
L  20cm 2.3aL h 
K log 0 
At  h1 

2.3 * 0.785 * 20  50 
K log   2.8 * 105 cm / s  2.8 * 107 m / s
78.54 * 3600  30 
Permeâmetro de Carga Variável
“convencional”

“no ensaio de adensamento”


Permeâmetro de Vazão Constante

Aiban & Znidarcic (1989)


Areia

Relação entre o coeficiente de permeabilidade, tipo de solo e índice de vazios.


Lambe & Whitman (1969)
Kaolinita

Mesri and Olson (1971)


Ilita

Mesri and Olson (1971)

Smectita

Mesri and Olson (1971)


Água

Mesri and Olson (1971)


Compactação e Condutividade Hidráulica

Kenney et al. (1992)


(a) (b)
Efeito da estrutura na permeabilidade (a) efeito do grau de mistura (b) efeito da dispersão.

Lambe & Whitman (1969)


Oliveira & Marinho (2004)
Pinto (2000)
Permeâmetro de Parede Flexível (carga variável ou constante)
Permeâmetro com Membrana Flexível

Pressão controlada

Membrana

Disco poroso

Pressão confinante
Pressão confinante

Fluxo Disco poroso

Pressão controlada
Permeâmetro de Parede Flexível (carga variável ou constante)

10cm

 topo  100kPa
 base  150kPa

 3  200kPa

Cuidado!!!! – Usar carga hidráulica e não pressão na hora de calcular o gradiente hidráulico
Alguns erros comuns
Permeâmetro de Parede Rígida

• Fluxo preferencial pela parede.


• Qualidade da amostra.
• Aprisionamento de ar.
• Variação de temperatura.

Permeâmetro de Parede Flexível

• A contração ou expansão da amostra.


• Qualidade da amostra.
• Aprisionamento de ar.
• Variação de temperatura

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