PRIMEIROS DO PROJETO “ALÉM DO CENTRO SUL” Prof.dr. André Luiz Cavazzani - UNINTER andrexcava@gmail.com Prof.dr Carlos de Almeida Prado Bacellar - USP cbacellar@usp.br Exercício metodológico que tem por fulcro, justamente, detectar o fenômeno da exposição frente à ilegitimidade nas atas de batismo registradas no sistema NACAOB, analisando relações de paralelismo e convergência entre os mesmos. Limites e desafios:
conjunto de lugares e recortes muito heterogêneos,
recuperamos um total de quase 100 mil registros de batismos, onde estão inseridos os assentos de expostos, ilegítimos e demais crianças consideradas espúrias.
intervalo que vai de 1685 até 1889 e várias paróquias
coloniais e pós-coloniais em áreas que pertenceram ao conjunto da América Portuguesa. Muitas destas paróquias não tiveram a totalidade de seus livros de registro de batismo preservados, há lacunas. Os registros foram obtidos através do site Family Search, mantido pela Igreja Mórmon. Transcritos por equipes de iniciação científica sob supervisão de pesquisadores mais experientes. Desconfiamos de alguns deslizes de interpretação e erros de transcrição na entrada de dados. Santiago do Iguape parece ter sido a paróquia mais prejudicada no que se refere à regularidade dos assentos, com 86% de registros sem condição identificada.
Já a paróquia de N. S. da Apresentação, no Rio Grande do Norte,
é, depois de Santiago do Iguape, a segunda paróquia onde há forte volume de registros não qualificados, 39% se o vigário não explicitava por escrito a condição de legítimo, ilegítimo ou natural, isso talvez não seja suficiente para automaticamente classificarmos a criança sob a rubrica de condição ignorada ou desconhecida.
Já observamos, em transcrições que efetuamos, situações em que
o vigário diferenciava entre filho de João e Maria, e filho de João e sua mulher Maria. Qual seria a diferença? Livres e Escravos
Acréscimo de dados ITU
Foram considerados, em uma única curva, as crianças descritas
como ilegítimas, naturais e, em escala ínfima, adulterinas.
A forma de registrar os ilegítimos variava. Em alguns casos, todos
surgiam identificados como naturais; em outras, havia uma repartição entre naturais e ilegítimos. A ideia de se elaborar um grande banco de dados, o NACAOB, com dados paroquiais “para além do centro-sul”, é uma aposta mais do que justificada.
O fenômeno do abandono, e paralelamente o da ilegitimidade, apresentam
variações significativas no tempo e no espaço que, ao final e ao cabo, justificam que se prossiga no levantamento de um maior número de dados .
O acúmulo de maior número de registros permitirá que se elabore análises mais
detalhadas de caráter regional e sínteses
Estaria o abandono e a ilegitimidade intrinsicamente relacionada ao processo de
expansão das áreas urbanas? Estaria a atividade pastoral da Igreja influenciando tais fenômenos, ou seriam eles mais fortemente tocados pelas inflexões econômicas? São questões ainda aguardando um NACAOB ainda mais abrangente. OBRIGADO