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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO SEBASTIÃO–SP

Processo nº (numero do processo judicial)

Autor: (nome)

Ré: Prefeitura Municipal de São Sebastião / SP

Eu, (nome), já devidamente qualificado(a) nos autos do processo em epígrafe,

venho, perante Vossa Excelência, apresentar a presente RÉPLICA À CONTESTAÇÃO,

pelas novas alegações que passo a expor.

I – DOS FATOS

Os fatos, já encontram-se narrados na inicial, falam por si e é de meu

entendimento que a contestação é praxe na atuação jurídica dos que defendem a

municipalidade.

Todavia, tal contestação não merece prosperar pelo seguinte exposto:

II – PRELIMINARMENTE

a) DA AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL ALEGADA


O autor da contestação parece desconsiderar que não há na inicial qualquer

contestação quanto ao laudo que atestou fazer este requerente jus ao benefício de

periculosidade, não havendo necessidade de requerer à Administração Pública um

novo laudo de acordo com o Parágrafo único do artigo 142 da LCM 146/11.

Ainda neste contexto, foi protocolado um processo com a mesma solicitação

dentro da Administração Pública, sendo este indeferido e cuja negativa se encontra

anexa aos autos deste processo, comprovando ter o requerente esgotado a via

administrativa antes de recorrer ao Juizado Especial Cível, havendo, portanto,

interesse processual e restando infundada tal alegação exposta na contestação.

III – DO MÉRITO

a) DA PERÍCIA

O fato de não ter sido realizada uma perícia prévia a fim de constatar a

condição de periculosidade do exercício da função de Agente de Monitoramento

lotado no COI, ao que parece, é uma falha da própria Administração Pública ao criar

um cargo sem levar em conta todos os fatores envolvidos no exercício deste.

Ao mencionar a falta de prova pré-constituída, o autor da contestação

desconsidera o fato de que o laudo exarado pela municipalidade apenas vem atestar

uma condição pré-existente e inerente ao cargo, pois o material de trabalho do Agente

de Monitoramento constitui elemento probatório nas mais diversas lides cíveis e

criminais, além do fato de que os agentes têm contato constante com agentes de

segurança pública que portam armas de fogo constantemente.

O autor desta réplica tem plena ciência da consolidação de interpretação da

lei exarada pelo Superior Tribunal de Justiça referente à pedidos de pagamentos


retroativos do benefício referente à periculosidade, porém, tal referência não pode,

melhor dizendo, não deve desconsiderar as particularidades de cada caso, haja vista

que, diferente de demais funções que fazem jus a tal benefício, o cargo de Agente de

Monitoramento bem como suas condições de exercício da função não se alteraram

desde a posse no cargo.

Sendo imutáveis as condições e a função exercida, não há o que se falar em

presunção de periculosidade, mas sim na constatação de uma condição pré-existente e

que deve ser levada em consideração quando se tenta aplicar a decisão do STJ no

Processo 5005955-24.2014.4.04.7101/RS, pois além de não se tratar de uma súmula

ou ter efeito vinculante, o Magistrado detém em si o “iuris dictum” e pode, por seu

livre convencimento, julgar de forma diferenciada de acordo com as peculiariedades

de cada caso.

Aqui a contestação renega o fato de que, embora consolidações de

entendimentos e jurisprudências tenham um papel fundamental no entendimento e

aplicação das normas jurídicas, ainda assim cabe ao Juiz, na figura de Vossa Excelência,

a aplicação da lei de modo mais adequado a cada processo.

Reitero, apesar de mencionado à exaustão na contestação, que não se aplica

o conteúdo do parágrafo único do artigo 142 da LCM 146/2011 uma vez que não foi

feita qualquer alegação contrária ao atestado no laudo que reconheceu as condições

para a concessão do benefício da periculosidade.

O alegado entendimento do Informativo 624 do STJ de forma alguma ratifica a

Lei Complementar Municipal trazida “in verbis” na contestação, sendo trazido em seu

arcabouço apenas o fato de que há previsão do adicional de periculosidade no Artigo

139 da LCM 146/2011 e no parágrafo único do Artigo 142 da mesma lei vem
adisposição sobre a competência do Órgão Responsável pela Segurança do Trabalho

Municipal para elaborar o laudo de avaliação.

Vale salientar que tal competência também não é questionada na inicial.

Não há menção de que é de responsabilidade do servidor solicitar tal laudo ao

órgão competente sendo que esta avaliação deveria ser feita pelo mesmo em todos os

setores e para todos os cargos passíveis de receber os benefícios de periculosidade

e/ou insalubridade, ademais, os laudos apesar de atestarem as condições de

concessão do benefício na data de sua emissão, há de se considerar que as condições

são pré-existentes e não que surgiram na data da sua confecção visto que as condições

de trabalho permanecem inalteradas desde a posse no cargo por parte deste servidor.

A insistência árdua neste parco embasamento jurídico denota não haver a

devida base jurídica para fundamentar a contestação, restando a esta mero caráter

protelatório.

Da alegação de que o requerente não trabalhava em condições que

ensejavam o adicional de periculosidade antes da emissão do laudo e que não foram

produzidas provas, cabe mencionar que também não há provas produzidas que

contrariem o alegado na inicial havendo porém o laudo (juntado aos autos com a

presente) que atesta as condições de concessão do benefício e que são inerentes ao

cargo.

Em tempo, no tocante à jurisprudência posta às folhas de nº 46 à 49, vale

mencionar que a supra não possue relação com o cargo / função de Agente de

Monitoramento bem como suas atividades, tratando-se de um pedido referente à

insalubridade, não à periculosidade que é tratada nestes autos, o que parece uma
busca da outra parte em criar uma analogia in malan partem, algo inadimissível ao

nosso Direito.

Segue anexa a esta réplica uma jurisprudência pertinente a ser considerada

por se tratar de um caso em que o pleiteante exerce as mesmas funções sob as

mesmas condições para maior clareza e exemplo.

Por fim, ante a curiosa alegação de que os cálculos juntados à folha nº08 dos

autos não condizem com a realidade, conforme alega o Procurador Trabalhista,

gostaria que fosse demonstrado com fatos e cálculos o porque de tal alegação, haja

vista parecer uma mera conjectura carente de fundamentos para comprová-la.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto acima, requer-se:

1 – Sejam atendidos os pedidos da inicial;

2 – Seja declarada improcedente a contestação, haja vista sua falta de base

jurídica e sua desatenção para com o conteúdo da inicial;

3 – Se indeferida a réplica, que não seja o autor da inicial condenado a arcar

com as custas processuais e honorários pois comprometeria seu orçamento familiar

conforme as cópias de holerites juntadas aos autos do processo e em conformidade

com o Artigo 98 do Código de Processo Civil de 2015;

Termos em que, pede deferimento

São Sebastião, (dia)de (mês)de (ano)

(nome por extenso)


Agente de Monitoramento
Matrícula:_______

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