Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Espaços Vetoriais
Espaços Vetoriais
−→
(a) Vector AB de origem A e extremidade B.
Definimos
0 + v = v + 0 = v,
para qualquer vector v .
Se v = 0 ou α = 0, definimos αv = 0.
Referencial ortogonal no plano
Problemas envolvendo vectores podem ser simplificados
introduzindo um sistema de eixos perpendiculares — referencial
ortogonal.
Seja v um vector livre. Posicione-se v de tal forma que a sua
origem coincida com a origem do referencial.
v + w = (v1 + w1 , v2 + w2 )
Se v = (v1 , v2 ) e α ∈ R, então:
αv = (αv1 , αv2 )
e
4v = 4(1, −2) = (4, −8)
Referencial ortogonal no espaço
Tal como os vectores no plano podem ser representados por um
par de números reais, os vectores no espaço podem ser
representados por um triplo de números reais, introduzindo um
sistema de eixos perpendiculares.
v + w = (v1 + w1 , v2 + w2 , v3 + w3 )
Se v = (v1 , v2 , v3 ) e α ∈ R, então:
v − w = v + (−w ) = (v1 − w1 , . . . , vn − wn ) .
Em geral:
0n = 0 · v1 + · · · + 0 · vp .
Observe-se que:
(2, 0, 0) ∈< (2, 0, 0), (0, 1, −1) >
porque (2, 0, 0) = 1(2, 0, 0) + 0 (0, 1, −1)
(0, 1, −1) ∈< (2, 0, 0), (0, 1, −1) >
porque (0, 1, −1) = 0(2, 0, 0) + 1 (0, 1, −1)
Logo
{(2, 0, 0), (0, 1, −1)} ⊆ < (2, 0, 0), (0, 1, −1) >.
Em < (2, 0, 0), (0, 1, −1) > existem outros vectores para além de
(2, 0, 0) e (0, 1, −1), por exemplo (0, 0, 0), (2, 2, −2), (5, 1, −1).
Logo,
{(2, 0, 0), (0, 1, −1)}6=< (2, 0, 0), (0, 1, −1) >
Exemplo
< (1, 2, −1) > = {a (1, 2, −1) : a ∈ R} = { (a, 2a, −a) : a ∈ R}.
Exemplo < (0, 1, 0), (2, 2, 2) > = < (1, 1, 1), (1, 0, 1) > ?
Observe-se que:
(0, 1, 0) = (1, 1, 1) + (−1) (1, 0, 1),
(2, 2, 2) = 2 (1, 1, 1) + 0 (1, 0, 1),
(1, 1, 1) = 0 (0, 1, 0) + (1/2) (2, 2, 2),
(1, 0, 1) = (−1) (0, 1, 0) + (1/2) (2, 2, 2),
Atendendo à proposição anterior podemos concluir que
< (0, 1, 0), (2, 2, 2) > = < (1, 1, 1), (1, 0, 1) > .
Nota: Considere-se o espaço vectorial real R2 e os vectores (1, 0) e
(0, 1) .
Analogamente:
R3 = < (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) >,
R =< 1 > .
Dependência e Independência linear
Definição Sejam v1 , . . . , vp vectores de Rn .
I Quando p = 1, dizemos que o vector v1 é linearmente
dependente (l. d.) se é o vector nulo.
I Quando p ≥ 2, dizemos que os vectores v1 , . . . , vp são
linearmente dependentes (l. d.) se pelo menos um dos
vectores é combinação linear dos restantes vectores.
I Dizemos que os vectores v1 , . . . , vp são linearmente
independentes (l. i.) quando não são linearmente dependentes.
Exemplo Os vectores (2, 0, 1), (4, 3, 2), (0, −1, 0) são l. d. ou l. i.?
Observe-se que (4, 3, 2) = 2(2, 0, 1) + (−3)(0, −1, 0), logo os
vectores (2, 0, 1), (4, 3, 2), (0, −1, 0) são l. d.
O vector (2, 0, 1) é l. i. porque (2, 0, 1) 6= (0, 0, 0).
Nota: A propriedade dos vectores v1 , . . . , vp serem l. i. ou l. d. é
uma propriedade da sequência de vectores e não de cada vector
individualmente. Por isso também podemos dizer que o sistema de
vectores (v1 , . . . , vp ) é linearmente independente (ou dependente).
Exemplo Os vectores (1, 0, 0), (0, −4, −4), (−2, 1, 1) são
linearmente dependentes pois, por exemplo,
1
(−2, 1, 1) = (−2) (1, 0, 0) + (− ) (0, −4, −4).
4
Repare-se que, da igualdade anterior, resulta que
1
1 (−2, 1, 1) + 2 (1, 0, 0) + (0, −4, −4) = (0, 0, 0) .
4
Tem-se também
a1 v1 + · · · + ap vp = 0n .
a1 v1 + · · · + ap vp = 0n =⇒ a1 = · · · = ap = 0.
Logo:
v1 , ..., vp são l. i. se e só se o sistema AX = 0 é determinado
(só temos a solução nula)
v1 , ..., vp são l. d. se e só se o sistema AX = 0 é indeterminado.
Exemplo (−2) (1, 0, 0) + (−1/4) (0, 4, 4) + 1 (2, 1, 1) = (0, 0, 0),
logo os vectores (1, 0, 0), (0, 4, 4), (2, 1, 1) são l. d.
Observe-se:
(−2) (1, 0, 0) + (−1/4) (0, 4, 4) + 1 (2, 1, 1)+0 (1, 2, 3) = (0, 0, 0),
portanto também os vectores (1, 0, 0), (0, 4, 4), (2, 1, 1), (1, 2, 3)
são l. d.
2. < v1 , . . . , vp > = V .
Exemplo Vamos provar que ((1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)) é base de
R3 . Para a1 , a2 , a3 ∈ R,
a1 (1, 0, 0) + a2 (0, 1, 0) + a3 (0, 0, 1) = (0, 0, 0) =⇒
(a1 , a2 , a3 ) = (0, 0, 0) =⇒ a1 = 0 , a2 = 0, a3 = 0 .
Logo ((1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)) é linearmente independente.
< (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) > =
= {a1 (1, 0, 0) + a2 (0, 1, 0) + a3 (0, 0, 1) : a1 , a2 , a3 ∈ R} =
= { (a1 , a2 , a3 ) : a1 , a2 , a3 ∈ R} = R3 .
Portanto ((1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)) é base de R3 .
Definição Dizemos que ((1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)) é a base
canónica de R3 .
Mais geralmente, ((1, 0, . . . , 0), (0, 1, . . . , 0), . . . , (0, . . . , 0, 1)) é
base de Rn . A esta base chamamos base canónica de Rn .
w = a1 v1 + · · · + ap vp .
e o elemento (8, 7) de R2 .
Tem-se
(8, 7) = 8 (1, 0) + 7 (0, 1),
logo as componentes de (8, 7) em relação à base B1 são 8 e 7.
Como
(8, 7) = 2 (1, 2) + 3 (2, 1) ,
as componentes de (8, 7) em relação à base B2 são 2 e 3.
Proposição Seja V um subespaço vectorial de Rn . Então:
1. V admite uma base.
2. Todas as bases de V têm o mesmo número de vectores.
1. dim F ≤ dim V ;
L (A) =< (2, 1, 0, −1, 3), (0, 1, 0, −1, 2), (4, 1, 1, −2, 0) > .
C (A) =< (2, 0, 4), (1, 1, 1), (0, 0, 1), (−1, −1, −2), (3, 2, 0) > .
Seja
a11 a12 ··· a1n
a21 a22 ··· a2n
A= ∈ Mm×n .
.. .. .. ..
. . . .
am1 am2 · · · amn
Exemplo
1 −1 −−−−−→ 1 −1
A= L2 + 2L1 =B
−2 2 0 0
Temos
L(A) = < (1, −1), (−2, 2) > = < (1, −1) >= L(B).
Será que acontece o mesmo com o espaço das colunas? Não!
Temos (1, −2) ∈ C (A) e
C (B) = < (1, 0), (−1, 0) > = < (1, 0) > .
Logo, (1, −2) 6∈ C (B) e, portanto,
C (A) 6= C (B).
Exemplo
1 1 1
A = 0 −1 −1
2 4 0
dim(L(A)) = r (A)
e
dim(C (A)) = r (A).
r (A) = r (AT ).
L(A) = C (AT ).
Logo
dim(L(A)) = dim(C (AT )).
Aplicando a proposição anterior,
F = < (2, 2, 1, 0, 3), (0, 1, 1, 1, 0), (−2, −1, 0, 1, −3), (4, 5, 3, 1, 6) > .
2 2 1 0 3
0 1 1 1 0
Vamos determinar uma base de F . Seja A = −2 −1 0 1 −3 .
4 5 3 1 6
Efectuando transformações elementares nas linhas, temos:
2 2 1 0 3 −−−−−−→ 2 2 1 0 3
A −−−−−−−→
L3 + L1 0 1 1 1 0 L3 − L2 0 1 1 1 0
.
L4 − 2L1 0 1 1 1 0 L4 − L2 0 0 0 0 0
0 1 1 1 0 0 0 0 0 0
ut
u1
u1 ..
I w ∈< u1 , . . . , ut > se e só se as matrizes ... e .
ut
ut
w
têm a mesma caracterı́stica.
Aplicação aos sistemas de equações lineares
Sugestão:
1 0 3
0 2 3 −→ · · ·
1 2 t
Resposta: t = 6
Sistemas homogéneos
Exemplo
T = {(a1 , a2 , a3 ) ∈ R3 : 3a1 − 7a2 = 0 ∧ 2a1 + a2 − 5a3 = 0}
é subespaço vectorial de R3 porque é o conjunto das soluções do
sistema homogéneo
3x1 − 7x2 = 0
S=
2x1 + x2 − 5x3 = 0
dim(N(A)) = n − r (A).
Exemplo Seja
2 2 −1 0 1
−1 −1 2 −3 1
A=
1 1 −2 0 −1
0 0 1 1 1
Temos:
1 1 0 0 1 0
0 0 1 0 1 0
[A | 0] −→ · · · −→
0
0 0 1 0 0
0 0 0 0 0 0