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CURSO PROPRIEDADE INTELECTUAL – DAMÁSIO

AULA 01: DESENHO INDUSTRIAL

Desenho industrial: cuida da “beleza”, aparência externa do produto.


Funcionalidade nã o é abordada aqui.
MARCAS PATENTES
Bens da propriedade industrial sã o registrados no INPI.
Diferente da obra de arte, o desenho industrial possui aplicaçã o industrial, nã o
consistindo em natureza artística.
Obra de arte é protegida pelos direitos autorais.
Lei 9.279/96 – trata das formas de registro, modalidades e como se dá a extinçã o.
Convençã o da Uniã o de Paris (CUP) – BR é signatá rio, regras sobre desenho
industrial, principalmente no que consiste a prioridade de registro.
Instruçã o normativa n. 44/2015 – traz aspectos prá ticos do registro, como
apresentar requisitos frente ao pedido de registro no INPI. Em linhas gerais, serve
para normatizar a aplicaçã o da lei.
Conceito de Desenho Industrial:

Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plá stica ornamental (tridimensional) de um objeto
ou o conjunto ornamental (bidimensional) de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuraçã o externa e que possa servir de
tipo de fabricaçã o industrial.

Lei anterior (foi revogada) trazia a questã o do desenho industrial como patente,
hoje é REGISTRO.
Requisitos fundamentais ao Desenho Industrial: originalidade; novidade;
aplicação industrial; não impedimento (lei elenca os impedimentos).
 Novidade:
Como saber que o desenho é novo; quando nã o compreendido no estado da
técnica.

Significa aquele que é de conhecimento do pú blico especializado, desenho nã o é


mais novo.
Todavia, se jornal publica o desenho, ele entra no estado da técnica? Segundo a lei
revogada, ele entraria, nã o cabendo mais o direito do autor do desenho em
patenteá -lo.
A lei de 96 traz o estado do período de graça.

Período de 180 dias antes do depó sito para o registro, segundo o qual caso haja
conhecimento pú blico do desenho, o autor nã o perde o direito de registrar. Assim,
pode ocorrer a publicaçã o antes do registro.
Essa novidade foi muito positiva para os autores de Desenho industrial.
O professor trouxe uma jurisprudência em que no julgado analisado ocorreu o
depó sito do desenho durante a vigência da lei revogada (5772/71), porém registro
efetivado durante a vigência da nova lei. O autor foi beneficiado pelo período de
graça. Embora, exista a proteçã o legal, o recomendá vel é que o autor nã o faça a
publicaçã o antes do registro, pois levaria a discussã o e concorrência desnecessá ria.
 Originalidade

 Art. 97. O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuraçã o visual
distintiva, em relaçã o a outros objetos anteriores.

Pará grafo ú nico. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinaçã o de elementos
conhecidos.

Aná lise do julgado Ipanema x havaianas – nã o há originalidade.

 Aplicaçã o industrial

Art. 15. A invençã o e o modelo de utilidade sã o considerados suscetíveis de aplicaçã o industrial


quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indú stria.

Em alguns momentos se aplica regra de patentes para desenho industrial. Nã o existe nú mero de
referência, deve ser um produto que se desloca do conceito de obra de arte (protegida pelo direito
autoral) e produzida em todo e/ou qualquer tipo de indú stria.

 Nã o impedimento

1) Obra de cará ter meramente artístico – é protegida pelo Direito Autoral;

2) Contrá rio à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra e a imagem das pessoas;

3) Que fira a liberdade consciência, culto religioso ou ideia e sentimentos dignos de respeito e
veneraçã o;

4) Que tenha a forma comum ou vulgar do objeto – ex. nã o pode apresentar um cubo e tentar
registrá -lo como desenho industrial, é a forma comum do objeto; art.100

5) Determinada essencialmente por consideraçõ es técnicas ou funcionais – nã o é patente de


invençã o ou de modelo utilidade, o desenho industrial se refere apenas ao externo e nã o a
funcionalidade.

Deferimentos /indeferimentos do INPI sã o publicados na revista de Propriedade Industrial.

Produto pode ter parte patenteada (no que tange a sua funcionalidade) e a outra parte
registrada (no que consiste ao seu design), ambos pode ocorrer conjuntamente, contudo,
protegendo partes distintas de um mesmo produto.

Titularidade

Quem exerce?

Presunçã o relativa : (normalmente autor e titular sã o os mesmos, mas nã o necessariamente)

AUTOR: pode ser questionada a autoria, caso existam provas em contrá rio.

 Herdeiros ou Sucessores;

 Cessioná rios – desenho industrial é direito de propriedade temporá rio pode ser licenciado
e transferido a terceiro, contudo, deve ser averbado junto ao registro do INPI.
 Lei ou o contrato de trabalho ou de prestaçã o de serviços

Se o autor foi contratado como pesquisador utilizando todo o aparato da empresa, ele tem
sua autoria preservada, contudo a titularidade para realizar a exploraçã o do desenho
industrial é da empresa. Todavia, o mesmo nã o pode ser afirmado, se o autor nã o foi
contratado para este fim, por ex. contratado como segurança e desenvolve desenho sem
qualquer suporte da empresa, nesse caso é sua a autoria e a titularidade, perderia a
titularidade se a empresa concede o material técnico para tal.

Assim, em linhas gerais sempre é preservado o direito do autor e resguardada a


titularidade que é o direito de explorar o desenho economicamente.

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