Você está na página 1de 9

t)ol. t. Domingo t i òt tloormbro òt l.".VI. ti.

V,
t YftWVWIVVX\\YÍV\JVYíYIV\\ÍY*IVYN^^ t

O AMOR-PERFEITO
JORNAL CRITICO JOCOSO E l\STRIJCTIVO.

MALDONATA, o depositou aos pé» de sua bemfcilora, q u e


0 repartia diariamente pelos r e c é m - n a s c i -
OU A LEOA RECONHECIDA. dos que pareciam reconhecer estes desvrl-
IIOMANCE HISTÓRICO. los p o r dentadas innocente», e saltos ale-
M i fj35, fundando os hcspanhoes gres. Mas q u a n d o a edade lhes a p u r o u o
lUuenos-Ayres, sentiu logo a nova inslinclo de por si mesmo obterem a a l i -
?
colônia o efTeilo da f o m e ; e totlos mentação, esta família di«persou-se pelas
aquelles tpie iam p r o c u r a r ninnlimentos malas, e a leoa, cuja ternura maternal já
eram Irtieitl.ttlos pelo* selvagens, o q u e deu mais nada tinha a fazer na caverna, clesjp-
logar á p r o h i b i ç i o , »ob pena tle m o r l e , tle pareceu l a m b e m , e foi habitai n'um d e t r i -
sahirem das devesa» d o novo estabeleci to. Maldonala só, e sem subsistem ia, \ i u -
m e n t o . Dina m u l h e r , a q u e m a fome, sem sc obrigada a deixar a furna, temível a
d ú v i d a , dera animo para afrontar a m o r t e , tantos seres vivos, mas da qual a piedade
illtidiu a vigilância dos guardas collocailos lhe tinha feito um asvlo. Ksla mulher, pii-
d e r r e t l o r da colônia pura preservai-a tios votla com d ò r tia sociedade que lhe cia t i o
perigos q u e c o n i a . IMaliionata ( e r a o n o - cara, não conseguiu e r r a r por muito t e m -
me dtt transfujía i, tlepois tle ler vagado por po sem cahir entre as mãos dos indiçenas.
algum t e m p o p o r caminhos desconhecidos, 1 tua leoa a linha sustentado, e os homens
e e r m o s , e n t r o u em uma caverna a lim de a (i/eram escrava! D'ali ha pouco cila foi
r e p o u s a r - s e d o cansaço. Qual foi seu t e r - tomada pelos bespanhoe», q u e a levaram a
r o r e n c o n t r a n d o ahi uma leoa, e q u a n t o Bucnos-Avrcs. O governador, mais feroz
não ficou maravilhada vendo esla temivel d o que os leões, e os selvagens, não a j u l -
fera a p p r o x i m a r - s o - l h e com passo tardo, gando bastante punida pelos perigos, e ma-
afTogitl-a, c luinber-lhe as mãos com r u g i - les que linha s o f r i d o , o r d e n o u que ella fos-
dos de d ò r mais próprios a enterneccl-a d o se a m a r r a d a a uma a r v o r e n o meio dos
q u e a l t e r r a l - a ! Brevemente o hespanhola maios para m o r t e r de fome, ou ser paslo
r e c o n h e c e u q u e a leoa eslava p r e n h e , e q u e das feras. Dois dias depois, .IÍUIIS soldados
seus gemidos ei ani a linguagem de uma mãe foiam saber o destino da desgraçada victi-
q u e pede s o e c o r r o para d e p o r a carga q u e ina ; a c h a r a m - a cheia de vida n o meio de
a o p p r i m e . Maldonala ajudou a natureza tigres eslaimados, q u e de bocea aberta, não
no m o m e n t o d o l o r o s o em q u e cila concede se atreviam a accomineltel-* v e n d o - a pro-
pexarosa a todos os seres q u e nascem o dia, tegida p o r um leoa que com pequenos leões
e a vida, cuja d u r a ç ã o lhes deixa p o r tão q u e lhe estavam aos pes. Este espectaculo
pouco t e m p o . A leoa, felizmente soecorri- impressionou de tal modo os soldados,
da, foi e m busca d e a b u n d a n t e sustento, e que ficaram immoveis d e enternecimento,
vi 2 CD 2lnior-jJcrfcito.
>YYYXAJVYA\IY\YYYYJYAIYa^X\YJWIWY*Y\\YI\IV\IVY)YYYY CYJYftWYMIXftíYnWYIXNYftiNY/YYnVJYM ,

e terror. A leoa, vendo-os, separou-se da Pouco depois differentcs particulares ri-


arvore como para deixar-lhes a liberdade cos estabeleceram cm suas casas pequenas
de desatar a sua bemfeitora, mas quando loterias, pelo plano das grandes, c lauto
elles a quizeram levar comsigo, o animal goslo deu esle jogo, que se espalhou por
veio a passos lentos confirmar por earicias, totla a França.
doces gemidos os prodígios do reconhe- Então, como os Italianos alardeavam de
cimento, que esta mulher contava a seus li- ser os inventores d'esle jogo, um autiqua-.
bertadores. A leoa seguiu por algum tem- rio, não satisfeito tle lhes oppòr o Egypto,
po, acompanhada dos leões, as pegadas da que d'elle usava como um recurso de seu
hespanhola, dando todas as demonstrações commercio,desde tempo immcmorial, con-
tle respeito, e da verdadeira dòr que uma fundiu o orgulho d'esses pedantes, pu-
família faz sentir quando acompanha até o blicando investigações em que fez ver que
navio um pae, ou um filho querido que se os Centauros, e os Lapilas linham-sc bani-
embarca d'um porto da Europa para o do por causa da primeira loteria com que
novo mundo, tle onde talvez não possa vol- se depara na historia, eque tal partilha pela
tar. O governador, instruído tle toda a sorte era da mais remota antigüidade, pois
aventura pelos soldados, e tra/.ido por um que se pôde considerar como loterias a di-
habitante das florestas aos sentimentos de visão da Terra Santa entre os Israelitas, a
humanidade, que seu coração feroz tinha divisão que Lycnrgo fez da Laconia cm
calcado pis-antlo os mares, deixou viver trinta e nove mil parles, o rapto das Subi-
uma mulher que o céu linha lão visivel- nas, que foram distribuídas á sorte, etc.
mente protegido. Vé-sc ainda nos historiadores da antiga
Roma que os imperadores dispensaram
grandes liberalitlades ao povo, por meios
idênticos ás nossas loterias. Escrcviam-se
HISTORIA DAS LOTERIAS. sobre pequenas laboas os dons que tinham
de ser distribuídos, eram lançadas ao povo
CONTINUACVO D O ?i • ü 4 . ) depois dos espectaculos, e os que podiam
apanhar este gênero de bilhetes recebiam o
^ ^ OS lances felizes podia ganhar-se dez- objecto de que elles traziam o nome.
_L^I oito mil francês por um escudo. Os
ei iados, os avarentos e as beatas, ainda não Nero, e Tito fizeram muitas vezes d'esta*
se atiravam a este jogo por impulso de so- prodigalidades, que consistiam em bestas
nhos, porém os supersticiosos tinham lodo de carga, escravos, sommas de dinheiro,
o cuidado de comprar seu bilhete em dia de vasos preciosos, vestidos de luxo, etc.
algum santo milagroso. Haviam nada menos O imperador Heliogaballo, de odiosa
de novecentos e noventa e nove mil sobre memória, intreteve-se também com estas
mil que perdiam seu dinheiro como hoje, sortes de loterias tanto com seus coinmen-
e como hoje, as pessoas que queriam con- saes, como com o povo romano: mandava
servar a reputação de sensatez não jogavam escrever em conchas o nome dos objecto»
na loteria, ou se tomavam algum bilhete, que queria distribuir, c os oíficiaes as arrt»-
era com nome supposlo. Foi assim que javam á multidão; porém para melhor se
dois magistrados M. Parisot, e M. Gilbert divertir, eram esses objectos em parte de
tiraram duas sortes grandes, o primeiro valor real, e em parte ridículos*, de sorte
com o nome de PetitJean, e o segundo com que em quanto um portador de uma con-
o de fltscinti-j. cha recebia cem peças de ouro, outro cem
2tmor-|lrrff!to. 3
'i*Y^iXAlVVXaX\XAjY\X\XJVY\XJXY\YYY\YYYX\\Y\YAY\*V\\\Y-A\YXYX\XYXXXYYXXYYYXYXYXVXYXYXXXXY-

bonitos vasos, outro de/, libras, e l e . , seus l l V f i O DE GENEROMD \ D E MARBOTAL.

r
i! visiuhos recebiam, uns, de/, ovos, outros
dez libras de chumbo, e assim por diante, ~~s. i t x n o esboçamos um artigo |>ai i
tle modo que, como nossas loterias, era um \ o AHOR-PERFEITO, compendiando
verdadeiro jogo tle «caso; e, segundo noia ' i a'gumas das gentilezas do tngra-
Lampridius, e>le divertimento lanlo agra- * çado poeta, e faceto ncriptt.r da
dava aos romanos que só por isso elles se Marmota, nem pela idéa nos pas-
regozijavam tle ler lleliogabatlo por impe- sava que esse hyslnão da impren-
rador, sendo, como se sabe, um despresivel sa fluminense se v ingai ia de nós, fazendo
louco, um lyrawio, um monstro sedento de chover as seitas de suas ira» contra a
sangue e de carnagem. exlracção do AMOR P E R F E I T O . Pois éramos
demasiado generoso; d e um mercenário ga-
Póde-se dizer que entre os antiguos
ratujador tudo de máu devêramos esperar
Francos a divisão dnsdeepnjos era uma es-
para ao depois não nos arrependermos de
pécie de loteria, pois que se distribuía á
ainda suppol-o capaz de alguma cousa que
sorte; porém este jogo propriamente dito
esteja á cima de cuspir a baba de eslolida
só se estabeleceu em França no XVII s é -
truanice em quem quer que bem lhe apraz,
culo, e isto dcvitlo aos Italianos.
com tanto que d'ahi resulte tornar-se mais
O cardeal Mazarini, que era apaixonado
vendável o tal papelaxo marmotaI.
do j o g o , e uiaiormeutc do ganho, foi, «e-
gundo se diz, t t ucm primeiro deu á Frant a Vamos ao caso. Vendia-se o AMOR-PFR-
o divertimento dos loterias-, permittiu pois rriTO na rua tios Ourives n.° ti, e no lar-
o estabelecimento ilellas, que leve logar, go do Horto n." j ' ( . A prole pharmaceuti-
c
como já dissemos, em 1Í)'|4. logo que elle ca, que tem cara do maior drástico, eo
conheceu que esle divertimento agradava, cheiro II.IIIM abundo de i,lri> de craton, fez
quiz tomar parte n'eile: comprou uma uma romaiia por todas estas casus pedindo
enorme quantidade de jóias, e de fazendas que continuassem a iccehei o A M O R - F E R -
que tinham mais appareneiit do que valor rr.no, mas que o não evpo/essein á v e n -
real; le/. l o t e s ; o rei, a rainha, totlos os da! ! ! ?va primeira o homem baldeado da
empregados compraram bilhetes ao minis- Bahia para o Rio tle Janeiro conseguiu seu
tro, c cata loteria deu-lhe trezentos por fim, mas na outra honra seja feita aos
cento, a crèr-se nos contemporâneos. senhores d Y « a casa > o requerimento in-
qualificável do jogral foi indeferido!
Em fim, uns por divertimento, outros Não faremos mais commentos a esle ras-
por interesse todos os ricos fizeram lote- go de t vv \ i HHRISMO do Corregedor das
rias, a exemplo do cardeal; o joven Luiz dusias; elle falia por si, c em demasia mos-
X I V , a rainha mãe, e os piincipes também tra, sem ser por óculo tle Marmota, o que
as estabeleceram em seus palácios. Mas ao é o tal redactor Marmoteiro!
passo que a maior parte da genlc da moda Já que estamos com a mão na massa, fa-
se oeeupava com estes divertimentos fri- çamos mais uns bollos paia o jocoso es-
volos, formavam-se algumas do mesmo gê- criptor.
nero com um fim mais respeitável, como a Fm uin dos números da Marmota deu o
loteria de l/.""" de Lamoignon, cujo p r o - redactor como razão de a imprimir no e s -
dueto era destinado para o resgate dos tabelecimento do Sr. Paula Brito o ser .1
Franceses, capiivos cm Argel. sua casa uma COCHFIR v cheia dz /<,'/ietos, e
( Continuar-sr-ho.) que este nosso inlelligente impressor, e im-
portante cidadão, em recompensada prefe-
4 (D 3mor-|Jfrfcito.
(YYYXYYYYYYYYYXYXYXYYYXYYYXYVY-.YYYXYYYYYY^YYYYYWYUYlYYYYlYYYYYYYYYYYUVYVYYYYYYX»

rencia, d a v a - l h e uma quarta de farinha, hiogiaphia d o proingonisla, c os apaixona-


uma garrai a de cacliaza, c não sabemos dos tf este geuero tle tlescripçòes poderão
q u a n t o de bacalhau ( peixe, ou azorraguc, no n . " 8 d'aquelle periódico saciar o a p -
c o m o melhor lhe a g r a d a r t . Não tem lanta petite.
pata? O que quereria dizer com isto o E ' lão somente da representação que va-
Marmoteiro?... Sc não é um insulto, como mos tratar.
costuma, então não passa de um d e s s e s O Sr. Reis (Jacques VerdierJ com-
p.nios da sua tresloucada b o l a ; p o r q u e a p r e h e n d e u o papel soflYivelinenle ; porém
julgarmos faceeia, seria ella de fazer a r r e - o seu inelliodoilc declamar é péssimo, ealé
bentar as ilhargas de r i s o , mas s o m e n t e ao incommóda!...
Maiaa.lr.ni. E m qualquer dos casos, o Sr. Com t u d o façainos-lhe j u s t i ç a , foi quem
Paula Biilo que lhe dé os agraderimentos melhor entendeu o que Ia/ia. Fxceptuamos
por tão estupenda rccouiinendação a seu o S r . G u s m ã o e a S r a . Lu.lovina, porque
magnífico estabelecimento. eram papeis de pouca importância, e nào é
Consta, e nós o c r e m o s , que o engraça- em papeis taes q u e estes dois a d o r e s podem
do, cm uma das barcas da carreira de Nic- mostrar os grandes recursos artísticos de
lliciov, vendo uma senhora interessante, e que podem dispor.
bella, c o m o são as nossas patrícias, pediu Se para ser bom actor, é preciso gritar
ao marido que o deixasse applicar as beiço- d e s e s p e r a d a m e n t e , declaramos que o m e -
las na avelludada mão de sua respeitável lhor actor que ha no Rio de J a n e i r o é o Sr.
ciposa ! P e d r o J o a q u i m . Na v e r d a d e , esle Sr. firma
Luláo não está lão b o n i t o ? ! . . . . 0 q u e Ioda a sua sriencia artística nos gritos, cm
tíieiece aquelle q u e tem tão insólita ousa- mexer com os braços acreamenle, e tudo
dia»!!.... isto a c o m p a n h a d o d e não saber quasi nun-
Ju'g.iinos que a gaiatada d o R i o de J a - ca aquillo que representa, tornando-se por
ni-iio cieve lomar coiila do Prosj/cro, alé sobre maneira i n s u p p o r t a v c l . No que o Sr.
a r r a n j a r - l h e na Praia Vermelha melhor P e d r o Joaquim mostra ser grande, é em
c o m m o d o do que o q u e elle desfrueta, á mímica ! é pena q u e não haja no Rio de Ja- .
tripa forra, no mosteiro de S. Bento. neiro uma escola d'esla a r t e ; p o r q u e não
podiam achar um professor mais sublime do
q u e este S r . — P e r d e r i a a companhia dramá-
tica um dos seus melhores sustentaculos ;
mas o tempo a p a g a r - l h e - i a as saudades.
DE S. P E D R O D E A L Ç A A T A R A . A Sra. Adelaide Christina tem uma parti-
cularidade comsigo, e é essa a única pela qual
COMPANHIA DRAMÁTICA.
gostamos d'ella : q u a n d o está fatiando em
No tiia 3o d e o u t u b r o foi o beneficio tio scena ( s ó em scena é q u e lemos o gosto de
Sr. Gusu.ão com o drama Jacques lerdier. ouvir a sua vo/.y faz-nos l e m b r a r o estio na
Não diremos se a peça é boa ou má, p o r q u e nossa t e r r a ; p o r q u e é no estio q u e cantam
não é esse o nosso fim. Quem a foi ver r/es- as c i g a n a s .
s i noite, chorou ou não c h o r o u o seu dinhei- O s seus ah! ah! têm mais similhança
ro _confji m e o gosto tle cada um , e q u e m com os gi itos agudos de uma arara do que
a não viu pouco se lhe tlá com isso: demais, os ais soltados d ' u m peito martyrisado
um communicante d o Artista já n o s pôz em pela angustia. K' q u e esta Sra. conscia de
p i a t o s limpos e n u m a linguagem poética a que o seu declamar tem a v i r t u d e d o n a r -
BfSMjfá!
(D 3mor-$frffito. •* \\y^
fá^!2*l MYaY\YJY\AJYWY*IY\\Y\XYY\YXY\YXYYYY\\YW>< t YYYYYXXYYYYYXXYXXXXXYYYYYXVYVYYYYYYfcYYYYYYv t ~ ^ ^

colit o, e v e n d o o «OIIIIIO tpie se apodera dos d<- «rmsahoiia ; com tudo o actor ilo rom-
espectadores, quer por fort a tibiigal-tis a iritinic.-.do achou-lhe b e l l e / a s ! — Talvez!
estarem áleila paro ouvirem, a st n oezar, o elle que o cli/, <• por .jue tem seus motivos
seu parvo inelhoilo tle declamai ão. para assim o fazer. San gostos!... O Sr.
A mobilidade do roslo é-lhe desconhe- C. J. posta de semsaboi ias, e apresenta
cida ; ou na tlòr, ou na alega ia, o roslo tia como prova viva d'cste «eu gosto, o seu
Sia. Adelaide Cbii-lio.i eslá sempre impas- próprio artigo. Y
sível, como devei ia ser o tia estatua do Con-
vidado de Pi tira.'. y-3-er;
Nem toda a prcsumpção dVsta Sra. fará
com que o público a iipplautla; e se alguém THEATRO
lhe diz que cila é exeellcttfe actriz lique
ceila de que isso não passa tle um cumpri- D E S. JANUÁRIO.
mento banal, um galanteio tle bastidores.
o noTE nr. si SVNV.
Com tudo a Sra. Adelaide l c v e n ' e s l a
noite Irt-s purê» ( ! ) de mãos que lhe deram A falta tle tempo n.í > nos permille fallar
palmas ! .. da primeira representação d este drama,
Nao ha de ser por este caminho que n que leve logar na noite tle 5 do corrente.
mesma Sra. hade levar o seu nome á pos- Diremos somente que o público foi illinli-
tei idade! — Não; a sua fama hatle morrer do, porque julgan Io ir ver o papel de pro-
forrada antes de nascer logoinsia desempenhado por uma actii/,
iJíG^T' O Sr. C. .1. (o coinmunieante do Artista'' não teve noto i,i da mudança seoão depois
X Ú Q B J I deve ir á lypographiu pedir que lhe emen- tle ver em M-CII.I outra Su.iaiai. P i v i - n n ,
|<á*«^«t< tlem o artigo; não pude deixo- de ser erro tle não podermos elogiar nenhum dos a d o -
d'imprensa o di/er que a Si a. Adelaide, res; porque nenhum tlelles sabia o MU
r e p r e s e n t o u — b e m como n u n c a — ! Sup- papel.
pomos que o que o C. J. diz é que a tlila A Sra. Galu iclla, além tle i n o s i l e r a
Sra. — nunca representou bem—; e se com sua parte não comprehendeu o pen-amt i.to

1 eflVito quer di/er o primeira phiase per-


mitia que lhe digamos que se não c por iro-
nia é por ignorância.
dos autores tio drama. )

Gostamos do Si. José Cândido; desem"


penhou i seu papel magnificamente, ind a VARIEDADE.
que algumas vives lhe fosse preciso estar a
espera do ponto. — A maneira por que no s salteadores hespanhoes muitas ve/es
primeiro acto ( ao annos depois do prólo- roubavam t-am a maior polide/. e ale
go) vinha caracterisatlo, era magnilica, e com o chapéu na mão. Fm França d e s t i -
nada tinha de exnggeratla.
0 Sr. Monteiro litlieularisou demais o
lavam os v iandanles tpian Io havia a peca
tle forca p.ua o ladrão, e bojt
se em esvasiar as bolsas, porqi
>je conlertam-
, -'m
| A ^
seu papel. Nem tanto ! que d e s t e mo- fcV^TO
Nao vale a pena fallar na Sra. Grata e tio não se expõem senão >s gah s d o ide L ^ á
Paula Pias, porque são papeis de pouca im- podem ser soltos. N.i Ila'ia matam ás
portância. Com tudo luterana o que p o - /es os pobres caminluiios. sondo raro qu que IJX^I
dem m. deixem de respeitar os ecclesi.istieos. Km v- '-^*y

1. Finalizamos dizendo que o drama ó bello 181 S os sabe.idoies que infestavam as ira- [|/^\%
(D 2liuor-í,Jcrfctto.
YXYXVYYYYYYWXYYYYYYYYYYVYYXYYYX . YYYXYXXXYXYXY\Y*YYYYY*X\Y*VYWY*YY V l V V c I
: YXYYYXYY
A rosa que commeça a desdobrar-se!
mediações de Terracina encontraram uma Garbosa como a nuvem rarefeita
tarde alguns bispos, tpie apalparam cuida- Por suspiros de aragem matutina
dosamente com o chapéu na mão, e a quem Gemendo ao retirar da argentea phebe,
tomaram tudo quanto acharam; mas depois Cornada por cahellos negros, bellos
Como seus olhos só, e tão franzinos
du lhe terem roubado até as franjas dos Como os fios de orvalho de uma noite
cintos, pediram-lhe de joelhos a absolvi- Escura mas de horror não affeiada!
ção, e a benção episcopal; os bispos com- Eu a vi, e pelos poros
moveiam-se com esla pia súppliea, e os la- Um fogo se me coou,
drões os deixaram passar, depois de lhes Occulto incêndio em meu peito
Estragos rumorejou:
beijarem as mãos. Parece-nos que esle faclo Perplexo, fascinado, louco, mudo
caracterisa bem o salleador italiano. A contemplei; absorto era o mendigo
Que exhausto de esmolar sem ter esmolas
Depara c'um thesouro immensuravel!
VII.
A SYLPHO MEU CAPTIVEIRO.
Eu não amava.... amor!... não o sentia,
ou Senti-o, de roldão outro senti-me!
Esse immenso diamante que, incrustado
No ulto de montanha inaccessivel
Dardejava torrente de fulgores,
POEMA D E V. B.
Baldando hardido esforço cm conquistal-o,
AÍToito o conquistei, fui arrancal-o
(CONTINUAÇÃO DO N.° ANTECEDENTE.)
Subindo em aereostate d'esp'ranças.
Amo, amo, oh meu Deus! e quanto, e quanto
VI. Mais vejo a causa d'este amor immenso
Mais amo, mais padeço, mais espero.
A SYLPHO. Fui livre, e a liberdade me pesava
Como um fardo de insólito gravame
Era assim minha vida, eram meus dias Da indiffrença em transumpto me tornando;
Todos iguaes monótonos vividos. Stou preso pelos olhos de uma bella,
A' hora do rcpoiso ia lançar-me Por seus risos geniaes, por seus agrados;
Entre os braços do somno que dormia E, beijando os grilhões que ella lunçou-me,
Mal por elle chamava pressuroso; Ella faz-me reinar nocaptiveiro;
A' hora de accordar, eu despertava Permuta meus suspiros por suspiros,
Alheio de prazeres, e alegrias. Meus ais sentidos por seus ais de amante,
Indiffercnte a tudo, tudo via Dá-me olhares de tanguidez de morte
Pelos olhos de espirito tranquillo! Que um balsamo de vida em mim derramam,
Mas quando menos E de sem par ternura m'ennebriam.
Eu esperava,
Quando de amor
Eu nem curava, VIU.
X"cjo uma bella, O FUTURO.
Um ideal
De formosura Como era fallivel, insensata
Original. Minha crença de nunca ser ferido
Morena de um moreno avelludado, Por amante paixão profundamente!
Com olhos de fulgor ameno, e puro, Via olhos moverem-se profusos
E mais doce, e mais brando que a fulgencia Em lanços de ternura ameigadora,
De dous astros em céu de estiva noite; \'ia rostos aonde mil primores
Riudo-se como um anjo se sorrira, De graças se esbatiam, e por nunca
Desprendendo dos lábios um perfume De amor ficar subjeito, presumia
Subtil como o perfume que diffunde Rcfractario lhe ser, e sooranceiro!

mam
<B %mr~$nitHe. 7
', *IV%vamVtltMIWliXA!lfU^^
Loucura ! Eu erajgnoro navegante §ão olhos lão feilireiros,
0oi mares de paiiôei tempestuosas! Que se acaso fossem meus,
Meu baixei só.turcava manias agoas, ( Dados pela dona d'elle»,
E nunca dos tufões loflreu o encontro,
E nunca vellejou pelo oceano Me julgava um semidens ! !
Sobre a cerviz dai ondas a bramircm
Kugidos de procellas, e naufrágios! Mas ainda espero
Via mulheres, mas mulher ncm^imat
Via mil anjos, mus nào via um anjo, Que hei de os conquistar,
Via bellczu» que as feições dariam Para então fruir
Para a estatua de Zeuxis, mas nào via Delicias aein par!...
Um molde que podesse todas dar-lhe 1
Essa mulher, esse anjo,
Essa ivlpho. esse modelo
Que lonnava nos meus sonhos
Sem jamais conseguir >cl-o,
Eu achei, e é tão subido o (totó EPIGRAMMA.
D'esto achado felir. que, se não morro,
Tombem vida não lenho que me baste Aflirmam que an mui polido
Para tanto gozar, tanto oditar-me 1 Rabiscatlor da Marmota,
Be um por-vir de venturas só cogito,
Um futuro me brilha esperançoso Do mosteiro de S. Bento
Em horisonte claro, cm céu sereno forçam a baltcr a bota,
Do lu/entcs estrrllas recamado
Que as nuvens do penar não embaciam,
E o vapor da desgraça não marèa! Cns presumem ser devida
Esla súbita mudança
(C0KT1NÜAK-SB-HA.) A ir-sc estancando a fonte
Da conveutual papança.

A UÍVS UIJEOS. E, como prova segura


D'esta célebre asserção,
Os olhos de MAIVCIA. bella Di/r-ii que o hospede come
Não são uns olhos vulgares : Por dia um quintal de pão.
Dào vitla, paz e fortuna,
Mas lambem causam pezares. Outros ditem que, se os monges
A' margem o querem pôr,
SSo olhos (So bellos E' por já andarem tontos
De tanto brilhar, Do fartum do redactor.
* Que, só n'um lampejo,
Fajtem captivar! Outros em fim asseguram
Ser tudo isto devido
São dois olhos tao brilhantes, A, sendo o cujo hediondo,
Que outros iguaes nunca vi; Considerar-se um Cupido.
Nem posso agora contar
A ^vet-os o que senti.... Porém eu penso melhor
Do que estes amigos meus:
Têm certa magia, — Os frades não querem ter
Que matam de amor: O demo em casa de Deus.—
Causam mil delicias
Dão novo vigor!... X. P. T. O.
YYYYXXVYYY\YYX\XYYYYYYYYYYYXXXX^YYY\YYX\YIYY\Ym\X\Y(YaWiXYXYYVYVXAWU\(YJY^XAIY^YXYXYV«»

A' ILLM. 1 SRA.


üSlA^^^JÈaSU
23>o  > V B H&ã. i&o
Publicamos lambem hoje uma charadi-
nha sublime, com licença do polido, e mui Eterno amor ie concebe
desfructavel Marmota; mas daremos a Quando é tal um coração;—2
Um — i — antepondo, sou
decifrarão d'ella, porque não costumamos Vida, tempo, ou duração.— 2
a enganar ao público.
Bem que me occulte, Formosa Analia,
Sempre appareço; A natureza
Nem o estoico Dotou meu peito
Me nega apreço. Com tal fírmeN.

Fo.sem de mim, E a ti consagrando, oh! nvmpho adorada,


Também me chamam: A prova te dou do mais puro amor;
Como sou útil A elle sensível, faras, bella Analia,
Todos me amam.— 1 Felices os dias de teu amador.
Um Nume antigo C. G. DB MATTOS.
Mc transmudou,
Porque outro Nume -•. T i .*•
O avassallou.
-;--w-í"
Fiquei tal cousa, Se o general assim é
Que enfurecida, Rara vez é derrotado — 2
D'ella se afasta Se é de ferro, ou de bronze é mui ruim,
Quem preza a vida.—2 Se é do áureo metal é bum bocado.— 3
Xès no meu todo
Um elemento, E bom havel-a na guerra,
Que A qualquer parte Havel-a na poesia;
Dá incremento. E o que cm ulta escalla a tem
Possue de certo valia.
Outr'ora o Grego
Me abandonou,
Porque na honra
Quebra encontrou. Que bello perfume eu dou — 2
Sou vasilha mui cnmmum — 2
Os vates dizem Nos lyceus, e nas scholas
Que me hão de achar Eu aterro a mais de um.
Nu céu, no inferno,
Na terra e mar,

Ah! quantas vezes


A explicação tio logogrípho do
Dou fama aos reis, n.° antecedente ê :—Interro-
Prostro os tyrannos, gatório— e a das charadas:—4.'
Desprezo as leis!
Azafamado. — 2 a Relâmpa-
Qualquer pessoa go.— 3." Satyro.
Por mim almeja:
i.*»*#«. »•*#** ***•»•»*»«»«»•*»**••••••
Buscai-me dentro
Da Santa Igreja. Typ. CLÁSSICA de F. A. de Almeida
A. A. rua d a Valia, 141.






BRASILIANA DIGITAL

ORIENTAÇÕES PARA O USO

Esta é uma cópia digital de um documento (ou parte dele) que


pertence a um dos acervos que participam do projeto BRASILIANA
USP. Trata‐se de uma referência, a mais fiel possível, a um
documento original. Neste sentido, procuramos manter a
integridade e a autenticidade da fonte, não realizando alterações no
ambiente digital – com exceção de ajustes de cor, contraste e
definição.

1. Você apenas deve utilizar esta obra para fins não comerciais.
Os livros, textos e imagens que publicamos na Brasiliana Digital são
todos de domínio público, no entanto, é proibido o uso comercial
das nossas imagens.

2. Atribuição. Quando utilizar este documento em outro contexto,


você deve dar crédito ao autor (ou autores), à Brasiliana Digital e ao
acervo original, da forma como aparece na ficha catalográfica
(metadados) do repositório digital. Pedimos que você não
republique este conteúdo na rede mundial de computadores
(internet) sem a nossa expressa autorização.

3. Direitos do autor. No Brasil, os direitos do autor são regulados


pela Lei n.º 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. Os direitos do autor
estão também respaldados na Convenção de Berna, de 1971.
Sabemos das dificuldades existentes para a verificação se um obra
realmente encontra‐se em domínio público. Neste sentido, se você
acreditar que algum documento publicado na Brasiliana Digital
esteja violando direitos autorais de tradução, versão, exibição,
reprodução ou quaisquer outros, solicitamos que nos informe
imediatamente (brasiliana@usp.br).

Você também pode gostar