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Bolsonaro vê 'opiniões distorcidas' e

diz ao Mercosul que protege


Amazônia e populações indígenas
Na véspera, Inpe registrou nova alta histórica das
queimadas na floresta amazônica. Presidente pediu aos
colegas do Mercosul 'firme propósito' para assinar
acordo com a União Europeia.
Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília
02/07/2020 11h39  Atualizado há 2 horas

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Em reunião do Mercosul, Bolsonaro fala em opiniões ‘distorcidas sobre proteção da


Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (2) que o governo


brasileiro busca “desfazer opiniões distorcidas”sobre a atuação do Brasil na
proteção da floresta amazônica e dos povos indígenas. Ele disse ainda que o
governo tenta mostrar as ações que vem adotando nessas áreas.
Bolsonaro deu a declaração durante reunião de cúpula dos chefes de Estado
do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), realizada por
videoconferência em razão da pandemia do novo coronavírus.
"Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores
para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor a preservação, as
ações que temos tomado em favor da proteção da floresta amazônica e do
bem-estar das populações indígenas", disse Bolsonaro.
Bolsonaro deu as declarações um dia depois de novo registro de alta das
queimadas na floresta. O número de queimadas na Amazônia em junho foi o
maior observado para o mês desde 2007, segundo o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
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Em junho, Amazônia teve maior índice de focos de queimadas dos últimos 13 anos

Com base em imagens de satélite, o Inpe registrou aumento de 19,6% nas


queimadas em comparação com o mesmo mês no ano passado. Em junho de
2020, foram 2.248 focos ativos; em 2019, 1.880.
De acordo com o Inpe, a média histórica para junho é de 2.724 focos ativos de
queimadas no bioma Amazônia. Em junho de 2020, o índice ficou 17% abaixo
da média dos últimos 21 anos, mas o número não passava dos 2 mil desde
2007, quando houve 3.519 pontos de incêndio na floresta.
Acordo com a União Europeia
Bolsonaro abordou a preservação da floresta e o “bem-estar” dos indígenas ao
defender acordos comerciais do Mercosul com outros blocos comerciais, como
o de livre comércio com a União Europeia.
O Brasil tem sido criticado por políticos, ativistas e organizações não-
governamentais em razão da sua política ambiental, o que surge como um
empecilho a acordos de livre comércio. Nesse contexto, Bolsonaro afirmou que
seu governo tentará expor as medidas adotadas para preservar a Amazônia.
"Apelo a todos os presidentes para que, como eu mesmo fiz, instruam seus
negociados a fechar os textos. Atuemos com firme propósito de deixá-los
prontos para assinar neste semestre", afirmou o presidente.
"Ao mesmo tempo, nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com
diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e
expor a preservação as ações que temos tomado em favor da proteção da
floresta amazônica e do bem-estar das populações indígenas", completou.
O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia foi concluído em
2019, depois de 20 anos de negociações. Para começar a vigorar, o acordo
precisa ser aprovado pelos parlamentos dos países envolvidos. Alguns países
europeus vêm alegando que a posição do governo Bolsonaro com relação ao
meio ambiente é um empecilho para a ratificação do acordo.
No mês passado, deputados holandeses aprovaram uma moção contra a
ratificação, por causa da preocupação com a situação da Amazônia, entre
outros aspectos.
O presidente Jair Bolsonaro participou, ao lado do ministro das Relações Exteriores,
Ernesto Araújo, da videoconferência do Mercosul — Foto: Marcos Corrêa/PR

Mercosul
Em sua fala, Bolsonaro ressaltou que o Mercosul é o "principal veículo" para a
inserção do Brasil no comércio mundial.
A declaração contrasta com outros momentos em que o presidente pôs em
dúvida a permanência do Brasil no bloco. Em novembro de 2019, após a vitória
de Alberto Fernández na corrida presidencial da Argentina, Bolsonaro foi
questionado por jornalistas sobre a permanência do Brasil no Mercosul: "Tudo
pode acontecer", respondeu. Bolsonaro apoiava o rival de Fernández, o então
presidente Maurício Macri.
Durante a reunião desta quinta, o Paraguai passou ao Uruguai a presidência
temporária do bloco.
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