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Código Disciplinar dos Militares do Estado do Ceará


(Lei nº 13.407/2003 e suas alterações até a data de publicação do Edital)

Professora Giuliane Torres

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Legislação

LEI Nº 13.407, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2003

DOE nº 231, II – aos Magistrados da Justiça Militar;


de 02 de dezembro de 2003 III – aos militares reformados do Estado.
Institui o Código Disciplinar da Polícia Militar Art. 3º Hierarquia militar estadual é a ordena-
do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do ção progressiva da autoridade, em graus dife-
Estado do Ceará, dispõe sobre o comportamen- rentes, da qual decorre a obediência, dentro
to ético dos militares estaduais, estabelece os da estrutura da Polícia Militar e do Corpo de
procedimentos para apuração da responsabi- Bombeiros Militar, culminando no Governador
lidade administrativo-disciplinar dos militares do Estado, Chefe Supremo das Corporações
estaduais e dá outras providências. Militares do Estado.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. § 1º A ordenação da autoridade se faz por
postos e graduações, de acordo com o
Faço saber que a Assembléia Legislativa decre- escalonamento hierárquico, a antiguidade
tou e eu sanciono a seguinte Lei: e a precedência funcional.
§ 2º Posto é o grau hierárquico dos oficiais,
conferido por ato do Governador do Estado
CAPÍTULO I e confirmado em Carta Patente ou Folha
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS de Apostila.

Art. 1º Esta Lei institui o Código Disciplinar da § 3º Graduação é o grau hierárquico das
Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bom- praças, conferido pelo Comandante-Geral
beiros Militar do Estado do Ceará, Corpora- da respectiva Corporação Militar.
ções Militares Estaduais organizadas com base Art. 4º A antiguidade entre os militares do Es-
na hierarquia e na disciplina, dispõe sobre o tado, em igualdade de posto ou graduação,
comportamento ético dos militares estaduais será definida, sucessivamente, pelas seguintes
e estabelece os procedimentos para apuração condições:
da responsabilidade administrativo-disciplinar
dos militares estaduais. I – data da última promoção;
Art. 2º Estão sujeitos a esta Lei os militares do II – prevalência sucessiva dos graus hierár-
Estado do serviço ativo, os da reserva remune- quicos anteriores;
rada, nos termos da legislação vigente.
III – classificação no curso de formação ou
Parágrafo Único. O disposto neste artigo habilitação;
não se aplica:
IV – data de nomeação ou admissão;
I – aos militares do Estado, ocupantes de
V – maior idade.
cargos públicos não militares ou eletivos;

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Parágrafo Único – Nos casos de promoção Seção II
a primeiro-tenente, de nomeação de ofi- DOS VALORES MILITARES ESTADUAIS
ciais, ou admissão de cadetes ou alunos-
-soldados prevalecerá, para efeito de an- Art. 7º Os valores fundamentais, determinan-
tigüidade, a ordem de classificação obtida tes da moral militar estadual, são os seguintes:
nos respectivos cursos ou concursos.
I – o patriotismo;
Art. 5º A precedência funcional ocorrerá quan-
do, em igualdade de posto ou graduação, o ofi- II – o civismo;
cial ou a praça: III – a hierarquia;
I – ocupar cargo ou função que lhe atribua IV – a disciplina;
superioridade funcional sobre os integran-
tes do órgão ou serviço que dirige, comanda V – o profissionalismo;
ou chefia;
VI – a lealdade;
II – estiver no serviço ativo, em relação aos
inativos. VII – a constância;
VIII – a verdade real;
Seção I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES IX – a honra;

Art. 6º A deontologia militar estadual é consti- X – a dignidade humana;


tuída pelos valores e deveres éticos, traduzidos XI – a honestidade;
em normas de conduta, que se impõem para
que o exercício da profissão do militar estadu- XII – a coragem.
al atinja plenamente os ideais de realização do
bem comum, mediante: Seção III
DOS DEVERES MILITARES ESTADUAIS
I – relativamente aos policiais militares, a
preservação da ordem pública e a garantia Art. 8º Os deveres éticos, emanados dos valo-
dos poderes constituídos; res militares estaduais e que conduzem a ativi-
dade profissional sob o signo da retidão moral,
II – relativamente aos bombeiros militares,
são os seguintes:
a proteção da pessoa, visando sua incolu-
midade em situações de risco, infortúnio ou I – cultuar os símbolos e as tradições da
de calamidade. Pátria, do Estado do Ceará e da respectiva
Corporação Militar e zelar por sua inviola-
§ 1º Aplicada aos componentes das Corpo-
bilidade;
rações Militares, independentemente de
posto ou graduação, a deontologia policial- II – cumprir os deveres de cidadão;
-militar reúne princípios e valores úteis e
lógicos a valores espirituais superiores, des- III – preservar a natureza e o meio ambien-
tinados a elevar a profissão do militar esta- te;
dual à condição de missão. IV – servir à comunidade, procurando, no
§ 2º O militar do Estado prestará compro- exercício da suprema missão de preservar
misso de honra, em caráter solene, afirman- a ordem pública e de proteger a pessoa,
do a consciente aceitação dos valores e de- promover, sempre, o bem estar comum,
veres militares e a firme disposição de bem dentro da estrita observância das normas
cumpri-los. jurídicas e das disposições deste Código;

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V – atuar com devotamento ao interesse XV – zelar pelo bom nome da Instituição


público, colocando-o acima dos anseios Militar e de seus componentes, aceitando
particulares; seus valores e cumprindo seus deveres éti-
cos e legais;
VI – atuar de forma disciplinada e discipli-
nadora, com respeito mútuo a superiores XVI – manter ambiente de harmonia e ca-
e a subordinados, e com preocupação para maradagem na vida
com a integridade física, moral e psíquica
de todos os militares do Estado, inclusive profissional, solidarizando-se com os cole-
dos agregados, envidando esforços para gas nas dificuldades, ajudando-os
bem encaminhar a solução dos problemas no que esteja ao seu alcance;
surgidos;
XVII – não pleitear para si, por meio de ter-
VII – ser justo na apreciação de atos e méri- ceiros, cargo ou função que esteja sendo
tos dos subordinados; exercido por outro militar do Estado;
VIII – cumprir e fazer cumprir, dentro de XVIII – proceder de maneira ilibada na vida
suas atribuições legalmente definidas, a pública e particular;
Constituição, as leis e as ordens legais das
autoridades competentes, exercendo suas XIX – conduzir-se de modo não subservien-
atividades com responsabilidade, incutin- te, sem ferir os princípios de hierarquia,
do este senso em seus subordinados; disciplina, respeito e decoro;

IX – dedicar-se em tempo integral ao ser- XX – abster-se do uso do posto, graduação


viço militar estadual, buscando, com todas ou cargo para obter facilidades pessoais de
as energias, o êxito e o aprimoramento qualquer natureza ou para encaminhar ne-
técnico-profissional e moral; gócios particulares ou de terceiros, exercer
sempre a função pública com honestidade,
X – estar sempre disponível e preparado não aceitando vantagem indevida, de qual-
para as missões que desempenhe; quer espécie;
XI – exercer as funções com integridade e XXI – abster-se, ainda que na inatividade,
equilíbrio, segundo os princípios que re- do uso das designações hierárquicas em:
gem a administração pública, não sujeitan-
do o cumprimento do dever a influências a) atividade político-partidária, salvo quan-
indevidas; do candidato a cargo eletivo;

XII – procurar manter boas relações com b) atividade comercial ou industrial;


outras categorias profissionais, conhecen-
c) pronunciamento público a respeito de
do e respeitando-lhes os limites de com-
assunto militar, salvo os de natureza técni-
petência, mas elevando o conceito e os pa-
ca;
drões da própria profissão, zelando por sua
competência e autoridade; d) exercício de cargo ou função de natureza
civil;
XIII – ser fiel na vida militar, cumprindo os
compromissos relacionados às suas atri- XXII – prestar assistência moral e material
buições de agente público; ao lar, conduzindo-o como bom chefe de
família;
XIV – manter ânimo forte e fé na missão
militar, mesmo diante das dificuldades, de- XXIII – considerar a verdade, a legalidade e
monstrando persistência no trabalho para a responsabilidade como fundamentos de
superá-las; dignidade pessoal;

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XXIV – exercer a profissão sem discrimina- XXXV – manter atualizado seu endereço
ções ou restrições de ordem religiosa, polí- residencial, em seus registros funcionais,
tica, racial ou de condição social; comunicando qualquer mudança;
XXV – atuar com prudência nas ocorrências XXXVI – cumprir o expediente ou serviços
militares, evitando exacerbá-las; ordinário e extraordinário, para os quais,
nestes últimos, esteja nominalmente esca-
XXVI – respeitar a integridade física, moral lado, salvo impedimento de força maior.
e psíquica da pessoa do preso ou de quem
seja objeto de incriminação, evitando o § 1º Ao militar do Estado em serviço ativo
uso desnecessário de violência; é vedado exercer atividade de seguran-
ça particular, comércio ou tomar parte da
XXVII – observar as normas de boa educa- administração ou gerência de sociedade
ção e de discrição nas atitudes, maneiras e empresária ou dela ser sócio ou participar,
na linguagem escrita ou falada; exceto como acionista, cotista ou comandi-
XXVIII – não solicitar publicidade ou provo- tário.
cá-lo visando a própria promoção pessoal; § 2º Compete aos Comandantes fiscalizar
XXIX – observar os direitos e garantias fun- os subordinados que apresentarem sinais
damentais, agindo com isenção, eqüidade exteriores de riqueza, incompatíveis com
e absoluto respeito pelo ser humano, não a remuneração do respectivo cargo, pro-
se prevalecendo de sua condição de auto- vocando a instauração de procedimento
ridade pública para a prática de arbitrarie- criminal e/ou administrativo necessário à
dade; comprovação da origem dos seus bens.

XXX – não usar meio ilícito na produção de § 3º Aos militares do Estado da ativa são
trabalho intelectual ou em avaliação pro- proibidas manifestações coletivas sobre
fissional, inclusive no âmbito do ensino; atos de superiores, de caráter reivindicató-
rio e de cunho político-partidário, sujeitan-
XXXI – não abusar dos meios do Estado do-se as manifestações de caráter individu-
postos à sua disposição, nem distribuí-los al aos preceitos deste Código.
a quem quer que seja, em detrimento dos
fins da administração pública, coibindo, § 4º É assegurado ao militar do Estado inati-
ainda, a transferência, para fins particula- vo o direito de opinar sobre assunto político
res, de tecnologia própria das funções mi- e externar pensamento e conceito ideológi-
litares; co, filosófico ou relativo à matéria pertinen-
te ao interesse público, devendo observar
XXXII – atuar com eficiência e probidade, os preceitos da ética militar e preservar os
zelando pela economia e conservação dos valores militares em suas manifestações es-
bens públicos, cuja utilização lhe for con- senciais.
fiada;
XXXIII – proteger as pessoas, o patrimônio
e o meio ambiente com abnegação e des- CAPÍTULO III
prendimento pessoal;
DA DISCIPLINA MILITAR
XXXIV – atuar onde estiver, mesmo não es-
tando em serviço, para preservar a ordem Art. 9º A disciplina militar é o exato cumpri-
pública ou prestar socorro, desde que não mento dos deveres do militar estadual, tradu-
exista, naquele momento, força de serviço zindo-se na rigorosa observância e acatamento
suficiente; integral das leis, regulamentos, normas e or-

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dens, por parte de todos e de cada integrante ção irresistível ou sob estreita obediência à
da Corporação Militar. ordem, não manifestamente ilegal, de su-
perior hierárquico, quando só será punível
§ 1º São manifestações essenciais da disci- o autor da coação ou da ordem.
plina:
I – a observância rigorosa das prescrições
legais e regulamentares;
CAPÍTULO IV
II – a obediência às ordens legais dos supe- DA VIOLAÇÃO DOS VALORES,
riores;
DOS DEVERES E DA DISCIPLINA
III – o emprego de todas as energias em be-
nefício do serviço; Seção I
IV – a correção de atitudes;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
V – as manifestações espontâneas de aca- Art. 11. A ofensa aos valores e aos deveres vul-
tamento dos valores e deveres éticos; nera a disciplina militar, constituindo infração
administrativa, penal ou civil, isolada ou cumu-
VI – a colaboração espontânea na discipli- lativamente.
na coletiva e na eficiência da Instituição.
§ 1º O militar do Estado é responsável pelas
§ 2º A disciplina e o respeito à hierarquia decisões que tomar ou pelos atos que pra-
devem ser mantidos, permanentemente, ticar, inclusive nas missões expressamente
pelos militares do Estado, tanto no serviço determinadas, bem como pela não-obser-
ativo, quanto na inatividade. vância ou falta de exação no cumprimento
de seus deveres.
§ 3º A camaradagem é indispensável à for-
mação e ao convívio do militar, incumbin- § 2º O superior hierárquico responderá solida-
do aos comandantes incentivar e manter a riamente, na esfera administrativo-disciplinar,
harmonia e a solidariedade entre os seus incorrendo nas mesmas sanções da transgres-
comandados, promovendo estímulos de são praticada por seu subordinado quando:
aproximação e cordialidade.
I – presenciar o cometimento da transgres-
§ 4º A civilidade é parte integrante da edu- são deixando de atuar para fazê-la cessar
cação policial-militar, cabendo a superio- imediatamente;
res e subordinados atitudes de respeito e
deferência mútuos. II – concorrer diretamente, por ação ou omis-
são, para o cometimento da transgressão,
Art. 10. As ordens legais devem ser prontamen- mesmo não estando presente no local do ato.
te acatadas e executadas, cabendo inteira res-
ponsabilidade à autoridade que as determinar. § 3º A violação da disciplina militar será tão
mais grave quanto mais elevado for o grau
§ 1º Quando a ordem parecer obscura, o hierárquico de quem a cometer.
subordinado, ao recebê-la, poderá solicitar
que os esclarecimentos necessários sejam § 4º A disciplina e o comportamento do mi-
oferecidos de maneira formal. litar estadual estão sujeitos à fiscalização,
disciplina e orientação pela Corregedoria-
§ 2º Cabe ao executante que exorbitar no -Geral dos Órgãos de Segurança Pública
cumprimento da ordem recebida à respon- e Defesa Social, criada pela Lei Estadual
sabilidade pelo abuso ou excesso que co- nº12.691, de 16 de maio de 1997, compe-
meter, salvo se o fato é cometido sob coa- tindo-lhe, ainda:

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I – instaurar e realizar sindicância por su- Seção II
posta transgressão disciplinar que ofenda DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR
a incolumidade da pessoa e do patrimônio
estranhos às estruturas das Corporações Art. 12. Transgressão disciplinar é a infração
Militares do Estado; administrativa caracterizada pela violação dos
II – receber sugestões e reclamações, dando deveres militares, cominando ao infrator as
a elas o devido encaminhamento, inclusive sanções previstas neste Código, sem prejuízo
de denúncias que cheguem ao seu conheci- das responsabilidades penal e civil.
mento, desde que diversas das previstas no § 1º As transgressões disciplinares compre-
inciso I deste parágrafo, bem como acompa- endem:
nhar as suas apurações e soluções;
I – todas as ações ou omissões contrárias
III – requerer a instauração de conselho de à disciplina militar, especificadas no artigo
justificação ou disciplina ou de processo ad- seguinte, inclusive os crimes previstos nos
ministrativo-disciplinar, bem como acompa- Códigos Penal ou Penal Militar;
nhar a sua apuração ou solução;
II – todas as ações ou omissões não espe-
IV – realizar, inclusive por iniciativa própria, cificadas no artigo seguinte, mas que tam-
inspeções, vistorias, exames, investigações bém violem os valores e deveres militares.
e auditorias administrativas nos estabeleci-
mentos das Corporações Militares do Esta- § 2º As transgressões disciplinares previs-
do; tas nos itens I e II do parágrafo anterior se-
rão classificadas como graves, desde que
V – propor retificação de erros e exigir pro- venham a ser:
vidências relativas a omissões e à elimina-
ção de abuso de poder; I – atentatórias aos Poderes Constituídos,
às instituições ou ao Estado;
VI – requerer a instauração de inquérito po-
licial ou policial militar, bem como acompa- II – atentatórias aos direitos humanos fun-
nhar a sua apuração ou solução; damentais;

VII – realizar os serviços de correição, em III – de natureza desonrosa.


caráter permanente ou extraordinário, nos § 3º As transgressões previstas no inciso II
procedimentos penais militares realizados do § 1º e não enquadráveis em algum dos
pelas Corporações Militares Estaduais; itens do § 2º, deste artigo, serão classifica-
VIII – criar grupos de trabalho ou comis- das pela autoridade competente como mé-
sões, de caráter transitório, para atuar em dias ou leves, consideradas as circunstân-
projetos e programas específicos, contando cias do fato.
com a participação de outros órgãos e enti- § 4º Ao militar do Estado, aluno de curso
dades da Administração Pública do Estado. militar, aplica-se, no que concerne à discipli-
§ 5º Excepcionalmente, Portaria do Secre- na, além do previsto neste Código, subsidia-
tário da Segurança Pública e Defesa Social riamente, o disposto nos regulamentos pró-
poderá autorizar as Corporações Militares prios dos estabelecimentos de ensino onde
do Estado a instaurarem e realizarem sindi- estiver matriculado.
câncias de que trata o inciso I deste artigo, § 5º A aplicação das penas disciplinares pre-
competindo à Corregedoria-Geral acompa- vistas neste Código independe do resultado
nhar as suas apurações e soluções. de eventual ação penal ou cível.

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Art. 13. As transgressões disciplinares são clas- do ou qualquer outro tipo de ocorrência ou
sificadas, de acordo com sua gravidade, em procurá-la para solicitar vantagem (G);
graves (G), médias (M) e leves (L), conforme
disposto neste artigo. XIII – receber ou permitir que seu subordi-
nado receba, em razão da função pública,
§ 1º São transgressões disciplinares graves: qualquer objeto ou valor, mesmo quando
oferecido pelo proprietário ou responsável
I – desconsiderar os direitos constitucio- (G);
nais da pessoa no ato da prisão (G);
XIV – apropriar-se de bens pertencentes ao
II – usar de força desnecessária no atendi- patrimônio público ou particular (G);
mento de ocorrência ou no ato de efetuar
prisão (G); XV – empregar subordinado ou servidor
civil, ou desviar qualquer meio material
III – deixar de providenciar para que seja ou financeiro sob sua responsabilidade ou
garantida a integridade física das pessoas não, para a execução de atividades diver-
que prender ou detiver (G); sas daquelas para as quais foram destina-
IV – agredir física, moral ou psicologica- das, em proveito próprio ou de outrem (G);
mente preso sob sua guarda ou permitir XVI – provocar desfalques ou deixar de
que outros o façam (G); adotar providências, na esfera de suas atri-
V – permitir que o preso, sob sua guarda, buições, para evitá-los (G);
conserve em seu poder instrumentos ou XVII – utilizar-se da condição de militar do
outros objetos proibidos, com que possa Estado para obter facilidades pessoais de
ferir a si próprio ou a outrem (G); qualquer natureza ou para encaminhar ne-
VI – faltar com a verdade (G); gócios particulares ou de terceiros (G);

VII – ameaçar, induzir ou instigar alguém XVIII – dar, receber ou pedir gratificação
para que não declare a verdade em proce- ou presente com finalidade de retardar,
dimento administrativo, civil ou penal (G); apressar ou obter solução favorável em
qualquer ato de serviço (G);
VIII – utilizar-se do anonimato para fins ilí-
citos (G); XIX – fazer, diretamente ou por intermédio
de outrem, agiotagem ou transação pecu-
IX – envolver, indevidamente, o nome de niária envolvendo assunto de serviço, bens
outrem para esquivar-se de responsabili- da administração pública ou material cuja
dade (G); comercialização seja proibida (G);
X – publicar, divulgar ou contribuir para a XX – exercer, o militar do Estado em servi-
divulgação irrestrita de fatos, documentos ço ativo, a função de segurança particular
ou assuntos administrativos ou técnicos de ou administrar ou manter vínculo de qual-
natureza militar ou judiciária, que possam quer natureza com empresa do ramo de
concorrer para o desprestígio da Corpora- segurança ou vigilância (G);
ção Militar:
XXI – exercer qualquer atividade estranha
XI – liberar preso ou detido ou dispensar à Instituição Militar com prejuízo do ser-
parte de ocorrência sem competência legal viço ou com emprego de meios do Estado
para tanto (G); ou manter vínculo de qualquer natureza
XII – receber vantagem de pessoa interes- com organização voltada para a prática de
sada no caso de furto, roubo, objeto acha- atividade tipificada como contravenção ou
crime (G);

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XXII – exercer, o militar do Estado em ser- dos Poderes Constituídos ou de qualquer
viço ativo, o comércio ou tomar parte na de seus representantes (G);
administração ou gerência de sociedade
empresária ou dela ser sócio, exceto como XXXIV – desrespeitar, desconsiderar ou
acionista, cotista ou comanditário (G); ofender pessoa por palavras, atos ou ges-
tos, no atendimento de ocorrência militar
XXIII – deixar de fiscalizar o subordinado ou em outras situações de serviço (G);
que apresentar sinais exteriores de rique-
za, incompatíveis com a remuneração do XXXV – evadir-se ou tentar evadir-se de es-
cargo (G); colta, bem como resistir a ela (G);

XXIV – não cumprir, sem justo motivo, a XXXVI – tendo conhecimento de transgres-
execução de qualquer ordem legal recebi- são disciplinar, deixar de apurá-la (G);
da (G); XXXVII – deixar de comunicar ao superior
XXV – dar, por escrito ou verbalmente, imediato ou, na ausência deste, a qualquer
ordem manifestamente ilegal que possa autoridade superior toda informação que
acarretar responsabilidade ao subordina- tiver sobre iminente perturbação da or-
do, ainda que não chegue a ser cumprida dem pública ou grave alteração do serviço
(G); ou de sua marcha, logo que tenha conheci-
mento (G);
XXVI – deixar de assumir a responsabilida-
de de seus atos ou pelos praticados por su- XXXVIII – omitir, em boletim de ocorrência,
bordinados que agirem em cumprimento relatório ou qualquer documento, dados
de sua ordem (G); indispensáveis ao esclarecimento dos fatos
(G);
XXVII – aconselhar ou concorrer para não
ser cumprida qualquer ordem legal de au- XXXIX – subtrair, extraviar, danificar ou
toridade competente, ou serviço, ou para inutilizar documentos de interesse da ad-
que seja retardada, prejudicada ou emba- ministração pública ou de terceiros (G);
raçada a sua execução (G); XL – deixar de assumir, orientar ou auxiliar
XXVIII – dirigir-se, referir-se ou responder a o atendimento de ocorrência, quando esta,
superior de modo desrespeitoso (G); por sua natureza ou amplitude, assim o
exigir (G);
XXIX – recriminar ato legal de superior ou
procurar desconsiderá-lo (G); XLI – passar a ausente (G);

XXX – ofender, provocar ou desafiar supe- XLII – abandonar serviço para o qual tenha
rior, igual ou subordinado hierárquico ou sido designado ou recusar-se a executá-lo
qualquer pessoa, estando ou não de servi- na forma determinada (G);
ço (G); XLIII – faltar ao expediente ou ao serviço
XXXI – promover ou participar de luta cor- para o qual esteja nominalmente escalado
poral com superior, igual, ou subordinado (G);
hierárquico (G); XLIV – afastar-se, quando em atividade
XXXII – ofender a moral e os bons costu- militar com veículo automotor, aeronave,
mes por atos, palavras ou gestos (G); embarcação ou a pé, da área em que deve-
ria permanecer ou não cumprir roteiro de
XXXIII – desconsiderar ou desrespeitar, em patrulhamento predeterminado (G);
público ou pela imprensa, os atos ou deci-
sões das autoridades civis ou dos órgãos

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XLV – dormir em serviço de policiamento, LVI – divulgar, permitir ou concorrer para a


vigilância ou segurança de pessoas ou ins- divulgação indevida de fato ou documento
talações, salvo quando autorizado (G); de interesse da administração pública com
classificação sigilosa (G);
XLVI – fazer uso, estar sob ação ou induzir
outrem ao uso de substância proibida, en- LVII – comparecer ou tomar parte de mo-
torpecente ou que determine dependência vimento reivindicatório, no qual os partici-
física ou psíquica, ou introduzi-las em local pantes portem qualquer tipo de armamen-
sob administração militar (G); to, ou participar de greve (G);
XLVII – ingerir bebida alcoólica quando em LVIII – ferir a hierarquia ou a disciplina, de
serviço ou apresentar-se alcoolizado para modo comprometedor para a segurança da
prestá-lo (G); sociedade e do Estado (G).
XLVIII – portar ou possuir arma em desa- § 2º São transgressões disciplinares mé-
cordo com as normas vigentes (G); dias:
XLIX – andar ostensivamente armado, em I – reter o preso, a vítima, as testemunhas
trajes civis, não se achando de serviço (G); ou partes não definidas por mais tempo
que o necessário para a solução do proce-
L – disparar arma por imprudência, negli- dimento policial, administrativo ou penal
gência, imperícia, ou desnecessariamente (M);
(G);
II – espalhar boatos ou notícias tendencio-
LI – não obedecer às regras básicas de se- sas em prejuízo da boa ordem civil ou mili-
gurança ou não ter cautela na guarda de tar ou do bom nome da Corporação Militar
arma própria ou sob sua responsabilidade (M);
(G);
III – provocar ou fazer-se, voluntariamente,
LII – dirigir viatura ou pilotar aeronave ou causa ou origem de alarmes injustificados
embarcação policial com imperícia, negli- (M);
gência, imprudência ou sem habilitação
legal (G); IV – concorrer para a discórdia, desarmo-
nia ou cultivar inimizade entre companhei-
LIII – retirar ou tentar retirar de local, sob ros (M);
administração militar, material, viatura,
aeronave, embarcação ou animal, ou mes- V – entender-se com o preso, de forma ve-
mo deles servir-se, sem ordem do respon- lada, ou deixar que alguém o faça, sem au-
sável ou proprietário (G); torização de autoridade competente (M);
LIV – entrar, sair ou tentar fazê-lo, de Or- VI – contrair dívida ou assumir compromis-
ganização Militar, com tropa, sem prévio so superior às suas possibilidades, desde
conhecimento da autoridade competen- que venha a expor o nome da Corporação
te, salvo para fins de instrução autorizada Militar (M);
pelo comando (G);
VII – retardar, sem justo motivo, a execu-
LV – freqüentar ou fazer parte de sindica- ção de qualquer ordem legal recebida (M);
tos, associações profissionais com caráter
de sindicato, ou de associações cujos esta- VIII – interferir na administração de serviço
tutos não estejam de conformidade com a ou na execução de ordem ou missão sem
lei (G); ter a devida competência para tal (M);

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IX – procurar desacreditar seu superior ou XXI – não ter, pelo preparo próprio ou de
subordinado hierárquico (M); seus subordinados ou instruendos, a dedi-
cação imposta pelo sentimento do dever
X – deixar de prestar a superior hierárqui- (M);
co continência ou outros sinais de honra e
respeito previstos em regulamento (M); XXII – causar ou contribuir para a ocorrên-
cia de acidente de serviço ou instrução (M);
XI – deixar de corresponder a cumprimen-
to de seu subordinado (M); XXIII – apresentar comunicação disciplinar
ou representação sem fundamento ou in-
XII – deixar de exibir, estando ou não uni- terpor recurso disciplinar sem observar as
formizado, documento de identidade fun- prescrições regulamentares (M);
cional ou recusar-se a declarar seus dados
de identificação quando lhe for exigido por XXIV – dificultar ao subordinado o ofereci-
autoridade competente (M); mento de representação ou o exercício do
direito de petição (M);
XIII – deixar de fazer a devida comunicação
disciplinar (M); XXV – faltar a qualquer ato em que deva
tomar parte ou assistir, ou ainda, retirar-se
XIV – deixar de punir o transgressor da dis- antes de seu encerramento sem a devida
ciplina, salvo se houver causa de justifica- autorização (M);
ção (M);
XXVI – afastar-se de qualquer lugar em que
XV – não levar fato ilegal ou irregularidade deva estar por força de dispositivo ou or-
que presenciar ou de que tiver ciência, e dem legal (M);
não lhe couber reprimir, ao conhecimento
da autoridade para isso competente (M); XXVII – permutar serviço sem permissão
da autoridade competente (M);
XVI – deixar de manifestar-se nos proces-
sos que lhe forem encaminhados, exceto XXVIII – simular doença para esquivar-se
nos casos de suspeição ou impedimento, ao cumprimento do dever (M);
ou de absoluta falta de elementos, hipó-
tese em que essas circunstâncias serão de- XXIX – deixar de se apresentar às autorida-
claradas (M); des competentes nos casos de movimen-
tação ou quando designado para comissão
XVII – deixar de encaminhar à autoridade ou serviço extraordinário (M);
competente, no mais curto prazo e pela via
hierárquica, documento ou processo que XXX – não se apresentar ao seu superior
receber, se não for de sua alçada a solução imediato ao término de qualquer afasta-
(M); mento do serviço ou, ainda, logo que sou-
ber que o mesmo tenha sido interrompido
XVIII – trabalhar mal, intencionalmente ou ou suspenso (M);
por desídia, em qualquer serviço, instrução
ou missão (M); XXXI – dormir em serviço, salvo quando
autorizado (M);
XIX – retardar ou prejudicar o serviço de
polícia judiciária militar que deva promo- XXXII – introduzir bebidas alcoólicas em lo-
ver ou em que esteja investido (M); cal sob administração militar, salvo se devi-
damente autorizado (M);
XX – desrespeitar medidas gerais de ordem
militar, judiciária ou administrativa, ou em- XXXIII – comparecer ou tomar parte de
baraçar sua execução (M); movimento reivindicatório, no qual os par-
ticipantes não portem qualquer tipo de

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armamento, que possa concorrer para o XLII – adentrar, sem permissão ou ordem,
desprestígio da corporação militar ou ferir aposentos destinados a superior ou onde
a hierarquia e a disciplina; este se encontre, bem como qualquer ou-
tro lugar cuja entrada lhe seja vedada (M);
XXXIV – ter em seu poder, introduzir, ou
distribuir em local sob administração mi- XLIII – abrir ou tentar abrir qualquer de-
litar, substância ou material inflamável ou pendência da Organização Militar, desde
explosivo sem permissão da autoridade que não seja a autoridade competente
competente (M); ou sem sua ordem, salvo em situações de
emergência (M);
XXXV – desrespeitar regras de trânsito, de
tráfego aéreo ou de navegação marítima, XLIV – permanecer em dependência de ou-
lacustre ou fluvial, salvo quando essencial tra Organização Militar ou local de serviço
ao atendimento de ocorrência emergencial sem consentimento ou ordem da autorida-
(M); de competente (M);
XXXVI – autorizar, promover ou executar XLV – deixar de exibir a superior hierárqui-
manobras perigosas com viaturas, aerona- co, quando por ele solicitado, objeto ou
ves, embarcações ou animais, salvo quan- volume, ao entrar ou sair de qualquer Or-
do essencial ao atendimento de ocorrência ganização Militar (M);
emergencial (M);
XLVI – apresentar-se, em qualquer situa-
XXXVII – não ter o devido zelo, danificar, ção, mal uniformizado, com o uniforme
extraviar ou inutilizar, por ação ou omis- alterado ou diferente do previsto, contra-
são, bens ou animais pertencentes ao pa- riando o Regulamento de Uniformes da
trimônio público ou particular, que este- Corporação Militar ou norma a respeito
jam ou não sob sua responsabilidade (M); (M);
XXXVIII – negar-se a utilizar ou a receber XLVII – usar no uniforme insígnia, medalha,
do Estado fardamento, armamento, equi- condecoração ou distintivo, não regula-
pamento ou bens que lhe sejam destina- mentares ou de forma indevida (M);
dos ou devam ficar em seu poder ou sob
sua responsabilidade (M); XLVIII – comparecer, uniformizado, a mani-
festações ou reuniões de caráter político-
XXXIX – deixar o responsável pela segu- -partidário, salvo por motivo de serviço
rança da Organização Militar de cumprir as (M);
prescrições regulamentares com respeito
à entrada, saída e permanência de pessoa XLIX – autorizar, promover ou participar de
estranha (M); petições ou manifestações de caráter rei-
vindicatório, de cunho político-partidário,
XL – permitir que pessoa não autorizada religioso, de crítica ou de apoio a ato de su-
adentre prédio ou local interditado (M); perior, para tratar de assuntos de natureza
militar, ressalvados os de natureza técnica
XLI – deixar, ao entrar ou sair de Organiza- ou científica havidos em razão do exercício
ção Militar onde não sirva, de dar ciência da função militar (M);
da sua presença ao Oficial-de-Dia ou de
serviço e, em seguida, se oficial, de pro- L – freqüentar lugares incompatíveis com o
curar o comandante ou o oficial de posto decoro social ou militar, salvo por motivo
mais elevado ou seu substituto legal para de serviço (M);
expor a razão de sua presença, salvo as ex-
ceções regulamentares previstas (M); LI – recorrer a outros órgãos, pessoas ou
instituições para resolver assunto de inte-

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resse pessoal relacionado com a corpora- III – deixar, tão logo seus afazeres o permi-
ção militar, sem observar os preceitos esta- tam, de apresentar-se ao seu superior fun-
belecidos neste estatuto (M); cional, conforme prescrições regulamenta-
res (L);
LII – assumir compromisso em nome da
Corporação Militar, ou representá-la em IV – deixar, nas solenidades, de apresentar-
qualquer ato, sem estar devidamente au- -se ao superior hierárquico de posto ou
torizado (M); graduação mais elevada e de saudar os
demais, de acordo com as normas regula-
LIII – deixar de cumprir ou fazer cumprir as mentares (L);
normas legais ou regulamentares, na esfe-
ra de suas atribuições (M); V – consentir, o responsável pelo posto de
serviço ou a sentinela, na formação de gru-
LIV – faltar a ato judiciário, administrativo po ou permanência de pessoas junto ao
ou similar, salvo motivo relevante a ser co- seu posto (L);
municado por escrito à autoridade a que
estiver subordinado, e assim considerado VI – içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou
por esta, na primeira oportunidade, antes insígnia de autoridade (L);
ou depois do ato, do qual tenha sido pre-
viamente cientificado (M); VII – dar toques ou fazer sinais, previstos
nos regulamentos, sem ordem de autori-
LV – deixar de identificar-se quando solici- dade competente (L);
tado, ou quando as circunstâncias o exigi-
rem (M); VIII – conversar ou fazer ruídos em ocasi-
ões ou lugares impróprios (L);
LVI – procrastinar injustificadamente ex-
pediente que lhe seja encaminhado, bem IX – deixar de comunicar a alteração de da-
como atrasar o prazo de conclusão de in- dos de qualificação pessoal ou mudança de
quérito policial militar, conselho de justifi- endereço residencial (L);
cação ou disciplina, processo administrati- X – chegar atrasado ao expediente, ao ser-
vo-disciplinar, sindicância ou similar (M); viço para o qual esteja nominalmente esca-
LVII – manter relações de amizade ou exi- lado ou a qualquer ato em que deva tomar
bir-se em público com pessoas de nótorios parte ou assistir (L);
e desabonados antecedentes criminais ou XI – deixar de comunicar a tempo, à auto-
policiais, salvo por motivo relevante ou de ridade competente, a impossibilidade de
serviço (M); comparecer à Organização Militar (OPM ou
LVIII – retirar, sem autorização da autorida- OBM) ou a qualquer ato ou serviço de que
de competente, qualquer objeto ou docu- deva participar ou a que deva assistir (L);
mento da Corporação Militar (M); XII – permanecer, alojado ou não, deitado
§ 3º São transgressões disciplinares leves: em horário de expediente no interior da
Organização Militar, sem autorização de
I – deixar de comunicar ao superior a exe- quem de direito (L);
cução de ordem dele recebida, no mais
curto prazo possível (L); XIII – fumar em local não permitido (L);

II – retirar-se da presença do superior hie- XIV – tomar parte em jogos proibidos ou


rárquico sem obediência às normas regula- jogar a dinheiro os permitidos, em local
mentares (L); sob administração militar, ou em qualquer
outro, quando uniformizado (L);

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XV – conduzir veículo, pilotar aeronave ou mente técnica, quando devidamente auto-


embarcação oficial, sem autorização do ór- rizado (L).
gão militar competente, mesmo estando
habilitado (L); XXVI – transferir o oficial a responsabilida-
de ao escrivão da elaboração de inquérito
XVI – transportar na viatura, aeronave ou policial militar, bem como deixar de fazer
embarcação que esteja sob seu comando as devidas inquirições (L);
ou responsabilidade, pessoal ou material,
sem autorização da autoridade competen- XXVII – acionar desnecessariamente sirene
te (L); de viatura policial ou bombeirística (L).

XVII – andar a cavalo, a trote ou galope, § 4º Aos procedimentos disciplinares, sem-


sem necessidade, pelas ruas da cidade ou pre serão garantidos o direito a ampla de-
castigar inutilmente a montada (L); fesa e o contraditório.

XVIII – permanecer em dependência da


própria Organização Militar ou local de ser-
viço, desde que a ele estranho, sem con- CAPÍTULO V
sentimento ou ordem da autoridade com- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
petente (L); DISCIPLINARES
XIX – entrar ou sair, de qualquer Organiza-
ção Militar, por lugares que não sejam para Seção I
isso designados (L); DISPOSIÇÕES GERAIS
XX – ter em seu poder, introduzir ou dis- Art. 14. As sanções disciplinares aplicáveis aos
tribuir, em local sob administração militar, militares do Estado, independentemente do
publicações, estampas ou jornais que aten- posto, graduação ou função que ocupem, são:
tem contra a disciplina, a moral ou as insti-
tuições (L); I – advertência;

XXI – usar vestuário incompatível com a II – repreensão;


função ou descurar do asseio próprio ou III – permanência disciplinar;
prejudicar o de outrem (L);
IV – custódia disciplinar;
XXII – estar em desacordo com as normas
regulamentares de apresentação pessoal V – reforma administrativa disciplinar;
(L);
VI – demissão;
XXIII – recusar ou devolver insígnia, salvo
VII – expulsão;
quando a regulamentação o permitir (L);
VIII – proibição do uso do uniforme e do
XXIV – aceitar qualquer manifestação co-
porte de arma.
letiva de subordinados, com exceção das
demonstrações de boa e sã camaradagem Parágrafo Único. Todo fato que constituir
e com prévio conhecimento do homenage- transgressão deverá ser levado ao conhe-
ado (L); cimento da autoridade competente para as
providências disciplinares.
XXV – discutir ou provocar discussão, por
qualquer veículo de comunicação, sobre
assuntos políticos, militares ou policiais,
excetuando-se os de natureza exclusiva-

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Seção II § 1º Na hipótese da conversão, a classifica-
DA ADVERTÊNCIA ção do comportamento do militar do Estado
será feita com base na sanção de perma-
Art. 15. A advertência, forma mais branda de nência disciplinar.
sanção, é aplicada verbalmente ao transgres- § 2º Considerar-se-á 1 (um) dia de prestação
sor, podendo ser feita particular ou ostensiva- de serviço extraordinário equivalente ao
mente, sem constar de publicação, figurando, cumprimento de 1 (um) dia de permanên-
entretanto, no registro de informações de pu- cia, salvo nos casos em que o transgressor
nições para oficiais, ou na nota de corretivo não possua nenhuma falta grave ou média,
das praças. quando 1 (um) dia de prestação de serviço
Parágrafo Único. A sanção de que trata o extraordinário equivalerá ao cumprimento
caput aplica-se exclusivamente às faltas de de 2 (dois) dias de permanência.
natureza leve, constituindo ato nulo quan- § 3º O prazo para o encaminhamento do
do aplicada em relação à falta média ou pedido de conversão será de 3 (três) dias
grave. úteis, contados da data da publicação da
Seção III sanção de permanência.
DA REPREENSÃO § 4º O pedido de conversão elide o pedido
de reconsideração de ato.
Art. 16. A repreensão é a sanção feita por escri-
to ao transgressor, publicada em boletim, de- § 5º Nos casos em que o transgressor não
vendo sempre ser averbada nos assentamen- possua nenhuma falta grave ou média, o
tos individuais. pedido de conversão não elidirá o pedido
de reconsideração de ato.
Parágrafo Único. A sanção de que trata o
caput aplica-se às faltas de natureza leve e Art. 19. A prestação do serviço extraordinário,
média, constituindo ato nulo quando apli- nos termos do caput do artigo anterior, consiste
cada em relação à falta grave. na realização de atividades, internas ou exter-
nas, por período nunca inferior a 6 (seis) ou su-
Seção IV perior a 8 (oito) horas, nos dias em que o militar
DA PERMANÊNCIA DISCIPLINAR do Estado estaria de folga.
§ 1º O limite máximo de conversão da per-
Art. 17. A permanência disciplinar é a sanção
manência disciplinar em serviço extraordi-
em que o transgressor ficará na OPM ou OBM,
nário é de 5 (cinco) dias.
sem estar circunscrito a determinado compar-
timento. § 2º O militar do Estado, punido com perío-
do superior a 5 (cinco) dias de permanência
Parágrafo Único. O militar do Estado sob
disciplinar, somente poderá pleitear a con-
permanência disciplinar comparecerá a to-
versão até o limite previsto no parágrafo
dos os atos de instrução e serviço, internos
anterior, a qual, se concedida, será sempre
e externos.
cumprida na fase final do período de puni-
Art. 18. A pedido do transgressor, o cumpri- ção.
mento da sanção de permanência disciplinar
§ 3º A prestação do serviço extraordinário
poderá, a juízo devidamente motivado, da au-
não poderá ser executada imediatamente
toridade que aplicou a punição, ser convertido
após ou anteriormente a este, ao término
em prestação de serviço extraordinário, desde
de um serviço ordinário.
que não implique prejuízo para a manutenção
da hierarquia e da disciplina.

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Seção V Tribunal competente, ressalvado o caso de


DA CUSTÓDIA DISCIPLINAR demissão;
II – à praça que se tornar incompatível com
Art. 20. A custódia disciplinar consiste na re- a função militar estadual, ou nociva à disci-
tenção do militar do Estado no âmbito de sua plina, e tenha sido julgada passível de refor-
OPM ou OBM, sem participar de qualquer ser- ma.
viço, instrução ou atividade e sem estar cir-
cunscrito a determinado comportamento. Parágrafo Único. O militar do Estado que
sofrer reforma administrativa disciplinar re-
§ 1º Nos dias em que o militar do Estado ceberá remuneração proporcional ao tem-
permanecer custodiado perderá todas as po de serviço militar.
vantagens e direitos decorrentes do exer-
cício do posto ou graduação, inclusive o Seção VII
direito de computar o tempo da pena para
DA DEMISSÃO
qualquer efeito.
§ 2º A custódia disciplinar somente poderá Art. 23. A demissão será aplicada ao militar do
ser aplicada quando da reincidência no co- Estado na seguinte forma:
metimento de transgressão disciplinar de I – ao oficial quando:
natureza grave.
a) for condenado na Justiça Comum ou Mi-
Art. 21. A custódia disciplinar será aplicada pelo litar a pena privativa de liberdade por tem-
Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, po superior a 2 (dois) anos, por sentença
pelo Comandante-Geral e pelos demais oficiais passada em julgado, observado o disposto
ocupantes de funções próprias do posto de co- no art. 125, § 4º, e art. 142, § 3º, VI e VII,
ronel. da Constituição Federal, e art. 176, § § 8o e
§ 1º A autoridade que entender necessária 9o da Constituição do Estado;
a aplicação da custódia disciplinar providen- b) for condenado a pena de perda da fun-
ciará para que a documentação alusiva à ção pública, por sentença passada em jul-
respectiva transgressão seja remetida à au- gado;
toridade competente.
c) for considerado moral ou profissional-
§ 2º Ao Governador do Estado compete co- mente inidôneo para a promoção ou reve-
nhecer da sanção disciplinar prevista nes- lar incompatibilidade para o exercício da
te artigo em grau de recurso, quando tiver função militar, por sentença passada em
sido aplicada pelo Secretário da Segurança julgado no Tribunal competente;
Pública e Defesa Social.
II – à praça quando:
Seção VI
a) for condenada na Justiça Comum ou Mi-
DA REFORMA litar a pena privativa de liberdade por tem-
ADMINISTRATIVA DISCIPLINAR po superior a 2 (dois) anos, por sentença
passada em julgado, observado o disposto
Art. 22. A reforma administrativa disciplinar no art. 125, § 4º. da Constituição Federal e
poderá ser aplicada, mediante processo regu- art. 176, § 12, da Constituição do Estado;
lar:
b) for condenada a pena de perda da fun-
I – ao oficial julgado incompatível ou indig- ção pública, por sentença passada em jul-
no profissionalmente para com o oficiala- gado;
to, após sentença passada em julgado no

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c) praticar ato ou atos que revelem incom- CAPÍTULO VI
patibilidade com a função militar estadual, DO RECOLHIMENTO TRANSITÓRIO
comprovado mediante processo regular;
d) cometer transgressão disciplinar grave, Art. 26. O recolhimento transitório não consti-
estando há mais de 2 (dois) anos consecu- tui sanção disciplinar, sendo medida preventi-
tivos ou 4 (quatro) anos alternados no mau va e acautelatória da ordem social e da disci-
comportamento, apurado mediante pro- plina militar, consistente no desarmamento e
cesso regular; recolhimento do militar à prisão, sem nota de
punição publicada em boletim, podendo ser
e) houver cumprido a pena conseqüente excepcionalmente adotada quando houver for-
do crime de deserção, após apurada a mo- tes indícios de autoria de crime propriamente
tivação em procedimento regular, onde lhe militar ou transgressão militar e a medida for
seja assegurado o contraditório e a ampla necessária:
defesa.
I – ao bom andamento das investigações
f) considerada desertora e capturada ou para sua correta apuração; ou
apresentada, tendo sido submetida a exa-
me de saúde, for julgada incapaz definiti- II – à preservação da segurança pessoal do
vamente para o serviço militar. militar e da sociedade, em razão do militar:

Parágrafo Único. O oficial demitido perde- a) mostrar-se agressivo e violento, pondo


rá o posto e a patente, e a praça, a gradu- em risco a própria vida e a de terceiros; ou,
ação. b) encontrar-se embriagado ou sob ação
de substância entorpecente.
Seção VIII
DA EXPULSÃO § 1º A condução do militar do Estado à au-
toridade competente para determinar o re-
Art. 24. A expulsão será aplicada, mediante colhimento transitório somente poderá ser
processo regular, à praça que atentar contra efetuada por superior hierárquico ou por
a segurança das instituições nacionais ou pra- oficial com precedência funcional ou hierár-
ticar atos desonrosos ou ofensivos ao decoro quica sobre o conduzido.
profissional.
§ 2º São autoridades competentes para de-
Parágrafo Único. A participação em greve terminar o recolhimento transitório aquelas
ou em passeatas, com uso de arma, ainda elencadas no art. 31 deste Código.
que por parte de terceiros, configura ato
§ 3º As decisões de aplicação do recolhi-
atentatório contra a segurança das institui-
mento transitório serão sempre fundamen-
ções nacionais.
tadas e imediatamente comunicadas ao Juiz
Seção IX Auditor, Ministério Público e Corregedor-
-Geral, no caso de suposto cometimento
DA PROIBIÇÃO DO USO DE deste crime, ou apenas a este último, no
UNIFORMES E DE PORTE DE ARMA caso de suposta prática de transgressão mi-
litar.
Art. 25. A proibição do uso de uniformes mili-
tares e de porte de arma será aplicada, nos ter- § 4º O militar do Estado sob recolhimento
mos deste Código, temporariamente, ao inati- transitório, nos termos deste artigo, somen-
vo que atentar contra o decoro ou a dignidade te poderá permanecer nessa situação pelo
militar, até o limite de 1 (um) ano. tempo necessário ao restabelecimento da
normalidade da situação considerada, sen-

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do que o prazo máximo será de 5 (cinco) CAPÍTULO VII


dias, salvo determinação em contrário da DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
autoridade judiciária competente.
§ 5º O militar do Estado não sofrerá prejuí- Seção I
zo funcional ou remuneratório em razão da DA COMUNICAÇÃO DISCIPLINAR
aplicação da medida preventiva de recolhi-
mento transitório. Art. 27. A comunicação disciplinar dirigida à
autoridade competente destina-se a relatar
§ 6º Ao militar estadual preso nas circuns- uma transgressão disciplinar cometida por su-
tâncias deste artigo, são garantidos os se- bordinado hierárquico, quando houver indícios
guintes direitos: ou provas de autoria.
I – justificação, por escrito, do motivo do re- Art. 28. A comunicação disciplinar será formal,
colhimento transitório; tanto quanto possível, deve ser clara, concisa
II – identificação do responsável pela aplica- e precisa, contendo os dados capazes de iden-
ção da medida; tificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local,
a data e a hora do fato, além de caracterizar as
III – comunicação imediata do local onde se circunstâncias que o envolveram, bem como as
encontra recolhido a pessoa por ele indica- alegações do faltoso, quando presente e ao ser
da; interpelado pelo signatário das razões da trans-
gressão, sem tecer comentários ou opiniões
IV – ocupação da prisão conforme o seu cír- pessoais.
culo hierárquico;
§ 1º A comunicação disciplinar deverá ser
V – apresentação de recurso. apresentada no prazo de 5 (cinco) dias,
§ 7º O recurso do recolhimento transitório contados da constatação ou conhecimento
será interposto perante o Comandante da do fato, ressalvadas as disposições relati-
Corporação Militar onde estiver recolhido o vas ao recolhimento transitório, que deve-
militar. rá ser feita imediatamente.

§ 8º Na hipótese do recolhimento transitó- § 2º A comunicação disciplinar deve ser a


rio ser determinado pelo Comandante da expressão da verdade, cabendo à autorida-
Corporação Militar para onde for recolhido de competente encaminhá-la ao indiciado
o militar, o recurso será interposto perante para que, por escrito, manifeste-se preli-
esta autoridade, que imediatamente o en- minarmente sobre os fatos, no prazo de 3
caminhará ao seu superior hierárquico, a (três) dias.
quem incumbirá a decisão. § 3º Conhecendo a manifestação prelimi-
§ 9º A decisão do recurso será fundamenta- nar e considerando praticada a transgres-
da e proferida no prazo de dois dias úteis. Ex- são, a autoridade competente elaborará
pirado esse prazo, sem a decisão do recurso, termo acusatório motivado, com as razões
o militar será liberado imediatamente. de fato e de direito, para que o militar do
Estado possa exercitar, por escrito, o seu
direito a ampla defesa e ao contraditório,
no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4º Estando a autoridade convencida do
cometimento da transgressão, providen-
ciará o enquadramento disciplinar, me-
diante nota de culpa ou, se determinar

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outra solução, deverá fundamentá-la por § 2º A representação contra ato disciplinar
despacho nos autos. será feita somente após solucionados os re-
cursos disciplinares previstos neste Código
§ 5º Poderá ser dispensada a manifestação e desde que a matéria recorrida verse sobre
preliminar do indiciado quando a autorida- a legalidade do ato praticado.
de competente tiver elementos de convic-
ção suficientes para a elaboração do termo § 3º A representação nos termos do pará-
acusatório, devendo esta circunstância grafo anterior será exercida no prazo esta-
constar do respectivo termo. belecido no § 3º, do art. 58.
Art. 29. A solução do procedimento disciplinar é § 4º O prazo para o encaminhamento de
da inteira responsabilidade da autoridade com- representação será de 5 (cinco) dias úteis,
petente, que deverá aplicar sanção ou justificar contados da data do conhecimento do ato
o fato, de acordo com este Código. ou fato que a motivar.
§ 1º A solução será dada no prazo de 30
(trinta) dias, contados a partir do recebi-
mento da defesa do acusado, prorrogável, CAPÍTULO VIII
no máximo, por mais 15 (quinze) dias, me-
DA COMPETÊNCIA, DO
diante declaração de motivos.
JULGAMENTO, DA APLICAÇÃO E
§ 2º No caso de afastamento regulamentar DO CUMPRIMENTO DAS SANÇÕES
do transgressor, os prazos supracitados se-
rão interrompidos, reiniciada a contagem a
DISCIPLINARES
partir da sua reapresentação.
Seção I
§ 3º Em qualquer circunstância, o signatá- Da Competência
rio da comunicação disciplinar deverá ser
notificado da respectiva solução, no prazo Art. 31. A competência disciplinar é inerente
máximo de 90 (noventa) dias da data da co- ao cargo, função ou posto, sendo autoridades
municação. competentes para aplicar sanção disciplinar:
§ 4º No caso de não cumprimento do prazo I – o Governador do Estado: a todos os mi-
do parágrafo anterior, poderá o signatário litares do Estado sujeitos a este Código;
da comunicação solicitar, obedecida a via
II – o Secretário da Segurança Pública e De-
hierárquica, providências a respeito da so-
fesa Social e o respectivo Comandante-Ge-
lução.
ral: a todos os militares do Estado sujeitos
Seção II a este Código, exceto os indicados no inciso
seguinte;
DA REPRESENTAÇÃO
III – o Chefe da Casa Militar: aos integran-
Art. 30. Representação é toda comunicação tes desta;
que se referir a ato praticado ou aprovado por
superior hierárquico ou funcional, que se repu- IV – os Subcomandantes da Polícia Militar e
te irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. do Corpo de Bombeiros Militar: a todos sob
seu comando e das unidades subordinadas
§ 1º A representação será dirigida à auto- e às praças inativas da reserva remunerada;
ridade funcional imediatamente superior
àquela contra a qual é atribuída a prática V – os oficiais da ativa: aos militares do Es-
do ato irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. tado que estiverem sob seu comando ou in-
tegrantes das OPM ou OBM subordinadas.

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Parágrafo Único. Ao Secretário da Seguran- VII – aos oficiais do posto de tenente: as


ça Pública e Defesa Social e aos Comandan- sanções disciplinares de advertência, repre-
tes-Gerais da Polícia Militar e do Corpo de ensão e permanência disciplinar de até 5
Bombeiros Militar compete conhecer das (cinco) dias.
sanções disciplinares aplicadas aos inativos
da reserva remunerada, em grau de recur- Seção III
so, respectivamente, se oficial ou praça. DO JULGAMENTO
Seção II Art. 33. Na aplicação das sanções disciplinares
DOS LIMITES DE COMPETÊNCIA serão sempre considerados a natureza, a gra-
DAS AUTORIDADES vidade e os motivos determinantes do fato, os
danos causados, a personalidade e os antece-
Art. 32. O Governador do Estado é competente dentes do agente, a intensidade do dolo ou o
para aplicar todas as sanções disciplinares pre- grau da culpa.
vistas neste Código, cabendo às demais autori- Art. 34. Não haverá aplicação de sanção dis-
dades as seguintes competências: ciplinar quando for reconhecida qualquer das
I – ao Secretário da Segurança Pública e De- seguintes causas de justificação:
fesa Social, ao Chefe da Casa Militar e ao I – motivo de força maior ou caso fortuito,
respectivo Comandante-Geral da Corpora- plenamente comprovados;
ção Militar: todas as sanções disciplinares
exceto a demissão de oficiais; II – em preservação da ordem pública ou
do interesse coletivo;
II – ao respectivo Subcomandante da Corpo-
ração Militar e ao Subchefe da Casa Militar, III – legítima defesa própria ou de outrem;
as sanções disciplinares de advertência, re-
preensão, permanência disciplinar, custódia IV – obediência a ordem superior, desde
disciplinar e proibição do uso de uniformes, que a ordem recebida não seja manifesta-
até os limites máximos previstos; mente ilegal;

III – aos oficiais do posto de coronel: as san- V – uso de força para compelir o subordi-
ções disciplinares de advertência, repre- nado a cumprir rigorosamente o seu dever,
ensão, permanência disciplinar de até 20 no caso de perigo, necessidade urgente,
(vinte) dias e custódia disciplinar de até 15 calamidade pública ou manutenção da or-
(quinze) dias; dem e da disciplina.

IV – aos oficiais do posto de tenente-coro- Art. 35. São circunstâncias atenuantes:


nel: as sanções disciplinares de advertência, I – estar, no mínimo, no bom comporta-
repreensão e permanência disciplinar de mento;
até 20 (vinte) dias;
II – ter prestado serviços relevantes;
V – aos oficiais do posto de major: as san-
ções disciplinares de advertência, repre- III – ter admitido a transgressão de autoria
ensão e permanência disciplinar de até 15 ignorada ou, se conhecida, imputada a ou-
(quinze) dias; trem;

VI – aos oficiais do posto de capitão: as san- IV – ter praticado a falta para evitar mal
ções disciplinares de advertência, repre- maior;
ensão e permanência disciplinar de até 10 V – ter praticado a falta em defesa de seus
(dez) dias; próprios direitos ou dos de outrem;

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VI – ter praticado a falta por motivo de re- I – indicação da ação ou omissão que origi-
levante valor social; nou a transgressão;
VII – não possuir prática no serviço; II – tipificação da transgressão disciplinar;
VIII – colaborar na apuração da transgres- III – alegações de defesa do transgressor;
são disciplinar.
IV – classificação do comportamento poli-
Art. 36. São circunstâncias agravantes: cial-militar em que o punido permaneça ou
ingresse;
I – estar em mau comportamento;
V – discriminação, em incisos e artigos, das
II – prática simultânea ou conexão de duas causas de justificação ou das circunstân-
ou mais transgressões; cias atenuantes e ou agravantes;
III – reincidência; VI – decisão da autoridade impondo, ou
IV – conluio de duas ou mais pessoas; não, a sanção;

V – ter sido a falta praticada durante a exe- VII – observações, tais como:
cução do serviço; a) data do início do cumprimento da san-
VI – ter sido a falta praticada em presença ção disciplinar;
de subordinado, de tropa ou de civil; b) local do cumprimento da sanção, se for
VII – ter sido a falta praticada com abuso o caso;
de autoridade hierárquica ou funcional ou c) determinação para posterior cumpri-
com emprego imoderado de violência ma- mento, se o transgressor estiver baixado,
nifestamente desnecessária. afastado do serviço ou à disposição de ou-
§ 1º Não se aplica a circunstância agravante tra autoridade;
prevista no inciso V quando, pela sua natu- d) outros dados que a autoridade compe-
reza, a transgressão seja inerente à execu- tente julgar necessários;
ção do serviço.
VIII – assinatura da autoridade.
§ 2º Considera-se reincidência o enquadra-
mento da falta praticada num dos itens pre- Art. 39. A publicação é a divulgação oficial do
vistos no art. 13 ou no inciso II do § 1º. do ato administrativo referente à aplicação da san-
art. 12. ção disciplinar ou à sua justificação, e dá início a
seus efeitos.
Seção IV
DA APLICAÇÃO Parágrafo Único. A advertência não deverá
constar de publicação em boletim, figuran-
Art. 37. A aplicação da sanção disciplinar abran- do, entretanto, no registro de informações
ge a análise do fato, nos termos do art. 33 deste de punições para os oficiais, ou na nota de
Código, a análise das circunstâncias que deter- corretivo das praças.
minaram a transgressão, o enquadramento e a Art. 40. As sanções aplicadas a oficiais, alunos-
decorrente publicação. -oficiais, subtenentes e sargentos serão publica-
Art. 38. O enquadramento disciplinar é a des- das somente para conhecimento dos integran-
crição da transgressão cometida, dele devendo tes dos seus respectivos círculos e superiores
constar, resumidamente, o seguinte: hierárquicos, podendo ser dadas ao conheci-
mento geral se as circunstâncias ou a natureza

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da transgressão e o bem da disciplina assim o Art. 44. A sanção disciplinar não exime o mili-
recomendarem. tar estadual punido da responsabilidade civil e
criminal emanadas do mesmo fato.
Art. 41. Na aplicação das sanções disciplinares
previstas neste Código, serão rigorosamente ob- Parágrafo Único. A instauração de inqué-
servados os seguintes limites: rito ou ação criminal não impede a impo-
sição, na esfera administrativa, de sanção
I – quando as circunstâncias atenuantes pela prática de transgressão disciplinar so-
preponderarem, a sanção não será aplicada bre o mesmo fato.
em seu limite máximo;
Art. 45. Na ocorrência de mais de uma trans-
II – quando as circunstâncias agravantes gressão, sem conexão entre elas, serão impos-
preponderarem, poderá ser aplicada a san- tas as sanções correspondentes isoladamente;
ção até o seu limite máximo; em caso contrário, quando forem praticadas
III – pela mesma transgressão não será apli- de forma conexa, as de menor gravidade serão
cada mais de uma sanção disciplinar, sendo consideradas como circunstâncias agravantes
nulas as penas mais brandas quando indevi- da transgressão principal.
damente aplicadas a fatos de gravidade com Art. 46. Na ocorrência de transgressão discipli-
elas incompatível, de modo que prevaleça a nar envolvendo militares do Estado de mais de
penalidade devida para a gravidade do fato. uma Unidade, caberá ao comandante da área
Art. 42. A sanção disciplinar será proporcional territorial onde ocorreu o fato apurar ou deter-
à gravidade e natureza da infração, observados minar a apuração e, ao final, se necessário, re-
os seguintes limites: meter os autos à autoridade funcional superior
comum aos envolvidos.
I – as faltas leves são puníveis com adver-
tência ou repreensão e, na reincidência, Art. 47. Quando duas autoridades de níveis
com permanência disciplinar de até 5 (cin- hierárquicos diferentes, ambas com ação dis-
co) dias; ciplinar sobre o transgressor, conhecerem da
transgressão disciplinar, competirá à de maior
II – as faltas médias são puníveis com per- hierarquia apurá-la ou determinar que a menos
manência disciplinar de até 8 (oito) dias e, graduada o faça.
na reincidência, com permanência discipli-
nar de até 15 (quinze) dias; Parágrafo Único. Quando a apuração ficar
sob a incumbência da autoridade menos
III – as faltas graves são puníveis com per- graduada, a punição resultante será aplica-
manência disciplinar de até 10 (dez) dias da após a aprovação da autoridade supe-
ou custódia disciplinar de até 8 (oito) dias rior, se esta assim determinar.
e, na reincidência, com permanência de
até 20 (vinte) dias ou custódia disciplinar Art. 48. A expulsão será aplicada, em regra,
de até 15 (quinze) dias, desde que não cai- quando a praça militar, independentemente da
ba demissão ou expulsão. graduação ou função que ocupe, for condenado
judicialmente por crime que também constitua
Art. 43. O início do cumprimento da sanção dis- infração disciplinar grave e que denote incapa-
ciplinar dependerá de aprovação do ato pelo cidade moral para a continuidade do exercício
Comandante da Unidade ou pela autoridade de suas funções, após a instauração do devido
funcional imediatamente superior, quando a processo legal, garantindo a ampla defesa e o
sanção for por ele aplicada, e prévia publicação contraditório.
em boletim, ressalvados os casos de necessida-
de da medida preventiva de recolhimento tran-
sitório, prevista neste Código.

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Seção V que o militar do Estado passar em gozo de
DO CUMPRIMENTO E afastamentos regulamentares, interrom-
pendo-se a contagem a partir do momento
DA CONTAGEM DE TEMPO de seu afastamento até o seu retorno.
Art. 49. A autoridade que tiver de aplicar san- § 3º O afastamento do militar do Estado do
ção a subordinado que esteja a serviço ou à dis- local de cumprimento da sanção e o seu re-
posição de outra autoridade requisitará a apre- torno a esse local, após o afastamento regu-
sentação do transgressor. larmente previsto no § 2º, deverão ser obje-
Parágrafo Único. Quando o local determi- to de publicação.
nado para o cumprimento da sanção não
for a respectiva OPM ou OBM, a autoridade
indicará o local designado para a apresenta-
CAPÍTULO IX
ção do militar punido.
DO COMPORTAMENTO
Art. 50. Nenhum militar do Estado será interro-
gado ou ser-lhe-á aplicada sanção se estiver em Art. 53. O comportamento da praça militar de-
estado de embriaguez, ou sob a ação de subs- monstra o seu procedimento na vida profissio-
tância entorpecente ou que determine depen- nal e particular, sob o ponto de vista disciplinar.
dência física ou psíquica, devendo, se necessá-
Art. 54. Para fins disciplinares e para outros
rio, ser, desde logo, recolhido transitoriamente,
efeitos, o comportamento militar classifica-se
por medida preventiva.
em:
Art. 51. O cumprimento da sanção disciplinar,
I – Excelente – quando, no período de 10
por militar do Estado afastado do serviço, deve-
(dez) anos, não lhe tenha sido aplicada
rá ocorrer após a sua apresentação na OPM ou
qualquer sanção disciplinar, mesmo por
OBM, pronto para o serviço militar, salvo nos ca-
falta leve;
sos de interesse da preservação da ordem e da
disciplina. II – Ótimo – quando, no período de 5 (cin-
co) anos, lhe tenham sido aplicadas até 2
Parágrafo Único. A interrupção de afasta-
(duas) repreensões;
mento regulamentar, para cumprimento
de sanção disciplinar, somente ocorrerá III – Bom – quando, no período de 2 (dois)
quando determinada pelo Governador do anos, lhe tenham sido aplicadas até 2
Estado, Secretário da Segurança Pública e (duas) permanências disciplinares;
Defesa Social ou pelo respectivo Coman-
dante-Geral. IV – Regular – quando, no período de 1
(um) ano, lhe tenham sido aplicadas até
Art. 52. O início do cumprimento da sanção dis- 2 (duas) permanências disciplinares ou 1
ciplinar deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (uma) custódia disciplinar;
(cinco) dias após a ciência, pelo militar punido,
da sua publicação. V – Mau – quando, no período de 1 (um)
ano, lhe tenham sido aplicadas mais de 2
§ 1º A contagem do tempo de cumprimento (duas) permanências disciplinares ou mais
da sanção começa no momento em que o de 1 (uma) custódia disciplinar.
militar do Estado iniciá-lo, computando-se
cada dia como período de 24 (vinte e qua- § 1º A contagem de tempo para melhora
tro) horas. do comportamento se fará automatica-
mente, de acordo com os prazos estabele-
§ 2º Não será computado, como cumpri- cidos neste artigo.
mento de sanção disciplinar, o tempo em

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§ 2º Bastará uma única sanção disciplinar § 3º A autoridade a quem for dirigido o


acima dos limites estabelecidos neste ar- pedido de reconsideração de ato deverá,
tigo para alterar a categoria do comporta- saneando se possível o ato praticado, dar
mento. solução ao recurso, no prazo máximo de 10
(dez) dias, a contar da data de recebimento
§ 3º Para a classificação do comportamen- do documento, dando conhecimento ao in-
to fica estabelecido que duas repreensões teressado, mediante despacho fundamen-
equivalerão a uma permanência discipli- tado que deverá ser publicado.
nar.
§ 4º O subordinado que não tiver oficial-
§ 4º Para efeito de classificação, reclassi- mente conhecimento da solução do pedi-
ficação ou melhoria do comportamento, do de reconsideração, após 30 (trinta) dias
ter-se-ão como bases as datas em que as contados da data de sua solicitação, poderá
sanções foram publicadas. interpor recurso hierárquico no prazo pre-
Art. 55. Ao ser admitida, a praça militar será visto no inciso I do § 3º, do artigo seguinte.
classificada no comportamento “bom”. § 5º O pedido de reconsideração de ato
deve ser redigido de forma respeitosa, pre-
cisando o objetivo e as razões que o funda-
mentam, sem comentários ou insinuações
CAPÍTULO X
desnecessários, podendo ser acompanhado
DOS RECURSOS DISCIPLINARES de documentos comprobatórios.
Art. 56. O militar do Estado, que considere a § 6º Não será conhecido o pedido de re-
si próprio, a subordinado seu ou a serviço sob consideração intempestivo, procrastinador
sua responsabilidade prejudicado, ofendido ou ou que não apresente fatos ou argumentos
injustiçado por ato de superior hierárquico, po- novos que modifiquem a decisão anterior-
derá interpor recursos disciplinares. mente tomada, devendo este ato ser publi-
cado, obedecido o prazo do § 3º deste arti-
Parágrafo Único. São recursos disciplina-
go.
res:
Art. 58. O recurso hierárquico, interposto por
I – pedido de reconsideração de ato;
uma única vez, terá efeito suspensivo e será re-
II – recurso hierárquico. digido sob a forma de parte ou ofício e endere-
çado diretamente à autoridade imediatamente
Art. 57. O pedido de reconsideração de ato é superior àquela que não reconsiderou o ato
recurso interposto, mediante parte ou ofício, tido por irregular, ofensivo, injusto ou ilegal.
à autoridade que praticou, ou aprovou, o ato
disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, in- § 1º A interposição do recurso de que trata
justo ou ilegal, para que o reexamine. este artigo, a qual deverá ser precedida de
pedido de reconsideração do ato, somente
§ 1º O pedido de reconsideração de ato poderá ocorrer depois de conhecido o re-
deve ser encaminhado, diretamente, à au- sultado deste pelo requerente, exceto na hi-
toridade recorrida e por uma única vez. pótese prevista pelo § 4º do artigo anterior.
§ 2º O pedido de reconsideração de ato, § 2º A autoridade que receber o recurso
que tem efeito suspensivo, deve ser apre- hierárquico deverá comunicar tal fato, por
sentado no prazo máximo de 5 (cinco) dias, escrito, àquela contra a qual está sendo in-
a contar da data em que o militar do Estado terposto.
tomar ciência do ato que o motivou.

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§ 3º Os prazos referentes ao recurso hierár- II – após solucionado o recurso hierárqui-
quico são: co.
I – para interposição: 5 (cinco) dias, a con- Art. 61. Os prazos para a interposição dos recur-
tar do conhecimento da solução do pedido sos de que trata este Código são decadenciais.
de reconsideração pelo interessado ou do
vencimento do prazo do § 4º. do artigo an-
terior;
CAPÍTULO XI
II – para comunicação: 3 (três) dias, a con-
DA REVISÃO DOS
tar do protocolo da OPM ou OBM da auto-
ridade destinatária; ATOS DISCIPLINARES
III – para solução: 10 (dez) dias, a contar do Art. 62. As autoridades competentes para apli-
recebimento da interposição do recurso no car sanção disciplinar, exceto as ocupantes dos
protocolo da OPM ou OBM da autoridade postos de 1º Tenente a Major, quando tiverem
destinatária. conhecimento, por via recursal ou de ofício, da
possível existência de irregularidade ou ilegali-
§ 4º O recurso hierárquico, em termos res- dade na aplicação da sanção imposta por elas
peitosos, precisará o objeto que o funda- ou pelas autoridades subordinadas, podem, de
menta de modo a esclarecer o ato ou fato, forma motivada e com publicação, praticar um
podendo ser acompanhado de documentos dos seguintes atos:
comprobatórios.
I – retificação;
§ 5º O recurso hierárquico não poderá tra-
tar de assunto estranho ao ato ou fato que II – atenuação;
o tenha motivado, nem versar sobre maté-
III – agravação;
ria impertinente ou fútil.
IV – anulação.
§ 6º Não será conhecido o recurso hierár-
quico intempestivo, procrastinador ou que Art. 63. A retificação consiste na correção de ir-
não apresente fatos ou argumentos novos regularidade formal sanável, contida na sanção
que modifiquem a decisão anteriormente disciplinar aplicada pela própria autoridade ou
tomada, devendo ser cientificado o interes- por autoridade subordinada.
sado, e publicado o ato em boletim, no pra-
zo de 10 (dez) dias. Art. 64. A atenuação é a redução da sanção
proposta ou aplicada, para outra menos rigo-
Art. 59. Solucionado o recurso hierárquico, en- rosa ou, ainda, a redução do número de dias da
cerra-se para o recorrente a possibilidade admi- sanção, nos limites do art. 42, se assim o exigir
nistrativa de revisão do ato disciplinar sofrido, o interesse da disciplina e a ação educativa so-
exceto nos casos de representação previstos bre o militar do Estado.
nos § § 3º. e 4º. do art. 30.
Art. 65. A agravação é a ampliação do número
Art. 60. Solucionados os recursos disciplinares dos dias propostos para uma sanção disciplinar
e havendo sanção disciplinar a ser cumprida, o ou a aplicação de sanção mais rigorosa, nos li-
militar do Estado iniciará o seu cumprimento mites do art. 42, se assim o exigir o interesse
dentro do prazo de 3 (três) dias: da disciplina e a ação educativa sobre o militar
do Estado.
I – desde que não interposto recurso hie-
rárquico, no caso de solução do pedido de Parágrafo Único. Não caberá agravamento
reconsideração; da sanção em razão da interposição de re-
curso disciplinar pelo militar acusado.

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Art. 66. Anulação é a declaração de invalida- Art. 70. O cancelamento de sanções disciplina-
de da sanção disciplinar aplicada pela própria res consiste na retirada dos registros realizados
autoridade ou por autoridade subordinada, nos assentamentos individuais do militar da ati-
quando, na apreciação do recurso, verificar a va, relativos às penas disciplinares que lhe fo-
ocorrência de ilegalidade, devendo retroagir à ram aplicadas, sendo inaplicável às sanções de
data do ato. reforma administrativa disciplinar, de demissão
e de expulsão.
Parágrafo Único. A anulação de sanção
administrativo-disciplinar somente pode- § 1º O cancelamento de sanções é ato do
rá ser feita no prazo de 5 (cinco) anos, a Comandante-Geral, praticado a pedido do
contar da data da publicação do ato que se interessado, e o seu deferimento depende-
pretende invalidar, ressalvado o disposto rá do reconhecimento de que o interessado
no inciso III do art. 41 deste Código. vem prestando bons serviços à Corporação,
comprovados em seus assentamentos, e
depois de decorridos os lapsos temporais
a seguir indicados, de efetivo serviço sem
CAPÍTULO XII qualquer outra sanção, a contar da data da
DAS RECOMPENSAS MILITARES última pena imposta:

Art. 67. As recompensas militares constituem a) para o cancelamento de advertência: 2


reconhecimento dos bons serviços prestados anos;
pelo militar do Estado e consubstanciam-se em b) para o cancelamento de repreensão: 3
prêmios concedidos por atos meritórios e ser- anos;
viços relevantes.
c) para o cancelamento de permanência
Art. 68. São recompensas militares: disciplinar ou, anteriormente a esta Lei, de
I – elogio; detenção: 7 anos;

II – dispensa de serviço; d) para o cancelamento de custódia discipli-


nar ou, anteriormente a esta Lei, de prisão
III – cancelamento de sanções, passíveis administrativa: 10 anos.
dessa medida.
§ 2º Independentemente das condições
Parágrafo Único. O elogio individual, ato previstas neste artigo, o Comandante-Geral
administrativo que coloca em relevo as qua- poderá cancelar uma ou mais punições do
lidades morais e profissionais do militar, po- militar que tenha praticado qualquer ação
derá ser formulado independentemente da militar considerada especialmente meri-
classificação de seu comportamento e será tória, que não chegue a constituir ato de
registrado nos assentamentos. bravura. Configurado ato de bravura, assim
reconhecido, o Comandante-Geral poderá
Art. 69. A dispensa do serviço é uma recompen-
cancelar todas as punições do militar, in-
sa militar e somente poderá ser concedida por
dependentemente das condições previstas
oficiais dos postos de tenente-coronel e coronel
neste artigo.
a seus subordinados funcionais.
§ 3º O cancelamento de sanções não terá
Parágrafo Único. A concessão de dispensas
efeito retroativo e não motivará o direito de
do serviço, observado o disposto neste arti-
revisão de outros atos administrativos de-
go, fica limitada ao máximo de 6 (seis) dias
correntes das sanções canceladas.
por ano, sendo sempre publicada em bole-
tim.

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CAPÍTULO XIII ministrativa, a absolvição, administrativa ou
DO PROCESSO REGULAR judicial, do militar do Estado em razão de:
I – não haver prova da existência do fato;
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS II – falta de prova de ter o acusado concorri-
do para a transgressão; ou,
Art. 71. O processo regular de que trata este III – não existir prova suficiente para a con-
Código, para os militares do Estado, será: denação.
I – o Conselho de Justificação, para oficiais; Art. 73. Aplicam-se a esta Lei, subsidiariamente,
II – o Conselho de Disciplina, para praças pela ordem, as normas do Código do Processo
com 10 (dez) ou mais anos de serviço mili- Penal Militar, do Código de Processo Penal e do
tar no Estado; Código de Processo Civil.

III – o processo administrativo-disciplinar, Art. 74. Extingue-se a punibilidade da trans-


para praças com menos de 10 (dez) anos gressão disciplinar pela:
de serviço militar no Estado; I – passagem do transgressor da reserva re-
IV – o procedimento disciplinar previsto no munerada para a reforma ou morte deste;
Capítulo VII desta Lei. II – prescrição.
§ 1º O processo regular poderá ter por base § 1º A prescrição de que trata o inciso II
investigação preliminar, inquérito policial- deste artigo se verifica:
-militar ou sindicância instaurada, realizada
ou acompanhada pela Corregedoria-Geral a) em 2 (dois) anos, para transgressão su-
dos Órgãos de Segurança Pública e Defesa jeita à advertência e repreensão;
Social, criada pela Lei Estadual nº12.691, de
16 de maio de 1997. b) em 3 (três) anos, para transgressão su-
jeita à permanência disciplinar;
§ 2º A inobservância dos prazos previstos
para o processo regular não acarreta a nu- c) em 4 (quatro) anos, para transgressão
lidade do processo, porém os membros do sujeita à custódia disciplinar;
Conselho ou da comissão poderão respon- d) em 5 (cinco) anos, para transgressão su-
der pelo retardamento injustificado do pro- jeita á reforma administrativa; disciplinar,
cesso. demissão, expulsão e proibição do uso do
Art. 72. O militar do Estado submetido a proces- uniforme e do porte de arma;
so regular deverá, quando houver possibilidade e) no mesmo prazo e condição estabeleci-
de prejuízo para a hierarquia, disciplina ou para da na legislação penal, especialmente no
a apuração do fato, ser designado para o exer- código penal ou penal militar, para trans-
cício de outras funções, enquanto perdurar o gressão compreendida também como cri-
processo, podendo ainda a autoridade instaura- me.
dora proibir-lhe o uso do uniforme e o porte de
arma, como medida cautelar. § 2º O início da contagem do prazo de pres-
crição de qualquer transgressão disciplinar
Parágrafo Único. Não impede a instaura- é da data em que foi praticada, interrom-
ção de novo processo regular, caso surjam pendo-se pela instauração de sindicância,
novos fatos ou evidências posteriormente de conselho de justificação ou disciplina ou
à conclusão dos trabalhos na instância ad- de processo administrativo-disciplinar ou
pelo sobrestamento destes.

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Seção II II – os Oficiais que tenham entre si, com o


DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO acusador ou com o acusado, parentesco
consangüíneo ou afim, na linha reta ou até
Art. 75. O Conselho de Justificação destina-se o quarto grau de consangüinidade colateral
a apurar as transgressões disciplinares cometi- ou de natureza civil;
das por oficial e a incapacidade deste para per-
III – os Oficiais que tenham particular inte-
manecer no serviço ativo militar.
resse na decisão do Conselho de Justifica-
Parágrafo Único. O Conselho de Justifica- ção; e
ção aplica-se também ao oficial inativo
IV – os Oficiais subalternos.
presumivelmente incapaz de permanecer
na situação de inatividade. § 3º O Conselho de Justificação funciona
sempre com a totalidade de seus membros,
Art. 76. O oficial submetido a Conselho de Jus-
em local que a autoridade nomeante, ou
tificação e considerado culpado, por decisão
seu presidente, julgue melhor indicado para
unânime, deverá ser agregado disciplinarmente
a apuração dos fatos.
mediante ato do Comandante-Geral, até deci-
são final do Tribunal competente, ficando: Art. 78. O Conselho de Justificação dispõe de
um prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data
I – afastado das suas funções e adido à Uni-
de sua nomeação, para a conclusão de seus tra-
dade que lhe for designada;
balhos relativos ao processo, e de mais 15 (quin-
II – proibido de usar uniforme e de portar ze) dias para deliberação, confecção e remessa
arma; do relatório conclusivo.

III – mantido no respectivo Quadro, sem nú- Art. 79. Reunido o Conselho de Justificação,
mero, não concorrendo à promoção. convocado previamente por seu Presidente, em
local, dia e hora designados com antecedência,
Art. 77. A constituição do Conselho de Justifica- presentes o acusado e seu defensor, o Presiden-
ção dar-se-á por ato do Governador do Estado, te manda proceder à leitura e a autuação dos
que designará 3 (três) oficiais da ativa, dispen- documentos que instruíram e os que constituí-
sados de outras atividades até a conclusão dos ram o ato de nomeação do Conselho; em segui-
trabalhos, de posto superior ao do acusado, da, ordena a qualificação e o interrogatório do
contando sempre com pelo menos um oficial justificante, previamente cientificado da acusa-
superior, cabendo o exercício das funções de ção, sendo o ato reduzido a termo, assinado por
presidente, interrogante e relator, respectiva- todos os membros do Conselho, pelo acusado e
mente, por ordem decrescente de antiguidade. pelo defensor, fazendo-se a juntada de todos os
§ 1º Quando o justificante for oficial supe- documentos por este acaso oferecidos em de-
rior do último posto, o Conselho será for- fesa.
mado por oficiais daquele posto, da ativa § 1º Sempre que o acusado não for locali-
ou na inatividade, mais antigos que o justi- zado ou deixar de atender à intimação for-
ficante, salvo na impossibilidade. Quando o mal para comparecer perante o Conselho
justificante for oficial da reserva remunera- de Justificação serão adotadas as seguintes
da, um dos membros do Conselho poderá providências:
ser da reserva remunerada.
a) a intimação é publicada em órgão de
§ 2º Não podem fazer parte do Conselho de divulgação com circulação na respectiva
Justificação: OPM ou OBM;
I – o Oficial que formulou a acusação;

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b) o processo corre à revelia do acusado, Parágrafo Único. As testemunhas de acu-
se não atender à publicação, sendo desne- sação que nada disserem para o esclareci-
cessária sua intimação para os demais atos mento dos fatos, a Juízo do Conselho de Jus-
processuais. tificação, não serão computadas no número
previsto no caput, sendo desconsiderado
§ 2º Ao acusado revel será nomeado defen- seu depoimento.
sor público, indicado pela Defensoria Pu-
blica do Estado, por solicitação do Coman- Art. 82. O acusado e seu advogado, querendo,
dante-Geral da Corporação, para promover poderão comparecer a todos os atos do pro-
a defesa do oficial justificante, sendo o de- cesso conduzido pelo Conselho de Justificação,
fensor intimado para acompanhar os atos sendo para tanto intimados, ressalvado o caso
processuais. de revelia.
§ 3º Reaparecendo, o revel poderá acompa- Parágrafo Único. O disposto no caput não
nhar o processo no estágio em que se en- se aplica à sessão secreta de deliberação do
contrar, podendo nomear advogado de sua Conselho de Justificação.
escolha, em substituição ao defensor públi-
co. Art. 83. Encerrada a fase de instrução, o oficial
acusado será intimado para apresentar, por
§ 4º Aos membros do Conselho de Jus- seu advogado ou defensor público, no prazo de
tificação é lícito reinquirir o acusado e as 15 (quinze) dias, suas razões finais de defesa.
testemunhas sobre o objeto da acusação
e propor diligências para o esclarecimento Art. 84. Apresentadas as razões finais de defesa,
dos fatos. O reconhecimento de firma so- o Conselho de Justificação passa a deliberar so-
mente será exigido quando houver dúvida bre o julgamento do caso, em sessão, facultada
de autenticidade. a presença do advogado do militar processado,
elaborando, ao final, relatório conclusivo.
§ 5º Em sua defesa, pode o acusado reque-
rer a produção, perante o Conselho de Jus- § 1º O relatório conclusivo, assinado por
tificação, de todas as provas permitidas no todos os membros do Conselho de Justifi-
Código de Processo Penal Militar. A auten- cação, deve decidir se o oficial justificante:
ticação de documentos exigidos em cópias I – é ou não culpado das acusações;
poderá ser feita pelo órgão administrativo.
II – está ou não definitivamente inabilitado
§ 6º As provas a serem colhidas mediante para o acesso, o oficial considerado provi-
carta precatória serão efetuadas por inter- soriamente não habilitado no momento da
médio da autoridade Policial-Militar ou, na apreciação de seu nome para ingresso em
falta desta, da Policia Judiciária local. Quadro de Acesso;
Art. 80. O acusado poderá, após o interrogató- III – está ou não incapaz de permanecer na
rio, no prazo de três dias, oferecer defesa pré- ativa ou na situação em que se encontra na
via, arrolando até três testemunhas e requerer inatividade.
a juntada de documentos que entender conve-
nientes à sua defesa. § 2º A decisão do Conselho de Justificação
será tomada por maioria de votos de seus
Art. 81. Apresentada ou não a defesa, proceder- membros, facultada a justificação, por escri-
-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as to, do voto vencido.
de acusação, em número de até três, serem ou-
vidas em primeiro lugar. Art. 85. Elaborado o relatório conclusivo, será
lavrado termo de encerramento, com a remes-
sa do processo, pelo presidente do Conselho de

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Justificação, ao Governador do Estado, por in- digno do oficialato ou com ele incompatí-
termédio do Comandante-Geral da Corporação vel, decretando:
e do Secretário da Segurança Pública e Defesa
Social. I – a perda do posto e da patente; ou,

Art. 86. Recebidos os autos do processo regular II – a reforma administrativa disciplinar,


do Conselho de Justificação, o Governador do no posto que o oficial possui na ativa, com
Estado decidirá se aceita ou não o julgamento proventos proporcionais ao tempo de ser-
constante do relatório conclusivo, determinan- viço militar.
do: § 2º Publicado o acórdão do Tribunal, o Go-
I – o arquivamento do processo, caso pro- vernador do Estado decretará a demissão
cedente a justificação; ex-officio ou a reforma administrativa dis-
ciplinar do oficial transgressor.
II – a aplicação da pena disciplinar cabível,
adotando as razões constantes do relatório Seção III
conclusivo do Conselho de Justificação ou DO CONSELHO DE DISCIPLINA
concebendo outros fundamentos;
Art. 88. O Conselho de Disciplina destina-se a
III – a adoção das providências necessárias apurar as transgressões disciplinares cometi-
à transferência para a reserva remunerada, das pela praça da ativa ou da reserva remune-
caso considerado o oficial definitivamente rada e a incapacidade moral desta para perma-
não habilitado para o acesso; necer no serviço ativo militar ou na situação de
IV – a remessa do processo ao Auditor da inatividade em que se encontra.
Justiça Militar do Estado, caso a acusação § 1º O Conselho de Disciplina será compos-
julgada administrativamente procedente to por 3 (três) oficiais da ativa e instaurado
seja também, em tese, crime; por ato do respectivo Comandante-Geral ou
V – a remessa do processo ao Tribunal de por outra autoridade a quem for delegada
Justiça do Estado, quando a pena a ser apli- essa atribuição.
cada for a de reforma administrativa disci- § 2º O mais antigo do Conselho, no mínimo
plinar ou de demissão, em conformidade um capitão, será o presidente e o que se lhe
com o disposto no art. 176, § 8º, da Consti- seguir em antiguidade ou precedência fun-
tuição Estadual. cional será o interrogante, sendo o relator e
Art. 87. No Tribunal de Justiça, distribuído o escrivão o mais moderno.
processo, o relator mandará citar o oficial acu- § 3º Entendendo necessário, o presidente
sado para, querendo, oferecer defesa, no prazo poderá nomear um subtenente ou sargento
de 10 (dez) dias, sobre a conclusão do Conse- para funcionar como escrivão no processo,
lho de Justificação e a decisão do Governador o qual não integrará o Conselho.
do Estado, em seguida, mandará abrir vista
para o parecer do Ministério Público, no prazo § 4º Não podem fazer parte do Conselho de
de 10 (dez) dias, e, na seqüência, efetuada a re- Disciplina:
visão, o processo deverá ser incluído em pauta
I – o Oficial que formulou a acusação;
para julgamento.
II – os Oficiais que tenham entre si, com o
§ 1º O Tribunal de Justiça, caso julgue pro-
acusador ou com o acusado, parentesco
cedente a acusação, confirmando a decisão
consanguíneo ou afim, na linha reta ou até
oriunda do Executivo, declarará o oficial in-
o quarto grau de consanguinidade colateral
ou de natureza civil; e,

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III – os Oficiais que tenham particular inte- dade ou em concurso, esta poderá ser adita-
resse na decisão do Conselho de Disciplina. da, abrindo-se novos prazos para a defesa.
§ 5º O Conselho de Disciplina funciona sem- Art. 92. O Conselho de Disciplina dispõe de um
pre com a totalidade de seus membros, em prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar
local que a autoridade nomeante, ou seu da data de sua nomeação, para a conclusão de
presidente, julgue melhor indicado para a seus trabalhos relativos ao processo, e de mais
apuração dos fatos. 15 (quinze) dias para deliberação, confecção e
remessa do relatório conclusivo.
§ 6º A instauração de Conselho de Disci-
plina importa no afastamento da praça do Art. 93. Reunido o Conselho de Disciplina, con-
exercício de qualquer função policial, para vocado previamente por seu Presidente, em
que permaneça à disposição do Conselho. local, dia e hora designados com antecedência,
presentes o acusado e seu defensor, o Presiden-
Art. 89. As autoridades referidas no artigo ante- te manda proceder a leitura e a autuação dos
rior podem, com base na natureza da falta ou na documentos que instruíram e os que constitu-
inconsistência dos fatos apontados, considerar, íram o ato de nomeação do Conselho; em se-
desde logo, insuficiente a acusação e, em conse- guida, ordena a qualificação e o interrogatório
qüência, deixar de instaurar o Conselho de Dis- da praça, previamente cientificada da acusação,
ciplina, sem prejuízo de novas diligências. sendo o ato reduzido a termo, assinado por to-
Art. 90. O Conselho de Disciplina poderá ser ins- dos os membros do Conselho, pelo acusado e
taurado, independentemente da existência ou pelo defensor, fazendo-se a juntada de todos os
da instauração de inquérito policial comum ou documentos por este acaso oferecidos em de-
militar, de processo criminal ou de sentença cri- fesa.
minal transitada em julgado. § 1º Sempre que a praça acusada não for
Parágrafo Único. Se no curso dos trabalhos localizada ou deixar de atender à intimação
do Conselho surgirem indícios de crime co- formal para comparecer perante o Conse-
mum ou militar, o presidente deverá extrair lho de Disciplina serão adotadas as seguin-
cópia dos autos, remetendo-os, por ofício, tes providências:
à autoridade competente para início do res- a) a intimação é publicada em órgão de di-
pectivo inquérito policial ou da ação penal vulgação com circulação na respectiva OPM
cabível. ou OBM;
Art. 91. Será instaurado apenas um proces- b) o processo corre à revelia do acusado,
so quando o ato ou atos motivadores tenham se não atender à publicação, sendo desne-
sido praticados em concurso de agentes. cessária sua intimação para os demais atos
§ 1º Havendo dois ou mais acusados per- processuais.
tencentes a Corporações Militares diversas, § 2º Ao acusado revel será nomeado defen-
o processo será instaurado pelo Secretário sor público, indicado pela Defensoria Publi-
da Segurança Pública e Defesa Social. ca do Estado, por solicitação do Comandan-
§ 2º Existindo concurso ou continuidade in- te-Geral da Corporação, para promover a
fracional, deverão todos os atos censuráveis defesa da praça, sendo o defensor intimado
constituir o libelo acusatório da portaria. para acompanhar os atos processuais.

§ 3º Surgindo, após a elaboração da porta- § 3º Reaparecendo, o revel poderá acompa-


ria, elementos de autoria e materialidade nhar o processo no estágio em que se en-
de infração disciplinar conexa, em continui- contrar, podendo nomear advogado de sua

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Legislação – Código Disciplinar dos Militares do Estado do Ceará – Profª Giuliane Torres

escolha, em substituição ao defensor públi- Art. 97. Encerrada a fase de instrução, a praça
co. acusada será intimada para apresentar, por seu
advogado ou defensor público, no prazo de 8
§ 4º Aos membros do Conselho de Discipli- (oito) dias, suas razões finais de defesa.
na é lícito reinquirir o acusado e as testemu-
nhas sobre o objeto da acusação e propor Art. 98. Apresentadas as razões finais de defe-
diligências para o esclarecimento dos fatos. sa, o Conselho de Disciplina passa a deliberar
O reconhecimento de firma somente será sobre o julgamento do caso, em sessão, facul-
exigido quando houver dúvida de autentici- tada a presença do advogado do militar pro-
dade. cessado, elaborando, ao final, o relatório con-
clusivo.
§ 5º Em sua defesa, pode o acusado reque-
rer a produção, perante o Conselho de Dis- § 1º O relatório conclusivo, assinado por to-
ciplina, de todas as provas permitidas no dos os membros do Conselho de Disciplina,
Código de Processo Penal Militar. A auten- deve decidir se a praça acusada:
ticação de documentos exigidos em cópias
poderá ser feita pelo órgão administrativo. I – é ou não culpada das acusações;

§ 6º As provas a serem colhidas mediante II – está ou não incapacitada de permanecer


carta precatória serão efetuadas por in- na ativa ou na situação em que se encontra
termédio da autoridade policial-militar ou na inatividade.
bombeiro-militar, na falta destas, da Polícia § 2º A decisão do Conselho de Disciplina
Judiciária local. será tomada por maioria de votos de seus
Art. 94. O acusado poderá, após o interrogató- membros, facultada a justificação, por escri-
rio, no prazo de três dias, oferecer defesa pré- to, do voto vencido.
via, arrolando até três testemunhas e requerer Art. 99. Elaborado o relatório conclusivo, será
a juntada de documentos que entender conve- lavrado termo de encerramento, com a remes-
nientes à sua defesa. sa do processo, pelo presidente do Conselho
Art. 95. Apresentada ou não a defesa, proceder- de Disciplina, à autoridade competente para
-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as proferir a decisão, a qual dentro do prazo de
de acusação, em número de até três, serem ou- 20 dias, decidirá se aceita ou não o julgamento
vidas em primeiro lugar. constante do relatório conclusivo, determinan-
do:
Parágrafo Único. As testemunhas de acu-
sação que nada disserem para o esclare- I – o arquivamento do processo, caso im-
cimento dos fatos, a Juízo do Conselho de procedente a acusação, adotando as ra-
Disciplina, não serão computadas no núme- zões constantes do relatório conclusivo do
ro previsto no caput, sendo desconsiderado Conselho de Disciplina ou concebendo ou-
seu depoimento. tros fundamentos;

Art. 96. O acusado e seu advogado, querendo, II – a aplicação da pena disciplinar cabível,
poderão comparecer a todos os atos do proces- adotando as razões constantes do relatório
so conduzido pelo Conselho de Disciplina, sen- conclusivo do Conselho de Disciplina ou
do para tanto intimados, ressalvado o caso de concebendo outros fundamentos;
revelia. III – a adoção das providências necessárias
Parágrafo Único. O disposto no caput não à efetivação da reforma administrativa dis-
se aplica à sessão secreta de deliberação do ciplinar ou da demissão ou da expulsão;
Conselho de Disciplina.

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IV – a remessa do processo ao Auditor da nada por portaria do Comandante-Geral, des-
Justiça Militar do Estado, caso a acusação tinado a apurar as transgressões disciplinares
julgada administrativamente procedente cometidas pela praça da ativa com menos de
seja também, em tese, crime. 10 (dez) anos de serviço militar no Estado e a
incapacidade moral desta para permanecer no
§ 1º A decisão proferida no processo deve serviço ativo militar, observado o procedimen-
ser publicado oficialmente no Boletim da to previsto na Seção anterior.
Corporação e transcrita nos assentamentos
da Praça. Parágrafo Único. A comissão processante dis-
põe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar
§ 2º A reforma administrativa disciplinar da da data de sua nomeação, para a conclusão de
Praça é efetivada no grau hierárquico que seus trabalhos relativos ao processo, e de mais
possui na ativa, com proventos proporcio- 15 (quinze) dias para deliberação, confecção e
nais ao tempo de serviço. remessa do relatório conclusivo.
Art. 100. O acusado ou, no caso de revelia, o
seu Defensor que acompanhou o processo pode
interpor recurso contra a decisão final proferida
no Conselho de Disciplina, no prazo de 5 (cinco) CAPÍTULO XIV
dias, para a autoridade que instaurou o proces- DISPOSIÇÕES FINAIS
so regular.
Art. 104. Para os efeitos deste Código, conside-
Parágrafo Único. O prazo para a interposi- ra-se Comandante de Unidade o oficial que es-
ção do recurso é contado da data da intima- tiver exercendo funções privativas dos postos
ção pessoal do acusado ou de seu advogado de coronel e de tenente-coronel.
ou defensor, ou, havendo qualquer dificul-
dade para estas se efetivarem, da data da Parágrafo Único. As expressões diretor e
publicação no Boletim da Corporação. chefe têm o mesmo significado de Coman-
dante de Unidade.
Art. 101. Cabe à autoridade que instaurou o
processo regular, em última instância, julgar o Art. 105. Os Comandantes-Gerais poderão bai-
recurso interposto contra a decisão proferida no xar instruções complementares conjuntas, ne-
processo do Conselho de Disciplina, no prazo de cessárias à interpretação, orientação e fiel apli-
30 (trinta) dias, contados da data do recebimen- cação do disposto neste Código.
to do processo com o recurso. Art. 106. Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta)
Art. 102. A decisão do Comandante-Geral ou do dias após a data de sua publicação, revogadas
Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, todas as disposições em contrário, em espe-
proferida em única instância, caberá revisão cial as Leis nºs 10.280, de 5 de julho de 1989, e
processual ao Governador do Estado, desde que 10.341, de 22 de novembro de 1979, o Decre-
contenha fatos novos, será publicada em bole- to nº14.209, de 19 de dezembro de 1980, e as
tim, e o não atendimento desta descrição ense- constantes da Lei nº10.072, de 20 de dezembro
jará o indeferimento liminar. de 1976, e de suas alterações.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ,
Seção IV em Fortaleza, 21 de novembro de 2003.
DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR LÚCIO GONÇALO DE ALCÂNTARA

Art. 103. O processo administrativo-disciplinar


é o processo regular, realizado por comissão
processante, formada por três oficiais, desig-

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