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NA 4
Notas de Aula 4 – Sequências e Limites
Introdução
(ii) a sucessão (yn )n onde yn = 1/n, n ∈ N, tem infinitos termos (1, 1/2,
1 CEDERJ
Sequências e Limites
Elementos
de
Análise 1/3, . . . , 1/100, . . . , 1/n, . . . ), mas neste caso, o conjunto {1/n : n ∈
Real N} tem, também, infinitos elementos.
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Sequências e Limites
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1
Exemplo 4.1 A sucessão (xn )n∈N definida por xn = n
, n ∈ N, converge
para L = 0.
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Sequências e Limites
Elementos
de
Análise ♦ Prelúdio 4.1 O que orienta uma demonstração, na grande maioria das ve-
Real zes, é a estrutura do enunciado que se deseja provar. Seguindo a estrutura da
Definição 4.2, são dadas a seguir as passagens que necessariamente devem apa-
recer na demonstração de que lim xn = L, onde (xn )n∈N é uma sequência e L,
n→∞
um número real - procure identificá-las no Exemplo 4.1.
Exemplo 4.2 Mostrar, por meio da definição, que a sequência (xn )n∈N dada
por xn = n/(3n + 1) converge para L = 1/3.
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Sequências e Limites
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E daı́
1 1
< ǫ ⇔ 9nǫ > 1 ⇔ n >
9n 9ǫ
Assim, o n0 procurado é um número natural tal que n0 > 1/9ǫ. (lembre que
a existência de (pelo menos) um natural com esta propriedade é garantida pela
Propriedade Arquimediana, Proposição 2.5 da NA 02). Fim do procedimento
preliminar!
Confira as contas acima, certifique-se de ter entendido todas as passagens
e o porquê de cada uma. Atenção à linguagem e às notações utilizadas!
Agora escreve-se a demonstração para ser lida e entendida por outras pes-
soas. Observe a forma como são utilizadas as contas do procedimento preliminar.
Abaixo, as lacunas do desenvolvimento apresentado no quadro acima são preen-
chidas em azul:
1 1
Como n > n0 > então < ǫ. Portanto, de (⋆) tem-se
9ǫ 9n
n 1 1
3n + 1 − 3 < 9n < ǫ .
Mostrou-se assim que: para todo número real ǫ > 0, existe n0 ∈ N tal para
todo n ∈ N, se n > n0 então
n 1
−
3n + 1 3 < ǫ .
n 1
Daı́ conclui-se, pela Definição 4.2, que lim = .
n→∞ 3n + 1 3
Entenda que o n0 encontrado depende da majoração que se faz em (⋆). Não
existe uma resposta única para este n0 . Mas você deve apresentar uma justifi-
cativa de que a sua escolha está correta, assim como foi feito acima.
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Sequências e Limites
Elementos
de
Análise de modo geral, espera-se que o aluno use as chamadas propriedades operatórias
Real de limite. Lá, após o estudo de tais propriedades, o procedimento seria o se-
guinte:
n n/n
lim = lim
n→∞ 3n + 1 n→∞ 3n/n + 1/n
1 lim 1 1 1
n→∞
= lim = = = .
n→∞ 3 + 1/n lim 3 + lim 1/n 3+0 3
n→∞ n→∞
n2 − 1 1
Exemplo 4.3 Mostrar, por meio da definição, que lim 2
= .
n→∞ 2n + 1 2
Solução: 1a etapa: Procedimento algébrico para encontrar
2 um n0 : Para
n −1 1
ǫ > 0, procura-se natural n0 tal que, se n > n0 então 2 − < ǫ.
2n + 1 2
Ora,
2 2
2n − 2 − 2n2 − 1
n −1 1 −3 3 3 3
2n2 + 1 − 2 =
= = < < .
2(2n2 + 1) 4n2 + 2 4n2 + 2 4n2 4n
E daı́
3 3
<ǫ ⇔n> .
4n 4ǫ
Assim, o n0 procurado é um número natural tal que n0 > 3/4ǫ. Fim do
procedimento preliminar!
2a etapa: Prova formal: Seja ǫ > 0 onde ǫ ∈ R.
3
Pela Propriedade Arquimediana existe um natural n0 > . (∗)
4ǫ
Suponha que n ∈ N satisfaz n > n0 . (∗∗)
Então
2
1 2n2 − 2 − 2n2 − 1
n −1 −3 3 3 3
−
2n2 + 1 2 = 2
= 2
=
2
< 2 <
2(2n + 1) 2(2n + 1) 4n + 2 4n 4n
(na última passagem, usou-se que n2 ≥ n, já que n ∈ N). Como, por (∗) e
3 3
(∗∗) tem-se que n > n0 > e 4ǫ > 0 então 4ǫn > 3 e daı́ < ǫ.
4ǫ 4n
Logo 2
n −1 1 3
2n2 + 1 − 2 < 4n < ǫ .
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Mostrou-se assim que: para todo número real ǫ > 0, existe n0 ∈ N tal para
todo n ∈ N, se n > n0 então
2
n −1 1
2n2 + 1 2 < ǫ .
−
n2 − 1 1
Daı́, pela definição de limite, escreve-se lim
2
= .
n→∞ 2n + 1 2
p
Observação: Também se poderia ter tomado n0 > 3/4ǫ. Verifique!
No que se segue, propriedades básicas de sequências, com demons-
trações simples, são apresentadas. Estude-as cuidadosamente para entender
os raciocı́nios e aprender as técnicas.
(a) (xn )n∈N converge para L se, e somente se, a sequência (xn − L)n∈N
converge para 0;
(b) Se (xn )n∈N converge para L então (|xn |)n∈N converge para |L|.
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Sequências e Limites
Elementos
de
Análise (d) Seja (an )n∈N uma sequência de elementos positivos tal que lim an = 0.
Real Se (xn )n∈N é uma sequência em R tal que para alguma contante C > 0
e algum M ∈ N se tem |xn − L| ≤ Can para todo n > M então
lim xn = L.
Prova: (a) O enunciado deste item é somente uma outra maneira de re-
escrever a Definição 4.2. De fato, (xn )n∈N convergir para L equivale, pela
Definição 4.2, à afirmação
E esta significa afirmar, pela Definição 4.2, que a sequência (xn − L)n∈N
converge para 0.
(b) Por hipótese, xn → L quando n → ∞. Seja ǫ > 0. Usando a hipótese e
pela Definição 4.2 para o caso particular deste ǫ > 0, pode-se garantir que
existe n0 ∈ N tal que,
Tome este n0 e suponha que n > n0 . Pela desigualdade triangular e por (*),
tem-se ||xn | − |L|| ≤ |xn − L| < ǫ . Mostrou-se então que, para cada ǫ > 0,
existe n0 tal que, para todo natural n ∈ N, se n > n0 então ||xn | − |L|| < ǫ.
Logo, pela Definição 4.2, |xn | → |L| quando n → ∞.
Tome este n0 e suponha que n > n0 . Então |xn | < ǫ, por (**). Assim, para
todo ǫ > 0 existe natural n0 tal que para todo natural n > n0 , tem-se que
|xn − 0| = |xn | < ǫ e, portanto, xn → 0 quando n → ∞.
Em particular, pelo item (a), xn → L se, e somente se, (xn − L) → 0,
que, por sua vez, vale se, e somente se, (|xn − L|) → 0.
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(d) Por hipótese, lim an = 0 com an > 0 para todo n ∈ N e (xn )n∈N é uma
sequência que satisfaz |xn − L| < Can , para todo natural n > M, onde
L, C ∈ R, C > 0 e M ∈ N são constantes dadas. Seja ǫ > 0 um número
real arbitrariamente fixado. Como ǫ/C > 0, a primeira das hipóteses e a
Definição 4.2 garantem, para este real > 0, a existência de n01 ∈ N tal
ǫ
para todo n ∈ N, se n > n01 então |an | = an < (∗ ∗ ∗) .
C
Tome n > n0 := max{M, n01 } e suponha n > n0 . Então de (***) e do
restante da hipótese, segue que
ǫ
|xn − L| ≤ Can < C = ǫ.
C
Mostrou-se então que para todo ǫ > 0 existe n0 ∈ N tal que para todo
natural n0 , se n > n0 então |xn − L| < ǫ. Pela Definição 4.2, fica provado
que lim xn = L.
No exemplo a seguir, há alguns resultados onde as afirmações do Te-
orema 4.2 serão utilizadas para auxiliar a demonstração da convergência de
algumas sequências, que aparecerão no decorrer deste estudo.
1
Exemplo 4.4 (a) Se a > 0 então lim = 0. De fato, tem-se que
1 + na
1
≤ 1 1 para todo n ∈ N.
1 + na − 0 a n
(b) Se 0 < b < 1 então lim bn = 0. De fato, como 0 < b < 1 então 1/b > 1,
ou seja, 1/b = 1 + a onde a := 1/b − 1 > 0. Portanto, pode-se escrever
b = 1/(1 + a). Pela desigualdade de Bernoulli (Exercı́cio 9 de NA 1),
tem-se que (1 + a)n ≥ 1 + na para todo n ∈ N. Assim,
1 1 1
0 < bn = ≤ < para todo n ∈ N .
(1 + a)n 1 + na na
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Sequências e Limites
Elementos
de
Análise Se c > 1 então para cada n ∈ N, c1/n > 1. Portanto, para cada n ∈ N,
Real c1/n = 1 + dn , onde dn := c1/n − 1 > 0. Daı́, pela desigualdade de
Bernoulli
hn 1
0 < 1 − c1/n = < hn < para todo n ∈ N,
1 + hn nc
de modo que
1/n 1/n 1 1
|c − 1| = 1 − c < para todo n ∈ N.
c n
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Sequências e Limites
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Seja (xn )n∈N uma sequência. Considera-se (xn+m )n∈N , para m ∈ N ar-
bitrário, a sequência definida por xn+m = (x1+m , x2+m , x3+m , . . . , xn+m , . . . , ),
a qual é chamada de m-cauda de (xn )n . Por exemplo, a 5-cauda da sequência
(1/n)n∈N é a sequência (1/6, 1/7, . . . , ). Ou seja, os termos da m-cauda são
exatamente os termos da sequência (xn )n a partir do termo de ordem m + 1.
A próxima proposição garante que desconsiderar os m primeiros termos de
uma sequência convergente não altera o valor do limite ( não importando
quão grande seja m).
Prova: (⇒) Por hipótese, (xn )n converge para L. Então dado ǫ > 0 existe
n0 ∈ N tal que, para todo n > n0 , |xn − L| < ǫ. Logo, para todo n > n′0 :=
n0 − m, xn+m satisfaz |xn+m − L| < ǫ. Assim, (xn+m ) converge para L.
(⇐) Por hipótese, (xn+m ) converge para L. Então dado ǫ > 0 existe n′0 ∈ N
tal que, para todo n > n′0 , |xn+m −L| < ǫ. Logo, para todo n > n0 := n′0 +m,
tem-se |xn − L| < ǫ. Assim, (xn )n converge para L.
Do que foi estudado nas Notas de Aula 02, pode-se provar que: um
conjunto X é limitado se e somente se existe um número real c ≥ 0 tal que,
para todo x ∈ X tem-se |x| ≤ c (faça como exercı́cio).
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Sequências e Limites
Elementos
de
Análise Definição 4.3 Uma sequência (xn )n é limitada quando o conjunto de seus
Real valores, {xn : n ∈ N}, é limitado. Ou seja, quando existe número real M > 0
tal que |xn | ≤ M para todo n ∈ N.
Prova: Como, por hipótese, existe L ∈ R tal que lim xn = L, por definição,
no caso particular de ǫ = 1, existe n0 ∈ N tal que |xn − L| < 1 para todo
n > n0 . Daı́ e da desigualdade triangular obtém-se
|xn | = |xn − L + L| ≤ |xn − L| + |L| < 1 + |L| para todo n > n0 . (⋆)
Definição 4.4 Dadas as sequências (xn )n∈N e (yn )n∈N , define-se as sequências
soma, diferença, produto e quociente de (xn )n∈N e (yn )n∈N respectivamente,
por
(3) (xn )n∈N · (yn )n∈N := (xn yn )n∈N , em particular, c · (xn )n∈N = (cxn )n∈N
para c ∈ R;
(4) (xn )n∈N /(yn )n∈N := (xn /yn )n∈N , desde que yn 6= 0 para todo n ∈ N.
(4) lim(xn /yn ) = lim xn / lim yn = L1 /L2 desde que yn 6= 0 para todo n ∈ N
e L2 6= 0.
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Sequências e Limites
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(2) A prova de que (xn − yn )n∈N converge para L1 − L2 segue por argumentos
análogos.
(3) Por hipótese lim xn = L1 e lim yn = L2 . Pelo Teorema 4.3, existe M1 > 0
tal que |yn | ≤ M1 para todo n ∈ N. Seja ǫ > 0 e seja M := max{M1 , |L1 |}.
Então M > 0 e portanto ǫ/2M ∈ R. Pela hipótese e Definição 4.2, para este
real positivo ǫ/2M em particular, existem n1 ∈ N e n2 ∈ N tais que
ǫ ǫ
|xn − L1 | < M para todo n > n1 e |yn − L2 | < M para todo n > n2 .
2 2
(a)
Tome n0 := max{n1 , n2 } e seja n > n0 . Então n > n1 e n > n2 . Usando a
desigualdade triangular obtém-se
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Sequências e Limites
Elementos
de
Análise Notar que as condições de (a) puderam ser usadas na última passagem, pois
Real n > n1 e n > n2 . Tem-se assim que |(xn yn ) − (L1 L2 )| < ǫ, para todo ı́ndice
n > n0 .
Provou-se então que: para todo ǫ > 0, existe n0 ∈ N tal que, para
todo n ∈ N, |(xn yn ) − (L1 L2 )| < ǫ. Pela Definição 4.2, tem-se que (xn yn )n
converge para L1 L2 .
A prova de que cxn → cL1 quando xn → L1 , segue imediatamente do
que acabou de ser provado, considerando-se o caso particular em que (yn )n é
a sequência constante (c, c, c, . . . ).
1 1
(4) Primeiro mostra-se que → para L2 6= 0 e yn 6= 0 para todo
yn L2
n ∈ N. Para simplificar, supõe-se inicialmente que L2 > 0. Como yn → L2
para n suficientemente grande tem-se que yn ∈ VL2 /2 (L2 ) = (L2 /2, 3L2 /2).
Em particular, para n suficientemente grande, ou seja, n > n1 , para um certo
n1 ∈ N, tem-se yn > L2 /2. Assim, para todo n > n1 , resulta
1 1 L2 − yn 1 2
− = = |yn − L2 | ≤ 2 |yn − L2 |.
yn L2 L2 yn |yn L2 | L2
1
Seja, então, dado ǫ > 0 qualquer. Existe n2 ∈ N tal que |yn − L2 | < L2 2 ǫ.
2
Toma-se n0 := max{n1 , n2 }. Assim, para todo n > n0 , tem-se
1 1 2 2 1
− ≤ 2 |yn − L2 | < 2 L2 2 ǫ = ǫ,
yn L2 L2 L2 2
1 1
o que conclui a prova de que → quando L2 > 0. No caso em que
yn L2
L2 < 0, pelo que já foi provado tem-se −yn → −L2 e, como −L2 > 0,
1 1
−1/yn → −1/L2 . Segue daı́ que → também no caso em que L2 < 0.
yn L2
A prova de que xn /yn → L1 /L2 segue, agora, do fato que (xn /yn )n =
(xn · (1/yn ))n e então, pelo que já foi demonstrado,
x h 1 i 1 1 L
n 1
lim = lim (xn ) = lim xn lim = L1 = ,
yn yn yn L2 L2
o que conclui a demonstração.
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lim (x1n +x2n +x3n +· · ·+xmn ) = lim x1n + lim x2n + lim x3n +· · ·+ lim xmn
n→∞ n→∞ n→∞ n→∞ n→∞
(i)
(1) (2) (3) (m)
e seu produto x .x .x ···x := (x1n .x2n .x3n . · · · .xmn ) é uma sequência
convergente e
lim (x1n .x2n .x3n · · · xmn ) = lim x1n . lim x2n . lim x3n · · · lim xmn . (ii)
n→∞ n→∞ n→∞ n→∞ n→∞
Espera-se que você mesmo seja capaz de provar sem dificuldades as fórmulas
(i), (ii) e (iii) usando o Teorema 4.4 e Indução Matemática.
Exemplo 4.5 (a) A sequência (n)n é divergente. De fato, pelo Teorema 4.3,
se (n)n fosse convergente, então seria limitada, isto é, existiria um
número real M > 0 tal que n = |n| < M para todo n ∈ N. Mas isso
estaria em contradição com a Propriedade Arquimediana.
(c) Seja (xn )n∈N uma sequência de números reais que converge para L ∈ R.
Seja p um polinômio, isto é,
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Elementos
de
Análise (d) Seja (xn )n uma sequência convergente para L ∈ R. Seja r uma função
Real racional, isto é, r(t) := p(t)/q(t), onde p e q são polinômios. Suponha
que q(xn ) 6= 0 para todo n ∈ N e q(L) 6= 0. Então a sequência (r(xn ))
converge para r(L).
Segue também do Teorema 4.4 e da Observação 4.2. Os detalhes ficam
como exercı́cio.
(e)
5n3 − 2n + 3 5
lim 3 = .
2n + 3n2 + 1 2
5n3 − 2n + 3
Chamando an := , para poder aplicar o Teorema 4.4 (em
2n3 + 3n2 + 1
sua versão estendida pela Observação 4.2) é necessário escrever o termo
geral an da sequência de modo mais conveniente, como uma expressão
racional envolvendo apenas sequências convergentes. Obtém-se essa
forma dividindo por n3 o numerador e o denominador da fração que
define an . Assim, encontra-se
5 − (2/n2 ) + (3/n3 )
an = .
2 + (3/n) + (1/n3 )
5 − 2(lim(1/n))2 + 3(lim(1/n))3 5
= 3
= .
2 + 3 lim(1/n) + (lim(1/n)) 2
Limites e desigualdades
Prova: Suponha que a conclusão é falsa, isto é, L < 0. Então ǫ = −L > 0.
Como (xn )n converge para L, existe um número natural n0 tal que
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Sequências e Limites
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Prova: Seja L := lim xn = lim zn . Então dado ǫ > 0 existe n0 ∈ N tal que
|xn − L| < ǫ e |zn − L| < ǫ para todo n > n0 . Ou seja,
Teorema 4.8 (Teste da razão) Seja (xn )n uma sequência de termos po-
sitivos tal que R := lim(xn+1 /xn ) existe. Se R < 1 então (xn )n converge e
lim xn = 0. Por outro lado, se R > 1 então (xn )n é divergente.
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Elementos
de
Análise Daı́,
xn+1
Real < R + ǫ = R + (s − R) = s , para todo n > n0 .
xn
Tem-se assim que xn+1 < sxn , para cada n > n0 . Daı́ vem que 0 < xn+1 <
xn s < xn−1 s2 < · · · < xn0 +1 sn−n0 para todo n > n0 . Tomando-se C :=
xn0 +1 /sn0 +1 resulta que 0 < xn+1 < Csn+1 para todo n > n0 . Ou seja,
0 < xn < Csn para todo n > n0 +1. Como 0 < s < 1 então o Exemplo 4.4 (b)
assegura que lim sn = 0. Assim, aplicar a Proposição 4.1 resulta que lim xn =
0.
Suponha agora que R > 1. Tomando b ∈ R tal que 1 < b < R e
ǫ := R − b então, por hipótese, existe n0 ∈ N tal que
xn+1
> R − ǫ = R − (R − b) = b para todo n > n0 .
xn
Segue que xn+1 > sxn , para todo x n > n0 . Portanto, xn+1 > xn b >
n0 +1
2
xn−1 b > · · · > xn0 +1 b n−n0
= n +1
bn+1 para todo n > n0 . Chame
b 0
C ′ = xn0 +1 /bn0 +1 . Do Exemplo 4.5 (b), tem-se que a sequência (bn )n não
é limitada superiormente. Assim, dado M > 0 qualquer, existe n1 ∈ N
tal que bn > M/C ′ para todo n > n1 . Portanto, xn > M para todo
n > max{n0 + 1, n1 + 1}. Como M > 0 é arbitrário, segue que (xn )n não é
limitada e, portanto, é divergente.
Exemplos 4.2 (a) Seja (xn )n uma sequência convergente para L e supo-
√
nha que xn ≥ 0 para todo n ∈ N. Então a sequência ( xn )n converge
√
para L. De fato, do Teorema 4.5 tem-se que L ≥ 0. Consideram-se
os dois seguintes casos:
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Sequências e Limites
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1
lim = 0.
n→∞ nr
Logo,
1
lim = 0.
n1/q
Considera-se agora o caso geral em que r = p/q, onde p e q são números
naturais. Prova-se pelo Princı́pio de Indução Matemática - PIM, fa-
zendo a indução em p. De fato, viu-se acima que a afirmação é válida
para p = 1. Suponha que valha para um k ∈ N. Ou seja,
1
lim = 0.
nk/q
Segue que
1 1 1 1 1
lim = lim = (lim )(lim ) = 0 · 0 = 0.
n(k+1)/q nk/q n1/q nk/q n1/q
Logo, pelo PIM vale para todo p ∈ N.
10n
(d) Mostrar que lim = 0. De fato, pondo xn := 10n /n!, tem-se
n!
xn+1 10n+1 n! 10
= · n = .
xn (n + 1)! 10 n+1
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Elementos
de
Análise (−1)n
(a) xn := 1 + ,
Real n
1
(b) xn := ,
n(n + 1)
2. Liste os cinco primeiros termos das seguintes sequências definidas in-
dutivamente:
n2
(a) lim 3 = 0.
n +2
3n
(b) lim = 3.
n+4
2
(c) lim √ = 0.
3n + 1
(−1)n n
(d) lim 2 = 0.
n +1
5. Seja lim xn = L > 0. Mostre que existe um número natural n0 tal que
1
para todo natural n, se n > n0 então xn > L.
2
√ √
6. Mostre que lim( n + 1 − n) = 0. Dica: Multiplique e divida por
√ √
( n + 1 + n) e trabalhe com a Definição.
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Sequências e Limites
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√ √ √
(b) lim n + 3 ( n + 1 − n) ,
12. Mostre que se zn := (an + bn )1/n onde 0 < a < b, então lim zn = b.
13. Use o Teorema 4.7 (do Sanduı́che) para determinar os seguintes limites:
2
(a) lim n1/n
2)
(b) lim n!(1/n
(a) (nb−n )n
(b) (23n /32n )n
(c) (bn /n!)n
(d) (n!/nn )n
21 CEDERJ