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CartilhaEolicaCERNE2014 PDF
CartilhaEolicaCERNE2014 PDF
dos ventos e o
Rio Grande do Norte
Brasil - 2014
Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia – CERNE
Rua Raimundo Chaves, 2182 • L5 • Natal, RN • Brasil • CEP 59064-390 • Tel +55 (84) 2010-0340
Av. Erasmo Braga, 227 • Grupo 1111 • Centro • Rio de Janeiro, RJ - Brasil CEP 20020-902 • Tel +55 (21) 2533.5703
www.cerne.org.br
Sumário
Nosso Pré-Sal dos Ventos 4
Eólicas em Números 18
Eólicas no RN 22
Eventos 28
Nosso Pré-Sal dos Ventos
O mercado de energia eólica já apresenta fatores claros de consolidação irreversível no Brasil. Ainda
existem desafios e metas a superar, mas o fato de termos hoje preços de eólica comparáveis aos das fontes
hídrica e de biomassa já indica um caminho sem volta. A energia eólica veio no Brasil para ficar. E já veio
tarde, pois o país apresenta enorme potencial e grande necessidade de diversificar sua matriz energética,
com a preocupação de não “sujá-la”.
A energia eólica traz essa possibilidade, com a vantagem de incrementar a participação das fontes
renováveis num país que, orgulhosamente, já apresenta uma posição invejável quanto ao uso de energia
limpa. Graças ao seu inédito sistema de leilões reversos (onde o menor preço ganha), o Brasil agora é onde
se pratica o preço de energia eólica mais competitivo do mundo.
Ao longo dos últimos sete anos, o Rio Grande do Norte ganhou destaque nacional e internacional ao
conquistar o primeiro lugar geral em novos projetos eólicos licitados na série de leilões federais anuais envolvendo
esta fonte renovável de energia, iniciada em 2009. Guardadas as devidas proporções, a indústria dos ventos
representa, para o Rio Grande do Norte, um passaporte para o futuro tão relevante quanto o petróleo do
pré-sal para o Brasil. Entre 2009 e 2014, aportaram no RN mais de 10 bilhões de reais em investimento direto,
equipamentos, serviços e obras. Em 2014 o RN quebrou a barreira de 1 GW eólico em capacidade instalada,
sendo o primeiro estado brasileiro a alcançar esta marca. Por isso, é dever de todos nós, cidadãos norte-rio-
grandenses, tratar bem desta indústria e fazê-la crescer de forma sustentável, benéfica e produtiva para todos.
O Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) é o primeiro think tank do Nordeste
e sua atuação está voltada para a integração dos setores relacionados com a exploração sustentável de
recursos naturais e energéticos. Um dos principais objetivos estatutários do CERNE é o de propiciar integração,
acompanhamento e apoio para otimizar os investimentos nos parques eólicos norte-rio-grandenses em
benefício da economia e da sociedade local. O CERNE agora se une à iniciativa das empresas de criar o
Sindicato das Empresas do Setor Energético do RN (SEERN), já em operação.
O objetivo desta cartilha é apresentar o Rio Grande do Norte como um dos melhores ambientes de
investimento para os geradores de energia eólica, tendo em vista não apenas a sua privilegiada localização
- que lhe proporciona um ótimo regime de ventos - mas também os esforços conjuntos dos investidores
e empreendedores, dos governos estadual e federal, das prefeituras e das entidades nacionais, como a
Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), e regionais, como o CERNE, que são fundamentais para
consolidar o Estado como um provedor energético regional.
Jean-Paul Prates
Diretor-presidente - CERNE
Centro de Estratégias em
Recursos Naturais e Energia
Maio/2014
A Energia Eólica
no Mundo
A capacidade de energia eólica instalada no mundo
cresceu 12,39% em 2013, passando de 283 GW para 318 GW
(equivalente a quase 23 vezes a potência instalada de Itaipu,
igual a 14.000 MW).
Espera-se que em 2014 se instale 45 GW, potencial dado
como recorde em 2012.
Capacidade total
Compartilhamento global
Posição País ao final de 2012
(%)
(MW)
1º China 91.424 28,7
2º Estados
61.091 19,2
Unidos
3º Alemanha 34.250 10,8
4º Espanha 22.959 7,2
5º India 20.150 6,3
6º Reino Unido 10.531 3,3
7º Itália 8.552 2,7
8º França 8.254 2,6
9º Canadá 7.803 2,5
10º Dinamarca 4.724 1.6
Resto do
48.352 15,2
Mundo
13º Brasil 3.456 1,7 ( da matriz nacional)
Total Top 10 269.785 84,8
Total Global 318.137 100
Ventos no M ar
A exploração do potencial de captação dos ventos no mar também tem apresentado
significativa evolução, utilizando turbinas de complexidade e capacidade individual maior
que em terra. No chamado “offshore” é comum se falar de aerogeradores acima de 5 MW de
potência, mas as questões regulatórias e logísticas envolvem aspectos bem diferenciados.
Uma das principais regiões de investimento em eólicas offshore que tem se consolidade é
o Mar do Norte (Grã Bretanha, Noruega, Dinamarca), além dos litorais da Bélgica, França,
Suécia e Alemanha. O “offshore” já tem mais de 5 GW instalados no mundo. A Siemens
(Alemanha) e a Vestas (Dinamarca) são os fabricantes mais destacados nesta especialidade.
A maioria dos aerogeradores já em operação encontra-se em profundidades entre 10 e 30
metros e situados a menos de 40 km da costa. Além da Europa, China e Estados Unidos
também têm investido em aerogeradores instalados no mar, golfos ou grandes lagos.
Projeções otimistas indicam um potencial de 80 GW instalados por volta de 2020, sendo
75% deste valor localizado na Europa.
Middelgrunden, Dinamarca
A Energia Eólica
no Brasil
O Brasil ficou entre os 10 países mais atrativos para
investimentos de energias limpas em 2011*. A principal
responsável foi a energia eólica, cujo preço alcançou
patamares mais baixos que o do gás natural**
em leilões de energia.
* (segundo o relatório Índice de Atratividade das Energias Renováveis por País, da Ernst & Young Terco).
** (R$ 99,56/MWh x R$ 103/MWh).
O vento brasileiro é forte e com bom índice O complexo eólico Alto Sertão I (BA)
de regularidade, características que situam o País consta hoje como o maior do gênero na América
como um dos mais favoráveis a investimento em Latina, com capacidade instalada de 294 MW,
eólicas no mundo e nos beneficiam em termos operado pela Renova Energia. Também merecem
de fator de capacidade e custos de geração. destaque o complexo eólico de Osório (RS),
Graças a estas condições naturais e ao sistema com 150 MW de capacidade e, no Rio Grande
de leilões em que prevalecem os projetos com do Norte, os complexos eólicos Alegria, Santa
tarifa mais competitiva, o Brasil é capaz de Clara-Eurus, Renascença e União dos Ventos,
oferecer hoje a energia eólica mais barata do todos com capacidade agregada acima de 150
mundo ao seu mercado. Estima-se que, no final MW, também.
de 2014, o País contará com uma potência eólica
instalada de 7,4 GW, o que permitiria atender à
demanda residencial de Natal e Fortaleza juntas.
Oficialmente, o potencial de energia eólica
no País é de 143 GW (o equivalente a mais 10 Usinas
Hidrelétricas de Itaipu), de acordo com medições
já bastante defasadas. O avanço tecnológico dos
últimos anos, com captação de vento em torno
de 100 metros de altura, permite estimar que esse
potencial pode superar os 300 GW.
Total: 137,31 GW
Hidro: 63,44%
Eólico: 2,26% Nuclear: 1,45%
Importação: 5,97% Petróleo: 5,57%
Biomassa: 8,43% Carvão Mineral: 2,47%
Gás: 10,41%
148,39
Preço da energia (R$/MWh)
134,10
129,97
124,43
122,69
119,03
110,51
105,12
99,54 99,58
87,94
PROINFA 2º LER 3º LER 2º LFA 4º LER 12º LEN 13º LEN 15º LEN 5º LER 17º LEN 18º LEN 19º LEN
2009 2010 2010 2011 2011 2011 2012 2013 2013 2013 2014
Fonte: EPE/CERNE
Mapa dos parques eólicos brasileiros
Mapa eólico do rio grande do norte
61
62 4
35 74 107 106
105 58 51
48 66 80 53 79
60 73
49 101 102 50 54 11 5 20
98 99
1 20
56 100 103
22 52 3
95 104
70 93
71
8
91 10 7
34 6
21 33 38
72
40 39 29 92
17 30 32 64
19
18 31 85 86
28 84 97 68
83
14
15 55
16 67 78 20
20 59
63
23 20
77 69
24
25
26
27 20
13
12
45 46 47
20
88 94 75
76
89 96
90
10
37
114 108
109
2
113
110 112 111
Leilão 2014
Versão - 2014
Mapa base: Atlas Eólico do RN 2003 (COSERN)
Fonte: EPE/ANEEL/CERNE
115 Arara Azul João Câmara - RN 27,5 18º LEN 2013 Central Eólica Arara Azul \ Eólica Tecnologia \ Furnas \ Ventos Tecnologia
116 Bentevi João Câmara - RN 15 18º LEN 2013 Central Eólica Bentevi \ Eólica Tecnologia \ Furnas \ Ventos Tecnologia
117 Ouro Verde I João Câmara - RN 27,5 18º LEN 2013 Central Eólica Ouro Verde I \ Eólica Tecnologia \ Furnas \ Ventos Tecnologia
118 Ouro Verde II João Câmara - RN 30 18º LEN 2013 Central Eólica Ouro Verde II \ Eólica Tecnologia \ Furnas \ Ventos Tecnologia
119 Ouro Verde III João Câmara - RN 25 18º LEN 2013 Central Eólica Ouro Verde III \ Eólica Tecnologia \ Furnas \ Ventos Tecnologia
128 Serra do Mel I Serra do Mel - RN 28 18º LEN 2013 Eólica Tecnologia \ Furnas \ GESTAMP
129 Serra do Mel II Serra do Mel - RN 28 18º LEN 2013 Eólica Tecnologia \ Furnas \ GESTAMP
130 Serra do Mel III Serra do Mel - RN 28 18º LEN 2013 Eólica Tecnologia \ Furnas \ GESTAMP
131 União dos Ventos 12 Pedra Grande - RN 27,2 18º LEN 2013 Serveng
132 União dos Ventos 13 Pedra Grande - RN 20,4 18º LEN 2013 Serveng
133 União dos Ventos 14 Pedra Grande - RN 22,1 18º LEN 2013 Serveng
134 União dos Ventos 15 São Miguel do Gostoso - RN 30 18º LEN 2013 Serveng
135 União dos Ventos 16 São Miguel do Gostoso - RN 30 18º LEN 2013 Serveng
139 Vila Pará III Serra do Mel - RN 30 18º LEN 2013 Voltalia
2 RN 15 - Rio do Fogo Rio do Fogo- RN 15/07/2006 (ONS) 49,3 32 61 Enercon E-48 MW de 0,8 MW e 1 de 0,5 MW PIE PROINFA Iberdrola Renováveis do Brasil
3 Alegria I Guamaré - RN 30/12/2010 (ONS) 51 32 31 Vestas V82-165 de 1,65 MW PIE PROINFA Multiner
4 Mangue Seco 3 Guamaré - RN 24/09/2011 (ONS) 26 48,8 13 Enercon E-82 de 2 MW PIE 2º LER 2009 Petrobrás \ Wobben Wind Power
5 Mangue Seco 1 Guamaré - RN 06/10/2011 (ONS) 26 47,3 13 Enercon E-82 de 2 MW PIE 2º LER 2009 Petrobrás \ Alubar Energia
6 Mangue Seco 2 Guamaré - RN 06/10/2011 (ONS) 26 46,2 13 Enercon E-82 de 2 MW PIE 2º LER 2009 Petrobras \ Eletrobrás
7 Mangue Seco 5 Guamaré - RN 01/11/2011 (ONS) 26 50 13 Enercon E-82 de 2 MW PIE 2º LER 2009 Petrobrás \ Wobben Wind Power
8 Alegria II Guamaré - RN 30/12/11 100,65 31 61 Vesta V82-165 de 1,65 MW PIE PROINFA Multiner
9 Aratuá I Guamaré - RN 01/03/12 14,4 44,63 9 GE Wind de 1,65 MW PIE 2º LER 2009 Bioenergy
10 Miassaba 2 Guamaré - RN 01/03/12 14,4 48,64 9 GE Wind de 1,65 MW PIE Mercado Livre Bioenergy
11 Cabeço Preto João Câmara - RN 04/05/2012 (ANEEL) 19,8 32,8 11 Vestas V100 de 1,8 MW PIE 2º LER 2009 Gestamp Eólica Brasil
12 Cabeço Preto IV João Câmara - RN 19/05/2012 (ANEEL) 19,8 42,4 11 Vestas V100 de 1,8 MW PIE 3º LER 2010 Gestamp Eólica Brasil
13 Mel 02 Areia Branca - RN 19/02/2013 (ANEEL) 20 49 10 Gamesa G90 de 2,0 MW PIE 2º LFA 2010 Neoenergia \ Iberdrola Renováveis do Brasil
14 Farol S. Bento do Norte - RN 01/09/2013 20 51 10 Vestas de 2MW PIE 2°LFA 2010 Copel
15 Arizona 1 Rio do Fogo - RN 01/10/2013 28 46,1 14 Gamesa G90 de 2,0 MW PIE 2º LFA 2010 Neoenergia \ Iberdrola
16 Santa Clara I Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 30 47,1 15 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
17 Santa Clara II Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 30 44,1 15 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
18 Santa Clara III Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 30 43,4 15 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
19 Santa Clara IV Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 30 42,7 15 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
20 Santa Clara V Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 30 43,1 15 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
21 Santa Clara VI Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 30 42,4 15 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
22 Eurus VI Parazinho - RN 29/03/2014 (ANEEL) 8 43,1 4 Enercon E82 de 2 MW PIE 2° LER 2009 CPFL Renováveis
23 Morro dos Ventos I João Câmara - RN 30/03/2014 (ANEEL) 28,80 46,9 18 GExle de 1,6 MW PIE 2° LER 2009 Dobrevê Energia
24 Morro dos Ventos III João Câmara - RN 30/03/2014 (ANEEL) 28,80 48,3 18 GExle de 1,6 MW PIE 2° LER 2009 Dobrevê Energia
25 Morro dos Ventos IV João Câmara - RN 30/03/2014 (ANEEL) 28,80 47,6 18 GExle de 1,6 MW PIE 2° LER 2009 Dobrevê Energia
26 Morro dos Ventos VI João Câmara - RN 30/03/2014 (ANEEL) 28,80 45,5 18 GExle de 1,6 MW PIE 2° LER 2009 Dobrevê Energia
27 Morro dos Ventos IX João Câmara - RN 30/03/2014 (ANEEL) 30 49,7 15 GExle de 1,6 MW e 4 GExle de 1,5 MW PIE 2° LER 2009 Dobrevê Energia
28 Mar e Terra Areia Branca - RN 18/02/2014 23,10 35,9 11 Suzlon S-88 de 2,1 MW PIE 2° LER 2009 MS Renováveis
29 Areia Branca Areia Branca - RN 18/02/2014 27,30 42,9 13 Suzlon S-88 de 2,1 MW PIE 2° LER 2009 MS Renováveis
SD Comércio
30 Alimentação e Tibau - RN - 0,0033 - REG-RN482 0 SD Comércio
Serviços LTDA
41 Rei dos Ventos I Galinhos - RN 15/05/2014 58,45 44,9 35 Alstom ECO 86 - de 1,67 MW PIE 2° LER 2009 Furnas \ Eletronorte \ J. Malucelli
42 Rei dos Ventos III Galinhos - RN 15/05/2014 60,12 43,2 36 Alstom ECO 86 - de 1,67 MW PIE 2° LER 2009 Furnas \ Eletronorte \ J. Malucelli
43 Miassaba III Macau - RN 15/05/2014 68,47 45,2 41 Alstom ECO 86 - de 1,67 MW PIE 2° LER 2009 Furnas \ Eletronorte \ J. Malucelli
44 Pedra Preta João Câmara - RN 17/05/2014 20,7 49,8 9 Siemens SWT - 2.3 - 101 de 2,3 MW PIE 2º LFA 2010 CPFL Renováveis
45 Costa Branca João Câmara - RN 23/05/2014 20,7 47,3 9 Siemens SWT - 2.3 - 101 de 2,3 MW PIE 2º LFA 2010 CPFL Renováveis
Fonte:EPE/ANEEL/CERNE
0,003 SP
0,156 MG
2,5 PR
Eólicas em Números
28,05 RJ
34,5 SE
69 PB
239,4 SC
298,35 PE
432,8 MA
543,6 PI
1525,6 RS
Ranking
2047,9 dos
BA estados brasileiros por capacidade eólica contratada
2263,434 CE
Potência
3723,433 RN total por estado (operação + construção + contratado)
4.504,92
4000
3500
3.190,67
3000
2.577,65
2500
2.051,58
2000
1500
1.153,90
825,35
1000
500
239,4 432,53
0,16 2,5 28,05 30
0
1
SP MG PR RJ SE PB SC PE MA PI RS BA CE RN
Fonte: CERNE/EPE/ANEEL
Capacidade Participação
Empresa (MW) (%)
Fonte: ANEEL
Onde a eólica mais cresceu em 2013
crescimento por país, em MW, e percentual no crescimento global
Total Mundial
35,46 GW Acrescido no período
Fonte: GWEC
Fonte: Abeeólica
Argentina: 218 MW
83,84%
Uruguai: 59 MW
Colômbia, Equador,
Peru, e Venezuela:
54 MW
América do Sul
4,12 GW
Microgeração:
Tendência para o Futuro
Em abril de 2012, a Aneel (Agência créditos, que abaterão economicamente o
Nacional de Energia Elétrica) aprovou as normas valor da fatura de energia elétrica dos meses
relacionadas à chamada Microgeração (até 100 subseqüentes de tal consumidor. A norma
KW) e Minigeração (até 1 MW). A norma dá ao indica que o intervalo de aproveitamento destes
consumidor a permissão do mesmo poder instalar, créditos é de até 3 anos. A norma é aberta
por exemplo, geradores eólicos em sua residência também a órgãos públicos e empresas.
ou propriedade, criando ainda um sistema de A geração de energia elétrica próxima
compensação energético, trocando energia ao local de consumo (ou na própria instalação
com a própria distribuidora. Sendo direcionada consumidora) traz uma série de vantagens em
a geradores que utilizem fontes renováveis de comparação à conhecida geração centralizada
energia, além de eólica, a norma também é válida tradicional. Como exemplo destas vantagens
para geração hídrica, solar, biomassa e cogeração podemos citar os custos com a linha de
qualificada, contribuindo assim por oferecer transmissão, a redução das perdas nas redes e a
melhores condições para o desenvolvimento melhoria da qualidade do serviço.
sustentável do setor elétrico nacional. Os custos envolvidos com a adequação ao
A característica principal do sistema é o seu sistema de medição serão de responsabilidade
intercâmbio bilateral, onde a energia excedente do consumidor, cabendo a distribuidora a
gerada pelo consumidor neste caso é diretamente responsabilidade pela manutenção, como também
injetada na rede da distribuidora, gerando assim os custos de uma eventual substituição.
Eólicas no RN
22
No que diz respeito aos investimentos e e 2013, percebe-se a posição de destaque
seus efeitos na economia do Estado, é lícito do Estado do Rio Grande do Norte como
estimar que, apenas em eólicas novas, o Estado o maior produtor de energia eólica em
deverá receber investimentos superiores a relação à potência instalada até 2017. Em 3
R$ 1 1,2 bilhões para a instalação de mais de anos, o Rio Grande do Norte terá energia
100 parques eólicos, sendo que um terço disso eólica equivalente a países como Portugal
resultará em compras diretas no Estado. ou Dinamarca e o número de aerogeradores
No quesito geração de emprego, as aumentará de 300 para mais 3 mil.
obras de construção que se desenvolverão Além do RN, os estados que apresentam
no Estado poderão vir a gerar até 30.000 maiores potencialidades de energia eólica
empregos diretos e indiretos a depender de são o Ceará, a Bahia, o Rio Grande do Sul, o
sabermos recrutar, capacitar e empregar o Maranhão, o Piauí e Santa Catarina.
máximo de potiguares e utilizar o máximo Para o RN, a geração eólica representa
de fornecedores locais possível. Igualmente, virar o jogo energético: nos últimos 5 anos,
no estágio de consolidação desta indústria, a o Estado passou da condição de importador
partir da entrada em operação dos parques, absoluto de energia para provedor regional.
deveremos ter canais de aproveitamento e Isso significa investimento e PIB gerados
transferência não-traumática desta mão-de- no Estado e conforto energético para atrair
obra qualificada para novos ciclos industriais outros setores para o RN e para dar qualidade
ou produtivos. de vida aos nossos cidadãos.
Com relação às usinas eólicas do
Nordeste, o fator de capacidade médio
de maio/2012 a maio/2013 aumentou de
35,5% para 37,7%, valores extremamente
O Rio Grande do Norte é um dos cinco estados
expressivos se considerarmos a média
brasileiros com maior potencial de geração de
mundial que é de 30% (Boletim mensal energia elétrica utilizando a força dos ventos, e
de Monitoramento do Sistema Elétrico poderá atingir os 7GW de capacidade geradora
Brasileiro, Junho de 2013 – MME). eólica instalada em 2016, o equivalente a 50%
Observando a evolução dos Estados do que produz atualmente a maior hidrelétrica
brasileiros nos leilões de energia eólica brasileira, a usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).
organizados pelo Governo Federal entre 2009
657 1064,6 780 0 132 RN
390 587,4 563,9 52,3 567,8 BA
186 245,8 744 28 80,5 RS
542,7 150 606,1 0 113,2 CE
0 0 57,6 201,6 0 MA
0 0 78 0 191,7 PE
0 0 75,6 0 420 PI
30 Contratação
0 0 de energia
0 0 SE nos leilões federais, por estado
eólica (2009-2014)
2009 2010 2011 2012 2013
1400
1200 MW %
1200 RN 3.402,3 27,65
(MW)
1000
RN 26,38
(MW)
1000 BA 3.245,2
800 BA
Instalada
RS 1.810,9 14,72
800 RS
Instalada
400 PE
PE 811,7 6,6
Potência
400 PI
200 SE MA 259,2 2,12
200
SE 30 0,24
0
0 2009 2010 2011 2012 2013 Total: 12.302,5 MW 100%
23
O Papel do CERNE
O CERNE - Centro de Estratégias em Recursos Naturais e
Energia - é um think tank voltado para a concepção, discussão
e implementação de estratégias públicas e privadas relativas ao
aproveitamento sustentável dos recursos naturais e energéticos do
Nordeste Setentrional do Brasil. Sua missão é promover a articulação
com as diversas instâncias institucionais, acadêmicas, cientificas,
empresariais e governamentais relacionadas com a exploração sócio-
econômica, conservação, planejamento e desenvolvimento dos recursos
naturais e fontes energéticas através da otimização, eficientização
e, sobretudo, sustentabilidade das atividades a elas pertinentes, de
forma a assegurar sua boa utilização no presente, em benefício das
gerações futuras.
A atuação do CERNE se dá pelo acompanhamento (informação)
e apoio (inteligência) às atividades relativas à cadeia produtiva e
comercial de recursos naturais (águas, minérios, solos e clima) e fontes
energéticas (tanto convencionais quanto renováveis) e a projetos
estruturais multisetoriais (infra-estrutura, logística, capacitação etc.)
para a consolidação sustentável destas atividades de forma a gerar e
compartilhar resultados por meio de projetos sociais e ações politica
e ambientalmente sustentáveis. O CERNE é sustentado por grupos
empresariais nacionais e internacionais (diretamente ou por meio de
suas subsidiárias regionais) tais como: CPFL Renováveis, Petrobras,
Wobben Enercon, Alubar, Eletrobras, Serveng,Martifer/Santander
MS Renováveis, Eletricidade de Portugal (EdP), Cortez Engenharia,
Bioconsultants, entre outros. O CERNE também tem como entidades
associadas a Abeeólica, o IBP, a Redepetro, entre outras.
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Orientações Básicas para
Negócios no Setor Eólico
Av a li a ç ã o d e p otencial eólic o
Antes de entrar em contratos de uso de terras, assumindo com os proprietários obrigações e
responsabilidades, os desenvolvedores precisam saber se o terreno é apropriado para um projeto de
energia eólica sob alguns aspectos.
A força do vento varia fortemente de um local para o outro e somente os dados colhidos em uma
localização específica podem demonstrar como o vento sopra nesse local. Desenvolvedores usam mapas de
medição do vento, conhecimento de uma área e dados que eles obtêm de equipamentos de monitoramento
para enteder o quão forte, em qual direção e quando o vento tende a soprar em regiões específicas.
Geralmente tais dados são levantados por empresas locais que cobram valores proporcionais à potência
nominal do parque eólico a ser construído, sendo comumente necessário 2 ou 3 anos avaliando o regime de
vento para ver o quanto e como as empresas irão investir em energia eólica em determinada área. Outros
aspectos que merecem a devida atenção correspondem às características ambientais da área em questão,
da regularidade fundiária do
imóvel, da infraestrutura existente
de acesso viário e elétrico, em Cadastro de Áreas
um maior grau de importância. O CAP (Cadastro de Áreas com Potencial), acessível pela
Nem sempre áreas com um bom Internet no endereço www.cadastresuaterra.com.br, realiza
ou excelente potencial eólico o cadastramento de áreas para avaliação preliminar de
conseguirão viabilizar um bom ou potencial eólico ou solar.
excelente projeto eólico.
a s e t a p a s e o s e s t u d o s p a r a o d e s e n v o lv i m e n t o d e u m
empreendimento eólico
A) Concessão
B) Desenvolvimento
Obtenção do PPA
Leilões / PROINFA
AEP certificados
Iniciar a
construção
Menores custos
C) Negociação Menores riscos
Iniciar a operação
Atendendo aos prazos
D) Implementação Mantendo os custos
Em busca de detalhar e apresentar o panorama atual do setor energético do Estado do Rio Grande do
Norte e discutir as atividades em curso, desafios, investimentos e resultados, bem como as diretrizes públicas
aplicáveis aos segmentos de petróleo e gás, energia eólica e solar, biomassa e biocombustíveis surgiu, em
2012, o Fórum Estadual de Energia do RN – FEERN. A primeira edição do evento lotou o plenarinho
da Assembleia Legislativa do RN. Entre os participantes, profissionais, técnicos, gestores e investidores
da área energética, proprietários de ativos com potencial energético, gestores públicos, fornecedores do
setor energético, professores, pesquisadores, estudantes e colaboradores da área de energia, além de
profissionais da área ambiental.
Além do CERNE, da ALRN e do CTGasER, o FEERN contou com o apoio do IBP, ABEEólica, ABPIP,
SEBRAE-RN, FIERN, Redepetro RN, IDEMA, Comissão de Energia da OAB-RN, UFRN e IFRN.
Entre os temas tratados, a situação atual e os desafios da implementação dos parques eólicos, pesquisas
e projetos de inovação em energia eólica, a chegada da energia solar, a produção de energia por meio de
biomassa e de térmicas e as questões envolvendo as linhas de transmissão.
Em 2013, a segunda edição do FEERN aconteceu nos dias 17 e 18 de outubro, em Natal.
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