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Uma versão de comunicação apresentada ao NP 06 – Rádio e Mídia Sonora, do IV Encontro dos
Núcleos de Pesquisa da Intercom – XXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Porto
Alegre, set. 2004 e na Universidade de Sidney, Australia, no evento The Italian Effect. Radical
Thought, Biopolitics and Cultural Subversions., 2004. Publicado, anteriormente, na Revista Polêmica,
www.uerj.br/~labore, v. 14, 2005.
2
Deleuze, Gilles. Lógica do Sentido. Trad de Luis Roberto Salinas Fortes, São Paulo, Perspectiva,
1974.
2
trabalhar com o nonsense, com o paradoxo, com os fluxos e intensidades, e não com a
lógica argumentativa de líder sindical, parlamentar, partidário, que é ainda o recurso
corrente (aparente) da política. Trata-se de atuar sobre a mídia como mídia,
apropriando-se de seus meios e virando-os contra si, como já propunham (e faziam),
igualmente, Guy Debord7 e os Situacionistas, antes e durante o 68 parisiense. A velha
política liberal sempre fingiu essa cara ‘racional’, argumentativa; mas a mídia não, a
mídia é espetáculo. E, evidentemente, hoje, como já nos anos 60 e 70, a política é
espetáculo (alguém apoiaria George W. Bush por seus talentos de argumentação?).
Alice assume isso em todos os seus níveis, toda sua máquina de enunciação. A
questão é assumir o paradoxo como principal arma política, o que implica em
renunciar às categorias e às classificações ou às classes
7
Guy Debord. A Sociedade do Espetáculo. Comentários sobre a Sociedade do Espetáculo.
Contraponto, Rio de Janeiro, 2002.
8
Franco Berardi. Informazioni false producono eventi veri. Radio Alice, fevereiro 1976.
9
KLEMENS GRUBER: INTERVISTA di Alessandro Marucci (Il Manifesto/Alias 9 marzo 2002)
5
10
Idem, Marucci / Klemens Gruber.
11
Ibidem, Marucci / Klemens Gruber
12
Idem, ibidem, Marucci / Klemens Gruber
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13
V. Andréa França. Cinema em Azul, Branco, Vermelho. A trilogia de Kieslowski, Sete Letras, Rio de
Janeiro, 1996.
14
Deleuze, op. Cit. 81-82.
15
Deleuze, op. cit., 106-109. V. Simondon, Gilbert. L’individu et sa genèse physico-biologique.
P.U.F., Paris, 1964 [ a introduçao deste texto foi traduzida em Pelbart, Peter .P. e da Costa, N. O
Reencantamento do Concreto, Hucitec, São Paulo, 2003.] e Lautman, Albert. Le Probleme du Temps,
Hermann, Paris, 1946.
7
um eu; a disjunção posta como síntese troca seu princípio teológico contra
um princípio diabólico. Este centro descentrado é que traça entre as séries e
para todas as disjunções a impiedosa linha reta do Aion, isto é, a distância em
que se alinham os despojos do eu, do mundo e de Deus: grande Cañon do
mundo, fenda do eu, desmembramento divino. Assim, há sobre a linha reta um
eterno retorno como o mais terrível labirinto de que falava Borges, muito
diferente do retorno circular ou monocentrado de Cronos: eterno retorno que
não é mais o dos indivíduos, das pessoas e dos mundos, mas o dos
acontecimentos puros que o instante deslocado sobre a linha não cessa de
dividir em já passados e ainda por vir19.
19
Deleuze, op.cit. 182.
20
Deleuze, op. cit., 12 – Segunda Série de Paradoxos: Dos Efeitos de Superfície.
21
Marshall McLuhan. Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem. São Paulo, Cultrix,
1970.
9
22
Carothers, J.C. “Culture, Psychiatry and the Written Word”, Psychiatry, nov., 1959.
23
McLuhan, op.cit, 1970, 336-337.
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24
Idem, 339-340.