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Volume I

CATÁLOGO GERAL·
XVI BIENAL DE SÃO PAULO
16 outubro a 20 de dezembro de 1981

Pavilhão Armando Arruda Pereira


Parque Ibirapuera
São Paulo • Brasil
PATROCfNIO

Governo Federal
Ministério de Educação e Cultura - Funarte
Ministério das Relações Exteriores ,
Secretaria de Planejamento da Presidência da República

<;loverno do Estado de São Paulo


Secretaria de Estado da Cultura

Prefeitura Municipal de São Paulo


Secretaria Municipal de Cultura
FRANCISCO MATARAZZO SOBRINHO

Presidente Perpétuo da Fundação Bienal de São Paulo

Homenagem nos 30 Anos da I Bienal de São Paulo

" ... Em minha opinião, a Bienal deve continuar, não só pelo


que já fez pela Arte em nosso país, mas e principalmente
pelo muito que poderá fazer ... "

(do discurso da solenidade de abertura da XIII Bienal)


David Zeiger, in memoriam, diretor e amigo,
homenagem da Fundação Bienal de São Paulo
XVI BIENAL DE SAO PAULO

Diretoria Executiva

Luiz Diederichsen Villares Presidente


Giannandrea Matarazzo 1.° Vice-Presidente
AntonioSylvio da Cunha Bueno 2.° Vice-Presidente
Robert Hefley Blocker
Roberto Duailibi
Paulo Nathanael Pereira de Souza
Pedro Paulo Poppovic
David Zeiger t

Conselho de Arte e Cultura

Walter Zanini Presidente


Ulpiano Bezerra de Menezes
Paulo Sérgio Duarte
Esther Emílio Carlos
Donato Ferrari
Luiz Diederichsen Villares
Casemiro Xavier de Mendonça
Curadoria

-Curador Geral Walter Zanini


Gabriela Suzana
Wilder (Assistente)

Curador da Exposição de Arte Postal Julio Plaza


Gabriela Suzana
Wilder (Assistente)
Cida Galvão (Auxiliar)

Curador da Exposição Internacional


de Arte Incomum Victor Musgrave
Curador da Exposição Nacional
de Arte Incomum Annateresa Fabris

Curador de Vídeo-Arte Cacilda Teixeira


da Costa
Marilia Saboya,
Renata Barros,
Roberto Sandoval
(Assistentes)

Curadores de Cinema Agnaldo Farias


Petronio França
Samuel Eduardo Leon

Comissão Internacional para a Organização da Exposição


Walter Zanini Presidente
Bruno Mantura (Itália)
Donald Goodall (Estados Unidos)
Helen Escobedo (México)
Milan Ivelic (Chile)
Toshiaki Minemura (Japão)

Projeto de Montagem
Jorge Aristides de Sousa Carvajal (Arquiteto)
Cida Galvão (Assistente)

Projeto de Comunicação Visual


Jorge Aristides de Sousa Carvajal (Arquiteto)
Cida Galvão, Maria Angélica dos Santos,
Maria Eliza dos Santos (Equipe)

Monitoria
. Daisy Valle Machado Piccinini de Alvarado (Orientadora)
Maria Isabel Meirelles Reis Branco Ribeiro (Assistente)

Imprensa
Mônica Filgueiras de Almeida
Teresa Pereira
APRESENTAÇAO

A Exposição Bienal de São Paulo está completando seus 30 anos de exis-


tência, idade que já nos permite fazer, com razoável distanciamento, uma
avaliação de seu papel na vida cultural do País. Não caberia, aqui, um estudo
aprofundado sobre o assunto, mas, para nos situarmos historicamente,
convém lançar uma rápida passada de olhos pelo início dos anos 50, ocasião
em que se deu a primeira das bienais: São Paulo, com cerca de 2 milhões
dé habitantes, dispunha de raras galerias, da Pinacoteca do Estado, do Mu-
seu de Arte e do Museu de Arte Moderna. E apenas estes dois últimos é
que promoviam exposições temporárias e conferências. Com a televisão
ainda chegando ao Brasil e com poucas publicações especializadas, o acesso
às informações e seu intercâmbio eram bastante precários.

Nesse contexto, realizou-se a I Bienal, com grande repercussão interna e


externa, às vezes desfavorável, mas quase sempre entusiasmada, como
parece sintetizar um artigo de Santa Rosa para o jornal carioca A Manhã,
de 4/11/51: "Se outro mérito não tivesse essa I Bienal do Museu de Arte
Moderna de São Paulo, somente o de ter agitado o meio artístico brasileiro,
suscitando a discussão de problemas eminentementé plásticos, seria o sufi-
ciente para dar-lhe algum valor social. Ontem estagnados, modorrando entre
conceitos particulares, sem se preocuparem com os elementos próprios da
obra artística, hoje vejo-os vibrantes, fazendo circular idéias, qualquer que
seja a sua natureza, se dirigindo ao campo da Arte, num debate dos mais
interessantes. Dada como uma experiência, na qu~1 eram previstos erros,
naturais num empreendimento de tal envergadura, parece-me óbvio e até
leviano considerá-Ia por esse ângulo unicamente, quando de erros, e esses
clamorosos, estão eivadas as nossas realizações mais constantes, como o
Salão, o qual é insignificante diante do acontecimento que representa a
Bienal .... Não importa o parti-pris de muitos, a intenção de desmoralizar
o maior empreendimento tentado em nosso meio; certo é que, artista bra-
sileiro, no Brasil, jamais pôde observar um conjunto tão numeroso, e de tal
qualidade, no qual se fizessem representar todas as escolas em que se
divide o pensamento estético moderno, desde o realismo até as últimas
conquistas do abstracionismo".

Temos acompanhado a todas as Bienais, com carinho e espírito crítico, e,


na convicção de sua importância, rendemos as nossas mais sinceras home-
nagens a Francisco Matarazzo Sobrinho e Yolanda Penteado, seus criadores.
Totalmente entusiasmados pelas intenções que levaram o nosso Ciccillo a
tal iniciativa, transcrevemos um trecho de sua apresentação da I Bienal,
que bem revela sua essência: .. Uma expressão do espírito humano só atinge
seu ponto de plenitude - e para a arte, isto é da máxima importância -
quando encontra projeção e eco, correspondência e compreensão em outros
homens, em outros povos".

Passaram-se 30 anos e foram realizadas 15 bienais internacionais, com altos


e baixos naturais para uma fórmula que pouco se renovou e sempre depen-
deu de verbas oficiais.

Mudado o contexto histórico do Brasil, assumimos, no início desta gestão


junto à Fundação Bienal de São Paulo, o compromisso de desempenhar
uma ação cultural que contribuísse efetivamente para a realização dos no-
vos anseios da sociedade. Empenhados, Diretoria, conselheiros e funcioná-
rios, na transformação da Fundação Bienal num espaço de atividade con-
tínua, incentivando o debate em torno da cultura e da arte em todas as suas
formas de manifestação e ampliando seu acesso aos diversos setores da
população, foram iniciados, entre outros, os seguintes projetos: 1) Reforma
do Edifício, que viabilizaria a instalação de um centro de arte e cultura pre-
vendo atividades de exposições, teatro, música, dança, oficinas e bibliote-
ca; 2) o chamado Projeto Um, que daria possibilidades para atividades per-
manentes no pavilhão, nas áreas de artes plásticas, teatro, dança, música,
cinema, poesia e fotografia; 3) o Projeto Utopia, que em três diferentes

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núcleos- simpósios, cursos e exposição- pretendia ser uma atividade
de investigação constante de novos caminhos; 4) o Projeto Ludotec~,que
abriria um espaço infanto-Juvenil, desdobrando-se numa atividade em Arte
e Educação; 5) o Projeto de Reorganização e Revitallzação do Arquivo, que
recuperaria o passado da instituição, visando uma. recuperação e renovação
da mesma; 6) o Projeto Reciclagem, que pretendia a abertura de um espaço
para o desenvolvimento de técnicas de reaproveitamento e integração do
material de refugo, ressaltando seus aspectos econômicos, sociais eesté-
e
ticos, 7) o Projeto Parque Ibirapuera, que recuperaria, através da reformu-
lação desse espaço, a intenção original do fundador da Bienal e de seu
arquiteto de transformar o Parque em um grande centro cultural e c-ívlco.
Todos esses projetos, devido às dificuldades que encontraram para sua
execução, passam ao acervo da Fundação como anteprojetos detalhados.

Esse trabalho resultoud~ colaboração e do empenho de inúmeras pessoas


de dentro e de fora da Fundação Bienal. Para mencionar todos os que con-
tribuíram, em maior ou menor grau, independentemente dos projetos e
conforme suas possibilidades, não haveria, aqui, espaço suficiente. Gosta-
ríamos, ao menos, de lembrar os nomes de Zulmira Ribeiro Tavares, Paulo
Sérgio Duarte, Ronaldo Brito, Carlos Guilherme Motta, Marilena Chauí,
Rubem Alves, Roberto Freire, Paulo Mendes da Rocha, Arnaldo Contier,
Bento Prado Jr., Roberto Schwarz, Fernando Henrique Cardoso, José Tei-
xeira Coelho Neto, Edwtrdo Longo, Annie Vidal, João GriJó, Dante Guelpa,
Ulpiano Bezerra de Menezes, Justo Pinheiro da Fonseca, Wladimir Murti-
nho, Eládio Brito, Maria Margarida de Carvalho, Ana Mae Barbosa, Ana
Maria Beluzzo e Oswaldo Favero. A esses e aos demais que nos ajudaram,
nosso sincero reconhecimento e o mais profundo e especial carinho pelos
companheiros David Zelger, Josette Balsa, Ivo Mesquita, Wesley Duke Lee,
incansáveis em sua dedicação, apoio e solidariedade, nas horas de otimis-
mo e nas horas de crise. .

A idealização e o desenvolvimento dos projetos mencionados não nos dei-


xavam afastados das dificuldades que teríamos em obter recursos' para
realizá-los e dos problemas de rotina administrativa que incluíam, éntre
outra coisas, antigas dívidas, questões pendentes na Justiça e a necessi-
dade de atender aos compromissos assumidos antes de nossa chegada,
ou seja, eventos que limitavam a disponibilidade de espaço e de -pessoal.

A Fundação Bienal recebe, por meio de convênios, verbas dos governos mu-
nicipal e estadual, através de suas Secretarias de Cultura, e elas consti-
tuem seus únicos fundos fixos, suficientes para apenas parte das despesas
habituais. Com o aumento da inflação, essa parte tem sido cada vez menor,
o que exigiu uma suplementação extraordinária desses fundos e a busca
de outra~ fQntes de recursos. Além da violenta crise econômica que o País
atravessa, deparamo-nos a todo instante com a falta de objetivos comuns
no setor cultural - atrás da qual se escondem personalismos e interesses'
imediatistas - e a inexistência de. incentivos fiscais que facilitem doações
a entidades como a nossa. Ainda assim, graças ao empenho de todos os
membros da Diretoria e também com a ajuda do Governo Federal e de doa-
ções particulares, foi possível garantir a realização da XVI Bienal, ameaçada
em determinado momento.

Um plano para a criação de uma Associação Amigos da Fundação Bienal de


São Paulo vinha sendo tratado com afinco pelo nosso Diretor David Zeiger,
homem que nos últimos tempos relegara a segundo plano seus negócios
privados para dar maior apoio a todas as nossas iniciativas e que há pouco
nos deixou, falecendo repentinamente. A perda do grande e querido amigo.
e do leal colaborador foi um golpe ainda longe de ser sup~rado.

Todas as dificuldades mencionadas, contudo, não constituíram empecilhos


para que o Pavilhão da Bienal fosse freqüentado, desde o início de nossa

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gestão, por quase 3 milhões de pessoas que visitaram feiras e exposições
aí realizadas. Nem sempre os eventos corresponderam ao que entendemos
ser a função da Fundação Bienal, mas apesar disso os acolhemos e ajuda-
mos, levados por uma série de contingências, entre as quais o fato de que,
ainda sem poder colocar em prática nosso programa, não faria sentido dei-
xar ocioso um espaço que pertence à população. Entretanto, muitos dos
eventos foram bastante satisfatórios e positivos, como, por exemplo, a
Exposição de Holografia, a Bienal do Livro, Habitar o Mar, o Salão Paulista
de Artes Visuais, as Exposições Brasil-Japão, a Música das Águas, o Teatro
Experimental O Casulo, os Grupos Teatrais de Supysáua, Mafalda e Simu-
lado e o Debate Arte e Educação.

Vale a pena ressaltar o evento Lazer de Corpo e Arte, realizado em convê-


nio com o SESC, com estúdio de dança, ginástica, leitura de poesia, expo-
sição de fotografias, ateliês de artesanato e criatividade infantil, espe-
táculos de música e cinema, e provas esportivas. Entre todas as iniciativas
com as quais colaboramos, esta foi, sem dúvida, a que mais se aproximou,
no seu todo, daquilo que nos propusemos fazer desde o início.

Ainda quanto ao espaço do pavilhão da Fundação Bienal, foi cedida ao Mu-


seu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo uma área de
1.080 m2 , inaugurada este ano com a mostra Arte e Pesquisa. A cessão
desse espaço veio estabelecer uma colaboração maior entre as duas enti-
dades, incentivando, através de um acesso direto, o público da XVI Bienal
a conhecer as exposições do Museu. Queremos registrar aqui nosso agra-
decimento ao Prof. Wolfgang Pfeiffer, Diretor do M.A.C., que tanto tem
apoiado o trabalho em colaboração entre instituições e que colocou à dis-
posição da Fundação Bienal o auditório do Museu, durante a realização da
XVI Bienal.

Os aspectos aqui mencionados apenas superficialmente podem dar uma


idéia geral da situação em que nos encontramos e devem ser projetados
num espaço de dois anos, período de cada gestão. Mesmo sem as dificul-
dades inesperadas que enfrentamos, implantar um projeto cultural inovador
requer tempo. Resta-nos, assim, esperar que nossos sucessores queiram
e possam dar continuidade ao que nossa equipe apenas acaba de iniciar,
mas que seguimos acreditando deva ser o propósito da Fundação Bienal.
Ficam a nossa experiência, com seus erros, acertos, possibilidades inves-
tigadas, limitações constatadas; alguns caminhos abertos a se explorar e,
sobretudo, a base de uma estrutura administrativa formada com muito es-
forço. E a casa em ordem, a tentativa concretizada de um rumo diferente
para a Bienal Internacional, algumas portas abertas para novas fontes de
recursos e muitos projetos de gente inteligente, experiente e criativa, con-
quistada pelo nosso empenho em transformar, pelo nosso desejo de ir em
frente.

A preparação da XVI Bienal tornou premente, a partir do final do ano pas-


sado, a necessidade de mobilizarmos quase todos os nossos esforços, sem
contudo abandonarmos a luta pelos outros objetivos.

Desde o início de nossa gestão, com Roberto Freire, Fernando Millan, Aracy
Amaral, Paulo Mendes da Rocha e Fernando Lemos, estabelecemos conta-
tos com pessoas de vários setores culturais, para troca de idéias e consul-
tas sobre o que deveria ser a XVI Bienal. Desejávamos que ela refletisse os
anseios do homem moderno, convidando-o a uma saudável procura de um
mundo melhor. Tentávamos, ou através de um tema ou através de um con-
ceito, trazer a arte que tivesse a força de fazer sentir a criatividade en-
quanto elemento de interferência na realidade. Dentro da preocupação de
que a Bienal não ficasse à margem das reais necessidades da sociedade,
começaram a delinear-se temas, como Arte e Ciênci~, Arte e Cidadania.

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Particularmente, fomos buscar no passado o que de comum podia haver
entre todos os momentos de grande criação do homem, não apenas na arte,
mas na cultura como um todo. Voltando a todo instante para o presente e
suas questões, como ruptura da ecologia, crise de combustível, falência
~os regimes políticos estabelecidos, mudanças estruturais decorrentes da
nova ordem econômica, da descolonização, do feminismo, das lutas das
minorias sociais e étnicas, descobrimos que o utópico era o elemento pre-
sente em todos os instantes de grande intuição revolucionária, de desejo
de mudança, de esperança no futuro, de perseguição de um ideal. Estudan-
do os conceitos de utopia em toda a sua abrangência, surpreendeu-nos ver
que não estávamos sozinhos na retomada desse tema. Ao contrário, encon-
trávamos eco nos círculos intelectuais, na Universidade e em fundações no
Exterior. Nessa ocasião, iniciou-se a configuração de um grupo, de modo
espontâneo, por afinidades, entre as pessoas inicialmente convidadas para
debates e consultas. Esse grupo foi o responsável, um pouco mais tarde,
pelo Projeto Utopia.

o tema da utopia, assim como outros sugeridos por Paulo Mendes da Rocha
e Fernando Mil/an, foram levados, em setembro do ano passado, a um grupo
que reunia Paulo Sérgio Pinheiro, Severo Gomes, Rogerio Cerqueira Leite,
Carlos Guilherme Motta, Fernando Lemos, Jorge de Andrade, Ulpiano Be-
zerra de Menezes, Ivo Mesquita e Josette Balsa. Sem unanimidade quanto
às melhores palavras para a formulação do tema, o grupo apresentava, no
entanto, plena coincidência de preocupações e interesses.

Ainda durante a fase de consultas, realizou-se, em outubro de 1980, o


Encontro de Consulta aos Críticos da América Latina, em substituição à
11 Bienal Latino-americana, e nele foi debatida a participação do continente
na Bienal de São Paulo. Embora a reunião tenha tido caráter apenas consul-
tivo, já que as decisões cabem à Fundação Bienal de São Paulo, os anseios
nela manifestados pelos quarenta críticos participantes foram considera-
dos, em grande parte, na elaboração do regulamento da XVI Bienal.

Dentro desse espírito, abandonou-se a idéia de uma exposição temática em


favor da concepção que ora apresentamos. A fim de concretizar a XVI Bie-
nal de São Paulo, a atual Diretoria achou por bem delegar ao Professor
Doutor Walter Zanini a função de Curador Geral do evento. Walter Zanini foi
escolhido por sua grande experiência junto ao Muse,u de Arte Contemporâ-
nea e à Universidade. Equilibrado e meticuloso, extremamente atento e
informado sobre o que de mais significativo acontece na produção artística
contemporânea, bem relacionado e respeitado no Exterior, estamos absolu-
tamente convictos de ter sido a escolha certa para o momento certo. J: ele,
portanto, que tem a palavra para apresentar a configuração final desta
Bienal.

Antes, queremos manifestar ainda nossos agradecimentos ao Conselho de


Administração, aos companheiros de Diretoria - Giannandrea Matarazzo,
Antonio SylviO da Cunha Bueno, Roberto Duailibi, Paulo Nathanael Pereira
de Souza, Roberto Hefley Blocker e Pedro Paulo Poppovic, ao Secretl3rio
Geral - José Francisco Quirino dos Santos, aos membros do Conselho de
Arte e Cultura - Walter Zanini, Esther Emílio Carlos, Casemiro Xavier de
Mendonça, Donato Ferrari, Ulpiano Bezerra de Menezes, Paulo Sérgio Duar-
te, e a tod9S os funcionários da Fundação Bienal de São Paulo, que, por meio
de seu trabalho, tornaram possível esta XVI Bienal de São Paulo.

LUIZ DIEDERICHSEN VILLARES


Presidente

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PRESENTATION

The São Paulo Biennale Exhibition is celebrating its 30th anniversary this
year,'an age which suggests a review of its role in the country's
cultural life. Though an in-depth study may wait for a later moment, we may
profit from a glance at the beginning of the 1950's, the time of the first
São Paulo Biennale. São Paulo then had a population of around 2 million
inhabitants. There were a few galleries, the Pinacoteca do Estado, the
Museum of Art, and the Museum of Modern Art. Only the latter two
promoted temporary exhibitions and lectures. Television was just then
arriving in Brazil and there were few specialized publications. Thus, access
to and exchange about cultural affairs were limited.

It was in this environment that the First Biennale was held. It had
wide-ranging internaI and externaI repercussions. At times commentary
was unfavorable, but it was almost always enthusiastic as we find in an
article by Santa Rosa for the Rio newspaper A Manhã, on November 4,
1951: "If not for any other reason, the First Biennale of the São Paulo
Museum of Modern Art, simply by the fact of having stirred the Brazllian
art community, causing discussion of important plastic problems,
is more than enough to have given it some significant social worth.
Stagnated in the past, dozing in personal conceptions without any concern
for the elements of the artistic works themselves, this concept has
become, as of today, vibrant, allowing ideas to be exchanged whatever
their nature might be, ali directed to the field of Art in a debate of great
interest. Considered as an experiment with room for error, natural to an
undertaking so broad in scope, it seemsrather obvious to me, and
even perhaps frivolous to consider it only from this angle, when we are full
of errors, obvious ones, in other established events like the Salon,
which is rather insignificant when compared to what the Biennale
represents. The 'sides-taken' by many in order to demoralize the greatest
undertaking ever attempted in our area are not important. What is most
important is that the Brazilian artist, in Brazil, has never before been able
to see such a large number of works, of such high quality, in which ali
those schools which make up the modern aesthetic thought are present,
everything from realism up to the latest conquests of abstractionism."

We have seen ali the Biennales, since the first, with both affection and
criticaI spirit and, convinced of their importance, we must give our deepest
homage to Francisco Matarazzo Sobrinho and Volanda Penteado, the
exhibitions' founders, whose unprecedented foresight is evident.
A measure of that is found in Ciccillo's introduction to the First Biennale,
clearly revealing his intentions and essence: "An expression of human
spirit only reaches its high point - and for art, this is of utmost
importance - when it finds projection and echo, correspondence and
comprehension in other men, in other people."

Thirty years have passed and fifteen international biennales have been held
with ali the ups and downs which are natural in a formula that has not
been much renovated, having always depended on official money.
Brazil now faces broadened historical circumstances. When we began our
term at the São Paulo Biennale Foundation, we assumed the promise of
carrying out cultural actions which would meet the society's new horizons
of expectation. Both the directors, counselors and employees of this
Foundation are dedicated to its transformation into an area of continuous
activities, encouraging debates on culture and art in ali their forms as
well as broadening its access to ali sectors of the population.

Accordingly, a series of challenging projects among others have been


started: first, the Remodelling of the Existing Facility.This proposal
would permit the installation of an amplified cultural and art center useful
for exhibitions, theatre, music, dance, workshops, and a library. Second,
a project known as Project One, which would anticipate continuing

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permanent activities in the pavilion for arts, theatre, dance, music, cinema,
poetry, and photography. Third, the Utopia Project, which would occur in
three different nuclei - symposiums, courses and exhibition - intended
to be an activity for the constant investigation of new alternatives. Fourth,
the Ludoteca Project, which would open a children's instructional area
infended to become an Art and Education activity. Fifth, the Project for the
Re-organization and Re-vitalization of the Archives. This resource would
help to restore the institution's pasto It will provide valuable evidence
useful to the renewed efforts of the Foundation. Sixth, the ~Recycling
Project opens a space for the development of techniques to re-use refuse
materiais, emphasizing their social, economic and aesthetic potentialities:-
Seventh, the Ibirapuera ParJ< Project proposes to bring the Park into
a central position as a large civic and cultural center, open to broad
public usage, as originally conceived by the Biennale's founders and its
architect. Due to the difficulties for their execution, ali these projects
now belong to the Foundation's Archives as "detailed preliminary projects".

The collaboration and intensive efforts of many persons both outside and
within the Biennale Foundation have made extraordinary contributions to
these projects. Their advice has been invaluable. Limited space
prohibits mention of ali these friends, but we must remember these whom
we list: Zulmira Ribeiro Tavares, Paulo Sérgio Duarte, Ronaldo Brito,
Carlos Guilherme Motta, Marilena Chauí, Rubem Alves, Roberto Freire,
Paulo Mendes da Rocha, Arnaldo Contier, Bento Prado Jr., Roberto
Schwarz, Fernando Henrique Cardoso, José Teixeira Coelho Neto, Eduardo
Longo, Annie Vidal, João Grijó, Dante Guelpa, Ulpiano Bezerra de
Menezes, Justino Pinheiro da Fonseca, Wladimir Murtinho, Eládio Brito,
Maria Margarida de Carvalho, Ana Mae Barbosa, Ana Maria Beluzzo, and
Oswaldo Fávero. To these persons and the others who have helped us, we
give our most sincere recognition, and the deepest and special affection
to our fellows David Zeiger, Josette Balsa, Ivo Mesquita, Wesley Duke Lee,
ali of whom were tireless in their dedication, support and solidarity,
through times of optimism and of crisis. '

During the planning and development stages of these projects, we were


aware of the difficulties to be faced in finding money to carry them out.
Other problems included old debts, pending court cases and the necessity
to complete action on agreements made before our arrival. These
circumstances have tended to reduce both available space and personnel.

A word here about our resources may be useful. The Biennale Foundation
receives funding through agreements with the County and State
governments, through the Secretaries of Culture, and as such, these make
up the only fixed amounts we receive. Their total is only enough for a
small part of our basic operation expenses . .lhe ever-increasing inflation
makes this portion smaller and smaller. A special supplementing of
these founds was required and search for other sources of funding has
beco me vital. Besides the violent economic crisis which the country is
going through, we have also found ourselves faced with the lack of
common objectives in the cultural area, where personal and shortrange
interests are hidden, besides there being no fiscal incentives to ease
donations to entities like ours. Even so, thanks to the efforts of the
members of the Board of Directors and also with the help of the Federal
Government and from private donations, it was possible to hold the
XVI Biennale which had even been threatened at one point.

A plan to create an Association of the Friends of the São Paulo Biennale


Foundation had received much attention and effort by our director
David Zeiger, a man who placed his personal business interests in the
background in recent times in order to give more support to ali our
projects and who left us suddenly, having passed away. The loss of a great,

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loyal and dear friend and fellow-worker was a sharp blow that has not
been easy to overcome.

Ali of the above mentioned difficulties were insufficient to prevent 3 million


people from having visited the Biennale Pavilion for fairs and exhibitions
sincethe beginning of our term in office. These events were not
always in agreement with our understanding of the function of the Biennale
Foundation, but despite this, we accepted and helped them due to a
series of contingencies among which is the fact that it would be
senseless to deprive the public of an empty space which belongs to them
simply because we have not been able to initiate our program as of yet.
Among specially successful events were the Holography Exhibition, the
Book Biennale, Living in the Sea, The Paulista Salon of Visual Arts,
the Brazil-Japan Exhibition, the Music of the Waters, the .. Casulo"
Experimental Theater, the Supysáua, Mafalda, and Simulado Theater
Groups, and the Debate on Art and Education.

It is also worth mentioning the Body and Art Leisure event which was
carried out in agreement with SESC, which had a studio for dance and
gymnastics, poetry reading, photography showings, arts and crafts and
infantile creativity studios, music shows, movies, and sporting
events. Among ali of the activities we have participated in, this was the
one which most closely met, on the whole, our original proposals.

As for the space in the Biennale Foundation building, an area of


1,080 square meters was granted to the Museum of Contemporary Art of
the University of São Paulo, having been inaugurated this year with the
Art and Research Exhibition. The fact that this space was granted has
guaranteed more collaboration between the two entities, inviting greater
access to visitors at the XVI Biennale to the Museum's exhibitions,
through the direct access offered. We thank Prof. Wolfgang Pfeiffer, the
Director of the Museum of Contemporary Art for placing the M.C.A.
auditorium at the disposal of the Biennale Foundation during the
XVI Biennale.

The aspects mentioned here can only give us a general idea of our present
situation which extends over a period of two years, the term of each
Board of Directors. Even beyond our current and unexpected difficulties,
time is required to implant an innovative cultural project. We can only
hope that our successors will and be able to continue what our team has
now begun, and which we believe to be the purpose of the São Paulo
Biennale Foundation. We will leave our experience, with its errors and
successes, newly investigated possibilities and evidenced limitations;
some open paths to be explored and above ali the basis of an
administrative structure which was organized with great effort. The house
is in order, a different path for the International Biennale having been
formalized. New doors have been opened for new sources of funding and
many projects by intelligent, experienced and creative people, attained
through our efforts to transform, from our desire to move forward.

The preparation of the XVI Biennale has, since the end of last year,
forced us to mobilize almost ali of our efforts without abandoning,
hoVliever, the fight for these new objectives.
Since the beginning of 'Our term, with Roberto Freire, Fernando Millan,
Aracy Amaral. Paulo Mendes da Rocha, and Fernando Lemos, we have been
able to contact persons from several cultural areas in order to
exchange ideas and get some advice on what the XVI Biennale should be.
We wanted it to reflect the preoccupations of modern man, inviting
him to make a healthful search for a better world. We have tried, either
through theme or concept, to bring the art which would possess the
necessary impact and to make its creativity felt. As part of our

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commitment that the Biennale should not remain aloof from society's real
necessities, themes such as Art and Science, Art and Citizenship have
been reviewed in our discussions with members of our community.
In particular, we went back in time to find those points in Man's creativity
which are common, not only in art, but in cultural terms as a whole.
We then returned to the present, such questions as the rupture ofecology,
the fuel crisis, the collapse of established political systems, structural
changes resultant of the new economic order, de-colonization, feminism,
the struggles of the social and ethnic minorities. Here, we found that
.. utopia" was an element which was present at ali times of fundamental
revolutionary thought, in the desire for changes, in the hopes for future,
in the searching after an ideal.
On studying these utopian concepts, we found that we were not the
only one who were re-studying this questiono To the contrary, we found
echoes in intellectual circ/es, in universities and in foundations abroad.
At this time, a group began to form itself, spontaneously, and based
on affinity among those who had originally been invited for debates and
consultations. This group, in time, beca me responsible some time later for
the Utopia Project.
The Utopia theme, likethe others suggested by Paulo Mendes da Rocha
and Fernando Millan were taken to a group made up of Paulo Sergio
Pinheiro, Severo Gomes, Rogerio Cerqueira Leite, Carlos Guilherme Motta,
Fernando Lemos, Jorge de Andrade, Ulpiano Bezerra de Menezes, Ivo
Mesquita, and Josette Balsa last September. Without being unanimous as
to the best words to formulate the theme, the group did present total
agreement on its central interests.
During this consultation phase, the Meeting for Consultation of the Critics
of Latin America was held in October 1980 in place of the /I Latin
American Biennale, when the participation of the continent in the
São Paulo Biennale was discussed. Although this was only a consultive
meeting, since ali final decisions are made by the São Paulo Biennale
Foundation, many of the viewpoints presented by the 40 critics
participating in this meeting were drawn upon in the preparation of the
XVI Biennale's regulations.
With this same spirit in mind, the idea of using a unifying theme was
abandoned in favor of the concept we are now presenting. In order to
organize the XVI Biennale of São Paulo, the current Board of Directors felt
it advisable to delegate the position of General Curator of the event
to Prof. Walter Zanini. Walter Zanini was selected based on his long
experience at the Museum of Contemporary Art and at the University. Well
balanced and meticulous, extremely attentive and well informed on
the most significant happenings in contemporary artistic productions,
broadly-known and respected abroad, we are absolutely sure that this was
the right choice for the right momento Now, it is up to him to present the
final configuration of this Biennale.
We want to give our thanks to the Biennale's Administrative Council,
to our fellows on the Board of Directors, Giannandrea Matarazzo, Antonio
Sylvio da Cunha Bueno, Roberto Duailibi, Paulo Nathanael Pereira de
Souza, Roberto Hefley Blocker, and Pedro Paulo Poppovic, to the
General Secretary, José Francisco Quirino dos Santos, to the members of
the Art and Culture Council, Walter Zanini, Esther Emílio Carlos, Casemiro
Xavier de Mendonça, Donato Ferrari, Ulpiano Bezerra de Menezes,
Paulo Sérgio Duarte, and to ali the employees of the São Paulo Biennale
Foundation, who have made this XVI São Paulo Biennale possible
with their work.
LUIZ DIEDERICHSEN VILLARES
President

18
INTRODUÇAO

A idéia de expor por parâmetros essenciais e ordenadamente aspectos


significativos da pluralidade artística, caracterizadora deste início da déca-
da 80, regeu as principais intenções da XVI Bienal de São Paulo, determi-
nada segundo três núcleos de manifestações. A estrutura do primeiro
desse's setores, estabelecida para cumprir aquelas finalidades, foi pensada
tendo em vista critérios de relação e analogias de linguagem, em substitui-
ção ao antigo sistema de espaços reservados às delegações de países
convidados. Passava-se a uma exposição de artistas e não de artistas sepa-
rados em compartimentos nacionais. Com esse caráter e amplitude, era a
primeira vez que se assumia tal metodologia na Bienal. Ao Núcleo 11, por
sua vez, caberiam representações de obras de "vários enfoques e de valor
histórico para a arte contemporânea internacional". Tinha-se em mente
sobretudo a possibilidade de exposições que destacassem alguns artistas
e movimentos de um passado de datas próximas, geradores de condições
substancialmente novas. Ao Núcleo 111, finalmente, estava reservada a in-
cumbência demarcar presença, nesse largo çontexto, de aportes dos países
latino-americanos, modo de atendimento às recomendações da Reunião de
Consulta aos Críticos deste continente, realizada pela Fundação Bienal de
São Paulo, em 1980. Em síntese, foi esse organograma montado para a
XVI Bienal.

Cabe particularizar as linhas de força do Núcleo I, planejado de sorte a aco-


lher as recentes investigações da arte, seja em suas manifestações comu-
nicológicas a partir dos novos meios (Vetor AJ, seja enquanto criticamente
recorrentes às modalidades operativas tradicionais (Vetor B). Considerou-
se, ainda, que haveria agrupamentos dos envios segundo sua natureza (obra
como projeto, obra como processo e obra como objeto propriamente dito).

Intentou-se, na formulação do Núcleo I, como por outras palavras se disse,


salientar valores marcantes da situação proteiforme; da linguagem artística
de hoje, herdeira das profundas transformações culturais e políticas ocorri-
das desde o fim dos anos 60 e na década 70, com sua consciência de uma
realidade sem ilusões. De um lado, a pintura e outros procedimentos que,
submergidos pelo fenômeno da desmaterialização, procuraram reencontrar-
se recentemente com a pesquisa, retomando, por vezes, afincados elemen-
tos de estilo e formulações técnicas, caminho por onde acabariam por
prevalecer intuições, tateamentos, desinibições ou mesmo o autoquestio-
namento da linguagem a partir de suas próprias condições materiais e
discursivas. Fora da "tradição do novo", as codificações que se espraiaram
com o uso dos revolucionários recursos da comunicação e a recorrência à
performance e à instalação, por exemplo, território por onde se estendeu
continuamente a carga semântica da mensagem artística.

Para melhor configurar o Vetor A abriu-se um espaço espffcífico destinado


aos artistas de Arte Postal, convidados no mundo inteiro. Nos últimos anos
acresceu-se consideravelmente o círculo dos que utilizam o correio en-
quanto suporte ou media para a produção da arte. Na Bienal, o público
poderá conhecer os desdobramentos intermediais recentes dessa atividade
que tem sido quase sempre rejeitada pelo sistema oficial das artes.

Ao aprovar o norteamento geral da exposição, o Conselho de Arte e Cultura


da FBSP preocupou-se com as dificuldades que a execução do projeto com-
portava, considerando a exigüidade do tempo. A troca de idéias com os
países e a seguir com seus representantes designados não pôde aprofun-
dar-se em níveis desejados. Mas um lado positivo foi o de preparar o re-
torno de nações refratárias já para a Bienal de 1983. POr outro lado, sobre-
viriam mais tarde problemas de ordem 'financeira que limitaram os objeti-
vos para os Núcleos 11 e 111 assim corno a \rinda de artistas convidados para
o Núcleo I.

Nessas circunstâncias, o Núcleo I, tal como tomaria fisionomia em termos

19
individuais, reflete em parte significativa as interpretações e as decisões
dos delegados dos países convidados diante das diretrizes do regulamento.

Aos artistas que selecionaram, juntam-se os brasileiros e os participantes


estrangeiros sob a responsabilidade direta da Bienal, além do contingente
mais numeroso que se apresenta no espaço da Arte Postal. Mas para a
nucleação propriamente dita dos vetores confrontados do Núcleo I. consi-
derou-se necessária, desde o início da regulamentação da mostra, a forma-
ção de um comitê internacional encarregado de ordenar as obras em espa-
ços e tempos adequados. Com essa providência, a Bienal ampliou sua
responsabilidade de ordem crítica, tendo em vista sobretudo a leitura da
mostra pelo público. Dos resultados do trabalho efetuado pelo comitê ha-
verá um pronunciamento inserido no catálogo.

Separadamente dos três núcleos, a Bienal preparou a exposição Arte In-..


comum, reunindo artistas de algumas nações e estados brasileiros. Pela'·
primeira vez organiza-se no Brasil uma mostra internacional no gênero,
atenta a uma criatividade poética que se faz à distância dos repertórios de
maior fluência da arte.

A Bienal, trinta anos após fundada por Francisco Matarazzo Sobrinho, tra-
çou-se como objetivo um rejuvenescimento que poderá alcançar novas
metas em futuro próximo. No que concerne a esse projeto, é preciso refe-
rir-se à contribuição prestada por órgãos culturais e artísticos dos vários
países e seus delegados. Destaque-se a complexa e exigente tarefa de
ordenação das obras do Núcleo I, de que se desincumbiram Milan Ivelic
(Chile). Donald Goodall(EUA). Bruno Mantura (Itália), Toshiaki Minemura
(Japão) e Helen Escobedo (México), colegas do signatário no comitê. Por
outro lado, esta curadoria deseja ressaltar o trabalho da equipe que se
constituiu na FBSP, decisivo para os resultados colimados. Integraram o
grupo, para diferentes funções de curadoria, Julio Plaza (Núcleo I - Arte
Postal). Victor Musgrave, Annateresa Fabris e Josette Balsa (Arte Incomum)
e Cacilda Teixeira da Costa (organização das apresentações de Vídeo-Arte);
para o planejamento do espaço, o arquiteto Jorge Aristides de Sousa Car-
vajal; para a chefia da equipe de montagem, Guimar Morelo; para a orde-
nação do material do catálogo geral, Ivo Mesquita; para a editoração e
produção gráfica dos catálogos, respectivamente Maria Otília Bocchini e
Julio Plaza, cabendo a Gabriela Suzana Wilder a assessoria aos problemas
gerais da curadoria.

Ressalte-se o relevante desempenho de Esther Emílio Carlos, Paulo Sérgio


Duarte, Donato Ferrari, Casimiro Xavier de Mendonça, Ulpiano Bezerra de
Meneses e Luiz Diederichsen Villares, membros do Conselho de Arte e
Cultura da FBSP, órgão do qual participou este curador.

Registre-se a atuação decidida da diretoria da FBSP - e em especial do


presidente Luiz Diederichsen Villares - para que esta manifestação alcan-
çasse seus objetivos. E é ao trabalho dedicado de todos os seus funcioná-
rios que finalmente se deve a realização da XVI Bienal.

WALTER ZANINI
Curador Geral da XVI Bienal de São Paulo

20
INTRODUCTION

. The Idea to expose by essentiat parametres and establishing' aspects


significantfor artistic plurality Which characterizes the beginnlngof the
eighties decade, ruled theprintipal intentions of the XVI São Paulo
Biennale,' determined by three nuclei ·ofmanifestations. The structUre
of the first of these sectors, established toa~ompUsh.·those
finalities, was conceived havingin mlndcriteria of language relation
and analogies, replacing the old systemof .reserved spaces to délegations
from invited;,colJntries. There was a change toanexhibitiol1otartists',
and not 'ofartists separated into national compartments. With this
characterand amplitude, it was the first time that it assumed. slich
methodology in the Biennale. To Nucleus n,hence, would be reserved
presentations of the works of "various styles and historical value,.to
contemporary international arts". One had in mind, above a", the
possibility of exhibitions that focus on some artists and movements
of the near past that generated substantia"y new conditions. To Nuclel:ls
111, fina"y, was reserved the assignment of distinguishin'g, in this wlde .
context, the works from Latin-American countries, according ~ó thé
recommendations of the Critics Conference of this continent, held by
the São Paulo Biennale Foundation, in 1980. In synthesis, this is what .
was scheduled for the XVI Biennale. .

It is important to specify the fines of strength of Nucleus I planned


so as to harbour the recent investigations of art, either in its
communicational manifestatiol1s out of new media (Vector "A"), or while
critica"y appealing to traditional operative modalities' (Vector "B").:' .
One considered, sti", tb,at thére would be groupings of the works according
to their nature (works as projects,works as processes and
works as (lbjects).,·

One aimed at, iníthe formulatfon of Nucleus I, as was said in other


words, to stress outstanding values of theproteiform of artistic language .
today, heir of the deep cultural and political transformations that have
occurred since the end of the sixties and in the ,decadei of'the seventies,
conscious of a reality vvithoutillusions. On one side, paintingand other
procedures that, óvershadowed by the phenomenon of dematerialization,
attempted to reencounter themselv~s recently with research, reassuming;
sometimes persistent elements of style and technical formulations, ona
path by whié:h there would end up prevailing intuitions, feelings,
uninhibitions or even the self-questioning of langUagestemming from
its own material and discursive conditions. Apart from the "traditionof
the new" ,the; codifications that spread themselves throughthe use
of revolutionaryresourcesof. communication and tbe application to
performanceand insta"ation, f9r example, territory through which . .
it extended itself continua"y the semantic element of the artistic message.
To better configure the Vector A" one opened aspecific space destined
li

for artists of Mail Art, invited from thewhole world. In the lastyears
there has iricreasedconsiderably the circle of those who used the ..
post office as a support or medium for the prodUction of art. In Biennale,
the public will acquaint theniserves with the recent intermedium
expansions of this activity that hás been almost always rejected
by the official system ofarts.
To approve thegeneralguidelines of the exposition, theCouncil for Art and
Cultureof SPBF became acquainted with.the diffie,ulties that the . .
accomplishment of the project involved, considering the time limit:
The exchange of ideas with the countries and afterwards with their
designated representatives could not reach the desired leveis. A positiva
side"however, was to prepare the returnof refractory nations for
the .1983 Biennale.
On the other hand, there would appear laterproblems of a financiai

21
order that Iimited the objectives for Nucleus 11 and 111 as well as the
visit of invited artists for Nucleus I.
In these circumstances, Nucleus I, such as it would take shape in
individual terms, reflects, significantly, the interpretations and decisions
of the delegates of the invited countries in the face of the regulations'
directives. Among the artists they selected are the ones from Brazil
and the foreign participants under the direct responsibility of the Biennale,
besides the more numerous contingent exhibiting in theMail Art section.
But forthe actual display, in nuclei, of the comparative vectors of
Nucleus I, it was considered necessary, since the beginning of the
regulamentation of the display, the formation of an international committee
that would be in charge of coordinating the works in suitable spaces
and timings. With such a step, the Biennale widened its responsibilities
of criticaI order, aiming, above ali, at the reading of the display by the
public. As account of the results of the work done by the committe
will be included in the catalogue.

Separate from the three nuclei, the Biennale prepared the exhibition
Arte Incomum", putting together artists from various countries
OI

and from Brazilian states. For the first time in Brazil an international
display of this gender, focusing on a poetical creativity which is elaborated
distant from the repertoires of major f1uency in art is organized.

The Biennale, thirty years after being created by Francisco Matarazzo


Sobrinho, aimed at a renewal that will be able to reach new goals in the
near future. As to this project, it is necessary to take into consideration
the contribution given by cultural and artistic institutions from the
several countries and their delegates.

It is necessary to stress the complex and demanding task of coordinating


thé works from Nucleus I under the guidance of Milan Ivelic (Chile),
Donald Goodall (USA), Bruno Mantura (ltaly), Toshiaki Minemura (Japan),
and Helen Escobedo (Mexico), colleagues of the undersigned in the
committee. On the other hand, this curatorship wishes to point out
the work of the team which made up the SPBF, decisive to the results
envisaged. For the various tasks, there were integrated into the
group Julio Plaza (Nucleus I - Mail Art), Victor Musgrave, Annateresa
Fabris and Josette Balsa (Arte Incoml,lm), and Cacilda Teixeira da Costa
(organizing the Video-Art displays); for the planning of space, the
architect Jorge Aristides de Souza Carvajal; for the direction of
the mounting team, Guimar Morelo; for the coordination of the material
in the general catalogue, Ivo Mesquita; for the publishing and graphical
production of the catalogues, Maria Otilia Bocchini and Julio Plaza,
respectively. Gabriela Suzana Wilder was in charge of helping solve the
various problems of the curatorship.

One must stress the outstanding performance of Esther Emilio Carlos,


Paulo Sergio Duarte, Donato Ferrari, Casimiro Xavier de Mendonça, Ulpiano
Bezerra de Menezes, and Luiz Diederichsen Villares, members of the
Council for Art and Culture of the SPBF, of which this curator participated.

One should take into consideration the participation of the SPBF Board
of Directors - and especially of its president, Luiz Diederichsen
Villares - for the accomplishments of the exhibition's objectives. And
to the dedication of the staff that one finally is indebted to for
the realization of the XVI Biennale.

WALTER ZANINI
General Curator of the XVI Biennale

(Versão de Laurence Hughes e Mário de Araújo)

22
REGULAMENTO DA XVI BIENAL DE SAO PAULO

.Capítulo I - Das Manifestações elétrico do Brasil: 110/220 volts e V.T. HIGH-BAND, PAL-M 60 ciclos -
525 linhas);
Artigo 1.0 - A XVI Bienal terá como objetivo fundamental apresentar de
maneira sistemática aspectos importantes da produção artística e visual c) colocar na guia de exportação, como destino, além de São Paulo, outra
da atualidade, assim como exposições de vários enfoques e de grande ou outras cidades brasileiras, nas quais a mostra vier a ser eventual-
valor histórico para a arte contemporânea internacional e de modo par- mente apresentada, além da cidade do Exterior para onde as obras serão
ticulllr para a América Latina, visando a melhor informação para o públi- devolvidas após o encerramento da exposição;
co e a máxima participação para os artistas.
d) os trabalhos deverão ser endereçados à XVI Bienal de São Paulo -
Artigo 2.0 - A XVI Bienal de São Paulo será realizada no período de 16 Parque Ibirapuera, Portão 3 - São Paulo - Brasil, via porto de Santos,
de outubro a 20 de dezembro de 1981, em sua sede no Parque Ibirapuera quando remetidos por mar, ou aeroporto de Viracopos ou Congonhas, se
bem como em outros espaços da cidade de São Páulo. o transporte for aéreo.
Artigo 3.0 - A XVI Bienal propõe-se a organizar três núcleos de expo- Artigo 8. 0 - Todas as obras estrangeiras deverão ser acompanhadas de
sições: processo alfandegário mesmo no caso de transporte gratuito. Aos conhe-
cimentos de embarque deverão ser anexadas as relações de obras em
Núcleo I três vias, delas constando:
Será este o setor de maior amplitude da XVI Bienal. com a apresentação - nome do artista;
confrontada de dois vetores que caracterizam significativamente o pro- - título da obra;
cesso da arte ao inaugurar-se a década 80. O primeiro deles refere-se à - técnica;
criatividade que configura os sistemas de expressão e comunicação a - dimensões;
partir da utilização dos novos media. Por SBa vez, o segundo relaciona-se - valor/preço da obra.
à. recuperação crítica das modalidades operativas tradicionais da arte,
através de códigos de representação da realidade ou que procuram Artigo 9.0 - Os trabalhos dos artistas, quer nacionais quer internacio-
redimensionar os valores de pura visualidade. Este núcleo conterá, pois, nais, deverão ser entregues impreterivelmente até o dia 31 de julho de
duplo roteiro de apresentações: 1981.

a) referente à produção artística que empregue meios de comunicação e Artigo 10.0 - Correm por conta da Fundação Bienal de São Paulo:
processos de intermedia (e.g., arte realizada com vídeo, laser, compu-
tador, livros-de-artista, fotografia, realização de performance etc.); a) no caso das participações estrangeiras, as despesas de transporte no
Brasil (do local de desembarque à sede da Bienal e desta ao local de
b) referente a trabalhos que revelem investigações novas na área dos reembarque), desembalagem, montagem e reembalagem das obras;
veículos t~adicionais da arte (escultura, pintura etc.).
b) no caso das participações nacionais, as despesas de seguro, desem'
Para este núcleo será adotado o critério da organização e apresentação balagem, montagem e reembalagem.
das peças através de analogias de linguagem ao invés da mOntagem por
representações nacionais. Para os artistas residentes fora do mUnlClplO de São Paulo, mediante
Para melhor orientação da mostra, as obras serão agrupadas em função préVia autorização, a Fundação responderá também pelas despesas de
de suas poéticas subjacentes: 1) obra como projeto; 2) obra como pro- frete, o que somente ocorrerá, em caráter excepcional, para artistas resi-
cesso e 3) obra como objeto. dentes na capital de São Paulo.
Uma comissão preSidida pelo curador geral da XVI Bienal e da qual par- Artigo 11.0 - Para os participantes brasileiros residentes na capital de
ticiparão, entre outros, membros de um comitê assessor latino-ameri- São Paulo, o prazo. de retirada das obras sf;rá de 90 dias a partir do
cano, será incumbida de organizar a exposição em espaços e tempos
encerramento da mostra.
adequados. Esgotado o prazo, as obras serão consideradas abandonadas e a Fun-
dação Bienal de São Paulo lhes dará o destino que julgar mais conve-
Núcleo 11 niente, por conta e risco dos proprietários.
Destina-se a exposições de vários enfoques e de valor histórico para a Artigo 12.0 - No caso de montagens especiais, as despesas deverão
arte contemporânea internacional. correr por conta do expositor ou de seus responsáveis.

Núcleo 111 Artigo 13.0 - Segundo as exigências alfandegárias, as obras vindas do


exterior não poderão permanecer no País por prazo superior a 180
Destina-se a exposlçoes que acentuem aspectos da cultura artística e dias, a contar da data de entrada.
visual dos países latino-americanos.
Capítulo 111 - Das vendas
Artigo 4.0 - A XVI Bienal poderá incluir, entre outras, manifestações de
arquitetura, música, teatro, cinema e dança. Artigo 14.0 - A venda das obras expostas na XVI Bienal será feita ex-
clusivamente através da Seção de Vendas da Fundação Bienal de São
Artigo 5. 0 Durante a XVI Bienal serão realizadas conferências, seminá-
-
Paulo.
rios e outros eventos a cargo de especialistas convidados, com a parti-
cipação de artistas, historiadores de arte, críticos de arte e outros Artigo 15.0 - A ficha de participação deve indicar necessariamente o
estudiosos. preço das obras que estiverem à venda. O preço das obras estrangeiras
deverá ser declarado em dólares americanos na ficha de participação e
Capítulo 11 - Das participações no processo alfandegário, não sendo permitidas alterações posteriores.
Artigo 6. 0 - Para a realização do Núcleo I serão efetuados convites a Artigo 16.0 - A Fundação Bienal de São Paulo será destinada a parcela
nível nacional e internacional. de 15% do preço de venda determinado pelo expositor.
A escolha dos artistas brasileiros ficará a cargo do Conselho de Arte e
Cultura que ouvirá críticos e instituições. Será incumbência do Conselho Artigo 17.0 - Serão de responsabilidade do comprador as despesas de
de Arte e Cultura indicar o número de artistas e o número de obras. nacionalização das obras estrangeiras vendidas. A taxa correspondente
A escolha dos artistas estrangeiros ficará .sob a inteira responsabilidade a essas despesas será indicada na lista de preços da venda.
dos países que comparecerem à manifestação. Para assegurar a pre-
sença de participações importantes na organização deste Núcleo, a Bie- Artigo 18.0 - As obras vendidas serão entregues aos compradores de-
nal reserva-se, entretanto, o direito de eventualmente fazer convites pois de encerrada a mostra e pago o respectivo preço. No caso de obras
Individuais. estrangeiras, será eXigida ainda a efetivação da nacionalização.

Artigo 7.0 - Cada país convidado indicará um representante, que será Artigo 19.0 - No pagamento ao expositor ser~o deduzidos do preço por
responsável único junto à BÍI:~nal, competindo-lhe: ele fixado os tributos incidenfes sobre a operação de venda, bem como
os respectivos custos bancários.
a) remeter até o dia 31 de maio de 1981 as fichas de participação, a
relação das obras com os dados técnicos completos e fotos das obras; Artigo 20. 0 No caso de doação de obras, o beneficiário destinará 15%
-

prefaciar os conjuntos de obras ou delegar a tarefa a um crítico por ele do valor de mercado da obra à Fundação Bienal de São Paulo, responsa-
escolhido e remeter os dados biográficos fundamentais dos artistas des- bilizando-se pelos eventuais tributos incidentes e despesas de naciona-
tinados ao aproveitamento no catálogo geral e à divulgação; lização, se for o caso.

b) informar com precisão necessidades técnicas de apresentação das § único - Quando o beneficiário da doação for entidade governamental,
obras,. destacando, específica e graficamente, as de força e luz (sistema esta ficará isenta da parcela destinada à Fundação Bienal de São Paulo,

23
respondendo apenas pelos eventuais tributos ou despesas da naciona- ferir as obras com as gUlás de exportação e assinar a ata de ocorrência.
lização. Tais atos serão realizados na chegada e na devolução das obras.
Artigo 21.0 - O pagamento da totalidade do preço de venda será feito Artigo 26.0 - A Fundação Bienal de São Paulo se exime de eventuàl
pelo comprador em cruzeiros. No caso de obra estrangeira, o valor pago omissão do inscrito na exposição ou no catálogo geral se não forem
em cruzeiros será aolicado em Obrigações Reajustáveis do Tesouro respeitados os prazos para fi entrega das obras e da documentação
Nacional ou titulo público equivalente, e a remessa do valor ao expo- completa.
sitor será feita pelo montante em dólares correspondeiifã- ao resgate do
referido título. Artigo 27.0 - A assinatura da ficha de partiCipação implica a aceitação
deste regulamento.
Capítulo IV - Das disposições gerais Artigo 28.0 ~ Os casos omissos serão resolvidos pela Direção da Fun-
dação Bienal de São Paulo, que poderá ouvir o Conselho de Arte e
Artigo 22.0 - Embora tomando as cautelas necessárias, a Bienal não se Cultura.
responsabiliza por eventuais danos sofridos pelos trabalhos enViados;
caberá ao expositor ou às representações estrangeiras, se assim o dese-
jarem, segurar as obras contra todos os riscos. São Paulo, dezembro de 1980.
Artigo 23.0 - Não será permitida a retirada de trabalhos expostos antes
do encerramento da XVI Bienal Internacional de São Paulo. . Walter Zanini - Presidente do Conselho de Arte e Cultura
Luiz Diederichsen Villares - Presidente da Fundação Bienal
Artigo 24.0 - Se houver divergência de grafia nos nomes dos artistas ou Casir:niro XaVier de Mendonça - Secretário
no valor e nos demais dados referentes às obras, prevalecerão sempre Ulpiano Bezerra de Menezes
as informações constantes na ficha de participação. Esther Emílio Carlos
bonato Ferrari
Artigo 25.0 - A Fundação Bienal de São Paulo solicita às Missões Diplo-
máticras e Consulares no Brasil a designação de um funcionário devida- Membros do Conselho de Arte e Cultura da XVI Bienal Internacional de
mente credenciado a fim de acompanhar a abertura. dos volumes, con- São Paulo

24
REGLAMENTO DE LA XVI BIENAL INTERNACIONAL DE SAO PAULO

Capítulo I - De las manifestaciones de este Núcleo, la Fundación Bienal de São Paulo se reserva el derecho
de hacer eventuales invitaciones individuales.
Artículo 1.° - La XVI Bienal tendrá como,objetivo fundamental la pre-
sentación. de manera sistemática, de aspectos importantes de la pro- Artículo 7.° - Cada país Invitado indicará un responsable ante la Funda-
ducción artística y visual contemporánea, como también exposiciones ción Bienal de São Paulo, cuyas atribuciones serán:
de varios enfoques y de grande valor histórico para el arte internacional
y particularmente para América Latina, ofreciendo meJor información ai a) remitir hasta el.día 31 de mayo de 1981 las fichas de particlpaclón,
público y máxi~a participación a los artistas. la lista de las obras, con fotografías de las mismas y detalles técnicos
completos; encargarse dei prefacio de los conjuntos de obras, o delegar
Artículo 2.° - La XVI Bienal de São Paulo será realizada dei 16 de esta labor a un crítico de su elección, y remitir los dados biográficos
octubre ai 20 de diciembre de 1981 en la Fundación Bienal de São fundamentales de los artistas, para el Catálogo General y para la divul-
Paulo, Parque Ibirapuera. como tambiénen otros espacios de la ciudad gación;
de São Paulo.
b) informar con precisión sobre las necesidades técnicas de presenta-
Artículo 3.° - La XVI Bienal se propone organizar tres núcleos de expo- ción dá' las obras, indicando específica y gráficamente las instrucciones
siciones: sobre voltaje, etc ... (sistema eléctrico de Brasil 110/220 volts. y V.T.
HIGH-BAND, PAL·M 60 ciclos - 525 Iíneas);

Núcleo I .c) indicar en los documentos de exportación, como destino, además de


São Paulo, otra u otrasciudades brasileiías donde las obras pudieran ser
Será éste el sector de. mayor amplitud de la XVI Bienal, con la presen- expuestas, como también la ciudad, ai extranjero, donde las obras serán
tación confrontada de dos vectores que caracterizan significativamente devueltas después dei cierre de la Exposición; .
el proceso dei arte, en el comienzo de la década de 80. EI primero se
refiere a la creatividad que se manifiesta en los sistemas de expresión d) los envíos. deberán ser dirigidos a la XVI Bienal de São Paulo, Funda"
y comunicación con la utilización de los nuevos media; el segundo ção Bienal de São Paulo, Parque Ibirapuera, Port.ão 3 - São Paulo -
vector es el que se manifiesta en la recuperación crítica de las modali- Brasil, via puerto de Santos, si son remitidos por mar, o Aeropuerto de
dades operativas tradicionales dei arte, a través de los códigos de repre- Viracopos o Congonhas, si son remitidos por avión.
sentación de la realidad, o que tenta redimensionar los valores de pura
visualidad. Artículo 8.° - A los conocimientos de embarque se aiíadirán las listas
Este núcleo contendrá, por consiguiente, un duplo itinerario de presen- de obras en tres ejemplares, constando: .
taciones: .
- nombre y apellido .del artista;
a) uno que se refi era a la producción artística que emplea medios de - título de la obra;
comunicación y procesos de intermedla (por ejemplo, el arte vídeo, arte - técnica empleada;
con laser, con ordenador, Iibros-de-artista, fotografía, ·performances· - dimensiones;
etc ... ); - valor/precio de la obra.
b) otro que se refiera a trabajosque revelen nuevas investigaciones en Artículo 9.° - Las obras de los artistas nacionales o extranjeros debe-
el ámbito de los vehículos tradicionales dei arte (escultura, pintura rán lIegar hasta el día 31 de julio de 1981, inaplazablemente.
etc ... ).
Artículo 10.° - La Fundación Bienal de São Paulo se hará cargo de los
Para este núcleo se adoptará el criterio de organización y presentación gastos siguientes,. exclusivamente:
de las obras a través de las analogias de lenguaje, en vez de la presen-
fación por grupos de nacionalidades. a) para las paftícipaciones extranjeras, gastos de transporte en Brasil
Para mejor orientar la exposición, las obras serán reunidas según sus (desde el desembarque hasta la Fundación Bienal y de .ésta hasta el
poéticas subyacentes: 1) obra como proyecto; 2) obra como proceso y lugar de reembarque), desembalaje, montaje e instalación, reemllalaje
3) obra como objeto. de las obras;
Unacomisión presidida por el curador general de XVI Bienal y de la
cual particlparán, entre otros, miembros de un comité asesor latino- b) para las participaciones nacionales, gastos de seguro, desembalaje.
americano, estará encargada de organizar la exposición en espacios y montaje e instalación, reembalaje. Para. los artistas residentes fuera dei
tiempos adecuados. municipio de São Paulo, con su debida autorización, la Fundación B.ienal
de São Paulo se encargará también de los gastos de transporte, y, ex-
cepcionalmente, en casos de artistas residentes en la ciudad de São
Paulo.
Núcleo 11
Artículo 11.° - Para los participantes brasilefios, el plazo para recoger
Será compuesto de exposiciones de varios enfoques y de valor histórico las obras' es de 90 días, a partir de la fecha de cierre de la XVI Bienal
para el arte contemporáneo internacional. de São Paulo. Pasado el plazo, las obras tendrán la destinación más
conveniente para la Fundaci()n Bienal de São Paulo.
Núcleo 111 Artículo 12.° - Caso las participaciones exijan montajes especiales. los
gastos correrán de cuenta dél artista o de sus delegados.
Se destina a exposiciones que acentuen aspectos de la cultura artística
y visual de los países latino-americanos. Artículo 13.° - Debido a exigenclas aduaneras, las obras no podrán per-
manecer en el país más de 180 días a partir de la fecha de entrada.
Artículo 4.° - La XVI Bienal podrá incluir, entre otras, manifestaciones
de arquitectura, música, teatro, cine y danza.
Artículo 5.° - AI mismo tiempo que la XVI Bienal, se realizarán confe- Capítulo 111 - De las ventas
rencias, seminários y otras manifestaciones organizadas por especialis-
tas invitados, con la participación de artistas, críticos, historiadores, Artículo 14.° - La venta de obras expuestas en la XVI Bienal de São
etc. Paulo será efectuada exclusivamente a través dei Departamento de
Ventas de la Fundación Bienal de' São Paulo.

Artículo 15.° - La ficha de partlcipacicín debe traer mencionado, obli-


Capítulo 11 - De las particlpaciones gatorlamente, el precio de las obras puestas en venta. EI precio de las
obras extranjeras será declarado en dólares USA en la ficha de particl-
Artículo 6.° - Para la realización dei Núcleo I se harán invitaciones ai pación y en los documentos ·aduaneros; no serán permitidas modifica-
nivel nacional e internacional. EI Consejo de Arte y Cultura de la Fun- cionesulteriores.
dación Bienal de São Paulo escogerá los artistas brasileiíos, consultando
críticos e instituciones. Artículo 16.° - A la Fundación Bienal de São Paulo le corresponderá el
También indicará el Consejo de Arte y Cultura la cantidad de artistas y 15% dei precio sefialado por el artista.
de obras.
La indicación de artistas extranjeros será de entera responsabilidad de Artículo 17.° - Correrán de cuenta dei comprador los gastos de nacio-
los países que se presentarán en la manifestación. Sinembargo, para nalización de las obras extranjeras vendidas. EI importe correspon-
obtener la seguridad de participaciones importantes en la. organización diente a estos gastos estará indicado en la lista de precios de venta.

25
Artículo 18.0 - Las obras vendidas serán entregadas a los comprado· Artículo 23. 0 - No se permitirá retirar los trabajos enviados antes dei
res después dei cierre de la Exposición, y quando sea pagado el debido cierre de la XVI Bienal de São Paulo.
precio.
Cuando se trate de obras extranjeras, se eXigirán también los documen- Artículo 24. 0 - Si hubiera divergencia de grafia en los nombres de los
tos correspondientes a la nacionalización. artistas o en el valor de las obras, siempre prevalecerá la información
constante e[l la ficha de participación.
Artículo 19.0 - Serán deduzidos en el momento dei pagamento ai expo-
sitor, dei precio fijado por él, los impuestos sobre la operación de venta,
así como los respectivos gastos bancários. Artículo 250 -La Fundación Bienal de São Paulo ruega a las Misiones
Diplomáticas y Consulares que nombren un funcionario con las debidas
Artículo 20. 0 - En el caso de donación de obras, el beneficiado pagará cartas credenciales para asistir ai desembalaje de las obras, verificando
a la Fundación Bienal de São Paulo, 15% dei valor de la obra - según si están deacuerdo con los documentos de exportación, y firmar el
el mercado -, así como los eventuales impuestos y gastos de naciona- atestado correspondiente.
lización, conforme el caso. Se procederá de la misma forma a la lIegada y a la salida de las obras.
Parágrafo único - Quando el beneficiado de la donación de obras sea
una entidad dei Gobierno, serán sólo por cuenta de dicha entidad los Artículo 26. 0 - La Fundación Bienal de São Paulo no responde por la
eventuales impuestos y gastos de nacionalización. ' eventual omisión de un participante en el catálogo o en el montaje, si
las fechas de lIegada de las documentaciones de las obras e instrucio-
Artículo. 21. 0 - EI pagamento de la totalidad dei precio de venta será nes de montaje no fueran respetadas.
hecho por el comprador en cruzeiros. Caso se trate de obra extranjera,
el valor pagado en cruzeiros será aplicado en Obrigaciones Reajustables
dei Tesoro Nacional, o título público equivalente, y será remitido ai ex- Artículo 27. 0 - La firma en la Ficha de Participación implica la total
positor el importe en dólares correspondiendo ai rescate de dicho título. aceptación de las normas de este Reglamento.

Artículo 28.0 - Cualquier omisión será resuelta por el Directorio de la


Capítulo IV - De las participaciones generales Fundación Bienal de São Paulo, consultando, eventualmente, ai Consejo
de Arte y Cultura.
Artículo 22. 0 - La Fundación Bienal de São Paulo no responde por even-
tuales danos sufridos en los trabajos enviados. Cabe ai responsable dei
envío de cada país segurar las obras contra todo riesgo, sí así lo desea. São Paulo, diciembre de 1980.

(Versão de Josette Balsa)

26
REGUlATION OF THE XVlth SAO PAULO INTERNATIONAl BIENNAlE

Chapter I - Exhibitions a) send the entry forms, the list of works with complete technical
data, as well as photographs of these works to theBiennale no later
Article 1 - The 16'h São Paulo International Biennale will have than May 31'h, 1981; write a preface to the set of works or delegate
as itl! main objective to present, in a systematic fashion, the most this task to a critic of his choice; send basic biographical data of
important aspects of contemporary artistic and visual production. the artists to be used in the general catalogue as well as
It will also include exhibits of works expressing varied points of view in other divulgation material;
which bear great historical value to contemporary art in the world,
and particularly in Latin America. Its ultimate purpose will be to offer b) give precise information as to the technical needs relating to
better information to the public, and a greater possibility of full the presentation of the works, specifically and graphically pOinting out
participation to artists. Iight and power requirements. (Brazil's electrical system is 110/220 volts
and V.T. HIGH-BAND PAL·M 60 cycles - 525 lines);
Article 2 - The 16'h São Paulo International Biennale will be held
from October 16'h to December 20'h, 1981, at its headquarters in the c) indicate in the shipping invoice any other Brazilian city besides
Parque Ibirapuera, as well as in other areas in the city of São Paulo. São Paulo, in which the works may be shown, as well as the foreign
city to which the works will be returned after the closing
of the exposition;
Article 3 - The 16'h São Paulo International Biennale proposes to
organize three nuclei of exhibits: d) address the works to the " 'XVI Bienal de São Paulo' - Fundação
Bienal de São Paulo - Portão 3, Parque Ibirapuera - São Paulo
- Brasil" - via "Porto de Santos·, when dispatched by sea; and via
Nucleus I "Aeroporto de Congonhas· or "Aeroporto de Viracopos·, wheri
shipped by air.
This nucleus will be the largest section of the 16'h Biennale with
a comparative presentation of two vectors which significantly Article 8 - Ali foreign works must be accompanied by their
characterize the process of art in the early 80's. The first one refers customs papers, even if the transport Is free.
to the creativity that is illustrated by systems of expression and
communication, making use of new media, while the second one relates The shipping invoice must be accompanied by the list of works,
to the criticai recovery of the traditional artistic procedures in art by in three copies, consisting of:
means of codes representing reality or trying to attribute new dimension
to the values of pure visuality. Thus this nucleus will have a - name of the artist;
twofold direction of exhibits presentation: - tittle of the work;
- technique used;
a) one referring to the artistic production that uses intermedia - size;
processes and means of communication (I.e. art made with laser, - value/price of the work.
video, computers, book-of-artists, photography, performances, etc.);
b) one referring to works that disclose new investigations in the Article 9 - Ali the works, by Brazilian as well as by foreign artists,
area of traditional vehicles of art (sculpture, painting, etc.). must reach the Biennale on July 31 'h, 1981 at the latest.

For this nucleus a criterion for the organization and presentation Article 10 - The Biennale will be responsible for:
of the works will be adopted based on language analogies,
and not by national representations. a) in the case of foreign participants, transportation costs in BraziJ
For a better orientation of the exhibition, the works will be assembled (from the landing point to Biennale's headquarters, and from
according to the function of their subjacent poetics: 1) works as there to the re-embarkation point), as well as for the unpacking,
projects; 2) works as processes, and 3) works as objects. putting up and repacking of the works;
A committe headed by the general curator of the 16'h São Paulo
International Biennale, in which, among others, members of a Latin b) in the case of BraziJian participants, insurance expenses, unpacking,
American counselling commitee will also participate, will be in charge setting up and repacking of the works.
of organizing the exhibit in adequate spaces and times. The Foundation will also be responsible, after being consulted, for
transportation costs of works by artists not resident In the city of São
Paulo. For the residents, however, this will only happen in
exceptional cases.
Nucleus 11

This nucleus is meant for exhibitions of different focuses and of Article 11 - Brazilian participating artists resldent in the city of
historical value for international contemporary art. São Paulo are required to wlthdraw their works up to 90 days after
the closing of the show. After this date the works will be considered
abandoned, and the "Fundação Bienal de São Paulo· will dispose of them
at its convenience and ali risks will be on account of their owners.
Nucleus 111
Article 12 - In case participants demand special settlng up
This nucleus is meant for exhibitions which stress artistic and requirements, the costs are to be paid by the participant
visual culture aspects of Latin American countries. or by his representatlve.

Article 4 - The 16'h Biennale may include, among others, manifestations Article 13 - According to customs requlrements, forelgn works must
of architecture, music, theater, cinema, and dance. not remain in BraziJ for more than 180 days as of the date of arrival.

Article 5 - During the 16'h Biennale there will be lectures, seminars,


Chapter 111 - Sales
and other events under the responsibility of invited specialists, with the
participation of artists, art historians, art critics, and other scholars.
Article 14 - The sales of works exhibited at the 16'h São Paulo
International Biennale will be made exclusively through its
Sales Department.
Chapter 11 - Participation
Article 15 - The price of the works to be sold must be registered
Article 6 - For nucJeus I invitatlons wlll be made at international in the entry form. The price of foreign works will be indicated in
and national leveis. American Dollars in the entry form and in the shipping invoice.
The Brazilian artists will be chosen by the Council for Art and Culture No alteration of the price declared in the entry form will be permitted.
of the "Fundação Bienal de São Paulo·, which will consult with critics
and institutions and will indicate the number of artists and Article 16 - The "Fundação Bienal de São Paulo· will be entitled
works of art that will participate. to a 15% on the price declared by be participant.
The cholce of the foreign artists will be the full responsibility of
the countries present at the manifestation. However, in order to secure Article 17 - The buyer will be fully responsible for the expenses
the presence of important participants at the organization of this of nationalization of foreign works. The total sum of these costs will
Nucleus, the 16'h Biennale will be free to send out individual Invitations. be indicated on the selling price Iist.

Article 7 - Each guest country will indicate a representative to be Article 18 - The work sold will be handed over to the buyer only
the only one responsible to the Biennale, and who will: when fully paid for and after the exhibition is closed.

27
Further, fereigrí works will only be handed over after nationalization Article 23 - It will not be permitted to remove the works on
procedures are completed. exhibition before the closing of the 16 th São Paulo Biennale.

Article 19 - Ali legal taxes and banking costs will be subtracted


Article 24' - The Information, registered in the entry form will
from the value stipulated by the participant.
prevail in case of any dlfference in the spelling of the na me of the
partlcipant, or in the price of the works or in any other item.
Article 20 - In case of donation, the beneficiary will be responsible
for the 15% due to the "Fundação Bienal de São Paulo", as well as for
ali legal taxes, and nationalization expenses in the case Article 25 - The "Fundação Bienal de São Paulo',' request the Diplomatic
of foreign works. Missions as well as the Consulates' in Brazil to assign an authorized
'offjcial with the necess~ry credentials to be presentat the moment
Sole paragraph - When the beneficiar / of the donation Is a of the opening of the packages, in order to check the items
gove,rnmental entity, it will be exempt of the 15% due to the "Fundação according to the customs papers, and also to slgn a so-called
Bienal de São Paulo", only being responsible for the legal taxes "Memorandum of Occurrences·.
and nationalization expenses. Such p.rocedures will take place at the arrival and at the
repacking of the works.
Article 21 - The buyer will pay the total price in Cruzeiros.
In the case of foreign works, the value pald in Cruzeiros will be applied
in "Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional" (National Treasury Article 26 - The "Fundação Bienal de São Paulo· will not be held
Readjustable Public Obligations) or any other equivalent public bonds. responsible for not including, in the general catalogue or in the
The sum to be remitted to the foreign participant in Dollars will exhibition area, any participant who fails to meet the deadlines
be the equivalent of the value of the above mentioned bonds for the arrival of botn the works and thé complete documentation.
on the maturity date.
Article 27 - The signature on the entry form implies fuI! acceptance
of this regulation. .
Chapter IV - General dispositions

Article 22 - Although the São Paulo Biennale will take ali necessary Article 28 - Any cases not included in this regulation will be dealt
precautions, the "Fundação Bienal de São Paulo· will not be held with by the Board of Directors of the "Fundação Bienal de São Paulo",
responsible for any possible damage to the works sento It will be which may subject it to the CO\Jncil for Art and Culture.
up to the exhibitors, or their representatives, to insure the works
against ali risks, if they wish to do sO. São Paulo, December 1980.

(Versão de Gabriela Suzana Wilder e Stella E. O. Tagnin)

28
PA(SES PARTICIPANTES

ARGENTINA
ÁUSTRIA
BÉLGICA
BRASIL
BULGÁRIA
CHILE
COLÔMBIA
CORÉIA DO SUL
EQUADOR
ESPANHA
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
FRANÇA
GRÃ-BRETANHA
GRÉCIA
GUATEMALA
HUNGRIA
ITÁLIA
IUGOSLÁVIA
JAPÃO
MÉXICO
PANAMÁ
PARAGUAI
PERU
POLÔNIA
PORTUGAL
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA ALEMÃ
REPÚBLICA DOMINICANA
REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA
ROMÊNIA
SUíÇA
TCHECOSLOVÁQUIA
URUGUAI
VENEZUELA

29
Textos de
apresentação dos artistas
MARTINO, SUÁREZ, DE MARZIANI ARGENTINA

Três artistas - pintores representativos da geração tados por Martino numa pintura de execução densa,
nascida entre 1930 (Federico Martino) e 1941 (Hugo de pincelada incisiva, que vence a resistência do
de Marziani), como equidistante Pablo Suárez (1937) suporte, e nos permite encontrar a contrapartida do eu
- permitirão à crítica e ao público da Bienal de São profundo em termos de equivalência pictórica.
Paulo terem uma visão fiel e responsável daquilo que
se mantém em plena gestação no âmbito cultural ar- Pablo Suárez parte de uma visão que não descarta o
gentino. dado cotidiano nem as mais tradicionais temáticas da
arte do Renascimento e do Maneirismo. Essa realida-
Nosso poeta Alberto Girri estabelece como precondi- de nos é oferecida através de uma luz diáfana que não
ção de toda vocação criadora a de ter personalidade. despreza o azul de seus céus, os quais, quando po-
Os três artistas plásticos em questão já deram prova dem, espreitam-nos de algum ângulo de suas precisas
de tal exigência. Nem todos conseguiram manter com e contidas composições. Paradoxal sensualismo que
firmeza seus pincéis na mão toda vez que surgiu um se manifesta por meio de um raro desprendimento.
sério questionamento sobre as projeções possíveis
que aguardavam a pintura de cavalete. Diante da in- Hugo de Marziani, exímio desenhista, propõe uma arte
discriminada submissão ao imediatismo que nossa de ambigüidades espaciais, resultante de um menta-
época tende a suscitar, cabe ao artista adotar essa lismo que persegue sua problemática. Trata-se de uma
resposta que é ilustrada por Martino, Suárez e De atitude que se aprofunda nas propostas do cubismo e
Marziani, e que nos faz lembrar que o criador, mais do construtivismo e que, desde Leonardo até o pre-
do que fiel a uma determinada época (inclusive a sente, enfatiza os ingredientes pensantes da compo-
sua), deve permanecer fiel a todas as épocas, já que sição. Tal fato não é obstáculo para que De Marziani
a dimensão do artístico não se inscreve no tempo dos se revele aos nossos olhos como um exaltado colo-
relógios, mas no presente eterno da dimensão es- rista, alcançando vibrações aceleradas nos verdes e
piritual. amarelos que traduzem sua emoção diante de pastos
pampianos que sua retina jamais esqueceu.
A inspiração americanista de Federico Marti'no se
manifesta por meio de símbolos que, na concepção Todos eles - Martino, Suárez e De Marziani - são
de Jung, foram extraídos do inconsciente coletivo e testemunhos da vigência de nossa arte pictórica.
que por isso guardam parentesco com imagens que
nosso continente vem manifestando desde as altas Rafael Squirru
culturas pré-colombianas. Esses símbolos são resga- Buenos Aires, 1981

(Tradução de Neide T. Maia González)

31
ARTISTAS DO BRASIL NA XVI BIENAL BRASIL

Na escolha dos artistas do Brasil para o Núcleo I da assimetricamente, compõem uma cosmogonia do céu
XVI Bienal de São Paulo, o pensamento de base fói o e da terra. Revelam a autora com a capaCidade de
de considerar a significação de sua contemporaneida-"C' ainda aprofundar nos limites sábios da contenção. Na
de no complexo contexto universal de idéias quepri- pintura monocrômica de Sued defrontamos o ser intui-
vilegia o pluralismo das atitudes. A atuação sincrônica tivo e a formação solitária. Reduziu-se a existência
das tendências artísticas, que hoje vara os diferentes anterior de demarcações lineares em seu espaço dis-
mundos, transparece nos aspectos selecionados para tanciado das concepções construtivas e do minima-
a participação brasileira. Nessas variáveis da arte lismo. As pesquisas dos últimos anos conduziram-no
gerada no país, constatam-se fortes índices de subje- ao encontro dos valores mais íntimos da cor mate e
tividade. O produto poético, em' outras palavras, é suas discretas vibrações e alteridades em superfícies
decididamente marcado por esse fator, causa da dis- contíguas. Sued mostra-se determinado na busca do
persão, em vários níveis, de sua organizaçãoestrutu- vazio fenomenológico. Esse interesse amadureceu em
ral. De outro lado, se por vezes é muito sensível o seu espírito desde os anos 60. No final dessa década,
substrato ideológico das obras, com suas razões filo- ele familiarizou-se com zen. Há, pois, fertilidades em
sóficas, sociais e outras, parece-nos sobretudo evi- seu espaço que aparentemente nada contém. "Retiro
dente o empenho colocado na reflexão sobre a própria do nada aquilo que não é nada, deixo apenas aquilo
fenomenologia do ato artístico, uma característica sa- que é do nada. Isto quer dizer que construo o nada.
liente hoje em escala planetária. Ao lado dos artistas Fazer o nada não é fazer nada. O nada sem nada dentro
espeCialmente convidados para os vetores A e B do não é nada. Construir o nada é um trabalho, um esfor-
Núcleo I, figura, naquele primeiro setor, o contingente ço laborioso", ele afirma.
que faz da Mail Art o instrumento de sua criatividade
e comunicação. Essa atividade intersemiótica proces- Entre os artistas das gerações mais jovens, Antônio
sual difusa internacionalmente propagou-se no Brasil, Dias, de participação essencial nas novas figurações
onde há mailartistas em várias cidades.' Contribuem brasileiras, força irreverente e renovadora noutras
eles para abrir um espaço novo e de fermentação, no fases, recorre ao antigo ato de pintar assim como uti-
quadro tradicional de organização da Bienal. liza os novos meios. Para a Bienal, ele se decidiu por
seus recentes espaços circulares, elaborando, em téc-
Os limites naturais de úma exposição' que apresenta nica mista, algumas formas pictóricas inventivas, de
individualmente artistas de diversas nações, pelo cri- simbologia críptica, que inter-relaciona, numa atmos-
tério de analogias de linguagem, condicionaram nume- fera de refinadas substâncias de cor. Prevalece nessas
ricamente a participação local. Obrigaram a opções inclusões sígnicas dos discos uma atmosfera de idéias
entre algumas diretrizes marcantes dos conteúdos que sobretudo parece ligá-lo ao remoto e ao transcen-
expressos na estrutura da exposição. No início da ta- dente. Ainda um ocidental a seu modo ligado ao Orien-
refa, houve a preocupação de conhecer B,opiniãode te (à experiência do Nepal).
órgãos especializados, reservando-se, porém, a Bienal,
a decisão da escolha. Os resultados do trabalho mos- Ivald Granato foi a escolha entre outros pós-informa-
tram que o vetor B é constituído de alguns pintores e listas, dos mais válidos no ambiente. O pintor (e o
um desenhista qualificados, seja por uma decidida desenhista), alegre e descontraído, trava um diálogo
capacidade de investigação crítica dos procedimentos com sua obra. Estabelece um sucessão de indagações
de sua expressão, seja por uma atuação mais radica- sobre a raison d'être da pintura e de seu próprio tra-
lizada, enquanto os cogitados para o vetor A concen- balho, à medida que, num vaivém contínuo, passa de
traram-se em propostas de instalações. O elenco é um quadro ao seguinte, questionando-os, admitindo
composto por Antônio Dias, Carlos Fajardo,lole de uma fórmula consagrada (como a paisagem) para rejei-
Freitas, Anna Bella Geiger, Ivald Granato, Carmela tá-Ia ao ir ao encontro do novo-impressionismo norte-
Gross, Ivens Machado, Cildo Meirelles, Julio Plaza, americano, uma situação logo abandonada pelo retorno
Mira Schendel, M. C. van Scherpenberg-Katie, Eduardo ao branco, o que, por sua vez, o leva à reação na tela
Sued e Tunga. seguinte, ao retomar todas' as cores do arco-íris ...
Enquanto isso, o suporte é submetido a uma série de
VETOR B: PINTURA E DESENHO violações. Estabelece-se um equilíbrio entre a absor-
ção de estímulos e sua capacidade libertária pessoal.
No vetor B aparecem, pois, os domínios que na década
de 70 sofreram o grande confronto com o fenômeno da M. C. van Scherpenberg-Katie, um nome ascendente
desmaterialização. Acham-se incluídas duas figuras de na pintura brasileira, preocupa-se com os problemas
presença assegurada com maior recuo de tempo no de organização do espaço, extremando possibilidades
movimento artístico do país: Mira Schendel e Eduardo da perspectiva. "O artista é o espectador", ela afirma,
Sued. Em Mira Schendel sobreveio nova série de tra- deixando a este, conduzido num primeiro instante, as
balhos, mas na orientação dos estímulos que captava alternativas de criatividade diante do instável campo
desde o começo dos anos 70, nos hermetismos do visual. Já na recente série Queda de (caro, a singula-
livro I-Ching (exposição no Museu de Arte Contem- ridade do padrão espacial fazia com que o observador
porânea da USP). Seus doze Hexagrama, pintados à gerasse movimento. De complexa e diferenciada for-
têmpera, interpretados livremente e apresentados mação (estudos em Munique, Nova Vork e junto a

32
Kokoschka em Salzburgo), Scherpenberg-Katie tem cadas em painéis. e dois monitores de TV, cujas ima-
procurado plasmar essa cultura no encontro com os gens reproduzem o que o espectador descobre na lei-
estímulos de sua vivência no Brasil. Uma longa fase tura do elemento mural e na leitura vertical dirigida
da pintora mostrara tendência a explicitar conteúdos sobre a mesa). O iluminamento produz-se pelos focos
sociais e políticos. Mas as investigações de seus tra- fosforescentes da TV e pelos spots. Nas cartas geo-
balhos dirigiram-se para as intuitivas construções gráficas de 1977-78, de configuração deformada, onde
aqui apresentadas. "Considero o espaço do quadro acusa as angulações de realidades insofismáveis, so-
uma área de debate", diz a artista, problematizando-o lucionava harmoniosamente contextos formais e ideo-
com a nova experiência crítica de enfrentar a tela. lógicos. Gradualmente, entretanto, esses mapas abs-
tratizaram-se e é em situação visual diluída que o
Carlos Fajardo, um dos principais ex-alunos de Wesley públiCO os reencontrará na Bienal. O interesse formal,
Duke Lee, tem demonstrado apego à especulação caracterizado pela subjetividade que determinou a
teórica da arte e à experimental idade contestatória de destacada obra de fases passadas de Anna Bella Gei-
processos tradicionais. Recentemente, isso se verifi- ger, reassume sua primazia, em novas variantes.
cou com colagens e gravuras. Nesta mostra, a dispo-
sição se radicaliza nos grandes conjuntos e "suportes" Semelhança (Contém) Diferença é o título da instala-
fixados no solo e inclinados sobre a parede. Consti- ção de Julio Plaza, tendo como objeto a "investigação
tuindo uma realidade que não se quer confundir com sobre a linguagem". Essa prospecção é um predicado
a pintura de representação ou a de motivação abstra- intermitente em suas proposições intersemióticas que
ta, a instauração aspira a integrar-se ao entorno, como trazem contribuição ao meio visual e poético de maior
parte objetual de uma mesma natureza. Várias ques- peso cultural no país. Se a recente exposição do Mu-
tões são levantadas por esses retângulos, material e seu de Arte Contemporânea da USP (1980) mostrou
tecnicamente diferenciados, e que deslocariam uma idéias/elaborações de estruturas, signos e imagens de
parcela grande da criatividade para o âmbito da inter- momentos diversificados, agora, no espaço concen-
pretação do espectador. Fajardo recorre aos próprios trado da instalação - utilizando-se igualmente de
elementos identificáveis da pintura no seu questiona- vários materiais e técnicas - , ele se exerce na parti-
mento: cor, desenho, etc., e faz emergir a antiga e cularidade de um jogo de tensões entre aqueles pólos
escondida estrutura material do quadro. As suas pre- (semelhança e diferença). Julio Plaza ressalta a proje-
meditações somam-se valores determinados pelo an- ção contrastante entre geometria euclidiana e não-
damento do próprio trabalho. Aventura crítica feita euclidiana e o problema da investigação do ícone em
sobretudo de rigor. Sua arte processual, exemplarmente no meio: arte
como arte.
O Projeto para a Construção de um Céu comprova a
profundidade e a diversidade de recursos da desenhis- Cildo Meireles materializa um projeto de dois anos
ta Carmela Gross, nos últimos anos atuante na dimen- atrás com sua La Bruja, uma vassoura da qual parte a
são das poéticas do signo. No caso presente, ajustando infinidade de fios que fará estender pelo edifício da
registros gráficos, texturalidade e soluções puramente mostra e adjacências. A instalação desdobra-se em
conceituais, traz ao público o trabalho de um ano de performance e coloca-se numa já longa e envolvente
observação do céu. O céu, paisagem de contornos trajetória de trabalhos, alguns controvertidos e polê-
fluidos, em parte captada, mas ao mesmo tempo cons- micos, de imediata relação com o real. Os propósitos
truída em superposições de oito a dez cores, é reba- são óbvios na escolha de um símbolo mágico/malé-
tido para a malha ortogonal do registro inferior, onde, fico, de fácil compreensão e que deixa conotações em
quase à maneira de um trabalho científico, ela regis- aberto. Cildo Meireles considera La Bruja um "dis-
tra, a nanquim, a síntese do movimento das nuvens. curso de espaço" e "um espaço psicológico", frisando
São trinta e três os desenhos, a própria soma dos a necessidade de "manter sob controle certos parâ-
mapas do hemisfério. O hemisfério Sul. Por que a metros". O visual e o espaço físico são dois elementos
exclusividade desse céu? "Porque creio ser o meu
concretos de sua concepção de artista que não se
céu", ela explica. "Repete-se o céu sob o qual se nas-
considera conceitual. Na proposta atual, o vemos uma
ce, segundo os astrólogos". No significado do próprio
vez mais fiel à intenção de fazer da arte uma práxis
desenho, entretanto, é que, em definitivo, se encontra de ativa intervenção no meio.
a mensagem de Carmela Gross.

VETOR A: INSTALAÇÕES Situações de tensão permeiam a obra de Ivens Macha-


do. Desde 1974 ele fez uso crítico de um espaço ines-
Vários artistas, quase todos com decidida atuação perado para a arte: o traçado linear das páginas do
multimedial na década de 70, apresentam instalações. caderno escolar. O inconformismo diante do sistema
Desdobrando seu projeto O Pão Nosso de Cada Dia, de valores que conhecia a partir do exercício de sua
visto na XXXIX Bienal de Veneza, Anna Bella Geiger atividade de professor foi estímulo a levá-lo a intro-
cria um espaço para a leitura diversificada de seus duzir perturbações gráficas nessa estrutura de papéis
mapas da América do Sul. Ela recorre a variados meios pautados e quadriculados, própria dos métodos peda-
e suportes (panos estampados sobre uma mesa, frisas gÓgicos. Provocava assim uma ruptura definitiva em
de tecido com a mesma natureza de impressão, colo- domínios básicos do uso social que oferecem ao espí-

33
rito a sensação tranqüilizante da familiaridade. Du- EDUARDO SUED
rante anos Ivens Machado acrescentou coerentes e
fecundas variáveis a esses princípios de apropriação Pintar, como nota Merleau-Ponty, será sempre e em
e refazimento do espaço, demonstrando também ou- última instância repor a questão do sentido: estar no
tras iniciativas conceituais, abrangendo naturezas téc- mundo. Investigar o corpo em suas articulações pri-
nicas e materiais, marcadas, do mesmo modo, por meiras, antes de tornar-se instrumentos de uma von-
dramáticas situações conflitantes. A utilização recente tade. Revisitá-Io não mais como suporte do sujeito
de cacos de vidro, fixados no cimento armado, repre- mas como sua condição. E aí, inevitavelmente, o olhar
sentou-lhe a pOSSibilidade de trazer novos limites aos deixa de ser o inequívoco ponto de vista do sujeito
seus códigos expressivos. Na peça exposta - um frente ao objeto para aparecer como movimento inces-
conglomerado hostil formado com aqueles elementos sante, indefinido, onde se encontram e se perdem
e suspenso acima do solo - o artista é levado à explo- sujeito e objeto. O pintor é alguém que escolheu exis-
ração das tensões com a presença de uma materiali- tir no meio desse turbilhão. Alguém que joga o próprio
dade ameaçadora, enfatizando ao mesmo tempo o corpo na tarefa de olhar o verdadeiro olhar - o que
precário equilíbrio que a retém. pôs o mundo e nos põe nele.

A prática de pintura de Sued está imersa nesse ques-


lole de Freitas, vivendo na Europa (Milão) no decurso tionamento fenomenológico. Não será jamais o caso
de grande parte da década de 70, fez do filme Super 8 de fazer um objeto, colocar uma coisa-tela no real para
e da fotografia (principalmente) veículos de um traba- representá-lo ou interpretá-lo. Não há nada anterior à
lho processual voltado para o autoconhecimento. Esses tela, mas tampouco esta tem o poder de divulgar uma
meios (ela seria um dos primeiros artistas a valer-se Idéia do Mundo. O que há é um processo, um lugar-
da foto colorida) e a recorrência a fragmentos de espe- problema - campo pulsante que em meio aos objetos
lho abriram-lhe possibilidades de explorar seu próprio parece ultrapassá-los, atravessá-los, e frente ao su-
corpo, recriado por múltiplos aspectos e angulações. jeito possui a força de enfrentá-lo e negá-lo enquanto
Um dado fundamental de sua obra tem sido o da preo- pura ideal idade.
cupação com a condição feminina. Ela conduziu essa
preocupação para construções visuais e simbólicas de Ronaldo Brito
crescente complexidade na imaginária dramática que
busca o elemento crfptico da realidade, as virtualida-
des que subjazem em suas aparências - extrapolan- ANTONIO DIAS
do-as na ambigüidade de seus reflexos. A instalação
sobre a "harmonia dos mistos" recorre às referências Niranjanirakhar: Estes trabalhos são modelos de reali-
zação. A aplicação ao desenho serve para fazer com
mágicas de uma carta de tarot e vale-se de uma alqui-
que não fiquem suspensos no sonho. O importante é
mia que aglutina luzes reverberantes e sombras: uma
que posso tocar o meu desenho, posso constatá-lo
imagem sai de um diapositivo e projeta-se sobre outra fisicamente. Perceber, repetir na mente o percurso da
impressa em tecido - destas duas projeções resulta sua construção... fiz o primeiro disco com quatro
uma terceira, compósita e problemática, no que recebe camadas superpostas de matéria: ao fazer o segundo
das precedentes. disco, rasguei pela metade cada camada, obtendo
assim uma seção em profundidade, i. e., um sulco,
A metáfora de um filme mostrando "um túnel circular pondo à luz a sua estória construtiva como arqueolo-
sem princípio nem fim", colocada em situação de equi- gia; do terceiro círculo, separei um outro, gerador
valência com a materialidade do instrumental que a ainda de um outro trabalho; o quarto círculo é exata-
projeta, é a idéia de Tunga para a sua instalação nesta mente como o primeiro, mas, uma vez q\;le é repetido,
Bienal. O movimento contínuo eo retornar sobre a já não é exatamente a mesma coisa.
mesma coisa. A situação ambiental recoloca as variá-
veis de seus artefatos de cobre, feltro ou borracha, Chapati for seven days: Chapati-pão. A matéria ai i-
animados por circuitos elétricos: o artista deixa em mento do trabalho. Todo dia, durante uma semana, um
evidência todos os elementos constitutivos de sua pequeno disco era parido do grande disco. Apenas um
obra. Uma secreta e tensa carga crítica de informa- foi mantido puro, na sua matéria base (celulose), en-
ções penetra a linguagem lógica e ao mesmo tempo quanto os outros foram coloridos - e transformados
imaginativa deste jovem de produção avançada, que em sua estrutura física - com outras matérias que se
nos atrai para seu território, definido em níveis visuais- encontravam ao redor: a lama vermelha, o curry, dois
tácteis e outras situações sinestésicas. Nesta oportu- tipos de chá, a tika, cinzas. Um modo de produção
muito simples, calmo, como deve ser para comer:.
nidade, reafirma-se o rigor de seus códigos e sua
aptidão em estimular múltiplas repercussões interpre- Mundo: O mundo é o pensamento do homem, o traba-
tativas. . lho do homem, a casa do homem. Tais elementos,
construções em si mesmos, se acham como os pon-
Walter Zanini teiros dos relógios: a cada momento uma nova relação
São Paulo, setembro de 1981 entre os componentes. Tudo isto é linguagem.

34
Cabeça: Diversas formas de um encontro, um cruza- agisse, perderia o tempo como elemento na sua
mento, uma estrada que chega em outra estrada. Te- equação. O processo deixaria de existir.
mos este lugar de espetáculos, como teatro. N.B. O Artista é o Espectador.

Corpo: O CORPO permanece um work-in-progress. O M. C. van Scherpenberg-Katie


corpo ainda é opaco e, talvez, também miserável.

Antonio Dias CARLOS FAJARDO

Eu não estou interessado na discussão de problemas


IVALD GRANATO de composição, de cor, de espaço, de forma. Estão me
interessando as imposições do trabalho ... Quando eu
Explicar através de depoimento um conceito claro que tirei o trabalho da parede e o coloquei no chão, era
objetive delinear uma visão específica do aspecto lú- uma exigência do seu tamanho. Fazer grande é tirar a
cido, do comportamento adequado das sensíveis e referência possível do trabalho como "janela", que
intransferíveis atitudes, que elaboro na pintura ou na você coloca na parede. Ele se nega a isto, é desajei-
vivência posicionada do meu trabalho como um todo. tado para ocupar esse lugar, perdendo dessa forma
Apertaria o fluxo da memória viva e condicionaria re- esse tipo de leitura.
sultados de extrema arrogância, liberando de voz alta
a soberania da criatividade e fortaleceria com signifi- Carlos Fajardo
cados conscientes o valor da persistência inteligente,
determinado a normalizar as características em plena
evolução sobre contexto ou texto e favorabilidade CARMELA GROSS
consumida.
Projeto para a construção de um céu
Resumo estados de em comum com artéria de profis- Este trabalho procura expressar poeticamente a dialé-
sionalismo dedicar as minhas sabedorias aos aplica- tica que se fundamenta no significado do próprio de-
dos exercícios de fundamentos básicos em construção senho, entre objeto e projeto, na medida em que este,
de processo de marcação histórica e real, fazendo os tendo como objeto da representação a realidade vi-
sentidos com clareza, especificar a permanência do sual, situa-se, ao mesmo tempo, em outro pólo, como
crédito humano, não a valorização de presenças de projeto para a construção desta mesma realidade.
mitos. Sabendo-se que conscientemente posso reque- Carmela Gross
rer, por realização em matemática, todos os princípios
a mim formulados, deito na liberdade posicionado,
discutindo claro e franco com a inteligência criativa, JULIO PLAZA
para requerer ao meu extinto e vulnerável corpo mate-
rial, alegria e esperteza de conferir estranhos malicio- As Armadilhas Para o Espaço de Julio Plaza
sos sabores do corpo e tempo que se chama Ivald Muitos armam espaços para aprisionar o espaço. Plaza
Granato. sabe, e não de hoje, que essas armações e armadilhas
são signos para-espaciais.
Ivald Granato
Saindo do plano, em geral gráfico, enfrenta-se com a
tridimensionalidade, que acha muito engraçada: seus
equipamentos-anúncio, em projeção volumétricaaxio-
M. C. VAN SCHERPENBERG-KATIE
nométrica, parodiam e destroem o espaço perspecti-
vista; suas curvas quebradas de Peano parodiam o
o Problema das Falsas Perspectivas: labirinto, ocupando o plano, através da linha, com
1. A divisão do espaço segundo linhas de fuga. muitos planos; suas estruturas tensionadas pousam
2. A forma que nasce da linha. como mundéus do espaço, caibros em lugar dos palitos
3. A linha de perspectiva que fecha e, ao concluir-se, de sorvete que o povo faz voar nos campos de futebol.
resolve um problema de espaço e de tempo.
4. O tempo que surge a partir do problema entre o es- Suas leituras-visualizações de poemas são algo de raro
paço e a linha de perspectiva. e novo: poucos ·artistas conviveram tanto e tão pro-
fundamente com poemas e poetas. Notável é a sua
5. O espaço que é gerado por ,essa linha de perspecti-
leitura do poema Cidade, de AL!gusto de Campos,
va, cuja apreensão depende do lugar, não puramente
onde a linearidade é. rompida paródica e realistica-
geográfico do espectador, mas filosófico e histórico.
mente por um excesso de acidentalização tipográfica,
6. As falsas perspectivas nascem das diversas posi- como a dizer que a paisagem urbana, seu skyline, apa-
ções do espectador. Mas qual a verdadeira? rentemente uniforme a distância, é menos montagem
7. O artista sugere ao espectador uma solução. ~ uma do que colagem, e mais bricolagem e palimpsesto do
insinuação. Um passo num processo. Mas o Artista que colagem (e aviva-cidade de colocar o VIVAIA, do
nunca propõe uma verdadeira posição. Se assim próprio Augusto, no meio da runicidade).

35
Também rúnicos parecem os caracteres de bastonetes As diagonais partem do foco (massa) e, na sua elasti-
desdobráveis que derivaram de trabalhos anteriores cidade física, aspiram todo o espaço circundante. Este
sobre o I-Ching. Já o seu cubo fracionado em metoní- corisco não desenha um vôo. Não paira: há a gravi-
mias prismáticas só ganharia força monumental e me- dade.
tafísica se realizado numa escala tal que permitisse a
um(a) homulher caminhar pelo chão-fresta, como quem Nos cantos, quatro pirâmides apontam à infinitude.
estivesse numa caverna cósmica de cristal. Apóiam as duas estruturas-traves laterais. Avarenta-
<",," mente só oferecem o vértice, sua área mínima, ao
A praça de detritos espaciais<organizados do Plaza. suporte. Opõem-se para ampliar a tensão.
Caminhar por ela é sentir a obra de um artista infati-
gável, que disfarça o esforço com humor e ironia, Na sua economia, o trabalho freme o frêmito que
espalhando pelo espaço, aleatoriamente, pegadas de abarca, usurpa e conquista todo o espaço. Isto não
espaços. tem nome - se sente, teme, vive, sabe e conhece.
E não se descreve, sob pena de isto não ser sentido,
Décio Pignatari temido, vivido, sabido e conhecido. A obra é cogente:
Novembro de 1980 não há, para o público, a escolha ou a recusa.

O espectador é a vastidão ...


CILDO MEl RELES
Paulo Herkenhoff
A obra de Cildo< é tramada não mais sobre uma visua-
lidade do espaço, mas do que podemos chamar terri-
torialidade, extensão física, política, social, onde é
preciso intervir sem mão e sem espírito, estrategica- TUN~A
mente. A noção de estratégia define aqui um modo de
operar sobre o território, eliminando o caráter metafí- fotogramas do interior de um túnel circular.
sico da arte, isto é, seu reconhecimento como um
artefato que produz visualidade plástica. traveling em uma direção e sentido, a do eixo longitu-
dinal do túnel.
Wilson Coutinho
recopiagem e montagem desta seqüência compreen-
dendo 45 graus do túnel, oito vezes.
IVENS MACHADO
montagem da película a ciclo contínuo.
o trabalho é a vastidão.

o artista não representa. Constrói tensamente. A obra O QUE SE Vt


vive em tensão. Só existe se tensa,
a imagem do percurso descrito em um movimento cir-
Visto de cima, isto se assemelha a uma planta de si cular uniforme.
mesmo. É a sua própria perspectiva. No centro há um
ponto ao qual convergem linhas diagonais. Esse ponto a incessante trajetória no interior de um túnel circular
de fuga pesa. Menospreza a geometria. Acumula em sem princípio nem fim.
si mesmo a sua própria tensão. Ver é aprisionar-se
nisto. A memória pulsa o trauma. Tunga

36
A MODERNA GRAVURA BllLGARA BULGARIA

Em sua originalidade estilística, os dez artistas apre- ralmente, esses problemas somados na gravura búl-
sentados revelam muito da imagem compósita da gra- gara atual exigiram métodos novos no tratamento das
vura búlgara atual. imagens e na própria técnica.

As gerações que iniciaram sua atividade artística nos Já foi destacado como questão principal da forma se
anos 50, 60 e 70 do nosso século mantiveram entre ela seria a força fundamental portadora total das ca-
si um intercâmbio de idéias artísticas, a fim de com- racterísticas da imagem, ou se seria percebida pelo
pletar a especificidade da imagem geral que determina espectador de maneira clara, completa e concreta. No
a importância de nossa arte não apenas dentro das primeiro caso, estamos em busca de uma impressão
fronteiras nacionais. . interior e emocional da forma; no outro, de sua ime-
diata influência e expressividade. Sem dúvida, o entre-
Nos últimos anos, a gravura búlgara foi enriquecida laçamento complexo desses dois aspectos na criação
pela criação artística de uma série de gravadores já individual dos gravadores búlgaros levou a uma plasti-
de renome - como Tódor Panaiótov, Borislav Stóev, cidade capaz de revelar plenamente a idéia e os mati-
Anastesía Panayótova, Zlatca Dábova - e de grava- zes do pensar e do sentir. Desse modo, a expressão,
dores da geração mais nova - como Stoián Stoiánov, em sua totalidade, chega a transformar-se em momen-
Stoímem Stoílov, Stoián Tzánev, Atanás Vasílev, Liu- to fundamental de exprimir a concepção do mundo não
bomir lánev, Guiorgui Léchev, etc., nascidos nos anos usando apenas a forma plástica - forma esta limitada
50. Em seus trabalhos, o interesse pelos problemas ar- ao momento de influir sobre o espectador. A concep-
tísticos atuais e pelo tratamento plástico desses pro- ção pessoal do artista reflete-se diretamente na aná-
blemas une-se à aspiração de recriar a típica espiritua- I ise do aspecto social dos fenômenos através da ati-
Iidade búlgara através dos meios da gravura. É o que vidade emocional-poética e sensorial da forma.
caracteriza as novas imagens apresentadas pelos gra-
vadores búlgaros, mediánte as quais alcançam aque- Na criação gráfica de Tódor Panaiótov, as modulações
la qualidade da emoção artística de onde, tendo como da plasticidade, a feitura fortemente expressa são
base a realidade concteta, se extraem dimensões hu- extraídas da imagem sintética em sua essência; na
manas e universais da imagem plástica. A introdução arte de Borislav Stóev, o sentimento vivo e emocio-
da metáfora como recurso expressivo, o desmembra- nante pelo mundo passa imediatamente para uma obra
mento e a complicação da composição unem-se à des- desprovida de detalhes; na de Anastasía Panaiótova,
coberta de valores novos nas técnicas clássicas de as figuras, por se acharem numa condição de conden-
gravura e ao aperfeiçoamento de técnicas que não são sação mitológica, estão em contato com sensações
típicas de nossa tradição.. Dessa forma, alcança-se eternamente humanas; na de Zlacta Dábova, o mundo
aquela amplitude da expressão artística, que se carac- é abarcado em toda sua poética, onde convivem em
teriza pela concepção nacional atual e atesta a posi- harmonia o dramático e o lírico.
ção pessoal do artista, confiada ao ideário das obras A pureza e a precisão da imagem gráfica de Stoián
e entrelaçada na substância plástica. E é onde melhor Stoiánov e Atanás Vasílev são resultado de uma pes-
se encontram as pesquisas dos artistas mais jovens quisa analítica dos fenômenos, enquanto nas obras de
com aquelas dos grandes nomes das gerações ante- Liubomir lánev e Guiorgui Léchev, o choque entre rea-
riores. O desejo de um conteúdo emocionante, intro- lidade e expressão artística cria uma certa avaliação
duzido pelo tema e pela plasticidade, que claramente irônica do mundo. Stoímem Stoílov alcança em suas
expressam a posição pessoal, é a característica típica gravuras a expressão do intuitivo e do subconsciente
da gravura búlgara em geral. numa imagem real, enquanto Stoián Tzánev colhe situa-
ções cotidianas da vida, para oferecê-Ias ao especta-
Os problemas da composição na gravura búlgara atual dor como uma impressão aguda da realização excep-
podem ser determinados por um termo como "figu- cional da espiritualidade humana.
ração simbólica", em que se unem os inúmeros
meios de representar o mundo humano visto em A gravura búlgara atual deve a muitos outros nomes
suas atividades normais ou excepcionais. Os artis- seu nível, sua riqueza e variedade, porém os artistas
tas que apresentamos estão entre aqueles que esta- apresentados ilustram uma série de suas característi-
beleceram as novas funçõ~s da figura humana e o cas fundamentais. Em suas gravuras observamos que
objeto da imagem gráfica. O sentido da realidade e a imagem, como conseqüência do conceito do mundo,
a profundidade da expressão artística foram reforça- une a forma plástica ao tema, para alcançar a forma
dos pela figura como objeto de observação do fenô- metafórica da expressão. Assim, a figura e o objeto,
meno, entendido em sua complexidade e significação como formas artísticas, expressam-se em inter-rela-
múltipla - característica do ser humano atual em ções e conteúdo. De portadoras de impressões con-
geral. Por esse método, tanto a metáfora como a nar- cretas, elas aparecem na imagem como portadoras da
ração conduzem a uma imagem simbólica que, com infinidade e da espiritualidade - resultado da com-
idêntica força, atrai o espectador em seus níveis emo- preensão ampla do espaço e do material gráficos.
cionais e racionais. Tal· concepção não determina o
lugar secundário da figura na obra, mas a faz sobres- Christo Neikou
sair, possibilitando-lhe expressar· fenômenos tanto
naturais e puramente humanos quanto sociais. Nafu- (Tradução de Mariarosaria Fabris)

37
ARTISTAS CHILENOS CHILE

"Os novos mestres da arte interpretam a vida através Entretanto, talvez seja Kepes quem melhor registra a
da tecnologia, não da pintura", é o subtítulo do artigo significação da arte tecnológica que o .grupo desen-
Cyberforms, que apareceu na revista Omni, de 30 de volve: trata-se, diz, de um morno humamsmo contem-
abril de 1980. Entre as obras que ilustram o texto, porâneo e não de uma fria tecnologia.
aparece uma em luz neon, de Alejandro Sina. Chileno,
Alejandro Sina tem sido, desde sua chegada como Nena Ossa
bolsista ao Centro de Estudos Visuais Avançados do Comissária do Chile
M.I.T., em Cambridge, Massachusets, um criador, den-
tro da nova tecnologia da luz aplicada à arte.
LUZ E FORMA NA OBRA DE JAIME FARFÁN
Nove anos de estudos e de magistério conduziram
Sina, sem desvios, por um caminho que está deixando Fator essencial na expressão plástica, a luz comporta
atrás as técnicas do pincel, da pintura, da pedra e do o prístino conceito vertido a partir de sua essência.
cinzel. Uma rota já conhecida, e às vezes calorosa- A luz é espírito gerador da vida. Nas estruturas for-
mente aplaudida, de efeitos luminosos onde o movi- mais, esse princípio básico flui nítida e persistente-
mento é essencial, efeitos que se afastam do meca- mente na obra de Farfán; é onde a luz se eleva simbo~
nismo de artistas anteriores dentro do campo, e nos licamente, revelando toda uma irradiação metafísica
quais se faz uso não só da luz de neon, mas também sobre as instâncias materiais propostas na ordenação
de raios laser, hélio, vapor de mercúrio, criptônio, xe- formal.
nônio etc. Seus líderes pertencem, em sua maioria,
ao C~ntro do M.I.T., e entre eles está Alejandro Sina,
que descreve essa expressão tão própria d.~ s~culo A união de luz e forma permite, finalmente, que a
XX como "um casamento entre a arte e a clencla ... forma adquira ressonância e significação maiores, e o
com as problemáticas conseqüentes". âmbito pormenorizado através do tratamento pictórico
que este artista realiza no plano consegue exaltá-Ia e
dotá-Ia de seqüências novas, ciclos, alternativas de
Para converter em realida~e esse "casamento", Sina ordem, situações, re-orientações, etc.
faz uso do vidro, do gás e da eletricidade, ou, mais
precisamente, como ele mesmo explica, de ampulhe-
tas e tubos, gases neon e mercúrio, desenhos .de alta Nas conjunções de luz e forma está conformada a sín-
voltagem elétrica e também desenhos de baixa vol- tese do corpo e da alma, da matéria e do espírito, do
tagem. concreto e do abstrato. Tal síntese projeta-se do mutá-
vel ao permanente, num sentido anseio de transcen-
dência e eternidade. A pintura de Jaime Farfán, lúcida
Isso inclui dispositivos eletrônicos, opto-eletrônicos, e intelectual, seletiva e sistemática, abre caminhos a
microcompressores e tecnologia de computadores. profundas abstrações emanadas das vibrações lumino-
Tudo isso se destina a conseguir diversos efeitos
sas, que conferem ritmo e vivacidade a formas apa-
dentro de diferentes circunstâncias. rentemente frias e rígidas. É o princípio ordenador, o
fiat lux, que gera movimento e, conseqüentem~nte,
De fato, tanto as criações de Sina, como as de Otto uma evolução e um dever. Sua obra fala a partir do
Piene, Diretor do Centro, de Gyorgy Kepes, Fundador racional e do emocional, uma experiência de espaços
e Diretor Emérito do Centro, e de outros, acompa- e "tempos que, em estruturas subjacentes, essenciais,
nham seu tempo: a eletricidade, os conceitos cinéticos possibilitam o encontro final com o destino do ser.
e ambientais, a altura dos arranha-céus, o uso de gran-
des espaços e a participação do espectador, a .quem
Em seus trabalhos, Jaime Farfán aprofunda-se na ma-
liberam do olhar dirigido estaticamente a uma pintura
téria tonal, estuda-a em suas partículas e a devolve
para envolvê-lo em ecos visuais de uma ou várias
cores. Rutilantes e rítmicas sinfonias que podem ser representada com esplendor e vitalidade. Sua po.stura
rompe com a tradição, mostrando rotas e caminhos
uma ou uma dúzia de imagens ao mesmo tempo, que
novos e insuspeitos.
o submergem na arte mais contemporânea, mais de
nossa época.
Luis Cecereu e Enrique Solanich
Professores da Faculdade de Artes, Universidade do
Alejandro Sina criou em julho de 1975, em conjunto
Chile
com Piene no Centr~1 Park de Nova York, o arco-íris
neon, reali'zado como pré-celebração do bicentená~io
dos Estados Unidos. Em 1977, Sina foi um dos 14 artis-
tas do M.I.T. que apresentaram na Documenta 6 ? PATRICIA VARGAS E GILDA HERNÁNDEZ,
Center-beam - a escultura eletrônico-aquática que a DUAS OPÇOES DA GRÁFICA ATUAL
noite resplandecia em Kassel, Alemanha. E foi tam-
bém, junto com Piene, Paul Earls, Peter Campus e No Chile, na última década o panorama das Artes Plás-
Harriet Casdin-Silver, um dos cinco que, em 1977, em ticas mostra uma intensa atividade nas expressões
Grand Rapids, Michigan, apresentaram .. 5 Artistas, 5 gráficas, a qual, de preferência, tem sido encarnada
Tecnologias" . pelos jovens artistas locais.

38
Esse cultivo generalizado da gráfica produziu-se por obras concessões e tampouco vacilações. ~ autêntica
várias razões que não cabe aqui expor, mas há por e honrada ao projetar sentidas experiências vitais,
trás disso um fator comum que se desenvolve a partir revelando sinceridade, atributos plásticos e decisão
do conhecimento e da difusão conseguidos pela perso- não desmentida de retratar a mulher como ser que se
nalidade, pelas obras plásticas e pelo pensamento de angustia, mas que ama, que se desespera e liberta,
Marcel Duchamp, artista que, sem tê-lo previsto, supe- tratando de encontrar seu caminho e lugar na socie-
rou toda influência anterior de qualquer outro artista dade contemporânea.
contemporâneo.
Diferentes são os roteiros que animam a obra de Gilda
Por outro lado, um antecedente valioso é constituído Hernández, artista eminentemente sensível e imagina-
pela obra de uma série de pintores gestuais que, em tiva, que depois de empreender diversas tentativas,
fins da década de sessenta, elaboram trabalhos muito encontrou finalmente um caminho pessoal e ajustado
próximos da síntese e da força dos desenhos gráficos, a seus requisitos expressivos.
separando-se decididamente do pictórico e de uma
vigorosa elaboração. É preciso considerar que a expressão artística está
fundamentada em processos de comunicação que inte-
Ambas as anotações, unidas à consciente rapidez de gram as vivências intuídas do receptor da obra de arte,
comunicação que inquieta os artistas, podem justificar, sendo a arte uma fonte de conhecimento em seus pro-
de forma sumária, esta eclosão de um novo modo de cessos básicos de comunicação.
expressão mais direto, espontâneo e atual.
Hoje em dia, Gilda Hernández propõe com sua gráfica
No caso particular de Patricia Vargas, a análise de sua a aventura do signo: sua integração e desintegração,
trajetória é lógica e direta, por responder a um pen- sua eloqüência e hermetismo, sua coesão e dispersão.
samento precocemente observado e através do qual a São signos matemáticos que apontam para o impossí-
artista tem preservado e depurado a sua personalida- vel, para o inacabado. Suas cartas não revelam a pleni-
de plástica. tude pragmática e utilitária do signo em si. Encerram
um profundo ensimesmamento, como poética instância
Possuidora de um grande talento e de uma extraordi- que lhes confere uma nova dimensão. Através de nú-
nária clareza quanto às possibilidades do desenho, meros e letras, fórmulas algébricas ou diagramas
Patricia Vargas se inicia com uma série de trabalhos matemáticos, que preenchem certas chaves de suas
de formatos pequenos, que combinam o desenho e a gravuras, os signos perdem seu sentido convencional
cor, e a partir dos quais surge, alojada em interiores e arbitrário para conseguirem uma nova significação.
arquitetônicos, uma série de figurinhas femininas com Sua força signífera se transfigura a favor de novas
expressões diversas, que mantêm, entretanto, uma simbologias que estruturam mundos particulares da
leve constante de romantismo com características dra- autora.
máticas.

A medida que Patricia Vargas vai depurando sua grafia As obras de Gilda Hernández evidenciam uma vlsao
e sintetizando a cor, a figura humana começa a adqui- trágica de mundo - tragédia iluminada por signos não
rir uma importância decisiva. Os formatos pequenos resolvidos, dispersos, num caminho dramático em di-
cedem lugar a papéis maiores e essas figurinhas femi- reção ao caos. Há nelas um persistente afã de comu-
ninas se transformam em corpos agigantados, retor- nicar, de revelar sentidas vibrações interiores, as
cidos, que revelam uma preocupação profunda mesmo quais permanecem detidas em signos carentes _de sig-
nos estados de relaxamento. A expressão corporal nificação, carentes de alma. Tudo isso conduz total-
assinalada trai um erotismo insatisfeito. Há nelas ger- mente ao caos, a mundos que, sendo cósmicos, são
mes de vidas incompletas, que vão espelhando vislum- desolados. ~ a busca por mostrar uma sensibilidade
bres de plenitudes ainda não alcançadas, ou sequer fervente, uma exuberante imaginação. ~ o afã de de-
consumadas, seja no plano vital ou diretamente no sencadear em plenitude as turbulentas forças da cons-
âmbito criativo. ciência. Daí. o dinamismo de suas soluções formais, a
intrincada rede que a conforma, redes ora evidentes
Esses seres embuçados que a artista elabora ocultam ora sutis, que terminam por cativar o receptor, pro-
sua verdadeira identidade. O olhar, espelho da alma pondo a sublimação do referido signo inacabado numa
e do espírito, escondeu-se persistentemente atrás de simbologia que nos conduz por difíceis labirintos e
grossas e pesadas vendas. O eu profundo do artista se veladas chaves a um mundo mágico onde convivem
expressa em seres atormentados e a experiência eró- angústias e serenidades, sonhos e obsessões, solidão
tica vai perdendo a integridade do espírito, Só restam e reencontros.
corpos sem alma numa atmosfera de volumes quase
escultórios que acentuam o peso do vazio, o desen-
canto e a desilusão. FRANCISCO JAVIER COURT

No entanto, Patricia Vargas tem mostrado uma profun- Com Roberto Matta Echaurren, soube o Chile dar uma
da convicção entre o fazer e o pensar. Não há em suas contribuição importante à causa do surrealismo. Ao

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mesmo tempo, um novo nome brilhava, graças a ele, traço serve de contraponto harmonioso da força ex-
dentro da plástica universal de meados do século XX. pressiva. Desse modo, os volumes das situações oní-
Daí ser explicável que a estética surrealista conserve ricas conseguem um modelado de sutil finura, graças,
ainda plena vigência nesse país; bem o provam as em boa parte, à cor. Por delicados esbatimentos, vai-se
valiosas reservas jovens que cultivam, com proveito, aplicando esta última com cuidado e eficácia; embora
linguagem semelhante. Por outro lado, o artista chileno à primeira vista a observemos restrita a uma gama
atual parece transmitir melhor seus imperativos de cromática muito limitada, seu calculado efeito de aus-
expressão através da linha. Assim, obtém resultados teridade logo denota uma latente riqueza pictórica.
mediante traços ou formas gráficas, e não por meio
da pasta cromática. Se uma branda fluidez gravita do interior das sólidas
cenas que se desenvolvem sobre os espaços brancos
Um representante adequado da identidade entre verbo de papel, a eloqüência acerada dessas experiências
onírico e arte linear, naquela nação austral, é Fran- de sonhos nos sugere, no mínimo, encarnações surgi-
cisco Javier Court. Seus desenhos nos dão uma visão das da esfera subconsciente do artista. Sua carga de
pessoal do ser humano. O homem, através de suas sensualidade verte aqui seus anseios com imagens
mãos, se transforma num ser dubitativo, recolhido onde o lirismo aponta tanto às complexidades do
sobre si mesmo e sujeito a solicitações distintas, que enigma quanto às emoções do espírito. Desentranhar
o cercam, misteriosas. Amiúde, as demandas que umas e outras constitui· um desafio que pode se tornar
acossam o protagonista adquirem uma identidade vio- interessante para o espectador, certo este de, no caso
lenta. Entretanto, a atitude dos atores de Court con- presente, nunca perder as vias legítimas das artes
serva um germe de otimismo: sempre demonstra plásticas.
possuir a capacidade de escolha. Todo o jogo de ten-
sões que age nessas linhas resolve-se plasticamente Waldemar Sommer
com refinado equilíbrio. Ademais, a sensualidade do Crítico de Arte

(Tradução de Lenis E. G. de Almeida)

40
A COLOMBIA NA XVI BIENAL DE SAO PAULO COLOMBIA

A participação colombiana na XVI Bienal de Arte de novos materiais e, sobretudo, a desmistificação do


São Paulo foi organizada de acordo com objetivos dife- objeto caro como arte e, em seu lugar, a atribuição de
rentes dos das ocasiões anteriores. Foi escolhido, uma importância cada vez maior às idéias e conceitos
como em outros anos, um grupo de artistas que, em- implícitos em cada obra são, enfim, tendências que
bora jovens, contam com reconhecidos êxitos e cujos começaram a ser notadas no país a partir da última
trabalhos fazem referência a argumentos e definições década e que chegaram a se difundir tão vertiginosa-
de recente e comprovado impacto no desenvolvimento mente que a crítica conservadora não só se viu impe-
da arte nacional. Mas este ano, ao contrário do dis- lida a se unir para condenar todo e qualquer experi-
posto para outras bienais, não se conhecerão de ante- mento, como também até mesmo artistas consagrados
mão no país os trabalhos que deverão se apresentar, se viram forçados a abandonar suas torres de marfim
nem se procederá ao envio de obras, posto que John para defender, aflitos, as qualidades e os preceitos da
Castles, Sara Modiano, Miguel Rojas e Alberto Uribe estética de antanho.
viajarão pessoalmente a São Paulo para empreender
in situ, com materiais do local e sob a particular Pois bem, Uribe, Rojas, Modiano e' Castles são artistas
influência desse meio, a realização de seus ambientes da nova geração que conseguiu despertar o país de
e esculturas. seu marasmo crítico e que soube impor e conduzir a
discussão com' coerentes argumentos de vanguarda.
As vantagens de uma participação concebida em tais Suas obras são propostas sempre novas dentro dos
termos são de índole diversa. Quanto à organização e parâmetros particulares em que se enquadra cada um.
transporte das peças, por exemplo, eliminam-se os E o próprio fato de que os trabalhos que se apresen-
desagradáveis trâmites de exportação, reimportação e tarão na Bienal estejam fadados ao desaparecimento
todo o resto da papelada obrigatória, assim como os enquanto objetos (ainda que mais tarde possam se
riscos de dano parcial e de perda total dos trabalhos. repetir com materiais similares) põe de manifesto o
Quanto à sua apresentação, reduzem-se definitivamen- maior grau de importância que, em suas definições, se
te as possibilidades de uma montagem em espaço atribui ao conceito ou à idéia, em comparação com
inadequado ede uma instalação fora de foco. No que aquele que se atribui à peça ou ao objeto em si. Em
se refere às obras propriamente ditas, eliminam-se, outras palavras, a delegação colombiana na XVI Bienal
desta forma (já bastante comum neste tipo de certa- de Arte de São Paulo é amplamente representativa da
me). as limitações de peso, tamanho e materiais im- atitude indagadora que se difundiu no país, à medida
postas pela necessidade de transporte. que se foi comprovando que, para expressar a rea-
lidade contemporânea, são inadequadas as linguagens
Além do valor particular dos trabalhos que deverão,se que surgiram devido a circunstâncias próprias e carac-
apresentar, o mais significativo da participação colom- terísticas de .. antes de ontem".
biana na XVI Bienal de Arte de São Paulo é que, preci-
samente por sua ênfase na presença e na intervenção Nenhum dos quatro artistas, no entanto, produz obras
dos artistas, ela corresponde às genuínas aspirações cujo objetivo se reduza ao simples fato de ser van-
do evento, ao mesmo tempo que acentua e torna cla- guarda. Ao contrário, seus trabalhos projetam pensa-
ros conceitos e valores hoje fundamentais para uma mentos e, expressões de ambicioso alcance e se en-
aproximação não-preconceituosa dos mais inovadores contram enraizados em ilustres tradições, não obstante
trabalhos criativos que se produzem na Colômbia. seu inequívoco caráter de realização contemporânea.

Tem-se afirmado muitas vezes, por exemplo, que as Partindo da tradição construtivista, por exemplo, a
Bienais são, em primeiro lugar, certames informativos obra de John Castles alcançou uma personalidade
que, no caso da América Latina, devem atuar como inconfundível, estreitamente vinculada à simplificação
geradores de experiências comuns que garantam a e ao experimento. Castles vem-se apoiando, já há vá-
definição de um bloco cultural até certo ponto unifi- rios anos, em cubos ilusórios para determinar a posi-
cado. E, com respeito a este critério, é evidente que não ção dos elementos repetidos que com freqüência
só as obras de John Castles, Sara Modiano, Miguel Ro- configuram sua escultura. Mas Castles aproveita a
jas e Alberto Uribe informarão (com uma categoria pre- disposição desses elementos (que primeiro foram lâ-
visível, dada a consistente qualidade de seus traba- minas de ferro oxidado, eventualmente mescladas com
lhos) o público paulista sobre vibrantes inquietações varetas e que mais recentemente têm sido lâminas e
de nossa realidade artística, mas também a Bienal po- blocos de ferro fundido, sempre sem pintar) para tecer
derá corresponder, especialmente com ricas e vitais agudos comentários não só sobre o material utilizado
experiências, à contribuição dos quatro artistas. como também sobre noções físicas como balanço,
progressão e rotação concêntrica. Em sua mais re-
Por outro lado, já fazia muito tempo que na Colômbia cente produção, Castles emprega lâminas industriais
não se suscitava uma polêmica tão ardente e extensa que não modifica nem solda nem fixa, mas que dispõe
como a que foi despertada ultimamente pelas obras e de modo a que se mantenham firmes por seu peso,
pela orientação dos artistas mais jovens. A busca de consistência e inter-relação, no lugar e com a incli-
alternativas no campo dos suportes tradicionais da nação propícios para concretizar visualmente suas
pintura e da escultura, o emprego de novas técnicas e idéias.

41
Alberto Uribe emprega blocos de madeiras troprcais apresentações de suas peças com planos heliográfi-
tais como o nazareno (árvore americana da família cos, que explicam suas idéias desde o ponto de partida
das ramnáceas), o zapán (árvore do gênero Caesal· até a forma exposta, os quais deixam claro e mani-
pina) e o guáiaco para realizar suas esculturas, tam· festo que, embora suas construções possam ser evo-
bém fundamentadas no princípio construtivo e relacio- cativas, por exemplo, de escavações arqueológicas,
nadas com a geometria. Uribe, além do mais, usa elas são, em primeiro lugar, o resumo coerente de um
metais (geralmente braçadeiras de ferro trabalhado), disciplinado processo arquitetônico.
que contrastam com a cálida temperatura orgânica da
madeira, para sustentar os blocos de modo a ressaltar A produção de Miguel Rojas, finalmente, corresponde
ou bem seu peso, ou bem sua massa, ou bem um giro à tradição realista no que diz respeito a seu objetivo
inesperado em sua colocação. Ou seja, apesar do inte- de mostrar o mundo de maneira fiel, mas seu trabalho
resse pelo acaso que implicam a textura, o contraste torna patentes as referências à sua autobiografia e
dos materiais e a cor da madeira de suas peças, estas autodocumentação, as quais, unidas a sua pesquisa de
são preconcebidas, meditadas e produto de uma exe- materiais e ao caráter efêmero de algumas de suas
cução meticulosa. Para o grande cubo apresentado na obras, são indício inconfundível de contemporaneida-
última Bienal de Medellín, por exemplo, Uribe alugou de. Rojas se expressa com singular domínio de técni-
grandes toras que amarrou em grupos de quatro e que cas diversas, tais como o desenho, a gravura e a
distribuiu de tal maneira que, por qualquer de seus fotografia com a qual explora distorções da câmara e
lados, fosse possível perceber a estrutura, enfatizando faz alusão ao tema erótico - e com as ambientações,
claramente que sua obra é antes de mais nada o resul- nas quais recria espaços urbanos interiores reprodu-
tado de um raciocínio intelectual. zindo, por meio de areias e moldes e com escrupulosa
exatidão, o piso de lajotas de lugares relacionados
Sara Modiano se lançou como pintora de orientação com sua vida. Todas as suas obras estão estreitamen-
geométrica, passando depois aos relevos e mais tarde te vinculadas, como produtos de· uma sensibilidade
a grandes construções com tijolos vazados, que reve- particular, e todas evidenciam a intensa reflexão que
lam seu interesse no anverso e no reverso de um espa- dá origem às suas propostas. E, neste sentido, seu tra-
ço dividido escalonadamente. Seus trabalhos são afir- balho - bem como o de Uribe, Castles e Modiano -
mações autônomas, independentes e completas, que projetará em São Paulo tanto a individualidade como o
não dependem do ambiente ou da paisagem, embora interesse por idéias e teorias que são características
eles se afetem mutuamente. E mesmo sendo o tijolo o da arte mais recente da Colômbia.
módulo ideal para erigir seus pensamentos, mais do
que no material, suas produções estão interessadas
nos efeitos de contrários como negativo e positivo, Eduardo Serrano
dentro e fora. Em geral, a artista complementa as Bogotá, 1981

(Tradução de Neide T. Maia González)

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OlGA DUEAAS NUM MOMENTO DE SrNTESE ,EQUADOR

alga Duenas, nascida em Cleveland, EUA, vive no para a XVI Bienal de São Paulo, alga Duenas demons-
Equador há quase vinte anos. Antes de se instalar tra haver passado a outro estágio de sua expressão
aqui, esteve na Venezuela e em Porto Rico. Terminou, plástica: do jogo do cinetismo óptico dependente do
ao que parece, por encontrar luz, clima e incitações movimento da pupila que percorre a obra, a uma espé-
visuais para sua arte nesta terra tão rica em contras- cie de cinetismo virtual, de formas, traços e cores pa-
tes. E não foi em vão: o Equador, com seu duplo hori- rados em si, mas carregados de sugestão cinética.
zonte, de mar - as amplas e iluminadas praias de Uma linguagem óptica mais contida, mais severa, mais
Manabi - e de montanha - a cadeia 'e o cume do sutil e, amiúde, mais tensa e intensa.
Pichincha, que ela avista das amplas janelas de seu
estúdio - , conduziu-a a uma pessoal integração e o elemento expressivo fundamental não é já o duplo
síntese de maneiras expressivas que oscilaram sem- e superposto traço geométrico linear e suas possibili-
pre entre a construção geométrica e o óptico-cinético dades de montagem; é, agora, numa ~~p'écie de silên-
com tendência às estruturas de repetição. cio contido, a linha. E junto à linha, as·zonas de cor.
A linha é a horizontal, que nos remete a horizontes às
Esta trajetória artística de alga Duenas tem início vezes amplos, outras profundos; é a vertical, com
com sua aprendizagem formal com Amedée Ozenfant, estranhas sugestões de verticidade virtual; e é a oblí-
um dos primeiros, com Le Corbusier, a lançar as bases qua, construtorá de novos horizontes, dinâmicos, helio-
daquilo que se convencionou chamar um purismo abs- cêntricos. A cor confere a essas linhas sua entidade e
trato. A aprendizagem e o exercício na Ozenfant seu poder de sugerir. E o tratamento da cor - em
School of Fine Arts, de Nova York, daria a alga Due- sutis gradações ou como que em leves ondas - dá
nas, entre outros valiosíssimos hábitos estéticos, um vibração ao cromatismo e uma hermética luminosi-
grande vigor construtivo e uma intransigente vontade dade (assim em Preangular, por exemplo).
de limpeza no tratamento da matéria cromática.
Os espaços em que se desenvolve essa maneira ex-
o trabalho da artista orientou-senuma direção óptico- pressiva são dois: o painel individual e a seqüência
cinética - na linha daquilo que já faziam na América de painéis. O painel individual organiza, dentro dos
Soto e Cruz Díez - a partir de 1965. Óptico-cinético limites da tela envolvida pela moldura, uma constru-
foi o que exibiu depois de algumas mostras porto-ri- ção auto-suficiente, embora, é evidente, aberta no sen-
quenhas - Porto Rico, Ponce, Mayáguez - em Quito, tido das direções que indica.
na Casa da Cultura, 1970.
Verticalía situa numa parte do espaço cromático uma
Aquela exposição - um marco na trajetória da artista espécie de coluna, ou soma de marcas verticais. Ama-
- deixou ver, ao mesmo tempo, a modalidade especí- ritmo põe em tensão geometrizante amarelos e pretos,
fica em que havia alojado sua expressividade e algu- desde um preto carvão até pretos esfumados. Grisol,
mas constantes dessa expressividade. Eram jogos aosituai-se como um espaço romboidal, converte a
ópticos obtidos pela superposição, a pequena distân- horizontal em oblíqua e, em torno desse eixo ambíguo,
cia, de um painel transparente sobre outro de base: a organiza o jogo do escurecimento do prateado em
base, de madeira, e o painel transparente, de plástico. franjas. Cobrescente trabalha terras queimadas, às
Os dois painéis tinham um rico traço geometrizante e quais o tratamento da matéria dá uma leve iridescên-
certas variações cromáticas. O jogo se estabelecia cia. Verdistante conjuga um eixo vertical e outro oblí-
como rica e variada montagem - ao se fundirem, quo, que dividem o espaço em quatro zonas contra-
comporem e descomporem as retículas, conforme se postas por pares de verdes habilmente graduados. E
deslocasse a pupila do espectador, surgiam formas, em Desíntesis, uma gradação do verde, desde o vér-
ritmos, cores, luminosidade. Para Quito, aquilo não era tice verde profundo até um verde-branco, rompe-se no
novo: já Ari Brizzi havia ganho com obras desse tipo a jogo de horizontes de brancos sutilmente esfumados,
I Bienal de Quito; porém, era o que de mais completo oblíquos, com algo de radiais e um certo movimento
se havia visto nessa direção. helicoidal, os quais nos fazem pensar nos horizontes
terrestres vistos de uma nave espacial ou, simples-
Quanto às constantes da expressão artística de alga mente, em .horizontes radicalmente novos.
Duenas, que aquela primeira mostra permitiu estabe-
lecer e que a produção posterior confirmou, eram aus- As seqüências agrupam dois e até três painéis, incor-
teridade cromática, justos equilíbrios cromáticos e for- porando ao jogo de tensões ópticas os próprios espa-
mais, e certa sutil luminosidade. ços dos painéis. Amaristico une três painéis com uma
linha horizontal que percorre o lado inferior do pri-
Nesta mesma linha produziu a artista uma série de meiro painel e cruza pelo meio os outros dois, como
serigrafias para a David Morgan, em 1971 - talvez que detendo um deslocamento para baixo. Azulseguido
com maior riqueza e segurança nas possibilidades desloca dois painéis que não estão unidos por nada
combinatórias - , e expôs em Attitudes, de Denver, além de um sutil jogo de verticais, dentro das varia-
Colorado, em 1976. ções de um azul intenso e profundo. Em Diagonalizo
o que une os painéis deslocados é a diagonal, ou me-
Com uma mostra, em 1981, em La Galería, uma das lhor, a cruz configurada pelo eixo vertical da margem
mais renomadas de Quito, e com a obra selecionada dos painéis e a diagonal, as quais, por sua vez, inten-

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sificam os brancos e cafés opostos. Em Preangular, os tamente geométricos, fecham-se nos limites de qua-
painéis deslocados se unem no laranja e cada um tem driláteros ou triângulos; a cor recobre com rigoroso
seu jogo - paralelo - de diagonais verdes, franja e monocromatismo os planos interiores, e com exato
superfícies. Em Ververancia estão outra vez os dois bicromatismo, os contrastes entre esses planos; sem
eixos - o do deslocamento dos painéis e a diagonal se permitir mais jogos que o do degradar tons ou agi-
- e outra vez se produz o jogo em cruz: os triângulos tar a uniformidade com sutis ondas de esfumado.
que, em virtude da gradação cromática, tocam-se e se
separam, e as superfícies de verde mais intenso e com Essa espécie de essencialidade dos elementos traba-
maior gradação. . lhados e o rigor com que se foram estabelecendo
esquemas para sua composição conferem a essa ex-
Com tudo isto, essa expressão artística organizou em pressão plástica, ao mesmo tempo que suas possibili-
sistema visual significante a linha, o plano, a cor e os dades e peculiaridades de sentido, sua qualidade
espaços dos. painéis, com as tensões e iluminações estética.
que a combinatória destes elementos pode originar.
Seu maior estímulo é, e espero que o seja cada vez
o sistema, creio, encontra-se nos primeiros estágios; mais: aprofundar-se por meio das indicações lineares
ainda é mais o que se busca que. o que se conseguiu - tão acertadas - e das variações cromáticas - tão
- enquanto sistema significante, entenda-se; e seus harmoniosas, tão sutilmente tensas; recuperar senti-
sentidos são polissêmicos, extremamente sutis e mes- dos; devolver a esse empenho estético quase puro sua
mo herméticos. Mas sistema e sentido já existem. E condição sígnica; e encontrar, então, características
precisamente o que diminui sua univocidade e obvie- configuradoras do horizonte do homem equatorial
dada aumenta seu poder de sedução estética. como chaves derradeiras de sentido e o segredo maior
de luminosidade e lirismo.
Os elementos - ou grafemas - foram assumidos em
sua maior simplicidade e pureza. A linha é a mais
elementar, a reta: a reta dos horizontes, dos raios Hernán Rodríguez Castelo
luminosos, do jazer ou do ascender; os planos, estri- da Academia Equatoriana Alangasí, 1981

(Tradução de Neide T. Maia González)

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ARTISTAS ESPANHÓiS NA XVI BIENAL DE SAO PAULO ESPANHA

Dentro já do último quarto do século XX, que equivale passivo, para se comprometer e participar na medida
a dizer do século dos avanços técnicos, da insaciável em que lhe exigem seu tempo e seus contemporâneos.
vontade humana de ampliar a fronteira'do conhecimen-
to, poderíamos fazer um certo balanço de algumas das As seções de vídeo, cinema e trabalhos com compu-
etapas alcançadas no terreno da pesquisa plástica. tador são, indubitavelmente, as mais qualificadas no
que se refere ao uso de recursos e avanços técnicos.
A Bienal de São Paulo, com um acertado critério, pro- Porém, é preciso acrescentar, para os céticos, que o
põe-se a necessidade de uma revisão do fenômeno ar- artista continua sendo, de certo modo, um inventor,
tístico, entendendo que a maneira mais adequada de além de ser um construtor.
conhecer os resultados é equilibrar o diacrônico com
o sincrônico: o que está acontecendo e qual tem sido o Assistimos, certamente, à síntese surgida da oposição
caminho que nos conduz a determinados resultados. entre intelecto e emoção, entre a supertecnificação e
o instinto criador do homem.
!: tudo válido na arte de hoje? Onde começa a integra-
ção de elementos inusitados? Há verdade? Há malaba-
rismos? !-lá manipulação ou truque? O artista morreu Quanto às seções de pintura e livros, respondem a
ou é preciso chamá-lo de outra forma? Estamos assis- princípios estéticos totalmente válidos como realida-
tindo a outro renascimento plástico? Estas e outras in- des explicáveis a partir desse duplo enfoque (diacro-
termináveis respostas nos são oferecidas pelos artis- nia - sincronia) que mencionávamos no início desta
tas que compõem a equipe da Espanha na presente apresentação.
edição da Bienal.
Nenhum dos resultados é gratuito. Partem de uma rea-
O amplíssimo panorama de seções permite observar lidade que, analisada em três níveis, pode ser enten-
uma grande variedade de técnicas, mas também - dida desta forma: realidade ,como é, realidade da idéia
por que não mencioná-lo? - de poéticas e de tendên- e realidade da emoção. Assim, o cotidiano, aquilo que
cias ideológicas. A variedade se converte em princípio o homem conseguiu, aquilo que constitui a marca da
estético fundamental, em adequação dialética entre época, adquire a sua importância quando é projetado
indivíduo e coletividade. Não creio que seja arriscada de dentro para fora, desde o germinai até o que é
a afirmação de que o artista está representando hoje mais exterior.
o papel de porta-voz de seu tempo com mais consciên-
cia, com mais lucidez do que em épocas passadas, de Ceferino Moreno
que ele quer deixar de ser contemplador, às vezes Comissário

(Tradução de Neide T. Maia González)

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BARBATRE, BARELlER, BARTH~L~MV, LE GAC E GETTE FRANÇA

Cinco artistas de uma mesma geração, nascidos entre visão oriental, na perspectiva axonométrica da pintura
1930 e 1940, representam a delegação francesa. Dois japonesa e na disposição atmosférica das paisagens.
deles, Jean Le Gac e Paul-Armand Gette, escolheram
expressar-se pelos novos mídia ou pela multiplicidade
de mídia que a modernidade tornou familiar:· fotos, ANDRÉ BARELlER
textos, documentos vários, vídeo, etc. Os outros três,
Barthélémy, Barbatre e Barelier, em contrapartida, André Barelier é um dos representantes de uma jovem
escolheram deliberadamente voltar a materiais tradi- geração de escultores que, por volta do fim dos anos
cionais: o óleo, o pastel. o bronze. 60, repudia o formalismo da abstração e se afasta da
experimentação dos materiais sintéticos para voltar
Portanto, apesar dos suportes técnicos aparentemente ao trabalho com modelo e ao uso de materiais tradi-
opostos, eles são o testemunho de uma mesma sensi- cionais, como o bronze. Nascido perto de Marselha,
bilidade e de uma mesma relação com uma certa tra- em 1934, conserva de seu modesto ambiente familiar
dição. O uso de textos misturados a fotos, de Le Gac, de artesãos - o pai era ebanista - o gosto do traba-
deriva menos de uma ruptura estética ou de uma lho impecavelmente acabado. Uma temporada na Villa
tabula rasa do que, ao contrário, de uma continuidade Medici, em Roma, de 1962 a 1965, oferece-lhe a opor-
estética e sensível. que podemos fazer remontar aos tunidade de encontrar Balthus, o qual terá um grande
romances ilustrados de Raymond Roussel ou mesmo papel na definição de sua temática, tanto em suas
a Nadja, de André Breton. E é uma mesma preocupação cenas de rua como em seus nus num interior. ~ tam-
naturalista, uma mesma sensibilidade quase ecológica bém através de Balthus que descobrirá a importância
que estão em questão nos trabalhos multimídia de da obra de Alberto Giacometti na escultura figurativa
Gette e nas pinturas "tradicionais" de Barthélémy. de nossa época.
Malgrado a diversidade dos meios, espírito de finesse
e espírito de geometria se combinam de forma similar Precedidas de numerosos desenhos, as esculturas de
nos cinco e testemunham uma mesma unidade de Barelier tomam emprestados seus temas de motivos
visão. cotidianos, banais, até mesmo triviais: fatos de rua,
momentos sem importância, aos quais o bronze con-
fere, de repente, uma singular importância. A cabine
FRANÇOIS BARBATRE telefônica, com seu carrinho de supermercado, nos
introduz, dessa forma, numa espécie de fantástico do
A obra de François Barbatre testemunha, por excelên- cotidiano. Por outro lado, as cenas dos banheiros fa-
cia, um fenômeno muito singular da arte desses últi- zem renascer o sentido de uma intimidade que ,há
mos anos: o renascimento da pintura a pastel. Na muito, havia abandonado a escultura em proveito de
França, a partir da segunda metade dos anos 60, cons- afirmações muitas vezes demasiado vazias e peremp-
titl!iu-se uma espécie de nova escola em torno de tórias.
Sam Szafran, representada, além de Barbatre, por artis-
tas como Beringer, Olivier, Claesson, etc., que devol-
vem à técnica do pastel um brilho perdido desde a GÉRARD BARTHÉLÉMY
época do simbolismo e do impressionismo, com Re-
don e Degas. O fenômeno, entretanto, não se limitou Autodidata, nascido em Paris em 1937, Gérard Barthé-
à França, se pensarmos que pintores como Hofkunst, lémy é personagem aparentemente singular e margi-
na Suíça, Kitaj, na Grã-Bretanha, mesmo Jim Dine, nos nal da pintura francesa, se considerarmos que esta
Estados Unidos, após o esgotamento do maneirismo parece inscrever-se na contracorrente das grandes
resultante da Pop Art, voltaram à figuração, privile- tendências da modernidade. Uma temática reduzida a
giando esse medium. Sem dúvida, temos que ver efeti- retratos, interiores, paisagens, uma paleta que, afas-
vamente na extrema sensibilidade da técnica do pastel. tando-se dos tons ácidos e contrastados da pop, volta
até mesmo na sua sensualidade e na sua fragilidade, aos ocres e ao bem clássico jogo dos valores, uma
uma reação contra a inércia e a artificial idade fria dos sensibilidade pictórica aguda que se afirma contra-
mídia sintéticos freqüentemente usados pela estética riando as simplificações autoritárias da nova figura-
pop, como flash e o liquitex acrílico. ção dos anos 60: esses traços parecem remeter-nos
a uma estética pré-cezaniana, como se a arte resul-
A obra de François Barbatre representa de forma parti- tante do cezanismo nada mais tivesse sido que um
cular esse renascimento, que devolve à técnica do parêntesis na história da arte européia. Essas caracte-
pastel qualidades até então desconhecidas. Colorista rísticas, entretanto, são compartilhadas atualmente
excepcional, sabe usar ao extremo possibilidades cro- por um número crescente de jovens pintores, os quais
máticas desse medium seco e puro que é o pó de consideram que as audácias formais e técnicas das
pastel. Além disso, sabe fazê-lo subtrair-se a seu inti- duas últimas décadas só levaram a impasses. Desse
mismoconvencional para conferir-lhe um caráter. mo- modo, Barthélémy, apesar ou por via de seu isolamen-
numental, entendido aqui como formatos inusitados. to e de sua marginalidade, torna"se uma espécie de
Enfim, a visão escapa à tradicional definição de quadro ponto de referência para alguns artistas mais jovens
como "janela aberta": a perspectiva, a distribuição que se enquadram, se quisermos e se aceitarmos o
das formas no espaço inspiram-se particularmente na termo, no movimento do pós-modernismo.

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Prêmio de Roma em 1966, permanecerá dois anos na toda uma gama de apançoes que vão desde a folha
Villa Medici, onde, como muitos outros que se recu- opaca até a transparência das pétalas, diáfanas como
sarão a escutar as sereias vanguardistas, sentirá a papel de seda amassado. A fotocópia torna caduco o
influência, o exemplo e o encanto da obra de Balthus. velho herbário, formado no entanto de verdadeiras
Sob o aparente classicismo de sua obra esconde-se, plantas; o desenho botânico, o mais difícil de todos,
entretanto, um perfeito domínio das dissonâncias for- assume uma nova dimensão.
mais e cromáticas, e sob a aparente serenidade das
figuras, um mal-estar, um desequilíbrio, que são, in-
dubitavelmente, de nossa época. JEAN LE GAC

J.C. Jean Le Gac pertence àquela geração de artistas que,


por volta dos anos 68-70, abandona a pintura para re-
fletir sobre o fato de ser pintor e o ato de pintar. Troca
PAUL-ARMAND GETTE seus pincéis por uma câmara a fim de chegar a um
distanciamento; a foto serve-lhe de tela. De agora em
Paul-Armand Gette possui uma formação científica: diante, não é mais um .. eu" que se exprime através
fez estudos de botânica e de entomologia. Uma parte de formas e cores; é, invertendo a proposta de Piran-
significativa de seu trabalho pode ser compreendida dello, um autor em busca de seus personagens. Esses
como uma homenagem a Lineu (1708-1778), o grande personagens são os pintores, verdadeiros ou fictícios,
naturalista sueco ao qual se deve a nomenclatura bi- como aparecem na literatura, nas capas dos romances
nária das plantas. Para Gette, Species plantarum é populares, emprestando seu nome às ruas de Honfleud
uma obra, ao mesmo tempo, rigorosa e poética, uma e de outros lugares sagrados da arte. Le Gac acossa-
vez que Lineu, sem dúvida, procedeu por consonân- os até nos locais de venda das províncias afastadas.
cias e aliterações. Para um nome como Roger Nérac, atualmente desco-
nhecido, mas outrora talvez célebre, inventa uma
Esse aspecto já tinha surpreendido August Strindberg, obra; para telas dispersas e tornadas anônimas pelo
compatriota de Lineu. Residente na França por volta tempo, imagina um criador. As vezes, ele mesmo se
de 1883-84, o grande escritor afasta-se do darwinismo veste de pintor. Le Gac mostra-se atento ao modo
em moda na época. Rejeitando uma explicação pura- como os artistas são apresentados pelos mass-media,
mente racionalista do mundo, descobre na natureza à imagem que o povo tem deles. Seres secretos e so-
afinidades eletivas que explora em seus Sonetos Quí- litários, que vivem numa vila ou num castelo, eterna-
micos. Num ensaio intitulado O Segredo das Flores, mente apaixonados e que se deslocam freqüentemen-
apresenta Lineu como poeta: "Por poeta entendo um te, são esses os que povoam suas pranchas. Nelas,
homem que tem imaginação, que sabe esclarecer, or- palavras e imagens juntam-se e fundem-se como numa
denar, combinar os fenômenos naturais, que é capaz fuga sobre um tema obrigatório; as três notas desse
de eliminar alguns". A ciência parece-lhe uma inter- motivo levam evidentemente à palavra ARTE. ~ uma
pretação do mundo tão subjetiva quanto a poesia - arte da fuga que Le Gac compõe incans3velmente e
tese que Paul-Armand Gette endossará totalmente. pela qual passam os parentes desse pai de família,
Seus Miscellania Botanica o atestam. os alunos do professor de desenho que ele é. As ve-
zes, seu filho figura como aluno predileto. E essa bus-
Gette procede por afastamentos do sentido e dos sen- ca dá-se em torno da invenção artística, das questões
tidos, perturba de forma sutil, insinuante nossa per- da verossimilhança e da semelhança, da relação entre
cepção habitual. ~ o que acontece na peça-vídeo que biografia, bibliografia e - até mesmo - obra. Tudo
abre os Miscellania. Vemos duas fotos de galinsoga para camuflar, mas também para deixar adivinhar que
que, ao nos deslocarmos um pouco, se movem diante esse .. pintor no meu gênero", que as imagens meti-
de nossos olhos como um quadro cinético, enquanto culosas ou irônicas, os textos alusivos, as citações
a planta filmada se move apenas imperceptivelmente escolhidas pretendem cercar, nada mais é que o pró-
sobre a tela: onde está o limite entre estático e mo- prio Jean Le Gac que, entretanto, se mantém a uma
vimento, entre o subjetivo e o objetivo? agradável distância. Em vez de pintar, ele faz o retrato-
robô do artista.
Mesma constatação no que diz respeito aos painéis
que são pendurados de dois em dois: variantes de Oscar Wilde diz, em seu Dorian Gray, que a natureza
uma espécie, situações análogas ou justapostas, o nos faz ver as coisas assim como os artistas as ima-
pitoresco de um muro coberto de folhagem em Paris ginam. Esse raciocínio irônico, extraído da filosofia
e em Berlim, o exotismo banal das grandes cidades. idealista, poderia ser o de Le Gac. Nele, lugares e pai-
Mas o que altera aqui a visão costumeira é a proximi- sagens só aparecem em termos de pinturas, nada
dade sistemática da fotografia e da fotocópia. Qual é existe fora dela. Porque então continuar a executar
mais real, mais verdadeira? A primeira, que oferece em vez de refletir?
uma visão de conjunto, mesmo achatando-a pela sín-
tese luminosa, ou a segunda, que, com a ajuda do pa- Günter Metkern
pei milimetrado, destaca as estruturas vegetais como
silhueta ou relevo quase plastificado? O que existe é (Tradução de Mariarosaria Fabris)

47
A PARTICIPA'ÇAO INGLESA NA XVI BIENAL GRÃ-BRETANHA

A arte maior radica na própria vida. Mas é difícil man- o mundo urbano do homem moderno. Como se pode
ter uma relação dinâmica e fundamental entre a vida notar de maneira tão cabal por essas obras, Gilbert
e o artista e sua arte: estilos vigorosos costumam e George, como muitos grandes artistas que vieram
declinar no maneirismo e no academicismo. Quando antes deles, são ineludivelmente atingidos pela dor e
isso ocorre, acabam-se buscando novas formas, e a pelo mistério da existência humana, pelo que o homem
história da arte dá muitos exemplos desse processo. tem de imperfeito. Sua arte, em outras palavras, é
Entre esses realinhamentos da arte com a vida, o fato profundamente trágica e moralista. Há que se acres-
importante mais recente ocorreu no fim da década de centar, todavia, que não é uma arte desesperançada:
60 à resultou na última (até agora) grande fase do percorre-lhe sempre uma veia, às vezes tênue, mas
modernismo, comumente conhecida como Arte Con- sempre pulsando vigorosamente o lirismo e a afirma-
ceptual. Nesse movimento internacional e de grande ção, provas da determinação humana de contemplar
complexidade, Gilbert e George, os Escultores, de o destino e de alguma forma evitar encará-lo.
Londres, foram logo reconhecidos como as principais
figuras. Esse reconhecimento imediato transformou-se Simon Wilson
hoje na aceitação geral demonstrada pelo sucesso
deste ano, 1981, em sua importante mostra retrospec-
tiva itinerante vista na Holanda, Alemanha, Suíça, LIVROS DE ARTISTAS 1974-1981
França e, naturalmente, Inglaterra, e pela decisão do
British Council de convidá-los a representar a Grã- Nos últimos vinte anos, alguns grupos de artistas vêm
Bretanha na Bienal de São Paulo. produzindo obras em livros, baratos e de grande tira-
gem, como forma de arte inteiramente autônoma. Vol-
taram-se para os livros como reação contra o controle
o vigor da arte de Gilbert e George funda-se na com- exercido sobre seu trabalho por galerias e interme-
binação da extraordinária originalidade, do frescor, da
variedade e da objetividade de meios formais - que diários, e contra o predomínio e a exclusividade de
eles desenvolveram precisamente num período de alto custo de peças únicas, como a pintura e a escul-
muito modismo na arte moderna (minimalismo, pop) tura. O uso do livro como forma de expressão artísti-
ca permitiu que uma obra se tornasse mais acessível,
- , com uma visão de grande intensidade e significa-
do. Não foi à toa que sua primeira exposição, em 1968, além de possibilitar a exploração de formas cotidianas
realizou-se numa lanchonete de operários, na zona bem conhecidas dos meios de comunicação de massa.
oeste de Londres. Nessa mostra, apresentaram obje-
Como nos lembrou John Baldessari, "é difíci I enfiar
tos de escultura, mas Gilbert e George logo em se-
uma pintura numa caixa de correspondência". Mas
guida deram outro passo fundamental e desenvolve- não é de modo algum difícil enviar livros pelo correio.
ram uma relação extraordinariamente nova entre a Foi exatamente esse método que produziu os exem-
arte e a vida: começaram a usar suas próprias pessoas plares agora mostrados na América do Sul.
como esculturas. Tornaram-se esculturas vivas e assim
ficaram conhecidos. Toda a vida dos dois se transfor- Artistas norte-americanos como Oldenburg começaram
mou em arte, sendo seu lema um dos mais vibrantes a usar o livro como forma de arte por volta de 1960,
cris de coeur da arte moderna: "Estar com a arte é tl)- e a partir dessa iniciativa o movimento adquiriu im-
do o que queremos". A casa onde vivem, em Fournier pulso na Europa. Nos últimos dez anos, houve na Grã-
Street, Londres, denominaram-na Arte para Todos, co- Bretanha um amplo e saudável campo de atividades
mo se fosse uma galeria que abrigasse as esculturas criativas nessa área. A seleção apresentada aqui re-
vivas, com o nome a demonstrar explicitamente as força essa afirmação e revela como são variadas as
aspirações dos dois. Nesse contexto amplo, começa- reações. Os trabalhos vão desde a análise documen-
ram a criar esculturas vivas específicas que eram tária do envelhecimento de uma mesa num jardim, de
apresentadas em vários lugares - "o mundo inteiro Shelagh Wakely, até o livro altamente decorativo, au-
é uma galeria de arte", como afirmaram em 1969. Mas tobiográfico, com ilustrações gravadas e colagens, de
surgiu a necessidade de tornar sua arte permanente, Annabel Nicholson, passando por John Hilliard e sua
para atingir um público potencialmente maior. Criou- utilização de truques fotográficos. É comum definir-se
se então, em 1971, a primeira fotoescultura, invenção a arte britânica pelo amor ao retrato e a lugares iso-
de tamanho potencial expressivo que dez anos de ex- lados ou históricos, pelo vigoroso emprego da ilustra-
ploração ainda não a exauriram. Em verdade, nas mais ção de natureza nitidamente literária. Tudo isso sem-
recentes fotoesculturas de Gilbert e George - apre- pre esteve presente em toda a história da arte na
sentadas aqui - vêem-se claramente uma nova rique- Grã-Bretanha, desde os primórdios até hoje, e essa
za, uma complexidade e uma profundidade de visão e coleção de livros de artistas britânicos ajusta-se em
grandeza formal que expressam vigorosamente a con- muitos aspectos a essas categorias. Assim, não cons-
tínua vitalidade de sua arte. tituem novidade ou originalidade os temas e gêneros
encontrados nesses livros. Novo não é o que esses
Notam-se três amplas tendências de vlsao nessas artistas fazem, mas como e por que o fazem.
obras. Algumas são alegorias da vida, da morte, da
religião; outras expressam estados de espírito; outras O amor pelo retrato encontra-se em dois livros: o de
mostram a visão que os dois têm do mundo ao redor, Richard Hamilton e o de Gilbert e George. Na reali-

48
dade, Hamilton não é o responsável pelos retratos: O trabalho de Long - a manipulação da paisagem ou
ele convidou vários amigos artistas para o fotografa- dos materiais naturais - influenciou vários artistas
rem, e o resultado é um fascinante exercício de estilo que passaram a trabalhar como ele. Os livros de lan
e uma certa dose de narcisismo. A Sombra Escura de McKeever, David Nash, Glen Onwin e Roger Ackling
Gilbert e George é um capítulo à parte na vida desses revelam a força desse novo movimento artístico que
dois escultores. Eles desenharam, fotografaram e fil- exalta a natureza, suas leis e propriedades, e usa res-
maram eles mesmos, em vídeo-teipe, em várias ativi- peitosamente os elementos - a terra, o ar, a água e
dades, começando com a manifestação de prazer do o fogo. McKeever e Nash trabalham com a superfície
trabalho rural. Mas, à medida que a década avançava, da terra e a madeira das árvores, Onwin detém-se nos
sua obra adquiriu um ar sinistro. cristais de sal, e Ackling conta com a luz do Sol para
ajudá-lo a queimar uma linha num apoio escolhido. São
Pode ser inútil, mas é divertido imaginar o que teria atividades antiqüíssimas, bem mais velhas do que os
acontecido se, em seu tempo, Gainsborough, Consta- livros que as contêm e apresentam.
ble e Turner pudessem ter utilizado máquinas fotográ-
ficas. Nos livros de Hamish Fulton e Richard Long, Entre os livros de caráter literário, chama atenção o
encontra-se algo daqueles artistas: a dedicação à pai- volumoso trabalho de capa dura de Tom Phillip, A
sagem, transmitindo a visão de uma poesia evocativa Humument, que contém uma iconografia excêntrica e
de sentimentos, ou indicando a admiração ante um pessoal obtida e deturpada de uma fonte inverossímil:
cenário ermo e majestoso. Fulton e Long não interpre- do material de um longo romance vitoriano intitulado
tam seu tema - a terra - , porque eliminam a fase A Human Document, de W. H. Mallock. Entre todos os
interl)1ediária de uma representação pintada, apresen- livros expostos, A Humument lembra muito um livro
tando em seu lugar um registro fotográfico direto. Es- comum, à primeira vista, o que não deixa de ser ver-
tradas e Caminhos, de Fulton, registra suas viagens dade, pois foi publicado por conhecido editor de livros
pelo campo com grandes ilustrações fotográficas evo- de história da arte. Idéias literárias encontram-se nos
cativas acompanhadas de legendas simples, onde o livros de outros três autores: lan 8reakwell, Marc
artista anota o lugar, o trajeto e a duração da viagem. Chaimowicz e lan Hamilton Finlay. 8reakwell entrega-
Fulton não impõe suas próprias marcas pessoais à se a seus pensamentos, apontamentos e imagens fo-
paisagem: apenas oferece ao espectador a possibili- tográficas pertinentes, apresentando-as com toda a
dade de ter também, por empatia, a sensação de liber- confusão própria de um caderno de notas também usa-
dade proporcionada por uma caminhada no campo. do como diário. Chaimowicz registra e analisa de ma-
Long, por seu lado, manipula alguns aspectos da pai- neira bem ordenada a narrativa de um incidente pes-
sagem por onde passa, muitas vezes impondo formas soal. Hamilton Finlay tem sua própria editora - The
geométricas como círculos ou quadrados, sempre fei- Wild Hawthorn Press - e, portanto, tem todo o con-
tos com os materiais naturais que estejam à mão. trole sobre a publicação de seus trabalhos impressos.
Suas obras registram essas ações. Seu último volume,
Doze Trabalhos, é o que até agora mais se parece com Embora as condições de uma exposição possam tornar
um catálogo convencional de galeria de arte: cada tra- essas obras em livro um tanto inacessíveis aos obser-
balho é apresentado inteiro em sua própria página do vadores, os exemplos citados compensam uma obser-
livro, em seqüência cronológica. O que o torna exceção vação atenta e refletida, pois todos contêm uma magia
entre seus outros livros é que todos os trabalhos são pessoal. Procure encontrar-se com eles, caro leitor.
compostos somente de palavras, com uma ausência
total de imagens visuais de qualquer tipo. Os livros de
Fulton e Long registram atividades estéticas a um só
tempo simples e complexas, antigas e simbólicas. Judith Collins

(Tradução de Aldo Boeehini Neto)

49
ARTISTAS GREGOS GRÉCIA

A pintura de Christine Zervou tem por modelo a escri- mas, como nos centros artísticos estrangeiros, se-
ta das máquinas. A artista, entretanto, não se interessa guiram por dois caminhos: a) o do realismo crítico,
pelo funcionamento das máquinas, mas, pressupondo- através da ilustração de temas que nos remetem a
o, transforma-o em imagem. A escrita das máquinas uma crítica social direta ou indireta; b) o do hiper-
é apenas uma imagem do ambiente contemporâneo, realismo, que trata sobretudo da figuração de um certo
uma representação captada por nossa sensibilidade. clima psíquico.
Ao analisar as formas dos computadores, a artista ten-
ciona produzir um resultado. A imagem funciona por Predomina na obra de Sorongas um clima interno de
si mesma quando os sismógrafos e os cardiógrafos solidão e de abandono, traduzido com um máximo de
emitem seus sinais. economia de meios plásticos. O que caracteriza sua
pintura é a grande precisão do desenho, as sutis pas-
Encontramos, em suas obras, referências à matemá- sagens de tons e a interpretação original da . luz. Seus
tica e à geometria modernas. A fase anterior de seu temas referem-se a objetos e a pessoas que deixaram
trabalho, aliás, esteve ligada à expressão de uma arte sua marca em nossa memória: uma lâmpada, UlTla
óptica. Esse elemento da Op-Art já não persiste. Ao porta, um poço, mármores partidos, relevos e estátuas
contrário, o que nele funciona é uma abstração, res- e vultos de épocas passadas.
quício do expressionismo da primeira fase da obra da
artista. Os quadros-construção em três níveis parale- Em todas as suas obras inscrevem-se a passagem do
los diferenciam esse trabalho não apenas do anterior, tempo nas coisas e nas pessoas. Seus temas têm,
mas também do quadro de cavalete em geral. Trata-se freqüentemente, a forma de um sonho em que o pre-
de um estágio intermediário entre o quadro que pen- sente, o passado e o futuro são simplesmente um es-
duramos na parede e a tendência a uma expressão tado psíquico enigmático e obscuro.
ambiental.

YANNIS BOUTEAS
DIMITRIS MYTARAS
Nas obras de Yannis Bouteas é característica a dife-
A obra de Dimitris Mytaras, professor da Escola Su- rença entre a escultura e a instalação, uma vez que,
perior de Belas Artes de Atenas, representa o realis- em outras obras, com os mesmos materiais por ele
mo crítico na arte grega contemporânea. Em 1969, o usados - neon, corda e metal - , se comporiam es-
artista apresentou, em Atenas, uma exposição basea- culturas puramente clássicas. Bouteas, entretanto, não
da em documentos fotográficos que denunciavam a se limita a inserir suas criações no espaço, mas chega
ditadura. Seus quadros pareciam fotos ampliadas, fo- a defini-lo através de suas intervenções - isso é vá-
tos de arquivos de criminologia, atualidades cinema- lido tanto no caso de uma sala de exposições como
tográficas. Mais tarde, apresentava a série das estre- no de um espaço aberto, onde a obra modifica a pai-
las funerárias na qual as colunas arcaicas, referências sagem natural.
à história e à tradição, serviam de moldura a imagens
contemporâneas de opressão e de barbarismo, entre
as mais intensas da arte de nosso tempo. Seguindo um processo severo de produção, essas
obras são uma evolução da idéia inicial da marca, do
O trabalho mais recente do artista caracteriza-se por aspecto do trabalho do artista, o qual não deseja re-
uma grande liberdade no uso da linguagem plástica. produzir as coisas de forma realista, mas, através da
Sem alusões políticas diretas, os retratos e as paisa- pesquisa, chega a penetrar-lhe o significado. A corda
gens de Mytaras não são menos carregados de con- define um espaço, o nó também. Esse espaço é atra-
teúdo social. Constituem uma retomada do expressio- vessado por uma linha luminosa. Uma gama de signi-
nismo que o pintor havia usado nos Espelhos, de 1965, ficações nasce desses mesmos materiais e de sua
com o acréscimo da particular intensidade cultivada confrontação. Linha que se prolonga ao infinito com a
em suas obras do realismo crítico. A série de seus corda, luz que é capturada pelo nó. Claro que, nesse
retratos, retratos de personalidades conhecidas, é uma caso, o neon não é usado como um signo da civilização
espécie de vivissecção psicológica dos representantes tecnológica, mas num sentido metafísico do fator luz,
da classe dirigente. mesmo que não seja fácil separá-lo automaticamente
das imagens noturnas das cidades modernas às quais
ele nos remete.
SOTIRIS SORONGAS
Seguindo a disciplina dos elementos-signos plásticos,
Sotiris Sorongas pertence à geração dos que busca- somos levados à cristalização de uma linguagem que
ram uma nova figuração, logo após a decadência da tende a penetrar o mito pessoal do artista.
arte abstrata nos centros da Europa e da América, a
partir de 1960. Na Grécia, o novo realismo teve uma Béatrice Spiliadis
repercussão imediata e assumiu, em especiais con-
dições políticas e sociais, formas análogas. Essas for- (Tradução de Mariarosaria Fabris)

50
VIDA, COMUNICAÇÃO E ENCONTRO NA ARTE JOVEM GUATEMALTECA GUATEMALA

Nas duas décadas, 1950-1970, a Guatemala - como a quadrinhos, do cartaz, dos outdoors - na cidade e no
totalidade dos países latino-americanos e por seme- campo, nas rodovias e à beira das estradas - e de
lhantes e iguais situações contextuais - refletiu em todos aqueles elementos iconográficos, sistematiza-
sua produtividade artística, e especialmente no campo dos eletronicamente ou a partir de uma indústria da
das chamadas artes plásticas, muito daquilo que, des- imagem, os quais tentam modelar o comportamento
de os anos sessenta, alguns cientistas sociais latino- e a resposta do homem-massa-perceptor-receptor-con-
americanos denominam como dependência em todos sumidor.
os níveis da prática sócio-cultural latino-americana:
na arte, uma expressão-comunicação cuja visão do Assim foi como nos condicionamos ao informalismo
mundo e da realidade se materializavam em objetos abstrato tipo action painting ou matérico, ao neofigu-
que tentavam seguir o ritmo acelerado e a expansão rativismo, à pop art, à arte psicodélica, ao hiper-realis-
dos grandes centros internacionais da arte, com tudo mo, ao minimalismo, ao cinetismo, ao ecologismo, ao
o que esta tem de sustentação material. ambientalismo etc. íamos e vínhamos, saíamos ou en-
trávamos nas renovações puramente sintático-formais
Efetivamente, nessas duas décadas, nossos países ini- ou nas tendências que articulavam sua mensagem a
ciam uma readaptação e promovem uma intensificação partir de uma semantização que pouco a pouco reto-
de suas relações de intercâmbio no plano internacio- mava os conteúdos perdidos; ou então se postulava
nal, como processo essencialmente desigual e contra- . uma preocupação pelo nível pragmático ou da práxis,
ditório. Nas artes, dá-se uma substituição dos códigos não apenas do emissor, mas fundamentalmente do re-
de expressão tradicionais - que vinham se mantendo ceptor-interpretante daquelas mensagens ou sistemas
desde o impressionismo paisagista e as já esgotadís- de signos que constituíam os objetos e ações artísti-
simas fórmulas cubistas e surrealistas - como refle- co-lúdicos.
xo daquilo que, também no plano sócio-econômico,
estava sendo substituído para conseguir superar o Assim também nos tornamos conhecidos como gran-
chamado subdesenvolvimento: processo de industria- des imitadores, condicionados e articulados pela ne-
lização e ampliação do mercado e do consumo inter- cessidade de sermos algo - ainda que fosse dentro
nos, através de um novo tipo de importações e de re- do conjunto de marcas e logotipos do produto seriado
lações internacionais. empacotado para se amontoar nos supermercados da
arte - além de nosso subdesenvolvimento, nossa de-
Em nosso país, os últimos anos da década de cinqüen- pendência, neocolonização ou como se queira chamar
ta representam o surgimento de uma expressão e co- esse estar aqui, na América Latina, hoje. Do mesmo
municação artísticas que abandonam, por um lado, tudo modo que na narrativa, deu-se o boom de não poucos
aquilo que se manifestava por meio de uma arte de de nossos artistas nas grandes cidades-galerias-
contextura acadêmico-naturalista ainda perceptível Paris, Londres, Nova Vork e muitas outras que consti-
mas nem sempre felizes aproximações das manifesta- tuem espécies de agências de notícias internacionais
ções européias do fim do século passado e das pri- para recepção, processamento e difusão de mensa-
meiras três décadas deste século; por outro lado, al- gens artísticas, com definição dentro do panoraml':l
guns de nossos artistas· superam também toda uma multinacional da circulação e do intercâmbio de obje-
tipologia de significações sociais que haviam querido tos e fatos da produção espiritual feita ideologia em
manifestar-se através de uma produção artística ad- imagens.
vinda da arte mexicana de caráter muralista e propa-
gandístico-agitador, que tanta influência havia exercido Assim, também isso nos valorizou e, na década se-
nos anos 44-54, durante o processo denominado pe- guinte, a de 1970-1980, comprometemo-nos mais nesse
ríodo revolucionário de caráter democrático-burguês. nível, mas também aprendemos melhor a lição, de uma
Inicia-se, assim, nossa relação-dependência-condicio- perspectiva um pouco menos acrítica e condicionada.
namento aos códigos artísticos surgidos depois da Se-
gunda Guerra Mundial, isto é, à arte de caráter inter- É nessa década que começa a se definir uma dimensão
nacionalista, repleta de novas ou renovadas tendências de nossa arte que se apega a uma realidade em mo-
e reações ante uma realidade que se havia tornado vimento e mudanca: busca de identidade e liberdade
multinacional e acumulativa em escala mundtal. de emissão do pênsamento feito ação numa arte, e
compreensão· da mesma, como independente ou me-
Foram os anos em que nos disfarçamos de informa- nos subordinada aos códigos e canais unidimensionais
listas e nos aferramos às .. novas tendências" ou, co- e unidirecionais até esse momento predominantes.
mo diria a crítica, renovada igualmente em escala Portanto, não importa hoje que partamos do concei-
internacional, às novas linguagens e gramáticas vi- tualismo, do hiper-realismo ou do realismo crítico, dos
suais e às novas convenções iconográficas da chama- ambientes, das renovações de tipo neodada-pop e, por
da civilização dá imagem publicitário-propagandística, que não, da arte por computador e tudo o que se ma-
nos canais e meios de transmissão próprios da televi- nifesta nos sistemas de expressão-comunicação com
são, do cinema, do vídeo, da fotografia e sua transfor- a utilização de novos mídia. Enquanto isso, no caso
mação em documentário ou sua mercantilização a ní- concreto da Guatemala, começa a se manifestar uma
vel de fotomontagens, das revistas de todo tipo, dos recuperação crítica das modalidades operativas tradi-

51
cionais da arte ou das tendências que, desde os anos desenhista, gravador e grafista. Tudo isso questiona a
cinqüenta, vêm nos condicionando a uma realização- realidade vivida, comunicada e reencontrada nesses
imitação eminentemente artesanal, com pretensões de desenhos de sutis signos gráficos-figurativos e, ao
processo industrial e de aproveitamento científico-téc- mesmo tempo, saturados de uma fortaleza cuja semân-
nico-Iógico, como nos países e grandes centros da tica se denota nas intenções formais e sintáticas dos
arte internacional. referidos signos. É isso que pode ser encontrado no
bestiário satírico-fabular de Moisés Barrios, em suas
É dentro desse quadro histórico-social e estético-artís- pinturas, desenhos e gravuras, que fazem alusão a um
tico que cabe esta apresentação de quatro artistas "para ler o Pato Donald", só que a partir daqui, da
guatemaltecos que não ultrapassam os 35 anos e que América Latina, e através de macacos, burros, rata-
iniciam sua produção artística representativa em fins zanas e outros animais domesticados pouco comuns,
da década de sessenta e princípios da de setenta. Den- que se comportam .. como gente", segundo uma vi-
tro desse panorama, repleto de encontros, rupturas e são não estritamente comportamentalista como a dos
contradições expressivo-comunicativas, esboçado an- animais humanóides de Disney e companhia. É isso,
teriormente, surgem César Barrios, Moisés Barrios, igualmente, que significam os desenhos da série me-
Erwin Guillermo e Rolando Ixquiac Xicará. Surgem no tamorfose de Erwin Guillermo e esses seus homens
interior de uma realidade que, desde os anos cinqüen- encouraçados, desarmados, perfurados e esquarteja-
ta, se desenvolve a partir do que foi dito em relação dos que, como radiografias, desentranham as possibi-
à dependência-imitação-condicionamento e que, no lidades icônico-simbólico-indiciais de uma couraça
plano interno, caracteriza-se por uma dinâmica social perfurada na batalha de Waterloo vista no Museu do
violentada por todos os lados, que não pode senão se Exército em Paris, e que serve de tema para essas
refletir nas manifestações da consciência social e, figurações que tentam conotar a realidade cotidiana
neste caso concreto, na arte. em que se movimenta esse emissor-produtor de ima-
gens, cujas referências violentas são imediatas, por
Depois das tímidas ou muito aventuradas incursões mais que a couraça perfurada original se encontre
de alguns artistas guatemaltecos nas .. novas tendên- muito distante. São esses tipos de conotações e asso-
cias" de tipo neoconcreto, tecnológico e em outras ciações que também encontramos e desentranhamos
manifestações claramente conceitualistas e de tipo nas ratazanas de Ixquiac Xicará, que vão além dos ex-
espaço-ambiente-ação, alguns artistas naquele mo- perimentos dos behavioristas com esses mesmos roe-
mento muito jovens e uns poucos da geração anterior dores e, em especial, de Skinner e sua tão conhecida
começam o que nestes quatro artistas pode ser perce- .. caixa" que - segundo sua teoria - é parte de um
bido e reconhecido além da referência a que fazem conjunto de dispositivos experimentais para observar
alusão os seus sistemas de significação artística e diretamente a interação dos fatores que geram rea-
essa produção de significações sócio-econômicas e ções de conduta previamente condicionada. As mes-
político-ideológicas conotadas nas pinturas, desenhos mas reações de conduta que, no plano social, são
e gravuras dos irmãos Barrios, de Guillermo e de utilizadas para a observação e o condicionamento dos
Ixquiac Xicará. seres humanos em situações não apenas experimen-
tais: controle de comportamento por meio de uma
Estes quatro artistas, e outros não apresentados aqui, psicologia a serviço da publicidade, da propaganda e
provêm da neofiguração, do realismo crítico-social e das relações interpessoais, que estimulam o consu-
de todas aquelas tendências que enfatizam a dimensão mismo e a rejeição da dinâmica contraditória em que
semântica e a da práxis da produção-comunicação ar-
se move a chamada sociedade de massa, dentro de
tística atual. Tudo aquilo que muitos decidiram cha-
uma comunicação que se quer de massa, reforçadora
mar - na perspectiva semiótica - de arte ou estética
e alienante. As ratazanas de Ixquiac Xicará - como
conotativa e na qual a temática homem-figura humana
no bestiário de Moisés Barrios - conotam-nos uma
é preponderante. Mas também - e segundo a visão
realidade através de um encontro indireto e labirínti-
da arte como linguagem ou sistema de signos de que
co, no qual nada pode obstaculizar nossa percepção
falam alguns lingüistas-semiólogos saussureanos-
da metáfora ou do paradigma desse estar aqui, no
sua arte é paradigmática, dá-se por associação de
idéias sobre fatos concretos no seio da vida social. mundo dos fatos humanos e sociais condicionados
historicamente.
Além do mais, sua expressão-comunicação alude ao
metafórico, dentro de uma retórica da imagem hoje
renovada a partir da semiótica, que se aprofunda no Eis aqui a apresentação da arte jovem guatemalteca
sentido de certas metalinguagens ou meta-objetos, os que - na perspectiva do desenvolvimento e da situa-
quais desempenham uma função designativa relativa ção atual da arte na Guatemala - pode ser conside-
à conexão signo-objeto, ou uma função significativa rada como uma recuperação crítica dos modos de exe-
relativa à conexão signo-interpretante. cução tradicionais, dentro da expressão-comunicação
em um país onde, na presente década, pareceria estar
É exatamente isso e o que foi dito no início que se po- surgindo uma produção artística negadora de qualquer
de - em grande parte - descodificar nos retra- prática significante e que, dentro da pintura, da escul-
tos, personagens baconianos e sátiras à espanhola do tura, do desenho, da gravura e do design em geral,
tipo Goya-realismo crítico de César Barrios, como tem-se manifestado nas últimas três décadas. Trata-se

52
de uma arte que acentua a relação signo-objeto-refe- apresentações e da catalogação dos vetores que carac-
rência-intérprete-interpretante, isto é, o conteúdo, ma- terizam significativamente o processo artístico no iní-
nifesto ou latente, da relação social do produtor ar- cio da década de oitenta.
tístico, seu trabalho e os destinatários-perceptores-
consumidores. O que está no meio desse processo.
como circulação e intercâmbio do produto. faz parte Roberto Cabrera
de uma relação mais ampla, que aqui só é apontada,
e que ultrapassa o campo da crítica de arte e o das Guatemala, junho de 1981

(Tradução de Neide T. Maia González)

53
ARTISTAS HÚNGARAS HUNGRIA

A técnica do esmalte tem uma fecunda tradição his- Notam-se ainda influências da arte popular e dos íco-
tórica na Hungria. Seu primeiro período importante foi nes, bem como da pintura abstrata. Na segunda meta-
o Renascimento, mas, à luz do que se produz moder- de da década de 1960, um grupo de artistas jovens
namente, há que se ressaltar a importância do final começou a preocupar-se com o problema das composi-
do século XIX, quando se criou o Departamento de ções em série, e realizou pesquisas numa fábrica de
Metais na Academia de Artes Aplicadas. esmalte. Hoje dispomos de várias oportunidades para
experiências. Desde 1971, organiza-se uma mostra
Na época da Art Nouveau, o esmalte era uma técnica bienal de âmbito nacional na cidade de Salgótarján, e,
bastante difundida. Misturavam-se adornos de arte po- desde 1975, um simpósio internacional de obras de
pular com a tendência internacional, e o esmalte, além esmalte, em Kecskemét.
de decorar objetos, também era usado em murais. En-
tre as duas guerras mundiais, a técnica viveu um pe- As duas representantes da Hungria na Bienal de São
ríodo bastante conservador, com a repetição de estilos Paulo são artistas notáveis no trabalho com o esmalte.
históricos. Stefaniai representa a clássica tendência figurativa
de contornos; Jávor, o estilo não-objetivo expressio-
A década de 1960 também foi importante para o es- nista de campo de cor.
malte. Pintores e mais pintores começaram a usá-lo
em seus murais e, na arquitetura, o esmalte substi- Peter Varga, Diretor.
tuiu com excelente conteúdo artístico os revestimen- Ministério de Cultura e Educação
tos clássicos. Budapeste

54
INTRODUÇÃO À PARTICIPAÇÃO ITALIANA NA XVI BIENAL ITÁLIA

A delegação italiana na XVI Bienal é formada por artis- hiper-realista. Sua arte é douta e mágica. Douta, por-
tas apresentados nos Núcleos I e 11. que se inspira em experiências figurativas históricas
(neoclássicas); mágica, porque Mariani arroga para si
Para o Núcleo 11 (o histórico), foi convidado um número o direito de substituir-se ao autor antigo (seja, ele
muito restrito de artistas, de geraçÕes diferentes, que pintor ou literato) para pintar aquele quadro que o
estão entre aqueles que marcaram a trajetória da arte antigo mestre nunca realizou. Substituição, porém,
italiana nos últimos trinta anos: Burri, Turcato, Guttu- toda iluminada pela consciência, motivo pelo qual ai
so, Kounellis, Guccione e Mariani. obra está constantemente sob os refletores da atenção
crítica e mental.
Dos três primeiros, Burri (um dos líderes internacio-
nais da arte informal desde 1950) inovou profunda- Estes artistas aqui descritos estão presentes na shua-
mente o modo de pintar, até nos mínimos detalhes ção italiana atual com extrema for,ça. Não podendo
técnicos. Subtraiu a pintura às práticas tradicionais, apresentar, por motivos de organização, uma seleção
construiu seu quadro abstrato com matérias vis até antológica de obras de cada um deles, documentando
então desconhecidas ao fazer artístico. A presença da melhor forma sua trajetória - para alguns mais
efetiva da juta, da folha de madeira, da lâmina de ferro longa, para outros mais curta - , pareceu-nos mais in- .
e do reluzente plástico, ferido pelo fogo, é uma opera- cisivo apresentá-los através de sua obra mais recente.
ção com acentos de violento realismo, apenas forma- E por que? Porque a alta qual.idade de seus trabalhos
lizada pela estudada trama do desenho na composição. nos mostra como confirmam e desenvolvem de forma
vital suas pesquisas, estando sempre atualizados tanto
Para Guttuso, que tem sido o maior defensor da tradi- com sua própria cultura quanto com seu próprio tem-
ção figurativa, continuamente indagada no foro íntimo po; porque a qualidade de suas obras é, de fato, o que
do pintor, o quadro não apresentava somente elemen- prestigiosamente os coloca no "estritamente contem-
tos de identificação e de narração, mas tecia também porâneo", o qual, não conhecendo mais as durezas
uma mensagem na qual o espectador teria reconheci- programáticas da vanguarda e cultivando, aO contrário,
do momentos de sua vida social e civil. umá cultura pluralista "liberal", parece reconhecer
precisamente na qualidade o significado primeiro da
Turcato, dividido entre figuração e abstração (desde pesquisa atual. De fato, não há mais, em nossos dias,
1948), alcança uma pintura de signos e de cores níti- o espírito absoluto e portanto agressivo da vanguarda,
das, fortemente ritmada, na qual narração e descrição, a exata formulação de programas, o forte apego a va-
ao perderem sua identificação, perdem, ao mesmo lores ideológicos unívocos. '
tempo, seu caráter explícito, interiorizam-se num códi-
go essencialmente pessoal e lírico. Hoje, em Burri, a forma reemergiu aos poucos da es-
tagnação da matéria; agora ela é absoluta, seca, nesta
Kounellis, Guccione e Mariani estão separados dos sua recente obra Escultura. Pode-se dizer que o artista,
três primeiros apenas pelo espaço de uma geração. partindo do magma opaco da matéria, tenha chegado,
nesta sua obra, à focalização peremptória do côncavo
Kounellis, desde o início dos anos 60, move-se entre e do convexo. Burri quer agora a garantia tridimensio-
a seletiva, incisiva operação conceitual ea austera, nal da escultura.
dolente, mas vigorosa estratégia de poucos elemen-
tos da arte povera (em Kounellis predomina a matéria A composição de Guttuso, outrora cerrada como as
como res obscura e opaca, portanto o preto, ou então varetas de um leque fechado,' abre-se hoje, metonimi-
a ausência da matéria, portanto o branco, e às vezes camente, às citações históricas e autobiográficas de
a essência majestosa da matéria, o ouro). O seu é um grande intensidade psicológica.
modo duro e exemplar de fazer arte.
O sonoro e estridente preparo colorístico das pinturas
Guccione segue a pesquisa figurativa, mas sua lingua- de Turcato sustenta o alegre viajar aprogramático de
gem anódina dificilmente pretende trilhar o caminho suas imagens cifradas.
da verossimilhança e da narração muito explícita. Sua
maneira de pintar (nele sempre se louvou o grande Kounellis, grande conhecedor da forma e da matéria
talento pictórico) situa-se num estreito caminho entre enquanto elementos primordiais, em suas pinturas re-
mundo exterior e mundo interior, onde o debruçar-se centes, mistura, num cadinho mítico, o negro deixado
sobre o primeiro é'menos freqüente que o debruçar-se pelas chamas com o rio viscoso dos nanquins.
sobre o segundo. O olho e o espírito de Guccione re-
partem, como bons agricultores, o campo da semea- Guccione agride a trama absoluta ,do desenho coma
dura pictórica. cor que se espalha no campo, alimentando toda a pá-
gina pictórica como se fosse um mata-borrão, com um
Mariani, presente nestes últimos dez anos na vida ar- resultado de desfocalização geral nesta sua A Grande
tística italiana de modo original, é muito conhecido Casa.
também fora de nosso país. Com um cortante. pensa-
mento "conceitual", põe em cena uma figuratividade A orquestração d,e elementos históricos, a trama com-
resplandecente, informada pela inexoráv.el focalização plicada entre presente e passado, torna-se mais coral
em Mariani. O emaranhado de ausências e presenças fragmentos de um alfabeto sígnico primordial: a obra
preenche a tela e, ao mesmo tempo, o pintor abranda carrega-se de significado por seu veloz turbinar.
o esmalte da focalização com uma composição pictó-
rica que relembra Correggio. Longobardi liberta imagens impetuosas que se abrem
caminho na articulada composição pictórica e, ao lace-
A linha da pesquisa atual, que a delegação italiana se rá-Ia, geram na tela uma vibrante instabilidade e uma
propõe a apresentar no Núcleo I, é a da recuperação ascensão estridente da cor.
da figura e dos meios tradicionais do fazer arte.
Através de um grupo, também nesse caso bastante Para De Maria, a cor é uma rocha magmática em ero-
limitado (ao lado de alguns jovens que gozam de uma são, uma passagem contínua entre um máximo de den-
boa notoriedade, há outros em suas primeiras expe- sidade, expresso pelos tons escuros, e um máximo de
riências internacionais), parece-nos possível perceber leveza, expresso pelo branco. A superfície pictórica
a complexidade da situação, que dificilmente pode ca- acaba sendo estruturada como um céu tempestuoso,
racterizar-se em sua polivalência, mas para a qual não cortado por filamentos pretos, relâmpagos em negati-
nos parece arriscado fazer duas observações: ausên- vo. Pintura balbuciante quando quer narrar: sonorida-
cia de programa ideológico e separação, não polêmica de altíssima, cores gritantes; às vezes, o projeto nar-
entretanto, do pensamento rigorosamente abstrato, ló- rativo rompe a trama do desenho.
gico e esquemático e dos severos cânones da arte
conceitual e da arte povera. O momento atual poderia Uma generosa inundação de matéria e cores invade e
definir-se, dessa forma, aberto e pluralista. É esta a espalha-se pela tela de Renata Boero. É movida por
linha da pesquisa festivamente rica de um fervilhar de um gesto largo e único" que constrói uma espécie de
formas onde também surge a figura, linha opulenta de paisagem densa, de colinas arredondadas e de vales,
cores usadas também em gamas vivas. Outro sinal, não projetada mas intuída e vivida, percorrida por um
talvez o mais importante, é aquele de não estabelecer estremecimento que decompõe e compõe cores e
para si nenhum limite cultural, mas, de forma livre e formas.
sem preconceitos, interessar-se por todas as expe-
riências históricas, para tirar delas - da História, úni- Outros tendem a usar uma paleta de tons de ascen-
ca fonte do saber ~ o necessário à I ivre operação dência impressionista (de Monet, por exemplo).
individual de fazer arte. Falta de preconceitos e liber-
dade são, no final das contas, os novos aspectos dessa Luca Maria Piffero apresenta-nos um Deus da Água.
pesquisa cultural. É como se, após a morte do pai Pintura celeste a sua, devido também às cores leves
(ideologia e programa). se entrasse serenamente na "de água marinha, cores aquáticas, de fato, que pare-
casa (a História). outrora inacessível, para fruir dos cem deformar a trama compositiva na qual. em alguns
bens dos quais parecíamos excluídos para sempre. pontos (alterados como sob uma lupa), se revelam
Portanto, sem rupturas clamorosas, os artistas na pes- episódios figurativos.
quisa atual abeberaram-se fartamente no grande repo-
sitório das formas do passado - de todas, até das pin- Fortuna dispõe na superfície da tela fragmentos de
turas pré-históricas - , numa relação que tende a exal- uma imagem obscura e desfocada da qual é difícil
tar a subjetividade recuperada, para manipulá-Ias. encontrar a forma original (não é um quebra-cabeça).
Um procedimento de tipo impressionista, sustentado
No nosso grupo de onze pintores e um escultor, alguns por cores brilhantes, um verde esmaltado.
usam um rico empaste de matérias, ritmado por signos
de grande espessura. Ao fazerem isso, parecem inspi- Galiani indaga materiais em sua maioria limpos e lu-
rar-se na pintura do expressionismo que, na Itália, em minosos, materiais em relação com a água, o ar e a
momentos alternados, suscitou o interesse de vários terra (o mármore e o vidro). Seu desenho finíssimo é
artistas. Permanecem vivos alguns modos, aparente- o elemento que garante a sabedoria da mão do pintor.
mente irremediáveis, derivados da análise da pintura A imagem desenhada vangloria-se de ascendências
em seus elementos essenciais, o suporte, a tela liber- históricas ilustres.
ta do chassi, sua unidade tradicional, as cores de uma
fisicidade primária. O desfazer-se, de modo desorde- Bagnoll ordena no ambiente objetos leves, pinturas
nado, das telas e dos suportes pintados e de outros também, uma presença silenciosa mas incisiva, que
materiais artísticos nas paredes e no chão, com o torna familiar a monumentalidade originária das insta-
desejo de envolver todo o ambiente, evidencia a he- lações.
rança da arte ambiental.
Piruca manifesta abertamente na tela uma orquestrada
Ceccobelli afunda a imagem figurativa numa densa es- pesquisa iconográfica, repleta de referências equili-
pessura de matéria, resgatada em parte pelas cores bradas entre significado e forma. Seus quadros, de
de alto significado simbólico: o amarelo luminoso do difícil interpretação, colocam-se numa área de leitura
enxofre, o gris leve da cinza. Dessa forma, a superfí- à qual se tem acesso por iniciação doutrinária.
cie do quadro parece crescer lentamente, estruturan-
do-se em profundidade. Nas obras de Salvo, feitas d'apres I'histoire, mas, pela
Em Dessl há uma vibração de signos largos, dir-se-iam longa familiaridade com as imagens do passado, gos-

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ta ríamos de dizer feitas. também, em sentido psicana- seja. Sua técnica partiu inicialmente do molde da for-
lítico, d'aprês I 'analyse , é possível ler um inspirado e ma humana vivente. Na sua obra recente, Mainolfi,
desenvolto frescor já esquecido dos modelos antigos com mais ironia e com uma intenção de conto de fada,
de impecável perfeição. tira o molde da natureza, fauna e rochas.

Mainolfi, que vem de experiências de Body Art, traz a


escultura de volta à sua origem cultuai e mágica, isto Bruno Mantura
é, à apresentação do corpo, divino ou humano que Comissário

(Tradução de Mariarosaria Fabris)

57
ARTISTAS IUGOSLAVOS IUGOSLÁVIA

Embora algumas mostras e festivais internacionais de compreensão razoável dos problemas envolvidos na
vídeo-arte e cinema moderno tivessem sido realizadas sua realização.
nos primeiros anos da década de 70, agora, passada a
euforia inicial e verificando-se uma outra atmosfera Desde a primeira mostra internacional realizada em
intelectual, seria útil comparar mais uma vez as obras Graz, na Áustria - Trigon '73 - até a última Bienal
desse período. Não concebemos essa mostra como de Veneza, na qual Marina Abramovic foi incluída no
uma competição destinada a selecionar as melhores grupo restrito dos mais importantes artistas da dé-
obras da década, mas antes como uma oportunidade cada (com seus trabalhos em vídeo transferidos para
para' preencher certas lacunas históricas. É esta a 'filme) - , os artistas iugoslavos produziram um con-
razão pela qual escolhemos trabalhos realizadas com junto de obras, que, infelizmente, não é muito conhe-
vídeo para representar a produção iugoslava com cido do público em geral e dos críticos de arte. Alguns
novos mídia. deles utilizam o vídeo com propósitos meramente do-
cumentais, como um instrumento para registrar suas
Conquanto as técnicas altamente sofisticadas sejam obras processuais. A maior parte dos artistas, contu-
pouco acessíveis para a maioria dos artistas - tra- do, tomou-o pelo que ele realmente é - um meio de
balhos com raio laser, por exemplo, são praticamente comunicação artístico. Os criadores viram-se assim
inexistentes - , as obras que se utilizam dos novos capacitados a produZir um novo tipo de imagem, criar
mídia apresentam considerável diversificação na Iu- um novo campo de ação e produzir um deslocamento
goslávia. Por outro lado, a fotografia foi largamente do real para o irreal. A telégênese de sua obra é fasci-
utilizada durante os anos 70, na fronteira ou no inte- nante e encontra sua justificação teórica no argumen-
rior da arte conceitual. Na década de 60, alguns artis- to de que tudo o que é transmitido por um dado meio
tas haviam feito experiências com filmes, das quais de comunicação torna~se específiCO desse meio. Por"
resultaram importantes obras, como as de Gotovac, outro lado, as obras inais recentes deixaram-se guiar'
Pansini e Verzotti, as quais teriam prosseguimento, pela lógica e pelas leis inerentes ao próprio meio, por
nos anos 70, nos trabalhos de Popovic, Paripovic e toda uma gama de novas possibilidades e novos desa-
Galeta, artistas que também utilizam o vídeo. DevidQ fios para a imaginação.
ao baixo custo econômico e a outros fatores, era
grande o número de projetos que se utilizavam dos Como uma classificação em dois grupos mostrar-se-ia
meios de comunicação convencionais. As formas li- demasiado rígida para representar adequadamente a
vres de expressão, trabalhadas através de diversos diversidade das obras escolhidas para esta mostra, a
meios de comunicação, possibilitaram aos artistas a classificação que se segue poderá ajudar o observador
organização de um movimento que se tornou conhe- a formar uma idéia mais pertinente da variedade da
cido como A Nova Prática Artística. A preocupação produção iugoslava de vídeos: a) ações realizadas
básica do movimento era reavaliar a experiência vi- diante da câmara; b) performances condicionadas pela
sual. artística e cultural, e não lançâr mão deste ou natureza específica do vídeo enquanto meio de comu-
daquele meio de comunicação em detrimento de nicação; c) instalações ou representações de vídeo,;
outros; Por conseguinte, muitos artistas fizeram expe- d) obras que abordam problemas típicos do meio.
rimentos com os mais diversos mídia, e sua escolha
dependia somente da natureza específica dos projetos. Embora o vídeo tenha aparecido entre nós há algum
tempo já, as interpretações teóricas não progrediram
De qualquer maneira, parece-me que as obras reali~a­ muito após as posições iniciais de avaliações racio-
das em vídeo são as que melhor representam as preo- nais e promessas otimistas quanto ao futuro (que se
cupações e as idéias dos artistas iugoslavos na déca- aproxima demasiado rápido, porém com um efeito
da de 70. A produção, dada a reduzida disponibilidade muito abaixo das expectativas). As novas obra,s são
de equipamento; é relativamente pequena, mas foi pre- baseadas em pressupostos artísticos; elas nos falam
cisamente esse fator que contribuiu para eliminar os com a espontaneidade, a sensibilidade e a consciência
artistas que não estavam verdadeiramente interessa- do meio em si, apontando para a utilização plena de
dos pelo novo meio. A seleção realizada para a Bienal suas potencialidades, ou seja, para a possibilidade de
de São Paulo não inclui aqueles artistas que realiza- ação em um contexto artístico, cultural e científico
ram apenas alguns poucos trabalhos com vídeo, mes- mais vasto.
mo que tenham demonstrado elevada compreensão da
natureza do meio, o que constitui a característica mais "Na primeira fase, o vídeo atraiu apenas aqueles que
marcante da produção iugoslava de vídeos. Dessa for- tinham possibilidades de mexer com o novo brinquedo.
ma, não foram incluídos trabalhos de Mladen Stilino- Nas mostras de vídeo realizadas até agora, os espec-
vic, Ivan Faktor e Slobodan Sijan, e tampouco artistas tadores dificilmente foram outros que não os próprios
cuja obra é bastante conhecida no país e no exterior artistas que se viam nas telas, observando pela ,enési-
e que se servem do vídeo com propósitos apenas ma vez seus próprios auto-retratos. A cena não deixa-
documentais como é o caso de Boris Bucan e Braco va de lembrar alguém que, diante de um espelho,
Dmitrijevic. Outros artistas, por sua vez, não atingiram observa seus próprIos reflexos... Quando o artista
um nível de comunicabilidade razoável em seus traba- estabelece esse t.ipo de Jelação consigo mesmo, os
lhos com vídeo, embora tiv~ssem demonstrado uma demais dificilmente interessar-se-ão por seus traba-

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lhos. Mas quem quer que tenha a oportunidade de país de origem. Isso não significa, porém, que suas
trabalhar com vídeo sente-se logo de saída cativado obras sejam um fenômeno regional, uma reação à
pela magia de um dos mais fascinantes meios de co- arte internacional dos anos 70. Pelo contrário, dever-
municação. Sua vocação democrática para suscitar a se-ia assinalar que é uma arte tanto nacional quanto
criatividade aponta para uma época em que, com a di- internacional, cujo valor principal consiste em sua po-
fusão universal da técnica do vídeo, teremos arte sem sição em relação à experiência dos anos 70 e dos pre-
artistas - um tempo em que todos serão artistas". cedentes, e em compreensão e interpretação contem-
porâneas do mundo.
Embora Goran Trbuljak não tenha mencionado uma só
vez no texto acima a questão da comunicabilidade, Todos compartilham uma nova concepção de pintura.
torna-se claro de qualquer modo que um acréscimo na Urkom utiliza cores monocromáticas para revelar a
quantidade prQvocará um aumento de qualidade. Em superfície pictórica sem recorrer à imagem, Susnik
outras palavras, O vídeo alcançará uma profunda pene- pinta formas de um autêntico dinamismo, com a inten-
tração no nível das relações individuais, onde quer sidade das cores fauves, ao passo que Bijelicconstrói
que estejam estabelecidas, mesmo que fundamenta- suas pinturas com camadas de core.s elementares. O
das apenas sobre o próprio meio. espaço tradicional, limitado pela moldura, é desres-
peitado e a pintura não é concebida como um espaço
ilusório. Para eles, a superfície é uma característica
A NOVA PINTURA IUGOSLAVA: imanente, um elemento com que cada 'um joga segun-
MILlVOJ BIJELlC, TUGO SUSNIK, GERA URKOM do combinações pessoais. Urkom trabalha com telas,
papéis e a própria parede, Susnik combina a tela com
A contribuição iugoslava para a XV Bienal, intitulada a própria tela, Bijelic utiliza combinações de folhas de
M Pintura/Tela dos anos 70", parece já ter respondido plástico, explorando o espaço que as separa. Nas
, em parte às propostas da presente XVI Bienal. Con- obras de Urkom, as delimitações das superfícies defi-
sistia c;le organizações pictóricas primárias, em Oamn- nemo espaço que as separa; Susnik visa os tipos de
janovic, e de operações tautológicas e, intervenções movimentos capazes de trãnsmitir energias inusitadas
poéticas em folhas de papel por parte de Ivan Kozaric e Bijelic' explora a processual idade através de suas
- lançando assim as bases para uma nova corrente , manifestações tácteis. Na obra de Urkom, podemos
ou vertente que tomava a própria pintura pOl:"_, tema. notar preocupações de ordem intelectual, na de Susnik
Os meandros' em branco e preto de Julje Knifer eram a dinâmica e as vibrações de uma extroversão contida,
a continuação de um programa de mais de vinte anos apesar da visível agressividade, e na de Bijelic preo-
que incorporava interpretações diversas ditadas pelo cupações de ordem estética em séries de componen-
espírito da época, desde o neoconstrutivismo e a tes tácteis que comunicam discreta sensualidade.
minimal art até as formas elementares e orgânicas
delineadas a bico-de-pena sobre superfícies monocro- Os três artistas usam a contrapartida visual de suas
máticas. Andraz Salamun, por outro lado, servia-se da idéias independentemente dos modelos mais antigos,
pintura com o intuito de apresentar seus "trabalhos tal como suas concepções são independentes daque-
rituais" e Boris Bucan, com o pretexto e o objetivo las que marcaram o período imediatamente preceden-
irônico de "defender a arte" - com suas telas con- te ao de suas obras. Operam diretamente com uma
ceituais não pintadas em que aparecia a palavra "men- nova imagem - e o resultado não é uma pintura ilu-
tira" ao lado de uma cruz vermelha, como motivo sionista ou realista, mas sim um sistema autônomo de
recorrente - dava prosseguimento a experiências que . 'signos e uma mitologia individual, nas quais os artis-
tinham sido realizadas no final da década anterior. tas encontram soluções pictóricas e possibilidades de
expressão para idéias' que, no período precedente,
Os três artistas cujas obras são mostradas agora re- ainda não haviam sido apresentadas nas concretiza-
presentam três aspectos da nova pintura iugoslava. çõesdos pintores.
Embora tenham trabalhado ou estudado no exterior,
Suas atitudes e reações básicas são produto de seu Davor Mati~evic

(Tradução de Hl!go Sérgio Franco Maderl

59
MICHIO FUKUOKA, TOMOHARU MURAKAMI E KISHIO SUGA JAPÃO

MICHIO FUKUOKA ras de paisagens. A forma preta e baixa que antes


servia de suporte onde se erguia a paisagem acabou
Desde meados da década de 1950, quando começou a tornando-se parte do próprio trabalho, enfatizando a
esculpir, Michio Fukuoka sempre se revoltou contra imagem de uma substancial idade plena e acentuando
os estilos vigentes e negou a ortodoxia na escultura. a realidade da obra. Dessa maneira, Fukuoka realiza
uma forma singular de escultura.
Artista modesto, jamais fez alarde do próprio traba-
lho, criando suas obras com um espírito máis obsti-
nado e negativista. ao Esbanja tempo e energia" com TOMOHARU MURAKAMI
a escultura,e seu estilo já mudou várias vezes. Há
vários anos produz ao objetos que funcionam como Tomoharu Murakami parece concentrar seus interes-
símbolos". ses (artísticos) basicamente na Existência. Pode-se
dizer que se preocupa em expressar e compreender
Na década de 1960, produziu esculturas quelóides ver- uma certeza encontrada na natureza, através de ativi-
ticais, semelhantes a varas ou plantas, e objetos esfé- dades formacionais planas (bidimensionais). Sua ex-
ricos, felpudos e cor-de-rosa que flutuam no ar, contra- posição realizada logo após sua formatura pela Uni-
pondo-se à pesada escultura ortodoxa. São peças que versidade de Artes de Tóquio, em 1962, despertou-me
parecem desafiar a força da gravidade. o interesse pela persistência em expressar-se apenas
pela cor preta. E não eram apenas objetos concretos,
Fukuoka usa vários materiais, como barras de ferro, mas formas comuns de expressão. Na época,atraiu-me
resina, couro, corda e tecido. Em 1967, apresentou o encanto de seu trabalho de meticulosa aplicação de
uma obra intitulada Balão Cor-de-rosa, numa exposição camadas sobre camadas.
a céu aberto realizada na cidade de Ube. Era uma es-
trutura simples e primitiva, composta de formas esfé- Aprofundando-se no .. negro" a ponto de ser austero,
ricas e cilíndricas interligadas. Apesar do grande volu- Murakami procurava exclusivamente uma coesão cen-
me e do comprimento de 4 m, dava a impressão de trípeta e introvertida. No entanto, houve um período
não se submeter à força da gravidade. Além disso, em que se voltou para extensões enormes e movi-
ccmo sempre ocorre com os trabalhos de Fukuoka, mentos serenos, acrescentando leves ondulações à
possuía um certo ar orgânico. E ainda despertava no tela. Foi. nessa época que expôs seus trabalhos na
espectador uma sensação de ansiedade: o balão pare- Mostra Internacional do Museu Guggenheim, em Nova
cia querer desprender-se, fugindo para o espaço e lá Vork, 1964, e na mostra do ao Movimento de Artes Mo-
permanecendo para sempre em sua oscilação. dernas", realizada no Museu Nacional de Arte Moder-
na de Quioto. Depois disso, porém, não vi mais o
Na década de 1970, Michio Fukuoka produziu uma obra artista e suas obras.
intitulada Imagem Retardatária da Rosa, ou Decadên-
cia do Negro, uma grande peça de tecido rosa envol- Pelo que se depreende de suas experiências até então,
vendo uma enorme mariposa preta de asas fechadas. incluindo-se a mostra de Nova Vork, Murakami afasta-
Com esse trabalho -que mostrava a dualidade da va-se coerentemente da onda de pseudo~artistas e se
mente do artista - , Fukuoka atingiu um momento de- ocupava impassível com as artes plásticas apenas,
cisivo em sua carreira. Começou a esculpir paisagens baseando-se sempre que possível em seus próprios
em poliéster, material raro em esculturas. Mas Fu- impulsos interiores. Aparentemente, Murakami - que
kuoka continuou despretensioso, mesmo depois de disse "Tenho vergonha de aparecer em público" na
abrir uma área inexplorada no tratamento de paisa- última vez que o vimos - levou quase dez anos para
gens. Escolheu como tema seu cotidiano, compondo compreender que não se cria apenas pelo purismo e
árvores, uma margem de rio e até a imagem de si que essa visão da arte era estreita demais. Em sua
mesmo pescando, tudo em formas pretas. exposição de 1974, depois de dez anos de silêncio, foi
com alegria que senti plenamente a Existência em
Essas formas de seu cotidiano são reduzidas e de- seus trabalhos - presença que ele conseguiu graças
licadamente reproduzidas em poliéster, mas suas es- à reflexão profunda.
culturas de paisagens não são de modo algum minia-
turas. Embora minuciosas e bastante fiéis, transmitem !:: importante notar que Murakami viveu o momento
impressão negativa da paisagem, em vez de uma sen- decisivo de sua vida artística em viagens à China con-
sação de realidade. A coexistência do real com o tinental, em 1979 e 1980. Ele foi tocado pela sensação
irreal, do ser com o nada, provoca uma sensação es- de Existência transmitida pela natureza, pela história
tranha: chega-se mesmo a sentir que o artista se con- e pela imensa extensão da China. Para europeus e
teve 80 criar suas obras. norte-americanos, a natureza costuma ser apreendida
como algo oposto à existência humana, ao passo que
Percebe-se isso com intensidade ainda maior em seus os orientais têm uma visão elástica da natureza: os
trabalhos mais recentes. Um fenômeno natural como seres humanos são parte dela e a incluem em suas
Chuva, a praia calma com ondas encrespadas, ou as mentes. Na obra de Murakami, a expressão da Exis-
pequenas pedras a rolar pelo chão são trabalhos quase tência é orientada segundo a natureza, se possível
que fragmentados d.emais para se chamarem escultu- incluindo a duração do tempo.

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As obras de Murakami conseguem transmitir a sensa- Posteriormente, Kishio Suga buscou um afastamento
ção de certeza da Existência, com uma sensação de completo do intelectualismo e trabalhou no sentido de
frescor, graças à sua idéia fundamental de manifestar apresentar situações com o uso de materiais ao natu-
as impressões recebidas pela" Existência". ral, como pedras, árvores com galhos, barras de ferro,
arame farpado e cercas de metal. Usou a "situação
desapercebida" e indiferente" dos próprios objetos
OI

KISHIO SUGA como títulos, atingindo vigorosamente a consciência


dos espectadores. Obras posteriores como Princípio
Em 1967, quando ainda estudava na Universidade de da Dependência e Princípio da Solidariedade enfatiza-
Belas Artes de Tama, Kishio Suga foi premiado no vam as relações interdependentes que existem entre
Concurso Shell de Artes Plásticas. Desde então tem os objetos e, portanto, aguçavam uma sensação de
apresentado suas obras em exposições individuais e proximidade nos espectadores.
coletivas e participado de muitos outros eventos.
A série denominada Protuberância marca um momento
Também foi premiado pela cdtica especializada, num decisivo na carreira de Kishio Suga. Revela uma trans-
concurso realizado em 1969 pela revista de arte formação na tendência do artista: antes, suas obras
Bijutsu Techo. eram situacionais por natureza, negando entrada a
terceiros; agora possuem integridade material em si
Em 1970, Suga recebeu o grande prêmio do 5.° Festival mesmas. Feitas para se colocarem eretas contra a
de Arte do Japão, com a obra Situação Limitada - parede, essas obras compõem-se de tábuas de madei-
uma caixa de madeira com uma grande haste de con- ra compensada de 6 cm de espessura, coladas uma à
creto colocada obliquamente no interior e saindo pela outra e cobertas de tela branca. A tela é aberta em
borda. No mesmo ano, apresentou Situação Anônima .alguns pontos, mostrando a madeira que há por baixo,
na mostra "Agosto, 1970 - Aspectos da Nova Arte além de ser pintada aqui e ali com faixas de tinta
Japonesa", realizada no Museu Nacional de Arte Mo- acrílica preta.
derna de Tóquio. A obra era formada por tábuas de
madeira colocadas do lado de fora do museu, erguidas Pode-se considerar que esses trabalhos são uma ex-
até a altura do telhado. Dentro do museu estava o tensão da série em que Suga usa papel, mas eles tam-
trabalho Situação Objetiva: barras oblíquas contra uma bém têm algo de relevo - uma parte dos "lados" da
parede de vidro. Outras duas obras de sua autoria fo- superfície plana é pintada de preto - e de "obliqüi-
ram apresentadas no Museu Nacional de Arte Moder- dade" - uma superfície plana fica em evidência.
na de Tóquio, na mostra "Tendências da Arte Contem-
porânea Japonesa". Situação Infinita I consistia de Acima de tudo, demonstram a existência material da
barras inclinadas nas estruturas das janelas do museu superfície basicamente branca como um objeto. Com
e Situação Anônima era uma escadaria inteiramente os cantos irregulares pintados de preto, os vários re-
coberta de areia. levos formados compõem espaços que despertam a
curiosidade do espectador.
Todas essas obras, reveladoras de uma obsessão com
a obliqüidade, valeram-lhe em pouco tempo a atenção Tamon Miki
do público. Quando há uma troca vertical e horizontal, Diretor Geral do Museu Nacional de Arte Moderna
essa obsessão pode ser definida como uma obsessão de Tóquio
com o que só pode ser trocado com a própria pessoa. Comissário do Japão

(Tradução de Aldo Bocchini Neto)

61
APRESENTAÇÃO MEXICANA NA XVI BIENAL DE SÃO PAULO MÉXICO

o Instituto Nacional de Bellas Artes, para participar TALLER DE EXPERIMENTACIÕN GRÁFICA


da Bienal de São Paulo de 1981, optou por atender a
duas das modalidades do Núcleo I da Convocatória: O Taller de Experimentación Gráfica se forma em
a) a que se refere à produção artística que emprega 1980, no Centro de Investigación y Experimentación
meios de comunicação e processos denominados de Plástica do INBA.
intermedia (entre os quais se destacam os Iivros-de-
artista); b) a que coleta trabalhos "que revelam novas Surgiu fundamentalmente do interesse de Oliverio
pesquisas no âmbito dos veículos tradicionais da arte". Hinojosa em buscar meios que facilitassem a aprendi-
zagem e a formação de produtores plásticos contem-
LlVROS-DE-ARTlSTA porâneos, de artistas que - conscientes de sua reali-
dade sócio-política e comprometidos com a necessi-
o livro-objeto, entendido em sua dimensão puramente dade de participar do processo histórico a que assisti-
formal, ultrapassa os limites do escrito, salta das pá- mos cotidianamente - procurem novos conteúdos e
ginas ou se concentra nelas para gerar uma obra aber- suportes visuais; que questionem, transformem e res-
ta, para configurar uma forma perfeitamente própria, pondam a essa realidade através da imagem crítica do
que se aproxima da escultura, sem deixar de ser grá- objeto plástico.
fica ou de apelar a outros instrumentos como a foto-
grafia. Inicia-se, então, uma busca de novos temas, formas e
conteúdos, empregando meios muito mais acessíveis
Se o artista toma o livro como um desenvolvimento, a e contemporâneos, paralelamente ao desenvolvimento
estrutura da seqüência lhe serve para criar uma obra de diversas técnicas.
em movimento ou para aproveitar a série como ins-
tância plástica - um recurso que, por sua autonomia, Como o mimeógrafo possui excelentes características
converteu-se em categoria da arte. De página a página, como instrumento didático, por sua rapidez e qualida-
o espectador recria e reelabora uma narração visual. de de impressão, e é, ao mesmo tempo, um veículo de
expressão com enormes possibilidades, o Taller o uti-
o livro pode ser também livro-arquivo, espaço no qual liza como suporte visual juntamente com o molde e a
se acumulam, mediante distintas técnicas, fragmentos colagem, para fazer pesquisas e experimentos com a
de livros, materiais de detrito, colagens, pinturas, gra- imagem.
fismos: a letra e a imagem convivem, armazenam
dados, dispersam-nos, lançam ao espaço - como li- A experimentação dentro do Taller se traduz numa ati-
nha, como pintura e até como volume - mais e mais tude de busca dos meios adequados aos novos con-
significações. teúdos que emergem da realidade sócio-política.

Os Iivros-de-artista - título singularizado em virtude Dentro do processo de produção de imagens, existem


de se terem convertido, por direito próprio, num gê- três momentos importantes: o da pesquisa (de temas
nero específico dentro das artes plásticas - consti- e conteúdos); o da experimentação (de suportes e
tuem uma forma que condensa uma multiplicidade de meios adequados aos conteúdos); e o da exposição
propostas. Produto de circulação de massa, modelo de do objeto visual.
reprodução da cultura, o livro pode ser um artigo de
absoluta exclusividade, obra única. Plural ou pessoal, Como os integrantes do Taller trabalham dentro de
em ambos os casos tem tido no México uma presença um mesmo espaço, desenvolvendo suas próprias for-
significativa entre as manifestações da arte atual, o mas de expressão, surge a necessidade de criar traba-
que deverá se reiterar na mostra de São Paulo. lhos coletivos. Criações maiores em dimensão, mas
também no que se refere à projeção do objeto plásti-
PESQUISA GRÁFICA co: os ambientes gráficos. Um ambiente gráfiCO pro-
põe um discurso visual definido, em que existe um
No que se refere às "novas pesquisas" nos âmbitos desenvolvimento temático mediante uma sucessão de
tradicionais da arte, o Instituto Nacional de Bellas imagens que são a resposta às questões levantadas ao
Artes apresentará na Bienal de São Paulo uma obra longo do processo criativo.
coletiva dos artistas Oliverio Hinojosa (coordenador),
Clara González, Carlos Luciano, Flor Minor e Gildardo
González Garea, integrantes do Taller de Experimen- Coordenador: Otiverio Hinojosa
tación Gráfica, criado em 1980 dentro do Centro de
Investigación y Experimentación Plástica do INBA. Integrantes: Clara González
Surgindo como um núcleo inquieto e com uma vasta Gildardo González G.
capacidade de invenção, o Taller se constituiu para Carlos Luciano
atender a um interesse do INBA em dar impulso a Flor Minor
formas plásticas novas num contexto social de massa,
contraditório mas, ao mesmo tempo, cheio de expec-
tativas críticas que questionam a imagem plástica. México, 1981

Instituto Nacional de Bellas Artes (Tradução de Neide T. Maia González)

62
TESTEMUNHO, PESQUISA E EXPERIMENTO PANAMÁ

Nessin Bazan, Adriano Herrerabarria, Ignacio Mallol, (ecidos, dando oportunidade a pessoas de grande ne-
Luis Aguilar Ponce, Tabo Toral, Alicia Viteri, Emilio cessidade de expressão e com fortes convicções.
Torres e o grupo Ars Natura representam, nas artes
visuais contemporâneas do Panamá, um conjunto de Essa brecha aberta tem sido ocupada entusiasticamen-
artistas cujos interesses subjetivos variam, mas que te por uma crescente e importante coletividade de ar-
coincidem através da estética, nos objetivos da comu- tistas desejosos de se integrarem ao progresso da
nicação. comunicação no continente americano.
Esta XVI Bienal Internacional de São Paulo oferece ao
o testemunho, a pesquisa e o experimento são o re- artista panamenho a ocasião de participar novamente
flexo da inquietude efervescente da potente manifes- do encontro internacional. O Instituto Nacional de Cul-
tação artística que fervilha e cresce em nosso trópico. tura agradece o impulso moral de Esther Emílio Carlos
que, pessoalmente, motivou e encorajou nosso país à
o peso das influências estranhas, a monotonia e a participação.
repetição de artes comerciais no mercado e o desejo
de superação produzem a ruptura de cânones estabe- Departamento de Artes Plásticas

(Tradução de Neide T. Maia González)

63
MIGLlORISI PARAGUAI

Os trabalhos de Ricardo Migliorisi se dão, nesta expo- tesco de suas situações, estão na dependência de algo
sição, em três níveis: a) as pinturas maiores (de maior que está além do cenário-quadro.
tamanho); b) as pinturas de formato pequeno; c) os
desenhos e esboços. A diferença entre esses três ní-
.
A linguagem da historieta, ou melhor, do desenho rá-
veis não está apenas no tratamento técnico ou da cor, pido, do esboço, é aqui determinante; ao contrário de
mas afeta a solução formal da imagem e supõe con- suas pinturas de maior tamanho, a escamoteação do
teúdos semânticos diferentes e diferentes estágios ser dos personagens, o mistério, o segredo dos mes-
no desenvolvimento de seu trabalho. Por outro lado, mos não se apóia no ocultamento ou no sombreado,
esses níveis (por denominarem de algum modo esses mas na sensação (no fato) de que eles nunca estão
momentos, já que os mesmos não constituem mera- terminados, são esboços, são croquis ou, então, são
mente séries diferentes dentro de um mesmo proces- caricaturas; signos de outros seres que nunca são
so) têm em comum o fundamento da forma específica representados. Mas esses personagens, petrificados
de Migliorisi receber e expressar a realidade e, sobre- em sua solidão, fixos no tempo, habitantes de um
tudo, as relações do homem com essa realidade. mundo alucinante, aparentemente hermético e irre-
dento, têm, no entanto, uma possibilidade de saída -
Nas pinturas de maior tamanho, Migliorisi inicia a e Migliorisi propõe algumas chaves que facilitam essa
busca de caminhos novos. A imagem, com um maior possibilidade:
realismo de tendência neofigurativa, é resolvida for-
malmente segundo critérios mais meditados, mais or- 1. Os personagens estão rodeados de objetos, paisa-
denados, talvez (ainda) mais contidos. A cor, tratada gens, animais, frutas.
com maior suavidade, configura ambientes esfumados,
transparências. O espaço é um clima espesso, no qual A circunstância do homem é expressada por meio de
se confundem personagens e fundos, feitos de uma objetos pequenos, cotidianos, quase ridículos: um
mesma substância, e que se opõe a outra dimensão: guarda-chuva, um peixe, uma melancia, um apontador
a dos elementos que unem, cobrem, esfumam e reco- que, embora se oponham ao homem-esboço, nunca ter-
brem - as máscaras, as cordas, os arames e as ban- minado, sempre esperando, levam a marca do homem,
dagens. Os personagens deste nível são mais vivos estão culturizados. O movimento das figuras estáticas
que as figuras hieráticas e quase imóveis de outros é expressado por meio deles; são os depositários do
níveis; estão tensos, expectantes, contraídos. Mas pa- tempo do homem, os símbolos de sua ação secreta.
gam o preço desse" naturalismo" ao serem mediatiza- Os grafismos, quase ilegíveis sempre, não têm qual-
dos por ataduras, planos transparentes, véus, som- quer conteúdo semântico de ordem literária, não são
breados, ao serem acossados por seus pensamentos- mais do que outros objetos que, com um valor sim-
grafias, por seus fantasmas-Erínias, que nunca lhes plesmente icônico, sombreiam ou sujam o espaço, sig-
permitem ser completamente - ou pelo menos mos- nificando um rastro, uma história que o homem mos-
trarem-se completamente - e fazem com que se man- trado pelas quietas caricaturas poderia ter realizado
tenha a ambigüidade - o mistério - de suas próprias
ou pensado.
realidades.

Nas pinturas de formato pequeno e nos desenhos, Mi- 2. O erotismo, que anima toda a obra de Migliorisi,
gliorisi assume com maior força e totalidade de suas como sutil subentendido, como símbolo ou como ima-
possibilidades expressivas; é ele mesmo e manipula gem explícita, reforça, muitas vezes, com sua densa
seus signos, seus repertórios, sua imaginária mítica carga semântica, o clima onírico e obsessivo da obra,
com total liberdade; num terreno bem conhecido, su- mas constitui a possibilidade de uma saída, uma porta
perando apriorismos, ordenamentos, reflexões, dando aberta para a comunicação e a solidão de seus per-
asas a uma imaginação delirante, a uma fantasia qua- sonagens.
se doentia, inventando climas obsessivos, depesade-
los, criando situações absurdas, mágicas, abrindo no- 3. O humor, ácido, ferino, às vezes quase ingênuo, ali-
vos caminhos ao grotesco e ao Kitsch. A cor se torna via e modifica muitas vezes a atmosfera angustiante
densa, violenta; também ela supera seus limites (por da obra. O humor dá a possibilidade de assumir o dra-
mais que na obra de Migliorisi, no fim um desenhista, ma ou de evadi-lo, e o sentido farsesco e lúcido da
seja sempre a linha o significante que predomina em obra de Migliorisi deixa sempre aberta a possibilidade
última instância). O clima assim criado constitui uma de que essa realidade dramática e angustiante não
ambientação quase cenográfica; há sempre um sen- seja nada mais que pura ficção, um jogo, uma brinca-
tido de espetáculo, de teatro, de circo, de music-hall. deira terrível.
E nesse espaço coreográfico, rígido às vezes, Miglio-
risi situa seus personagens quietos, hieráticos, silen- Ticio Escobar
ciosos que, alheios à sua própria absurdidade e ao yro- Assunção, .1979

(Tradução de Neide T. Maia González)

64
KREBS, PISCOVA, WONG E RIVAS PERU

fiElla Krebs pinta com audácia e segurança. Seu firme de Pintura, no Mé>(ico (Museu Carrillo Gil, Cidade do
desenho e sua coloração audaz, assim como o vigor de México).
sua impostação, não excluem nem diminuem sua femi-
nilidade, que se soma àquela firmeza, como numa co- Sua atividade no campo da tapeçaria mural contempo-
luna coríntia somam-se a graça e a força". rânea a· leva a ser convidada para expor suas obras
em Quioto (1977) e Tóquio (1978). O Peru é represen-
Assim recebem os críticos de arte de Lima (A. Flores tado, assim, pela primeira vez, numa exposição desse
Estrada, EI Comercio, novembro de 1951) a primeira gênero.
exposição individual de Ella Krebs. Nesse ano ela se
gradua, tirando o 1.° Prêmio, na Escuela Nacional de Retorna a Lima em 1978 e, enriquecida por sua expe-
Bellas Artes de Lima. Parte em seguida para uma via- riência dos últimos três anos, realiza três exposições
gem de aperfeiçoamento na Europa, onde pesquisa e individuais, em 1979, 1980 e 1981, na Galeria Fórum.
trabalha em Roma, Paris, Madri e Londres, durante Nesse período retoma um óleo maduro e firme em
dois anos. definições plásticas, no qual a força de resolução se
apóia num livre jogo de seu tradicional esbatido e na
Nessa época, a pintura de Ella Krebs se caracteriza soltura de sua decidida ênfase colorista.
por uma figuração esquemática, com um suporte téc-
nico de óleo escovado (ou raspado) sobre madeira. Já PISCOVA
desde essa época distingue-se o selo pessoal de seus
esbatimentos sutis e o início do desaparecimento das A incessante, ambiciosa exploração das formas que ca-
figuras em sua obra. racteriza a obra escultórica de Herman Piscoya impe-
liu-o a uma busca sistemática de novas relações com
Em 1959, obtém a Menção Honrosa do Prêmio Nacio- a realidade. Piscoya procura, primordialmente, o des-
nal de Pintura e, em 1961, seus três quadros recebem vendamento da intra-realidade, essa região íntima, mi-
o Prêmio Nacional Ignacio Merino, o que a consagra neral e amiúde inacessível, que escapa ao olhar super-
definitivamente entre os pintores peruanos de primei- ficial e que, pela mesma razão, o artista procura obje-
ra linha. tivar em estruturas estéticas permanentes.

Em 1963, depois de uma importante mostra de pintura Dentro desse processo tenaz, admiramos as formas
latino-americana, o crítico peruano Fernando de la arborescentes brotadas nos esbeltos bosques metáli-
Presa, de La Prensa, diz: ..... Fazia-se necessário cos revelados por Piscoya em suas audazes imersões
apresentar uma mostra reafirmativa da pintura perua- nas profundidades inéditas da matéria. Uma inusitada
na de nosso momento. Isto é o que fez o IAC apre- florescência de nervação cuprífera, de pétalas e folhas
sentando oito dos melhores pintores de hoje. São: de bronze, brotou estrondosamente ao ser liberado
Grau, Springett, Szyszlo, Galdos, Ella Krebs, Milner e pela escultura de Piscoya o universo reprimido pelo
Shinki. Destacam-se dois dos pintores jovens deste invólucro superficial da matéria.
momento: Ella Krebs e Shinki".
Romper o invólucro aparente, descobrir novos mundos
Em 1965, é convidada pela OPIC (Organización para la de formas, ocultos por formas de superfície, liberar o
Promoción Internacional de la Cultural, com sede na caos soterrado dentro da matéria e aquietá-lo, orde-
Cidade do México, onde expõe na Galería de la Casa ná-lo, criar estruturas harmoniosas, sabiamente equi-
de la Paz. libradas por um segundo toque da mão do homem. Eis
aqui a missão desse artista dotado de olhos ultrater-
Nesse momento, os óleos de Ella Krebs mostram uma renos, que perfuram a pedra e o metal para nos colo-
busca aberta para a textura, sem se afastarem, no en- car diante de uma nova e profunda dimensão da be-
tanto, dos característicos esbatidos. leza; uma beleza que requer cânones diferentes para
seu julgamento, porque a estética em voga foi elabo-
Daqui parte para uma etapa de pesquisa que a afasta rada a partir de uma fenomenologia construída de uma
temporariamente do óleo. Encontra em malhas de perspectiva unidimensional.
arame superpostas um efeito óptico de vibração e
volume. Expõe os resultados dessa experiência em Piscoya agora mudou o rumo de sua febril exploração
1968, na Galeria da Fundación para las Artes de Lima. de novas realidades, para manter um diálogo, quiçá
mais sereno, com a natureza física criada pelo homem.
Essa enriquecedora experiência e a familiaridade com Se podíamos dizer que, em sua primeira etapa, Piscoya
o volume a levam, no ano de 1970, a experimentar invadiu os territórios da 'natUreza em bruto, dos mine-
com mais audácia o uso de materiais não-tradicionais. rais puros do Gênesis, para emancipar o que o Grande
Em sua busca de volume, sem abandonar o trabalho Demiurgo havia recluído na intra-realidade, agora sai
da cor, abre uma etapa de obras que chama de "fibro- para explorar aquilo que adquiriu contextura e que foi
estruturas", inscrevendo-se assim entre os artistas regulado pela inteligência do homem. Vai, pois, da
plásticos que renovam a tapeçaria contemporânea Natureza à Tecnologia, das nervações secretas dos
mural. Não abandona, no entanto, seu domínio do óleo minerais às formas estéticas indeliberadamente cria-
e participa nesse período da Bienal Ibero-Americana das pela técnica. O homem submeteu a natureza bruta.

65
virginal, para colocá-Ia a seu serviço, ainda que, bus- altas distinções, com numerosas exposlçoes e com
cando a construção de universos, tenha encalhado pe- um trabalho considerável nos diversos ramos da gra-
rigosamente na destruição de universos. vura artística profissional.

O resgate desse último dever humanista da Técnica A um desenho seguro e delicado, Huerto Wong une
não se conseguirá tão-somente por meio das regula- um sentimento muito atual da forma e uma constante
mentações científicas ou legais. Obter-se-á, fundamen- preocupação pelos problemas do homem. Em suas
talmente, pela recuperação - ou descobrimento, se composições, que parecem prisioneiras de seus con-
se preferir - da inadvertida estética subjacente num tornos irregulares, agita-se, entre elementos geomé-
encanamento simétrico, num feixe de chaminés, numa tricos, uma humanidade fragmentada e dispersa, que
serpentina de oleodutos sobre o deserto cinzento, no não deve ser tomada como um jogo de simples ele-
íntimo tecido labiríntico que esconde um computador. mentos plásticos, mas como a expressão complexa e
pessoal da preocupação humana do artista.
Piscoya instaura um processo aberto à técnica, com-
preendendo que sua redenção se poderia dar pelo ca- Teodoro Núnez Ureta
minho da beleza. Piscoya questiona em profundidade
sua deformação desumanizadora, instando à recupera-
ção da Técnica pela Beleza. o ARCO-(RIS DE ENRIQUE GALDOS RIVAS
~ por isso que, nesta nova fase de sua exploração, ele Nem as coisas nem os homens podem se desvincular
nos põe diante de novas formas que, ao mesmo tempo, de seu passado; por isso a temática das obras de
são velhas. Porque a funcionalidade fenícia, a-humana, Galdos Rivas está inspirada, ou melhor dizendo, ligada
envelhece e degrada a Técnica, enquanto a Beleza a ao passado de um povo e possui essa velha essência
conduz ao reencontro de seus postulados humanistas incaica que cada peruano carrega no sangue.
superiores: servir ao Homem, não envilecê-lo; prote-
gê-lo, não destruí-lo; refazer a vida contemporânea, I: uma criação sofisticada, com os mesmos valores de
devolvendo-lhe seu velho ofício de arte, de ars vivendi. arte pura, abstrata, que revela toda uma escola em
técnica e manifestações imaginárias, e que ficará
Mario Castro Arenas como característica, marcando a arte desta última
etapa do século XX.

WONG Não vemos paisagem somente quando há árvores, pra-


dos, montanhas e flores. Vemos paisagem também
A arte da gravura tem, em nosso país, uma história nesse artifício de cores, nesse desvanecer e nessa
relativamente curta. Há poucos gravadores no século distribuição harmônica de planos. Mas, se o arco-íris
XIX, a maior parte deles estrangeiros e, até o presen- nasce de um namoro das gotas de água com o sol,
te momento, o que mais se tem praticado é a xilogra- assim a obra de Galdos Rivas se formou a partir de um
fia, arte vigorosa e direta, mas que não preenche as namoro do pincel com as cores, com a tela e com a
inúmeras possibilidades da expressão gráfica. ~ breve própria natureza.
a história de nossa gravura, mas de uma alta quali-
dade artística, para a qual têm contribuído decidida- Esta pintura tem uma grande força expressiva e comu-
mente a Escuela Nacional de Bellas Artes e a Escuela nica, através do festim estético de suas cores, uma
de la Universidad Católica. mensagem de beleza tão bem-sucedida, que bem se
poderia dar a seu autor o título de .. O Mago da Cor".
Entre esse grupo de jovens artistas se sobressai, sem
dúvida, José Huerto Wong, graduado na Escuela Na- Karl Buchcholz
cional de Bellas Artes, premiado já várias vezes com Bogotá

(Tradução de Neide T. Maia González)

66
ARTISTAS POLONESES POLÔNIA

A gênese é o desenho. É o vestígio impresso no solo, A necessidade de voltar às origens manifestou-se tam-
eternizado na parede de uma grota rochosa, nas ferra- bém nos artistas que nunca se afastaram da obra-obje-
mentas primitivas e em objetos de uso cotidiano. A to, que não perderam a fé na função cognoscitiva ou
partir dele começa a arte, é ele quem determina as interpretativa da arte. No entanto, como que sob a in-
direções das transformações da arte, é ele quem for- fluência da atmosfera gerai, como que para confirmar
nece a primeira possibilidade de registrar as idéias e suas convicções, eles também tentam alcançar a esta-
as concepções artísticas. Além disso, muitas vezes é ca zero, tentam chegar ao posto em que, como acon-
o ponto de partida, o esboço do quadro, da escultura, tece nos casos de Dobrowski ou Halas, começa a vida
da anotação plástica. É também obra autônoma, em biológica, onde da escuridão e da luz surge uma nova
que de maneira mais plena manifesta-se a individuali- forma. Esse ponto, esse lugar eles o marcam por in~
dade do criador. Isso resulta tanto de sua forma ascé- termédio dos mais simples meios plásticos - somen-
tica, quanto das propriedades grafológicas. Pois tal te aqueles meios evidentemente indispensáveis. Tal-
como a partir da escrita, da letra, é possível determi- vez estejamos diante do ponto em que está nascendo
nar o estado de espírito do autor, sua maneira de a arte de amanhã.
reagir e sua tensão psíquica, da mesma forma o tipo
do risco e as dimensões da mancha na composição do Mariusz Hermansdorfer
desenho revelam mais sobre o artista do que compo-
sições monumentais meditadas e elaboradas nos mí-
nimos detalhes. KAROL BRONIATOWSKI

Essas características são conhecidas de há muito tem- Karol Broniatowski estreou em 1970 com um conjun-
po e de há muito tempo se analisam desenhos procu- to de figuras que constituem um ambiente de grande
rando neles o instante do nascimento do estilo ou da força de expressão. Figuras em tamanho natural fo-
direção artística, assim como a maneira da formulação gem de algo que ameaça sua existência, que provoca
dos pensamentos pelos artistas. Tem-se procurado um pânico geral. Apresentadas em diversas exposi-
aquilo que é primeiro, aquilo que apenas está come- ções, individuais e coletivas, essas figuras mudam de
çando, que surge sob a influência do instante preciso, lugar no grupo, sobem às paredes da sala, vêm voando
no momento de concentração, da meditação sobre o do espaço ou formam um círculo sob o teto, como foi
início. o caso, por exemplo, da Bienal de Veneza em 1972.
Compõem uma sociedade submetida a pressões, ao
terror da ameaça; uma multidão em que podem se dis-
o mesmo acontece com os desenhos executados tinguir individualidades, mas em que existe também a
nos nossos tempos. Talvez de uma maneira mais ní- unificação de atuações e de experiências.
tida que no passado, os desenhos servem aos pró-
prios artistas para meditarem sobre os valores bási- Inicialmente dominam as diferenças. Nota-se isso niti-
cos e as possibilidades da arte, sobre a forma e o damente nos movimentos das figuras, algumas das
conteúdo, sobre o que resulta da composição dos quais abraçam as cabeças num gesto de proteção, en-
riscos os mais simples, de pontos, de comprimento quanto que outras mantêm rígidos seus corpos des-
das linhas, dos princípios da geometria e da matemá- providos de mãos. Os rostos de todas elas lembram
tica. Após a crise ocasionada pela ruptura das estru- máscaras expressivas e irreais. O primeiro ambiente
turas plásticas válidas até então, após a rejeição da do artista é uma continuação e um desenvolvimento
obra-objeto, após a liberdade ilimitada do período con- daquilo que as obras de Alina Szapocznikow e de
ceituai, o artista contemporâneo volta de novo às ori- Jerzy Jarnuszkiewicz iniciaram na Polônia nos anos 50.
gens. Como se quisesse começar tudo de novo, desde
o início, como se quisesse de novo viver a fascinação As esculturas executadas por esses artistas - silhue-
que de certo fora a do autor anônimo do primeiro orna- tas de pessoas golpeadas por um perigo mortal - são
mento, da primeira representação plástica das leis da como que antecessores remotos das figuras de Bro-
natureza. Naquele tempo tudo estava apenas come- niatowski. Apesar de operar com um número maior de
çando ou estava por começar, a maneira da gravação figuras, apesar de uma repetição parcial das formas,
estava concretizando a idéia apenas descoberta, mas os trabalhos desse artista continuam a se situar no
agora tudo é diferente. Agora, dentro das já conheci- círculo da escultura tradicional. O mais importante aí
das combinações básicas de formas, procura-se uma é o homem e as experiências por ele vividas. Colo-
maneira de salvar a arte da crise, na qual está mergu- cado no meio de outros, conserva a sua individualida-
lhada após um período de atos conscientes de auto- de. Como conseqüência, as reações da multidão são
destruição. Daí, o número tão considerável de traba- uma resultante das experiências dos indivíduos e o
lhos-sistemas, em que o mais importante é a coerência desenvolvimento da situação, a soma das atuações
interna da obra, daí os desenhos a respeito do dese- individuais.
nho, daí as linhas, os algarismos, as figuras geométri-
cas, as combinações de pontos dando a imagem tão- O número de figuras que integram a composição pode
somente daqUilo que são. O sinal significa aí o mesmo ser modificado, mas dentro de certos limites. A redu-
que a significação, não se refere a mais nada, não ção do número de figuras a apenas alguns exemplares
sugere nada além de si próprio. restringe a força de expressão do todo, muda a com-

67
posição monumental em composição de câmera, mas considerável de sociedades compostas de títeres hu-
não tem influência fundamental sobre a idéia da repre- manos, de manequins sem individualidade que podem
sentação. No entanto, o aumento exagerado do número ser facilmente manejados; daí sua imagem de figuras
de figuras faz com que desapareçam as diferenças em de jornal multiplicadas de Broniatowski.
seu procedimento, a ação torna-se pouco clara e, por
isso mesmo, mudam os princípios fundamentais da A partir de 1975 o material de suas figuras identifica-
concepção. se com o uniforme com que a imprensa reveste a so-
ciedade, com a principal maneira de criar o modelo do
Após um período de cinco anos de realização desses homem contemporâneo. É verdade que em Perigo, a
princípios, após sucessivas versões do ambiente, ope- primeira série de figuras, de 1970, o artista empregou
ra-se uma mudança significativa na obra de Bronia- jornais como material, mas a segunda composição es-
trowski. As figuras criadas em 1975 executam gestos pacial foi feita de couro (Karol Broniatowski, 1971). O
idênticos e seus rostos lembram as faces estereoti- artista tratou de maneira relativa o material escolhido,
padas de manequins. A multidão compõe-se agora de dependendo das necessidades técnicas e não dos prin-
figuras que correm na mesma direção. Pequenas dife- cípios ideológicos. O emprego posterior dos jornais
renças nas cores dos corpos, nas cores e nos frag- impregnados de plástico já teve outro caráter: foi in-
mentos dos jornais de que as figuras foram feitas, teiramente determinado por princípios da concepção
não individualizam as diferentes pessoas. Devido à da obra. O material corresponde aí ao sentido da com-
multiplicação da mesma figura obteve-se um coletivo posição, aponta as origens dos gestos idênticos, da
de característicos universais, criou-se um modelo es- aparência e do modo de comportar-se das figuras.
quemático de homem. Ao criar esse modelo, Bronia-
towski rejeitou tudo que decidia ou poderia decidir a O número das figuras multiplicadas pode agora ser
possível individualização das diferentes figuras. A aumentado ou diminuído à vontade. Elas podem ser
unificação abrangeu tanto a forma, quanto os movi- infinitamente numerosas ou algumas dezenas, podem
mentos das silhuetas. As superfícies ásperas dos cor- ser somente uma, se conservarmos a noção de sua
pos foram substituídas por formas arredondadas, sua- identidade com a multidão das figuras restantes. É
ves. Desapareceram também os rostos-máscaras, cuja assim, porque em cada situação é o mesmo modelo
expressão dramática sugeria experiências interiores de características bem definidas, uniformizadas.
dos heróis dessa peça. Como conseqüência, operou-se
uma inversão total do papel e da significação do in- Esse modelo torna-$e também objeto de um jogo inte-
divíduo na sociedade. Nas versões anteriores do am- lectual que Broniatowski joga desde 1976. O artista
biente o artista mostrava o homem na coletividade, destaca da multidão üma das figuras e amplia-a até
agora representa como que um reflexo da coletividade que suas partes, obtidas da divisão simultânea da si-
no homem. lhueta, segundo um módulo adotado, perdem a união
visual com a figura humana. Com os 93 elementos
o efeito obtido revelou-se igualmente chocante e rico assim obtidos, executa mais de dez peças, empre-
em possibilidades de novas interpretações. Destituin- gando materiais contrastantes: jornais e granito. Em
do, como que cirurgicamente, a figura humana de tudo seguida, executa" a· operação contrária - diminui as
que constitui sua personalidade, Broniatowski criou partes de sua figura até que se percam em formas
uma situação idêntica àquela que existe no mundo simbólicas de esferas, e em seguida dispersa-as em
contemporâneo. Seu herói corresponde perfeitamente forma de sinais em código Morse. Essas atuações são
ao modelo estereotipado de homem moderno, multipli- acompanhadas pelos textos do artista, que neles ex-
cado num número ilimitado de exemplares pela im- plica detalhadamente os princípios das operações que
prensa, pela rádio e pela televisão. Correndo pela vida, produz. Sem entrar em mais detalhes, digamos, para
o super-homem o faz com pleno empenho biológico, terminar, que o sentido básico dessas operações con-
sem sombra de dúvida e sem meditação intelectual. siste em produzir uma metamorfose poética, concei-
Ao mesmo tempo, constitui um padrão, o modelo ideal, tuaI, do modelo estereotipado do homem num verda-
o ideal que pode ser atingido por qualquer um. O es- deiro Big Man. '
forço que se tem de fazer é relativamente pequeno e
a maneira de agir é simples e clara. Daí o número Mariusz Hermansdorfer

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PINHEIRO, GUIMARÃES, SENA PORTUGAL

A representação portuguesa à XVI Bienal de São Paulo que por motivos alheios à sua vida artística. Todavia,
é exclusivamente constituída por pinturas e os três aproveitando essa longa estadia, estuda etnografia e
artistas, selecionados de tendências bem diferencia- arte negra, estudos esses que o levam a um projeto
das, refletem algumas das principais correntes estéti- apaixonante de tentar uma síntese de duas culturas.
cas praticadas no nosso país. José de Guimarães elabora criteriosamente uma série
de formas simbólicas que utiliza com maestria, conse-
A razão da escolha destes três pintores é coerência guindo finalmente um verdadeiro entendimento da cul-
da evolução da sua obra feita de grande reflexão, tra- tura africana. É esta a grande descoberta que vai uti-
balhada por vezes até a exaustão, sem contudo se tor- lizar sucessivamente nas séries: O Circo, Os Amantes,
nar monótona. Os Atletas, Rubens, e finalmente nas variações Camo-
nianas que apresentamos nesta Bienal.
Jorge Pinheiro - Foi um dos elementos fundadores
do grupo 4 Vintes e praticou inicialmente uma pintura António Sena - Pratica desde o princípio dos anos
figurativa. Porém, na segunda metade dos anos ses- sessenta a escritura automática. Na pintura utiliza o
senta começa a elaborar obras de características abs- desenho como um processo para valorizar fenômenos
tracionistas. inerentes à nossa cultura, servindo-se também de car-
tas, anotações, documentos que constituem uma espé-
Diversos elementos, alguns bem portugueses, como cie de diário da nossa vida privada ou social.
o azulejo, influenciaram a sua obra.
António Sena procura assim analisar e classificar os
Ao longo dos anos setenta a sua pintura depurou-se, elementos que utilizou sempre no seu trabalho, tendo
a cor é sabiamente utilizada e os sinais adquirem um como finalidade a descoberta de uma nova estrutura
ritmo e transformam-se numa escrita em que a musi- espacial e estética.
calidade e o lirismo estão sempre presentes.
José Aleixo Sommer Ribeiro
José de Guimarães - Após estudos em Lisboa e na Eu- Diretor do Centro de Arte Moderna
ropa, permanece um longo período em Angola, ainda da Fundação Calouste Gulbenkian

69
JORGEN SCHIEFERDECKER, POR ELE MESMO REPÚBLICA DEMOCRATlCA ALEMÃ

o meu trabalho não é só um resultado da minha ne- artísticas: o que não atinge o pensamento e o senti-
cessidade de expressão individual e da tentativa do mento dos contemporâneos agora, no futuro só poderá
auto-entendimento como impulsos subjetivos da von- exigir pouco interesse.
tade de criação artística. É mais que isso. Desde cedo
apresentou-se-me um dos aspectos mais fascinantes Neste sentido, pretendo com minhas obras, por assim
do meu trabalho: ele me dá - através das minhas dizer, traçar para o observador campos de pensamen-
obras - a possibilidade de poder ativar a socieda- to que - com uma posição básica indubitável - estão
de ... suficientemente abertos quanto ao seu conteúdo e for-
malidade para conceder-lhe espaço amplo para asso-
E com respeito às impressões que partem de obras ciações individuais.

70
SCHOOFS REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA

Desenho e pintura são irmãos gêmeos, parecidos em beu de acréscimo a ilusão espaço-corpo, até o ris.cado
seu caráter e comportamento, um apoiando o outro. E com sua riqueza expressiva, e até sua condensação a
mesmo que o primeiro sinta a missão de dar ajuda partir das próprias possibilidades; da indiferença de
fraternal a todas as outras artes, e que o segundo te- um artista, inicialmente abstrato, face aos dados natu-
nhacomo referência só a si mesmo, o parentesco en- rais até um aprofundamento cada vez mais fascinado
tre ambos, através de espaço e tempo, permanece o por eles, até a descoberta de que toda criação de for-
mais próximo e mais íntimo. Ambos estão presos ao mas, seja ela desenvolvida organicamente ou construí-
plano, ambos existem graças ao traço feito a mão. da geometricamente, tem sua origem, seu princípio
Aberto e disponível para tudo, o desenho não tem pre- regulador, sua imagem especular na essência, aparên-
conceitos, parece que não exige qualquer pressuposto; cia e resultado do crescimento biológico,expressão
no fundo, todo mundo deveria saber desenhar e fazê-lo de forças de caráter vital e letal, de impulso e dimi-
do melhor modo possível para seus objetivos; mas, . nuição, adaptação e relaxamento, aceleração e desa-
se o desenho deve ter valor próprio, ele faz exigências celeração, vontade de atingir o objetivo e impedimen-
máximas, que apenas o desenhista nato sabe satisfa- to, dureza e finura, nitidez e esmaecimento.
zer, aquele que, por um lado, desenha para desenhar
e, por outro, usa inteligência, imaginação, senso críti- Com meios lineares e escriturais obtém-se uma rique-
co e sensibilidade como meros vetores que movimen- za expressiva que, sem considerar o talento nato, sem
tam a linha e se deixam movimentar por ela. Embora o qual nada de artístico acontece, deva ser creditada
toda arte seja resultado de uma tal reciprocidade, nas- a um longo, incessante trabalho crítico do artista; e
cendo como que de um jogo de perguntas e respostas mesmo assim, por não ser iniciado, ele contribui, de
entre a obra e seu autor,em nenhum caso esse cir- maneira informal, com impulsos novos e próprios para
cuito é tão fechado como no desenho. Ele corresponde o repertório geral da arte de desenhar, sobretudo na
ao escrever, à fixação, à anotação; realiza-se com os medida em que em sua obra o desenho aprende a se
mesmos meios; é tão abstrato e imediato como eles. levar. a sério enquanto desenho.
Riscar, escrever em cima, dar precisão, fazem com
que o acontecido aconteça outra vez no mesmo lugar;. A dignidade do desenho é sempre também definida
o que está fixado é enriquecido, comentado, fixado por pela consciência da dignidade do ato de desenhar. On-
aproximação, mas as tonalidades e vibrações que o de nada desvia a atenção sensorial daquilo que se
acompanham obrigam o espectador a voltar constante- realiza, a responsabilidade do realizador fica evidente-
mente à linha; o que ultrapassa sua parição em ponto, mente maior; nada e ninguém libera o artista dessa
linha e extensão do plano é sua própria realização. responsabilidade, ele tem de assumi-Ia co'mo sendo
Aberta, mas cheia de segredos, ela é tão completa dele e tem todo o direito de fazê-lo.
quanto possível. Assim, quem contempla um desenho
está tão disposto a dar como a receber. Quem não Além do zelo, Rudolf Schoofs introduz em seu trabalho .
quiser ou não puder fazê-lo, se fixa na maior evidência dois recursos importantes para ele: gosto e impres-
de sentido da. pintura e escultura, recebendo desta sionabilidade.Sensível às impressões, ele freqüente-
uma corporal idade tátil e daquela estímulos de cor e mente dá notícia imediata daquilo que o fascina no
ilusão de espaço. . mundo exterior. Esmos e personalidades se refletem,
assim, não na representação de papéiS assumidos ex-
Na obra de Rudolf Schoofs, não obstante sua múltipla teriormente, nem mesmo comO quando a voz do leitor
atividade gráfica e uma incursão temporária no campo modifica o texto lido, mas como paráfrase, como resul-
das artes plásticas, o desenho está ligado antes de tado de uma reflexão sensorial sobre a impressão en-
mais nada à sua pintura. Pintura e desenho estão, por quanto efeito e ato, como O sentido que foi apreendido
assim dizer, numa correlação dialética. Mesmo na arte no texto com que nos deparamos. Por outro lado, seu
gráfica e principalmente quando a base é fotográfica, gosto confere ao verso o tom próprio e a euforia. Re-
e assim bastante objetiva e neutra, impulsos de pin- ceptivo para o belo em si, Schoofs se empenha para
. tura e desenho se relacionam entre si; aquilo que se que suas obras fiquem belas: sensíveis, harmônicas,
fixou na chapa em termos de desenho, de maneira cla- finas, apesar dé toda dureza, equilibradas quando es-
ra· e definitiva, é entregue ao impulso único da pin- tão soltas. Não se cansar, não se crispar, ser móvel e
tura pela arbitrariedade da coloração e da técniéa de preciso, ficar planando, mas no lugar desejado, tudo
froHage. isso acompanha de modo invisível cada experiência.
Também a distribuição dos pesos, o .equilíbrio entre o
Na. obra de Rudolf Schoofs, o desenho é autônomo no pesado e o leve, o campo aberto e o genso, a forma
seu próprio campo. Evidentemente, foi só aos poucos vibratória ou fixa, acontecem com muita sensibilidade:
que ele desenvolveu riqueza de expressão e valor pró- . esse desenhar no seu conjunto não segue regras fixas,
prio: do esboço e da brevidade de notas, que faz ·com mas a liberdade dos impulsos, sob o controle de uma
que mesmo nas folhas soltas se procurem as obras crítica ligada à capaCidade de fruição.
para as quaiS elas poderiam ter servido como estudos,
passou por um enriquecimento e uma multiplicidade Os desenhos de Rudolf Schoofs são relativamente
de planos; desde a linha que, mais escrita do que de- grandes, referidos a um claro contorno retangular, e
senhada, torna legíveis intenções imagéticas e que, todos feitos a lápis. Com os quadros em acrílico, mais
por meio de cor ou por meio do esmaecimento, rece- ou menos do mesmo tamanho, eles têm em comum o

71
manuseio do pincel como se se tratasse de um dese- mas vazia e petrificada, como um aglomerado confuso
nho, o que faz com que também nas pinturas recentes de elementos particulares, que se despedaçam e ficam
se forme uma espécie de contraponto com relação aos soterrados como sob forte pressão. Muitas das situa-
planos cromáticos em que se inscreve. Alguns dos ções podem ser exatamente localizadas, identificam-
desenhos receberam enriquecimento por acréscimo de se os edifícios característicos ali situados, mesmo
cores de pintura, a outros quadros está subjacente quando não se destacam do contexto, instável e tran-
uma rede estrutural desenhada a lápis. sitório como eles.

A obra de Schoofs como desenhista, tal como surgiu Raramente o caráter anônimo, devorador de toda a
nos anos 70, presentifica, longe de toda ação, o estado vida, da grande cidade moderna foi mostrado com tan-
de ser, evidentemente não como algo estável, mas to impacto. Contribui para isso a rotação diagonal da
efêmero. Se foi precedido por desenhos da anatomia visão de conjunto, sua continuação para todos os la-
do corpo humano e desenhos que imbricaram organis- dos, não limitada pelas margens, mas cortada, não
mo e aparato, o homem, o personagem, passa a apare- oferecendo ao olho, no desassossego das direções,
cer quando mu;ito como citação, por exemplo, em fo- qualquer oportunidade de se firmar, sugerindo um lu-
lhas que se referem a obras de arte mais antigas; e o garinóspito para alguns, distância para outros- algo
corporal é despojado do fisionômico, tornou-se anôni- como neutralidade, não fazer parte; a aparência sem
mo: muitas vezes parece que o modelo foi antes uma vida não permite captar a exigência de proteger a vida
escultura do homem do que o próprio homem vivo, dentro dela. O estilo de desenho parece influenciado
levado da calma tensão de preexistência imagética pelo tema, embora seja o estilo a tornar o tema pos-
para as tensões emotivas de uma revivificação imagé- sível. Também as direções das linhas são controver-
tica. De maneira análoga, aparecem cheias de vida as sas, chocam-se e quebram-se umas contra as outras,
naturezas mortas e paisagens urbanas, os motivos nada vai longe, sem ser ou quebrado ou pelo menos
prediletos desde há muitos anos, embora mostrem an- cruzado. Pilhas e maços de traços curtos, em feixes,
tes o caráter passageiro que a estabilidade, menos o se enfileiram no mesmo sentido, saem da fila, chocam-
florescer que o murchar, à maneira dos esqueletos, se com outras filas. Luz e escuridão, no relevo da ci-
erosão que se aproxima da poeira. Nas naturezas mor- dade de muitas sombras, se dissolvem mutuamente
tas, as linhas vão para todos os lados, impulsos ex- para formar um tom cinzento de pedra e poeira. A pas-
pansivos de crescimento ou congestionamentos de sagem da situação desses quadros para a dos dese-
energia nas linhas quebradas. Através das represen- nhos de paisagens florestais ou vegetação rasteira
tações de vegetação rasteira tais impulsos passam parece apenas uma questão de tempo também na rea-
para estruturas de paisagem, pintadas com técnica de lidade. O tempo é tempo de vida, finito-infinito. O que
transparência. Também com relação aos quadros de é produzido também é retomado. É o ritmo em grande
cidades, as passagens são fluentes; as ruas em meio escala. É possível encontrá-lo nos desenhos de Rudolf
de prédios altos põem o esqueleto a descoberto, os Schoofs, apesar de seus efeitos de atemporalidade,
pontos significativos se apresentam vergados como diluição do tempo, extemporalidade.
órgãos. Apesar disso, a cidade não é mostrada como
algo vivo, não como lugar e área de atividades vívas, Franz Joseph Von Der Griten

72
QUATRO ARTISTAS TCHECOS TCHECOSLOVÁQUIA

A exposição tchecoslovaca na XVI Bienal de São Paulo grafias receberam a Medalha de Ouro no Concurso
apresenta obras de quarto artistas importantes: Internacional de Neuchâtel (1958), o Grande Prêmio
Josef Svoboda, cenógrafo, professor, arquiteto; no Concurso Internacional de Retratos de Budapeste
Martin Martincek, fotógrafo; (1960). Sua publicação de imagens, O Mundo Desco-
Vincent Hlozník, pintor, professor; nhecido, obteve a Medalha de Prata na XI Bienal de
Albín Brunovsky, pintor, encarregado de cursos. São Paulo (1965).
As obras desses artistas fazem parte dos valores es-
senciais da arte tchecoslovaca contemporânea. Na XVI Bienal de São Paulo, apresenta a coleção de
30 fotografias em cores intitulada Homenagem ao Sol.

JOSEF SVOBODA
VINCENT HLOZNfK
Nasceu a 10 de maio de 1920, em Caslav, Boêmia. Es-
tudou arquitetura na Escola Superior de Artes e Ofí- Nasceu a 22 de outubro de 1919, em Svederník, Eslo-
cios de Praga, onde atualmente ministra cursos como váquia.
chefe do ateliê de arquitetura aplicada.
Estudou na Escola Superior de Artes e Ofícios em Pra-
Em 1968, recebeu, por sua atividade artística, o título ga. De 1952 a 1972 foi professor da Escola Superior
de artista nacional. de Artes Plásticas de Bratislava, no departamento de
arte gráfica e ilustração de livros.
!: o principal cenógrafo do Teatro Nacional de Praga,
Doutor honoris causa da Academia Artística de Lon- No campo da arte gráfica, utilizou todos os meios.
dres, Doutor em Arte das Universidades de Ohio e de
Michigan, Cavaleiro das Artes e Letras em Paris. Criou mais de 1.000 folhas gráficas e ilustrou cerca
de 280 livros. Além da arte gráfica, dedicou-se à pin-
No estrangeiro é conhecido sobretudo como o criador tura e à criação monumental (vitrais, mosaicos). Uma
do Polyécran e da Lanterna Mágica, apresentados boa parte de suas obras está dedicada ao tema da an-
na EXPO de Bruxelas, em 1958, da Polyvision e do tiguerra. Recebeu o título de artista nacional.
Diapolyécran, apresentados na EXPO de Montreal,
em 1967, e de numerosas encenações de teatro no Apresentou suas obras em exposições na Tchecoslo-
Scala de Milão, Old Vic de Londres, Teatro Municipal váquia e no estrangeiro. Obteve Medalhas de Prata
do Rio de Janeiro, Metropolitan Opera de Nova York, por suas ilustrações, em Leipzig, o Prêmio de Arte
Covent Garden de Londres, Casa dos Festivais de Gráfica, em Veneza, e outros prêmios.
Bayreuth, entre outros.
Na XVI Bienal de São Paulo, é representado por um
Na IX Bienal de São Paulo (1961), recebeu o Grande conjunto de 10 gravuras produzidas em 1977.
Prêmio pelo conjunto de suas obras, obteve o Prêmio
Sinkens nos Países-Baixos, o Prêmio da Cultura na Re-
pública Federal Alemã, o Prêmio da Crítica em Lon- ALBfN BRUNOVSKY
dres, prêmios em Munique, Los Angeles e o Prêmio
Internacional de Teatro em Nova York (lTA). Nasceu a 25 de dezembro de 1935, em Zohor, Eslová-
quia.
Na XVI Bienal de São Paulo, é representado por uma
seleção de obras executadas a partir de 1944. Estudou na Escola Superior de Artes Plásticas de Bra-
tislava, onde atualmente é o encarregado dos cursos
e o chefe do departamento de criação gráfica.
MARTIN MARTINCEK
Dedicou-se à gráfica livre, à ilustração, à gráfica apli-
Nasceu a 30 de janeiro de 1913, em Liptovsky Peter, cada (papel-moeda, selos) e à pintura em madeira.
Eslováquia. Recebeu o título de artista emérito.

Estudou na Universidade Comenius, em Bratislava. Em Apresentou suas obras em numerosas exposições na


1937, obteve o título de Doutor em Direito. Tchecoslováquia e no estrangeiro (Berlim, Düsseldorf,
Viena, Genebra, Zagreb, Belgrado, Paris, Colônia, Cra-
A partir de 1957, dedicou-se' à fotografia. !: membro cóvia, Cairo, Lugano, São Paulo, Lublin, Tóquio, Muni-
da União dos Artistas Plásticos Eslovacos. Em 1970, que, Roma, Leipzig, Budapeste, Leningrado, Moscou,
recebeu o título de artista emérito, e, no exterior, o Varsóvia, etc.), onde obteve muitos prêmios e meda-
título EFIAP. lhas.

Participou de numerosas exposições na Tchecoslová- Na XVI Bienal de São Paulo, é representado por um
quia e suas obras fizeram parte de várias exposições conjunto de sete folhas gráficas dos anos 1978-1981.
internacionais de fotografia. No exterior, suas foto- (Tradução de Mariarosaria Fabris)

73
14 POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO VENEZUELA

A distância entre nós e o meio ambiente nem sempre rados por tendências aceitas nem se resignam a con-
tem sido pequena. A negação da própria identidade, tinuar a obra dos já consagrados. Querem afirmar, a
imposta pela conquista e pela colonização deste con- partir de seu pedaço de realidade, esse mundo alter-
tinente, determinou igualmente uma falta de reconhe- nativo que é sempre a conseqüência de um verdadeiro
cimento. A natureza americana, que hoje podemos artista. Seu desafio é por demais claro e circunscrito:
considerar esplêndida, não pôde passar, na época, de querem ser eles mesmos, com todos os perigos que
mato e barro, contrapostos às opulências extraordiná- isto possa supor e com todas as vantagens que lhes
rias e aos padrões arquitetônicos e artísticos do fe~ é legítimo esperar.
chado mundo medieval que foi trazido, extemporanea-
mente, como parte de uma bagagem cheia de lastros. Chamam-se Stone, Dorrego, Mazzei,Romer, Zabaleta,
Valbuena, Quintero, Campos Biscardi, Pacheco Rivas,
A dificuldade para encontrar essa realidade circundan- Carlos Zerpa, Azálea Quiiiones, Nino, Cepeda e Pena.
te se estende até o começo de nosso século, quan- Eles tomaram a decisão de narrar o ambiente em que
do uma nova economia lança a Venezuela numa era vivem, o que significa, de imediato, recontlnem-se
de mudanças e transformações violentas. Mas ainda também asi mesmos. ~ o que poderá distingui-los
estamos .nos descobrindo. E aceitar o desafio de dar agora, quando se defrontam com uma Bienal tão ampla
respostas contemporâneas não podia excluir que en- e complexa quanto a de São Paulo, onde vão precisar
frentássemos, cedo ou tarde, o encontro com nossa - mais do que nunca - caminhar por sua própria
própria realidade. conta e risco. Duplo risco: perante uma audiência
mundial, perante si mesmos.
O descrédito dos grarides movimentos e a dispersão
das tendências geraram a grande oportunidade lá pelo
início dos anos setenta. Dessa geração. brota o grupo Roberto Guevara
jovem que ocupa hoje um lugar importante na arte Comissário da Venezuela
venezuelana. Esses 14 artistas, que vêm a São Paulo
OIpor sua própria conta e risco", não se sentem ampa- São Paulo, 20 de agosto de 1981.

(Tradução de Neide T. Maia González)

74
Artistas convidados
BEC, Louis

Nasceu em Alger, em 1936. Obra apresentada:


Estudou nas École de Beaux Arts d'Alger e de Nice e na SULFANOGRADOS, 1981
École des Arts Décoratifs de Paris. Instalação; 18 monografias sobre plástico de 140 x 160 cm (cada);
Vive em Sorguer, França. 1 escultura de enxofre de 200 x 100 x 80 em; 10 desenhos
plastificados 70 x 60 cm, 1 projetor, 1 gravador; tela de arame.
objetos diversos, 100 m2 •

76
OS SUlFANOGRADOS lOUlS BEC

Serão bichos verdadeiros? A questão problematiza a fanogrados ocupam espaço" perigoso", não por assen-
diferença entre o natural e o artificial, entre as ciên- tarem sobre enxofre, mas por assentarem sobre o
cias da natureza e as artes. É, mais radicalmente, a questionamento da ciência enquanto disciplina privi-
distinção entre o certo e o errado, entre o real e o legiada para proporcionar o conhecimento. Por exem-
fictícia, e entre a verdade e a mentira. No fundo, a plo, os sulfanogrados põem em relevo a falta de ima-
questão problematiza o "terceiro excluído": ou a ou ginação da evolução da (isto é: dos biólogos), ao
não-a. O terceiro excluído não se aplica aos sulfana- demonstrarem a possibilidade de se desenvolverem
grados: são simultaneamente artefatos enganosos e espécies, ordens, classes de animais por ora imagina-
bichos verdadeiros. das, e isto em obediência rigorosa aos modelos de
biologia atual (darwinianos, da biologia molecular, da
Os sulfanogrados sugerem que a ciência natureza ecologia). Tais novas espécies, ordens, classes, evo-
não passa de uma das artes, e que a arte não passa graças à " exata" de Louis Bec, isto é:
de um dos métodos do conhecimento. Que a natureza graças a uma fantasia artística informada pelos mo-
da qual falam as ciências não passa de uma das obras delos ciência exata. Ou graças a um
de arte, e que a cultura enquanto conjunto de obras ~m",nl'", rigoroso, informado
de arte não passa da natureza humana. E os sulfano- de um lado, pela vivência estética, do outro.
grados sugerem mais: que o homem dispõe ape-
nas um único método para obter conhecimentos, tanto Por certo, Louis Bec é artista antes de ser biólogo ou
nas ciências quanto nas artes: o método de construir filósofo da ciência. O que com que a nossa socie-
arapucas (modelos), para nelas captar o fenômeno a dade rotuladora faça exibir os sulfanogrados na Bienal,
ser conhecido. Os sulfanogrados são modelos do co- e não em laboratório de biologia ou jardim zoológico.
nhecimento biológico, como o são todos os demais Mas dizer que os sulfanogrados são "obra de arte"
animais dos quais fala a biologia. São, como o são os que inegavelmente são também) é como dizer que
demais animais, artifícios, estratagemas, do pensa- os desenhos de Leonardo são .. quadros", quando são
mento humano, figmentos. São verdadeiros animais, sobretudo modelos para a captação da dinâmica da
por serem figmentos. O homem só pode conhecer água ou do vôo. A intenção epistemológica irrompe
através de mentiras (modelos). pelos as pranchas e os textos, para
desmascarar, com humor feroz, o engodo dos cientis-
De modo que os sulfanogrados ocupam o terreno ante- tas "puros" que fazem de conta que ignoram a artifi-
rior à distinção pós-renascentista entre ciência e arte. cialidade seus modelos.
Terreno no qual tanto vale dizer que a cultura é pro-
duto tardio da natureza, como dizer que a natureza é Os sulfanogrados são perigosos, porque politicamente
produto tardio da cultura. Terreno em que podemos engajados. Engajados contra a pretensa objetividade
novamente admitir serem Darwin, Freud e Einstein fria de uma ciência e tecnologia que quer assumir o
"artistas", por terem proposto modelos dos governo da sociedade. Os sulfanogrados proclamam
quais vivenciamos o mundo (aistheta). E admitir se- concretamente (concretamente, porque estão lá, visí-
rem Cézanne, Schoenberg e "cientistas", veis, tocáveis, cheiráveis) que não há como separar
por terem proposto modelos aos quais as dimensões estéticas, científicas e políticas da ação
cemos o mundo (epistemai). em que admiti- humana, sob pena de tal ação se tornar desumana. Os
mos que os modelos lançados homem sulfanogrados proclamam concretamente a desumani-
mundo têm simultaneamente dimensões dade de toda "arte pura", .. ciência pura" e "política
gicas e estéticas: servem para conhecer e o programada". Proclamam concretamente o desafio
mundo. Terreno de toda futura ciência e arte, que se pensarmos e agirmos em prol da sociedade que per-
reconhecerão inseparáveis uma outra. mitaao homem articular simultaneamente suas dimen-
sões artísticas, científicas e políticas, inseparáveis
por serem elas as dimensões da existência humana.
Por isso os sulfanogrados não são "ficção científica",·
essa a serviço dos vários estabelecimentos.
"ciência fictícia", ciência se
mente, ·a uma

não são
que toca à e à
Mas são articulações imaginação
poderosa. Surpreendem. Por
os órgãos isto sejam eles .. instruídos" ou
dos sultano- São Por que surpresa não será sinto-
beleza e de verdade?

Tal ironia é para a ciência" ". Os França, 1981


77
CARRIÓN, Ulises

Nasceu em Tuxtla. México. em 1941. Obra apresentada:


Fez estudos de Filosofia e Literatura, no México, em Paris e FOFOCA, ESCÂNDALOS E BOAS MANEIRAS. 1981
em Leeds, na Holanda. 30 folhas plastificadas de 21 x 30 cm (cada); 1 vídeo, NTSC,
Reside em Amsterdã. 40min.

78
FOFOCAS, ESCÂNDALOS E BOA EDUCAÇAO

Descrição Apresentação

Este projeto consiste no lançamento de uma série de Um vídeo-teipe (40 minutos de duração) da conferên-
fofocas com a ajuda de um grupo de pessoas, levando cia que, com o título" Fofocas, Escândalos e Boa Edu-
um registro o mais detalhado possível da expansão cação", fiz na Universidade de Amsterdã, no dia 25 de
das fofocas; finalmente, faz-se uma conferência sobre junho passado. O vídeo-teipe contém uma colagem
o projeto num ambiente formal. textos falados, gráficos, entrevistas e fragmentos de
ópera, cinema e teatro.
Definição
O vídeo-teipe vai acompanhado de uma série de apro-
As fofocas são comunicações lingüísticas em cadeia, ximadamente 30 folhas plastificadas, formato A4, para
criadas graças a um esforço coletivo e que pendurar na parede nas proximidades monitor
se espalham de modo irregular no âmbito da diá- vídeo. Elas contêm documentos relativos à fita.
ria e num contexto social determinado.
Nota: Este para a
Preposição De Appel em

As fofocas podem ser usadas como modelo em AND GOOD


para cadeias de comunicação artificiais, as quais reve- MANNERS
larão algo sobre seus usuários ou sobre a
cadeia. Carrión

de Neide T. Maia González)

19
fISCHER, Hervé

Nasceu em Paris, em 1941- Obra apresentada:


Vive em Paris. SIGNALHICA URBANA IMAGINARIA, 1981
(Homenagem a Augusto ComteJ
200 placas de sinalização; serigrafia sobre cartão, madeira

80
SINALlZAÇAO IMAGINÁRIA

Conceito: com a ajuda da'sociologia e da mito-análise, nessa escolha, de uma pesquisa prévia. para saber se
escolher um determinado número de temas míticos será necessário assinalar madeira mole, água dura.
que tenham força ideológica, atualmente, na socieda- um porvir mágico, o céu sobre a terra, o dinheiro dos
de em São Paulo. Essa escolha é feita após conversas pobres, o fim da história, a beleza do vazio, a não-co-
com especialistas e alguns testes com pessoas da rua. municação, a ilusão linear, o perigo do pai, a euforia,
Os temas utópicos, apesar de habitualmente orienta- a lucidez, a cor, o impulso de morte, o instinto de
dos para o futuro, têm, freqüentemente, valor nostál- vida ... a guerra, a explosão nuclear, o fim do ano
gico, de uma sociedade mítica pré-histórica (paraíso 2000, refinarias de açúcar, carícias, a harmonia ... Não
terrestre). consigo mais deter-me nesse inesgotável campo ima-
ginário (ia esquecendo a velocidade - muito impor-
Uma sinalização parecida com a atual sinalização do tante). Espero que os fantasmas não o cederão ao
trânsito em São Paulo (placas de regulamentação, de realismo e ao questionamento.
advertência, retangulares, redondas ou triangulares),
usando o código .de comunicação social da sociedade Penso também numa homenagem lromca a Augusto
do automóvel, amplamente conhecido pela população; Comte, tão estimado no Brasil, na bandeira e no pró-
seu cenário (calçadas. cruzamentos etc.) servirá de prio preâmbulo da Constituição. Haverá uma progres-
suporte (deSViado de sua função realista habitual) a são na montagem das placas na cidade.
essa sinalização imaginária.
Lugar: nas ruas e jardins, dispersas nos pontos de co-
Imaginam-se, dessa forma, 200 placas (mais, se possí- municação social, e na exposição, onde serão justa-
vel) nas ruas e nos jardins de São Paulo. postas contraditoriamente.
Paralelamente ao ambiente social real, uma cópia de Suportes: esses dois dispositivos serão realizados de-
cada uma dessas placas será apresentada no espaço
modó a imitar o mais perfeitamente possível as ver-
de exposição da Bienal, com mapa e fotos de sua loca-
dadeiras placas de sinalização em uso (serigrafia so-
lização real na cidade. Desse modo, o visitante se bre madeira dispostas sobre postes de madeira). A
achará mergulhado. como uma bola num flipper. num
foto. em anexo, de um trabalho realizado em Angoulê-
espaço fechado, sobrecarregado de sinalização utópi-
me, em junho de 1980, pode dar uma idéia do efeito
ca, onde será remetido de um conceito-imagem a outro buscado.
(AR/ALMA, PR~-HISTÓRIA/PÓS-HISTÓRIA, MULHER/
VERDADE, FUTURO CURVO, ou PARAfSO SOCIAL, ou
PROGRESSO PASSADO), em resumo, tudo dependerá, Hervé Fischer

(Tradução de Mariarosaria Fabris)

81
PADíN, Clemente

Nasceu em Lascano, Uruguai, em 1939. Obra apresentada:


Vive em Montevidéu. O ARTISTA ESTA A SERViÇO DA COMUNIDADE
Projeto produzido pelo artista Francisco In~rra, na impossibilidade
do comparecimento de Clemente Padín a São Paulo.

PROJETO: O ARTISTA ESTÁ A SERViÇO DA COMUNIDADE

Objetivo: repensar a atitude ética do artista frente à linguagem plástica: os


sociedade. Utilizar o maior número possível de lingua- - da limpeza, arrumação ou outros - ri,,""""'·"'''''
gens, sobretudo a linguagem da ação. inscrição, O ARTISTA ESTÁ A
DADE, às costas.
Características Gerais do Projeto: trata-se de demons-
trar ao povo/público que os artistas estão a seu ser- linguagem comportamel'ltal: durante as mesas-redon-
viço. Como? Servindo-o. Três, quatro ou mais monito- das programadas deverão ser propostos, como temas,
res deverão conduzir o público, através das diferentes os problemas próprios da criação artística e, especial-
seções da Bienal, seja no colo, carregados nas cos- mente, os objetivos das obras de arte, se estas deve-
tas, seja em veículos ou reboques etc., e explicar-lhe rão tê-los e quais deverão ser.
os objetivos da Bienal e, também, os temas das dife-
rentes obras apresentadas, assim como dar a maior QUE OBJETIVO PODE TER A ARTE SE NÃO ESTAR A
quantidade possível de informações sobre os movi- SERViÇO DOS HOMENS?
mentos artísticos atuais. Sem dúvida, o mais importan-
te é levar os espectadores, de uma maneira ou de ou- Além do mais, o projeto pode ser complementado:
tra, a compreender os fins da Bienal. Os monitores que - com chuvas de filipetas que digam: O ARTISTA
participarem desta obra deverão ter uma inscrição em ESTA A SERViÇO DA COMUNIDADE, em tamanho
seus macacões ou camisas dizendo, em português: aproximado de 10 x 10 cm, nos horários de maior
O ARTISTA ESTA A SERViÇO DA COMUNIDADE. Isto afluência de público;
é fundamental. E também podem-se utilizar cartazes - com avisos na imprensa local;
. etc. O importante é que o espectador sinta-se atendi- - com comentários radialísticos sobre a realização do
do pelos monitores. A linguagem da ação é direta: projeto;
seu significado se materializa ao mesmo tempo que - com tudo aquilo que os monitores queiram
se realiza. para melhorar e aperfeiçoar a comunicação com os
espectadores, no sentido expresso do
Características Particulares: a linguagem determinan-
te do discurso corresponde à linguagem da ação. Con- Outras Considerações: não é necessário que o
comitantemente, deverão ser usadas outras lingua- se realize o tempo todo; bastará utilizar as horas
gens, como, por exemplo, a verbal: maior afluência de públiCO e apenas durante mais ou
- mediante cartazes devidamente colocados em toda menos meia hora. O seria o fosse
a exposição, que expressem, por exemplo, Justiça, filmado ou que se um mas não
Amor, Amizade, Solidariedade, Arte etc., e para sei se os organizadores contam com os meios neces-
os quais serão conduzidos os espectadores com o sários. Seria um belíssimo testemunho. é
objetivo de que meditem ou pensem sobre seus sfvel e econômico tirar fotos. Outro
significados; importância é manter o anonimato
- mediante textos que serão lidos aos microfones e claro, no catálogo. já que se quer a idéia que
transmitidos pelos alto-falantes espalhados por to- são os artistas os criadores. e não apenas um.
do o recinto da Bienal (os textos devem ser anexa-
dos à parte);
- mediante um grande cartaz colocado na porta da Clemente Padin
Bienal, com os dizeres: O ARTISTA ESTA A SERVI-
ÇO DA COMUNIDADE (pelo menos de 4 m x 5 m). Montevidéu, Uruguai

(Tradução de Neide T. Maia González)

82
RELATÓRIO DO COMITÊ INTERNACIONAL

o Comitê Internacional, designado pelo Conselho de Arte e Cultura para


organizar e ordenar o Núcleo I da XVI Bienal de São Paulo, tomou como
base o critério estabelecido nos regulamentos relativos a esse Conjunto.

O Núcleo I foi dividido em dois Vetores: o primeiro concernente às obras


que utilizam os novos mídia (A); o segundo, àquelas que, usando os mídia
tradicionais (pintura. escultura etc.), revelam novas pesquisas (B).

A análise das obras levou o Comitê a articular os dois Vetores a fim de


estabelecer distinções operativas tendo em vista uma coerência maior na
ordem definitiva. Essas distinções não têm por objetivo estabelecer uma
hierarquia de valores e, conseqüentemente, não dão lugar a uma ordem
hierárquica da exposição. O que se procurou fazer foi fixar uma ordem que
pusesse em realce a pluralidade das pesquisas, considerando a multiplici-
dade da situação artística atual, visível nas variáveis culturais da produção
de diferentes países.

O Comitê distinguiu no Vetor A duas formas de utilização dos mídia: de um


lado, o uso exclusivo dos novos mídia (A-1), do outro, a integração de novos
mídia com mídia tradicionais (A-2).

Diante da complexidade apresentada pelo Vetor B. o Comitê reuniu as obras


em três itens: obras realizadas com a ajuda de mídia tradicionais, cujo uso
provocou reações subjetivas, dando lugar a pesquisas específicas e bem
diferenciadas (B-1); obras que, utilizando meios tradicionais, os questionam
em outro contexto (B-2); finalmente, um conjunto de obras que, não apre-
sentando os dados correspondentes aos ítens B-1 e B-2 que estão no espírito
do regulamento, foram consideradas divergentes do regulamento em si (B-3).

Um espaço especial foi concebido na exposição para receber as .. instala-


ções" (A-31, algumas totalmente realizadas com mídia tradicionais, outras,
em compensação, com mídia novos, e outras ainda, com uma fusão de mídia.

O Comitê deve assinalar que o atraso na chegada de várias obras criou difi-
culdades em seu trabalho de análise, pois estas só puderam ser examinadas
por meio de documentos gráficos e fotográficos.

Helen Escobedo
Donald Goodall
Milan Ivelic
Bruno Mantura
Toshiaki Minemura
Walter Zanini Presidente

(Tradução de Mariarosaria Fabris)

83
The Internationál Committee designated by the Art and Culture Council
to organize and put in order Nucleus I of the XVI Biennale of São Paulo took
as a basis the criterion established within the rules concerning this
section. Nucleus I was divided into two vectors: the first referring to
those works that use new media (AJ, the second refer:ring to works which
in using traditional media (painting, sculpture, etc.) show evidence
of new research (B).

Analysis of the works has led the committee to subdivide these two
vectors to clarify their operative distinctions and with a view toward
creating a greater coeherence within the final installation.

These distinctions are not intended to establish a system aesthetic


values, and in consequence a hierarchical order within the exhibition is not
implied. We have sought to clarify a viewpoint which underlines
diversity of current research within present artistic circumstances.
In each country's production this multiplicity is apparent within its own
cultural variables.

In vector A the committee points to two ways of using artistic mediums:


on the one hand the exclusive use of new mediums (A-i); on the other hand
the integration of new with traditional mediums (A-2).

Faced with complexities created by works found in Vector B, the committee


assembled them under three categories: those made with the help of
traditional mediums whose use provokes subjective reactions within the
artist. He pursues these through investigation into both selective and highly
differentiated research (B-1). Those works which while employing
traditional mediums, question them by putting them into a different
context (B-2). Finally, there is a group of works among which we could
ascertain none of the coordinates mentioned in points B-1 and 8-2,
which follow the spirit of the exhibition regulations. These have been viewed
as divergent from the regulations themselves and classified as B-3.

Instal/ation works have been given a separate space within the exhibition
area. Some of these made entirelly from traditional media, while others
have been made with new materiais and mixed mediums.

The committee must point out that the late arrival of many works has
created continuing difficulties in the processes of analysis and planning.
In these cases examination has only been made through the expedient
of photographs or graphic documents.

Helen Escobedo
Donald Goodall
Milan .velic
Bruno MantuI'8
Toshiaki MinemuI'8
Walter Zanini President

84
,
Artistas do NUCLEO I
Vetor A-1
ABRAMOVIC/ULAV IUGOSLÁVIA

Marina Abramovic nasceu em Belgrado, em 1946. Obras apresentadas:


Estudou na Academy of Fine Arts, em Belgrado. 1. PERFORMANCE 1. RELATlON IN SPACE - 30 NOVEMBER - 30
NOVEMBER, 1976
Ulay nasceu em Solingen, Alemanha, em 1943. Vídeo/performance, PAL b/p, son., 58 min.
Coleção Gallery of Contemporary Art, Zagreb
2a. SOLTANDO A VOZ, 1976
Vídeo PAL color., son., 60 mino
Coleção De AppeI. Amsterdã
2b. SOLTANDO A MEMÓRIA, 1976
Vídeo PAL b/p., son., 60 min.
Coleção De Appel, Amsterdã
2c. SOLTANDO O CORPO, 1976
Vídeo PAL b/p, son., 60 mino
Coleção De Appel, Amsterdã
3. INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO 11, 1977
4. ESCURO-CLARO, 1978
Performance
5. AAA ... AAA ... , 1978
Performance

MARINA ABRAMOVIC/UlAY 30 NOVEMBER


ULAY /MARINA ABRAMOVIC 30 NOVEMBER
Foto: Jaap de Graaf

ARS NATURA PANAMÁ

Grupo com atividades desde 1978, no Panamá. Obra apresentada:


Roy Areia nasceu na cidade do Panamá, em 1960. SEM TITULO, 1981
José Arrocha nasceu na cidade do Panamá, em 1956. Vídeo, 50 mino
Dany Calden nasceu na cidade do Panamá, em 1947.
Doris Chaverra nasceu na cidade do Panamá, em 1960.
Merejo nasceu em Veráguas, Panamá, em 1946.
Mireya Navarro nasceu no Panamá, em 1959.
Ornar Nunes nasceu em Veráguas, Panamá, em 1961.
Rodrigo nasceu em Coclé, Panamá, em 1947.

BRANCO/NEGRO 80

86
BAGNOU, Marco
ITÁLIA

Nasceu em Empoli, na Itália, em 1949.


Vive em Milão. Obra apresentada:
DOCUMENTAÇÃO, 1975-81
Instalação

BAlCEllS/BONET
ESPAN

Eugenia Balcells nasceu em Barcelona, em 1943.


Obra apresentada:
Eugeni Bonet nasceu em Barcelona, em 1954. 133, 1978/79
16 mm, b/p-color., son., 45 mino

133, 1978-1979

87
BUflll, Juan ESPANHA

Nasceu em Barcelona, em 1955. Obras apresentadas:


É jornalista. Vive em Barcelona. 1. FRONTEIRA (Krk Aikl. 1978
Super 8 mm, mudo, 5 mino
2. CREEN, 1978
Super 8 mm, mudo, 5 mino
3. ARENA, 1979
Super 8 mm, mudo, 5 mino
4. PARAfSO, 1978
Super 8 mm, mudo, 5 mino

1. FRONTEIRA (Krk Aikl, 1978

DAMNJAN, Radomir

Nasceu em Mostar, Iugoslávia, em 1936. Obras apresentadas:


Estudou na Academy of Fine Arts, em Belgrado. 1. lEITURA DE MARX, HEGEL E DA BíBLIA À lUZ DE
Vive em Milão. FÓSFOROS, 1976
Vídeo, PAl, b/p, son., 30 mino
Coleção Dacié, Tübingen
2. MOVIMENTO OU NECESSIDADE COMUNITÁRIA, 1977
Vídeo, PAl, b/p, son., 26 mino
Coleção Dacié, Tübingen
3. DO TRABALHO A CRIATIVIDADE, 1977
Vídeo, PAl, b/p, son., 35 mino
Coleção Dacié, Tübingen

1. LEITURA DE MARX, HEGEL E DA BíBLIA À LUZ DE FÓSFOROS, 1976

88
GADÉ, Julia URUGUAI

Nasceu em Montevidéu, em 1943. Obra apresentada:


EL PATIO
16 mm b/p., son., 17 mino

GALETA, Ivan Ladislav IUGOSLÁVIA

Nasceu em Vinkovci, Iugoslávia, em 1947. Obras apresentadas:


Estudou na Zagreb School of Applied Arts. 1. VfDEO 1: TV PING-PONG, 1975-1976
Vive em Zagreb. Vídeo, PAL b/p, son., 2 mino
2. VfDEO 2: JOGO DO MEIO, 1978
Vídeo, PAL color, 45 sego
3. VfDEO 3: GOTA, 1979
Vídeo, PAL b/p, son., 10 mino
4a. VíDEO 7: N." 1, 1979
Vídeo, PAL b/p, 3 mino
4b. VfDEO 8: N.o 2, 1979
Vídeo, PAL b/p, 3 mino
4c. VíDEO 9: N." 3, 1979
Vídeo, PAL b/p, 2 mino
4d. VfDEO 10: N." 4, 1979
Vídeo, PAL b/p, 2 mino
5. TV-SNIPER,
TV-Performance

FOTO TV ZOaM, 1977


Foto: Davar Siftar

89
HUERGA, Manuel ESPANHA

Nasceu em Barcelona. Obra apresentada:


Estudou na Universidad Central de Barcelona e realizou filmes BRUTAL ARDOUR, 1978-1979
experimentais desde 1975. Filme, 16 mm e Super 8, son., 30 mino
Vive em Barcelona. Som: Brian Eno

BRl1TALARDO{)R BRUTAL ARDOUR, 1978-1979

" Sanja
IVEKOVIC, IUGOSLÁVIA

Nasceu em Zagreb, Iugoslávia, em 1949. Obras apresentadas:


Estudou na Academy of Fine Arts, em Zagreb. 1. RECONSTRUÇÕES 1952-1976, 1976
Vídeo, PAL b/p, son., 10 mino
2. COMPOR/DECOMPOR, 1976
Vídeo, PAL b/p, son., 9 mino
3. INSTRUÇÕES, 1976
Vídeo, PAL b/p, son., 6 mino
4. INTER NOS, 1977
Vídeo, PAL b/p, son., 60 mino
5. PONTOS DE ENCONTRO, 1978
Vídeo NTSC color., son., 23 mino
6. DOCE VIOLI:NCIA, 1981
Instalação, monitor de TV a ciclo contínuo

3. INSTRUÇÕES, 1976

90
PARIPOVIC, Nesa IUGOSLÁVIA

Nasceu em Belgrado, em 1942. Obras apresentadas:


Estudou na Academy of Fine Arts em Belgrado. 1. COLINA EM ISTRA, 1976
Vídeo, PAL b/p, son., 28 mino
2. QUADRO I, 11, 1978
Vídeo, PAL color., son., 40 mino
Coleção Gallery Happy New Art, Belgrado
3. RITMO, 1981
Vídeo, PAL color., son., 25 mino
Coleção Gallery of Students' Cultural Centre, Belgrado

ODNOS RU KA-G LAVA, 1979

PUJOl, Carles ESPANHA

Nasceu em Barcelona, em 1947. Obras apresentadas:


1. HOMENAGEM A SATIE, 1976
Vídeo JVC b/p, son., 17 mino
2. 81 x 65, 1980
Vídeo, b/p, 15 mino

1. HOMENAGEM A SATIE, 1976

91
TRBUlJAK, Goran IUGOSLÁVIA

Nasceu em Varazdin, Iugoslávia, em 1948. Obras apresentadas:


Estudou na Academy for Theatre, Film and Television, em Zagreb. 1. MURO-TELA, 1973
Vídeo, PAl, b/p, son., 2 mino
2. QUENTE E FRIO, 1973
Vídeo, PAl, b/p, son., 5 mino
3. SEM TíTULO, 1973
Vídeo, PAl, b/p, son., 3 mino
4. SEM TíTULO, 1976
Vídeo, PAl, b/p, son., 1 mino
5. SEM TITULO, 1976
VJdeo, PAl, b/p, son., 1 mino
6. SEM TITULO, 1976
Vídeo, PAl, b/p, son., 3 mino
7. SEM TITULO, 1976
Vídeo, PAl, b/p, son., 2 mino

SEM TITULO, 1976

TUDOSIJEVIC, Rasa IUGOSLÁVIA

Nasceu em Belgrado, em 1945.


Estudou na Academy of Fine Arts de Belgrado. 1.°
Obras apresentadas:
QUE É ARTE?, 1977

2.°Vídeo, PAl, color., son., 45 mino


QUE É ARTE?, 1979
Vídeo, PAl, color., son., 30 mino
3. A.A.A .... , 1981
Vídeo, PAl, colar., son., 30 mino

° QUE É ARTE?, 1978, performance

92
ZULUETA, Ivan ESPANHA

Nasceu em San Sebastian, Espanha. em 1943. Obra apresentada:


Estudou pintura e desenho publicitário na Art Students league, A MAL GA MA, 1978
em Nova York. Super 8 mm, color., son., 40 mino
Vive em San Sebastían.

A MAL GA MA, 1978

93
,
Artistas do NUCLE I
Vetor A-2
ACKUNG, Roger GRÃ-BRETANHA

Nasceu em 1947. Obras apresentadas:


Vive em Londres. 1. ACKLlNG/FULTON/LONG/O'DONNEL
St. Ives Festival, 1980
Livro, 20,9 x 29,5 x 0,2 em
2. HELPING HAND
Coracle Press/Lisson Gallery, Londres, 1981
Livro, 25,4 x 11,2 x 0,3 cm

95
ALEXANCO ESPANHA

Nasceu em Madri, em 1942. 20. AGRUPAÇOES E CURVAS, 1974


Estudou na Eseuela Superior de Bellas Artes de San Fernando, Serigrafia/desenho/eolagem, 52 x 50 em
Madri. 21. INTERP V, 1974
Vive em Madri. Serigrafia/desenho, 52 x 50 em
22. GIROS VI, 1974
1. NOTAS 1;1978 (Ret. 632 Dl Serigrafia, 52 x 50 em
Livro, técnica mista sobre lona, 96 x 96 em 23. EIXOS VIII, 1974
2. NOTAS li, 1978 (Ref. 633 Dl Serigrafia, 52 x 50 em
Livro, técnica mista sobre lona, 96 x 96 em 24. TRANSLAÇÃO-DILATAÇÃO VIII, 1974
3. NOTAS 111, 1978 (Ref. 631 Dl ' Serigrafia, 52 x 50 em
Livro, técnica mista sobre lona, 125 x 110 em 25. DILATAÇÃO-TRANSLAÇÃO XI, 1974
4. NOTAS IV, 1978 Serigrafia/desenho, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50 x 70 em 26. TRANSFORMAÇÃO X, 1974
5. LETRAS, 1978 Serigrafia/desenho, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50 x 70 em 27. TRANSFORMAÇÃO XI, 1974
6. TRAMA, 1978 Serigrafia/eolagem/desenho, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50 x 70 em 28. MOUVEMENT XII, 1974
7. PALOS, 1978 Serigrafia, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50 x 70 em 29. PUNTOMOVES XIII, 1974
8. REDONDELES, 1978 Serigrafía, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50 x 70 em 30. PONTO XIV, 1974
9. ABYPES, 1978 Serigrafia/desenho, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50x 70 em 31. MUMB - EJES XV, 1974
10. ABC, 1978 Serigrafia/desenho, 52 x 50 em
Livro, xerox, 50 x 70 em 32. INTN XVI, 1974
11. AABCDD, 1978 Serigrafia/desenho, 52 x 50 em
,Livro, xerox, 80 x 60 em 33. INSTRUÇCES USO XVII, 1974
12. MONTAGE, 1978 Colagem/offset/IBM, 52 x 50 em
Livro, xerox, 80 x 60 em 34. DOZE POR QUATRO PERSPECTIVAS XVIII, 1974
13. STRIPES, 1978 Serigrafia
Livro, xerox, 80 x 60 em 35. DOZE POR QUATRO PERSPECTIVAS XIX, 1974
14. PRUEBA, 1978 Serigrafia, 52 x 50 em
Livro, xerox, 80 x 60 em 36. RECONSTRUÇÃO XX, 1974
15. PLlEGO, 1978 Colagem/desenho, 52 x 50 em
Livro, offset, 69 x 52 em 37. RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL, 1971
16. EDICIÓN PRfNCIPE DE LA CONSTITUCIÓN ESPAtilOLA, 1978 Fotomontagem, 170 x 140 em
17. DESENVOLVIMENTO I, 1974 38. 2250,1973 '
Serigrafia/eolagem/desenho, 52 x 50 em Fotomontagem, 170 x 140 em
18. CURVAS DE NfVEL, 1'974 39. LISTA DO PROGRAMA
Serigrafia/de~enho, 52 x 50 em Lista de IBM
19. AGRUPAÇCES 111, 1974 40. TRABALHOS SOBRE GERAÇÃO AUTOMATICA DE
Serigrafia/desenho, 52 x 50 em FORMAS, 1973
Livro, serigrafia, 24 x 24 em (edição 100 exemplares)

2. NOTAS 11, 1978

96
BARCElO, Miguel ESPANHA

Nasceu em Felanitx, Espanha, em 1957. Obras apresentadas:


Estudou na Escola d'Arts Oficis de Ciutat de Mallorca. 1. ABREVIAR 10, 1980
Vive em Barcelona. Livro com corte diagonal. 20 x 17 cm
2. ESCRITURA DE CORTES, 1980
Livro, 38 x 27 em
3. ENCICLOPtDlA AMARELA, 1980
Livro, 60 x 41 cm
4. LIVRO SEMI-ABERTO, 1980
Dripping, 40 x 40 x 25 cm
5. SEMI-ABERTO COSTURADO COM ARAME, 1980
Dripping, 26 x 21 x 14 cm
6. ENCICLOPtDlA VERMELHA AMARELA, 1980
Seção diagonal, 60 x 41 cm
7. LIVRO DE FERRO, 1980
Livro, 43 x 39 x 15 em

7. LIVRO DE FERRO, 1980


Foto: Leonardo Crescenti Neto

BITAN,lon ROMÊNIA

Obra apresentada:
SEM TfTULO, 1980

SEM TíTULO, 1980


Foto: Leonardo Crescenti Neto

97
BREAKWEll, lan GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Derby, Grã-Bretanha, em 1943. Obra apresentada:


Estudou pintura e litografia no Derby College of Art. FICTION TEXTS, 1966-1978
Vive em Londres. Third Eye Centre, Glasgow, 1978
Livro, 21 x 15 x 0.5 cm

fi I:ON TE XIS :IAN BRE WEll


FICTION TEXTS, 1978
Foto: Leonardo Crescenti Neto

BUSTAMANTE, Maris

Nasceu na Cidade do México, em 1949. Obras apresentadas:


1. EXEMPLARES DESCARTAVEIS
Desenhos, 22 x 19 em
2. MENSAGEM FALADA
Livro de carimbo, 30 x 35 em

98
CHAIMOWICZ, Marc Camil GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Paris, depois da Segunda Guerra. Obra apresentada:


Estudou na Slade School of Fine Art, University College, DREAM, AN ANEDOCTE, 1977
em Londres. Nigel Greenwood Inc. Books, Londres, 1975
Vive em Londres. Livro, 15 x 19 x 0,3 cm

DREAM AN ANEDOCTE, 1977


Foto: Leonardo Crescenti Neto

COEN/lAVISTA/SERRANO M~XICO

Arnaldo Coen nasceu na Cidade do México, em 1940. Obras apresentadas:


Estudou no Instituto Fresnos de Artes Publicitárias, 1. MUTACIONES COLOR, 1975-1980
Cidade do México. Técnica mista, 46,5 x 31 cm
2. MUTACIONES BLANCO, 1980
Mário Lavista nasceu na Cidade do México, em 1943. Técnica mista, 45 x 30,5 cm
Estudou no Conservatório de México, na Cidade do México. 3. JAULA (Música de Mario Lavistal, 1976-1978
Técnica mista, 35 x 27 em
Francisco Serrano nasceu na Cidade do 4. IN-CUBACIONES (Poemas de Francisco Serrano], 1980
Estudou na Universidad Nacional Autónoma de Técnica mista, 45 x 30,5 em
Cidade do México.

99
CRUMPUN, Colin GRÃ-BRETAN

Nasceu na Grã-Bretanha, em 1946. Obra apresentada:


Formou-se pela Slade School of Fine Art. HOMMAGE À QUENEAU
Vive em Wiltshire. Anthony Stokes ltd., Londres, 1977
Livro. 20,4 x 20,3 x 0,3 em

HOMMAGE A QUENEAU, 1977


Foto: Leonardo Crescenti Neto

EHRENBERG, Felipe

Nasceu na Cidade do México. em 1943. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Artesanías E.DA/INBA. 1. VANISHING RUBBISH N.o 1. 3.d.
Vive na Cidade do México. Papel cortado com 17 x 11 x 2 em
2. VANISHING N.o 4, s.d.
Papel cortado com 17 x 11 x 2 em
3. PUSSYWILLOW,
Off-set e mimeógrafo, 33 x
4. THE MAN WHO ENTERED
Mimeógrafo, 33 x xl ,5 em
5. ARTIST (Carole s.d.
Mimeógrafo, 34 x 21 x 1,5 em
6. MÉXICO S.A. - I, 1981
Aerossol sobre metal, 2 partes

2. VANISHING RUBBISH N.o 4, s.d.

100
ESTRADA, Enrique MÉXICO

Nasceu em Tapachula-Chiapa, México, em 1942. Obra apresentada:


Estudou na Escuela de Artes Plásticas San Carlos, UNAM, CÓDICE PODER E PROSTITUiÇÃO
Cidade do México. Óleo sobre papel, 100 x 60 x 3,5 cm
Vive na Cidade do México.

CÓDICE PODER E PROSTITUiÇÃO

FINlAV, lan Hamilton GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Nassau, nas Bahamas, em 1925. Obras apresentadas:


Vive em Dunsyre, Escócia. 1. AIRS WATERS GRACES (em colaboração com Ron Castley)
Wild Hawthorn Press, s.I., 3.d.
livro, 26 x 17,4 x 0,3 cm
2. HOMAGE TO POUSSIN (em colaboração com John Borg
Manduca)
Wild Hawthorn Press, s.I., 1971
livro, 13 x 13 x 0,3 cm
3. UNNATURAL PEBBlES (em colaboração com Richard Grasby)
Graeme Murray Gallery, Edimburgo, 1981
Livro, 16,2 x 15,9 x 0,5 em

1. AIRS WATERS GRACES, 3.d.


Foto: Leonardo Crescenti Neto

101
fULTON, Hamish GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Londres, em 1946. Obra apresentada:


Estudou no Royal College of Art, Londres. ROAOS ANO PATHS
Vive em Canterbury, Grã-Bretanha. Fulton/Schirmer, Morei, Munich, 1978
Livro, 25 x 34,1 x 0,9 cm

ROADS ANO PATHS, 1978


Foto: Leonardo Crescenti Neto

GETTE, Paul Armand

Nasceu em Lion, em 1927. Obra apresentada:


Vive em Paris. MISCELLANEA BOTANICA, 1981
Instalação: 30 painéis de fotografias, tnr""nni e vídeo,
65 x 50 cm (cada).

MISCELLANEA BOTANICA, 1981

102
GUERRERO, au M~XICO

Nasceu em 1954. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Nacional de Artes Plásticas, UNAM, na 1. DE COMO VOA UMA AVE, série Códiee ao Livro
Cidade do México. Livro, 19x19xO,1 cm
Vive na Cidade do México. 2. DESTACAVEL, DE REGISTRO E CAIXA
Sistema de três livros, 22,5 x 21 ,5 x 2 cm
3. (3x + 7) (8x + 6) (4x2 + 6x) (3), O QUADRADO
Técnica mista, 22 x 10,5 cm

2. DESTACAVEL, DE REGISTRO E CAIXA

HAMILTON, Richard GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Londres, em 1922. Obra apresentada:


Estudou Pintura na Royal Academy Schools. POLAROID PORTRAITS vaI. 2
Vive em Oxfordshire. Edition Hansjorg Mayer, Stuttgart/Londres/Reykjavik, 1977
Livro, 16,5 x 12,6 x 0,9 em

POLAROID PORTRAITS VOL 2, 1971


Foto: Leonardo Crescenti Neto

103
HElUON/HENDRIX M~XICO

Martha Hellion nasceu na Cidade do México, em 1937. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Nacional de Arquitectura, Universidad 1. NATUREZA MORTA, s . d.
Nacional Autónoma de México. Serigrafia objeto, 27 x 27 x 0,2 em
2. ATADO ÚLTIMAS NOTICIAS, s.d.
Jan Hehdrix nasceu em Maasbree, Holanda, em 1949. Serigrafia objeto, 28 x 20 x 3,5 cm
Estudou no Ateliers'63, Haarlen, Holanda. 3. ATADO ÚLTIMAS NOTICIAS 2, s.d.
Serigrafia objeto, 28 x 20 x 3,5 cm
4. CORES NATURAIS, s.d.
Serigrafia e lápis (Caixa de acrílico
com 14 serigrafias), 61 x 46 em

3. ATADO ÚLTIMAS NOTICIAS 2, s.d.

HllUARD, John GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Lancaster, Grã-Bretanha, em 1945. Obra apresentada:


Estudou na St. Martin School of Art, Londres. FROM THE NORTHERN COUNTIES
Vive em Londres. Lisson Gallery, Londres, 1978
Livro, 21 x 29,9 x 0,2 cm

FROM THE NORTHERN COUNTIES, 1978


Foto: Leonardo Crescenti Neto

104
ISMAEL Mt:XICO

Nasceu em Guadalajara, México, em 1941. Obra apresentada:


~ autodidata. Vive na Cidade do México. LIVRO DE VOZES, a.d.
Técnica mista, 26 x 30 x 0,7 cm

LIVRO DE VOZES, s.d.


Foto: Leonardo Crescenti Neto

KURTYCZ, Marcos MÉXICO

Nasceu na Polõnia, em 1934. Obras apresentadas:


Vive na Cidade do México desde 1910. 1. PARA LER UM POEMA (Dois livros gêmeos), s.d.
Óleo sobre tela e papel, 27 x 27 x 3 cm (cada)
2. AMOTE, 1980
Papel amate e camata, 21 x 15 x 13 em

2. AMOTE, 1980

105
KRASNIANSKY, Bernardo PARAGUAI

Nasceu em Assunção, em 1951. Obra apresentada:


Formou-se em Educação Artística pela Fundação Armando CADERNO DE IMAGENS, 1977-1981
Alvares Penteado, São Paulo 50 desenhos com grafite, lápis de cera, ponta de feltro e
Vive em São Paulo. totocí:'íoia. 22 x 32 cm (cada)

ESTUDO DE MÃO (pormenor)

LARA. Magali

Nasceu na Cidade do México, em 1956. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Nacional de Bellas Artes. 1. BOCAjCW, s.d.
Vive na Cidade do México. Saco de plástico e barbante, 19 x 18 em
2. s.d.
de papel e barbante, 20 x 17,5 em

2. s.d.

106
tE GAC FRANÇA

Nasceu em Ales, França, em 1936. Obras apresentadas:


Formou-se em desenho e artes plásticas em Paris. 1. O ALUNO, UMA INTRODUÇÃO AS OBRAS DE UM ARTISTA
Vive em Paris. NO MEU Gt:NERO, 1980
3 fotos e texto, 105 x 139 cm
2. ESPAÇO HONFLEUR, UMA INTRODUÇÃO AS OBRAS DE UM
ARTISTA NO MEU Gt:NERO, 1980
8 fotos e texto, 105 x 238 cm
3. O QUADRO, UMA INTRODUÇÃO DE UM ARTISTA NO MEU
Gt:NERO, 1980
3 fotos e texto, 145 x 122 em
4. O PINTOR COM PULCVER ILUSTRADO, 1980
10 fotos e texto, 109 x 194 em

4. O PINTOR COM PULCVER ILUSTRADO, 1980 (pormenor)

lONG, Richard GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Bristol, em 1945. Obras apresentadas:


Vive em Brístol. 1. A WALK PAST STANDING STONES
Coracle Press for Anthony Londres, 1980
Livro, 9,8 x 6,4 x 0,2 em
2. 'TWELVE WORKS
Coracle Press for Anthony d'Offay, Londres, 1981
Livro, 13,9 x 19 x 0,5 em

1. A WALK PAST STANDING STONES, 1980


Foto: Leonardo Crescenti Neto

107
MACOTElA, Gabriel MÉXICO

Nasceu na Cidade do México, em 1954. Obras apresentadas:


1. PASSAGEM DE PEDESTRES N.o 2, 1978
Mimeógrafo, 21 x 16,5 x 15 cm
2. DEZ DESENHOS DE SANTIAGO REBOLLEDO, a.d.
Mimeógrafo, 29,5 x 23 x 1,5 cm
3. HOJE O SOL SAIRÁ NA NICARÁGUA, s.d.
Mimeógrafo, 29 x 22,5 x 1,5 cm
4. PASSAGEM DE PEDESTRES N.o 3, s.d.
Mimeógrafo, 22 x 14 x 1,5 em

4. PASSAGEM DE PEDESTRES N.o 3, s.d.

Manuel ÉXICO

Nasceu na Cidade do México. Obras apresentadas:


Estudou pintura no Instituto Nacional de Bellas Artes. . FiCÇÃO 69/HJO, s.d.
Vive na Cidade do México. . Livro de carimbos I
2. À ESPERA 7/35, 1979
Livros de carimbos 11

1. a.d.

108
McKEEVER, lan GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Withernsea, Grã-Bretanha, em 1946. Obra apresentada:


Estudou no Avery HiII College of Education, Grã-Bretanha. FIRO SERIES
Vive em Londres. Nigel Greenwood Inc. Ud., Londres, 1978
Livro, 18,3 x 9 x 0,6 cm

FIRO SERrES, 1978


Foto: Leonardo Crescenti Neto

NASH, David GRÃ-BRETANHA

Nasceu em 1945. Obras apresentadas:


Estudou na Chelsea Art Scnool. Vive em Blaenau Ffestiniog, 1. FLETCHEO OVER ASH
na Escócia. David NashjWelsh Arts Councll, s.l., 1976
Livro, 19,1 x 23,7 x 0,2 cm
2. lOOSELY HElD GRAIN
Arnolfini Gallery, Bristol, 1978
livro, 19,2 x 24,1 x 0,2 cm

1. FlETCHED OVER ASH, 1976; 2. LOOSElY HELD AGAIN, 1978


Foto: Leonardo Crescenti Noto

109
NICOlSON, Annabei GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Londres, em 1946. Obra apresentada:


Estudou na Edinburg School of Art. ESCAPING NOTICE
Vive em Londres. Edição da Artista, Yorkshire. 1977
livro, 29,8 x 21 x 0,6 cm

ESCAPING NOTICE, 1977


Foto: Leonardo Crescenti Neto

NISSEN, Brian

Nasceu em Londres, em 1939. Obras apresentadas:


T.V. CODEX N.o i, CLOCKWORK T.V. SET WiTH MOVING
SCROLL, s.d.
Técnica 24 x 18 cm
2. CODEX N.o 2, T.V. SET WITH MOVING
DRUM,s.d.
Técnica mista, 14 14 em

1. CODEX N.o 1, CLOCKWORK T.V. SET WiTH MOVING SCROLl, 3.d.


Foto: Leonardo Crescenti Neto

110
O'DONNEL, Michael GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Manchester, em 1946. Obra apresentada:


Estudou no Cornwall College of Art. STARS
Vive em Penzance. Edição do Artista, St. Ives, Grã-Bretanha, 1981
livro, 24,4 x 24,1 x 0,4 cm .

STARS, 1981
Foto: Leonardo Crescentl Neto

ONWIN, Glen GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Edimburgo, Escócia, em 1947. Obra apresentada:


Estudou no Edinburgh College of Art. THE RECOVERV OF DISSOLVED SUBSTANCES
Vive em Edimburgo. Edição do Artista, Bristol, 1978
livro, 20,7 x 21 ,2 x 0,5 cm

THE RECOVERV OF DISSOLVED SUBSTANCES, 1978


Foto: Leonardo Crescentl Neto

111
PEVOTE V LA COMPANíA MÉXICO

o grupo formou-se na Cidade do México, em 1975. Obra apresentada:


O LIVRO DOS L1VROS/THE LAST rOEM, 1980
Membros do Grupo: Esquife infantil; 20 livros atados com fitas coloridas.
~rmando Cristeto, nascido em 1957. 1 livro diário, 1 cassette
Alberto Pergon, nascido em 1953.
Adolfo PE).yote Patino Torres, nascido em 1954.
Carla Rippey Wright, nascida em 1950.
Ramon Sanchez-Lira, nascido em 1950.
Xavier Quirarte, nascido em 1956.

O LIVRO DOS UVROS/THE LAST rOEM, 1°980

PHILUPS, Tom GRÃ~BRETANHA

Nasceu em Londres, em 1937. Obra apresentada:


Estudou na Camberweel School of Art, em Londres. A HUMUMENT
Vive em Londres. Thames and Hudson, Londres, 1980
Livro, 18,1 x 13 x 3,6 cm

A HUMUMENT, 1980
Foto: Leonardo Crescenli N~t~

112
POSADA, Antonio ESPANHA

Nasceu em Valladolid, Espanha, em 1952. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Superior de Bellas Artes de Madri. 1. FRUTA AGRiDOCE
Vive em Madri. Livro (50 desenhos, 28 iniciais, 18 poemas, 12 textos).
tinta nanquim sobre papel, 33,5 x 24,5 x 6,5 em
2. LETRAS
Livro, 26 letras de 17.2 x 19,2 cm cada, nanquim sobre
papel e caixa de madeira, 19 x 21 em

2. LETRAS
Foto: A. Rojo

RIESTRA, Adolfo MÉXICO

Nasceu em Tepic, México, em 1944. Obras apresentadas:


Vive em Paris. 1. QUE NEGA O TEXTO E EXCESSIVAS PUBLICAÇÕES
INÚTEIS
Técnica mista, 23 x 18 x 1,5 em
2. DISCURSO POlíTICO COM SEXO E COZINHA
Técnica mista, 60 x 25 x 0,9 em

QUE NEGA O TEXTO E EXCESSIVAS PUBLICAÇÕES INÚTEIS

113
SANTIAGO

Santiago Rebolledo nasceu em Bogotá, em 1951- Obra aPI'es@~nt;ada


Estudou na Universidade de Los Andes. em Bogotá. ESTO,
Vive na Cidade do México. Técnica mista, 31 x 24 x 3 cm

ESTO,1980

TAlLER DE EXPERIMENTACIÓN

Formou-se no Centro de Investigación y Experimentación Plástica


do Instituto Nacional de Bellas Artes, em Puebla. 1980.
e
Membros do Grupo
Clara Gonzáles
Gildardo Gonzáles
Oliverio Hinojosa (Coordenador)
Carlos Luciano
Flor Minor

CUENTA CUANTOS" 1981

114
TREMLETT, David GRÃ-BRETANHA

Nasceu em St. Austell, em 1945. Obra apresentada:


Estudou no Royal College of Art, Londres. ON THE BORDER
Vive em Hertfordshire. 8tedelijk Museum, Amsterdã, 1979
Livro, 12,6 x 15,1 x 0,3 em

ON THE BORDER, 1979


Foto: Leonardo Crescenti Neto

VALENCIA.

Obra apresentada:
ABREME!
Livro

115
WAKElV, Shelagh GRÃ-BRETANHA

Nasceu em Londres, em 1932. Obra apresentada:


Estudou na Chelsea School Df Arts. IT IS SO GREEN OUTSIDE IT 18 DIFFICULT TO LEAVE
Vive em Londres. THE WINDOW
Corade Press, Londres, 1980
livro, 18 x 12,8 x 0,8 cm

Ir IS SO GREEN OUTSIDE IT IS DIFFICULT TO LEAVE THE WINDOW


Foto: Leonardo Crescenti Neto

ZAVAlA AlONSO, Manuel MÉXICO

Nasceu na Cidade do México, em 1956. Obra apresentada:


Estudou na Escuela Nacional de Pintura y Escultura dei INBA. APONTAMENTOS URBANOS, Livro N.o 1, 1980
Vive na Cidade do México. 35,5 x 26,5 x 40 em

APONTAMENTOS URBANOS, livro n.O 1, 1980

116
ZERVOU, Christina GRÉCIA

Nasceu na Grécia, em 1936. Obras apresentadas:


Fez estudos livres de artes plásticas. 1. MOVIMENTOS E VIBRAÇÓES I
Vive em Atenas. Acrílico sobre madeira, 106 x 61 em
2. MOVIMENTOS E VIBRAÇÕES 111
Acrílico, 106 x 61 em
3. MOVIMENTOS E IV
Acrílico, 106 x 61 cm
4. MOVIMENTOS E V
Acrílico, 106 x 61 em
5. MOVIMENTOS E VI
Acrílico, 106 x 61 em

2. MOVIMENTOS E VIBRAÇÓES !li

ZUSH ESPANHA

Nasceu em Barcelona, em 1946. Obras apresentadas:


É autodidata. 1. O PÁSSARO DE ÁFRICA, 1978
Vive em Ibiza, Espanha, e Nova York. livro Original, 33 x 25 em
2. SEM TITULO, 1977
livro Original, 33 x 27 em

1. O PÁSSARO DE 1978

117
,
Artistas do NUCLE I
Vetor A-3
GRÉCIA

Nasceu na Grécia, em 1941. Obra apresentada:


, 1981
Instalação; corda, neon, metal

,1981

BRONIATOWSKI, Karol POLÔNIA

Nasceu em Lodz, Polônia, em 1945. 3. BIG MAN, 1976


Estudou na Academia de Belas Artes de Varsóvia. 12 painéis fotográficos, 50 x 60 cm (cada)
4. BIG MAN, Parte n.O 74, 1976
Obras apresentadas: Jornal e granito
1. FIGURAS DE JORNAL, 1975 5. O OBJETO, 1977
Jornais, poliéster e cola de marceneiro, 22 x 70 em Bronze e madeira, 15 x 100 x 100 em
2. BIG MAN, 1976 6. FERRAMENTA 1979
2 painéis fotográficos, 50 60 cm (cada) Gesso e areia, x 25 x 26 cm

1. FIGURAS DE JORNAL, 1975


Foto: Muzeum Naradowe we Wroclawiu

119
CASTlES, Jahn BIA

Nasceu em Barranquilla, Colômbia, em 1946. Obras apl'eslentiadsls:


Fez estudos de arquitetura na Universidad Javeriana, em 1. SEM
Bogotá, e na Universidad Nacional, em Medellín. Instalação; de aço e pintura, 150 x 200 x 53 cm
Vive em Bogotá. 2. SEM TfTULO, 1981
Instalação; lâmina de aço e pintura, 150 x 154 x 75 em
3. SEM TfTULO, 1981
Instalação; lâmina de aço e pintura, 157 x 152 x 75 em
4. SEM TfTULO~ 1981
Instalação: lâmina de aço e pintura. 150 x 225 x 75 em

SEM TiTULO, 1981

FREITAS, Vale de BRASIL

Nasceu em Belo Horizonte, em 1945. Obra apresentada:


Desde 1970 trabalha com filme e fotografia. CACOS DE VIDRO, FATIAS DE VIDA, 1981
Vive em São Paulo. com slides a vidros com
em branco e 64 m2
Andrea Ratto

CACOS DE VIDRO, FATIAS DE VIDA, 1981

120
GEIGER, Anna la B L

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1933.


Vive no Rio de Janeiro.
vídeo, 25 m2 .

FRISO, MESA E VfDEO MACIOS


Foto: Luiz Carlos Velho

121
GllBERT & GEORGE G

Gilbert nasceu em Dolomita, Itália, em 1943. Obras apresentadas:


George nasceu em Devon, Grã-Bretanha, em 1942. 1. CRISTO NEGRO, 1980
16 painéis, 242 x 202 em
Desde 1969 expõem seus trabalhos em galerias e museus de 2. EXAUSTO, 1980
toda a Europa e dos Estados Unidos, Austrália e Japão.' 16 painéis. 242 x 202 em
Vivem em Londres e declaram-se: 3. CRUZADA DE ESMERALDA, 1980
242 x 202 em 16 painéis
SOMOS 4. DUAS CABEÇAS. 1980
12 painéis, 242 x 151,5 em
DOENTES, DE MEIA-IDADE, DE MENTE SUJA, EXC!:NTRICOS, 5. MARCHA DE MORTE, 1980
DEPRIMIDOS, IMPRUDENTES, VAZIOS, MACAMBÜZIOS, VENAIS, 16 painéis, 242 x 202 em
SONHADORES, MAL-COMPORTADOS, ARROGANTES, 6. MASCARAS MORTAS, 1980
INTELECTUAIS, LAMURIENTOS, HONESTOS. BEM-SUCEDIDOS, 18 painéis. 181,5 x 303 em
TRABALI:1ADORES, REFLETIDOS, ARnSTICOS. RELIGIOSOS, 7. DOIS PATRIOTAS, 1980
FASCISTAS, TEMOS SEDE DE SANGUE E BUSCAMOS O PRAZER, 16 painéis, 242 x 202 em
SOMOS GOZADORES. DESTRUTIVOS, AMBICIOSOS, 8. MALDITA BUDLEIA, 1980
COLORIDOS, MALDITOS, TEIMOSOS, PERVERTIDOS E BONS. 16 painéis, 242 x 202 em
SOMOS ARTISTAS. (G&G 1980.) 9, REI MORTO, 1980
16 painéis, 242 x 202 em
10. CASA DO PINTO, 1980
20 painéis, 242 x 252,2 em
11. NACIONALISMO, 1980
15 painéis, 181,5 x 252,5 em
12. HERÓI, 1980
18 painéis, 181,5 x 303 em
13. PATRIOTA PINTUDO, 1980
21 painéis, 181,5 x 353,5 em
14. JOVEM NEGRO, 1980
12 painéis, 181,5x202em
15. GERMANIA, 1980
21 painéis, 181.5 x 353,5 em
16. MEDO NOTURNO, 1980
16 painéis, 242 x 202 em
17. N.F., 1980
6 painéis, 121 x 151,5 em
18. BANDEIRAS NEG,RAS, 1980
8 painéis, 121 x 202 em
19. VAGABUNDOS, 1980
16 painéis, 242 x 202 em

13. PATRIOTA PINTUDO, 1980

122
GUERRERO, Myrna REPÚBLICA DOMINICANA

Nasceu em São Domingos, em 1951. Obra apresentada:


Estudou na Escuefa de Arte de APEC, São Domingos. RAMIFICAÇAO DiGITAL
Instalação: juta e corda

{-;t,Lo 'RA~;F,oAC;;" lI'I',fAL


"],fl\W<;;-IO'.:J CAclP' VlUid l1 d 45 11 X aD 11

flu1Di'-- MyR/olPo bV€RR.E:"RD

IJ'rCIOIJAI,tW, j)o,.."i/J',cf.'\ i.:Jf'<;

RAMIFICAÇAO DIGITAL (projeto)

HERNANDEZ, Gilda CHILE

Nasceu em Santiago, em 1935. Obras apresentadas:


É licenciada em Arte pela Universidad de Chile. Fez estudos 1. CRISTÓVAO COLOMBO: SEUS SONHOS, 1981
de gravura na Universidad Católica de Chile e de apreciação Grafite sobre painel de poliéster, 340 x 110 em
artística na Seuola de Belli Arti, em Roma. 2. CRISTÓVAO COLOMBO: SUAS VIAGENS, 1981
Grafite sobre painel de poliéster, 340 x 110 em
3. CRISTÓVAO COLOMBO: SUAS DÚVIDAS, 1981
Grafite sobre painel de poliéster, 340 x 110 em
4. CRISTÓVAO COLOMBO: SUAS CARTAS, 1981
Grafite sobre painel de poliéster, 340 xl 10 cm
5. CRISTÓVAO COLOMBO EM HOUSTON, 1981
Grafite sobre painel de poliéster, 340 x 110 cm

1. CRISTóVAO COLOMBO: SEUS SONHOS, 1981 (pormenor}

123
MACHADO. Ivens BRASIL

Nasceu em Florianópolis (Santa Catarina), em 1942. Obra apresentada:


Autodidata. , 1981
Vive no Rio de Janeiro. Instalação; estrutura de metal, madeira, fios elásticos,
cimento armado e cacos de vidro, 330 m2

, 1981 (projeto)

MARTINIS, Dalibor IUGOSLÁVIA

Nasceu em Zagreb, Iugoslávia, em 1947. 5. DAUBOR MARTINIS FALA PARA DAUBOR MARTINIS, 1978
Estudou na Academy of Fine Arts, em Zagreb. Vídeo, NTSC, color., son., 13 mino
Coleção Gallery of Contemporary Art.
Obras apresentadas: 6. JUMBO JOKE/DlAGRAMA, 1978
1. NATUREZA ESTATICA, 1974 Vídeo, NTSC, color., son., 5 mino
Vídeo, PAl, b/p, son., 20 mino Coleção Gallery of Contemporary Art, Zagreb
2. VIDEO IMUNIDADE ,1976 7. CAMINHANDO JUNTO, 1979
Vídeo, PAl, b/p, son., 5 mino Vídeo, NTSC, b/p, son., 25 mino
3. CARRETEL ABERTO, 1976 8. CAMINHANDO JUNTO, 1981
Vídeo, PAl, b/p, son., 5 mino Instalação; projetores de vídeo. telas, câmaras, 75 m2
4. MANUAL, 1978 9. SEM TíTULO, 1981
Vídeo, PAl, b/p, son., 2 mino Vídeo/Performance

8. CAMINHANDO JUNTO. 1981

124
MEIRELES, Cildo BRASIL

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Obra apresentada:


Fez estudos de Artes Plásticas em Brasília e freqüentou LA BRUJA, 1980-1981
o curso de Pintura da Escola Nacional de Belas Artes. Instalação; vassoura, cabo de madeira e 100 km de fio
Vive no .Rio de Janeiro. têxtil, 16 m2

LA BRUJA, 1980-1981

MODIANO, Sara .COLCMBIA

Nasceu em Barranquilla, Colômbia, em 1951 Obra apresentada:


Formou-se em Belas Artes. XENOTAPHIO, 1981
Vive em Bogotá. Instalação; 5.000 tijolos vazados, 3 m3

XENOTAPHIO (projeto)

125
MUNTADAS, Antonio

Nasceu em Barcelona, em 1942. 2. Lli:GE 12.9.77, 1977


Estudou na Escuela Técnica Superior Ingenieros Industriales, Vídeo, color., 18 mino
Barcelona. ON SUBJECTIVITY (ABOUT TV), 1978
Vive em Cambridge e Nova York. 50 mino
4. UNES, 1979
Obras apresentadas: 25 mino
1. TRANSFER, 1975 ... , 1980
Vídeo, color., 18 mino televisor, projetor, e altoefalante, 64 m 2

5. LA TELEVISION ... , 1980

PlAZA, Julio l

Nasceu em Madri, em 1938.


Vive em São Paulo. DIFERENÇA, 1981

SEMELHANÇA 1981

126
ROJAS, Miguel Angel COLÕMBIA

Nasceu em Bogotá, em 1946. Obra apresentada:


Estudou Arquitetura na Universidad Javeriana e Pintura na OPACO, 1981
Universidad Nacional, ambas em Bogotá. Instalação; madeira, minerais, areia, 100 m2
Vive em Bogotá.

GRANa, 1980

SINA, Alejandro CHILE

Nasceu em Santiago, em 1945. Obras apresentadas:


Fez estudos na Facultad de Bellas Artes, da Universidad de Chile, 1. RIGHT BUTTERFLV, s.d.
e no Center for Advanced Studies, do Massachusetts Neon, fios de aço, mecânica e. eletricidade, 200 cm de diâmetro .
Institute of Technology. 2. SPIRING SHAFT, s.d.
Vive em Boston. Neon, madeira, alumínio, tubo de argônio, flberglass, mecânica
e eletricidade, 180 cm (altura)

NEON SKV EVENT MODEL, 1974-1975

127
STONE, William VENEZUELA

Nasceu em Caracas, em 1945. Obras apresentadas:


Estudou no Instituto de Diseno Neumann e na Escuela de Artes 1. EXPLORADOR DE DEUSES, 1981
Plásticas Cristóbal Rojas, em Caracas. Plástico e carvão, 174 x 174 x 53 cm
Vive em Caracas. 2. A CERiMÔNIA ENVOLVENTE, 1981
Plástico e carvão, 252 x 125 cm
3. RITO IMPERCEPTlVEL, 1981
Plástico e carvão, 126 x 333 x 105 em

e
t:l\PLOf.2AOOR. DI:;
DIOSJ::~

LA CJ::RJ::MONIA
UNOLVt:.NTt:. EXPLORADOR DE DEUSES, A CERIMÔNIA ENVOLVENTE,
RITO IMPERCEPTlVEL, 1981

TUNGA BRASIL

Nasceu em Palmares (Pernambuco), em 1952. Obra apresentada:


Formou-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e AO, 1981
Urbanismo, da Associação Universitária Santa Úrsula, Instalação; filme 35 mm reduzido 16 mm, bp, son., a cicio contínuo
Rio de Janeiro. Imagens: Murilo Salles
Vive no Rio de Janeiro.

AO, 1981

128
URIBE, Alberto COLÔMBIA

Nasceu em Medellín, Colômbia, em 1947. Obra apresemtélda:


Formou-se em Arquitetura pela Universidade Nacional de SEM
Medellín. Instalação; troncos de 20 cm de diâmetro (cada) e
Vive em Medellín. braçadeiras. 220 em (altura) .

SEM TíTULO, 1981

129
,
Artistas do NUCLE I
Vetor B-l
BARBÂlRE, FRANÇA

Nasceu em lavai em 1938. Obras apresentadas:


Autodidata. 1. CORREDOR N.o 1,1981
Vive em Paris. Pastel, 122 x 66 em
Col. do Artista
2. CORREDOR N." 2,1981
Pastel, 122 x 66 em
Col. do Artista
3. CORREDOR N.o 3,1981
Pastel, 122 x 66 em
CoL do Artista
NATUREZA MORTA, 1976
Pastel, 76 x 220 em
Col. do Artista
5. NATUREZA MORTA, '1978
Pastel, 100 x 200 em
Col. Fonds National

4. NATUREZA MORTA, 1976


Foto: Anna Garde

BAREUER, André FRANÇA

Nasceu em Marselha, em 1934.


Formou-se pela École de Beaux Arts, Paris, GRANDE, 1973
Vive em Paris. 107 x 100 85 em
2. 1974
Bronze, 65 x 50 x 96 em
110 x 100 x 120 em
3. TELEFONICA, 1980
Bronze, 10 x 100 x 120 em

131
BARTHÉlÉMY FRANÇA

Nasceu em Paris, em 1938. 6. MACACO, 1980


Formou-se na t:cole Métiers d'Art. Paris. Óleo sobre tecido, 60 x 60 em
Vive em Paris. Coleção Galeria Clauda Bernard, Paris
MESA NO ATEUt:, 1979
Obras apresentadas: de cor sobre papel. 29,4 x 35 em
1. MACACO PERTO DE UMA ARVORE, 1978 vU'''''';''U Galerie Claude Bernard, Paris
Óleo sobre tela. 54 x 65 cm 8. NO MEIO DA VEGETAÇÃO, 1979
Coleção Galerie Claude Bernard, Paris sobre papel, 41 x35cm
2. NU NO ATEUE, 1980 vu,,,,,,,,u Galerie Claude Paris
óleo sobre madeira, 80 x 64,S cm 9. NO ATEUt:, 1980
Coleção Galerie Claude Bernard, Paris Aquarela sobre papel, 35 x 39.5 em
3. MULHER COM ACORDEÃO, 1981 Coleção Galerie Claude Bernard, Paris
Óleo sobre tela, 130 x 97 cm 10. NU [DORSO). 1979
Coleção Galerie Claude Bernard, Paris Nanquim e aquarela sobre papel, 22 x 24 em
4. MENINA NO ATEU!:, 1980 Coleção Galeria Claude Bernard, Paris
Óleo sobre tecido, 75 x 54,5 em . HOMEM CHEGANDO AO JARDIM, 1979
Coleção Galerie Claude Bernard, Paris sobre papel, 39 x 43 em
5. MULHER FAZENDO TRICO, 1981 Coleçiío Galerie Claude Bernard, Paris
óleo sobre tecido, 110 x 65,5 em 12. 1980
Coleção Galerie Claude Bernard, Paris Aquarela e guache sobre papel, 26,8 x 24,2 em
Coleção Galerie Claude Bernard, Paris

3. MULHER COM ACORDEÃO, 1981

BASSAN, Nessim

Nasceu no Panamá, em 1950. Obra am'eSlent;lIria


Estudou na Colgate University, nos Estados Unidos. SEM s.d.
Vive no Panamá. Acrílico sobre tela, 121,9 x 152,4 em

132
BOERO, Renata ITÁLIA

Nasceu em Gênova, em 1936.


Vive em Gênova. Z, 1981
Cores vegetais sobre tela, 300 )( 240 em
Coleção da Artista, Gênova

ESPELHO Z, 1981

CECCOBELU, Bruno

Nasceu em Montecastello, Itália, em 1952. Obra apresentada:


Vive em Roma. BEBENDO J. B. AO ESPELHO, 1981
Enxofre, e brim, 168 x 166 em

BEBENDO J.B. ESPELHO,


Foto: Mimmo Capone

133
CHO, Sung-Mook CORÉIA SUL

Nasceu em Daejeon, Coréia do Sul, em 1940. Obras apresentadas:


Graduou-se pela Hong-ik University, Seul. 1. MENSAGEM,1981
Vive em Seul. Bronze,'100 x 40 x 40 cm
2. MENSAGEM,1981
Bronze, 100 x 40 x 40 em

1. MENSAGEM, 1981

CHOI, Sang-Chul l

Nasceu em Seul, em 1946. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts da Seoul National 1. TRABALHO 81-20,1981
University. Acrílico sobre papel, 100 x 200 cm
Vive em Seul. 2. TRABALHO 81-21,1981
Acrílico sobre papel, 100 x 200 em
3. TRABALHO 81-22,1981
Acrílico sobre 100 x 200 em

1. TRABALHO 81-20, 1981

134
COBO. Chema ESPANHA

Nasceu em Tarifa, Espanha, em 1952. Obras apresentadas:


Estudou na Universidad Autónoma de Madrid, Madri. 1. DUPLO AUTO-RETRATO TARIFENHO, 1978-1979
Vive em Tarifa. Acrílico sobre tela, 180 x 210 cm
2. NA METADE DO CAMINHO ENTRE AQUI E ALI, 1979-1980
Acrílico sobre tela, 150 x 150 cm
3. "EL TUFFATORE 3"
Acrílico sobre tela, 150 x 150 cm
4. "GRAN TUFFATORE", 1980
Acrílico sobre tela, 190 x 230 cm
5. TR!:S PERSONAGENS, ASSUNTO SUSPEITO, 1979-1980
Acrílico sobre tela, 190 x 230 cm

1. DUPLO AUTO-RETRATO TARIFENHO, 1978-1979

DE MARIA, Nicola ITAlIA

Nasceu em Foglianise, Itália, em 1954. Obra apresentada:


Vive em Turim. AS PINTURAS QUE ENVOLVEM O UNIVERSO, 1980
Técnica mista sobre telado, 180 x 140 em
Coleção Particular,

AS PINTURAS QUE ENVOLVEM ° UNIVERSO, 1980

135
DE MARZIANE, Hugo ARGENTINA

Nasceu em la Plata, em 1941. Obras apresentadas:


Estudou desenho e gravura na Escola Superior de Belas Artes 1. PAISAGEM,1918
da Universidad Nacional de La Plata. Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
Vive em Buenos Aires. 2. PAISAGEM. 1918
Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
3. PAISAGEM,1918
Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
4. PAISAGEM,1918
Acrílico sobre tela, 120 x 120 cm
5. PAISAGEM,1918
Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
6. PAISAGEM,1979
Acrílico sobre tela. 120 x 120 cm
7. PAISAGEM,1979
Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
8. PAISAGEM,1919
Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
9. PAISAGEM,1980
Acrílico sobre tela, 120 x 120 em
10. PAISAGEM,1979
Acrílico sobre tela, 100 x 100 em
11. PAISAGEM,1979
Acrílico sobre tela, 100 x 100 em
12. PAISAGEM,1979
" Acrílico sobre tela, 150 x 150 cm
13. PAISAGEM,1979
Acrílico sobre tela, 150 x 150 cm
14. PAISAGEM, 1980
Acrílico sobre tela, 115 x 140 em
15. PAISAGEM,1980
Acrílico sobre tela. 140 x 140 em

6. PAISAGEM, 1919

DESSI, Gianni

Nasceu em Roma, em 1955. Obra apresentada:


Vive em Roma. CONClUO, 1981
Óleo sobre tela, 140 x 120 em

1981
Foto: Capone

136
DIAS, Antonio BRASIL

Nasceu em Campina Grande, Brasil, em 1944. Obras apresentadas:


Freqüentou o ateliê de O. Goeldi na Escola Nacional de Belas 1. MUNDO, 1980
Artes, Rio de Janeiro. Técnica mista, 140 cm (diam.)
Vive no Rio de Janeiro. 2. CABEÇA,1980
Técnica mista, 140 cm (diam.)
3. CORPO, 1980
Técnica mista, 140 cm (diam.)
4. CRIANÇA,1980
Técnica mista, 140 em (diam.)

2. CABEÇA, 1980

DOR REGO, Rolando VENEZUELA

Nasceu em Havana, em 1943. Obras apresentadas:


Estudou Artes Gráficas na Art Student's League, em Nova York. 1. ALGORITMO PARA PAISAGEM PATRIÓTICA, 1981
Acrílico sobre tela, 200 x 130 cm
2. O ESPAÇO DE OUROPEL, 1981
Acrílico sobre tela, 200 x 130 em
3. A AVENTURA DA ARTE, 1981
Acrílico sobre tela, 200 x 180 em

1. ALGORITMO PARA PAISAGEM PATRIÓTICA, 1981


Foto: Hernan Araujo

137
FARFAN, Jaime CHILE

Nasceu em Santiago, em 1938. 1981


Formou-se arquiteto pela Universidad Católica de Chile. Acrílico e esmalte sobre painel, 80 x 160 cm
Vive em Santiago. 4. MUTAÇÃO,1981
Acrílico e esmalte sobre painel, 80 x 160 cm
Obras apresentadas: MUTAÇÃO,1981
1. PONTO DE MANIFESTAÇÃO, 1981 Acrílico e esmalte sobre painel, 103 x 179 em
Acrílico e esmalte sobre painel, 100 x 100 em .6. MUTAÇÃO, 1981
2. PONTO DE MANIFESTAÇÃO, 1981 Acrílico e esmalte sobre painel, 103 x 179 em
Acrílico e esmalte sobre painel, 110 x 110 cm

3. MUTAÇÃO, 1981

FORTUNA, Pietro

Nasceu em Pádua, Itália, em 1950. Obra apresentada:


Vive em Roma. ANTES DO TIBRE: MUROS E BASTIOES, 1981
Óleo sobre tela, 130 x 240 em

SEM TITULO, 1981


Foto: Sergio Puee;

138
FRANCO. ESPANHA

Nasceu em Madri, em 1951, Obras apresentadas:


Vive em Madri. 1, O MAGO DO CARNAVAL, 1977
Acrílico sobre tela, 200 x 145 cm
2, A PRAÇA DAS QUATRO ESTAÇÕES, 1981
Acrílico sobre tela. 150 x 100 em
3, AO SUL DA FRONTEIRA, 1978
Acrílico sobre tela, 150 x 120 cm
4, A CONVERSAÇÃO, 1976
Acrílico sobre tela, 150 x 120 cm
5, AUTO-RETRATO NO HOSPITAL, 1974
Acrílico sobre tela, 140 x 92 cm
6, AUTO-RETRATO COM A ESFINGE, 1973
Acrílico sobre tela, 120 x 80 cm
7, OS LUTADORES, 1976
Acrílico sobre tela, 170 x 130 em

1, O MAGO DO CARNAVAL, 1977


Foto: Jesus Gonzalez

FUKUOKA,M io JAPÃO

Nasceu em Sakai City, Osaka, Japão, em 1936. 3, LITORAL DE KARATSU, 1981


Formou-se pela Sakai Municipal Hign School. FRP, 60,6 x 46,3 x 51,1 cm
Vive em Tóquio, 4, LITORAL DE KARATSU, 1981
FRP, 92,2 x 60,6 x 46,4 cm
Obras apresentadas: 5, MARGEM DO RIO, 1981
1, CHUVA N,O 2, 1981 FRP, 61 x 90,5 x 53,5 cm
FRP, 50,5 x 92,6 x 54 cm 6, UMA PEDRA, 1981
2, CHUVA N,o 3, 1981 FRP, 60,6 x 34,9 x 55,8 em
FRP, 100 x 100 x 43 em

5, MARGEM DO RIO, 1981

139
GAlUANI, Ornar ITÁLIA

Nasceu em Montecchio, Itália, em 1954. Obra apresentada:


Vive em Montecchio. ENTRE AS TUAS PRESAS, 1981
Têmpera e papel sobre tela, 210 x 350 cm

ENTRE AS TUAS PRESAS, 1981

GRANATO,lvald BRASil

Nasceu em Campos, Estado do Rio de Janeiro, em 1949. 3. EU TAMBÉM TENHO O DIREITO DE SER FELIZ
Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Pintura em tinta plástica em pigmento com veladuras e
Rio de Janeiro. técnica aplicada mista, 161 x 157 em
Vive em São Paulo. 4. NOVO ORIENTE
Pintura em tinta plástica em pigmento com veladuras e
Obras apresentadas: técnica aplicada mista, 170 x 158 cm
1. LADV 5. NOVA AMERICANA
Pintura em tinta plástica em pigmento com veladuras e Pintura em tinta plástica em com veladuras e
técnica aplicada mista, 286 x 210 cm técnica aplicada mista, 152 x
2. PAISAGEM 6. DESENROLAR DA PINTURA
Pintura em tinta plástica em pigmento com veladuras e Pintura em tinta plástica em com veladuras e
técnica aplicada mista, 166 x 154 cm técnica aplicada mista, 150 x
7. GLAUBER
Pintura em tinta plástica em com veladuras e
técnica aplicada mista, 179 x
8. RASGUEI voeI:
Pintura em tinta em com veladuras e
técnica mista, 310

6. DESENROLAR DA PINTURA

140
GROSS, Carmela BRASIL

Nasceu em São Paulo, em 1946. Obra apresentada:


Licenciou-se em desenho pela Fundação Armando Alvares PROJETO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CÉU, 1980
Penteado. Instalação; 33 desenhos em lápis de cor, grafite e nanquim
Vive em São Paulo. sobre papei, 70 x 100 em (cada)

PROJETO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CW, 1980

GUlMARAES, José de PORTUGAL

Nasceu em Guimarães, Portugal, em 1939. 7. CENA DA ILHA DOS AMORES, 1981


Estudou gravura na SOCiedade Cooperativa de Gravadores Guache sobre papel. 77 x 55 cm
Portugueses. 8. CAMõES LENDO OS LUSIADAS NO 1981
Vive em Lisboa. Guache sobre papel, 77 x 55 em
9. O CAMINHO MARrTlMO PARA A INDIA. 1981
Obras apresentadas: Guache sobre papel, 77 x 55 cm
1. CAMõES DEDICA OS LUSfADAS AO REI D. SEBASTIÃO, 1981 10. CAMõES DEDICA SONETOS A VIOlANTE, 1981
Guache sobre papel, 107 x 62 cm GUllche snbre papel, 77 x 55 cm
2. CAMÕES DE CAPA E ESPADA, 1981 11. INES DE CASTRO, 1981
Guache sobre papel, 107 x 62 cm Guache sobre papel, 77 x 55 cm
3. VASCO DA GAMA RELATA A HISTÓRIA DE PORTUGAL 12. ALEGRES CAMPOS, VERDES ARVOREDOS ... , 1981
AO REI DE MELiNDE, 1981 Guache sobre papel, 67 x 52 em
Guache sobre papel, 107 x 62 cm 13. PERSEGUiÇÃO DAS NINFAS NA ILHA DOS AMORES, 1981
4. CAMÕES SALVA OS LUSrADAS DO NAUFRAGIO, 1981 Guache sobre pape!, 67 x 52 em
Guache sobre papel, 107 x 62 cm 14. INES TIRAR AO MUNDO ... , 1981
5. É SER-SE SOLlTARIO ANDAR POR ENTRE A GENTE, 1981 Guache sobre papel, 67 x 52 cm
Guache sobre papel, 77 x 55 cm 15. D. PEDRO E INES DE CASTRO, 1981
6. A GUERRA E A PAZ EM CAMOES, 1981 Guache sobre papel, 67 x 52 em
Guache sobre papel, 77 x 55 em 16. AH! MINHA DINAMENE! ASSIM DEiXASTE ...• 1981
Guache sobre papel, 67 x 52 em
17. CAMõES LE OS SEUS POEMAS, 1981
Guache sobre papel, 67 x 52 cm
18. CAMOES LENDO OS LUSrADAS NO PAÇO REAL. 1981
Guache sobre papel, 67 x 52 em
19. O GUERREIRO, 1981
Guache sobre papel, 67 x 52 em
20. CAMÕES, 1981
Guache sobre papel, 67 x 52 em
21. CAMÕES, A PENA E A ESPADA, 1981
Guache sobre papel, 67 x 52 cm
22. CAMõES E A DINAMENE, 1981
Guache sobre 67 x 52 em
23. CAMOES,
Guache sobre papel, 67 x 52 cm
9. O CAMINHO MARíTIMO PARA A íNDIA

141
HAN, Man-Young CORÉIA DO SUL

Nasceu em Seul, em 1946. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts da Seul. 1. INTERVALO 8i-1, 1981
Vive em Seul. Óleo sobre tela, 72,7 x 60,6 em
2. INTERVALO 81-1 A, 1981
Óleo sobre tela. 72,7 x 60,6 em
3. INTERVALO 81-6, 1981
Óleo sobre tela, 72,7 x 60,6 em
4. INTERVALO 81-6 A, 1981
Óleo sobre tela, 72,7 x 60,6 em
5. INTERVALO 81-6 B, 1981
Óleo sobre tela, 72,7 x 60,6 em

5. INTERVALO 81-68

HAN. Un-Sung l

Nasceu em Seul, em 1946. Obras apresentadas:


Formou-se em pintura pela Seoul National University. . BEBA COCA, 1980
Vive em Seul. Agua-tinta, 75 x 55 em
2. O GIGANTE I, 1980
Agua-tinta, 75 x 55 em
3. O GIGANTE 11, 1980
75 x55 em

3. O GiGANTE li!

142
JURKIEWICZ, Zdzislaw POLÔNIA

Nasceu em Wolsztyn, Polônia, €Im 1931. Obras apresentadas:


Formou-se arquiteto pelo Departamento de Arquitetura da Escola 1. A FORMA DA CONTINUIDADE - QUllOMETRO, 1972
Politécnica de Wroclaw. Nanquim sobre papel, 100 x 86 cm
2. A FORMA DA CONTINUIDADE, 1972
Nanquim sobre papel, 63 x 93 em
3. CEM METROS, DESENHO NÃO TERMINADO, DESENHO NÃO
DESENHADO, 1973
Nanquim sobre papel, 67 x 118 cm
4. ATt: CEM, MAIS DE CEM, 1974
Nanquim sobre papel, 65 x 117 em
5. MOlDURA /71.49 m/, DESENHO NA MOlDURA /119 x 45 m/.
1976
Nanquim sobre papel, 87,5 x 70 cm

2. A FORMA DA CONTINUIDADE, 1972


Foto: Edmund Witeckl

KANG, Kuk-Jin CORÉIA DO SUL

Nasceu em Jinjoo, na Coréia do Sul, em 1939. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts, Hong-Ik University, Seul. 1. RITMO 8-11,1981
óleo sobre tela, 130 x 160 em
2. RITMO 81-12, 1981
óleo sobre tela, 130 x 160 cm
3. RITMO 81-13, 1981
Óleo sobre tela, 130 x 160 cm

1. RITMO 81-11, 1981

143
lONGOBARDI, Nino

Nasceu em Nápoles, em 1953. Obra apresentada:


Vive em Nápoles. SEM TíTULO (díptico), 1981
Óleo sobre tela e objeto em madeira, 130 x 200 cm
Coleção lucio Amelio, Nápoles

SEM TITULO (díptico), 1981


Foto: lucia Amelio

MAINOlFR, Luigi

Nasceu em Avellino, Itália, em 1948. Obra apresentada:


Vive em Turim. O ORCO, 1981
Terracota e cerâmica, 95 x 200 em

NASCIMENTO DO ORCa E DAS ELEFANTAS, 1980


Foto: Paolo Mussat Sartor

144
MAZZEI. VENEZUELA

Nasceu em Caracas, em 1941. Obras apresentadas:


Estudou no Centro de Artes Gráficas, em Caracas, 1. PROJEÇÃO DO ÚNICO DEVENiR
Acrílico sobre madeira, 190 x 440 cm
2. NUVEM
Acrílico sobre madeira, 110 x 150 cm
3, PORTA
Acrílico sobre madeira, 190 x 120 em

3, PORTA
Foto: Hernan Araujo

M. C. VAN SCHERPENBERG·Katie BRASIL

Nasceu em São Paulo. em 1940. Obra apresentada:


Fez estudos de pintura com C. Baratelli e com O. Kokoschka na SJ:RIE CRONUS, 1981
Áustria. Freqüentou a Akademie der Bildende Kunst da 8 e óleo sobre tela, 120 x 170 em (cada)
Universidade de Munique~ a Art Student's em Nova York,
e o Atelier Livre de Gravura do M.A.M,. no de Janeiro.
Vive no Rio de Janeiro.

SJ:RIE CRONUS, 1981

145
MIGUORIS., Ricardo PARAGUAI

Nasceu em Assunção. em 1948. Obra apresentada:


Formou-se em Arquitetura pela Universidade Nacional de SEM TITULO, 1979-1981
Asunción. 40 painéis de acrílico e óleo sobre tela, 32 x 26 em (cada)

SEM TITULO, 1979-1981

MURAKAMI, Tomoharu JAPÃO

Nasceu em Tóquio, em 1938. Obras apresentadas:


Formou-se pela Tokyo Art University. 1. SEM TíTULO N.o 1, 1981
Vive em Tóquio. Óleo sobre tela, 163 x 130 em
2. SEM TíTULO N.o 2, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 cm
3. SEM TíTULO N.o 3, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 em
4. SEM TíTULO N.o 4, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 cm
5. SEM TíTULO N.o 5, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 em
6. SEM TíTULO N.o 6, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 em
7. SEM TITULO N.o 7, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 em
8. SEM TITULO N.o 8, 1981
Óleo sobre tela, 163 x 130 em

1. SEM TITULO o ,1981

146
PASCUAl, José ESPANHA

Nasceu em Barcelona, em 1947. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Técnica de Arquitetura de Barcelona. 1. BINGO (Tríptico), 1980 .
Vive em Barcelona. Acrílico e nanquim sobre tela, 130 x 290 cm
2. NA COZINHA, 1980
Acrílico e nanquim sobre tela, 97 x 130 em
3. EM FAMfUA, 1981
Acrílico e nanquim sobre tela, 97 x 130 cm
4. BARRA AMERICANA, 1981
Acrílico e nanquim sobre tela, 97 x 130 cm
5. AUTO-RETRATO, 1981
Acrílico e nanquim sobre tela, 97 x 130 em
6. AGORA r:S UM VOYEUR, 1980
Acrílico e nanquim sobre tela, 97 x 130 em
7. A MESA DO LAR, 1980
Acrílico e nanquim sobre tela, 97 x 130 em

3. EM FAMIUA, 1981

PEREZ VIllAlTA, ESPANHA

Nasceu em Tarifa, Espanha, em 1948. Obras apresentadas:


r: autodidata. 1. CENA: PERSONAGENS NA SAlDA DE UM CONCURSO DE
Vive em Madri. ROCK EM MADRI, 1979
Acrílico sobre tela, 240 x 180 cm
Coleção Galeria Vandrés, Madri
2. ICARO OU O PERIGO DAS QUEDAS (Tríptico), 1980
Acrílico sobre tela, 182 x 120 em
3. FAETÓN OU O PERIGO DAS MAQUINAÇÕES, 1981
Acrílico sobre tela, 140 x 197 cm
4. O GRANDE POL!PTICO (7 peças), 1981
Acrílico sobre tela, 450 x 185 em

1. CENA: PERSONAGENS NA SAlDA DE UM CONCURSO DE


ROCK EM MADRI, 1979

141
PIFFERO, Luca Maria ITÁLIA

Nasceu em Roma, em 1944. Obra apresentada:


Vive em Rema. DEUS DA ÁGUA. 1981
Acrílico e óleo sobre tela, 140 x 200 cm

DEUS DA ÁGUA, 1981

PINHEIRO. Jorge PORTUGAL

Nasceu em Coimbra, em 1931. Obras apresentadas:


Formou-se pela Escola Nacional de Belas Artes do Porto. 1. 15 ENSAIOS SOBRE O TEMA "PITÁGORAS JOGANDO
Vive em Lisboa. XADREZ COM MARCa DUCHAMP"
Álbum
2. SEM TITULO
Acrílico sobre tela, 150 x 180 cm
3. SEM TITULO
Acrílico sobre tela, 150 x 180 cm
4. SEM TITULO
Acrílico sobre tela, 150 x 180 cm
5. SEM TITULO
Acrílico sobre tela, 120 x 190 em
6. SEM tíTULO
Acrílico sobre tela, 120 x 190 em
7. SEM TITULO
Acrílico sobre tela. 120 x 190 em
8. SEM TITULO
Acrílico sobre tela, 120 x 190 cm
9. SEM TfTUlO
Acrílico sobre tela, 120 x 190 cm
10. SEM TITULO
Acrílico sobre tela, 190 x 120 cm

PEN~LOPE, 1981

148
ITÁLIA

Nasceu em Catania, Itália, em 1937. Obra apresentada:


Vive em Roma. A PORTA DO MIMO, 1978
óleo sobre tela, 100 cm (diam.)

A PORTA DO MIMO, 1978


Foto: Oscar Savlo

SALVO ITÁLIA

Nasceu em leonforte, Itália, em 1947. Obra apresentada:


Vive em Turim. SÃO JOÃO DOS EREMITAS DE NOITE, 1980
óleo sobre tela, 195 x 85 em

77 PINTORES ITALIANOS, 1975

149
SAPIJA, Andrzej POLÕNIA

Nasceu em Wroclaw, Polônia, em 1954. Obras apresentadas:


Estudou na Escola Superior de Artes Plásticas do Estado de 1. CONJUNTO 33,1979
Wroclaw. Nanquim sobre papel, 70 x 100 cm
2. CONJUNTO 40,1979
Nanquim sobre papel, 70 x 100 em
3. CONJUNTO 51,1979
Nanquim sobre papel, 70 x 100 cm
4. CONJUNTO 60,1979
Nanquim sobre 'papel, 70 x 100 em
5. CONJUNTO 52,1980
Nanquim sobre 70 x 100 em

5. CONJUNTO 52, 1980

SCHENDEL, Mira l

Nasceu em Zurique, em 1919.


Vive em São Paulo. 1981
têmperas sobre tela, 47 x 24 em (cada)

1981

150
SCHIEfERDECKER, Jürgen REPÜ DEMOCRÁTICA ALEMA

Nasceu em Meerane. República Democrática Alemã, em "1937. Obras apresentadas:


Estudou na Technischen Universitãt de Dresden. 1. TEMPO E ESPERANÇA, 1980
Vive em Berlim. Impressão em relevo sobre filme de poliéster, 56,5 x 40 em
2. A FAIR BOMB, 1980
Gravura de zinco colorida, 63,5 x 44,7 em
3. INICIO PARA UMA ESCOLA DA VIDA, 1979-1980
Litografia/impressão em relevo, 33,8 x 32,8 em
4. A SAIA SANTA OU REVELAÇÃO EOurVOCA DOS
ZOLlBAKElS PELA LAVADEIRA, 1979-1980
Litografia colorida, 57 x 40 em
5. A ESPERANÇA INDESTRUrrVEL (DOUTRINA DO VOO 1), 1979
Gravura de zinco offset, 56 x 38 em
6. IPHIGENIE '79, 1979
Gravura de zinco offset. 50 x 40 em

2. A FAlA BOMB, 1980

SCHOOfS, Rudolf BUCA ALEMANHA

Nasceu em Goch am Niederrhein, em 1932. 4. VEGETAÇÃO, 1978


Formou-se em Artes Plásticas pela Werkkunstschule Lápis com acrílico sobre papel, 72,7 x 102 cm
Vive em Stuttgart. ' 5. PAISAGEM COM ASA, 1978
Lápis, acrílico sobre papel, 72,7 x 102 cm
Obras apresentadas: e.PARIS, O CENTRO GEORGES POMPIDOU, 1979
1. SUBÚRBIO, 1976 Lápis sobre papel, x 102 em
Lápis sobre papel, 72,7 x 102 cm 7. PARIS, A RUE DE O CENTRO GEORGES POMPIDOU,
2. ESTRUTURA DE CIDADE, 1977 1980
Lápis sobre papel, 72,7 x 102 em Lápis sobre papel, 72,7 x 102 em
3. PARIS, LA PLACE DE LA CONCORDE ET LA MADELEINE,1978 8. PARIS, O CENTRO GEORGES POMPIDOU, 1980
Lápis sobre papel, 72,7 x 102 em Lápis sobre papel, 72,7 x 102 cm
Coleção Fritz Walter Leverkusen Galeria do Estado em Stuttgart
9. NICE, PROMENADE DES ANGLAIS, 1980
Lápis sobre papel. 72,7 x 102 cm
10. LONDRES, 1980
Lápis sobre papel, 102 x 72,7 cm
Coleção Galeria do
1'1. ESTRUTURA DE
Lápis sobre papel, 72,7 x
12. VEGETAÇÃO, 1980
lápis, acrílico sobre 102 em
13. ARVORES
lápis, acrílico, 72,7 x 102 cm
14. VEGETAÇÃO, 1980
Acrílico, 72,7 x 102 cm
15. PAISAGEM,
Lápis, acrílico sobre 72,7 x 102 em

9. NICE, PROMENADE DES ANGLAIS, 1980

151
SENA, António PORTUGAL

Nasceu em Lisboa, em 1941, Obras apresentadas:


Freqüentou aSt. Martin's Schoolof Art, em Londres. 1. 3H-GL (tríptico),1975
Vive em Lisboa. Acrílico e pastel sobre tela, 130 x 291 cm
2. IV-BR-2, 1976
Acrílico e pastel sobre tela, 195 x 130 cm
3. RAW, 1977
Acrílico e pastel sobre tela, 122 x 183 cm
4. NION-1, 1977
Acrílico e pastel sobre tela, 122 x 183 cm
5. BL-ST, 1978
Acrílico e pastel sobre tela, 130 x 195 em
6. EXCA-WAGON, 1978
Acrílico e pastel sobre tela, 122 x 183 cm
7. J-76-79, 1976-1979
Acrílico e pastel sobre tela, 130 x 195 pm
8. T-PK-SLT, 1980
Acrílico e pastel sobre tela, 122 x 183 em
9. BLK-02, 1980
Acrílico e pastel sobre tela, 130 x 195 cm

1. 3H GL (tríptico), 1975

SUED, Eduardo BRASIL

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1925. Obras apresentadas:


Fez estudos de desenho e pintura com Henrique Boese e de 1. PRETO AZUL, 1981
gravura com Iberê Camargo. Em Paris, estudou na Aeadémie 4 óleo sobre tela, 105 x 115 em (cada)
Julien e na Académie de la Grande Chaumiere. 2. CINZA CINZA, 1981
Vive no Rio de Janeiro. 4 óleo sobre tela, 99 x 128 em (cada)
3. VERMELHO VERMELHO, 1981
4 óleo sobre tela, 105 x 136 em (cada)

2. CINZA, CINZA, 1981 (projeto)

152
SZEWCZVK, Andrzej POLeNIA

Nasceu em Katowiee, Polônia, em 1950. Obras apresentadas:


Formou-se pelo Instituto de Educação Musical e Plástica da 1. TOTALIDADE DO FRAGMENTO 1,1978
Universidade Silesiana,·em Katowiee. Nanquim sobre papel, 86 x 61 em
2. TOTALIDADE DO FRAGMENTO 11,1978
Nanquim sobre papel, 86 x 61 em
3. TOTALIDADE DO FRAGMENTO 111,1978
Nanquim sobre papel, 86 x 61 em
4. TOTALIDADE DO FRAGMENTO IV, 1978
Nanquim sobre papel, 86 x 61 cm
5. TOTALIDADE DO FRAGMENTO V, 1978
,..",.uu." sobre papel, 86 x 61 cm

1. TOTALIDADE DO FRAGMENTO I, 1978


Foto: Edmund Witecki

TESTONI, Alfredo URUGUAi

Nasceu em Montevidéu, em 1919. Obras apresentadas:


Fez cursos livres em Montevidéu, Cidade do México e Roehester. 1. SOCIEDADE DE CONSUMO
Vive em Montevidéu. Mural, folhas impressas em oHset, 12 x 3 m
2. SOCIEDADE DE CONSUMO
Mural, folhas impressas em oHset, 6 x:3 m

1. SOCIEDADE DE CONSUMO

153
URKOM, Gera IUGOSLAVIA

Nasceu em Skorenovica. Iugoslávia, em 1940. Obras apresentadas:


Estudou na Academy of Fine Arts de Belgrado. i. OBJETO - TRANSFORMAÇÃO I, 1980
Vive em Londres. 4 acrílico e pigmento sobre tela de algodão natural,
37 x 200 cm (cada)
2. TRABALHO EM PAPEL l-A, 1980
Acrílico e pigmento sobre papel. 45 x 155 em
3. TRABALHO EM PAPEL I-B, 1980
Acrílico e pigmento sobre papel. 45 x 155 cm
4. TRABALHO SOBRE TELA E PAREDE, 1980
Acrílico e pigmento sobre tela não-preparada, 300 x 400 em

1. OBJETO-TRANSFORMAÇÃO I, 1980

154
VARGAS, CHILE

Nasceu em Santiago, em 1949. Obras apresentadas:


Formou-se em Belas Artes Universidad de Chile. 1. SEM NOME, 1981
Vive em Santiago. Grafite, esmalte e fitas adesivas sobre papel, 160 x 120 em
2. SEM NOME, 1981
Grafite, esmalte e fitas adesivas sobre papel, 160 x 120 em
3. SEM NOME,1981
Grafite, esmalte e fitas adesivas sobre ,160 x 120 em
4. SEM NOME,1981
esmalte e fitas adesivas sobre 160 120 em
5. SEM 1981
Grafite, esmalte e fitas adesivas sobre 160 x 120 em

1. SEM NOME, 1981

Obras apresentadas:
1. UM CANTO A VIDA I, 1981
Ensamblaje, 200 x 90 x 20 em
2. UM CANTO A VIDA 1981
x90 em
VIDA 1981
200 x90 em

155
}1'

Artistas do NUCLE I
Vetor 8-2
BIJEUC, Milivoj IUGOSLAVIA

Nasceu em Zagreb, Iugoslávia, em 1951. 2. RASURAS COM TINTA BRANCA, AMARELA, VERMELHA E
Estudou na Academy of Fine Arts de Zagreb. AZUL, 1980
4 painéis, polycolor, óleos, folha de plástico, 200 x 400 em
Obras apresentadas: (cada)
1. RASURAS COM TINTA BRANCA E AMARELA, 1980 3. RASURAS COM TINTA BRANCA, AMARELA, VERMELHA E
2 painéis polycolor, óleos, folha de plástico, 200 x 300 cm AZUL, 1981
(cada) 4 painés, polycolor, óleo sobre folha de plástico, 200 x 500 cm
(cada)

2. RASURAS COM TINTA BRANCA, AMARELA. VERMELHA E AZUL, 1980

FAJARDO, Carlos Alberto BRASIL

Nasceu em São Paulo, em 1941. Obras apresentadas:


Formou-se em Arquitetura pela Universidade Mackenzie, São 1. , ABRIL/1981
Paulo. Fez estudos de desenho e pintura com Wesley Duke Lee,. Látex e verniz sintético sobre tela, 310 x 456 cm
de gravura em metal com Maciej Babinski e de litogravura com 2. , MAIO/1981
Regina Silveira. Esmalte sintético e spray de esmalte sintético sobre tela,
Vive em São Paulo. 310 x 623 cm
3. ,JULHO/1981
Esmalte sintético, tinta acrílica sobre tela e madeira,
240 x480 cm
4. • AGOSTO/1981
Esmalte sintético, tinta automotiva sobre duraplac e
madeira, 275 x 545 cm

, abril 1981
Foto: Arnaldo Pappalardo

157
SUGA, Kishio JAPÃO

Nasceu em Marioka, Japão, em 1944. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo Tama Art College de Tóquio. 1. PROTRUSÁO 983, 1981
Vive em Tóquio. Acrílico e tela sobre painel de madeira, 600 x 180 x 6,3 em
2. PROTRUSÁO 817, 1981
Acrílico e tela sobre painel de madeira, 50 x 300 x 6,3 cm
3. PROTRUSÁO 816, 1981
Acrílico e tela sobre painel de madeira, 180 x 120 x 6,3 em
4. PROTRUSÁO 681. 1981
Acrílico e tela sobre painel de madeira, 90 x 135 x 6,3 cm
5. PROTRUSÁO 581, 1981
Acrílico e tela sobre painel de madeira, 120 x 120 x 6 em
6. PROTRUSÁO 881, 1981
Acrílico e tela sobre painel de madeira, 150,5 x 120 x 6 em
7. PROTRUSÁO 781, 1981
Acrílico e tela sobre de madeira, 90 x 135 x 6 em
8. PROTRUSO-L, 1980
Acrílico e tela sobre de madeira, 132,5 92 4,8 cm

PROTRUSÁO = 781", 1981

158
Artistas divergentes
AGUU..AR PONCE PANAMÁ

Nasceu na Cidade do Panamá. Obras apresentadas:


Formado em Pintura pela Universidad Autónoma de México, 1. O ASSALTO, s.d.
Cidade do México. Laca, 144,7 x 144,7 cm
2. FUGA, s.d.
Laca, 60,9 x 121,9 em
3. DESESPERAÇÃO, s.d.
Laca, 93,9 x 111,7 cm

2. FUGA, 3.d.

BAR RIOS, Cesar G

Nasceu na Guatemala, em 1950. Obras apresentadas:


Formou-se em Letras na Costa Rica. 1. DA SÉRIE RETRATOS, 1979
Vive na Espanha. Lápis sobre papel, 30 x 41 em
2. DA SÉRIE RETRATOS,
Lápis sobre papel, 30 x 41,5 cm
3. DA SÉRIE RETRATOS, 1979
Lápis sobre papel, 30 x 41 ,5 em
4. DA SÉRIE TEATRO, 1979
Grafite e lápis de cor sobre 30 x41,5 em
5. DESENHO, 1979
Lápis sobre papel, 30 x41 ,5 em

DA SÉRIE RETRATOS, 1979

160
BARRIOS, Moisés GUATEMALA

Nasceu em San Pedro Sacatepéquez, Guatemala, em 1946. Obras apresentadas:


Estudou na Eseuela Superior de Bellas Artes, San Fernando, 1. LUZ LUNAR, s.d.
Madri. Água-forte e água-tinta, 60 x 50 em
2. , s. d.
60 x50 em
3. COMO AS COISAS ANDAM MAL, 3.d.
Água,forte e água-tinta, 60 x 50 em
4. PILHt:RIA, s.d.
Água-forte e água-tinta. 50 x 60 em

3. COMO AS COISAS ANDAM MAL, s.d.

BAIK, Kum-Nam CORÉIA DO SUL

Nasceu em Euijoo, Coréia do Sul, em 1948. Obras apresentadas:


Formou-se em pintura pela Hong-Ik University, Seul. 1. VICISSITUDES-8101, 1981
Vive em Seul. Serigrafia, 76 x 56 em
2. VICISSITUDES-8102, 1981
Serigrafia, 76 x 56 em
3. VICISSITUDES-a103, 1981
Serigrafia, 76 x 56 em

2. VICISSITUDES - 8102, 1981

161
BATISTA, Domingo REPÚBLICA DOMINICANA

Nasceu em Santiago de los Caballeros, República Dominicana, 3. DOS GENESIS, 1981


em 1946. Fotografia
Estudou Publicidade. 4. DO APOCAliPSE I, 1981
Fotografia
Obras apresentadas: 5. DO APOCALIPSE 11, 1981
1. A MORTE N.o I, 1981 Fotografia
Fotografia 6. DO APOCALIPSE 111, 1981
2. TRONCO E LUA, 1981 Fotografia
Fotografia

PAISAGEM COM LUZ

BIDO, Candido REPÚ DOMINICANA

Nasceu em Bonao, República Dominicana, em 1936. Obra apresentada:


Estudou na Escuela Nacional de Bellas Artes de São Domingos, Ambiente com 10 quadros, 10 gaiolas de lata e 34 pássaros de

FLORES COM FOLHAS E PASSAROS

162
BISCARDI, Campos VENEZUELA

Nasceu em Arboledas, Colômbia. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Bellas Artes de Cucuta, na Colômbia, e na 1. AUTO-ANTi-RETRATO, 1975
Escuela de Artes Plásticas de San Cristóbal, na Venezuela. Acrílico sobre tela, 110 x 90 cm
2. AS TRt:S GRAÇAS DA PLACITA DE LOS CHAGUARAMOS, s.d.
Acrílico sobre tela, 120 x 150 em

AUTO-ANTi-RETRATO, 1980

BRUNOVSKY, Albín TCHECOSLOVÁGUIA

Nasceu em Zohor, Tchecoslováquia, em 1935. Obras apresentadas:


Estudou na !':cole Supérieure des Arts Plastiques de Bratislava, 1. ESFORÇO PERSEVERANTE E INCESSANTE POR
Tchecoslováquia. PROPRIEDADE, 1978
Vive em Bratislava. Gravura, ponta seca, autotipia, 40 x 30 em
2. ÂNSIA, 1978
Gravura, ponta seca, autotipia, 44,5 x 34,5 em
3. NO I, 11, 111 ANDAR, 1979
Gravura, ponta seca, autotipia, 42 x 32 em
4. SENHORA COM CHAPW I/VIÚVA, 1981
Gravura, ponta seca, autotipia, 42 x 32 cm
5. SENHORA COM CHAPW li/ESPELHO, 1981
Gravura, ponta seca, autotipia, 40 x 30 cm
6. SENHORA COM CHAPW III/JARDIM, 1981
Gravura, ponta seca, autotipia, 40 x 30 em
7. SENHORA COM CHAPW V/ESPETÁCULO, 1981
Gravura, ponta seca, autotipia, 40 x 30 cm

7. SENHORA COM CHAPÉU V/ESPETÁCULO, 1981

163
CABRERA, Vitico REPÚBLICA DOMINICANA

Nasceu em Moca, República Dominicana, em 1956. 3.


Fotografia, cor, 15,3 x 20,3 em
Obra apresentada: 4.
1, Fotografia, cor, 15,3 x 20,3 em
Fotografia, cor, 15,3 x 20,3 em 5.
2. Fotografia, cor, 15,3 x 20,3 em
Fotografia, cor, 15,3 x 20,3 em 6,
Fotografia, cor, 15,3 x 20,3 em

SEM TíTULO, 1981

CASTERÁN. Jorge u G

Nasceu em Montevidéu, em 1944. Obras apresentadas:


É autodidata. 1. SEM TíTULO, s.d.
Serigrafia, 100 x 285 em
2. SEM TíTULO, s.d.
Serigrafia, 100 x 285 em
3. SEM TíTULO, s.d.
Serigrafia, 200 x 142 em

SEM TITULO, 1981

164
CEPEDA, Ender VENEZUELA

Nasceu em Maracaibo, Venezuela, em 1945, Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Arte Plásticas Neptalí Rincõn, em 1, SEM TITULO, 1979
Maracaibo, Óleo sobre tela, 120 x 130 cm
2. DOMINGO DE RAMOS, 1979
óleo sobre tela, 110 x 96 cm
3, "MALECONEROS", 1980
óleo sobre tela, 100 x 160 cm

3, "MALECONEROS", 1980
Foto: Hernan Araujo

CHOI, Boong-Hyun CORÉIA DO SUL

Nasceu em Seul, em 1941. 2, HUMANO, 1981


Graduou-se no College of Fine Arts, Hong-Ik Uníversity, Seul, Acrílico sobre tela, 116 x 89 cm
Vive em Seul. 3, HUMANO, 1981
Acrílico sobre tela, 116 x 89 cm
Obras apresentadas: 4, HUMANO. 1981
1. HUMANO, 1981 Acrílico sobre tela, 116 x 89 cm
Acrílico sobre tela, 116 x 89 cm

HUMANO, 1981

165
CHOI, Wook-Kyung CORÉIA DO SUL

Nasceu em Seul. em 1940. Obras apresentadas:


Formou-se em pintura pelo Fine Arts CoUege, Seoul National 1. AREIAS NEVADAS, 1981
University, de Seul, e pela Brooklyn School of Art, de Nova Vork. Acrílico sobre tela, 129,5 x 97 em
Vive em Seul. 2. AREIAS BRANCAS, 1981
Acrílico sobre tela, 129,5 x 97 em
3. HOMENAGEM A MONTANHA GYEUNGSANG, 1981
Acrílico sobre tela, 129,5 x 97 em

AREIAS BRANCAS, 1981

CHON, Joon L

Nasceu em Seul. em 1942. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts, da Seoul National 1. VOZ, 1980
University e pela California State Universíty, Los Angeles. Bronze, 45 x 45 x 5 em
Vive em Seul. 2. VOZ, 1980
Bronze, 45 x 45 x 5 em

VOZ, 1980

166
COURT, Francisco Javier CHILE

Nasceu em Santiago, em 1950. Obras apresentadas:


Formou-se em pintura pela Universidad Nacional de Chile. 1. SEM TITULO (DA S~RIE DO PECADO), 1981
Vive em Santiago. Gravura, grafite, pastel, lápis de cor, fotografia e fitas
auto-adesivas sobre papel, 133 x 91 em
2. SEM TITULO (DA S~RIE DO PECADO), 1981
Gravura, grafite, pastel, lápis de cor, fotografia e fitas
auto-adesivas sobre papel, 133 x 91 em
3. SEM TITULO (DA S~RIE DO PECADO), 1981
Gravura, grafite, pastel, lápis de cor, fotografia e fitas
auto-adesivas sobre papel, 133 x 91 em
4. SEM TITULO (DA S~RIE DO PECADO), 1981
Gravura, grafite, pastel, lápis de cor, fotografia e fitas
auto-adesivas sobre papel, 133 x 91 em
5. SEM TITULO (DA S~RIE DO PECADO), 1981
Gravura, grafite, pastel, lápis de cor, fotografia e fitas
auto-adesivas sobre papel, 133 x 91 em

SEM TITULO, 1980

DABOVA BULGÁRIA

Nasceu em Pazardjik, Bulgária. em 1927. Obras apresentadas:


Estudou na Academia de Arte de Sofia. 1. MANHA, 1979
Xilogravura
2. CASA. 1979
Xilogravura
3. CRIANÇA, 1979
Xilogravura

3. CRIANÇA, 1979

167
DOBKOWSKI, Jan POLÔNIA

Nasceu em Loniza, Polônia, em 1942. Obras apresentadas:


Formou-se na Academia de Belas Artes de Varsóvia. 1. EViTANDO OS OBSTACULOS, 1978
Nanquim sobre papel, 51 x 72,5 cm
2. A FORÇA DA VONTADE, 1978
Nanquim sobre papel, 51 x 72,5 em
3. ENCERRADO NUM CfRCULO, 1978
Nanquim sobre papel, 51 x 72,5 em
4. DIQUE, 1978
Nanquim sobre papel, 51 x 72,5 em
5. AMEAÇA, 1978
Nanquim sobre papel, 51 x 72,5 em
6. BECO, 1980.
Nanquim sobre 51 x 72,5 em

DESENHO, 1978
Foto: Edmund Witecki

DUENAS, Olga

Nasceu em Cleveland, Estados Unidos, em 1926. Obras apresentadas:


Estudou com Amedée Ozenfant. em Nova York. i. VERVERANCIA, s.d. (Díptico}
Vive no Equador. Acrflico sobre tela, 90 x 160 em
2. AMARlTMO, s.d.
Acrílico sobre tela, 85 x 85 cm
3. EVANIZO, s.d.
Acrílico sobre tela, 55 x 100 em
4. ROJIZONTE, s.d. (Díptico)
Acrílico sobre tela, 64 x 120 em
5. GRISQl, s.d.
Acrílico sobre tela, 85 x 85 cm
6. PREANGULAR, s.d.
Acrílico sobre tela,
7. COBRESCENTE, s.d.
Acrílico sobre tela, 115 x 115 em
8. DESINTESIS, s.d.
Acrílico sobre 115 x 115 em
!l. AMARíSTICO, s.d.
Acrílico sobre
10. DIAGONAUZO,
Acrílico sobre tela, 70 x
1. VER DISTANTE, !l.d.
Acrílico sobre tela, 80 x 80 cm
12. AZULSEGUIDO, !l.d.
Acrílico sobre tela,
ROJOFORMA, 3.d.
Acrílico sobre tela, 85 85 em
s.d.
tela, 100 x 55 em

6. PREANGULAR, 3.d.

168
GAlDOS PERU

Nasceu em Uma, em 1933. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Nacional de Bellas Artes de Uma. 1. MOCHICA, s.d.
Vive em Uma. Óleo sobre tela, 130 x 170 em
2. MOCHICA 11, s.d.
Óleo sobre tela, 170 x 130 em
3. HARMONIA CAUDA, s.d.
Óleo sobre tela, 130 x 170 em
4, fMPETO I, s.d.
Óleo sobre tela, 140 x 100 em
5. ALEGRIA, s.d.
Óleo sobre tela, 85 x 120 cm

2. MOCHICA 11, s.d.

ROMÊNIA

Nasceu em Bucareste, em 1927. Obras apresentadas:


Formou-se pelo Instituto de Beias Artes de Bucareste. 1. POEMA ROMENO, 3.d.
Vive em Brasília. 270 x 700 em
2. 3.d.
Tapeçaria, 270 x 650 em
3. HORIZONTES DE MEU PAIS, 3.d.
Tapeçaria, 270 x 200 em

1. POEMA ROMENO, s.d.

169
GONZÁlEZ, Julio REPÚBLICA DOMINICANA

Nasceu em Santiago, República Dominicana, em 1945. Obras apresentadas:


Formou-se em Administração de Empresas pela Universidad 1. OBSERVADOR
Católica Madre y Maestra. Fotografias, colar., sobre papel, 50,8 x 58,4 cm
2. VENDEDOR DE BANILEJA
Fotografias, colar., sobre papel, 50,8 x 58,4 cm
3. CAMO
Fotografias, colar., sobre papel, 50,8 x 58,4 em
4. ARAME
Fotografias, colar., sobre papel, 50,8 x 58,4 cm
5. CASINHA SULINA
Fotografias, colar., sobre papel, 50,8 x 58,4 em
6. REFLEXO COLONIAL
Fotografias, colar., sobre papel, 50,8 x 58,4 em

GUlllERMO, Erwin GUATEMALA

Nasceu na Guatemala, em 1951. Obras apresentadas:


Estudou na Escola Nacional de Artes Plásticas. 1. DA SIORIE METAMORFOSES, 1980
Lápis de cor sobre papel, 34 x 48 em
2. DA SIORIE METAMORFOSES, 1980
Nanquim sobre papel, 25 x 36 cm
3. DA SIORIE METAMORFOSES, 1980
Lápis sobre papel, 30 x 45 cm
4. DA SIORIE METAMORFOSES, 1980
Lápis sobre papel, 30 x 45 cm
5. DA SIORIE METAMORFOSES, 1980
Lápis sobre papel, 30 x 45 cm

DA SIORIE METAMORFOSES, 1980

170
HAlAS, Jósef POLÔNIA

Nasceu em Nowy Sacz, Polônia, em 1927. Obras apresentadas:


Formou-se em artes plásticas na Escola Superior de Artes í. DESENHO I, 1977
Plásticas. em Wroclaw, Polônia. Nanquim sobre papel. 63,5 x 49,5 cm
2. DESENHO li, 1977
Nanquim sobre papel, 49,5 x 63,5 cm .
3. DESENHO 111, 1977
Nanquim sobre papel, 49,5 x 63,5 em
4. DESENHO IV, 1977
Nanquim sobre papel. 49,5 x 63,5 em
5. DESENHO V, 1977
Nanquim sobre papel, 49,5 x 63,5 em
6. DESENHO VI, 1977
Nanquim sobre 49,5 x 63,5 em

5. DESENHO V, 1977
Foto: Edmund Witecki

HERREBARRíA, Adriano PANAMÁ

Nasceu em Santiago de Veraguas. Panamá, em 1928. Obra apresentada:


Estudou na Academía de San Carlos. CALCINAÇÃO,
Técnica mista, 82 x 142 em

171
HlOZNIK, Vincent TCHECOSLOV ÁGUIA

Nasceu em Svederník, Tchecoslováquia, em 1919. Obras apresentadas:


Estudou na École des Arts et Métiers, em Praga. 1. OS PÁSSAROS, 1977
Vive em Bratislava. Ponta seca, 64 x 50 cm
2. APARIÇAO, 1977
Ponta seca, 64 x 50 em
3. BANCO, 1977
Ponta seca, 64 x 50 cm
4. CAVALEIROS, 1977
Ponta seca, 64 x 50 cm
5. DUPLO RETRATO, 1977
Ponta seca, 64 x 50 cm
6. PERNA, 1977
Gravura, 64 x 50 em
7. TRfPTICO, 1977
Gravura, 64 x 50 em
8. APOCALIPSE, 1977
Gravura, 64 x 50 em
9. INFERNO, 1977
Gravura, 64 x 50 em
10. DESOLAÇAO, 1977
Gravura, 64 x 50 em

9. INFERNO, 1977

JAVIER CABRERA, Raúl u

Nasceu em Montevidéu. em 1919.


Estudou na Escuela de Artes e Oficios de la Universidad dei
Trabajo, em Montevidéu. Vive em Montevidéu.

172
JÁVOR, Piroska HUNGRIA

Nasceu em Budapeste, em 1944. Obras apresentadas:


Formou-se em pintura pela Budapest Academy of Fine Arts. 1. ASSIMILAÇÃO, 1978
Vive na Colônia de Artistas de Szentrendre, na Hungria. Esmalte sobre metal, 24 x 24 em
2. PEQUENOS ESTUDOS, 1978
Esmalte sobre metal, 24 x 24 em
3. PLANOS NO ESPAÇO I, 1979
Esmalte sobre metal, 29 x 44 em
4. PLANOS NO ESPAÇO li, 1979
Esmalte sobre metal, 29 x 44 em
5. IGREJA I, 1980
Esmalte sobre metal, 3D x 30 em
6. IGREJA li, 1980
Esmalte sobre metal, 30 x 30 em
7. IGREJA 111, 1980
Esmalte sobre metal, 30 x 30 em
8. IGREJA IV, 1980
Esmalte sobre metal, 3D x 30 em
9. MARIPOSA I, 1978
Esmalte sobre metal, 24 x 24 em
10. FLOR 1, 1981
Esmalte sobre metal, 3D x 3D em

i. ASSIMILAÇÃO, 1978

KIM, Chung-Jung CORÉIA DO SUL

Nasceu em Busan, Coréia do Sul, em 1941. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts, Hong-Ik University, Seul. 1 BUD 81-2, 1981
Vive em Seul. Madeira, 120 x 25 x 25 em
2. SUD 81·3, 1981
Madeira, 120 x 25 x 15 em

1. BUD 81-2, 1981

173
KIM, Joung-Soo CORÉIA DO SUL

Nasceu em Seul, em 1945. Obras apresentadas:


Graduou·se pelo College of Fine Arts, Hong·lk University, Seu\. 1. SOM, 1981
Vive em Seul. Óleo sobre tela, 162,2 x 130,3 cm
2. SOM, 1981
óleo sobre tela, 162,2 x 130,3 em
3. SOM, 1981
Óleo sobre tela, 162,2 x 130,3 em

2. SOM, 1981

KIM, Sang-Ku CORÉIA L

Nasceu em Seul, em 1945. Obras apresentadas:


Graduou·se pelo College of Fine Arts. Hong·lk University. Seul. 1. TRABALHO I, 1981
Vive em Seul. Xilogravura, 65 x 36 em
2. TRABALHO 11, 1981
Xilogravura, 65 x 36 em
3. TRABALHO 111,1981
Xilogravura, 65 x 36 em

1. TRABALHO I, 1981

174
KREBS. Ella PERU

Estudou na Escuela Nacional de Bailas Artes, em lima. Obras apresentadas:


Vive em lima. 1. S!:RIE MUTAÇOES I
Óleo sobre tela, 96 x 106 cm
2. S!:RIE MUTAÇOES 11
Óleo sobre tela, 110 x 120 cm
3. S!:RIE MUTAÇOES 111
Óleo sobre tela, 130 x 150 em
4. S!:RIE MUTAÇOES IV
Óleo sobre tela, 78 x 78 em
5. S!:RIE MUTAÇOES V
Óleo sobre tela, 100 x 90 em

3. S!:RIE MUTAÇOES 111

lARA, Clever URUGUAI

Nasceu em Rivera, no Uruguai, em 1952. Obras apresentadas:


Estudou na Facultad de Arquitetura de Montevidéu. 1. LUGAR
Óleo sobre tecido, 200 x 200 em
2. PAQUETE
Óleo sobre tecido, 200 x 200 cm
3. RINCÃO
Óleo sobre tecido, 600 x 200 em

3. RINCÃO

175
BULGÁRIA

Nasceu em em 1949. Obras apresentadas:


Graduou-se Artes de Veliko Tarnovo. 1. POLlPTICO, s.d.
Agua-tinta
2. COMPOSiÇÃO, s.d.
Agua-tinta
3. EXPONAT, s.d.
Agua-tinta

1. POL[PTlCO, s.d.

Nasceu em Liptovsky Peter, Tchecoslováquia. em 1913. Obra apresentada:


listudou na Université em Bratislava. HOMENAGEM AO SOl
Vive em Bratislava, 30 coloridas, 40 40 em (cada)
MARTINO, Federieo ARGENTINA

Nasceu em Bueno Aires, em 1930. Obras apresentadas:


Fez estudos na Academia Nacional de Bellas Artes, Argentina, e 1. TRIUNFO SOBRE OS NOVE INFERNOS N.o 7,1976-1980
estudou litogravura na Escola Normal de Bellas Artes, Paris. Óleo sobre tela, 80 x 60 em
Vive em Buenos Aires. 2. TRIUNFO SOBRE OS NOVE INFERNOS N.o 8, 1976-1980
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
3. TRIUNFO SOBRE OS NOVE INFERNOS N." 9, 1976-1980
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
4. SÉRIE DOS TREZE CÉUS N.o 1, 1975-1978
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
5. SÉRIE DOS TREZE CÉUS N.o 7, 1975-1978
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
6. SÉRIE DOS TREZE CÉUS N.o 8, 1975-1978
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
7. SÉRIE DOS TREZE CÉUS N.o 11, 1975-1978
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
8. A PORTA DO EU. Letra T, 1976-1978
Óleo sobre 80 x 60 em
9. A PORTA DO Letra E, 1976-1980.
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
10. A PORTA DO EU. Letra I, 1976-1980
Óleo sobre 80 x 60 em
11. PROJEÇÃO DO 1978
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
12. A SEMENTE, 1975-1980
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
13. SOL, 1978
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
14. PROJEÇÃO DO FOGO, 1979
Óleo sobre tela, 120 x 100 em
15. BUENOS AIRES li, 1980
Óleo sobre tela. 120 x 100 em

5. SÉRIE DOS TREZE CÉUS N.o 7, 1975-1978

MOREL, Mareei IN

Nasceu em Santiago, República Dominicana, em 1955. Obras "nn'p.~fmt:ula:~,


Estudou Medicina na Universidad Autónoma de Santo Domingo. 1. DO E DA FORMA
Fotografia, color., 51 x 58 em
2. DO EROS E DA FORMA
Fotografia, color., 51 x 58 em
3. DO EROS E DA FORMA
Fotografia, color., 51 x 58 em
4. DO EROS E DA FORMA
Fotografia, color., 51 x 58 em
5. DO EROS E DA FORMA
Fotografia, color., 51 x 58 em
6. DO EROS E DA FORMA
Fotografia, color., 51 x 58 em

177
MYTARAS. Dim GRÉCiA

Nasceu em Halkis, Grécia, em 1934. Obras apresentadas:


Formou-se em Pintura pela École de Beaux-Arts, Atenas. 1. CHARIKLlA MYTARA, s.d.
Vive em Atenas. Acrílico sobre tela, 160 x 180 em
2. PAISAGEM, s.d.
Acrílico sobre tela, 145 x 200 em
3. PARIS, s.d.
Acrílico sobre tela. 190 x 220 em

1. CHARIKLlA MYTARA. s.d.

NINO, C. VENEZUELA

Nasceu em Maracaibo, Venezuela, em 1951, Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Artes Plásticas Neptali Rincon, 1. SEM TITULO, 1980
Maracaibo, Venezuela. Óleo sobre tela, 130 x 185 em
2. SEM TITULO. 1981
Óleo sobre tela, 80 x 60 em
3. SEM TITULO, 1981
Óleo sobre tela, 80 x 60 em

1. SEM TíTULO, 1980


Foto: Hernan Araujo

178
PANAVOTOV LGÁRIA

Nasceu em Sofia, em 1927. Obras apresentadas:


Estudou na Academia de Arte de Sofia. 1. PAISAGEM, s.d.
Gravura
2. NATUREZA MORTA, s.d.
Gravura
3. CATEDRAIS, s.d.
Gravura

3. CATEDRAIS, s.d.

PANAVOTOVA BULGÁRIA

Nasceu em Sofia, em 1931. Obras apresentadas:


Formou-se em gravura e desenho pela Académie de Beaux-Arts,. 1. A PORTA, 1981
Sofia. Litog ravu ra
Vive em Sofia. 2. OS íDOLOS, 1981
Litogravura
3. O PÁTIO INTERIOR, 1980
Litog ravu ra

179
PARK, Ki-Ok CORÉIA DO SUL

Nasceu em Kangwon, Coréia do Sul, em 1940. Obras apresentadas:


Formou-se em escultura pela Sung Shin Women's University e 1. TECELAGEM 5, 1981
pela Hong-Ik University, Seul. Madeira, 120 x 60 x 20 cm
Vive em Paris. 2. TECELAGEM 6, 1981
Madeira, 120 x 60 x 20 cm

2. TECELAGEM 6, 1981

PENA. A. VENEZUELA

Nasceu em Santa Bárbara, Venezuela, em 1949. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Artes Plásticas de Maracaibo, Venezuela 1. ME QUER OU NÃO ME QUER, 1980
Óleo sobre tela, 125 x 65 cm
2. ME QUER OU NÃO ME QUER, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 165 cm
3. CAPELA RURAL COM ANJO TERRESTRE, 1980
óleo sobre tela, 180 x 150 em

3. CAPELA RURAL COM ANJO TERRESTRE, 1980


Foto: Heman AraujO

180
PISCOVA, Herman PERU

Nasceu em Chiclayo, Peru, em 1941. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Nacional de Belias Artes, em Uma. 1. PISCIS
Metal, 107 x 25 x 167 em
2. SEM TíTULO
Metal. 19 x 19 x 95 cm
3. SEM TíTULO
Metal, 16 x 16 x 105 cm
4. SEM TíTULO
Metal, 27 x 27 x 152 em

SEM TíTULO (detalhe)

QUII\IONES. Azalea VENEZUELA

Nasceu em EI Tigre, em 1951, Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas, Caracas. 1. SOLlDAO DA DOLOROSA, 1980
Óleo sobre tela, 195 x 130 cm
2. JOSÉ GREGORIO, CALZADILLA E CHAPLlN, 1981
Óleo sobre tela, 155 x 200 em
3. CASAL, 1981
Óleo sobre tela, 150 x 100 em

3. CASAL, 1981
Foto: Hernan Araujo

181
QUlNTERO, Jose Antonio VENEZUELA

Nasceu em Caracas, em 1946. Obras apresentadas:


:studou na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas, Caracas. 1. DA CARRACA AO BOSQUE DO HORIZONTE, 1976
Óleo sobre tela, 160 x 160 cm
2. FRANCISCO DE MIRANDA NO BOSQUE, 1976
Óleo sobre tela, 160 x 160 em
3. NATUREZA MORTA E PAISAGEM, 1981
Óleo sobre tela, 140 x 190 cm

3. NATUREZA MORTA E PAISAGEM


Foto: Hernan Araujo

RI, Nam-Kyu CORÉIA DO SUL

Nasceu em Chungnam, Coréia do Sul, em 1932. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts, da Seoul National 1. TRABALHO 81, 1981
University. Aquarela, 81 x 150 em
Vive em Seul. 2. TRABALHO 81, 1981
Aquarela, 81 x 150 em

1. TRABALHO 81,1981

182
RIV AS, Pacheco VENEZUELA

Nasceu em Caracas, em 1953. Obras apresentadas:


Autodidata. 1. ESTA PORTA LEVA PARA FORA (díptico1. 1975
Acrílico sobre tela, 150 x 240 em
2. GEOMETRIA NOTURNA, 1978
Acrílico sobre tela, 97 x 130 cm

1. ESTA PORTA LEVA PARA FORA, 1978 (díptico)


Foto: Hernan Araujo

ROMER, Margot VENEZUELA

Nasceu em Caracas, em 1938. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela de Bellas Artes, em Caracas. 1. UM TEMPO PARA AMAR, 1975
Óleo sobre tela, 170 x 155 cm
2. ILUMINADAS GRUTAS DE REFLEXOS VIOLETAS E
TROVÕES AZUIS, 1975.
Óleo s bre tela, 170 x 155 em
3. CAMINHO PARA A TARDE, 1975
Óleo sobre tela, 170 x 155 cm

3. CAMINHO PARA A TARDE, 1975

183
SIN, Hak-ChuJ CORÉIA DO SUL

Nasceu em Kumnung, Coréia do Sul, em 1943. Obras apresentadas:


Graduou-se pelo College of Fine Arts, Hong-Ik University. Seul. 1. SITUAÇÃO, 1981
Vive em Seul. Aquarela, 120 x 70 cm
2. SITUAÇÃO, 1981
Aquarela, 120 x 70 cm
3. SITUAÇÃO, 1981
Aquarela, 120 x 70 cm

3. SITUAÇÃO, 1981

SOROGAS, Sotiris GRÉCIA

Nasceu em 1936, na Grécia. Obras apresentadas:


Estudou Pintura na Ecole de Beaux Arts de Atenas. 1. BURACO
Vive em Atenas. Acrílico sobre tela, 150 x 150 cm
2. PEDRAS
Acrílico sobre tela. 150 x 150 cm
3. PEDRAS
Acrílico sobre tela, 150 x 150 cm
4. PEDRAS
Acrílico sobre tela. 150 x 150 cm
5. ESPINHEIRO
Acrílico sobre tela, 200 x 150 cm

PEDRAS

1.84
STEFANIAI, Edit HUNGRIA

Nasceu em Budapeste, em 1936. Obras apresentadas:


Formou-se em escultura decorativa no Institute of Applied Arts. 1. TlTERES, s.d.
Vive em Budapeste. Esmalte sobre metal, 15 x 15 em
2. JUANITO E JULlTA, s.d.

3.°Esmalte sobre metal, 15 x 15 em


SONHO DE GABA, s.d.
Esmalte sobre metal, 15 x 15 em
4. SÓ, s.d.
Esmalte sobre metal, 15 x 15 em
5. CONCEBIDO, s.d.
Esmalte sobre metal, 15 x 15 em
6. FERTILIDADE, s.d.
Esmalte sobre metal, 15 x 15 em
7. FAMILlA TRUNCADA, s.d.
Esmalte sobre metal, 15 x 15 em
8. FAMrUA, s.d.
Esmalte sobre metal, 15 x 15 em

STOEV BULGÁRIA

Nasceu em Sofia, em 1927. Obras apresentadas:


1. MÚSICA, 1980

2.°Litogravura, 33 x 45 em
VIOLÃO, 1980
Litogravura, 30 x 43 em
3. TRINADOS DO DIABO, 1980
Litogravura, 30 x 48 em

L MÚSICA, 1980

185
STOllOV BULGÁRIA

Nasceu em Varna, na Bulgária. Obras apresentadas:


Graduou-se pela Academia de Artes de Sofia, em 1972. 1. PAÁBOLA I, s.d.
Gravura
2. PARÁBOLA 11, s.d.
Gravura
3. OSTÁCULO, s.d.
Gravura e água-tinta

3. OB8r ÁCULO, s.d.

STOV ANOV, Stoyan BULGÁRIA

Nasceu em Sofia, em 1941- Obras apresentadas:


Estudou na Academia de Belas Artes de Bratíslava, L SONHOS I, s.d.
na Tchecoslováquia. Litografia, 30 x 17 cm
2. PAIXÕES HUMANAS I, 3.d.
Litografia, 44,5 x 31,5 cm
3. BASTA COM A VIOLÊNCIA, s.d.
Litografia, 44 x 31,5 cm

2. PAIXÕES HUMANAS I, 3.d.

186
SUAREZ, Pablo ARGENTINA

Nasceu em Buenos Aires, em 1937, Obras apresentadas:


Vive em Buenos Aires, 1. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 140 x 120 cm
2. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 140 x 120 cm
3, SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 140 x 120 em
4. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 120 cm
5. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 120 cm
6, SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 120 em
7. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 120 cm
8. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 170 x 140 em
9. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 170 x 140 em
iO. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 135 x 10 em
11. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 135 x í 10 em
12. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 135 x 110 em
13. SEM TíTULO, 1980
Óleo sobre tela, 135 x 110 em

SUSNIK, Tugo IUGOSLÁVIA

Nasceu en liubliana, Iugoslávia, em 1948. Obras apresentadas:


Estudou na Academy of Fine Arts, em liubliana, Iugoslávia, 1. SEM TíTULO (tríptico), 1980
Acrílico sobre tela, 210 x 140 em; 210 x 140 cm, 199,5 x 137 em
2. SEM TíTULO, 1980
Acrílico sobre tela, 183 x 132 em
3, SEM TíTULO, 1980
Acrílico sobre tela, 183 x 132 cm
4, SEM TíTULO (díptieo], 1981
Acrílico sobre tela, 180 x 360 em

1, SEM TíTULO (tríptieo), 1980

187
TORAl, Tabo PANAMÁ

Nasceu em 1950. Obras apresentadas:


Estudou no Maryland Institute College of Art, Baitimore, 1. SEM TITULO
Estados Unidos. Óleo sobre tela, 91,4 x 121,9 cm
2. SEM TITULO
Óleo sobre tela, 91,4 x 121,9 cm

TORRES. Emílio

Nasceu na Cidade do Panamá, em 1944. Obras apresentadas:


Estudou na Escue!a Nacional de Artes Plásticas do Panamá. 1. SEM TíTULO, s.d.
Vive na Cidade do Panamá. Foto-serigrafia sobre tela, 300 x 300 em
2. SEM TITULO, s.d.
Foto-serigrafia sobre tela, 300 x 300 em

188
TZANEV BULGÁRIA

Nasceu em Bourgas, Bulgária, em 1946. Obras apresentadas:


Fez estudos na Academia de Belas Artes de Varsóvia. 1. SOLIDÃO, s.d.
Agua-forte e água-tinta, 40 x 50 cm
2. PRESENÇA, s.d.
Agua-forte e água-tinta, 40 x 50 cm
3. HOMEM DE ROUPÃO,
Agua-forte e água-tinta, 40 x 50 cm

3. HOMEM DE ROUPÃO, s.d.

VALBUENA R., Ulia VENEZUELA

Nasceu em Caracas, em 1946. Obras apreselltadas:


Estudou na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas, em j. O POSTO, s.d.
Caracas. Relevo, 200 x 110 x 47 cm
2. PRESENÇA DE UM TEMPO, 3.d.
Relevo, 130 x 130 x 20 cm

1. O POSTO, 3.d.

189
VASSllEV, Atanas BULGÁRIA

Nasceu em Goma Oriahovitza, em 1942, Obras apresentadas:


1. PARADA, 1980
Gravura, 32x41 em
2, PALHAÇOS, 1981
Gravura, 31 x 48,5 em
3. GILL (Dedicado a Wateau), 1980.
Gravura, 35,6 x 44,S em

1. PARADA, 1980

VITERI, Alicia PANAMÁ

Nasceu em Pasto, Colômbia, em 1946. Obras apresentadas:


Formou-se em Belas Artes pela Universidad de los Andes de 1. ELA
Bogotá. Gravura em metal, 76,2 x 104,1 em
2. O CASAL
Gravura em metal, 76,2 x 104,1 em
3. A FILA
Gravura em metal, 76,2 x 104,1 em
4, O GRUPO
Gravura em metal, 76,2 x 104.1 em

3, A FILA,

190
XICARÁ,lxquiac GUATEMALA

Nasceu na Cidade da Guatemala, em 1947. Obras apresentadas:


Estudou na Escuela Nacional de Artes Plásticas, na Cidade 1. SEM tíTULO, s.d. 100 x 100 cm
da Guatemala.
2. SEM TíTULO, s.d. 100 x 100 cm

3. SEM TíTULO, s.d. 100 x 100 em

SEM TíTULO, s.d.

WONG, José Huerto PERU

Estudou na Escuela Nacional de Bellas Artes de Lima. Obras apresentadas:


1. FLOREIRA, s.d.
Xilogravura, 47,5 x 60 cm
2. MULHER, s.d.
Xilogravura, 30 x 49 em
3. A ESPERA, s.d.
Xilogravura, 49 x 34 cm
4. SÚPLICA, s.d.
Xilogravura, 34 x 49 em
5. VELHA, s.d.
Xilogravura, 41,5 x 62 em

3. A ESPERA, 3.d.

191
VANEV BULGARIA

Nasceu em Sofia. em 1951. Obras' apresentadas:


Estudou na Academia de Belas Artes de Sofia. 1. REANIMAÇÃO I, s.d.
Gravura e água-tinta, 32 x 25 cm
2. REANIMAÇÃO 11, s.d.
Gravura e água-tinta, 32 x 24,5 em
3. NATUREZA MORTA, s.d.
Gravura e água-tinta, 32 x 24,5 cm

1. REANIMAÇÃO I. s,d,

ZABAlETA. Wladimir ELA

Nasceu em Valencia, Venezuela, em 1944. Obras apresentadas:


1. A MAGA DO BANDOLlM, 1981
, Óleo sobre tela, 180 x 140 em
2. MAGA I, 1981
Óleo sobre tela, 180 x 140 em
3. MAGA li, 1981
Óleo sobre tela, 180 x 140 em

A MULHE.R DO ACORDEÃO, 1980


Foto: Hernan Araujo

192
rtistas d II
ARTISTAS ITALIANOS

Para o núcleo 11 (o histórico). foi convidado um. núme-


ro muito restrito de artistas. de gerações diferentes.
que estão entre aqueles que marcaram a trajetória da
arte italiana nos últimos trinta anos: Burri. Tu reato ,
Guttuso. Kounellis. Guccione e Mariani.

Bruno Mantura
(Da" Introdução à participação italiana na XVi Bien~I")

BURRI, Alberto ITÁLIA

Nasceu em Città di Castello. Itália, em 1915. Obra apresentada:


Vive em Città di Castello e em Roma. ESCULTURA, 1981
Aço envernizado, 600 x 600 x 220 cm
Coleção do Artista

ESCULTURA, 1981
Foto: F. Orlandi

194
GUCCIONE, Piero ITÁLIA

Nasceu em SCicli, em 1935. Obras apresentadas:


Vive em Roma. 1. A GRANDE CASA, 1981
Pastel sobre papel, 160 x 115 cm
2. ALFARROBEIRAS E PEQUENA AMENDOEIRA. 1981
Pastel sobre papel. 50 x 65 cm

1. A GRANDE CASA, 1981


Foto: Alfio Di Bella

GUTTUSO, Renato

Nasceu em Bagheria, Itália. em 1912. Obras apresentadas:


Viv~em Roma. 1. A VISITA DA NOITE, 1980
Óleo sobre tela, 160 x 194 em
Coleção do Artista
2. ESTUDO PARA AS ALEGORIAS - O SONO DA RAZÃO. 1
Lápis sobre papel. 73 x 51 cm
Coleção do Artista
3. ESTUDO PARA AS ALEGORIAS. 1979
Lápis sobre papel, 50 x 35 em
Coleção do Artista
4. FIGURAS E MONSTROS, 1980
Nanquim e guache sobre 50 x em
Coleção do Artista
5. ESTUDO PARA AS ALEGORIAS - PERSEU
Nanquim sobre x 71 em
Coleção do

1. A VISITA DA NOITE. 1980

195
KOUNElllS. Jannis ITÁLIA

Nasceu em Pireu, Grécia, em 1936 Obra apresentada:


Vive em Roma. SEM TíTULO, 1980
Ferro e gesso envoltos em pano de saco, 110 x 80 em
Coleção Stein, Turim

SEM TíTULO, 1980


Foto: PaoJo Mussaf Sator

MARIANI, Carla Maria

Nasceu em Roma, em 1931. Obra apresenta.da:


Vive em Roma. LE PÉLETIER DE ST. FARGEAU SUR SON UT DE MORT, 1980
Óleo sobre tela, 180 x 140 em
Coleção G. Franchetti, Roma

LE PÉLETIER DE ST. FARGEAU SUR SON DE MORT, 1980

96
TURCATO, Giulio nÁLlA

Nasceu em Mântova, Itália, em 1912. Obras apresentadas:


Vive em Roma. 1. APARiÇÃO, 1979
Técnica mista sobre tela, 195 x 115 em
Coleção do Artista
2. SENSUAL ROXO I, 1979
Técnica mista sobre tela, 195 x 115 cm
Coleção do Artista

2. SENSUAL ROXO I, 1979

197
PAUL DElVAUX BÉLGICA

PAUL DnVAUX NA XVI BIENAL DE SÃO PAULO Liege (1960). Nessa década, sua obra pictórica inspi-
ra-se sobretudo em lembranças da infância: estações
Paul Delvaux - pintor, aquarelista, gravador, dese- de subúrbios, trens, leitura dos romances de Júlio
nhista de renome - ocupa notadamente um lugar de Verne.
destaque nas diversas práticas artísticas que a XVI
Bienal de São Paulo teve por objetivo revelar. Para traduzir um espaço mais monumental, Delvaux
serve-se de tons claros, prateados, azul, rosa e mar-
Nascido em Antheit (Bélgica), em 1897, chega bem fim que realça de bom grado com um vermelho-tijolo,
vem à pintura. Assina seus primeiros trabalhos em com azulou com um preto.
1920. Desde então, permanecerá fiel a uma prática à
qual associa o desenho, mesmo se serão neces- Artes Decorativas
sários alguns anos de tateamento antes de retrospectiva (1
sua temática baseada na Pintores do
insólito e do mistério. Belgas do Grand
ocupa um lugar
De 1930 a 1940, como conseqüência de seu retrospectivas sucedem-se: Museu
namento com o poeta E. L T. Mesens, de (1973); Museu
grandes manifestações surrealistas da época: Tóquio e Kioto (1
ção Internacional do Surrealismo, em
por André Breton e Paul Eluard; Exposição Seu despoja-se e ele só pinta servindo-se
cional do Surrealismo, apresentada no México por uma vasta gama de azul. Em 1980, um conjunto signi~
André Breton e Wolfgang Paalen. fi cativo de desenhos, aquarelas e gravuras circula pe-
los Estados Unidos e Canadá. Um ano antes, surge no
Expõe contemporaneamente a René Magritte no Palá- litoral belga uma Fundação que seu nome.
cio das Belas Artes de Bruxelas (1936).
A prática extremamente pessoal de Delvaux não dei-
A descoberta barraca forânea do Museu Spitzner xou de exercer um fascínio oculto sobre inúmeros
marca profundamente sua sensibilidade. Voltará a artistas modernos, principalmente dos anos 60 -
esse tema muitas vezes, como nas Vênus Adorme- assim como a de. Magritte, mesmo se num registro
cidas. diferente. O testemunho de Andy Warhol a esse res-
Durante a segunda guerra mundial, Delvaux, abalado peito é muito esclarecedor. Não é significativo que o
pelo acontecimento, pinta A Cidade Inquieta, uma de arauto do próprio ato de pintar, que atravessou esse
suas obras-primas. Surgem os primeiros esqueletos. século manifestando à pintura uma fidelidade a toda
Realiza, uma após a outra, O Museu Spitzner, Pigma- prova, possa expressar livremente sua mensagem in-
lião e As Fases da lua. que estão entre suas obras temporal no momento em que se opera uma autên-
mais significativas. Restaurada a paz, ptlrticipa do con- tica volta à pintura, iniciada pelos artistas agrupados
curso "Bel Ami" sobre o tema A Tentação de Santo sob o signo da Nova Subjetividade e continuada atual-
Antônio, conjunto recentemente reconstituído na expo- mente por artistas tão diferentes com Julian Schabel,
sição Westkunst de Colônia, onde figuraram obras de David Salle, Nicole De Maria, Francesco Clemente,
Dali, Max Ernst, Dorothea Tanning ... Nino Paladino, Georg Baselitz, Jõrg Immendorf?

Como muitos outros, durante um breve período, Del- Do princípio ao fim, o projeto de Delvaux visa o não-
vaux sofreu a influência demiúrgica de P/casso. Em dito. Busca o inverso da revelação e inscreve-se na
1948, expõe na Galeria Drou/n de Paris. ambivalência dramática que desemboca na confusão
dos sexos.
Os anos 50 vêem-no como realizador de importantes
afrescos murais: Cassino de Ostende (1952), Hotel
Périei (Bruxelas, 1954), Palácio dos Congressos (Bru-
xelas, 1959), Instituto de Zoologia da Universidade De

de Mariarosaria Fabris)

198
3, O CORTEJO, 1963
Foto: Fotowerken Frans Claes

7, HOMENAGEM A JÚLIO VERNE, 1971


Foto: Fotowerken Frans Claes

199
33. ESTUDO PARA O TÚNEL, 1977
Foto: E. Dul lere

200
HOMENAGEM A PAUL DElVAUX

Obras apresentadas:
óleos
1. A ESTAÇÃO FLORESTAL, 1960 26. MULHER LEVANTANDO OS BRAÇOS, 1968
Óleo sobre tela 160 x 220 em Nanquim, 35,7 x 26,6 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
2. PEQUENA PRAÇA DE ESTAÇÃO, 1963 27. O HOMEM COM A LANTERNA, 1968
óleo sobre tela, 110 x 140 em Nanquim, 36 x 26 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
3. O CORTEJO, 1963 28. POMPÉIA, 1969
Óleo sobre unalit, 122 x 144 em Nanquim e aquarela, 72 x 108 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
4. O MAR ESTÁ PERTO, 1965 29. SALOMÉ, 1972
Óleo sobre tela, 140 x 190 em Nanquim e aquarela, 70 x 103 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
5. O CANAPÉ AZUL, 1967 30. OS GÓTICOS, 1973
Óleo sobre tela, 140 x 180 em Nanquim e aquarela, 66 x 100 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
6. CHRYSiS, 1967 31. A ROSA NOBRE, 1973
Óleo sobre tela, 160 x 140 em Nanquim e aquarela, 68 x 102 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
7. HOMENAGEM A JÚLIO VERNE, 1971 32. ESTUDO PARA A VIAGEM LENDARIA, 1974
Óleo sobre tela, 150 x 210 em Nanquim e aquarela, 70 x 103 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
8. O JARDIM, 1971 33. ESTUDO PARA O TÚNEL, 1977
Óleo sobre tela, 140 x 190 em Nanquim e aquarela, 67 x 101 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
9. AS RUíNAS DE SELlNUNTE, 1972-73 34. ESTUDO PARA O TúNEL, 1977
Óleo sobre tela, 140 x 220 em Nanquim, 55 x 41 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
10. O ENCONTRO DE ÉFESO, 1973 35. CONQUISTA ROMANA, 1977
Óleo sobre tela, 150 x 240 em Óleo e aquarela sobre papel, 68,5 x 116 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
11. AS SEGUiNTES, 1977 36. ESTUDO PARA RUMORES, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 190 em Aquarela, nanquim, óleo, 59 x 102 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksíjde
12. O TÚNEL, 1978 37. O VISITANTE DA NOITE, 1980
Óleo sobre tela, 150 x 240 em Aquarela e nanquim, 68,5 x 102 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
13. PROJETO DE METRÔ, 1978 38. ESTUDO PARA AS EXTRAVAGANTES DE ATENAS, s.d.
Óleo sobre tela, 47,5 x 265 em Aquarela e nanquim, 78 x 105 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
14. A POSE, 1979 litografias e Gravuras
Óleo sobre tela, 150 x 150 em
Fundação ·Paul Delvaux, Koksijde 39. O LEQUE, 1968
Uto a cores, 64,5 x 47,5 em
Desenhos - Aquarelas Fundação Paul Delvaux, Koksíjde
15. ESTUDO PARA O TREM NOTURNO, 1947 40. O SONO, 1970
Caneta, aguada a nanquim e aquarela, 57 x 77 em Uta a cores, 46 x 65 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
16. MULHERES DE CHAPÉUS DE PLUMAS, 1950 41. A LOCOMÓVEL, 1970
Nanquim e aquarela. 107 x 73 em Uto em preto e branco, 60 x 80 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
17. AS SENHORAS DE MALVA, 1950 42. A PRAIA, 1972
Nanquim e aquarela, 75 x 109 em Uto a cores, 58 x 78 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
18. DEPOSiÇÃO, 1953 43. O SIL~NCIO, 1972
Nanquim e óleo, 47 x 80 em Uto a cores, 59 x 79 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Kaksijde
19. CRUCIFICAÇÃO, 1953 44. A ABÓBADA, 1973
Nanquim, aquarela e óleo, 66 x 78 em Uto a cores, 59 x 79 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
20. CRUCIFICAÇÃO, 1957 45. AS VESTAIS, 1979
Nanquim, aquarela e óleo, 87 x 67 em Verniz brando e aquarela, 49,5 x 58,4 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
21. ESTUDO PARA O SABÁ, 1962 46. O QUARTO, 1979
Nanquim, 36 x 57 em Verniz brando e aquarela, 49,5 x 58,4 em
Coleção particular Fundação Paul Delvaux, Koksijde
22. OS ADEUSES, 1964 47. JULlE, 1980
Nanquim e aquarela, 56 x 78 em Água-forte, 30 x 20 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
23. O ENCONTRO DE ÉFESO, 1967 48. FRANÇOISE, 1980
Nanquim e aquarela, 52 x 52 em Agua-forte, 30,3 x 19,8 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
24. SEREIA NUMA GRUTA, 1968 49. CONFID~NCIAS, 1980
Nanquim, 36,2 x 25,7 em Água-forte, 20 x 29,S em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde
25. O BARCO, 1968 50. O DIADEMA, 1981
Nanquim, 35,2 x 24 em Verniz brando, 59,5 x 49,5 em
Fundação Paul Delvaux, Koksijde Fundação Paul Delvaux, Koksijde

201
GRUPO GORGONA E GRUPO OHO IUGOSLÁVIA

o grupo GORGONA formou-se em 1959 e atuou até 1966, com: Obra apresentada:
Dimitrije Basicevic, Julije Knifer, Ivan Kozaric, Radoslav Publicações do e 20 painéis com r"i·,.,,.,.,,fi e
Putar, Djuro Seder, Josip Vanista, Miljenko Horvat, Matko documentação o grupo.
Mestrovic.

o grupo OHO formou-se em 1966 e atuou até 1971.


textos e documentação sobre o grupo.
Milenko Matanovic nasceu em Liubliana, Iugoslávia, em 1947.
Estudou História da Arte e Literatura Universal.
David Nez nasceu em Massacnusetts, Estados Unidos, em 1949.
Estudou na Academia de Belas Artes de Liubliana.
Marko nasceu em Kranj, Iugoslávia, em 1944.
Estudou na Academia de Belas Artes de Liubliana.
Andraz Salamun nasceu em Liubliana, em 1947.
Estudou Filosofia e Literatura Universal.
Tomaz Salamun nasceu em em 1941-
Estudou História da Arte e em liubliana.

Membros do Gorgona e amigos, em 196í.


Da esquerda para a direita: Dímitrije Basicevic, Josip Vanista,
Duro Seder. Julije Knifer, Radoslav Putar, Matko Mestrovic, Slo·
bodan Vulicevic, Ivo Stajner (sentado).

202
Os grupos Gorgona e OHO, da Iugoslávia, estão entre como conteúdo no meio da revista e fez acompanhar
os movimentos recentes de grande importância para uma reprodução da Mona Usa de uma carta-comen-
o desenvolvimento do cenário artístico de seu país e tário sobre a absoluta falta de graça do ato, equiva-
internacional. lente à de uma página em branco.

o Grupo Gorgona Os projetos livres são, evidentemente, a parte mais


interessante do .trabalho do Gorgona, pois implicam
Entre o final da década de 50 e o começo da de 60, idéias para exposições ou ações inexeqüíveis, como,
diversos intelectuais criativos da cidade de Zagreb por exemplo, a idéia de Kozaric de um objeto que
formaram um grupo a que deram o nome de Gorgona. preenchesse todo o ha!! de exposição. Do mesmo Ko-
Embora não tivessem um programa fixado e não se zaric são os projetos de cortar a proxlma
apresentassem enquanto grupo em mostras oficiais, à cidade e separar um segmento do rio, que teriam
tinham preocupações e atitudes semelhantes. Carac- sido as primeiras manifestações da Art na
terísticas comuns aos componentes desse conjunto lávia, mas que infelizmente nunca passaram de ma-
formado por pintores, historiadores da Arte, um arqui- quetes a fotomontagens.
teto e um escultor, e empenhado em várias formas de
trabalho artístico, eram a alta qualidade e o não-con- O grupo expôs também os objetos que melhor refle-
formismo. Entre eles vigorava um comportamento cria- tiam suas reuniões e discussões, a montar
tivo livre, cujo objetivo era a comunicação contempla- uma exposição intitulada" Exposição sem ,
tiva de idéias. Seus meios de expressão estavam, aci- na qual pretendia apresentar idéias para pinturas. Ou-
ma de tudo, nas palavras ou em sinais discretos, que tras propostas do grupo: descobrir o "Preto Gorgona"
sobreviviam como meros resíduos materiais de acões - a cor da identidade; a obra coletiva; a "Comissão
e acontecimentos muito mais significativos - ' reu- de inspeção do início da primavera e do outono". Cos-
niões, correspondências e algumas exposições. tumava registrar também suas próprias observações
e as afirmações de outros, com as quais se identifi-
Nena Baljkovic oferece uma caracterização simplifi- cava. Os "Pensamentos do Mês" e a "Selecão Gor-
cada das atividades do grupo, na publicação intitulada gona" constituem mostras de suas explorações de
Dokumenti (Gallery of Contemporary Art, Zagreb, idéias. "Nós não somos Gorgona, mas buscamos o
1977): 1) as exposições; 2) a anti-revista; 3) as idéias, Gorgona no mundo ao nosso redor."
projetos e as várias formas de comunicação artística.
A falta de recursos para a exposição de 1963 e para
As mostras do grupo eram realizadas no Studio G, a anti-revista em 1966 foram determinantes para o
pequena infra-estrutura particular de exposições, e arrefecimento das atividades do grupo. Suas reuniões
montadas pelos próprios artistas, desligadas dos pro- ocasionais passaram a ser seu único fator de sobre-
gramas oficiais de museus e galerias. Nessas oca- vivência. Parece aqui necessário parafrasear Edward
siões, expunham, além de suas próprias obras, as de lucie-Smith: "O que importa é o que eles estão fa-
artistas estrangeiros com os quais o grupo havia esta- zendo, e não o que produziram", pois naquele tempo
beleCido contato (François Morellet, Piero Dorazio e alguns movimentos artísticos de vanguarda tentavam
Victor Vasarely) e as de alguns compatriotas e obras criar um novo espírito. O cenário artístico da Iugos-
representativas da Art Nouveau - de modo a propor- lávia era ainda dominado pelas escolas socialmente
cionar um insight a partir de uma sensibilidade diver- estabelecidas - realista, pós-impressionista, surrea-
sa. E embora essas mostras contivessem comparati- lista e heróica - e pelas tentativas informais e inte-
vamente pouco do trabalho do próprio grupo, elas for- lectualistas de abstração geométrica, amplamente
neciam evidências da distância entre interesses alter- aceitas. Os casos extremos, únicas formas interes-
nativos. santes de expressão do ponto de vista internacional,
Outra atividade marcante do grupo foi a publicação da não repercutiam, independentemente de partirem do
Gorgona, sua anti-revista, comparável aos atuais livros informal ou de tentarem prescindir do quadro pintado
de artista. A consciência do valor criativo como oposto ou da abstração geométrica do neoconstrutivismo e da
ao ato interpretativo gerou onze números da revista, cinética.
que obtiveram inestimáveis comentários nas corres-
pondênCias de Rauschenberg, Fontana e Manzoni. Nú- Embora fosse possível obter apoio para exposições
meros especiais da revista contaram com as contri- de arte contemporânea internacional, as obras envia-
buições de Victor Vasarely, Harold Pinter e Dieter das às bienais de Veneza e de São Paulo eram mais
Rot. O número que conteria Manzoni nunca foi publi- representativas do que temáticas ou atuais.
cado, apesar de existirem três propostas para tanto.
Jevsovar e Vasarely publicaram na Gorgona suas con- No cenário artístico internacional, a vanguarda (sem
siderações teóricas e ilustrações; Knifer e Rot trans- contar a Pop Art e outros movimentos de cunho figu-
formaram-na em seus sinais gráficos; Horvat e Koza- rativo) seguia na direção da plena afirmação das obras
ric apresentaram nela suas impressões plásticas; Va- óticas e cinéticas (do que, além da Alemanha e Ve-
nista mostrou suas formas tautológicas de neza, Zagreb participava) e da descoberta de compor-
a, em números especiais, repetiu por nove vezes o tamentos inteiramente novos. Sob esse novo clima, o
mesmo quadro despropositado, colocou a foto de capa Gorgona encontrou lugar apropriado e seus membros

203
deram uma contribuição à desmaterialização da obra interpretação tautológica do mundo circundante, e não
de arte. A presença nele de alguns artistas como do tipo da Pop Art, como uma comparação superficial
Vasarely, Morellet e até mesmo Rauschenberg não com os desenvolvimentos daquele período pode le-
se devia a uma identificação com o espírito de uma var-nos a presumir. Isto pode ser notado em seu
era futura, mas ao fato de refletirem a situação atual. manifesto, quando da descrição de seu trabalho como
Fontana, Dieter Rot e Manzoni, por sua vez, eram parte não-simbólico e não-transparente, e de seu nível de
do começo daquela década e de um novo período fértil significado como arbitrário. Nisso o OHO difere In-
que mais tarde se desenvolveu a partir desses nú- teiramente da tradição e da prática contemporânea
cleos. A importância do Gorgona não repousa apenas iugoslava.
em suas manifestações neodadaístas, em seu existen-
cialismo e niilismo. Seu sucesso internaciinal se O ano de 1968 marca o início do segundo estádio de
deve ao fato de ter dado expressão a problemas locais atividades do OHO, quando ele realizou mostras e
essenciais e temáticos, abrindo assim um novo es- ações semelhantes a happel1ings e fh.lxus. Embora
paço no qual era possível produzir e apresentar idéias tivesse um sistema de sinais fechado, esse compor-
que não se adequavam a qualquer convenção ou sis- tamento artístico mais complexo estava mais relacio-
tema de produção estabelecido, num tempo em que nado com as artes visuais. Recorria freqüentemente
mesmo o mais progressista de nossos movimentos à ironia, por exemplo, parafraseando o brasão nacio-
ainda se enraizava na longa tradição da vanguarda nal, colocando o teto sobre o piso da galeria, expondo
russa, do Bauhaus e do neoconstrutivismo do pós- montes de feno em mostras de liubliana, Zagreb e
guerra. Kanj, em 1968. No verão de 1969 expandiu sua lingua-
gem visual numa interação com a Natureza, mais fre-
o grupo OHO qüentemente em projetos de land Art, destacando
campos, rios e florestas em sua interpretação artís-
Outro fenômeno daquela década, apenas ligeiramente tica. Aderiu à Body Ar'!: sob um pretexto existencial e
mais conhecido fora da Iugoslávia que o Gorgona, e sensual. Suas ações em Belgrado e Novi Sad mostra-
que encontrou pouca receptividade entre as fronteiras vam a exploração posterior do elemento visual ba-
pátrias, foi o grupo OHO. Iniciou seu trabalho por volta seada em princípios não-estéticos. A utilização de
de 1966 e foi apresentado na Information Show, do massa, peso, gravitação e outras propriedades físicas
Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1970. Teve deu-lhe condição de apresentar sua própria poesia em
divulgação, também, por meio do livro de lucy Lippard, alguns trabalhos ou exercícios simples com objetos
Six Vears: lhe Dematerialization of the Art Object ou substâncias, ainda sob a motivação das proprieda-
from 1966 to 1972, Nova York. des visíveis e invisíveis das coisas. Característica
Distinto do Gorgona, o OHO afirmava a idéia da cole- marcante do OHO, naquele período, era a sua centra-
tividade: redigiu um manifesto e lutou pela coesão do lização em conceitos mentais mais complexos e na
grupo, especialmente num estágio posterior, quando apresentação dos estados cósmicos básicos por meio
não contava mais entre seus membros com um grande da arte povera e outras formas desmaterializadas.
número de artistas, amigos e familiares e ficara redu-
zido a cinco artistas: Marko Pogacnik, David Nez, Mi- No período entre 1970 e 1971, o grupo produziu poucos
lenko Matanovic, Andraz e Tomaz Salamun. objetos, concentrando-se em esboços e notas para
registrar seus processos mentais e sua comunicação
O ponto de partida do grupo foi mais propriamente a transfísica. Interessou-se por misticismo, meditação
literatura do que as artes visuais. A maioria de seus transcendental, telepatia, percepção extra-sensorial e
membros estudara Filosofia e Literatura, sendo que energia pura. Apesar de nenhum dos membros ter-se
apenas alguns estavam envolvidos com as artes vi- tornado religioso, eles tentaram tirar um insight de
suais. Freqüentando círculos de poetas e cineastas todos os fenômenos de caráter espiritual e de sua
de Liubliana e Kanj, suas atividades estavam ligadas história. Buscaram modelos em Empédocles, nos cel-
à poesia visual e topográfica. tas, na ética do passado artístico europeu, ao mesmo
tempo que jogavam tarô e mergulhavam na música
A preocupação básica do grupo estava nas coisas e moderna e na filosofia
nos objetos, tentando apresentar e compreender sua
factualidade, atitude a que chamavam de "reísmo". o grupo desenvolveu o poder de concentração e intui-
Suas atividades se centravam na publicação de obras ção por meio de projetos mistos, durante o período
que se aproximavam do tipo livro de artista, e em de preparo para a exposição de Kynaston McShine,
escritos poéticos teóricos. Embora se possa perceber no Museu de Arte Moderna de Nova York. Continuou
alguma semelhança com a anti-revista Gorg0l18, seus a executar obras coletivas, usando o sol, a luz, a noite
temas e atitudes eram diferentes. O OHO não produzia e o fogo, movimentos ritualísticos, pedras e água -
arte visual, mas tentava compreender e dar forma a tudo em estreita ligação com a energia espiritual unI-
livros, seja enquanto objetos de propriedades acústi- ficadora. Persistiram nesse tipo de trabalho, combinan-
cas e táteis, seja enquanto esboços de objetos como do a vida particular com a atividade artística, durante
conteúdos. Ademais, o grupo construía outros tipos os preparos e atividades do München Aktions-Raum
diferentes de objetos do cotidiano em materiais apro- e em cooperação com Walter de Maria, que os visitou
priados para exposição em galerias, oferecendo uma em 1970 e participou de seus trabalhos.

204
Os projetos nos quais o grupo tentou ligar sua vida terística tanto da arte conceitual européia quanto da
intimamente com a arte e o meio deram-lhe a idéia de do grupo OHO.
viver na natureza, fora do sistema de atividades rela-
cionadas com galerias e museus. Justamente no mo- Com suas atitudes éticas e seu refúgio na natureza
mento em que as portas se lhe abriam, preferiu o o grupo demonstrou uma forma legítima da nova prá-
caminho de suas inclinações ao da afirmação profis- tica artística. Trabalhando no campo, em contato ínti-
sional tanto dentro das fronteiras de seu país como mo com a natureza, ele criou, em meados da década
fora delas. de 70, padrões artísticos de estrutura complexa, que
só podem ser adequadamente compreendidos no con-
Nos dizeres de Sol LeWitt, "os artistas conceptuais texto de paralelos com a arte do fim dessa mesma
são antes místicos que racionalistas. Eles chegam a década e do começo da de 80.
conclusões que não podem ser consideradas as me-
lhores pela lógica". O caminho da desmaterialização Davor Maticevic
dos objetos artísticos, portanto, não é a única carac- (Tradução de Mitsue Morissàwa)

GORGONA - Arte como um modo de existência sigo O interesse por novos meios de comunicação: ar-
tistas como Cage, La Monte Young, Manzoni, Klein,
De 1959 a 1966, houve um grupo de artistas em Rauschenberg e Kaprow utilizam, em suas criações,
Zagreb a respeito do qual muito pouco foi registrado materiais orgânicos e tecnológicos. O que foi chama-
na história da arte escrita sobre essa região. O Gor- do por Cel~nt de cool informei é uma prática artística
gona não foi um grupo de arte no sentido usual da que contém meios de comunicação enquanto tal, sem
expressão, cujo objetivo fosse· promover uma con- qualquer tentativa de emprestar-lhes conteúdo moral
cepção estético-ideológica ou recrutar adeptos entre ou alegórico. Contudo, o uso de novos meios de co-
a elite do cenário artístico local. O Gorgona era um municação não renega um aporte natural e individual
grupo de artistas que dividiam afinidades comuns em favor da tecnologia; ao contrário, enfatiza e amplia
num sentido bem mais amplo do que o derivado uni- as possibilidades artísticas oferecidas pela técnica
camente de um programa estilístico comum. O fato moderna. O resultado é uma relativa perda de impor-
de suas atividades terem sido quase sempre discretas tância do aspecto sensorial e uma ênfase maior nos
e de natureza "não-espetacular" é uma das razões aspectos analíticos e filosóficos da obra de arte. À luz
para que o movimento permaneça sem registro na da distinção feita por Benjamin entre "valor de culto"
história da arte escrita e só raramente seja mencio- e "valor de exibição" da arte, pode-se afirmar que o
nado na tradição cultural dessa região. Os membros "valor de exibição" passa a predominar sobre o "valor
do movimento Gorgona eram os pintores Marijan de culto". O livro de artista é só um passo a mais no
Jevsovar, Julije Knifer, Duro Seder e Josip Vanista, o processo de eliminação da obra de arte enquanto obje-
escultor Ivan Kozaric, o arquiteto Miljenko Horvat e to original fetichizado.
os escritores Dimitrije Basicevic, Matko Mestrovic e
Radoslav Putar. Por sua estrutura multiprofissional e, Com a anti-revista Gorgona, os princípios estéticos de
sobretudo, pela ausência de um programa que funcio- toda uma geração acabam sendo antecipados. Além
nasse como uma força coesiva a estimular suas ativi- disso, através de algumas idéias apresentadas pela
dades, Gorgona não foi um grupo artístico no sentido revista, os futuros caminhos da arte conceitual são
usualmente atribuído à expressão. O fato de cinco de também definidos e profetizados. À Gorgona podem
seus membros serem artistas não chega a explicar ou ser aplicadas algumas teorizações posteriores, segun-
a revelar completamente os princípios sobre os quais do as quais a arte conceitual altera a relação tradi-
o grupo foi fundado. cional entre a obra de arte original e sua reprodução.
Na opinião de Seith Sigelaub, a reprodução de uma
Do ponto de vista contemporâneo, à luz da produção pintura ou de uma escultura é sempre uma informação
artística recente, a mais significativa manifestação secundária sobre a outra, uma ilusão do trabalho ori-
das atividades do grupo foi a publicação intitulada ginai. que não é possível reproduzir fidedignamente.
Gorgona. De 1961 a 1966, onze números foram publi- Já no caso da arte conceitual dá-se o contrário: a in-
cados e dois outros foram preparados mas, infeliz- formação impressa é sempre de natureza primária,
mente, não chegaram a ser editados. A Gorgona não porque traz a mesma quantidade de informação conti-
foi concebida como uma revista de arte. Cada número da na obra propriamente dita.
era por si só uma obra de arte. Em outras palavras, a
revista era um produto artístico resultado da crescen- Nena Dimitrijevic
te utilização dos meios comuns de comunicação na (Trechos de Gorgona, Galerija suvremene umjetnosti.
produção artística e que, ao final dos anos 60, seria Zagreb, 1977.)
classificado sob a designação de "I ivro de artista". A
onda neodadaísta do início dos anos 60 trouxe con- (Tradução de Rui Fontana Lopez)

205
" , ,
, ,

,
, ,

. ,.

IDIOTGRAM, Gorgona 9

TRíPTlCO, 1976; POUPTICO, 1976

206
OHO

OHO é uma palavra composta por OkO (olho) e uHo cio é arrancado ao objeto. Somente uma palavra pode
(ouvido). Transposta para o campo da percepção, de- captar esse som, registrando-o ou denotando-o. Tal
signa a faculdade genérica de apreensão dos fenôme- som, denotado por uma palavra, é atravessado por um
nos na sua presença imediata, antes que sejam subme- discurso. Neste ponto, o discurso encontra a música,
tidos a outras estruturas de classificação. Em arte, a que é o som audível do objeto. Para preservar o nível
palavra inicialmente assinala a passagem de uma tra- protocolar do discurso dos objetos e permanecer no
dição preocupada com a definição do que pode ou não âmbito da tautologia reística, Marko Pogacnik foi le-
ser aceito como obra ou manifestação artística para vado a criar uma tecnologia singular, através da qual
os objetos em si mesmos: assim, por exemplo, Marko a visão da presença imediata dos objetos, a sua vigília
Pogacnik, valendo-se de um procedimento simples, im- e a sua perfeição, pudesse ser preservada. Os textos
primiu gravuras de objetos cotidianos e simplesmente são feitos de letras, as letras de linhas. Estas, por sua
atribuiu-lhes um caráter de presença imediata (nas , vez, sob a forma de sinais de letras, separam visual-
"Séries de Garrafas", por exemplo, expostas em uma mente os sons. Num texto, porém, as linhas acham-se
galeria) que, para nós, acostumados a encará-los so- ocultas sob o som das letras. Como, então, a linha
mente a partir da sua utilidade, revela-se completa-
(elemento básico da página, ao lado da tinta e do
mente inusitado. A formulação de uma experiência
papel) poderia revelar a sua própria materialidade
essencial e verdadeiramente original dos objetos en-
senão através do desenho? Nele, a linha acha-se no
quanto tais marcou os primeiros trabalhos de Marko
Pogacnik, Milenko Matanovic, Nasko Kriznar e Andraz seu próprio elemento, contanto que o desenho seja
Salamun, enquanto a descrição teórica das condições consciente de si. Os desenhos feitos de linhas são
de uma tal percepção era realizada prinCipalmente pe- elementos imprescindíveis das páginas de um jornal
los poetas Iztok Geister-Plamen e Franci Zagoricnik, ou revista. A poesia visual revela esses papéis múl-
aos quais juntou-se posteriormente Matjaz Hanzek. tiplos de uma linha". Essa proposição de Marko Po-
Este ponto de partida orientou também as primeiras gacn!k, além de chamar a atenção para a importância
obras de Sreco Daragan, enquanto Tomaz Salamun dos experimentos do grupo com a poesia visual. pro-
aparecia de tempos em tempos ,Gomo catalisador das porciona uma idéia precisa da concepção OHO do de-
novas formulações e elemento· que contribuía siste- senho: por denotar conscientemente a presença de
maticamente para o progresso do movimento, pensan- um objeto e ao mesmo tempo revelar seus próprios
do e repensando a questão dos objetos e da sua per- suportes miméticos, o desenho não pode ser a mani-
cepção. festação exuberante da destreza ou da habilidade
artista, nem o esplendor inerente ao objeto que
lztok Geister, um dos principais mentores do movi- está prestes a desenhar. O desenho, na concepção
mento OHO na sua fase inicial, já reivindicava a es- OHO, manifesta apenas o reconhecimento básico dos
fera dos objetos em si mesmos no manifesto OHO, elementos descritivos do objeto, os quais nunca serão
escrito em colaboração com Marko Pogacnik: "Os tomados por intérpretes da sua" essência",
objetos são reais. A sua é abordada um desenho nada mais é que um rastro
tal passamos a aceitar o objeto como ele é. na linha imaginária presença dos
Mas um a quê? Notamos, em tras, os objetos, as visões e todos os demais
melro que ele é silencioso. Mas um tem dos fenômenos são e
a Através OHO.

(Tradução de Hugo Sérgio Franco Mader)

207
SÉRIE DE EMBALAGENS DE PLÁSTICO, 1967-1968

TRIGLAV, 1968
(David Nez, Milenko Matanovic, Drago lJellabernardína) SENSE,1970

208
PHIUP GUSTON ESTADOS UNIDOS

A 7 de junho de 1980 morria Philip Guston, e assim ry, em Nova York, chegaram a causar um pequeno
terminava aquela que fora uma vida de notável ativi- escândalo. As críticas através da imprensa foram)em
dade criativa. Esta mostra documenta os últimos dez sua maior parte, desfavoráveis, mas as pinturas des-
anos de sua obra por meio de dezessete pinturas e pertaram a atenção dos jovens artistas americanos,
quarenta litografias. que nelas admiraram o arrojo e a coragem de explorar
Guston começou a pintar em Los Angeles, na década caminhos que também lhes interessavam de perto.
de 30, como autodidata. Suas primeiras telas e murais,
de cunh·o realista, revelam influências as mais diver- Tristes, cômicas, sombrias, exuberantes, comoventes,
sas, do mestre renascentista Piero della Francesca ao com um acento beckettiano e não sem certa divida
muralista mexicano David Alfaro Siqueiros, passando para com Kafka, as pinturas exprimiam o mundo caóti-
pelo surrealista italiano Giorgio de Chirico. Em mea- co do artista e, por extensão, de todos os homens, na
dos da década de 40, Guston mudou-se para Nova tentativa de encontrar seu lugar na SOCiedade contem-
York, onde, ao lado de seu companheiro de liceu porânea. Dando uma volta, uma das peças mais anti-
Jackson Pollock, tornar-se-ia um dos líderes ex- gas da mostra, retrata a corrupção urbana através
pressionismo abstrato americano, movimento que in- imagem de três encapuzados da Ku Klux percor-
fluenciaria as concepções artísticas em todo o mundo. rendo as ruas da cidade em um grande automóvel
aberto, fumando cigarros e contemplando a paisagem
Em 1965, Guston passou a rever ainda uma vez seu desolada ao seu redor. Pinto!" à um de seus últi-
papel e sua trajetória artística. Após anos de buscas mos auto-retratos, exprime o isolamento do artista en-
infrutíferas, nos quais a criatividade cBdia lugar a toda frentando sua tela ainda uma vez.
sorte de experimentos, até mesmo com a minimal art,
ele retornaria na plenitude de suas forças em 1969, Nessas últimas obras, Guston superou todos os obs-
com uma nova arte que o ocupou por toda a última táculos, deixando que as idéias irrompessem como
década de sua vida. uma, torrente. Após uma parada cardíaca, pressentiu
que o fim se aproximava e desejou completar sua
Tecnicamente, a nova pintura era uma síntese de tudo mensagem, para que a posteridade a julgasse.
o que fizera antes, combinando comentários sociais
pungentes com a maestria de execução das obras
Henry T. Hopkins
abstratas da década de 50. Em 1970, ao serem expos- Diretor do Museu de Arte Moderna de São Francisco
tas ao público pela primeira vez, na Marborough Galle- Co-comissário da Representação dos E.U.A.

(Tradução de Hugo Sérgio Franco Mader)

209
EXPOSiÇÃO PHILlP GUSTON, ÚLTIMOS ANOS

Todas as pinturas foram selecionadas do espólio de as gravuras foram cedidas pela Gemini G. E. l., de los
Philip Guston, cortesia da Devid McKee Gallery, de Angeles (Copyright Gemini G. E. l., los Angeles, Cali-
Nova Vork, a não ser observação em contrário. Todas fórnia, 1980). Na indicação das dimensões, a altura
vem antes do comprimento.

Obras apresentadas:
Pinturas Gravuras
1. CIDADE, 1969 1. AGEAN, 1980
Óleo sobre tela, 182,9 x 171,5 em Litografia a uma cor, 81,3 x 108,0 em
2. DANDO UMA VOLTA, 1969 2. AUTOMÓVEL, 1980
Óleo sobre tela, 137,2 x 200,7 em Litografia a uma cor, 50,8 x 76,2 em
3. MORTO DE MEDO, 1970 3. CAPA, 1980
Óleo sobre tela, 114,8 x 205,7 em Litografia a uma cor, 81,3 x 108,0 em
4. MULTIPLICADO, 1972 4. CORTINA, 1980
Óleo sobre tela, 167,6 x 204,5 em Litografia a uma cor, 77,5 x 102,9 cm
5. PITTORE, 1973 5. PORTA, 1980
Óleo sobre tela, 184,8 x 204,5 em Litografia a uma cor, 50,8 x 76,2 em
6. PALCO, 1975 6. EAST SIDE, 1980
Óleo sobre tela, 174,0 x 216,5 em Litografia a uma cor, 83,2 x 108,0 em
7. FEBRIL, 1976 7. ELEMENTOS, 1980 .
Óleo sobre tela, 174;0 x 216,5 em Litografia a uma cor, 83,2 x 108,0 cm
8. CADEIRA, 1976 8. GRUPO, 1980
Óleo sobre tela, 172,7 x 204,5 em Litografia a uma cor, 74,9 x 49,5 cm
9. QUARTO NOTURNO, 1976 9. QUARTO, 1980
Óleo sobre tela, 203,2 x 175,3 em Litografia a uma cor, 83,2 x 108,0 cm
10. VISTA DE TRAS, 1977 10. TAPETE, 1980
Óleo sobre tela, 175,3 x 238,8 em Litografia a uma cor, 49,5 x 73,7 em
Coleção do Museu de Arte Moderna de São Francisco; 11. CENA, 1980
doação do artista Litografia a uma cor, 50,8 x 75,6 cm
11. DENTRO FORA, 1977 12. MAR, 1980
Óleo sobre tela, 174,0 x 189,2 em Litografia a uma cor, 77,5 x 102,9 em
12. SOLlTARIO li, 1978 13. SAPATOS, 1980 '
Óleo sobre tela, 172,7 x 203,2 em Litografia a uma cor, 50,8 x 76,2 cm
13. CREPÚSCULO, 1978 14. CANTO DO ESTÚDIO, 1980
Óleo sobre tela, 172,7 x 203,2 em litografia a uma cor, 81,3 x 108.0 em
14. ARENA, 1978 15. VERÃO, 1980
Óleo sobre tela, 185,4 x 198,1 crrr Litografia a uma cor, 50,8 x 76,2 cm
15. CALDEIRÃO, 1978 16. PINTOR À NOITE, 1979
Óleo sobre tela, 177,8 x 236,2 em Óleo sobre tela, 174,0 x 204,5 em

210
5. PITTORE, 1973
Foto: Steven Sloman

10. VISTA DE TRÁS, 1977


Foto: Steven Sloman

211
GEORG KARL PFAHLER REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA

Nasceu em Emetzheim, em 1926. De maneira claramente antilínear e antiilusionista


Formou-se na Kunstakademie, Stuttgart. nasce o pró e contra de forma, espaço e plano, exclu-
Vive em Fellbach, Stuttgart.
sivamente a partir da cor, que, nessa função, se tor-
nou fator decisivo da confecção da imagem desde
Georg Karl pfahler é daqueles artistas cuja obra nos Cézanne. Constelações cromáticas diretamente acom-
ensina a ficar atentos - passando por cima das atua- panháveis negam imaginações de espaço ilusionistas
lidades efêmeras do dia-a-dia - para as conseqüên- para constituir, ao mesmo tempo, combinações de cor
cias de um projeto artístico elaborado sem solução de e espaço que atuam do quadro para fora. O objetivo
continuidade. Ele aceita ficar num plano recuado de era constituir uma forma imagética fechada como uni-
um cenário onde, pelo menos no momento, há uma dade de partes de mesmo valor; uma totalidade de
conjuntura favorável a uma pintura marcial-selvagem, um quadro, concentrada, nunca emoldurada, que auto-
apressadamente aclamada, que se comporta - sem nomamente soubesse contribuir para a definição
ortodoxias que possam ser levadas a sério - de ma- uma totalidade espacial.
neira quase herética.
As pOSSibilidades multiformes associações de
Os inícios do artista, que reside em Stuttgart, datam mas cromáticas são preparadas desde 1962 em assim
de mais de 20 anos atrás, quando ele, na Academia de chamadas pré-concepções. Na maioria dos casos, tra-
Artes de Stuttgart, foi confrontado com as tendências ta-se de esboços feitos a falt tip e variedades de giz,
da arte abstrata daquela época, através de WiIIi onde o artista fixa seus "pensamentos cromáticos",
Baumester, permiado na primeira Bienal de São Paulo concebe novas formas para seus quadros que continua
em 1951. A óbra tardia de Baumester forneceu pontos em ricas variantes ou rejeita. A partir delas nasceu
de partida para o pintor que, desde cedo, procurou nas últimas duas décadas toda a riqueza de concep-
formas próprias de expressão. Já se disse muitas ve- ções de quadros, cujo amplo espectro ainda está
zes que o tachismo não podia ser mais que uma etapa longe de ser esgotado e que aqui não pode ser rela-
transitória da qual ele tinha que se diferenciar nitida- cionado em detalhe. Em princípio, verifica-se uma limi-
mente. Apesar de toda a vitalidade dos desenhos, das tação a organismos formais que se tornam cada vez
colagens e dos guaches nascidos no final dos anos mais simples e que em última instância servem ape-
50, nunca foi intenção de pfahler "pintar de maneira nas para dar plena expressão aos valores cromáticos.
selvagem"; pelo contrário, desde o início estava deci- Os tons claros contínuos que às vezes quase agridem
dido a "fazer algo simples e claro". Não só a quali- o espectador, mesmo a grande distância, permanecem
dade não-artificial de formas e cores das ilustrações separáveis e distinguíveis. Nascidas principalmente
de livros russos dos séculos 17 e 18, mas também a da qualidade das cores, formas rigorosamente geomé-
atividade inicial de pfahler como ceramista, familiari- tricas alternam-se com" quadros de nuvens" barrocos
zado com formações de volumes simples, desempe- e cores "coloridas", com generosas acentuações em
nham um papel fundamental no caminho de encontrar preto-e-branco.
uma forma para seus quadros.
O desejo de pfahler de colocar sua arte no espaço
Com o conceito "formativo", o artista caracteriza público, isto é, de torná-Ia visível em lugares acessí-
desde 1958 uma fase decisiva da sua evolução, com- veis a todo mundo, acabou levando-o de quadros de
pletamente liberada de impulsos tachistas e informais. grande formato a objetos de cor e espaço, que repro-
Formas cromáticas condensadas em centros, como duzem concretamente a referência do quadro no es-
blocos, afirmam-se agora contra campos de linhas ri- paço preexistente. As relações cromáticas do quadro
cos em movimento ou fragmentos de realidade inse- de fato transmitem-se para os espaços arquitetônicos
ridos na colagem. Ao contrário da intenção de Jackson interiores e exteriores, transformando-os por meio
Pollock ou Frank Stella de desfazer as hierarquias de disposições tridimensionais em verdadeiros espaços
formas cromáticas, Pfahler, no início dos anos 1960, cromáticos. Em tais projetos, realizados em grande
reduziu a discrepância entre elementos estáveis e número desde 1965, a arquitetura é
instáveis do quadro para criar, a partir de definições, reinterpretada por elementos
formas lapidares, veículos para os campos cromáticos Tal parceria estreita entre artes
em contextos A es- tura oferece, na concepção
trutura que se refere muito conscientemente ao qua- possibilidades
drado preexistente do quadro não é além do bl icas - que se
veículo do no sentido um Diferentemente
da superfície, mas a da cor ela paço do barroco
referência que tomam o espaço. Os grandiosas que criaram estreitas
ticos, que se realçam mesmo em pequeno e conteúdo entre arquitetura, plásticos e
sugerem imagens espaciais, uma vez que rompem pintura, os projetos arquitetônicos pfahler não se
com o plano do quadro, que aparece cada vez mais afastam do espectador por meio refinamentos em
hermético do século e remetem para termos de perspectiva, mas voltam-se
acontecimento como para ele, com que os novos
ou pers- nicos se tornem vivenciáveis de uma nova maneira
através de objetos de cor e espaço.

212
" A arte não aparece como acréscimo. mas como com- 4. ESPAN N,o 25, 1976
200 x 200 em
da arquitetura, Da mesma maneira como 5. ESPAN N.o 35, 1978
antigamente um vaso caráter acentuadamen- 200 x 200 em
te plástico, que só através tornou-se uma 6, ACHMED IV, 1976
unidade. uma forma que me agora tenho o 200 x 200 em
7. ESPAN N,o 38, 1979
mesmo no próprio espaço", Essa 200 x 200 em
dá uma concreta 8. ESPAN N.o 42, 1980
respeito da 200 x 200 em
uma dimensão mais 9. ESPAN N.o 43, 1980
200 x 200 em
imagens. Até o artista está empenhado em en- 10. ESPAN N.o 44, 1980
contrar soluções convincentes para 200 x 200 em
contém um artístico e 1 . ACHMED V, 1980
nos quadros e nos 200 x 200 em
12, ESPAN N.o 45, 1981
centes, que se 200 x 200 em
vel configuração formas cromáticas e um ques- 13. ESPAN N.o 46, 1981
tionamento de hábitos estereométricos de visão. tra- 200 x 200 em
ta-se de recuperar para as artes plásticas 14. ESPAN N.o 47, 1981
200 x 200 em
específica no espaço ico. 15. ESPAN N.o 47 11, 1981
200 x 200 em
Gõtz Adriani 16. ESPAN N.o 48, 1981
200 x 200 em
17, ESPAN N,o 49, 1981
Obras apresentadas: 200 x 200 em
1. S-GGS, 1968 18, ESPAN N.o 50, 1981
200 x 200 em 200 x 200 em
2, ESPAN N.o 22, 1975 19. ESPAN N.o 51. 1981
, 200 x 200 em 200 x 200 em
3. ACHMED 1 A, 1975 20. ESPAN N.o 52, 1981
200 x 200 em 200x 200 em

2, ESPAN N,o 22,1975

213
10. ESPAN N.o 44,1980

15. ESPAN N.o 4711,1981

214
JOSEF SVOBODA TCHECOSLOVÁQUIA

A ESTÉTICA DA REALIZAÇÃO TEATRAL suas 330 ou mais produções utilizam movimento no


sentido palpável e material. A maioria de suas produ-
É definitivamente inútil a tentativa de classificar o ções - se não, de fato, quase todas - na realidade
método cenográfico de Svoboda como algo fundamen- empregam uma forma mais sutil de cinética, que
talmente simbolista, construtivista, expressionista, acompanha a ação como reforço expressvio e sensí-
cubista ou mesmo ilusionista. A verdade é que sua vel, na maioria das vezes, talvez, pela iluminação:
obra tem momentos de cada um desses métodos, "( ... ) iluminação como componente da representa-
além de estes serem apresentados também em com- ção, não apenas com função de iluminar a cena ou
binações. Contudo, o que marca todo o seu trabalho proporcionar uma atmosfera". A cinética, em resumo,
- exceção feita ao literalismo ou monumentalismo varia de acordo com a produção: por exemplo, suas
de algumas produções da era stálinista - é a busca duas produções de Hamlet, a segunda montagem de
da intangível essência da obra e a tentativa de expres- Insect Comedy e o último Dalibor empregaram varia-
sá-Ia da forma mais adequada no palco, em termos ções de um palco fisicamente cinético; lheir ;Day e
teatrais, o que, para ele, significa sintetizar os ele- Soldiers contavam com a cinética, através de proje-
mentos expressivos. 1 Ademais, quase sem exceção al- ções; mas lhe Sea Gull e lhe lhree Sisters tiveram
guma, ele considera o dinamismo fundamental a qual- apenas sutis e sugestivas mudanças de iluminação
quer obra de arte teatral. Se a Natureza tem horror ao para acompanhar-lhes a ação.
vácuo, Svoboda abomina o palco fixo e estático, que
para ele é uma deturpação da essência do teatro. Para se empregar uma palavra somente, "sugestivo"
Talvez de forma não-intencional ele se aproxima da é o termo que talvez melhor defina o efeito cenográ-
posição aristotélica, que considera a ação o verdadei- fico fundamental que Svoboda procura realizar. Com
ro âmago da representação; não a ação no sentido isso, quer-se dizer que ele se mantém claramente
mais simples da palavra, mas no sentido de que a afastado tanto do ilusionismo quanto da alienação: o
representação exige sensibilidade, transformação e que .ele faz é instigar a imaginação do espectador.
movimento, quando amplamente concebida como algo Neste, como em tantos outros aspectos, Svoboda evi-
que passa do fluxo calmo e constante para a revolu- ta os extremos, preferindo instintivamente reforçar e
ção brusca e radical. É revelador um de seus primei- avivar o poder tradicionalmente evocativo e inerente-
ros comentários sobre o assunto: "A árvore vibra e mente metafórico do teatro, com o melhor aproveita-
balança: é um organismo dinâmico. É por isso que um mento possível do método cênico específico que pare-
cenário não pode ser feito em termos naturalistas - cer mais importante para uma determinada produção.
são exatamente os pormenores da Natureza que não O que permanece constante, porém, é sua convicção
se pode imitar submissamente. O teatro naturalista é de que o cenário não deve prenunciar a ação ou pro-
um cadáver".2 Em outra ocasião, afirmou, em termos porcionar-lhe um resumo. É como se ele fosse alérgi-
mais diretos: co a um cenário que, por mais impressionante, pareça
anunciar ,o âmago da peça numa única imagem bri-
"No teatro antigo, erguia-se o cenário, e este geral- lhante: "Teatro é dinâmica, é movimento; é uma coisa
mente permanecia fixo, sem transformação, durante viva. Portanto, a cenografia não deve ser fixa e dizer
toda a encenação. Mas acaso haverá algo fixo no fluir tudo de uma vez, como costuma ocorrer com o dese-
da vida que vemos representada no palco? Será que nho expressionista".
a sala onde se declara amor é igual àquela onde se
insulta aos gritos? ( ... ) É por isso que abandonamos O cenário deve desenvolver-se juntamente com a
o espaço estático, com seus meios limitados, e em ação, deve colaborar e harmonizar-se com ela, refor-
seu lugar criamos um espaço novo ( ... ) mais apro- çando-a, à medida que ela mesma se desenvolve. Ce-
priado ao estilo de vida do presente e à mentalidade nografia não é pano de fundo, nem recipiente; é em si
dos espectadores ".3 mesma um componente dramático que se integra com
todos os outros componentes ou elementos de produ-
Numa conversa recente, ele reafirmou seu princípio ção expressivos, compartilhando o efeito cumulativo
básico: sobre o espectador. E é precisamente para elevar o
poder expressivo, sensível e dinâmico da cenografia
"Não desejo um quadro estático, mas algo que se des- que Svoboda tantas vezes se utiliza da ampla varie-
dobre e tenha movimento. Não obrigatoriamente movi- dade de instrumentos e materiais técnicos que ele
Inento físico, é claro, mas um cenário dinâmico, capaz domina com tanta perfeição. Nas mãos de um artista
de expressar as transformações que ocorrem nas rela- menor, muitos elementos técnicos empregados por
ções, sentimentos e estados de espírito, talvez apenas Svoboda se tornariam extrínsecos e embaraçosos, cha-
pela iluminação, durante o curso da ação". mando atenção sobre si mesmos. Na realidade, ocorre
às vezes que o próprio Svoboda não atinge pleno êxito
Estas últimas palavras são muito importantes, pois é na integração do técnico com a espinha dorsal da
fácil demais supor que Svoboda tem obsessão pelo 'ação, mas na grande maioria de suas produções ele
movimento puro e simples - suposição em parte mo- dispõe da imaginação e do total domínio de seu meio
tivada pelo termo "cinética", que vem sendo ind'iscri- para conseguir, não apenas acrescentar a cenografia
minadamente aplicado à sua cenografia em geral. aos outros elementos, mas fundi-Ia com os outros
Como ele gosta de salientar, talvez apenas trinta de componentes e, portanto, compor uma entidade artís-

215
tica total, dramática e sobretudo teatral, mais pode- dagem de Svoboda evidencia-se na seguinte obser-
rosa do que a soma de sua~ partes. vação:

Naturalmente, trata-se de um processo poético essen- "Cada um desses elementos (cenográficos) deve ser
cialmente imaginativo, que exige inata capacidade de suficientemente flexível e adaptável para funcio'nar
síntese e pensamento metafórico. A inteligente obser- harmoniosamente com os outros, para ser seu con-
vação de Svoboda sobre o caráter essencial de uma traponto ou contraste, não só para projetar um para-
produção teatral moderna dá a medida dessa sua ca- lelo de duas ou mais vozes com os outros elementos,
pacidade: mas para ser capaz de fundir-se com qualquer dos
outros e formar uma nova qualidade ".6
"( ... ) os elementos individuais (da produção) tornam-
se cada vez mais precisos e ( ... ) tendem a reunir-se Svoboda, como a maioria dos artistas, não gosta muito
numa nova criação, mais polifônica, numa composição de teorizar; especialmente sobre seu próprio trabalho.
multi-ramificada, com vários níveis de importância, Não obstante, já refletiu sobre o inter-relacionamento
entre os quais se desenvolve uma oscilação dialética de suas premissas, princípios e métodos a ponto de
e contrastante, tanto na obra teatral resultante - en- formular um conjunto de afirmativas relativamente
quanto criação total - , quanto em cenas, situações e abstratas, porém claras, que resulta numa estética -
personagens tomados individualmente, porque uma se não numa metafísica de sua obra. O conjunto de
obra teatral é muito mais um fluxo de imagens artísti- citações abaixo é importante por vários motivos: dá
cas e uma refinada projeção de suas idéias do que um fundamento lógico à linha básica da prodigiosa criati-
produto palpável. Porque, sobretudo, a questão é co- vidade de Svoboda; mostra claramente não só o al-
municar uma mensagem poética, não apenas infor- cance de seu talento mas também sua complexidade,
mações ".4 e relaciona-o implicitamente com a corrente central
do que se poderia denominar moderna tradição ceno-
Talvez uma das tendências básicas de Svoboda - uma gráfica (i. e., Appia, Craig, a avant-garde russa), en-
cenografia metafórica, imagística, semelhante à cola- quanto, ao mesmo tempo, mostra a nítida evolução
gem (The Tales of Hoffmann, Wastrels in Paradise, dessa tradição em sua obra.
The Last Ones, por exemplo) - esteja ligada à sua
associação com Alfred Radok, com quem realizou tan- "( ... ) a relação ~ntre os detalhes cênicos, sua capa-
tos trabalhos de integração entre filme e palco. De cidade de associação, cria, a partir do espaço abstrato
qualquer maneira, observações como a seguinte evi- e indefinido do palco, um espaço e um movimento
denciam uma determinada orientação para as técnicas transformáveis, cinéticos e dramáticos. O espaço dra-
do cinema: mático é o espaço psicoplástico, o que significa que
ele é elástico em seu alcance e alterável em sua qua-
"Estamos em desvantagem em relação ao cinema. Não lidade. Só é espaço quando precisa ser espaço. É um
dispomos da técnica de cortes rápidos, nem da possi- espaço alegre, se precisar ser alegre. Por certo não
bilidade de aumentar os pormenores: sempre temos se pode expressá-lo com peças rígidas de cenário, que
de trabalhar com a cena como um todo. Foco e tensão se erguem por trás da ação e não têm contato com
nós criamos através de uma harmonia contrapontística ela?
entre ação e adereços, movimento, som. ( ... ) Os mo-
dernos métodos direcionais exigem um palco livre e O objetivo da cenografia não pode ser apenas a cria-
aberto, que não pode permitir-se a limitação de um ção de um quadro palpável ( ... ), e em si mesma (a
plano básico estático. O cenário tem de adaptar-se à cenografia) não representa uma totalidade homogênea.
ação sem esforço e instantaneamente ".5 Ela se divide numa série de elementos parciais, entre
os quais estão, certamente, a forma, a cor e também
Em verdade, existe aqui algo de mais fundamental o andamento e o ritmo - isto é, os elementos à dis-
quanto ao juízo de Svoboda sobre o teatro. Ele aprecia posição do ator. E é justamente por meio desses ele-
muito exemplificar seu conceito da essência mesma mentos que a cena entra em contato com o ator, tor-
do teatro referindo-se a uma única cadeira posta no na-se capaz de transformações dinâmicas e pode avan-
palco. Apenas por estar no palco, a cadeira já adqUire çar no tempo da mesma forma que o fluxo de imagens
uma identidade nova e especial; e mais ainda quando cênicas criadas pela representação do ator. Ela pode
iluminada de certa forma, e especialmente quando so- transformar-se sincronizadamente com o progresso da
bre ela se põem outros objetos. Por si mesmos, esses ação, com o curso dos ânimos da ação, com o desen-
objetos podem ser bastante banais, mas quando dis- volvimento da linha conceitual e dramática. ( ... ) os
postos e iluminados com imaginação podem revelar elementos dotados dessa capacidade dinâmica são,
novos aspectos de seu ser e talvez até de sua poesia. em primeiro lugar, o espaço e o tempo, e, em segun-
t esse enorme potencial - essa .. harmonia contra- do, o ritmo e a luz ( ... ) elementos que foram revela-
pontística", mesmo nas configurações teatrais mais dos à cenografia por Craig, Stanislavsky e Appia. São
ordinárias - que Svoboda ama e que forma a base de impalpáveis e mostram as características fundamen-
seu juízo inerente sobre o teatro. tais da cenografia. E se Craig, Stanislavsky e Appia
Simplesmente se referiam a eles como espaço, tempo,
Outra mostra do caráter poético e imaginativo da abor- ritmo e luz, hoje precisamos falar em tempo dramá-

216
tico, espaço dramático e luz dramática.a E se, com o e cenografia dramaticamente funcional. Essa vlsao
positivismo, eles foram enfileirados um atrás do outro, craigiana de uma união entre cenografia e direção ma-
hoje formam uma síntese. Sobretudo o espaço e o terializou-se no criativo trabalho realizado conjunta-
tempo, para formar o tempo-espaço, a quarta dimen- mente por Svoboda e diretores como Radok e Krejca.
são do palco, para superar sua antítese tradicional e Trata-se, evidentemente, de um conceito que exige
substituí-Ia pela dualidade da energia material-imate- não só extraordinários dotes e habilidades individuais,
rial, que é exatamente tão real quanto qualquer objeto como uma verdadeira fusão de temperamentos e mé-
palpável sobre o palco e cuja manifestação visível é todos de criação.
o movimento. O movimento dramático implica espaço
e tempo. E assim o movimento translacional dos ele-
mentos completa o círculo. Para mim, esse é o ponto 1 Svoboda nem mesmo rejeitaria um método irremediavelmente
'extremo e o mais elevado grau de desenvolvimento ultrapassado: "O problema do cenário pintado não estava no
fato de ser pintado, mas no modo como era pintado. O realis-
cênico que se pode atingir hoje: a ação combinada das mo descritivo do século XIX tem seu lugar na História, mas
partes revela o princípio dinâmico de todo o sistema, não no mundo de hoje, nem no teatro de hoje ( ... ). Mas se
caracterizado pelo entrelaçamento de configurações toda a apresentação e toda a equipe criativa, que reflete e
que se formam e se dissolvem continuamente. 9 Com prepara a apresentação, viesse com uma idéia baseada em
cenário pintado e a guarnecesse com um princípio unificado
base nesse pressuposto, o objetivo de um desenhista revelador de novas 'leis' - que, a essa altura, desconhecemos
não pode ser mais o, de uma descrição ou cópia da - os resultados poderiam ser extraordinários". (Citado em
realidade, mas o da criação de seu modelo multidimen- Dewetter, Jaroslav - "Pred objektivem" (Diante da lente),
sional. Foi o que procurei realizar nas produções de Divadlo (1962),3:26.)
Their Day, Owners of the Keys, Drahomíra e Dalibor, e 2 Svoboda, citado em "Rozhovor o inscenacním stylu", p. 2.
depois basicamente na produção de Insect Comedy,
de Capek, de Hamlet, em Bruxelas, e de The Last 3 Svoboda, "Nouveaux Eléments", pp. 59 e segs.
Ones, de Gorki. A base da apresentação teatral não é
4 Svoboda, "Moznosti a potrby", p. 7.
mais o texto dramático, mas o cenário, a prova da
fusão entre direção e cenografia, e seu desejo de um 5 Svoboda, citado em Dewetter, p. 27.
objetivo comum. "10
6 Svoboda, "Scéna v diskusi", p. 2. Grifo meu.
Essas citações extensas têm o mérito de colocar na 7lbid.
devida perspectiva o princípio cinético da cenografia
de Svoboda, que as pessoas confundem com facili- 8 Num de seus últimos trabalhos, lhe Work of Living Art, Appia
dade. A finalidade da cinética de palco de Svoboda, usou termos que vão além dos simples espaço, tempo e cor.
Falou em tempo vivo, espaço vivo, cor viva - expressões que
seja física e manifesta, seja sutilmente impalpável praticamente antecipam o tempo dramático e outros termos de
(i.e., iluminação), não é um mero estratagema teatral, Svoboda. .
mas a formação do que ele denomina espaço psico-
plástico: o espaço tridimensional e transformável que 9 Em muitas instâncias, mas espeCialmente neste caso, o con-
ceito de criação de Svoboda é espantosamente análogo ao
é maiormente sensível ao fluxo e refluxo, ao pulso expressado por Coleridge em sua clássica definição de Imagi-
psíquico da ação dramática. A premissa básica é a nação: "Ela dissolve, difunde e dissipa para recriar (, .. ). É
crença em que o teatro é diferente de todas as outras fundamentalmente vital, mesmo quando todos os objetos (en-
artes justamente naquilo em que Svoboda realça como quanto objetos) estão fundamentalmente fixos e mortos ....
suas forças intangíveis: tempo, espaço, movimento, (Biographia Literaria, Capo XII!.)
energia não-material, ou seja, dinamismo. E é precisa- 10 De uma palestra de Svoboda, cujo texto foi publicado em
mente ao engrandecimento e à intensificação desse Zprávy Divadelního Ústavu, n." 8, 1967,pp. 28-29.
objetivo que· se dedicam todos os recursos técnicos
de Svoboda. Jarka Burian

Nas citações acima, é igualmente esclarecedora a con- (Texto extraído de The Scenography of Josef Svoboda,
cepção de um cenário como roteiro prático que inte- Wesleyan University Press, Middletown, Connecticut,
gra o texto dramático com expressiva direção de palco 1977.)

(Tradução de Aldo Bocchini Neto)

217
JOSEF SVOBODA: RETROSPECTIVA 1944 -1979

Obra apresentada:
65 painéis fotográficos, branco e preto e em cores,
75 x 60 cm (cada)

218
Núcleo 1I1
MÚSICA E DANÇA NO ANTIGO PERU

A história das artes musicais e coreográficas do anti- Os estilos dessas artes, tais como as conhecemos
go Peru começa há cerca de 15000 anos. Através dos hoje, são o corolário de um longo processo de amadu-
séculos o homem pré-colombiano vem aperfeiçoando recimento, fixação e cruzamentos no desenvolvimento
as técnicas com que satisfaz suas n~cessidades, entre técnico, criativo e estético da cultura andina.
as quais a necessidade de expressão por meio da mú-
sica, da dança e do canto.' Geração após geração, os A exposição MÚSICA E DANÇA NO ANTIGO PERU
primeiros habitantes dos Andes foram definindo, pro- trata de sintetizar essa história e lembrar ao visitan-
gressivamente, as linhas melódicas de cantos e músi- te que na música e na dança andina contemporânea
cas pelas quais tinham preferência; foram ordenando encontra-se esse passado que os povos dessa reM
os movimentos corporais que cederiam lugar a certas gião souberam desenvolver e enriquecer com sua ima-
formas coreográficas; foram aprimorando o canto e a ginação.
execução de instrumentos musicais; foram inventando
e aperfeiçoando instrumentos. E criaram cantos, músi-
ca e dança originais.

MEMBRANOFONES VITRINA N.o 1

Reconhecem-se esses instrumentos porque são feitos As caixas dos tambores foram construídas com um
com uma membrana esticada sobre o aro de uma cai- tronco escavado, com cerâmica ou com varetas de
xa. Essa membrana, ao ser percutida ou friccionada, madeira ou metais preciosos, como o ouro e a prata.
vibra. As caixas de cerâmica foram feitas de modo a que se
assemelhassem aos cântaros, como os tambores de
São membranofones todos os objetos arqueológicos Nazca. Os vicús lhes deram a forma de relógio de
que foram encontrados com essas membranas ou areia.
que se supõe que as tiveram. Os pequenos tambores
foram chamados tinyas; os de grandes dimensões, Também foram encontradas caixas que têm forma de
wankar tinyas ou cajas temerarias (caixas temerárias), barril. Os tamanhos das caixas nazcas variam desde
como os denominaram os espanhóis. A pele usada dez centímetros até quase um metro e meio de altura.
como membrana determinou seus nomes: pomatinya,
o tambor com pele de puma; runatinya, o que foi con-
feccionado com pele humana, a dos traidores.

1. Tambor de uma membrana. Caixa de cerâmica. Nazca. 3. Tambor de membrana dupla. Caixa de cerâmica. Vicús.
2. Tambor de uma melT\brana. Caixa de cerâmica. Nazca. 4. Tambor de uma membrana. Caixa de cerâmica. Nazca.

Tambor com membrana dupla.


Caixa de cerâmica. Vicús.

220
IDIÓFONOS(OU AUTÓFONOS) VITRINA N.o 2

Os instrumentos musicais idiófonos se caracterizam pas, brincos e alfinetes com granalha, coroas, colares,
por sua estrutura simples e por seus sons inerentes tumis com guisos ou com granalha, copos, soalha,
ao material, orgânico ou inorgânico, com que estão vestidos com lantejoulas de metal, chalchalchas, etc.
construídos.
Os idiófonos no antigo Peru tiveram uma finalidade
Os idiófonos usados pelas antigas culturas andinas em geral utilitária, da mesma forma que os outros
foram construídos com metal, cerâmica, madeira, ~e­ instrumentos musicais e sonoros. No entanto, a forma
mentes, cabaças, conchas ou fragmentos delas, cara- e o material dos mesmos foi determinada pela função
cóis, etc. Com esses materiais fizeram soalhas, zaca- que desempenharam, a qual nem sempre foi musical.

1. Guiso, cobre. Costa Sul. 8. Tumi-soalha, cobre. Costa Norte.


2. Soalha de cobre com cabo de madeira. Costa Norte. 9. Duas chalchalcha, soalha, cobre. Vicús.
3. Soalha, cara antropomorfa, prata. Costa Sul. 10. Três lâminas de entrechoque, cobre. Vicús.
4. Soalha, cerâmica. Costa Sul. 11. Quatro sinetas de entrechoque, prata. Costa Norte.
5. Orelheira. Soalha, cerâmica. Chimú; 12, Colar de conchas. Costa Sul.
6. Colar, soalha, cobre, oito contas. Vicús. 13. Cabeça de Baqueta de ritmo, cobre. Costa Central.
7. Tumi-soalha, prata. Chimú. 14. Baqueta-soalha de ritmo, madeira. Chimú.

AEAÓFONOS VITRINA N.o 3

São conhecidos também como instrumentos de sopro. As antigas culturas andinas construíram aerófonos de
A maior parte deles consta de um recipiente ou tubo pedra, cerâmica, madeira, cabaça, caracóis, crânios e
sonoro e de um orifício, chamado bocal, por onde se ossos de animais e humanos. Com esses materiais,
sopra. Estes aerófonos soam ao vibrar o ar contido fizeram uma considerável variedade de aerófonos, en-
neles. Além do bocal, têm às vezes outros orifícios tre os quais se encontram os que, genericamente, co-
denominados chaves, que se podem tapar ou des- nhecemos como quenas, antaras, trombetas, apitos e
tapar com os dedos para variar a altura dos sons. ocarinas.

1. Apito, cerâmica. Moche. 9. Antara, cerâmica. Nazca.


2. Apito, cerâmica. Moche. 10. Antara, de dupla fila, cerâmica. Chincha.
3. Apito-caracol, cerâmica. Costa Norte. 11. Trombeta, cerâmica. Vicú.
4. Apito duplo, cerâmica. Nazca. 12. Trombeta, cerâmica. Moche.
5. Apito, osso. Costa Sul. 13. Trombeta, cerâmica. Costa Norte.
6. Apito cerâmica. Huara. 14. Trombeta, cerâmica. Costa Sul.
7. Quena, cerâmica. Chincha. 15. Trompa, trombeta-caracol, cerâmica. Moche.
8. Apito, cerâmica. Costa Central.

APITOS VITRINA N.o 4

No antigo Peru e na área andina em geral, os apitos ritos mágico-religiosos. Outros tiveram uma finalidade
foram instrumentos musicais e sonoros de uso co- indubitavelmente musical.
mum. Mas suas formas, qualidade ou características
técnicas sugerem usos variados: para caçar, os que Nos apitos sem aeroduto, bifônicos, trifônicos, etc.,
emitem sons de alguns animais; para a guerra, os pode-se observar a evolução das escalas musicais dos
estridentes ou de som agudo; e os de sonoridade pro- povos da região andina, ao mesmo tempo que o seu
funda e lúgubre, que talvez se usassem em alguns desenvolvimento em acústica.

1. Apito, osso, Costa Sul. 6. Apito-caracol, cerâmica. Moche.


2. Apito, cerâmica. 7. Apito-soalha, cerâmica. Costa Norte.
3. Apito, cerâmica. Moche. 8. Apito, prata. Chimú'lnca.
4. Apito, cerâmica. Costa Central. 9. Personagem tocando ocarina, vasilha esculpida,
5. Apito, cerâmica. Costa Central. cerâmica. Huayra..

221
A aUENA VITRINA N.o 5

A notável quantidade de quenas encontradas, a varie- As mais ricas em ornamentação, no entanto, deviam
dade dos materiais com que foram feitas, o diferente ser utilizadas, possivelmente, só ém ocasiões espe-
número de chaves que têm, suas formas, a simplici- ciais, ou pertenciam a personalidades dos estratos
dade de umas e a complexidade de outras, indica que sociais altos, que gostavam de fazer música com esse
a que na foi o instrumento mais popular dos povos do instrumento.
antigo Peru, ainda que com características próprias se-
gundo a região, a época e a cultura.

1. Quena, cobre. Vicús. 6. Quena, lagenaria. Costa Central.


2. Quena, osso. Paracas. 7. Quena, cerâmica. Chincha.
3. Quena, osso. Costa Central. 8. Quena de cana. Costa Central.
4. Quena, osso. Costa Central. 9. Cântaro esculpido, cerâmica. Chimú.
5. Quena, osso (mandíbula de mamífero). Costa Central.

AS ANTARAS VITRINA N.O 6

A antara, outro aerófono predileto da área andina, for- De um modo geral, vêem-se antaras representadas em
nece informações sobre as escalas usadas e sobre cenas d~ rituais, de procissões e de danças, e também
alguns aspectos do desenvolvimento técnico-musical. em cenas de guerra. Porém, por essas e outras fontes,
deduz-se que a ocasião de uso determinou sua longi-
Embora não fosse tão popular como a quena, confec- tude, a quantidade de tubos, bem como sua gama e
cionaram-se antaras com quase todos os materiais, ornamentação.
desde os perecíveis, como a cana e o osso, até a pedra
e a cerâmica.

1. Antara, ceramica. Nazca. 6. Antara, cerâmica. Moche.


2. Antara, cerâmica. Nazca. 7. Antara, cerâmica. Costa Norte.
3. Antara, cerâmica. Nazca. 8. Antara, cana. Costa Sul.
4. Antara, cerâmica. Nazca. 9. Personagem tocando antara, vasilha esculpida. Santa.
5. Xícara decorada com antaras, cerâmica. Nazca. 10. Personagem tocando antara, vasilha esculpida, cerâmica Nazca.

AS TROMBETAS VITRINA N.o 7

Os antigos peruanos construíram trombetas desde tas de barro ou de frutos ocos, caracóis de rio ou ma-
tempos remotos. Do mesmo modo que os apitos, elas rinhos. Destes últimos, o Strombus Galeatus foi o pre-
são instrumentos simples, que constam de um tubo ferido.
reto, curvo ou cônico, ou ainda de um objeto oco, que
tem numa de suas extremidades um bocal e na outra, De modo geral, as trombetas foram usadas na guerra
um pavilhão. As trombetas soam quando os lábios vi- ou nas cerimônias e ritos. Entretanto, dada a ornamen-
bram ao soprarem no bocal. tação de alguns pavilhões das confeccionadas em ce-
râmica, é possível que tenham tido fins especiais de
As trombetas mais antigas, provavelmente, foram fei- acordo com cada desenho.

1. Trombeta, cerâmica. Pucara. 7. Trombeta, cerâmica. Costa Central.


2. Trombeta, cerâmica. Moche. 8. Personagem tocando tromba, vasilha esculpida,
3. Trombeta, cerâmica. Moche. cerâmica. Moche.
4. Trombeta, vasilha, cerâmica. Moche. 9. Personagem tocando trombeta, vasilha esculpida,
5. Tromba, trombeta, caracol, cerâmica. Moche. cerâmica. Nazca.
6. Trombeta, cerâmica. Recuay. 10. Trombeta, cerâmica. Nazca.

222
AS GARRAFAS SIBILANTES VITRINA N.o 8

Mais do que instrumentos musicais, as garrafas sibi- Embora ainda se desconheçam o uso e o significado
lantes são instrumentos sonoro-hidráulicos. Sua cons- social e cultural que tiveram as garrafas sibilantes,
trução está relacionada com conhecimentos de hi- deduz-se, pela variedade.de suas formas escultóricas,
dráulica e de acústica, cuja máxima expressão poderia que podem ter sido oferendas sem nenhum uso práti-
ser o sistema sonoro-hidráulico do templo de Chavín co ou, o que é mais provável, um instrumento sonoro
Huántar. utilizado em alguns ritos ou cerimônias.

1. Personagem tocandoantara. Virjí. 3. Lobo-marinho. Huaura.


2. Personagem cadavérico, cerâmica. Moche. 4. Lobo'marinho, cerâmica. Chancay.

OS IDIÕFONOS DO NORTE VITRINA N.o 9

Os idiófonos dessa área do antigo Peru se caracteri- Outros idiófonos - algumas soalhas de metal ou de
zam pela variedade de formas e pela gama de seus cerâmica, tumis ou copos-soalhas - indubitavelmente
materiais. se vinculam a ritos ou cerimônias.

As altas classes sociais, principalmente, para combi- Na guerra, o chalchalcha foi o idiófono estridente em-
nar com som seus movimentos, lançaram mão dos pregado simultaneamente com gritos e ruídos de ou-
idiófonos: penduraram pequenas lâmjnas em algumas tros instrumentos para que, com seus estrondos, ge-
de suas vestimentas e se enfeitaram com peitorais, rassem terror no inimigo; a mesma finalidade tiveram
alfinetes, braceletes, tornozeleiras, cetros, etc., que os enormes tumi-soalhas que, além do mais, eram em-
produziam sons suaves. pregados para degolar os adversários.

1. Copo-soalha, cerâmica. Moche. 7. Guiso, prata. Costa Norte.


2. Prato-soalha, cerâmica. Cajamarca. 8. Guisos de entrechoque, cobre. Vicús.
3. Chalchalcha, soalha, cobre. Moche. 9. Cones de entrechoque, cobre. Vicús (7 cones).
4. Matraca, cerâmica. Moche. 10. Copos de entrechoque, cobre. Costa Norte.
5. Bastão-soalha de ritmo, madeira. Chimú. 11. Copo-soalha, cerâmica. Moche.
6. Guisos, cobre. Costa Norte.

IDIÕFONOS DO CENTRO E DO SUL VITRINA N.o 10

No antigo Peru, os idiófonos que mais abundam, co- foram empregados no Centro e no Sul com a mesma
muns a todas as culturas, são as soalhas de cerâmica. profusão com que foram empregados no Norte.
Porém, observamos que os idiófonos metálicos não

1. Soalha, cerâmica. Costa Central. 6. Figurina-soalha, cerâmica. Paracas.


2. Soalha, cerâmica. Costa Central. 7. Figurina-soalha, cerâmica. Wari.
3. Soalha, cerâmica. Costa Central. 8. Figurina-soalha, cerâmica. Costa Sul.
4. Soalha, cerâmica. Costa Central. 9. Copo-soalha, cerâmica. Huaura.
5. Copo-soalha, cerâmica. Pativilca.

CANTO E DANÇA VITRINA N.o 11

Desde tempos remotos, na área andina, o canto e a também para memorizar as façanhas heróicas e os
dança estiveram estreitamente unidos. Por isso, esta fatos históricos que deviam ser recordados.
é uma das primeiras manifestações que, juntamente
com os instrumentos musicais, tiveram um longo pro- A dança, do mesmo modo que o canto, teve várias for-
cesso de desenvolvimento estético e técnico. mas. Desde as de caráter cerimonial, organizadas co-
reograficamente com grandes massas humanas, até o
O canto foi utilizado, entre outras coisas, para o tra- Taki, que é o canto e a dança popular.
balho, as guerras, os rituais e as cerimônias. Mas

1. Cena de dança, vasilha pintada, cerâmica. Moche. 3. Personagem cantando, vasilha esculpida, cerâmica. Nazca.
2. Cena de dança, prato com esculturas, cerâmica. Huaura. 4. Personagem cantando, vasilha esculpida, cerâmica. Moche.

223
AERÓFONOS DO NORTE VITRINA N.o 12

No Norte do antigo Peru, nos povos Vicús, Moche e Zofi, O trombeteiro mais famoso do antigo Peru, que
Chimú, entre outros, predominaram. os instrumentos esteve a serviço de Naymlap, um personagem legen-
aerófonos. Observamos, no entanto, que nessa área dário. Segundo conta uma lenda, Naymlap aportou na
são as trombetas que têm maior riqueza de formas e Costa Norte peruana, em balsas, acompanhado de Ce-
que foi aí onde foram encontradas em maior quanti- terni, sua mulher, e de um grande séquito que incluía
dade. concubinas e muitos servos, entre estes Pita Zofi,
mestre na arte de soprar as enormes trombetas de
Não apenas -por isso, entretanto, são conhecidos os caracol marinho.
aerófonos do Norte peruano, mas também por Pita

1. Apito, cerâmica. Moche. 5. Trombeta, cerâmica. Recuay.


2. Apito, cerâmica. Moche .. 6. Tromba. Trombeta caracol, cerâmica. Moche.
3. Trombeta, cerâmica. Moche. 7. Vasilha, trombeta, cerâmica. Chimú.
4. Trombeta, cerâmica. Moche.

AERÓFONOS DO SUL E DO CENTRO VITRINA N.o 13

Os aerófonos do Sul e do Centro compreendem uma Alguns estudos têm demonstrado que as culturas des-
ampla variedade de instrumentos, cujo acúmulo, além· ta área - Paracas, Nazca e Chincha - pertenciam a
da pouca informação que se tem a respeito deles, difi- um mesmo povo, cujas etapas de desenvolvimento
culta um estudo organizado. No entanto, os aerófonos técnico e estético podem ser observadas em alguns
desta área nos sugerem a predominância das quenas objetos de cerâmica, entre estes os objetos musicais.
e das antaras. Destas últimas, as encontradas na área
geográfica do atual Departamento de Ica são as que
mais informação proporcionam.

1. Apito, cerâmica. Paracas (Ocucaje). 8. Ouena. cana. Costa Sul.


2. Apito, cerâmica. Chancay. 9. Trombeta de madeira com incrustações de conchas.
3. Apito duplo, cerâmica. Chancay. C.osta Central.
4. Ouena-balança, osso. Chancay. 10. Trombeta de madeira. Costa Sul.
5. Ouena, osso. Costa· Central. 11. Ouena; cerâmica. Nazca.
6. Ouena, legenarla. Costa Central. 12~ Antara, cerâmica. Nazca.
7. Ouena, cerâmica. Costa,Sul. 13; Antara, cerâmica. Nazca.

INSTRUMENTISTAS ZOOMORFOS VITRINA N.O 14

O desenvolvimento das sociedades, da economia e da úm comportamento cada vez mais· profissional,· àssim
tecnologia do antigo Peru determinou a forma pela como aperfeiçoaram seus instrumentos e desenvolve-
qual desempenharam suas funções o§ instrumentistas,· ram uma estética musical e uma coreografia próprias.
compositores, cantores, etc. Estes foram E!dquirindo

1. Personagem tocando antara, vasilha esculpida, 7. Grupo tocando tambor e antara~ vasilha esculpida,
cerâmica: Vicús. cerâmica. Trujillo. ..
2. Personagem tocando antara, vasilha esculpida, 8. Pessoa tocando tambor e antara, vasilha esculpida,
cerâmica. Moche. cerâmica. Chincha.
3. Personagem tocando tambor,vasilha esculpida. 9. Personagem tocando quena, vasilha esculpida,
cerâmica. Moche. cerâmica. Chlmú. .
4. Personagem com chocalho de sementes, vasilha esculpida, 10. Personagem tocando tambor e antara, vasilha esculpida.
. cerâmica. Moche. Chlmú-Inca.
5. Personagem escultórlco tocando tromba, trombeta-caracol, 11. Personagem tocando antara, vasilha esculpida,
vasilha, cerâmica. Moche. cerârrilca. Chancay.
6. fJersonagem tocando trombeta, vasilha esculpida,
. cerâmica. Recuay.

224
Personagem com chocalho de sementes.
Vasilha esculpida, cerâmica. Moche.

225
INSTRUMENTITAS ZOOMORFOS VITRINA N.o 15

Os instrumentistas zoomorfos não aparentam o cará- mais alguma vinculação com certas máscaras de dan-
ter simbólico, divino ou mitológico de. outras represen- ças que estão relacionadas com a caça ou com alguma
tações zoomorfas. O corpo antropomorfo e a indumen- atividade ritual ainda desconhecida ou, quem sabe,
tária de alguns desses instrumentistas definem seu uma identificação afetiva com os animais represen-
caráter humano. Suas caras zoomorfas sugerem muito tados.
1. Personagem (felino) executando quena, vasilha esculpida, 6. Personagem (guanay) tocando tambor, vasilha,
cerâmica. Vicús. cerâmica. Moche.
2. Personagem (macaco) com chocalho de sementes, 7. Personagem (ave) tocando tambor, vasilha esculpida,
vasilha esculpida, cerâmica. Moche. cerâmica. Moche.
3. Personagem (raposa) com chocalho de sementes, 8. Personagem (macaco) tocando antara, vasilha esculpida,
vasilha esculpida, cerâmica. Moche. cerâmica. Nazca.
4. Personagem (felino) tocando tambor, vasilha esculpida, 9. Personagem (tatu) executando quena, vasilha esculpida,
cerâmica. Moche. cerâmica. Santa.
5. Personagem (felino) tocando tambor, vasilha esculpida, 10. Figura (sarigüê), vasilha esculpida, cerâmica. Costa Norte.
cerâmica. Moche.

TAMBORES NAZCA VITRINA N.o 16

Os nazquenses desenham tambores cujas principais Conhecem-se os tambores nazca pelas características
características são a forma de sua única membrana. apontadas e, além do mais, por um orifício pequeno,
Foram feitos em cerâmica: de pequena dimensão, para por motivos acústicos, no fundo de suas caixas. De-
segurá-los com uma mão e tocá-los com a outra; de ta- duz-se, pelo tamanho destas e por sua ornamentação,
manho médio, para segurá-los com o corpo; e de gran- que os tambores deviam estar relacionados com a fun-
des dimensões, de quase um metro e meio de altura, ção que desempenhavam. Os pequenos e médios, cer-
para apoiá-los no chão. tamente, com algum rito e com acontecimentos da
comunidade; os grandes, com as cerimônias e com a
guerra.
1. Tambor de uma membrana. Caixa de cerâmica. 4. Tambor de uma membrana. Caixa de cerâmica.
2. Tambor de uma membrana. Caixa de cerâmica. 5. Tambor de uma membrana. Caixa de cerâmica.
3. Tambor de uma membrana .. Caixa de cerâmica.

ANTARAS NAZCA VITRINA N.o 17

Os ceramistas que construíram esses instrumentos nho dessas antaras tenha sido conseqüência da apli-
nazquenses reproduziram as gamas complicadas de cação dos conhecimentos matemáticos, e que as uni-
sons usadas pelos músicos. Seus conhecimentos téc- dades métricas empregadas pelos nazquenses tenham
nicos foram aplicados para produzir antaras em série, sido usadas para determinar a longitude dos tubos,
com a mesma afinação; porém, é provável que o dese- isto é, a sonoridade das antaras.
1. Antara, cerâmica. Nazca.
2. Antara, cerâmica. Nazca.
3. Antara, cerâmica. Nazca.

O SEXO E A MORTE NA MÚSICA E NA DANÇA VITRINA N.O 18

O sexo, como fonte de vid'a e manutenção da espécie, abundante informação em suas cerâmicas. Em gerál,
e a morte, seu extremo oposto, produziram nos povos nessas cenas, os instrumentistas são cadáveres ou
andinos originais concepções dos instrumentos musi- esqueletos. Em outros casos, esses seres de além-tú-'
cais, assim como imagens de ritos, cerimônias e ale- mulo participam da vida sexual terrena ou tocam em
gorias. duo antaras complementares acompanhados por al-
guém que toca um pequeno tambor. O sexo e a morte
O sexo e a morte no antigo Peru parecem abranger um estão representados tambéll1 por esculturas fálicas,
amplo espectro, que envolve tanto a vida mitológica eróticas ou por esqueletos que funcionam como ins-·
como a terrena e a de além-túmulo, sobre as quais trumentos aerófonos (apitos) ou garrafas sibilantes.
os artistas, principalmente os mochicas, deixaram
.1. Garrafa sibilante bifálica, cerâmica. Vicús. 5. Cortejo com executantes de antara, alto relevo em vasilha.
2. Apito erótico esculpido, cerâmica. Moche. Moche.
3. Personagem cadavérico com trombeta, cena erótica, 6. Apito esculpido, personagem cadavérico, cerâmica. Moche.
vasilha esculpida, cerâmica. Moche. 7. Apito esculpido, fálico, cerâmica. Vicús.
4. Cortejo de executantes de quena e tambor, alto relevo 8. Apito esculpido, fálico, cerâmica. Vicús.
em vasilha, cerâmica. Moche.

226
Cortejo com executantes de antara.
Alto relevo em vasilha. Moche.

A MÚSICA, A DANÇA E O CANTO POPULARES DO PERU CONTEMPORÂNEO VITRINA N.o 19

. Na arte popular, as práticas artísticas, os costumes, o canto, a dança, as artes em geral e os costumes
as crenças, os conhecimentos técnicos, etc. são parte afloram - através dessa memória - de nosso passa-
da memória coletiva dos povos. Por isso, no Peru con- ~ do histórico, cultural, social, etc.
temporâneo, na área andina, os instrumentos musicais,

1. Apitos, cerâmica. Serra Sul. 6. Arca e Ira, antaras complementares, cana. Puno.
2. Quena, cana. Ayacucho. 7. Rondadora, antara, cana. Norte e Selva.
3. Pinkillo, flauta doce, cana. Puno. 8. Wagra-Puku, trombeta, chifre de fado. Ayacucho.
4. Tal'ka, flauta doce, madeira. Puno. 9. Tambor, membrana dupla, caixa de madeira. Campa. Selva.
5. Clarinete, madeira. Cajamarca. 10. Máscara, gesso. Puno.

A MÚSICA, A DANÇA E O CANTO POPULARES DO PERU CONTEMPORÂNEO VITRINA N.o 20

Não há evidências do uso de instrumentos de corda e ao emprego. O charango, a harpa e alguns violões
no antigo Peru. Por isso, supõe-se que os instrumen- são exemplos dessa contribuição, que revela não só
tos de corda começaram a se difundir a partir do con- imaginação, mas também personalidade cultural na
tacto dos povos andinos com os espanhQis. Entretanto, aplicação de novos conhecimentos técnicos, artísticos
os músicos e construtores andinos introduziram neles e de formas criativas.
modificações substanciais no que diz respeito à forma

1. Kunko, trombeta, caracol de rio. Aguaruna. Selva. 7. Soalha de fio, sementes. Aguaruna.
2. Roncadeira, tambor de membrana dupla, caixa de madeira 8. Músicos, escultura, cerâmica. Ayacucho.
e flauta de madeira. Cajamarca. 9. Charango. Cuzco.
3. Tinya, tambor de membrana dupla, caixa de madeira. Junín. 10. Quirquicho. Puno.
4. Matraca, madeira. Puno. 11. Máscara, papel. Junín.
5. Matraca, legenaria e fibra. Bora. Selva.
6. Soalha de fio, sementes. Shipibo-conieo. Selva. (Tradução de Neide T. Maia González)

227
Plantas
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PLANTA DO TÉRREO E MEZANINO

NÚCLEO I Vetor A3 20. Mazzei, Ana Maria 41. Svoboda, Josef 62. Ghenea, Silvia 86. Ouinones, Azalea
21. M. C. Van Scherpenberg-Katie 42. Turcato, Giulio 63. González, Julio 87. OUintero, Jose Antonio
1. Modiano, Sara 22. Migliorisi, Ricardo 64. Guillermo"Erwin 88. Ri, Nam-Kyu
2. Uribe, Alberto 23. Pascual. Jose Luiz Artistas Divergentes 65. Halas 89. Rivas, Pacheco
24. Perez Villalta, Guillermo 66. Herrebarría, Adriano 90. Rõmer, Margot
NÚCLEO I Vetor 81 25. Pinheiro, Jorge 43. Aguilar Ponce 67. Hloznik, Vincent 91. Sin, Hak-Chul
26. Piruca, Franco 44. Barrios, Cesar 68. Javier Cabrera, Raul 92. Sorogas, Sotiris
3. Barbatre, François 27. Salvo 45. Barrios, Moises 69. Jávor, Piroska 93. Stefaniai, Edit
4. Barelier, André 28. Testoni 46. Baik, Kum-Nam 70. Kim, Chung-Jung 94. Stoev
5. Barthélémy, Gerard 29. Vargas, Patricia 47. Batista, Domingo 71. Kim, Joung-Soo 95. Stoilov
6. Bassan, Nessin 30. Zerpa, Carlos 48. Bido, Candido 72. Kim, Sang-Ku 96.Stoyanov,Stoyan
7. Cho, Sung-Mook 49. Biscardi, Campos 73. Krebs, Ella 97. Suarez, Pablo
8. Choi, Sang-Chul NÚCLEO li 50. Brunovsky, Albín 74. Lara, Clever 98. Susnik, Tugo
9. Cobo, Chema 51. Cabrera, Vitico 75. Lechev
10. De Marziani, Hugo 31. Burri, Alberto 99. Toral, Tabo
52. Casterán, Jorge 76. Martincek, Martin
11. Dorrego, Rolando 32. Delvaux, Paul 53. Cepeda, Ender 100. Torres, Emilio
77. Martino, Federico
12. Franco, Carlos 33. Grupo Gorgona 54. Choi, Boong-Hyun 78. MoreI, Mareei 101. Tzanev,Stoyan
13. Gailiani, Omar 34. Grupo Oho 55. Choi, Wook-Kyung 79. Mytaras, Dimitris 102. Valbuena, R., Lilia
14. Granato, Ivald 35. Guccione, Piero 56. Chon, Joon 80. Nino, C. 103. Vassilev, Atanas
15. Guimarães, José de 36. Guston, Philip 57. Court, Francisco Javier 81. Panayatov 104. Viteri, Alicia
16. Han, Man-Voung 37. Guttuso, Renato 58. Dabova 82. Panayatova 105. Xicará, Ixquiac
17. Han, Un-Sung 38. Kounellis, Janis 59. Dobkowski, Jan 83. Park, Ki-Ok 106. Wong, Jose Huerto
18. Kang, Kuk-Jin 39. Mariani, Carlo M. 60. Duenas, Olga 84. Pena, A. 107. Vanev
19. Mainolfi, Luigi 40. Pfahler, Georg Karl 61. Galdos Rivas, Enrique 85. Piscoya, Herman 108. Zabaleta, Wladimir
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PLANTADO SEGUNDO ANDAR

NÚCLEO I Vetor A1 23. Coen, Lavista, Serrano 50. Phillips, Tom 73. Machado, Ivens 96. Schendel, Mira
24. Crumplin, Colin 51. Posada, Antonio 74. Martinis, Dalibor 97. Schieferdecker, Jürgen
1. Abramovic/Ulay 25. Ehrenberg, Filipe 52. Riestra, Adolfo 75. Meireles, Cildo 98. Schoofs, Rudolf
2. Ars Natura 26. Estrada, Enrique 53. Santiago 76. Muntadas 99. Sena, António
3. Bagnoli, Marco 27. Finlay, lan Hamilton 54. Taller de Experimentación Gráfica 77. Plaza, Julio 100.Sued,Eduardo
4. Balcells/Bonet 28. Fulton, Hamish 55. Tremlett, David 78. Rojas, Miguel Angel 101. Sezwczyk
5. Bufill, Juan 29. Gette, Paul-Armand 56. Valencia, Ruben 79. Sina, Alejandro 102. Urkom, Gera
6. Damnjan 30. Grigorescu, lon
7. Gadé, Julia 31. Guerrero, Mauricio 57. Wakely, Shelagh 80. Stone, William
NÚCLEO I Vetor 82
8. Galeta, Ivan Ladislav 32. Hamilton, Richard 58. Zavala, Manuel 81. Tunga
9. Huerga, Manuel 33. Hellion/Hendrix 59. Zervou, Cristina 103. Bijelic, Milivoj
10. Ivekovic, Sanja 34. Hilliard, John 60.Zush NÚCLEO I Vetor 81 104. Fajardo, Carlos
11. Paripovic, Nesa 35. Ismael 105. Suga, Kishio
12. Pujol, Carles 36. Kurtycz, Marcos NÚCLEO I Vetor A3 82. Boero, Renata
13. Trbuljak, Goran 37. Krasnianski, Bernardo 83. Ceccobelli, Bruno Exposição ARTE POSTAL
14. Todosijevic, Rasa 38. Lara, Magali 61. Bec, Louis 84. De Maria, Nicola
15. Zulueta, Ivan 39. Le Gac 62. Bouteas, Vannis 85. Dessi, Gianni Centro de Vídeo·Arte
40. Long, Richard 63. Broniatowski 86. Dias, Antonio
NÚCLEO I Vetor A2 41. Macotela, Gabriel 64. Carrión, Ulises 87. Farfan, Jaime Livros de Artistas
42. Marin, Manuel 65. Castles, John 88. Fortuna, Pietro
16. Ackling, Roger 43. McKever, lan 66. Chira, Alexandro 89. Fukuoka, Michio Artistas do Vetor Al cujos números
17. Alexanco 44. Nash, David 67. Fischer, Hervé 90. Gross, Carmela não constam da planta estão incluí-
18. Barcelo, Miguel 45. Nicolson, Annabel 68. Freitas, Vole de 91. Jurkiewcz dos no Centro de Vídeo-Arte.
19. Bitan, lon 46. Nissen, Brian 69. Geiger, Anna Bella 92. Longobardi, Nino
20. Breakwell, lan 47. O'Donnel, Michael 70. Gilbert & George 93. Murakami, Tomoharu Artistas do Vetor A2 cujos números
21. Bustamante, Maris 48. Onwin, Glen 71. Guerrero, Myrna 94. Piffero, Luca Maria não constam da planta estão incluí-
22. Chaimowicz, Marc Camille 49. Peyote y la Compania 72. Hernandez. Gilda 95. Sapija, Andrezy dos no espaço de Livros de Artistas.
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PLANTADO TERCEIRO ANDAR

NÚCLEO 111 4. Albino 13. Farid 21. Müller, Heinrich Anton 29. Tschirtner, Oswald
5. Aloise 14. Fernando 22. Octávio Ignácio
1. Exposição MÚSICA E DANÇA 30. Volanhuk, Jakim
6. Antônio Poteiro 15. Gill, Madge 23. Periphimous, A. G.
NO ANTIGO PERU 7. António Sérgio 31. Walla, August
16. G. T. O. 24. Raphael 32. Wilson, Scottie
2. CINEMA 8. Aurora
9. Carles-Tolrá, Ignacio 17. Hauser, Johann 25. Santos, Gabriel dos 33. Wõlfli, Adolf
10. Carlos 18. Heil, EIi 26. Schãrer, Hans 34. Zemánková, Anna
Exposição ARTE INCOMUM 19.1saac
11. Emygdio 27. Sebastião
3. Adelina 12. Facteur Cheval 20. Jaime 28. Tatin, Robert 35. SALA DE CONFERIlNCIAS

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'NDICE DE ARTISTAS

VOLUME I Castles, John Fajardo, Carlos Carrión, Ulises


Freitas, Yole de Suga, Kishió Fischer, Hervé
Geiger, Anna Bella Padín, Clemente
Artistas do Núcleo I • Vetor A1 Gilbert & George
Guerrero, Myrna Artistas divergentes
Hernandez, Gilda Artistas do Núcleo 11
Abramovic/Ulay Machado, Ivens
Ars Natura Aguillar Ponce
Martinis, Dalibor Barrios, Cesar Burri, Alberto
Bagnoli, Marco Meireles, Cildo
Balcells/Bonet Barrios, Moisés Delvaux, Paul
Modiano, Sara Baik, Kum·Nam Guccione, Piero
Bufill, Juan Muntadas
Damnjan Batista, Domingo Grupo Gorgona
Plaza, Julio Bidó, Candido Grupo Oho
Gadé, Júlia Rojas, Miguel Angel
Galeta, Ivan Ladislav Biscardi, Campos Guston, Philip
Siiia, Alejandro Brunovsky, Albín Guttuso, Renato
Huerga, Manuel Stone, William
Ivekovic, Sanja Cabrera, Vitico Kounellis, Janis
Tunga Casterán, Jorge Mariani, Carlo M.
Paripovic, Nesa Uribe, Alberto
PUjol, Carles Cepeda, Ender pfahler, Georg K.
Trbuljak, Goran Choi, Boong·Hyun Svoboda, Josef
Todosijevic, Rasa Choi, Wook·Kyung 'Turcato, Giulio
Artistas do Núcleo I • Vetor 81 Chon, Joon
Zulueta, Ivan
Court, Francisco Javier
Dabova VOLUME 11
Barbãtre, François Dobkowski, Jan
Artistas do Núcleo I • Vetor A2 Barelier, André Dueiias,Olga
Barthélémy, Gerard Galdos Rivas, Enrique Artistas de Arte Postal
Ackling, Roger Bassan, Nessim Ghenea, Silvia
Alexanco Boero, Renata González, Julio
Barcelo, Miguel Ceccobelli, Bruno Guillermo, Erwin Abad, Francesc
Bitan,lion Cho, Sung-Mook Halas Adolgiso, Armando
Breakwell,lan Choi, Sang-Chul Herrebarría, Adriano Albrechet/D,
Bustamante, Maris Cobo, Chema Hloznik, Vincent Albuquerque Mendes
Chaimowicz, Marc Camille De Maria, Nicola Javier Cabrera, Raul Alex Torrid Zone Igloo
Coen, Lavista, Serrano De Marziani, Hugo Jávor, Piroska Allen, Gary
Crumplin, Colin Dessi, Gianni Kim, Chung-Jung Alvess, Manuel
Ehrenberg, Felipe Dias, Antonio Kim, Joung·Soo Anderson, Frank J.
Estrada, Enrique Dorrego, Rolando Kim, Sang-Ku Andrade, Antônio Luís M.
Finlay, lan Hamilton Farfan, Jaime Krebs, Ella Andrade, Paulo
Fulton, Hamish Fortuna, Pietro Lara, Clever Anna Banana
Gette, Paul·Armand Franco, Carlos Lechev Anônimo
Guerrero, Mauricio Fukuoka, Michio Martincek, Martin Anselmo
Hamilton, Richard Galliani, Ornar Martino, Federico Anthroart
Hellion/Hendrix Granato, Ivald Morei, MareeI Araujo, A. de
Hilliard, John Gross, Carmela Mytaras, Dimitris Arias-Mission, Alain
Ismael Guimarães, José de Niiio,C. Arlandi, Gian Franco
Kurtycz, Marcos Han, Man·Young Panayotov Arnold Jr., Charles A.
Krasnianski, Bernardo Han, Un·Sung Panayotova Arruda, Mário da Piedade M.
Lara, Magali Jurkiewicz Park, Ki-Ok Art Design Rehfeldt
Le Gac Kang, Kuk-Jin Peiia,A. Art Foot 81
Long, Richard Longobardi, Nino Piscoya, Herman Art Hopkins
Macotela, Gabriel Mainolfi, Luigi Ouliiones, Azalea Arte fora do eixo Rio-São Paulo
Marin, Manuel Mazzei, Ana Maria OUintero, José Antonio Arthur, Gustave
McKeever,lan M. C. Van Scherpenberg-Katie Ri, Nam-Kyu Artoni, Liliana
Nash, David Migliorisi, Ricardo Rivas, Pacheco Ateliê Bonanova
Nicolson, Annabel Murakami, Tomoharu Remer, Margot Ateliê Rabascall
Nissen, Brian Pascual, José Luiz Sin, Hak-Chul Auzerger, Pidder
O'Donnel, Michael Perez Villalta, Guillermo Sorogas, Sotiris Avau, Metallic
Onwin, Glen Píffero, Luca Maria Stefaniai, Edit Azevedo, Armando
Peyote y La Compaiiía Pinheiro, Jorge Stoev Baccelli, Vittorio
Phillips, Tom Piruca, Franco Stoilov Baccino, Enrico
Posada, Antonio Salvo Stoyanov, Stoyan Bakhchanyan, Vagrich
Riestra, Adolfo Sapija, Andrezy Suarez, Pablo Barbosa, Manoel
Santiago Schendel, Mira Susnik, Tugo Barboza, OIego
Taller de Experimentación Schieferdecker. Jürgen Toral, Tabo Baroni, Vittore
Gráfica Schoofs, Rudolf Torres. Emilio Barrio, Artur
Tremlett, David Sena, António Tzanev, Stoyan Barros, António
Valencia, Ruben Sued, Eduardo Valbuena R., Lilia Barros, Renata
Wakely, Shelagh Szewczyk Vassilev, Atanas Becciani, Gianni
Zavala, Manuel Testoni Viteri, Alicia Behr, Nicolas
Zervou, Christina Urkom, Gera Xicará, Ixquiac Below, Peter
Zush Vargas, Patricia Wong, José Huerto Bentivoglio, Mirella
Zerpa, Carlos Yanev Bentivoglio, Mirella
Zabaleta, Wladimlr Savoi, Alba;
Artistas do' Núcleo I • Vetor A3 Esposito, Anna;
Artistas do Núcleo I • Vetor 82 Oberto, Anna;
Artistas convidados Paci,Anna;
Bouteas, Yannis Alloati, Annalisa;
Broniatowski Bijelic, Milivoj Bec, Louis Danon, Betty;

232
Diamantini, Chiara; Daligand Glaz, Kazimir Laufrová, Alena
Kubisch, Christina; Damnjan, Radomir Gleiser, Luís; Le Chippey, Jean Marc
Gut, Elisabeta; Danowski, Miriam Vilhena, Bernardo; Leon, Ana
Cataldi, Francesca; Dantas, Chico Chacal; Leon, Hernando
Sandri, Giovanna; Deisler, GUillermo Charles; Lete, Hélio
Meo, Gisella; Denis, Poniz Mandaro, Guilherme; Lipman, Joel
Schõdl, Greta; Diamantini, Chiara Santos, Ronaldo; Lisboa, Unhandeijara
Blank, Irma; Dias, Cristina Golkowska, Wanda & L1ano, Rafael de
Marcussi, Lucia; Dios, Remy Chwalczyk, Jan L1ys Dana Star Club
Gussago, Maria Ferrero; Diotallevi, Marcello Gomes, Cláudio Loebach, Bernd
Lai, Maria; Dixo,João Goulart, Cláudio Lomholt Formular Press
Izzo, Marilede; Domingues, Diana Galicchio Goulart, Guido Laércio Costa Lonidier, Fred
Montalcini, Paola Levi; Donasci, Otávio Gray, Lynn A. Luis
Meija, Silvia; Dorn, Gordon J. Greenberger, David B. Lusignoli, Guglielmo
Weller, Simona; Drabik Jacek Grobet, Lourdes Machado, Edson
Lanza, Sveva; Drei, Lia Groh, Klaus Machado, Marcelo R.;
Binga, Tomaso; Dressler-Verfremder,Otto Gruber, Hermann Meireles, Fernando;
Melandri, Valéria; Dritschel, Mary Grupa Junis Marcondes, Ney;
Bento, Kátla Drummond-Milne, David Grupo História Mourelli, Paulo;
Bergman, Phil Duarte, Carlos Grupo Texto Poético Priori, Paulo;
Berry, Carolyn Duch, Leonhard Frank Gualtieri, Massino Jungle, Ted;
Bianchi, Annibale C. Durland, Steven Guardia Neto, Luis Blackberry, Walt
Biscotto, Laura Duro, Gianfranco Guderna, Lad. Madam X Unlimited
Blaine, Julien Edwards, Richard Guerini, Giampaolo Maekawa, Masaaki
Bleus, Guy Egyedi Guido, Capuano Magalhães, Gastão
Blittersdorff, Tassilo Ehrenberg, Felipe Gustafson, Lorraine Magalhães,Odair
Boabaid, Daisy Elizabeth y Santiago Hahn, Horst Maggi, Ruggero
Boden, J. Emerenciano Hale, William Bruce Magni, Maria A.
Bonari, Adriano Ermini, Flavio Hãltleová, Helena Malloy,Judy
Borba F.·, Gabriel Espaço No Harley· Mamablanca
Borillo, Mario Evans, John Harrigan, Alberto Mancini, Enzo
Branco, Joaquim Faim Hay, Garry D. Marcus do Rio
Braunstein, Jacques Faria, Luiz Façanha Hayakawa, Katsumi Marin, Jonier
Bruno, Chiarlone Fawcett, John Stephan Hemmerdinger, W. Marin, Manuel
Bruscky, Paulo Feather, B. Higgins 111, E. F. Marques de Oliveira, Fernando
Buarque,lrene Fedj, Fernanda Horiike, Tohei Marroquin, Raul
Bucci, Nicola Fekner, John Horn, Stuart Martini, Silvano
Bureau de La Poésie Ferlauto, Cláudio A. Q. House, Belca Martinou, Sofia
Burmester, Gerardo Filla, Bettina de Houser, Ivan Marx, Graciela G.
Bushmiller, Edgard Allen Fiorentino, Alfio Hubaut, Joel Matsuzawa, Vutaka
Bustamante, Maris Fish, Pat Huber, Joseph W. Matuck, Arthur
Butler, Russell Fisher, John Hubert, Pierre-Alain Maurizio, Camerani
Calapez, Pedro Flemming, Alex Hudinilson Jr. McAlpine, Bruce R.
Caminati, Aurelio Fletcher, Leland lagulli, Sergio McKee, Sandra
Caraballo, Jorge Fonseca, Alben Nisio Ickx, Híkaro Medeiros, Aderson T.
Cardoso, Gilmar E. Fontana, Giovanni Identidade Zero Medeiros, J.
Cardoso, Luiz C. Fontanezi, Sonia Ivan Maurício Meggison, Douglas C.
Carioca Fonteles, Bene Jankovic Mehrl, C./Bennett, John M.
Carreta, Anna Ford, Merrily Jaramillo, Beatriz Melis, Juraj
Carvalho, A.C. Forest, Fred Joan of Art Melo e Castro, E. M. de
Casimiro, Manuel Forgione, Louis T. Jones, C. Hart Miccini, Eugenio
Castro, Lourdes Fortuna, Manuela Jonge, Ko de Mignani, Rolando
Catriel, Luis Foto 111 Jupiter-Larsen Miller, Gerry
Cavellini, Guglielmo Achille França, Rafael Kallsen, T. J. Minatelli, Enzo
Cechová, Zdenka Franceschi, Kiki Kalman, Peter Minkoff, G.
Chiarantini, Andrea Frangione, Nicola Karlíkowá,Olga Miranda, Paulo e
Chiaromonte, John Frank, Peter Kawakami, Rikigo Fontanezi, Sonia
Chlanda, Marek Franzoni, Rag. Roberto Kent, Eleanor Mitchell, Bill
Christie, J. Fricéer, Dietrich Keppler, Roberto Moenster, B. Jub
Chuck Stake Enterprises Furrer, Rita Keulers, Hanny Mohammed. Plínio Mesciulam
Ciani, Piermario Gaetano, Fiore Kid, Cracker Jack Mollet, Michael
Ciullini, Daniele Gallingani, Alberto Kim, Ku-Lim Monteiro, Lauro
Cláudia Gaona, Enrique Kimura, Masaaki Moraes Neto, J. Benedicto de
Cole, David A. Garage 103 Klammer, Dislokate Moreira, Rita e
Conti, Viana Garcia, José Wagner Klimes, Svatopluk Leal, Maria Luiza
Cook, Geoffrey Gasowski Prod. Klivar, Miloslav Motl, Ladislav
Copie, Groupe Gasowski, Pat Knopp,Axel Murakami, Akira
Córdula Filho, Raul Gasser-Harun, Martin Kopse, Mirjam Nannucci, Massimo
Corduva, Ralf Gelue, Johan van Kostelanetz, Richards Nannucci, Maurizio
Corfou, Michel Gerson Filho Kramule, Ak. Mal. K. Nardini, Galeazzo
Covelli, Nivio Gianni, Tonoli Kratschmer, Renate e Nebeker, Royal
Craag Gibbs, Michael Schwarzenberger, Jorg Nechvatal, Joseph
Cristóbal, Ricardo Gifreu Kushner, Robert Ner, DovOr
Crozier, Robin Gillingwater, Denis C. Kutera, Anna e Romuald Neri, Eugenio
Cummins, Karla Gini, Gino Lara, Magali Newz, Short
Cuomo, Raffaele Giuseppe, Mestrangelo Larter, Pat Nicholson, Paul
Daley, Emil Glasmeier, Rolf Laskin, Gary Nicod-Urban, Jacqueline

233
No-Grupo Ribeiro, Maria Irene Sou, Vera Bonnema Wirth, Franz Milan
Norero, Francisco Copello Ribeiro, Pedro J. Branco Souza,AI Wittels, Anne F.
Novak, Vratislav . Richard, C. Souza, Luiz Antonio Loes de Wolf-Rehfeldt, Ruth
Novic-Toumin, Dean Joka Rimma & Gerlovin, Valery Spatola, Adriano Yamamoto, Keigo
Nyst, Jacques Louis Riz, Marisa da Spiegelman, Lou Yamamoto, Tasuo
Off Centre Centre Robsession Splettstõsser, Peter Jõrg Yost, Allan R.
Ogaz, Damaso Rocha, Adonai Spray, John Yves, Kropf
Oisteneau, Valery Romero, J. C. Staeck, Klaus Xavier, Alice
Ojda, Fredo Ronchi, Demos Staeck, Rolf Xifra, Jaume
Olbrich, J. O. Ropiecki, Waclaw Stagnaro, Umberto Zacariades, Marcus
Oliveira, Edson Rosa, Salvatore de Stein, Robyn L. Zanatta, Eduardo
Opal Louis Nations RosamilIa, Enzo Stiff, Elena Zanini, Gerson
Rosamilia, Nahdo Stolnitz, Dia Zanotto, Luigi
Orfrão, Rui
Rosamilia, Peppe Strach, Andreas Zeller, Ludwig
Ori, Luciano
Rosenthal, Barbara Strakowski, Pat Zolper Jr., Heinz
Orni, Vivian Zoubek,Olbram
Rossi, Sever Studio Leclair
Orworks
Rudolf, Pavel Studio 79
Pack, Tom Suei, Lucien
Rypson, Piotr
Padín, Clemente Sumi, Yasuo VOLUME 111
Salles, Leila
Parente, Letícia Salt Lick Press Summers, Rod
Partenheimer, Jürgen Sandoval, Roberto Sur Rodnek (Sur) Artworks
Patela, Luca Santo Leonardo Studio Svendsen, Fred Artistas de Arte Incomum
Patrick, T. Santos, Abílio José Talpo, Bruno
Paulo Klein'Assessorart Santos, João Batista dos Tane, Kilmorlie Cray
Pazos, Carlos Santos, Rosa Maria Terry, Alice Adelina
Pedro Osmar/Paulo Ró Sarmiento, José Antonio The Mailbox Is A Museum Albino
Peixoto, Miriam Saudan,Olivier Thenot, Jean-Paul Alo"ise
Peli, Romano & Versaria, Sauer, Michel Tillier, Thierry Antônio Poteiro
Michaela Saunders, R. Todorovic, Miroljub António Sérgio
Pelieu-Washburn, Claude; Saville, Ken Tomasso, Ray Aurora
Beach-Pelieu Mary Schloss, Arleen Tonacci, Andrea Carles-Tolrá, Ignacio
Pereira, Maria Teresa Schmiedekampf, Jürgen Tora, Gianni de Carlos
Pereira, Ramón Schraenen, Guy Tot, Endre Emygdio
Perfetti, Michel Schroeck, R. D. Toth, Gabor Facteur Cheval
Pessoa, Vânia Lucila Valerio B. Schwarz, Martin 3Nos& Farid
Petasz, Pawel Schwerer, Andreas Tress, Horst Fernando
Peticov, Antonio Scott, Michel Ulrichs, Tim Gill, Madge
Pillar, A. M. Sedlácek, Z. Urbach, Jose G.T.O.
Pinheiro,. Olímpio Severová, J. e Severa, J. Urban,Janos Hauser, Johann
Pittore, Carlo Shoemaker, Peter Valesco, Frances Heil,EIi
Pividori, Maria Rosa Shoji, Satoru Vallauri, Alex Isaac
Plotnicka, Anna Silva, Falves Varela, Cybele Jaime
Potratz, Wayne E. Silva Jr., Francisco Pereira da Varney, Edwin Müller, Heinrich Anton
Poznanovic, Bogdanka Silva, José de Santiago Vater, Regina Octávio Ignácio
Prado, Gilberto Silva, Orlando P. D. Veloni, Vagner Dante Periphimous, A. G.
Pretolani, Angelo Silveira, Regina Velozo, Eliane Raphael
Primoz, Nerima Simkevicius, Anita Vigo, E. Antonio Santos, Gabriel dos
Proteti, João Simoni, Piero Vivell ,Judith Schãrer, Hans
OOTBI Slepicka, Jos Wagner, Joachim Sebastião
Radio,Roy Smith Wanderman, Richard Tatin, Robert
Ramiro, Mário & Moraes, Nina Smith,Joel Weichert, Peter Tschirtner,Oswald
Rebolledo A., Santiago Soares da Silva, Genilsoll Whitson Volanhuk, Jakim
Reichel, Lorna Soares, Janete Wielgosz, Andrjej Walla, August
Reis, Pedro Cabrita Sobral. Maynand William, Xerra Wilson, Scottie
Restany, Pierre Solondz, Lori Wimmer, Max Wõlfli, Adolf
Rew,R. Sorensen, William Louis Winiarski Zemánková, Anna

234
AGRADECIMENTOS

ABECIP - Assoc. Brasileira de Crédito Imobiliário


Air France
Associação de Bancos no Est. de São Paulo
Banco Itaú SI A
Banco Real SI A
Banco Sudameris Brasil SI A
BNH
BRADESCO - Banco Brasileiro de Descontos
Caixa Econômica do Est. de São Paulo
Caixa Econômica Federal SI A
Casa da Cultura Francesa - Aliança Francesa
CESP
Cia. Brasileira de Alumínio
Cia. Mineira de Metais
Cia. Pullsport de Malharia
Cia. Souza Cruz Indústria e Comércio
COMIND - Banco e Indústria do Est. de São Paulo
Credit Suisse Representação SIC Ltda.
Delfin S/A
DPZ - Duailibi, Petit, Zaragoza, Propaganda S/A
Editora Abril
Editora Bloch
ELETROPAULO - Eletricidade de São Paulo
EMBRATEL
Eucatex SI A Indús~ria e Com.
Fondation Pró-Helvetia
Fotóptica Ltda.
Fondation Paul Delvaux
Grand Hotel Cá d'Oro
General Motors do Brasil
Indústr. e Com. Metalúrgica Atlas SI A
Indústrias Villares SI A.
Intercuf Ltda.
Klabin Papéis SI A.
Mercedes-Benz do Brasil
Metal-Leve SI A. Indústr. e Com.
NESTLÉ - Cia. Industrial e Comercial Brasileira de Produtos Alimentares
Pinheiro Netto - advogados
Price & Waterhouse - auditores independentes
Rede Globo de Televisão
Rhodia S/A
SI A Indústrias Votorantim
São Paulo Alpargatas SI A
SESC - Serviço Social do Comércio
Siderúrgica Barra Mansa SI A
Sony Ltda. .
Spazio Pirandello
SPP Nemo S/A
Supermercados Pão de Açúcar SI A
TheFirst National Bank of Boston
UNIBANCO - Banco de Investimento do Brasil SI A
Valbrás SI A - Corretora Brasileira de Câmbio e Valores Imobiliários
Volkswagen do Brasil SI A.

235
:UNDAÇAo BIENAL DE SAO PAULO

:rancisco Matarazzo Sobrinho (1898/1977)


·residente Perpétuo

::onselho de Administração João Baptista Prado Rossi


_uiz Diederichsen Villares Presidente Manoel Whitaker Salles
:rmelino Matarazzo Vice-Presidente José Maria Sampaio Corrêa
João de Scantimburgo
Lauro de Barros Siciliano
\/Iembros Vitalícios Victor Simonsen
José Humberto Affonseca Dora de Souza
João Fernando de Almeida Prado Érico Siriuba Stickel
Francisco Luiz de Almeida Salles Edmundo Vasconcellos
~Ido Calvo
~ntonio Sylvio da Cunha Bueno Conselho de Honra
Justo Pinheiro da Fonseca Oscar P. Landmann
Erich Humberg
Luiz Fernando Rodrigues Alves
João Leite Sobrinho
Ema Gordon Klabin
Sábato Antonio Magaldi Diretoria Executiva
Benedito José Soares de Mello Pati Luiz Diederichsen Villares Presidente
José de Aguiar Pupo Giannandrea Matarazzo 1.° Vice-Presidente
Sebastião Almeida Prado Sampaio Antonio Sylvio da Cunha Bueno 2.° Vice-Presidente
Oswaldo Silva Robert Hefley Blocker
Hasso Weiszflog Roberto Duailibi
Paulo Nathanael Pereira de Souza
Pedro Paulo Poppovic
Membros Eleitos David Zeiger t
Armando Costa de Abreu Sodré
Maria do Carmo Abreu Sodré' Conselho de Arte e Cultura
Edgar Baptista Pereira Walter Zanini Presidente
Albert Bildner Ulpiano Bezerra de Menezes
Fernão Carlos Botelho Bracher Paulo Sérgio Duarte
Oswaldo Arthur Bratke Esther Emílio Carlos
Wilson Dias Castejon Donato Ferrari
Diná Lopes Coelho Luiz Diederichsen Viii ares
Plínio Croce Casemiro Xavier de Mendonça
Rubens José Mattos Cunha Lima
Aloysio de Andrade Faria Secretaria Geral
Mareio Martins Ferreira
Dilson Funaro José Francisco Quirino dos Santos
Lucas Nogueira Garcez
Cesar Giorgi Assistente da Presidência
Oswaldo Correa Gonçalves para Relações Internacionais
José Gorayeb Josette Balsa
Otto Heller
Oscar P. Landmann Coordenador do Setor de Arquivo e Publicações
Francisco Papaterra Limonge Neto Ivo Mesquita
Ernest Gunter Lipkau
Roberto Maluf
Arquivos Históricos Wanda Svevo
Giannandrea Matarazzo
Hélàne Matarazzo Ernestina Cintra
José Mindlin Antonia Massari Rizzardi
Romeu Mindlin
José Geraldo Nogueira Moutinho Secretaria
Wladimir Amaral Murtinho Márcia Franco Bradfield
Celso Neves Azael Leme de Camargo
Paulo Uchoa de Oliveira Nina Hokka
Roberto Pinto de Souza Cleide Marinho de Oliveira
Pedro Iva Marise de A. Nobrega Martins
Luiz Fernando Rodrigues Alves Maria Inês Garcia Sampaio
Maria do Valle Pereira Rodrigues Alves Vera Lúcia de Castro Ferreira e Silva

236
Consultor Legal Edwino Ferrazin
Oswaldo Fávero Raphael Marques Hidalgo
José Maria Soares de Lima
Lucindo Gazola Mazini
Auditor Eliando E. D. S. Santa Maria Mércia
Alberto Bontein da Rosa Junior Emilia Moreira
Maria Sílvia Prata Pinto Morais (Assistente) Tânia Nori Morelo
Lourival Dias de Oliveira
Dalva Ribeiro Pascoal
Contabilidade Luiz Augusto dos Santos
Augusto Roberto Fudaba Gilberto de Macedo Silva
João Ferreira da Silva
Joel de Macedo Silva
Montagem José Leite da Silva
Guimar Morelo Maria Madalena Lima da Silva
Oswaldo Joaquim da Silva
Severino Barbosa da Silva
Alfândega Manoel Alves de Souza
Armando Ricardo de Viveiros
Tercio Levy Toloi Luis Antonio Xavier
Armando Henrique Whitaker
Equipe
Antonio Milton Araújo Conselho Fiscal
Jorge Francisco de Araújo Waldemar Pereira da Fonseca
Heronides Alves Bezerra Darcio de Moraes
Fernando Rodrigues Brandão Walter Paulo Siegl
Marina de Brito Corrêa José Luis Archer de Camargo (Suplente)

237
Omissões de dados e informações deveram-se às in-
suficiências de material enviado pelos artistas e co-
missários dos países ou à chegada de materiais em
data posterior ao limite estabelecido para o fechamen-
to do catálogo.
As obras dos artistas Clever Lara, Jorge Casterán e
Raul Javier Cabrera encontram-se alocadas' no espaço
destinado aos artistas divergentes por não terem che-
gado a tempo de serem apreciadas pelo Comitê Inter-
nacional.

238
SUMÁRIO

Apresentação jPresentation 11
Introduçãojlntroduction 19
Regulamento da XVI Bienal de São Paulo 23
Países participantes 29
Textos de apresentação dos artistas 30
Artistas convidados 75
Artistas do Núcleo I Vetor A 1 85
Artistas do Núcleo I Vetor A2 94
Artistas do Núcleo I Vetor A3 118
Artistas do Núcleo I Vetor B1 130
Artistas do Núcleo I Vetor B2 156
Artistas divergentes 159
Artistas do Núcleo 11 193
Música e dança no antigo Peru - Núcleo 111 219
Plantas 228
rndice dos artistas 232
Agradecimentos 235
Fundação Bienal de São Paulo 236
Sumário 239
Catálogos

Editora
Maria Otilia Bocchini

Diretor de Arte
Julio Plaza

Documentação e Catalogação
Ivo Mesquita

Pesquisa
D. T. Chiarelli

Tradução
Mariarosaria Fabris (Coordenação
para italiano, francês, espanhol e alemão)
Aldo Bocchini Neto
Hugo Sérgio Franco Mader
Lenis E. Gemignani de Almeida
LaurencePatrick Hughes
Maria Regina Ronca
Mário José de Araújo
Martina G. B. Ognibene
Neide T. Maia González
Ruy Fontana Lopez
Preparação de texto e revisão
Carlos Eduardo F. Carvalho
Mitsue Morissawa
Nilza Iraci Silva'
Secretária Editorial
Neuza Marinho de Oliveira
Datilografia
Cleide Marinho de Oliveira
Ida Maria de Luiz
Fotografia
Gerson Zanini
José Augusto Varella
José Roberto Cecato
Leonardo Crescenti Neto
Cartaz
Cláudio Moschella
Composição
Linoart Uda.
Fotolitos
Foto-line
I~pressão
Marcobel
Para homenagear à altura todos
aqueles que utilizam sua capacidade
criadora para expressar ou transmitir
sensações ou sentimentos,
nos faltaria uma técnica mais apurada.
Ou, quem sabe, talento.

~\\""'~
~~\\III,~~
:::~ ~t::
Caderneta ~~ $~
de Poupanoa ~;;mW
DELFIN
Junte-se a nós. Também a
serviço da cultura.
EMBRATEL
Empresa do Sistema TELEBRÁS
"luis Fernando,
você já depositou na
Poupan(a da Nossa Caixa?"
Lucínda e Luís Fernando se preocupam em poupar. Sabe como
é: o futuro dos filhos, qualquer eventualidade, realizar sonhos.
A preocupação de todas as famílias. E sabem que a Poupança da
Caixa rende muito e é absolutamente segura. Garantida por

Não se esqueça de depositar na


· I eocasse e.
mnovo
meio ex ressão
ar -e.

~ _ _ _ SONV.---,

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