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SIMULÃO INTERNO 2010/I

Prova de Língua Portuguesa e


Redação
Instruções:

• Verifique se este caderno contém 25 questões da Prova de Língua Portuguesa (1 a 25) e a Prova de
Redação. Caso contrário, solicite ao fiscal da sala outro caderno completo. Não serão aceitas recla-
mações posteriores.
• Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta que você considera certa. Para
cada questão existe apenas UMA resposta certa.
• Marque a resposta certa (A, B, C, D ou E) na FOLHA DE RESPOSTAS (apenas uma letra para
cada questão).
• Use lápis nº 2. Se errar, apague cuidadosamente.
• Escreva ao lado seu número de inscrição e, abaixo, o seu nome.

Nome do candidato

Atenção:
• Inicie a prova por onde mais lhe convier.
• Você disporá de 3h30min para responder a todas as questões.
• Você deverá devolver a FOLHA DE RESPOSTAS.
• O caderno de questões lhe será entregue no dia seguinte da realização da prova, com exceção do
último dia, em que você poderá recebê-lo ao sair, transcorridas duas horas do início da prova.
LÍNGUA PORTUGUESA Simulão 2010/I

03. MAFALDA
LÍNGUA PORTUGUESA
EQUILÁTTERO

As questões 01 e 02 referem-se ao anúncio abaixo:

O efeito de sentido responsável pela comicidade


na tirinha acima, da personagem Mafalda (do
cartunista argentino Quino) é:

(A) A oscilação entre dois diferentes sentidos para


a palavra “sobre” (indicando ora lugar, ora as-
sunto), os quais vêm se somar à construção
do sentido da tirinha.
(B) A onomatopéia referente ao sopro de Mafalda,
metaforizando a necessidade de novos ares,
para novos caminhos “sobre o mundo”.
(C) A inclinação do globo para a direita, indicando
a postura e os caminhos de uma globalização
01. Sobre o anúncio da Fundação S.O.S Mata Atlânti- neoliberal (a qual vitimizou a economia
ca, assinale a afirmação correta: argentin(A).
(D) O vôo impreciso da mosca em torno do lustre,
(A) A desproporção da gota em relação à mata aceso, sugerindo ora a efemeridade, ora a
sugere a redução desta e a abundância da- inconstância da razão, sobretudo a filosófico-
quela. política.
(B) O descaso com a Mata Atlântica é a causa (E) A inconstância fisionômica de Mafalda, indi-
direta do esgotamento de água e outros recur- cando as incertezas “sobre o mundo” que as-
sos minerais. solam os países em desenvolvimento repre-
(C) O anúncio chama atenção para dois proble- sentados na tirinha.
mas ambientais: a escassez de água e a des-
truição da Mata Atlântica. _____________________________________________________________
(D) As queimadas aumentam proporcionalmente à
escassez de água ocasionada pela falta de
chuva. 04. É comum identificar-se ambiguidade em leitura iso-
(E) A disposição organizada das árvores sobre a lada de manchetes de jornal, fenômeno que acaba
torneira sugere a necessidade de madeira de desfeito pelo contexto. Das frases abaixo, assina-
reflorestamento. le aquela que NÃO permite dupla leitura:

_____________________________________________________________ (A) “Deborah Secco aproveita folia de camarote


em Salvador”.
(B) “Polícia liberta garota de oito anos e estudante
02. A expressão “lavar as mãos” participa da constru-
de cativeiro em São Paulo”.
ção de sentido do anúncio acima. Dentre os ditos
(C) “Arquitetos acusam juiz de censura estética”.
populares apresentados abaixo, assinale aquele
(D) “Bandido atropela e mata garoto com carro rou-
cujo significado seja oposto ao que pretende o
bado”.
anúncio:
(E) “Queda de renda é maior entre os mais instru-
ídos, segundo IBGE”.
(A) “Mais vale um pássaro na mão que dois voan-
do”.
(B) “Água mole em pedra dura, tanto bate até que
fura”.
(C) “À noite todos os gatos são pardos”.
(D) “Em casa de ferreiro, o espeto é de pau”.
(E) “Não meta a colher onde não é chamado”.

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As questões de 05 a 09 referem-se ao texto abai- mens-dispositivo. E igualmente das igrejas pós-
xo: modernas. Dali e de cá poderão, sempre, nascer
vocações irresistíveis. Assessores de campanhas
MAESTRIA NA ARTE DA DEVIDA OBEDIÊNCIA eleitorais, leões-de-chácara de bingos, analistas
Francisco Foot Hardman de mídias arriscadas, capangas de colarinho bran-
co, advogados de criminosos e sobretudo advo-
[...] Fecham-se os círculos e arma-se o circo. gados do crime, pouco importa, essas funções se
Somos 126 milhões de “patrões”, diz-nos, com a equivalem nos novos modos de dominação. Com
mesma pompa que vem de longe, em seu alguma prática, a gente pode sacá-los de longe.
exibicionismo bacharelesco, o presidente do TSE, Com suas pastinhas, laptops e gravatas. Fazen-
Marco Aurélio de Mello. Acredite quem quiser. Os do emendas parlamentares ou parlamentando so-
homens-dispositivo não agem sós, mas também bre as emendas feitas e suas respectivas cota-
não representam vontades particulares ou gerais. ções.
Por isso se apresentam indistintamente como emis- Sacando dinheiro-vivo. Atravessando fronteiras
sários. São mestres na arte da obediência devida. mortas. Pelos meios de transporte tradicionais, ou
Nascem nas ordens discursivas do aparelho jurí- online. Assim se fazem homens para presidentes.
dico-político, mas se espraiam pelos movimentos Assim se fazem presidentes reais.
sociais. No Brasil recente, são exemplo notável Mas, atenção, esse processo não é em absolu-
as centrais sindicais, a começar pela CUT, que já to privilégio do povo brasileiro. O homem-disposi-
nasceu velha em 1983, pois atrelada à estrutura tivo, parte dos mecanismos estatal-financeiros
sindical corporativa do Estado, herdada de Vargas, globalizados, pode trazer uma bomba na cintura
que por sua vez a herdou de Mussolini. Vejam ou dólares na bolsa. Depende. Daí que se redo-
esses homens-dispositivo do dossiê-Vedoin: qua- brem cuidados. A única certeza é de que essa si-
se todos fizeram carreira na CUT, quase todos pros- lhueta demasiadamente parecida com humana é
peraram muitíssimo na vida, quase todos vivem só farsa, homem sem sombra, no desassossego
de expedientes, projetos, dispositivos e ONGs. da agitação sem causa, porque já sem pensamen-
Retrocedamos ao mensalão (que já parece tão to, porque já sem palavra com nexo, porque já sem
passado): Delúbio e Silvinho, homens de Dirceu, razão para. E nós, sim, seres realmente existen-
homem do Presidente – cutistas de primeira hora. tes, que realmente nada sabíamos, tornamo-nos
Não se restringe à esfera burocrático-sindical, à revelia apêndices vivos dessas marionetes sem
entretanto, o homem-dispositivo. Pode estar nas vida. Não somos seus “patrões”, mas antes seus
grandes corporações industrial-financeiras ou de servos involuntários. Romper essas engrenagens:
serviços. Estará certamente na grande imprensa, é a única condição para voltarmos a sonhar.
gráfica ou audiovisual. O ramo da propaganda e (O Estado de S. Paulo, 24/09/06)
publicidade é bastante propício a seu
florescimento. Idem o da moda. No mundo do es- VOCABULÁRIO
porte globalizado, futebol à frente, o homem-dis- célere: rápido
positivo caminha célere para produzir resultados, efêmero: breve, passageiro
inventar mitos, ganhar muito na fugacidade do jogo soçobra: afunda, submerge, naufraga
efêmero, das celebridades natimortas, dos patro- sobejam: excedem, sobram
cínios suspeitos, dos contratos-fantasmas.
Também na universidade contemporânea toma-
da de assalto pela ideologia produtivista e empre- 05. O texto acima aborda, dentro de um cenário amplo
sarial, convenhamos: homens-dispositivo ocupam e atual, diferentes ocorrências de um mesmo sin-
o lugar do antigo poder acadêmico, ditam normas, toma do capitalismo: o “homem-dispositivo”. Das
centralizam recursos dirigidos prioritariamente à alternativas abaixo, assinale aquela que melhor
auto-reprodução, substituem o eixo ensino-pesqui- represente a idéia central do texto.
sa por perspectiva de extensão sem limites nem
finalidade. O conhecimento desinteressado cede (A) O controle das decisões relativas ao aparelho
terreno a interesses conhecidos ou obscuros. Em público está nas mãos de interesses particu-
nome da democratização, facilitam-se avaliações. lares, criados por um sistema direcionado a
Debates de idéias podem virar meras sessões de homens-dispositivo, e que, por isso, não re-
entretenimento. A educação soçobra nos corredo- presentam a massa que sustenta esses inte-
res das políticas mais obscurantistas e de convê- resses.
nios picaretas. (B) O controle dos homens-dispositivo está nas
E do aparato policial, então, claro, sobejam ho- mãos do aparelho público, criado por um sis-

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tema direcionado a interesses particulares, e Abaixo há algumas acepções do verbete “disposi-


que, por isso, não são representantes da mas- tivo”, de acordo com a versão eletrônica do dicio-
sa que os sustenta. nário Houaiss. Considere-as para responder as
(C) O controle dos interesses particulares está nas questões 07 e 08.
mãos do aparelho público, representado pelos
homens-dispositivo de um sistema I - disposição particular das diferentes partes de
direcionado, e que, por isso, não é represen- um aparelho ou máquina
tantes da massa que o sustenta. II - aparelho construído com determinado fim; en-
(D) O controle das decisões relativas ao aparelho genho. Ex.: dispositivo que fecha automati-
público está nas mãos de homens-dispositi- camente o portão
vo, seres criados por um sistema direcionado III - conjunto de ações planejadas e coordenadas,
a interesses particulares, e que, por isso, não implantadas por uma administração, visando
são representantes da massa que os susten- a algo. Ex.: dispositivo de prevenção da
ta. criminalidade
(E) O controle das decisões relativas à massa está IV - trecho que contém aquilo que se decide numa
nas mãos do aparelho público e de homens- lei, declaração ou sentença
dispositivo, seres criados por um sistema V - formação de uma unidade de combate
direcionado a interesses particulares, e que,
por isso, são representantes de quem os sus-
tenta. 07. Sabendo que o gênero do dicionário prima pela lin-
guagem denotativa, é possível dizer que o sentido
_____________________________________________________________ mais próximo de “dispositivo”, em “homem-dispo-
sitivo”, de acordo com o texto de Francisco Foot
Hardman é
06. Ainda sobre o texto é INCORRETO afirmar que:
(A) I.
(A) o campo de atuação do homem-dispositivo não (B) II.
se restringe à esfera da política, mas também (C) III.
às universidades, aos sindicatos e até mes- (D) IV.
mo às igrejas e aos bingos. (E) V.
(B) o adjetivo “picareta” (final do 3o parágrafo), ao
quebrar o tom de formalidade do parágrafo, _____________________________________________________________
evidencia certo envolvimento emocional do
enunciador com o assunto tratado.
(C) a aparente contradição entre a falta de finalida- 08. Mesmo sabendo que o dicionário prima pela lin-
de dos cursos de extensão e o direcionamento guagem denotativa, cada uma das cinco defini-
“produtivista” da academia se desfaz no de- ções acima pode ser lida conotativamente e ainda
senvolvimento do 3o parágrafo. se relacionar ao texto, EXCETO
(D) no 5o parágrafo, a aparente quebra coesiva
proporcionada por “para” se resolve, uma vez (A) I.
que a função coesiva desta preposição dá lu- (B) II.
gar a uma função anafórica. (C) III.
(E) no último parágrafo, a expressão “voltarmos a (D) IV.
sonhar” retoma o momento em que, de acordo (E) V.
com o enunciador, os brasileiros foram consi-
derados “patrões”. _____________________________________________________________

09. Na oração: “... que por sua vez a herdou de


Mussolini.”, o pronome relativo em negrito retoma
a expressão ou o termo

(A) “Vargas”.
(B) “estrutura sindical corporativa”.
(C) “herdada”.
(D) “centrais sindicais”.
(E) “CUT”.

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10. 12. A imagem abaixo foi veiculada em revistas femini-
nas. Trata-se de uma propaganda da gasolina
Podium, da Petrobrás.

É possível dizer que, pela leitura da charge aci-


ma, proposta semelhante ocorre no seguinte tre-
Para chamar a atenção de seu público alvo, o car-
cho do texto de Francisco Foot Hardman:
taz acima se utiliza, principalmente, da seguinte
estratégia:
(A) “Romper essas engrenagens: é a única condi-
ção para voltarmos a sonhar.”
(A) A locução verbal no imperfeito, “vai dizer”, su-
(B) “O homem-dispositivo[...] pode trazer uma bom-
gerindo despojamento.
ba.”
(B) A interrogação, amenizando o forte aspecto
(C) “E do aparato policial, então, claro, sobejam
apelativo-persuasivo.
homens-dispositivo.”
(C) O pronome de tratamento, “você”, reforçando
(D) “Com alguma prática, a gente pode sacá-los
amizade.
de longe.”
(D) Numa possível proximidade sonora do par
(E) “Ganhar muito na fugacidade do jogo efêmero,
octanagem /sacanagem, provocando certo hu-
das celebridades natimortas.”
mor.
_____________________________________________________________
(E) O paralelo visual entre “olha”, do texto, e o
“olho”, sugerido na camiseta.
11. Assinale o item em que o pronome grifado tenha
_____________________________________________________________
valor semântico de possessivo:
13. Leia o trecho abaixo:
(A) “A borboleta, depois de esvoaçar muito em tor-
no de mim, pousou-me na testa.” (Machado
“As granadas, explodindo entre os restolhos se-
de Assis)
cos do matagal, incendiavam-nos; ouviam-se lá
(B) “Começo a arrepender-me deste livro. Não que
dentro, de envolta com o crepitar de queimadas
ele me canse; eu não tenho que fazer.” (Ma-
sem labaredas, extintas nos brilhos da manhã
chado de Assis)
claríssima, brados de cólera e de dor; (...)”
(C) “Perdi-me dentro de mim / Porque eu era labi-
rinto” (Mário de Sá Carneiro)
O sujeito de “ouviam-se”, é:
(D) “Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou ami-
go do rei !” (Manuel Bandeir(A)
(A) “brados de cólera e de dor”.
(E) “Perdi alguma coisa que me era essencial, e
(B) indeterminado.
que já não me é mais.” (Clarice Lispector)
(C) “o crepitar de queimadas”.
(D) “brilhos da manhã claríssima”.
(E) “os sertanejos”, oculto.

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14. Leia a tirinha do Garfield abaixo: Maquiavel (1469- 1527) escreveu O Príncipe, obra
considerada basilar da ciência política. Não es-
panta que esse pequeno tratado, concebido na
Renascença, venha até hoje servindo de inspira-
ção para políticos de todas as inclinações e ideo-
logias. Injustamente reconhecido como um texto
de caráter maligno e cínico – qualidades que per-
duram no emprego do adjetivo maquiavélico – O
Príncipe é, na verdade, um conjunto de argutas
análises do exercício concreto do poder. Tem, tam-
bém, um caráter prescritivo: dedicado ao jovem
príncipe Lorenzo de Medicis, reúne inúmeros
aconselhamentos pragmáticos, apresentados
como lições de sabedoria política.
Uma das contribuições desse tratado foi o des-
locamento do conceito de virtude, que Maquiavel
passa a compreender não mais em seu sentido
moral, mas como discernimento político, qualida-
de indispensável para um bom governante. Vale
dizer: o pensador italiano evitou confundir Religião
e Estado; separou essas duas instâncias e dedi-
cou-se a uma análise inteiramente objetiva dos me-
canismos práticos que tanto permitem chegar ao
poder como mantê-lo.
O leitor de Maquiavel acaba encontrando nesse
texto admirável uma série de análises e revela-
ções que permitem desmascarar os habituais
embustes das ideologias mais abstratas, dessas
que se apegam a supostos princípios de validade
universal para melhor encobrirem práticas de pro-
veito particular. Ou seja: além de ser útil aos “prín-
cipes”, essa obracontinua sendo valiosa para todo
aquele que queira se inteirar da lógica que coman-
da as ações de quem deseja alcançar o poder e
nele se manter.
Na expressão “faz calor”, o verbo está empregado (Dorival Santino)
impessoalmente. Assinale a opção em que o ver-
bo sublinhado também está empregado impesso- 15. Uma das contribuições desse tratado foi o deslo-
almente: camento do conceito de virtude, que Maquiavel
passa a compreender não mais em seu sentido
(A) A chuva caiu a noite inteira, sem parar. moral, mas como discernimento político.
(B) Existe muita polêmica sobre o assunto.
(C) Não entrou porque havia esquecido a chave No contexto da frase acima,
em casa.
(D) Deve haver muita gente na praia hoje. (A) a palavra que toma como referência anterior e
(E) Choveram perguntas de todos os lados do au- direta a palavra tratado.
ditório. (B) o sentido da palavra deslocamento é equiva-
_____________________________________________________________ lente ao de supressão.
(C) a opção pela forma passiva de passa a com-
As questões 15, 16 e 17 referem-se ao texto abai- preender levaria a passam a ser compreendi-
xo: dos.
(D) seria preferível a utilização da forma plural fo-
Maquiavel sempre vivo ram, em atendimento à expressão Uma das
Voltado para os problemas políticos específicos contribuições.
que viviam os pequenos principados italianos, qua- (E) o sentido da expressão não mais tem como
se todos submetidos a princípios tirânicos, Nicolau pressuposto a duração de algo até então.

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16. Maquiavel escreveu um tratado político, e a potên- Evitam-se as viciosas repetições do texto acima
cia de análise desse tratado político permite con- substituindo-se os elementos sublinhados, na or-
siderar esse tratado político como um texto que efe- dem dada, por:
tivamente revela os mecanismos do poder, embora
sempre haja quem julgue indevassáveis esses me- (A) houve elas “lhes interpretasse “não se as atri-
canismo do poder, pois todos os políticos buscam buam
dissimular esses mecanismo do poder. (B) houve-as “ as interpretasse “ não atribuam-se-
lhes
Evitam-se as viciosas repetições do período aci- (C) houve estas” lhes interpretasse “não lhes atri-
ma substituindo-se os segmentos sublinhados, res- buam
pectivamente, por (D) as houve “ intepretasse-lhes “se não lhes atri-
(A) cuja potência de análise / considerá-lo / os jul- buam
gue indevassáveis / dissimulá-los. (E) as houve “ as interpretasse “não se lhes atribu-
(B) em cuja potência de análise / o considerar / am
lhes julgue indevassáveis / os dissimular. _____________________________________________________________
(C) cuja a potência de análise / considerá-lo / jul-
gue-os indevassáveis / dissimular-lhes. 19. Quanto ao emprego das formas de tratamento, está
(D) que a potência de análise / considerar-lhe / os correta a seguinte construção:
julgue indevassáveis / dissimulá-los.
(E) de cuja potência de análise / lhe considerar / (A) Se preferires, adiaremos o simpósio para que
os julgue indevassáveis / lhes dissimular. não nos privemos de sua coordenação, Exce-
_____________________________________________________________ lência, bem como das sugestões que certa-
mente tereis a nos oferecer.
17. As normas de concordância verbal estão plena- (B) Sempre contaremos com os préstimos com
mente respeitadas na frase: que Vossa Senhoria nos tem honrado, razão
(A) Compreenda-se as lições de O Príncipe não pela qual, antecipadamente, deixamos-lhe aqui
como exercícios de cinismo, mas como exem- nosso profundo reconhecimento.
plos de análises a que não se devem furtar (C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já
toda gente interessada na lógica do poder, seja se encontra à vossa disposição o relatório que
para exercê-lo, seja para criticá-lo. nos incumbiste de providenciar há cerca de
(B) A problemática divisão da Itália em principa- uma semana.
dos, que tanto preocupavam Maquiavel, fize- (D) Diga a Vossa Senhoria que estamos à espera
ram com que ele se dedicasse à ciência polí- de suas providências, das quais não nos cabe
tica, em cujos fundamentos espelha-se, até tratar com seu adjunto – grande, embora, seja
hoje, aqueles que se preocupam com o poder. a consideração, meu caro senhor, que lhe dis-
(C) Integrava as qualidades morais a da virtude, pensamos.
tomada num sentido essencialmente religio- (E) Esperamos que Vossa Senhoria sejais capaz
so, até que Maquiavel, recusando esse plano de atender aos nossos reclamos, ao nosso ver
de valores em que a inseriam, deslocou seu justos e precisados de toda a vossa atenção.
sentido para o campo da política.
(D) Todas as acepções de virtude, até o momento _____________________________________________________________
em que surgiu Maquiavel, compunha-se no
campo da moral e da religião, e estendia-se à 20. Assinale a alternativa que completa correta e res-
esfera da política, como se tudo fosse essen- pectivamente as lacunas das frases a seguir.
cialmente um mesmo fenômeno.
(E) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de 1. É sempre difícil para ____ dizer não ao meu
hoje e de sempre a ambição desmedida pelo filho.
poder e pela glória pessoal, mas couberam a 2. Comprei a apostila pra _____ estudar.
poucos discernir as sutilezas da política, em 3. Descobri que o plano era para _____ sair mais
que Maquiavel foi um mestre. cedo.
_____________________________________________________________ 4. O réu estava perante o juiz e ________.

18. Invenções? Sempre houve invenções, assim como (A) eu – eu – mim


sempre houve quem interpretasse as invenções (B) mim – eu – eu - mim
como lampejos de gênio, porém é mais sensato (C) eu – mim – mim
que não se atribuam às invenções características (D) mim – eu – eu - eu
milagrosas. (E) eu – mim – eu

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21. Observe a frase: 23. Hagar

O Brasil e a Argentina, para ______________, não


__________ necessidade de tratados com nação
alguma, __________ somente ________ a agricul-
tura e _________ seus portos ao mundo inteiro.

Assinale a alternativa que, de acordo com a nor-


ma culta, completa corretamente a frase acima. A alternativa que preenche correta e respectiva-
mente os retângulos do primeiro quadrinho da
(A) Serem - felizes - têm - basta - protegerem - tirinha é:
franquearem.
(B) Serem - felizes - têm - bastam - protegerem - (A) Porque – Por que
franquearem. (B) Por que –Porque
(C) Ser - felizes - tem - basta - proteger - franque- (C) Por quê – Porque
ar. (D) Porque – Porquê
(D) Ser - felizes - têm - bastam - proteger - fran- (E) Por que – Por quê
quear. _____________________________________________________________
(E) Serem - felizes - tem - bastam - proteger - fran-
quear. 24.
_____________________________________________________________

22. Atente para os princípios ortográficos que se se-


guem:

I - Acentuam-se todas as palavras


proparoxítonas.
II - Acentuam-se as paroxítonas terminadas em
ditongo crescente.
III - Acentuam-se o i e o u, quando representam a
segunda vogal tônica de um hiato, formando
sílaba sozinhos ou com s e não seguidos de
nh.

Aponte, agora, a alternativa em que nenhuma pa-


lavra é acentuada em função de qualquer dos prin-
cípios citados:

(A) “As águas caudalosas do rio cantavam em lou-


vor à própria força.”
(B) “A vaidade é um parasita que rouba a seiva da
árvore da virtude.”
(C) “Saúde e prosperidade, eis o que lhe desejo.”
(D) “Ciência sem consciência, eis a ruína dos ho-
mens.”
(E) “Não há pessoa mais vazia do que aquela que
está cheia de si.” A respeito do anúncio acima, são feitas as seguin-
tes assertivas:

I - O forma verbal “coma” está conjugada no pre-


sente do indicativo.
II - O pronome demonstrativo “este” foi utilizado
para fazer uma retomada no anúncio, já dis-
cutido anteriormente.
III - A palavra “anúncio” é acentuada por ser uma
paroxítona terminada em ditongo crescente.

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Quais estão corretas?

(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
_____________________________________________________________

25. Leia o texto abaixo:

Ao utilizar pela primeira vez um aeroporto, o nova-


to percorre o aeroporto como se estivesse num
labirinto, buscando tornar o aeroporto familiar aos
seus olhos, aplicando seus olhos na identificação
das rampas, escadas e corredores em que se sente
perdido.

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima


substituindo-se os elementos sublinhados, na or-
dem dada, por:

(A) o percorre - o tornar - aplicando-lhes


(B) percorre-o - tornar-lhe - aplicando-os
(C) o percorre - torná-lo - aplicando-lhes
(D) percorre-o - torná-lo - aplicando-os
(E) percorre-lhe - tornar-lhe - os aplicando

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REDAÇÃO Simulão 2010/I

REDAÇÃO do mais pesado que o ar. Sir Isaac Newton (1643-1727),


que escreveu as equações das leis naturais, dizia que
suas conquistas só haviam sido possíveis porque ele
enxergava o mundo “do ombro dos gigantes” que o
Tema: Educação versus Qualidade de Vida precederam. O conhecimento que nos trouxe até aqui
é cumulativo, meritocrático, metódico, organizado em
Mais de 60% das escolas públicas e particulares currículos que fornecem um mapa e um plano de voo
no Brasil se identificam como adeptas do para o jovem aprendiz. Jogar a responsabilidade de
construtivismo. Sendo assim, parece óbvio que seis como aprender sobre os ombros do aprendiz não é
de cada dez crianças brasileiras estão sendo educadas estúpido. É cruel.
com base em uma doutrina didática cuja natureza, Em um país como o Brasil, onde as carências edu-
objetivos e lógica devem ser de amplo conhecimento cacionais são agudas, em especial a má formação
de diretores, professores e pais. Certo? Errado! Uma dos professores, a existência de um método rigoroso,
pesquisa conduzida pela Universidade Estadual de uma liturgia de ensino na sala de aula, é quase
Paulista (Unesp) desvenda um cenário obscuro. Em obrigatória. A origem latina da palavra professor deve-
plena era da Internet, os conceitos do construtivismo ria ser um guia para todo o processo de aprendizado.
parecem ter chegado ao Brasil via ondas curtas, com O professor é alguém que professa, proclama, atesta
suas falhas e chiados. Ninguém sabe ao certo como o e transmite o conhecimento adquirido por ele em uma
construtivismo funciona, muito menos saberia listar arte ou ciência. Nada mais longe da realidade brasilei-
as razões pelas quais ele foi adotado ou deve ser de- ra, em que menos da metade dos professores é for-
fendido. Ele é definido erradamente como um “método mada nas disciplinas que ensina. À luz das versões
de ensino”. O construtivismo não é um método. É uma tropicais do construtivismo, essa deficiência é até uma
teoria sobre o aprendizado infantil posta de pé nos vantagem, pois, afinal, cabe aos próprios alunos defi-
anos 20 do século passado pelo psicólogo suíço Jean nir com base em sua realidade o que querem apren-
Piaget. A teoria do suíço deu credibilidade à concep- der. É claro que um modelo assim já seria difícil funci-
ção segundo a qual a construção do conhecimento onar em uma sala de aula ideal, com um mestre ilumi-
pelas crianças é um processo diretamente relaciona- nado cercado de poucos e brilhantes pupilos. Nas sa-
do à sua experiência no mundo real. Ponto. A aplica- las de aula da realidade brasileira, é impossível que
ção prática feita nas escolas brasileiras tem apenas o essa abordagem leniente dê certo.
mesmo nome da teoria de Piaget. O construtivismo Um conjunto de pesquisas internacionais chama
tornou-se uma interpretação livre de um conceito origi- atenção para o fato de que, em certas disciplinas do
nalmente racional e coerente. Ele adquiriu várias ensino básico, o construtivismo pode ser ainda mais
facetas no Brasil. Unifica-as o primado da realidade danoso – especialmente na fase de alfabetização.
da criança sobre os conceitos básicos das disciplinas Enquanto na pedagogia tradicional (a do bê-á-bá) as
tradicionais. Traduzindo e caricaturando: como não faz crianças são apresentadas às letras do alfabeto e aos
frio suficiente na Amazônia para congelar os rios, um seus sons, depois vão formando sílabas até chegar
aluno daquela região pode jamais aprender os meca- às palavras, os construtivistas suprimem os fonemas
nismos físicos que produzem esse estado da água e já mostram ao aluno a palavra pronta, sempre asso-
apenas por ele não fazer parte de sua realidade. Isso ciada a uma imagem. A ideia é que, ao ser exposto
está mais longe de Piaget do que Madonna da casti- repetidamente àquela grafia que se refere a um objeto
dade. conhecido, ele acabe por assimilá-la, como que por
A experiência mostra que as interpretações livres osmose.
do construtivismo podem ser desastrosas – especial- O construtivismo ganhou força na pedagogia du-
mente quando a escola adota suas versões mais radi- rante a década de 70. No Brasil, virou moda. Uma
cais. Nelas, as metas de aprendizado são simples- década mais tarde, porém, tal corrente começaria a
mente abolidas. O doutor em educação João Batista ser gradativamente abandonada nos países que a ado-
Oliveira explica: “O construtivismo pode se tornar si- taram pioneiramente. Os responsáveis pelo sistema
nônimo de ausência de parâmetros para a educação, educacional daqueles países chegaram a uma mes-
deixando o professor sem norte e o aluno à mercê de ma conclusão: a de que a adoção de uma filosofia que
suas próprias conjecturas”. Por preguiça ou desconhe- não se traduzia em um método claro de ensino deixa-
cimento, essas abordagens radicais da teoria de Piaget va os professores perdidos, deteriorando o desempe-
são a negação de tudo o que trouxe a humanidade ao nho dos alunos. Hoje, são poucos os países ainda
atual estágio de desenvolvimento tecnológico, cientí- entusiastas do construtivismo. Entre eles estão todos
fico e médico. Sua ampla aceitação no passado teria os de pior desempenho nas avaliações internacionais
impedido a maioria das descobertas científicas, como de educação. Com seis de cada dez crianças brasilei-
a assepsia, a anestesia, as grandes cirurgias ou o voo ras entregues a escolas que se dizem adeptas do

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Simulão 2010/I REDAÇÃO
construtivismo, é de exigir que diretores, professores, rida nocividade? Imprescindível que busquemos um
pais e autoridades de educação entendam como se ensino forte e tradicional? Devemos “poupar” nossos
atolaram nesse pântano e tenham um plano de como educandos de traumas por conceitos duros e áridos?
sair dele. O ensino que se recebe até o hoje no país, enfim,
deixa o brasileiro preparado para a vida? Em todos os
Texto adaptado de Marcelo Bortoloti: “Salto no seus aspectos?
Escuro” de VEJA, 12/05/2010 Pois bem sua redação versará sobre a seguinte
Não é nada simples descobrir-se, em qualquer fai- questão: Temos um ensino de qualidade, através
xa etária, que o ensino recebido em escolas privadas do qual se chega à qualidade de vida? Sua redação
e ou públicas esta muito aquém na eficácia de solidifi- deverá ter extensão mínima de 30 linhas, excluindo o
car em seus alunos conhecimento sistematizado. Ao título— aquém disso, seu texto não será avaliado —,
contrário, se até hoje se busca a experiência para a e máxima de 50 linhas, considerando letra de tama-
partir da vivência chegar-se ao conhecimento, não seria nho regular. Lápis poderá ser usado apenas para o
o mesmo que dizer que para evitar algo nocivo, por rascunho; ao passar sua redação para a
exemplo, ter-se-ia de experimentá-lo e então, consta- folhadefinitiva, faça-o com letra legível e utilize
tar, após duras penas e consequente prejuízo, a refe- caneta.

NOME: INSCRIÇÃO:
TURMA: TURNO

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