Você está na página 1de 16

2 ª Prova português 3001 unidade III

TEXTO:
Os diversos órgãos de comunicação, definidos genericamente como
mídia, constituem meios de reprodução, investigação e distribuição de
informações e conhecimentos. Mas eles são também instrumentos de projeção
de uma conformação específica de realidade. Uma reportagem, um texto
jornalístico, uma manchete são construções discursivas que extraem de um
fato específico o material que será reproduzido, publicado ou projetado para
milhões de pessoas.
Esse processo comporta evidentemente uma série de vínculos sociais.
Apesar de o jornalismo pregar a imparcialidade, percebemos hoje que é cada
vez mais comum a reprodução da “notícia” sob condições e intenções
particulares: o que é reproduzido expressa os interesses e as visões de mundo
dos seus produtores. Nesse sentido, é profícuo entender a mídia como campo
da ideologia. O conceito de ideologia assume formas e características
diferenciadas ao longo da História.
Pode se referir tanto a uma falsa consciência da realidade, uma inversão
ou uma distorção dessa, quanto às concepções típicas de grupos políticos ou
teorias sociais. Comporta, assim, a definição de uma visão do mundo inerente
a um grupo social que almeja tornar geral, universal, sua representação da
sociedade, sua visão do mundo. Nos últimos anos, o conceito de ideologia
passou por um intenso processo de deslegitimação, o que não deixa de se
vincular até mesmo à emergência de uma ideologia em específico, isto é, a de
que não existem mais ideologias.
O proclamado “fim da história” e das ideologias significava, em certa
medida, que as possibilidades de transformação social se extinguiram e cabia a
todos a assimilação do modelo capitalista como única forma de manutenção
da vida. Qualquer forma de pensamento oposta a isso é considerada como
“mera” ideologia, algo ultrapassado e sem valor político e social, já que a
“liberdade” de escolha para consumir no sistema capitalista é o único caminho
que se mostra coerente com o “desenvolvimento” humano.
É evidente que essa proposição configura uma representação
específica e vinculada da realidade, que almeja assumir a posição de verdade
universal. Pressupõe-se a vitória de tal ideologia e isso se apóia solidamente
nos meios de comunicação. A celebração do pensamento único conta com o
apoio proveniente de desde revistas universitárias até jornais televisivos no
“horário nobre”. As mensagens ressaltam a resignação ante as formas de
poder e a sua naturalização como elementos-chave do mundo contemporâneo.
SANTOS, Robson dos. Entre os fins e as finalidades das ideologias.
Sociologia: ciência & vida, São Paulo: Escala, ano I, n. 11, p. 36-37,
1-Constitui um pensamento defendido pelo autor, no primeiro parágrafo do
texto, o indicado em
a) O texto jornalístico, hoje, normalmente reflete o lugar social do enunciador e
é produzido de forma a obter determinados efeitos de sentido que negam
análises isentas.
b) A mídia cada vez mais vem aplicando estratégias ou objetivos orientados
para a qualificação ou desqualificação dos seus interlocutores.
c) O nível de pertinência na análise de um fato pela imprensa deve ficar a
critério dos órgãos de comunicação.
d) O campo de atuação da mídia é de âmbito restrito à divulgação dos
acontecimentos.
e) Os órgãos de imprensa, de um modo geral, não estão contaminados pela
política.

2- No segundo parágrafo do texto, fica evidente que ideologia


a) faz parte do imaginário da sociedade, no sentido de ser um conjunto
coerente de imagens ou representações tidas como capazes de justificar a
realidade concreta.
b) consiste em um conjunto de ideias, sobretudo de facções políticas, restrito a
uma época, que é usado para manipular e controlar a realidade social do seu
tempo.
c) passou a ser sinônimo de subjetividade a partir do momento em que tem
sido uma forma de legitimar a fantasia, a irrealidade social.
d) é um conjunto de ideias atravessado por antagonismos que exprimem a
existência de contradições constitutivas da sociedade.
e) é sempre o resultado de uma luta de classes, que deve ser sempre
apaziguada com o diálogo.

3- Para o autor, “O proclamado ‘fim da história’ e das ideologias” ( l . 31)


a) é um pensamento que tem respaldo na mídia, que projeta a tese de não-
confronto de idéias e sim de aceitação de uma sociedade ancorada no
consumo.
b) contempla a ideia da valorização da liberdade de expressão como
instrumento democrático contra ideologias populistas.
c) significa que o modelo capitalista se sobrepôs aos demais e impôs uma
filosofia de vida calcada na igualdade de direitos para todos.
d) é um fato consumado e irrefutável, que pode ser comprovado com o fim do
socialismo e a ascensão do sistema capitalista.
e) vem promovendo o sonho de uma sociedade homogênea, dirigida por um
poder estatal centralizado.
Releia o trecho :
“Qualquer forma de pensamento oposta a isso é considerada como ‘mera’
ideologia, algo ultrapassado e sem valor político e social, já que a ‘liberdade’ de
escolha para consumir no sistema capitalista é o único caminho que se mostra
coerente com o ‘desenvolvimento’ humano.” (l. 35-40)
4- Constitui uma afirmação verdadeira sobre o fragmento em destaque a que
se apresenta na alternativa
a)O termo “com o ‘desenvolvimento’ humano” amplia o sentido de “mostra.”
b) O “se” indetermina o sujeito em “o único caminho que se mostra.”
c) O termo “já que” marca uma relação de tempo na frase.
d) O uso de aspas nos termos “mera”, “liberdade” e “desenvolvimento” é uma
estratégia do autor para atribuir um sentido dúbio aos referidos termos.
e) O pronome “isso” refere-se a um objeto do discurso que será mencionado
posteriormente.

Leia o poema:

Não lhe solto mais


Antônio Barros e Cecéu

Moreno não faça isso


Deixe desse rebuliço
Não mexa comigo não, viu
Quero respeito comigo
Já cortaram meu umbigo
Não sou mais menina não,
viu
Você é duro, bem maduro
E também muito seguro
Ainda pode dar no couro
E eu vou gostar
Vou me apaixonar
Vou cair no choro
Aí o couro come
E pra mostrar que tu é
home
Como é que um home faz
Dá uma rasteira
Me castiga na esteira
Não me solta mais

Dou-lhe uma rasteira


Lhe castigo na esteira
Não lhe solto mais
Depois não adianta
Se eu gemer
Se eu gemer
Se eu chorar
A gente bebe água
Quando sente sede
Cabelo se assanha
Quando o vento dá
Olha moreno esse teu cheiro
Se juntar com meu tempero
Vai ser bom demais
Dou-lhe uma rasteira
Lhe castigo na esteira
Não lhe solto mais
Disponível em: http://www.letras.com.br/#!antonio-
barros-ececeu/nao-lhe-solto-mais. Acesso em
22/08/2018. Adaptado.
5- Na letra da canção de Antônio de Barros e Cecéu, um dos versos que
representa uma forma não aceita pela norma padrão é:
A) “Lhe castigo na esteira”
B) “Você é duro, bem maduro”
C) “Já cortaram meu umbigo”
D) “Se juntar com o meu tempero”
E) "Não lhe solto mais"

Leia a tira:

Disponível em: http://sugestoesdeatividades.blogspot.com.br/2013/06/exercicios-colocacao-


pronominal.html Acesso em: 21 de agosto de 2018.

6- No último quadrinho, a moça pede para o rapaz acertar o pronome adequá-


lo à norma gramatical. O trecho que apresenta um problema de colocação
pronominal é
A) “Abrace-me!”, pois apresenta uma próclise.
B) “Abrace-me!”, pois apresenta uma mesóclise.
C) “Beije-me!”, pois apresenta uma próclise.
D) “Nunca deixe-me!”, pois apresenta uma próclise.
E) “Nunca deixe-me!”, pois apresenta uma ênclise.

Leia a tira:
Disponível em: http://maisportuguesunb.blogspot.com.br/2013/11/proclise-em-inicio-de-
frase.html Acesso em: 21 de agosto de 2018.

7- O uso da próclise em início de orações “Me salvem” é muito comum na


oralidade da língua portuguesa. Esse uso é apresentado, também, em
A) Nos entregaram uma gramática de presente.
B) Entregaram-nos um livro com muitas normas.
C) Agora nos entregam livros em nossas casas.
D) Poucos livros me fazem companhia em casa.
E) Quem me entregou um livro foi um gramático.

Considerando o texto responda as questões 8 a 9do livro sertões abaixo

“Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma


estepe nua.
Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a
perspectiva das planuras francas. Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe
o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai;
repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados
em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto
desolado: árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos,
entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo
solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante” (CUNHA,
Euclides da. Os sertões. 29. Ed. Rio de Janeiro: Círculo do livro, 1975. p. 38).
8. A respeito do livro Os sertões, afirmou o crítico Massaud Moisés: “É um
ensaio recheado de elementos estéticos e literários”. Usando como exemplo o
excerto acima, a opinião do crítico traduz-se em:

a) A relação empática entre o sujeito e o objeto observado determina os


caracteres ensaísticos do texto.

b) Em essência, o texto revela fatos observados e sentidos numa simbiose


entre a imaginação e a concepção estética da linguagem.

c) O texto apresenta um substrato linguístico de perfil estético, mas não se


desvencilha de seu caráter dissertativo argumentativo.

d) O caráter ensaístico do texto esvazia de sentidos a atuação do sujeito.

e) Evidenciam-se os constituintes ficcionais que fazem do texto um produto da


imaginação e da recriação estética.

9. Numa visão generalista, Os Sertões.

a) apresenta imagens de um ambiente hostil, completamente recriadas pela


imaginação do sujeito.

b) é exemplo de uma construção linguística mapeada por elementos


constituintes de um texto dissertativo.

c) fundamenta-se nas circunstâncias, visto que, para o processo criador, seria


impossível apresentar imagens da caatinga sem ser dependente daquele
mundo hostil.

d) abdica das metáforas para não sucumbir aos apelos fantasiosos de uma
narrativa ficcional.

e) não está centrado apenas na referência aos dados da realidade; consta-lhe


também um tratamento estético, tanto na ordem dos sentidos quanto na
estruturação semântica.
Leia o fragmento que segue.
“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob
os passos aos caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as
rodas até ao meio dos raios; opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de
espinheirais, que era forçoso destramar a facão; e reduplicava, no reverberar
intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar à tarde, à
“Serra Branca”, a tropa estava exausta. Exausta e sequiosa. Caminhara oito
horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”
10- O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que
relata a Guerra de Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens
liderados por Antônio Conselheiro e as tropas militares republicanas.
Neste trecho da obra,
I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do
homem pelo homem.
II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem
características marcantes.
III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição
humana permeiam o ponto de vista do narrador.
A(s) afirmativa(s) correta(s), dentre as acima, é(são):
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III, apenas.
E) I, II e III.

Leia o poema:
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos, "Eu", Rio de Janeiro, Livr. São José, 1965.
11- A partir desse soneto, é correto afirmar que:
I. Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico desce ao limite
inferior da materialidade biológica pois, pensando em termos de átomos
(carbono) e moléculas (amoníaco), que são estudados pela Química, constata-
se uma dimensão onde não existe qualquer resquício de alma ou de espírito.
II. O amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o eu lírico, o
homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco) e, no fim da vida, o
corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a alma (inorgânica) mantém-se
intacta.
III. O soneto principia descrevendo as origens da vida e termina descrevendo o
destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e da morte, permeado de
dor, de sofrimento e da presença constante e ameaçadora da morte inevitável.
Está(ão) correta(s):
A) apenas II.
B) apenas III.
C) apenas I e II.
D) apenas I e III.
E) apenas II e III.

Augusto dos Anjos é autor de um único livro, EU, editado pela primeira vez em
1912. Outras poesias acrescentaram-se às edições posteriores.
12- Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:
A) foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando
destaque na história das formas literárias brasileiras.
B) revela uma militância político-ideológica que o coloca entre os principais
poetas brasileiros de veio socialista.
C) foi elogiada poeticamente pela crítica de sua época, entretanto não
representou um sucesso de público.
D) traduz a sua subjetividade pessimista em relação ao homem e ao cosmos,
por meio de um vocabulário técnico-científico-poético.
E) anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inovações técnico-científicas
e de sua temática psicanalítica.

Leia os textos abaixo:


Trecho: UM
Parte do capítulo IX (“Transição”), de Memórias Póstumas de Brás Cubas:
E vejam agora com que destreza, com que arte faço eu a maior transição
deste livro. Vejam: o meu delírio começou em presença de Virgília; Virgília foi
meu grão pecado da juventude; não há juventude sem meninice; meninice
supõe nascimento; e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao dia 20 de
outubro de 1805, em que nasci. Viram? Nenhuma juntura aparente, nada que
divirta a atenção pausada do leitor: nada.
(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo:
Ática, 2000.)
Trecho:DOIS
Trecho do conto “O fisco (conto de Natal)”, publicado em 1921 e integrante do
livro Negrinha, de Monteiro Lobato:
Súbito, viu um homem de boné caminhando para o seu lado. Olhou-lhe para as
botinas. Sujas. Viria engraxar, com certeza e o coração bateu-lhe apressado,
no tumulto delicioso da estreia. Encarou o homem já a cinco passos e sorriu
com infinita ternura nos olhos, num agradecimento antecipado em que havia
tesouros de gratidão.
Mas em vez de espichar o pé, o homem rosnou aquela terrível interpelação
inicial:
Então, cachorrinho, que é da licença?
(LOBATO, Monteiro. Negrinha. São Paulo: Globo, 2008, p. 71)
Da leitura comparada do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis, e do conto “O fisco”, de Monteiro Lobato,
13- pode-se afirmar que,
A) tanto no romance quanto no conto, a crítica social dirige-se principalmente à
hipocrisia da burguesia.
B) no romance, a crítica social dirige-se à hipocrisia da burguesia; no conto, à
opressão do poder público aos desvalidos.
C) tanto no romance quanto no conto, a crítica social dirige-se principalmente à
opressão do poder público aos desvalidos.
D) no romance, a crítica social dirige-se à opressão do poder público aos
desvalidos; no conto, dirige-se à hipocrisia da burguesia.

Leia o fragmento do texto:

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice
de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que
fossem... Em que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do
Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.
Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas...
Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à
loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e
ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu
patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a
doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via
matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção,
uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de
seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.
14- O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi
publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos
desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que
A) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza
brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais
ampla do país.
B) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de
prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto
republicano.
C) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a
cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à
frustração ideológica.
D) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de
decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em
seu gabinete.
E) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um
projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor

A história narrada em Triste fim de Policarpo Quaresma se passa no momento


de implantação do regime republicano no Brasil. Seu personagem principal, o
Major Quaresma, defende alguns projetos de reforma, um deles relatado no
trecho citado.
15- A justificativa do personagem para a adoção do tupi-guarani como língua
oficial brasileira baseia-se na associação entre nacionalidade e a ideia de:
A) valorização da cultura local.
B) defesa da diversidade racial.
C) preservação da identidade territorial.
D) independência da população autóctone.
E) incentivo à cultura europeia

16- A obra-prima de Picasso, Guernica, é considerada por muitos a maior


pintura do século XX. Pintada no contexto da ascensão das ditaduras nazistas
e fascistas e do período imediatamente anterior à Segunda Guerra mundial, a
obra é ainda hoje é impactante e nos lembra a capacidade destrutiva do
homem. Seu caráter vanguardístico pode ser observado:
A) graças à imponência com que trata o tema histórico, num grande painel
monocromático que retrata realisticamente os horrores da guerra.
B) pelo uso de formas irregulares e fragmentadas e rostos distorcidos com
grande efeito, criando uma atmosfera de pânico e terror, numa confusão de
planos narrativos.
C) pela geometrização das formas, explorando com perfeição a noção de
profundidade ao dar forma exata e volume aos seres e objetos representados
tridimensionalmente.
D) pelo aspecto monocromático e pela bidimensionalidade, criando uma
pintura não figurativa que abre mão de linhas e contornos na composição dos
planos.
E) pela forma como une o clássico e o moderno, ao retratar a realidade de
forma fragmentada, mas respeitando os princípios de equilíbrio e harmonia na
composição.

TEXTO

brasil

O Zé Pereira chegou de caravela


E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê Tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhém Babá Canhém Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
(Oswald de Andrade)
17- Leia os comentários abaixo listados a respeito do poema acima,
verificando se são verdadeiros ou não
I. Intitulado “brasil”, o poema se propõe a descrever o país pela perspectiva
histórica, étnica e cultural.
II.O uso da letra minúscula no título explicita a irreverência e certa
dessacralização dos elementos da tradição poética.
III.Como a maioria dos poemas de Oswald de Andrade, apresenta o título com
letra minúscula, numa demonstração clara de irreverência.
IV. O texto faz referência a três raças, mas dá maior destaque ao português
(Zé Pereira), o único a chegar, com status, de caravela.
Podem ser considerados verdadeiros os comentários:
A) I, II e III
B) I somente
C) I e II
D) II e III
E) I e III

A imagem a seguir reproduz uma obra do artista plástico brasileiro Cândido


Portinari (1903-1962). Ela revela a influência que o artista recebeu de um
importante movimento estético do século XX.

18- Assinale a alternativa que indica o nome desse movimento e uma


característica comum às obras de alguns de seus representantes.
A) O Futurismo, exaltando a modernidade e o futuro.
B) O Surrealismo, denunciando violências contra a humanidade.
C) O Neoclassicismo, valorizando elementos da arte grega e romana.
D) O Impressionismo, registrando os fenômenos luminosos.
E) O Romantismo, imprimindo dinamismo às figuras.

Questões discursivas

Leia um trecho do conto “O mata-pau”, de Monteiro Lobato, em que o narrador,


em visita, pela primeira vez, à Serra do Palmital, pede ao capataz da fazenda
que lhe explique o que é mata-pau:
Onde? Perguntei, tonto.
Aquele fiapinho de planta, ali no gancho daquele cedro, continuou o cicerone,
apontando uma parasita mesquinha grudada na forquilha de um galho, com
dois filamentos escorridos para o solo. Começa assinzinho, bota pra baixo esse
fio de barbante na tenção de pegar a terra. E vai indo, sempre naquilo, nem pra
mais nem pra menos, até que o fio alcança o chão. E vai então o fio vira raiz e
pega a beber a substância da terra. A parasita cria fôlego e cresce que nem
embaúba. O barbantinho engrossa todo dia, passa a cordel, passa a corda,
passa a pau de caibro e acaba virando tronco de árvore e matando a mãe
como este aqui, concluiu, dando com o cabo do relho no meu mata-pau.
Urupês, editora Brasiliense, 1972 (adaptado).
Vocabulário:
tenção: intenção.
relho: chicote de couro torcido com cabo de madeira.
cicerone: pessoa que mostra ou explica a visitantes ou a turistas os aspectos
importantes ou curiosos de um determinado lugar.
O conto acima transcrito é exemplo da produção literária que ficou conhecida
como pré-modernista. EXPLIQUE de que maneira a linguagem que constitui o
texto reflete um desejo de retratar um Brasil mais “verdadeiro”.( 0,5)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Leia o fragmento do texto:


“À direita, havia a Saúde, a Gamboa, os navios de comércio: galeras de três
mastros, cargueiros a vapor, altaneiros barcos à vela – que iam saindo da
bruma, e, por instantes, aquilo tudo tinha um ar de paisagem holandesa; à
esquerda, era o saco da Raposa, o Retiro Saudoso, a Sapucaia horrenda, a
ilha do Governador, os Órgãos azuis, altos de tocar no céu; em frente, a ilha
dos Ferreiros, com os seus depósitos de carvão; e, alongando a vista pelo mar
sossegado, Niterói, cujas montanhas acabavam de recortar-se no céu azul, à
luz daquela manhã atrasada. A neblina foi-se e um galo cantou. Era como se a
alegria voltasse à terra; era uma aleluia. Aqueles chiados, aqueles apitos, os
guinchos tinham um acento festivo de contentamento.”
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma (Trecho).
“(...) os navios de comércio: galeras de três mastros, cargueiros a vapor,
altaneiros barcos à vela - que iam saindo da bruma, e, por instantes, aquilo
tudo tinha um ar de paisagem holandesa (...)”
Essa passagem remete a uma ramificação do Realismo que apresenta
natureza plástica. IDENTIFIQUE essa técnica que ocorre dentro do Realismo.
JUSTIFIQUE a sua resposta.( 0,5)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Explique por que o Pré-modernismo pode ser considerado como um período


“SINCRÉTICO” da literatura, use exemplificações para comprovar a sua
resposta.( 0,5)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apresente o projeto literários dos autores da primeira fase do Modernismo ,


enfatizando a importância da SAM ( semana de arte moderna) para a literatura
brasileira.( 0,5)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Você também pode gostar