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Constitutição: “Art. 40 (...) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão
de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em
leis complementares, os casos de servidores: (...) II que exerçam atividades de risco;
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O Projeto de Lei Complementar nº 554, de 2010, foi apresentado pelo Poder
Executivo, no intuito de regulamentar a concessão de aposentadoria especial aos servidores que
exerçam atividades de risco, nele definidos como sendo a de polícia e a exercida no controle
prisional, carcerário ou penitenciário e na escolta de preso.
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III – por invalidez permanente, com proventos integrais e paritários ao da
remuneração ou subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente
de acidente em serviço ou doença profissional, ou quando acometido de
moléstia contagiosa ou incurável ou de outras especificadas em lei; ou
IV – por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição em atividade de risco, tendo por base a última remuneração ou
subsídio do cargo em que se der a aposentadoria, se decorrente de doenças não
especificadas em lei ou em razão de acidente que não tenha relação com o
serviço.
O substitutivo aprovado pela CSPCCO, como se vê, a par de ampliar o rol das
atividades a serem consideradas de risco, para fins de concessão de aposentadoria especial, nos
termos do artigo 40, § 4º, II, da Constituição, resgata a integralidade e a paridade na concessão do
benefício.
Por outro lado, conquanto tenham sido elencadas - como atividades que expõem
os servidores a risco - aquelas exercidas por profissionais de segurança da Câmara e do Senado 2,
não estão abrangidas pela pretendida regulamentação as atividades dos servidores responsáveis
pela segurança dos órgãos do Poder Judiciário nem aquelas desempenhadas pelos oficiais de
justiça.
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Constitutição: “Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: (...) IV - dispor sobre sua
organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (...) Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...)
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;”
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É certo que a definição do rol de atividades consideradas de risco, para fins de
concessão da aposentadoria especial, tal como posta nos projetos originais e no substitutivo
atualmente em tramitação, restringe a concessão do benefício às categorias ali referidas, excluindo
uma série de cargos outros com atribuições similares nos diversos órgãos da pública administração.
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STF: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 3º DA LEI DISTRITAL N. 3.556/2005.
SERVIDORES DAS CARREIRAS POLICIAIS CIVIS CEDIDOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E
INDIRETA DA UNIÃO E DO DISTRITO FEDERAL: TEMPO DE SERVIÇO CONSIDERADO PELA NORMA
QUESTIONADA COMO DE EFETIVO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE POLICIAL. AMPLIAÇÃO DO BENEFÍCIO
DE APOSENTADORIA ESPECIAL DOS POLICIAIS CIVIS ESTABELECIDO NO ARTIGO 1º DA LEI
COMPLEMENTAR FEDERAL Nº 51, DE 20.12.1985. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. Inexistência de
afronta ao art. art. 40, § 4º, da Constituição da República, por restringir-se a exigência constitucional de lei
complementar à matéria relativa à aposentadoria especial do servidor público, o que não foi tratado no
dispositivo impugnado. 2. Inconstitucionalidade formal por desobediência ao art. 21, inc. XIV, da Constituição
da República que outorga competência privativa à União legislar sobre regime jurídico de policiais civis do
Distrito Federal. 3. O art. 1º da Lei Complementar Federal n. 51/1985 que dispõe que o policial será
aposentado voluntariamente, com proventos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que conte pelo
menos 20 anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial foi recepcionado pela Constituição da
República de 1988. A combinação desse dispositivo com o art. 3º da Lei Distrital n. 3.556/2005 autoriza a
contagem do período de vinte anos previsto na Lei Complementar n. 51/1985 sem que o servidor público
tenha, necessariamente, exercido atividades de natureza estritamente policial, expondo sua integridade física
a risco, pressuposto para o reconhecimento da aposentadoria especial do art. 40, § 4º, da Constituição da
República: inconstitucionalidade configurada. 4. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.”
(ADI 3817, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 13/11/2008, DJe-064 DIVULG 02-
04-2009 PUBLIC 03-04-2009 EMENT VOL-02355-01 PP-00059 RTJ VOL-00209-01 PP-00118)
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Porém, para além do resgate essencial da paridade e da integralidade, note-se
que a melhoria apresentada pelo substitutivo carece de complementações importantes para a
garantia plena dos direitos derivados da aposentadoria especial.
(ii) viabilizar aos oficiais, no tocante à aposentadoria por idade (a partir dos 65
anos para homem e 60 anos para mulher), compulsória (70 anos) e por
invalidez, proporcionais ao tempo de contribuição, o exercício do direito a que
os valores sejam calculados a partir da última remuneração percebida em
atividade, com resguardo da paridade, tendo por tempo integral de referência o
tempo especial;
(iii) diante da ausência de requisito de exclusividade no artigo 40, § 4º, inciso II,
da Constituição da República, viabilizar a conversão do tempo especial em
tempo comum ou outro tempo especial, para averbação em outra atividade, bem
como permitir a conversão do tempo comum anterior a abril de 1995 em tempo
especial de risco;
(iv) viabilizar o direito ao abono de permanência aos oficiais que optarem pela
continuidade do trabalho, quando atingirem os requisitos da aposentadoria
especial, uma vez que esta não é compulsória.
Como recomendação final, sem prejuízo das ingerências para que os mandados
de injunção (verdadeiros catalisadores do atual processo legislativo) produzam o melhor resultado
possível, deve-se empreender todos os esforços possíveis para que os oficiais de justiça integrem o
substitutivo apresentado pela CSPCCO, com as complementações anexas a esta nota técnica.
Rudi Cassel
OAB/DF 22.256
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