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Histórico da Mulher Negra no Mercado de Trabalho

Por Hanna Farias

Durante toda a trajetória profissional das mulheres elas são fontes de comentários
sobre suas capacidades profissionais, seguindo os velhos paradigmas de que nasceram
para serem apenas donas de casa, porém a cada dia que passa um número maior de
mulheres saem do seu lar em busca de colocações no mercado de trabalho, enfrentando
obstáculos para conquistar seu espaço e quando o conseguem, algumas são obrigadas a
batalharem para serem respeitadas no ambiente de trabalho, em especial as mulheres
negras que possuem dificuldades ainda maiores para conseguirem empregos bons pelo
fato da sociedade desenvolver preconceito racial e sexismo.

O vínculo entre o racismo e o sexismo pesa de forma severa sobre o significado


de ser uma mulher negra no Brasil. A partir do racismo e da hierarquia racial construída,
ser negra passa a significar exercer uma posição inferior, desqualificada e menor, isso
juntamente ao sexismo que atua desqualificando o feminino, faz com que nessa luta
contra a discriminação, a mulher negra tenha precisado se esforçar ainda mais que as
mulheres brancas, já que é submetida a uma dupla discriminação, ser uma pessoa de cor
e mulher.

Desde os princípios históricos as mulheres negras sempre ocuparam um lugar


inferior na sociedade, eram tratadas como objetos e quando saiu dessas condições para
se tornarem livres não receberam nenhum tipo de auxílio ou planejamento profissional,
ficando sem apoio político e social durante um longo tempo, até surgirem políticas
públicas que regularizaram o trabalho feminino em um contexto geral. Porém nenhuma
legislação especificava e nenhum artigo garantia uma vida profissional adequada as
mulheres negras e durante muito tempo foi assim.

É notável que a inserção das mulheres negras no mercado de trabalho é


claramente desvantajosa, são obrigadas a ocupar cargos inferiores, sendo os mais altos
destinados a profissional com outra tonalidade de pele, brancos, e mesmo quando
consegue ocupar uma profissão melhor passam a enfrentar o preconceito racial dentro
do próprio ambiente e por colegas da área. Essa barreira imposta faz com que a
ascensão seja cada vez mais difícil e há décadas a mulher negra tem sido apontada como
aquela que experimenta a maior precariedade no mercado de trabalho.
O preconceito no qual essas mulheres são submetidas ora é escancarado, ora é
maquiado, ou seja, elas nem mesmo sabem quando está sendo alvo desse preconceito e
quando os está sendo julgada pela sua cor. Isso acontece decorrente ao racismo
estrutural que foi imposto na sociedade, a naturalização desses hábitos, ações, falas e
pensamentos que já fazem parte da vida cotidiana do cidadão brasileiro e que
promovem direta ou indiretamente, a segregação ou preconceito racial, um processo que
atinge a população negra duramente e diariamente.

Sendo assim a mulher negra está tendo sempre que provar que é mais competente
que uma mulher branca, ser tão eficientes quanto o homem e provar que venceu seu
passado e que merece ter uma posição digna perante a sociedade.

Apesar dos avanços alcançados pelas mulheres no mercado de trabalho,


ocupando posições importantes a nível profissional, vemos que este avanço é
extremamente reduzido quando se observa o universo negro, Há poucas mulheres
negras, trabalhando como médicas, executivas, enfermeiras, juízas, dentre outras
profissões em destaque, o que se mostra é que a maioria ainda está realizando trabalhos
domésticos e recebendo salários insuficientes ou tendo sua imagem explorada em
propagandas onde exibem seus corpos, tendo apenas valor sexual para campanhas
publicitarias, pois a sociedade ainda não esta habituada em ter mulheres negras nos
cargos de alta visibilidade.

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