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A tempestade precede o milagre

Marcos 4:35-41: “35E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado. 36E
eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também
com ele outros barquinhos. 37E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por
cima do barco, de maneira que já se enchia. 38E ele estava na popa, dormindo sobre uma
almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos? 39E ele,
despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e
houve grande bonança. 40E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? 41E
sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar
lhe obedecem?”

Introdução

Jesus estava ensinando junto ao mar, na região da Galileia. Uma multidão o ouvia. Então a
Bíblia diz que entardeceu. Muito provavelmente começa a anoitecer. E Jesus dá uma ordem
incomum aos discípulos. Vamos para o outro lado do mar.

Do outro lado ficava a cidade de Gadara. Gadara estava localizada em uma região chamada de
Transjordânia. Era uma região montanhosa, com muitos bosques e ficava a leste do rio Jordão.

Originalmente, era habitada por povos de origem aramaica, mas foi logo colonizada pelo
elemento grego, instalando-se fortemente o helenismo na região.

As cidades helênicas passaram a se unir em torno de uma liga, chamada nos tempos de Jesus
de Decápolis, que constituíam uma espécie de confederação de dez cidades, com uma certa
autonomia em volta de seu território.

As mais célebres destas cidades eram: Damasco, Hipos, Tiberíades, Gadara, Gerasa, Pella e
Filadélfia.

E a Transjordânia e a Decápolis, ficavam no meio do caminho que levava do Egito à Assíria, dois
grandes reinos da época.

De forma que quando estes domínios, Egito e Assíria, estavam em mãos de governos opostos,
tendiam à guerra e as cidades que estavam entre eles eram logo as primeiras a sofrer com as
misérias da guerra.

O ódio alimentado por ressentimentos, o caos, a profunda depressão e as marcas a “ferro


quente” impressas na alma dos pobres cidadãos, os que mais sofrem em conflitos, faziam do
coração humano, na cidade de Gadara, um terreno fértil para o domínio e a possessão do
maligno.

E o Gadareno, certamente, em seus conflitos interiores, na sua não compreensão do


sofrimento, não conseguiu perdoar.

Ele nutria em si mesmo o desejo de vingança odioso, contra um sistema de dominação, que
passava de rei a rei, de imperador a imperador, em uma cidade tantas vezes destruída e
dominada.
Só que o ódio e a vingança desenfreados, abrem portas que o mal se alimenta e usa, para
possuir e subjugar a vontade humana, roubando-lhes a liberdade, trazendo-os cativos, fazendo
os homens de escravos sob o seu mau e terrível intento. E muito provavelmente fora isso que
aconteceu àquele pobre gadareno que Jesus pretendia libertar.

Vamos ver algumas lições importantes, que essa ida de Jesus a Gadara traz para nós.

1. A primeira lição que aprendemos neste episódio é que Jesus quer libertar o ser humano
hoje, agora.

Jesus está num barco, na praia, no mar da Galileia, ensinando uma multidão. E ao entardecer,
em vez de ir para casa descansar, em vez de buscar repor suas energias, depois de um dia
inteiro ensinando e pregando para uma multidão, Jesus manda que seus discípulos atravessem
para o outro lado.
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E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.

O dia já havia terminado. O cansaço provavelmente era grande. Falar para uma multidão cansa
qualquer pessoa, e Jesus, mesmo sendo Deus, ali estava 100% homem, e sujeito a tudo que os
demais seres humanos estão sujeitos.

Mas Jesus não pretende descansar. Ele sabe que em Gadara, do outro lado, há um homem
possuído por cerca de 3 a 6 mil demônios, e ele quer libertar esse homem.

Jesus sabe da urgência daquele homem, atormentado e aprisionado por uma grande legião de
demônios, de receber o milagre da libertação.

Jesus sabe da urgência que cada ser humano, inclusive você, tem de receber o milagre que ele
tem preparado, e ele não vai descansar. Ele vai seguir viajem independente da hora, para levar
vida eterna, paz, cura, libertação e vitória a todos quantos o receberem. O tempo de Jesus é
hoje, agora. Ele não deixa para amanhã.

Existe um ditado que diz que “Deus tarda mas não falha”. Esse ditado é totalmente mentiroso,
porque Jesus nunca tarda. Nosso Deus nunca se atrasa. Mesmo estando o dia já acabando, ele
vem ao nosso encontro para nos socorrer.

2. A segunda lição que aprendemos é que o inimigo sempre vai tentar impedir que a nossa
bênção chegue

No meio do caminho, no meio do mar acontece uma “misteriosa” tempestade.

Misteriosa porque não havia sinais de tempestadeTão intensa que o barco estava a ponto de
afundar. Os outros barquinhos que seguiam Jesus, não temos relato do que aconteceu com
eles, mas com certeza eles também viram a fúria do mar. Do mar? O inimigo sabia que Jesus
estava indo em direção a Gadara. Ele sabe que Jesus veio desfazer as suas obras. Ele sabe que
o milagre da libertação vai acontecer. Ele sabe que onde Jesus chega, o poder do inimigo é
anulado. Então ele provoca uma tempestade, uma grande tormenta, capaz de impedir os
planos, se Jesus não manifestasse sua intervenção sobrenatural.

O inimigo não tentava matar Jesus. Ele sabia com quem estava lidando. Mas ele pretende
impedir o milagre. Ele pretende atrasar o quanto puder. O inimigo não quer a sua vitória, não
quer a sua libertação. Ele envia a tempestade para desestabilizar, para abalar a fé, para nos
fazer desistir, voltar. Jesus estava dormindo, se os discípulos voltassem, talvez ele nem
perceberia.

Sempre que se vir passando por tempestades, não questione, não duvide do poder de Deus.
Lembre-se que Jesus tem poder sobre a tempestade, e ele está no barco. Lembre-se que,
depois dessa tempestade, vem a libertação, vem o milagre, vem o derramamento do poder de
Cristo. Creiamos!

m dos episódios mais intrigantes nos Evangelhos é a tempestade no Mar da Galileia que
ameaçou afundar o barco onde JESUS, a despeito do perigo, dormia – Lucas, capítulo 8,
versículos 22 a 26:

O profeta Jonas, antes de ser engolido por um grande peixe, dormia também num barco
açoitado pela fúria do mar, mas com uma diferença, ele embarcara na direção oposta à que
DEUS lhe ordenara, pelo que Jonas era a causa do tormento.

Anos depois, JESUS também dormia num barco fustigado pela tormenta, porém, navegando
para fazer a vontade do PAI.

Quando chegou em Gadara, JESUS libertou um homem possuído por uma legião de demônios,
o que significa ser dominado por três mil a seis mil espíritos malignos num só homem.

O teólogo JOSÉ ANTÔNIO NETO entende que aquela procela foi intencional, uma manifestação
maligna, porque o diabo previra que JESUS desalojaria sua hoste incrustada numa vida e
tentou impedi-lo.

O homem que vivia nu, dormia nos cemitérios, agora, em perfeito juízo, anunciava o que JESUS
lhe fizera, livrando o do reino das trevas para o reino da luz.

Ou seja, algumas tempestades não são metereológicas, vem de “Gadara”, porque algo grande
DEUS irá fazer.
Paz.

“E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos. E, saindo ele do barco, lhe saiu
logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;” Marcos 5:1-2“Porque,
tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em
pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.” Marcos 5:4

E Jesus se depara com o Gadareno. Jesus, ele mesmo que havia criado o homem à sua imagem
e semelhança, o criou perfeito. O homem pois no princípio, possuía um alto nível moral,
andava em santidade, em perfeita comunhão com Deus.

E o criador tratava o ser humano de forma honrosa, vinha toda tarde para conversar com
Adão, elevando ainda mais o seu status na terra.

Mas agora, opostamente à vontade do criador, estava o Gadareno. Possesso pelas mais baixas
castas malignas, levado à uma situação de completa miséria.

Sua vontade era dobrada pelas forças do mal que dominavam o seu intelecto, e o faziam de
vaso para desonra.

O mal degradava a sua moral e o seu corpo. O Gadareno era a pura expressão do ódio
incompreensível que aqueles espíritos malignos nutriam contra Deus e toda a sua criação.

Faziam com que ele andasse loucamente pelos sepulcros, e que ferisse a si mesmo, numa
tentativa de humilhar, rebaixar, desonrar e destruir a imagem de Deus, na coroa da criação
divina.

“E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se
com pedras.” Marcos 5:5

De forma que o endemoninhado Gadareno, já não possuía mais nada de si mesmo, mas
passava a refletir o caráter dos próprios demônios que o atormentavam.
Jesus pois, já havia denunciado a verdadeira intenção das forças do mal.

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a
tenham com abundância.” João 10:10

E Jesus contempla o estado deprimente em que se encontrava o Gadareno. Que contraste com
quando Ele formou o homem! Não foi para uma vida miseravelmente oprimida pelo mal que o
Pai havia feito o ser humano!

Deus nunca quis tamanho sofrimento.

Mas Jesus era aquele que viria para resgatar o homem das mãos de satanás. O Mestre veio
para o bom combate, para restaurar a imagem de Deus, a moralidade do ser humano e
transformá-lo em um vaso de honra.

“Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.”

1 João 3:8

Jesus era aquele que viria para destronar a satanás e esmagar a cabeça da serpente:

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15

os porcos se lançam ao mar

Os porcos se lançaram ao mar. Jesus liberta o Gadareno.

A batalha espiritual do Gadareno

E nesta batalha espiritual, os demônios não podem resistir a mera aproximação de Jesus, eles
se prostram diante dele.

Aquele que vivia como um animal feroz, uivando pelas montanhas, escondido pelos sepulcros,
quebrando correntes, ameaçando de morte qualquer um que dele se aproximasse, cai de
joelhos ao chão, pela simples presença de Jesus, presença santa.
“E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.” Marcos 5:6

O mal não consegue resistir à presença do Mestre. Eles sabem e reconhecem que Ele é o
poderoso Elohim, o Filho do Altíssimo. E a legião maligna, roga que Jesus não a atormentasse,
e que não a mandasse para fora daquela região.

“E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito
imundo.)” Marcos 5:7-8

O Mestre pergunta-lhes o nome. Ao que dão uma resposta que mostra o quanto eles estavam
se alimentando do ódio, dos conflitos psicológicos e das más obras praticadas pelo povo
daquelas cidades.

Chegando ao ponto de se identificarem com as circunstâncias sócio-politico-econômicas da


época, afirmando que eram uma “legião”, nome dado às milícias romanas compostas de cinco
mil a seis mil homens.

“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque
somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. ” Marcos
5:9-10

Jesus liberta o Gadareno

Apesar de serem muitos, aquela casta diabólica ficou impotente diante da presença de Jesus
que com apenas uma palavra os expulsa e acaba com o cativeiro em que o Gadareno há muito
tempo era aprisionado.

O desejo dos espíritos malignos de habitar os porcos, animais imundos, ilustra o caráter
corrompido desses seres do mal, que intencionam rebaixar o ser humano ao mesmo nível
asqueroso de sujidade física e moral.

E por fim os levarão à uma morte sufocada, submersos em pecados, sem o poder respirar o “ar
do Espírito Santo”.

“E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios
lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.” Marcos
5:11-12“E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e
a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se
no mar.” Marcos 5:13
E quando os moradores de Gadara espantados com a notícia, se aproximam do local onde
Jesus estava, encontraram o que andava nu, em um estado constante de loucura, só que agora
vestido.

Ele estava calmo, sentado tranquilamente juntamente com seu Libertador, como um discípulo
aos pés de seu Mestre, em plena posse de suas faculdades mentais.

“E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram


muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido.E foram ter com Jesus, e viram o
endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram.”
Marcos 5:14-15

Mas eles preferem o comodismo econômico, ao invés de glorificarem a Deus pela libertação
do Gadareno, pedem a Jesus que se retire de sua cidade, pois se ressentem da perda de dois
mil porcos.

O que são dois mil porcos diante do valor de uma Alma?

“E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos.” Marcos 5:17

A falta de amor ao próximo fica muito evidente naquela cidade, razão pela qual a casta
maligna não queria ser expulsa para outro país.

Pois assim como foi ordenado à serpente que ela comeria do pó da terra, assim os maus
espíritos se alimentam também do pó que a humanidade levanta em sua caminhada por este
mundo, a saber, seus sentimentos pecaminosos, suas más obras e seu caráter maléfico.

Assim, a libertação de Jesus, parte do princípio da regeneração do coração. Não permita que
no seu tesouro, do seu coração, habite sentimentos mesquinhos, nem amor em demasia aos
bens perecíveis deste mundo.

Mas guarda o teu coração do mal, cultive o amor, a paz e o perdão. E creia, entregue o seu
coração a Jesus, convide-o a habitar em você, pois onde Jesus está presente nenhum mal
poderá subsistir.

Sobre tudo que deves guardar, guarda o teu coração!


“O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau
tesouro tira coisas más.” Mateus 12:35

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