Você está na página 1de 5

A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NOS

DIAS DE HOJE
JONAS R GARCIA1

RESUMO: Este texto apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre a perspectiva da


educação de jovens e adultos nos dias de hoje. Busca entender sua importância na
sociedade atual, apresentar sua metodologia e como sua avaliação acontece. Tem
por objetivo identificar a importância desta modalidade de ensino para seu público
alvo e compreender como se dá a aprendizagem nesta etapa. A fundamentação
teórica foi embasada por Paiva (1973) com sua colocação sobre a modalidade
Educação de jovens e Adultos, Freire citado por Brandão (1981) nos explica sua
metodologia e método de ensino e na avaliação citamos Hoffmann (1999) que nos
mostra a avaliação em caráter mediador. Tem-se que a modalidade de ensino de
jovens e adultos promove a aprendizagem, a concretização dos conhecimentos e o
crescimento como ser humano.

Palavras-chave: Educação. EJA. Perspectiva.

1. Introdução
O presente trabalho é sobre a perspectiva da Educação de jovens e adultos
nos dias de hoje, mais concretamente abordaremos a metodologia e a avaliação
desta modalidade de ensino.
São objetivos deste trabalho entender a importância desta modalidade de
ensino na sociedade atual, apresentar sua metodologia, sua avaliação e
compreender como acontece a aprendizagem nesta etapa.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica enriquecida pelos autores
citados como Freire, Paiva, Luckesi, Hoffmann entre outros.

2. Educação de Jovens e Adultos

Os alunos do EJA são aqueles que não tiveram a possibilidade, ou não


puderam concluir os seus estudos no tempo adequado. Com o ingresso nessa
modalidade de ensino, eles buscam sua inserção na sociedade e o exercício da sua

1
Graduação em [insira o nome de seu curso e a Instituição], especialização em .......................na Faculdade de
Educação São Luís. E-mail do autor: jonasrgarcia@gmail.com
cidadania, para poder se qualificar para o mercado de trabalho e melhorar sua
condição de vida. Esses alunos buscam adquirir novos conhecimentos, abrir
horizontes, buscar uma nova visão de vida e sociedade pela escola.
A EJA tem objetivos maiores que vai além da alfabetização de seus alunos.
Pela necessidade de estar apto para o mercado de trabalho, ser atuante na
sociedade e ampliar seus conhecimentos faz com que esse público busque essa
nova oportunidade de aprender e desenvolver novas habilidades. A alfabetização
nesta fase da vida requer muita motivação e força de vontade, de maneira que
ocorra intencional e consciente, segundo Pinto (2007):
Os conceitos de “necessitar saber” vem da origem do interior do ser,
considerado em sua plena realidade, enquanto o de “saber” e “não saber”
(como fatos empíricos) coloca-se na superfície do ser humano, é um
acidente social, além de ser impossível definir com rigor absoluto os limites
entre o “saber e o não saber” (daí que não há uma fronteira exata entre o
alfabetizado e o analfabeto). Porque o “necessitar” é uma coisa que ou é
satisfeita (se é exigência interior) ou, se não é, não permite ao indivíduo
subsistir como tal entre (por exemplo: as necessidades biológicas). O
“necessitar” ao qual se referem a leitura e a escrita é de caráter social (uma
vez que tem por fundamento o trabalho).
Desta forma o professor deve apropriar-se de toda a vontade de aprender que
esse aluno apresenta para desenvolver o senso crítico e participativo em suas aulas,
buscando atividades diversas para cada faixa etária.

A metodologia na EJA
A procura desta modalidade por jovens e adultos está ligado diretamente a
não infantilização dos métodos de alfabetização de adultos. Assim há um
enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem e da educação.
Dentro da escola estão as relações humanas, a diferença cultural e social que
constituem um ambiente favorável para a manifestação das experiências de vida de
cada um pois a bagagem cultural é muito rica.
A escola caracteriza-se em um ambiente sociocultural, ou seja, a cultura da
sociedade é transmita pela educação. Sua função juntamente com os professores é
transmitir o conhecimento, visto que, segundo Pinto (2010), “o saber é o conjunto
dos dados da cultura que se tem tornado socialmente conscientes e que a
sociedade é capaz de expressar pela linguagem.” Esse conjunto de dados, de
saberes da sociedade deve ser contextualizado na sala de aula da EJA. Essa
contextualização dever estar ligada a realidade desse aluno para que as aulas se
tornem interessantes, transformando o ambiente em um local de possibilidades,
onde os alunos reflitam sobre suas identidades, seus objetivos, suas formas de ser,
modificando seu mundo e saindo de suas zonas de conforto.
De acordo Schmitz (1993), com uma ferramenta muito importante que o
professor deve pensar em quais vai selecionar são os materiais didáticos adequados
para esta modalidade de ensino. O professor deverá selecionar, organizar e utilizar
os recursos que julgar produtivos, levando em consideração o aluno que está em
sua sala de aula, os objetivos a serem alcançados e os conteúdos a serem
desenvolvidos. Sua principal função é auxiliar o aluno, possibilitando a concretização
dos conteúdos estudados e, assim, a construção do conhecimento.
Com os materiais adequados, a aprendizagem acontecerá de forma dinâmica.
O professor torna-se o facilitador da construção do conhecimento. É importante o
professor ficar atento aos resultados e durante o processo buscar outras
metodologias. Diversificar os materiais didáticos e as atividades para uma busca
mais completa e uniforme por parte de seus alunos também deve ser uma
preocupação do docente.
A metodologia de Paulo Freire é um marco da modalidade de ensino EJA.
Essa metodologia tem por objetivo uma educação democrática e libertadora, sendo
considerada por alguns educadores como uma teoria do conhecimento e não
apenas como uma metodologia de ensino. Essa metodologia batizada por Paulo
Freire parte do conhecimento que o aluno tem, propõe temas geradores obtidos pelo
cotidiano desse aluno e a partir deste momento proporcionar debates, reflexões e
estudos onde vão ao encontro do conteúdo. Brandão (1981, p. 21-22) a respeito do
método de Freire cita que:
Um dos pressupostos do método é a ideia de que ninguém educa ninguém
e ninguém se educa sozinho. A educação, que deve ser um ato coletivo,
solidário – um ato de amor da pra pensar sem susto, não pode ser imposta.
Porque educar é uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode ser
nunca feita por um sujeito isolado (até a autoeducação é um diálogo a
distância), não pode ser também o resultado do despejo de quem supõe
que possui todo o saber, sobre aquele que, do outro lado, foi obrigado a
pensar que não possui nenhum.
Mesmo que haja alguns questionamentos a respeito da eficácia desse método
de alfabetização ele é considerado como uma contribuição para o entendimento de
como acontece o aprendizado.
O processo de aprendizagem exige mudança de atitude. O aluno precisa
tomar a iniciativa, pensar, agir, assimilar, colaborar com o professor, responder aos
estímulos, ter interesse para que o professor alcance seus objetivos como facilitador
da aprendizagem e fazer valer a dedicação do professor. O aluno deve estar ciente
de que a sua mudança de pensar, de agir, de ser com o mundo que o cerca é que
vai favorecer sua aprendizagem. Freire (2000) nos diz que “Se a educação sozinha
não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”
A afirmativa de Freire nos deixa claro que o aprendizado exige mudança de
comportamento de quem quer uma sociedade melhor. A função do aprendizado é
fazer com que o aluno alcança uma nova consciência e que leve ao aluno uma
experiência de crescimento emocional, intelectual, volitivo, social, transformado em
ação.

Avaliação na EJA
Os jovens e adultos que buscam a formação na modalidade Educação de
Jovens e Adultos visam aprender e exercer autonomia para que sua identidade
individual e coletiva seja construída. Desta forma o professor precisa ter uma
conduta ética comprometida com a emancipação do estudante, sendo que toda
metodologia usada deve ser desenvolvida dentro de um princípio dialógico.
Hoffmann (1999), afirma que a avaliação deve ter um caráter mediador:
A avaliação, enquanto relação dialógica, vai conceber o conhecimento como
apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como ação-
reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber
aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão.
Dessa forma, a avaliação passa a exigir do professor uma relação
epistemológica com o aluno – uma conexão entendida como reflexão
aprofundada a respeito das formas como se dá a compreensão do
educando sobre o objeto do conhecimento.
O diálogo é a primeira necessidade do ser humano e com ele acontece a
construção da identidade do ser. O diálogo acontece por uma necessidade de
sobrevivência na sociedade. Sendo assim, o diálogo deve ser aplicado na avaliação
para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça de forma saudável onde
ensinar e aprender aconteçam mutualmente.
Os jovens e adultos que retornam para a sala de aula na EJA são cheios de
expectativas e esperanças e que precisam de ânimo para continuar. A avaliação
deve ser um instrumento de amplo diagnóstico a favor da produção do
conhecimento, da formação e emancipação dos sujeitos envolvidos no processo e
também da qualidade do ensino. A avaliação também proporcionará condições para
a obtenção de uma qualidade de vida melhor. Este é o ponto de partida da
construção do conhecimento. O diálogo proporcionará que o processo de ensino e
aprendizagem seja significativo para os alunos e os professores, atingindo as metas
estabelecidas de aprendizagem.

3. Conclusão
Neste texto abordamos a perspectiva da educação de jovens e adultos nos
dias de hoje e concluímos que essa modalidade de ensino promove a
aprendizagem, a concretização de conhecimentos e o crescimento como ser
humano que somente o ambiente escolar permite.
Cumprimos todos os objetivos que tínhamos proposto, uma vez que
colocamos a importância desta modalidade de ensino para a sociedade.
Este trabalho foi muito importante para o meu aprofundamento uma vez que
permitiu-me compreender melhor as estratégias e métodos, além de aperfeiçoar
competências de investigação sobre o tema abordado.

REFERÊNCIAS:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é método Paulo Freire / Carlos Rodrigues


Brandão – 1.ed. – São Paulo: Brasiliense, 1981. – (coleção primeiros passos)
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Editora Cortez, 1981.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos.
São Paulo: Editora UNESP, 2000.
HOFFMANN, J.M.L. A avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-
escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1999.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 18. ed. São Paulo: Cortez,
2006. 180 p. 
LUCKESI, C.C. O que é o ato de avaliar a aprendizagem? Disponível
em:http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/avaliacao_luckesi.pdf. Acesso em:
28/10/2010.
PAIVA, V.P. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Loyola, 1973.
SCHMITZ, Egidio. Fundamentos da Didática. 7ª ed. São Leopoldo: Unisinos, 1993.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. trad. Ernani F. da F. Rosa.
Porto Alegre: ArtMed, 1998.

Você também pode gostar