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Universidade do Vale do Itajaí

Curso: Licenciatura em História

Disciplina: Civilizações da Antiguidade Oriental

Professor: Itamar Siebert

Acadêmico: Victor Aquino Pereira Neto

Resenha

O capítulo começa explicando qual teria sido a possível brecha encontrada pelos Hicsos para
poder invadir o Egito antigo, é citada que a maior possibilidade viria do fato de uma erosão do poder
faraônico na VI Dinastia, que somada com a dominação do delta do Nilo em 1750 a.C, culminou na
infiltração dos Hicsos em 1720 a.C que contou com um reforço militar mais tarde para continuar no
poder.
Logo após isso o livro aponta a dois questionamentos comuns sobre a invasão: Quem são os
Hicsos e como eles invadiram o Egito?
Em seguida é comentado que os Hicsos não possuem uma origem certa, apenas suposições,
porém, o que sabemos é que os Hicsos eram uma população mista sem uma ascendência “fixa”,
alguns palpites apontam para asiáticos majoritariamente semitas ou emigrantes das estepes
euroasiáticas. A resposta da segunda pergunta é mais simples, os Hicsos possuíam mais tecnologia
bélica, enquanto os egípcios possuíam escudos de madeira, flechas de curto alcance e lanças de pau,
os Hicsos já tinham armaduras de ferro, carruagens puxadas a cavalo e até mesmo um tanque movido
por vários cavalos, que mais tarde seria usado para representar a ideia do poder faraônico.
Durante muito tempo a tese histórica aceita era de que os Hicsos foram um desastre para a
civilização egípcia, esse discurso era sustentado pelo fato de possuírem muitos documentos egípcios
que apontavam para este fato, como as crônicas da rainha Hatseptsut, que descrevia os Hicsos como
bárbaros sem cultura que destruíram o Egito. Muitos historiadores europeus dos séculos IXX e XX,
apoiaram-se na tese da aculturação dos Hicsos, ou seja, um povo sem cultura que invadiu o Egito
usando apenas a força e que sofre um processo de transformação cultural pelo fato da sua cultura ser
“inferior” e dos egípcios “superior”, a principal defesa dessa argumentação é que fortes traços da
cultura egípcia foi adotada pelas dinastias dos Hicsos. Embora ultrapassada essa tese é aceita por uma
minoria de historiadores contemporâneos.
Porém estas duas teses deram lugar pra uma nova tese, que aponta uma transculturação, neste
ponto de vista quando duas culturas se chocam, não importa o meio seja militar, religioso ou político,
os dominados absorvem elementos do grupo dominante, mas os dominadores também são
influenciados pela cultura dos oprimidos. Tal conceito ganhou muita força a partir dos anos 50, com o
enfraquecimento do colonialismo europeu na África e o surgimento do populismo nacionalista na
América, seja como for a tese da “fecunda influência” foi adotada por muitos historiadores. Os seus
principais pontos se viam ao fato da tecnologia dos povos do Oriente Próximo ter sido adotada pelos
egípcios após a invasão dos Hicsos, como carruagens movidas a cavalos, aparatos para carregar água
que mudaram todo o esquema de agricultura da época, instrumentos musicais, uso de jóias e
principalmente o uso de bronze que já vinha sendo muito usado no Oriente Próximo, mas, ainda não
havia relatos de seu uso no Egito. Outro fato é que a invasão dos Hicsos gerou um caos enorme na
sociedade egípcia da época, ora, os egípcios se achavam superiores ao resto do mundo, escolhidos
pelos deuses, mais sábios e forte que qualquer outro povo vizinho, a invasão causou uma onda
anárquica no Egito que aumentou muito a procura por sacerdotes para a adoração do deus Amon, que
é comprovado pelo forte enriquecimento dos sacerdotes neste mesmo período.
Em suma o capítulo possui muito embasamento científico e explica de maneira muito sucinta
como a transculturação é a tese mais válida de ter acontecido com os povos Hicsos e Egípcio, após a
invasão dos mesmos.

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