Você está na página 1de 27

Por uma história

do(nosso) testemunho
• A produção de testemunhos tem uma longa
tradição que remete a um parentesco
Fontes,
vestígios e
1. Vestígios!

testemunhos 2. Testemunhos!

3. Fontes!
Tradição religiosa

• O testemunho é:
a) Um ato de fé.

b) Um ato de transmissão de experiência.

c) Um ato de prova da intervenção divina.


Tradição • O testemunho:

jurídica latina a) Confere valor e atesta a verdade.

b) Trabalha pela co-presença entre quem


viveu e quem relata.

c) Tira seu valor da lei e da cultura jurídica.


Tradição historiográfica moderna

• O testemunho:
a) Esteve entre as primeiras fontes.

b) Foi considerado subjetivo demais.

c) Foi excluído por estar vinculado à memória.

d) O valor do testemunho advém da metodologização – fonte.


A fonte histórica
• Não existe naturalmente.

• Existem muitos índices do passado socialmente reconhecidos.

• Mas a fonte só surge da coleta, sistematização e questionamento do material.

• Mas na epistemologia moderna da história a fonte não era intencional.


• Heródoto achava que produzia uma
pesquisa.

• Seu critério era que algo entrava na


narrativa se tivesse testemunho.
Heródoto • A história é válida porque se liga à presença
de quem viveu.

• Usava os testemunhos para escolher o mais


provável.
• Diferenciava as causas maiores e menores
conforme as fontes.

Tucídides
• Ele selecionava os relatos confiáveis.

• Descartava intervenções divinas.

• Definia assim os sujeitos confiáveis.


• Documentos oficiais eram resultados de
inscrições produzidas por instituições

A ciência da confiáveis.

história do • Muitos vestígios foram excluídos da


possibilidade de virem a ser convertidas em
fontes: imagens e testemunhos.
século XIX
• Mas os testemunhos foram os primeiros
modelos de fonte histórica.
Entre
testemunho,
ansiedade e
juízo: 20 de
março (rede
social)
Atividade 1

Em vários gêneros
discursos (diários,
Foram entregues
autobiografia, ensaio,
muitos depoimentos!
texto livre,
depoimento).
Traço I
Apesar do decreto de quarentena no RN ter se iniciado efetivamente a partir do dia 20 de
Março, a empresa na qual eu trabalho atualmente (como aprendiz em meio período) levou
alguns dias até tomar alguma decisão sobre a situação de seus colaboradores; por esse motivo,
continuei trabalhando durante um período de 15 dias até ser dispensado por um tempo
determinado. Durante os dias que precisei me locomover ao trabalho durante a quarentena,
percebi as mudanças no cotidiano da cidade; por consequência da redução da frota de
transporte público as pessoas passaram a esperar por muito mais tempo nas paradas de ônibus,
eu inclusive, passei mais de uma hora esperando em certos dias. Andar pela cidade agora
parecia mais perigoso, pouco movimento e ruas desertas me traziam uma sensação de
insegurança, mas ao mesmo tempo uma sensação de vazio, por estar acostumado a presenciar
tantas pessoas indo e vindo na rota diária que eu sempre fazia. Que interessante caracterizar a
cidade.
Traço II
Acho curioso que no começo da quarentena eu sentia uma angústia enorme de
enclausuramento, que resultavam em ansiedade. Eu só conseguia pensar no pior de mim.
Primeiro, me sentia mal por ser “fraca” estar mal só por estar fechada em casa. Me sentia
péssima por não terminar nunca essa graduação e não saber até quando isso vai durar. Eu me
sinto um peso dependendo financeiramente dos meus pais. Minha mãe se mata de trabalhar,
só pra garantir a vida dos filhos e meu pai, já com mais de 60 anos, não conseguiu ter sua
própria casa. Como não me sentir responsável por isso?
Tem dias que eu acho que vou
adoecer e pronto, esses são
desesperados porque aí acho que vai
afetar minha respiração e vou morrer
Traço III sem ar e fico verificando minha
temperatura. Eu sou uma pessoa que
acabo absorvendo tudo a minha volta
então quando vejo muita notîcia
juntando com todo o resto eu me
sinto triste e com raiva.
"Desejo que um possível leitor futuro
não encontre nessas palavras a vida
que ele enxerga ao seu redor".
Facebook: 7 de julho 2020
Facebook: 7 de
julho 2020
História oral

• Em geral, nos arquivos estão o que foi produzido voluntária ou involuntariamente


como registro do presente.

• Os testemunhos produzidos acidentalmente poderiam ser fontes históricas.

• Mas a história oral é uma proposta de intervenção no registro.

• Ela constitui o depoimento – este ativa a tradição do testemunho.


História oral como produção

• O historiador procura produzir o documento.

• O documento que ele produz é o depoimento/testemunho.

• A fonte que a testemunha mobiliza é a memória.

• O resultado do processo é uma fonte produzida a partir da memória.


• Porque o historiador que recolhe testemunho
já parte de uma dúvida.

Por que uma • Ele produz um vestígio já a partir da operação

fonte e não
historiográfica, tratando o depoimento oral
como parte de um problema.

um vestígio? • Mas como há uma intervenção da memória e


do historiador, as condiçoes de
vestígio/monumento/documento se
confundem.
Vestígio/monumento/documento

MONUMENTO: É UM ARTEFATO DE VESTÍGIO: É O RESTO DO PASSADO DOCUMENTO: É UM ARTEFATO DE


MEMÓRIA. (PODE OU NÃO SER MONUMENTO). HISTÓRIA.
Produção de testemunhos orientados!

Seleção parte de grupos profissionais!

ATIVIDADE II Trabalhar com o mundo do trabalho!

Vivência pessoal voltada à sociedade na busca


do mundo do trabalho!
Diferença da atividade I

• Marcada pelo uso da oralidade – depoimentos audiovisuais.

• Atentar a um roteiro organizado a partir de poucas perguntas!

• Tentar articular a biografia (a história de vida) com o tema (o mundo do


trabalho em tempos de pandemia).
Recolher mais material do
que o será editado no vídeo.

Você também pode gostar