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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUZA NETO, Fabiana de. Caracterização mecânica e microestrutural de um aço AISI
4130 soldado pelo processo TIG e a LASER. 2016. 94f. Dissertação de mestrado em
Ciências e Tecnologias Espaciais. Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos
Campos.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Fabiana de Souza Neto
TÍTULO DO TRABALHO: Caracterização Mecânica e Microestrutural de um Aço AISI 4130
Soldado pelo Processo TIG e a LASER.
TIPO DO TRABALHO/ANO: Dissertação / 2016.
________________________________
Fabiana de Souza Neto
Praça Romão Gomes 17/141 – Vila Adyanna
CEP: 12243-790, São José dos Campos – SP
iii
ITA
iv
Dedicatória
Agradecimentos
Aos meus pais José Luiz de Souza Neto e Sueli Antonia de Souza Neto, às
minhas filhas Beatriz Souza Julio e Laura Aboud Souza Viana, e à minha irmã Juliana
de Souza Neto pelo total apoio e carinho nas horas mais difíceis.
Aos meus orientadores Dr. Antonio Jorge Abdalla e Dr. Milton Sérgio
Fernandes de Lima pela orientação dedicada, pela total disponibilidade, pelos
ensinamentos transmitidos, pela paciência e, sobretudo, pela amizade.
Albert Einstein
vii
Resumo
Os aços de ultra-resistência são de grande importância na área aeronáutica, aeroespacial e
automotiva por apresentarem uma elevada tenacidade e resistência mecânica. O aço AISI
4130 encontra-se na classe dos aços de ultra-resistência, sendo muito usado em aviões de
pequeno porte, por resistir bem às tensões que são ocasionadas no pouso e na decolagem de
aeronaves. Estes aços são utilizados, por exemplo, no berço do motor e trem de pouso de
aeronaves de pequeno porte. Estes são equipamentos soldados e suportam grande
concentração de tensões, portanto, há necessidade do estudo aprimorado dos processos de
soldagem. Estes processos são importantes também em outras aplicações aeroespaciais como
foguetes e mísseis. Este trabalho compara dois processos de soldagem: um convencional TIG
(Tungsten Inert Gas) e outro automatizado a Laser, são dois métodos eficientes para união de
metais que apresentam diferenças nos resultados. As soldas foram realizadas em chapas com
1 mm de espessura, soldas em cheio, sem adição de material (autógena) em dois processos,
TIG e a Laser, para possibilitar uma comparação entre os processos. Foram realizados
tratamentos térmicos pós solda: inicialmente foi feito um revenido a 400ºC, este se mostrou
benéfico, melhorando a ductilidade do aço e reduzindo os efeitos de fragilização na região
soldada. No segundo tratamento, o aço foi revenido a 500ºC que, comparado com o anterior,
mostrou o mesmo efeito, mas com um leve aumento na dureza do material. No terceiro
tratamento, foi realizada a têmpera a óleo a 850ºC seguida de revenimento a 400ºC,
aumentando a resistência do material. Estes três tratamentos térmicos foram feitos após os
dois processos de soldagem e também no metal base, para avaliar a influência destes nas
propriedades mecânicas. Foi feita uma caracterização microestrutural por microscopia óptica
da Zona de Fusão (ZF) e Zona Termicamente Afetada (ZTA), observando-se a formação de
martensita na zona fundida nos dois processos de solda usados, porém, com diferenças entre
os tamanhos de grãos e microconstituintes devido às diferenças no aquecimento e na
velocidade de resfriamento. Observou-se que a espessura da região fundida e zona afetada
pelo calor no processo TIG foi aproximadamente dez vezes maior que a formada na solda a
Laser. O valor de dureza observado na ZF e na ZTA foi semelhante nos dois processos. As
propriedades mecânicas em tração após tratamento térmico (limites de escoamento e
resistência) mantiveram-se em níveis elevados, semelhantes ao do material base. Após o
tratamento de revenido a 400ºC houve uma recuperação na ductilidade do material,
principalmente no material soldado a Laser, mostrando a importância do procedimento.
Abstract
The ultra-strength steels have a great demand in the aerospace and automotive industry
because of the high toughness and mechanical strength. The AISI 4130 steel is in the class of
ultra-strength steels widely used in small airplanes, since it has a good toughness for the
stresses caused in the landing and takeoff of aircraft. Because of this, it have been used, for
example, in the engine cradle and the landing gear. These processes are also important in
other aerospace applications such as rockets and missiles. Improvement in welding processes
are needed because these parts are usually welded and support large stress concentrators. This
work compares two welding processes for the AISI 4130 steel: conventional TIG (Tungsten
Inert Gas) welding and automated Laser welding leading to large differences in the results.
The welds were performed in 1mm thickness sheets, without filler material (autogenously), in
both cases, to enable a comparison between both processes. Three different heat treatments
were undertaken: First tempering at 400°C that proved to be beneficial, improving the steel
ductility and reducing the effects of embrittlement in the welded area second, tempering at
500°C, which had similar effect compared with the previous, but with a slight increase in the
hardness. Third, oil quenching at 850°C followed by tempering at 400°C, increasing both
strength and embrittlement. These three heat treatments were carried out after welding the
welding processes and also in the base metal, to evaluate their influence on the mechanical
properties. The fusion zone (FZ) and heat affected zone (HAZ) presented martensite
formation in the both processes, however with differences in the grains sizes and micro-
constituents due to differences in the heating and cooling rates. It was observed that the
thickness of the FZ and HAZ in the TIG process was approximately ten times larger than that
in the laser welding. The hardness values observed in FZ and HAZ was similar in both cases.
The tensile strength after heat treatment (yield and ultimate strength) remained at high levels
similar to the base material. After tempering at 400°C, there was a recover in ductility,
particularly in the laser FZ, showing the importance of the procedure.
Keywords: AISI 4130; TIG welding; Laser beam welding; Mechanical proprieties.
ix
Lista de Figuras
FIGURA 2.2: Diagrama de Tempo Temperatura Tranformação (TTT) do AISI 4130 baixo-
carbono, A – Austenita, F- Ferrita, C – Cementita, M – Matensita ......................................... 25
FIGURA 2.3: Temperatura de revenimento em relação a dureza – aço AISI 4142, M1, D2, D1
e C45.........................................................................................................................................29
FIGURA 2.5: Microscopia óptica. Martensita em forma de ripas, característica de aços com
teor de carbono menor que 0,6%; são placas longas e finas tais como as lâminas de uma folha
. ................................................................................................................................................. 30
FIGURA 2.8: Microscopia óptica. Mostrando uma microestrutura bainítica (B), Martensita
(M) e Ferrita (F) com aumento reduzido. ................................................................................. 31
FIGURA 2.9: Microscópio eletrônico de varredura. Detalhe de uma agulha bainítica ........... 32
FIGURA 2.16: Soldagem a laser por penetração (energia concentrada, alta penetração e alta
vaporização) ............................................................................................................................. 42
FIGURA 3.2: Desenho do corpo de prova para ensaio de tração (dimensões em mm). .......... 46
FIGURA 3.8: (a) Microdurometro - FM-700 Future Tech; (b) Perfil de dureza na amostra
soldada a laser. (ataque: nital) .................................................................................................. 52
FIGURA 3.9: Corpos de provas para teste de tração: (a) Soldado a TIG, (b) Material base e
(c) Soldado a laser .................................................................................................................... 53
FIGURA 4.1: Material base sem solda. (ataque: nital 2%) ...................................................... 57
FIGURA 4.2: Micrografias dos cordões de solda para a escolha dos parâmetros de potência e
velocidade do feixe de laser. (ataque: nital 2%) ....................................................................... 61
FIGURA 4.3: Dureza para determinação dos parâmetros do processo de solda a laser. ......... 62
FIGURA 4.4: Macroestrutura dos cordões de solda - (a) Processo de soldagem a laser (ataque:
ataque: metabisulfito), (b) Processo de soldagem a TIG (ataque: metabisulfito) .................... 64
FIGURA 4.5: Comparativo entre microconstituintes observados na (a) Soldagem TIG – ZF,
(b) Soldagem a Laser – ZF. ...................................................................................................... 65
FIGURA 4.6: Microgafias para a ZTA do (a) Processo de soldagem a TIG (ataque:
metabisulfito) e do (b) Processo de soldagem a laser (ataque: metabisulfito). ........................ 66
FIGURA 4.9: Dureza medida após as soldas, sem tratamento térmico ................................... 69
FIGURA 4.10: Dureza após as soldas com tratamento térmico de tevenimento à 400°C. ...... 70
FIGURA 4.11: Dureza após as soldas com tratamento térmico de revenimento à 500°C. ...... 70
FIGURA 4.12: Dureza após as soldas com tratamento térmico de tempera com revenimento à
400°C. ....................................................................................................................................... 71
FIGURA 4.13: Curvas tensão-deformação para o aço AISI 4130 – sem tratamento térmico. 72
xi
FIGURA 4.14: Curvas tensão-deformação em tração para o aço AISI 4130 após revenimento
a 400 ºC. ................................................................................................................................... 73
FIGURA 4.15: Gráfico de comparativos: tensão máxima X tensão de escoamento para todos
os casos ..................................................................................................................................... 75
FIGURA 4.16: Gráfico comparativo dos níveis de deformação (%) em cada caso. ................ 76
FIGURA 4.17: Aço AISI 4130 sem solda e sem tratamento térmico rompido em tração –
MEV (a) – mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b) mostrando a lateral do
CDP rompido. ........................................................................................................................... 79
FIGURA 4.18: Aço AISI 4130 sem solda e revenido 400 ºC rompido em tração – MEV (a)–
mostrando a superfície de fratura; microscópio Óptico (b) mostrando a lateral do CDP
rompido..................................................................................................................................... 79
FIGURA 4.19: Aço AISI 4130 sem solda, revenido a 500 ºC rompido em tração – MEV (a)
mostrando a superfície de fratura; microscópio Óptico (b) mostrando a lateral do CDP
rompido..................................................................................................................................... 80
FIGURA 4.20: Aço AISI 4130 sem solda, temperado e revenido a 400 ºC, rompido em tração
– MEV (a) – mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b) mostrando a lateral do
CDP rompido. ........................................................................................................................... 81
FIGURA 4.21: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG, sem tratamento térmico,
rompido em tração – MEV (a)– mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido. ...................................................................................... 81
FIGURA 4.22: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG com revenimento a 400 ºC,
rompido em tração – MEV (a) mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido. ...................................................................................... 82
FIGURA 4.23: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG, com revenimento a 500 ºC,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido. ...................................................................................... 83
FIGURA 4.24: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG com têmpera e revenimento a
400 ºC rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico
(b) mostrando a lateral do CDP rompido. ................................................................................ 83
FIGURA 4.25: Aço AISI 4130 soldado com o processo laser sem tratamento térmico,
rompido em tração – MEV (a) - mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido. ...................................................................................... 84
FIGURA 4.26: Aço AISI 4130 soldado com o processo laser com tratamento térmico de
revenimento a 400 ºC, rompido em tração – MEV (a)– mostrando a superfície de fratura;
microscópio óptico (b) mostrando a lateral CDP rompido. ...................................................... 85
FIGURA 4.27: Aço AISI 4130 soldado com o processo laser, com revenimento a 500 ºC,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido. ...................................................................................... 85
xii
FIGURA 4.28: Aço AISI 4130 soldado com o processo Laser, temperado e revenido a 400 ºC,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de fratura; microscópio óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido. ...................................................................................... 86
xiii
Lista de Tabelas
TABELA 4.2: Propriedades mecânicas de dureza e tração do aço 4130 como recebido.........57
TABELA 4.5: Parâmetros usados para a escolha da melhor condição de soldagem: aspectos
visuais da solda no topo e na raiz..............................................................................................60
TABELA 4.6: Parâmetros utilizados na soldagem do aço 4130 nos processos a laser e TIG....... 63
Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 17
1.1 Motivação ................................................................................................................ 20
1.2 Objetivos .................................................................................................................. 20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 21
2.1 Aço AISI 4130 ......................................................................................................... 21
2.1.1 Microestrutura AISI 4130......................................................................................... 23
2.2 Tratamentos Térmicos ........................................................................................... 24
2.2.1 Recozimento ............................................................................................................. 26
2.2.1.1 Recozimento total ou pleno………………………………………………………..26
2.2.1.2 Recozimento isotérmico ou cíclico................................................................... 26
2.2.1.3 Recozimento em caixa ...................................................................................... 27
2.2.2 Têmpera .................................................................................................................... 27
2.2.3 Revenimento ............................................................................................................. 28
2.2.4 Martêmpera............................................................................................................... 30
2.2.5 Austêmpera ............................................................................................................... 31
2.2.6 Tratamentos térmicos aplicado no aço AISI 4130.................................................... 32
2.2.7 Tratamento de têmpera e revenimento no aço 4130. ................................................ 35
2.3 Soldagem ................................................................................................................. 35
2.4 Processo de Soldagem - TIG .................................................................................. 37
2.4.1 Princípio de funcionamento ...................................................................................... 38
2.4.2 Vantagens ................................................................................................................. 39
2.4.3 Desvantagens ............................................................................................................ 40
2.5 Processo de soldagem a LASER ............................................................................ 40
2.5.1 Tipos de soldagem a laser......................................................................................... 41
2.5.2 Vantagens ................................................................................................................. 42
2.5.3 Desvantagens ............................................................................................................ 43
3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 44
3.1 Controle do material recebido ............................................................................... 44
3.1.1 Análise química ........................................................................................................ 45
3.1.2 Exames metalográficos ............................................................................................. 45
3.1.3 Análises de propriedades mecânicas ........................................................................ 45
3.2 Caracterização Microestrutural ............................................................................ 46
3.3 Tratamento Térmico .............................................................................................. 46
3.3.1 Tratamento térmico de têmpera ................................................................................ 47
3.3.2 Tratamento térmico de revenimento ......................................................................... 47
3.4 Soldagem ................................................................................................................. 48
xvi
1. Introdução
Um exemplo de sistema que usa esse processo de união é o trem de pouso de uma
aeronave de pequeno porte como o VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), como mostrado a
Figura 1.2, que, como já mencionado acima, estão sujeitos a cargas e esforços repetitivos das
18
Trem de
Pouso
FIGURA 1.1: Montagem do Berço do Motor – T- FIGURA 1.2:Vant Acauã (D’OLIVEIRA, 2014)
25 Super Tucano (NASCIMENTO; et al, 2011)
para se compreender melhor o processo e como o material comporta-se diante desse processo
(SAKAI, 2015).
O aço AISI 4130 pode ser denominado como uma “liga de aço de baixo carbono”,
contém cerca de 0,30 % de carbono, o que faz dele um tipo de liga de aço com baixo teor de
carbono, tem cerca de 1 % de cromo e 0,2 % de molibdênio e outros elementos químicos,
como manganês e o silício. Este aço pode alcançar um limite de resistência à tração de 410
MPa até 965 MPa, com estrutura ferritica/perlitica, podendo atingir um limite de resistência à
tração de até 1650 MPa, com tratamentos térmicos convencionais de têmpera e revenido.
(ASM, 1990).
Após passar por processos de soldagem, o aço responde com um aumento na sua
dureza devido à têmpera (resfriamento rápido) que modifica sua microestrutura para
martensítica, com isso, aumenta a propensão para fissurações a frio e potenciais falhas no
local da solda sob condições de fadiga e outros esforços. A característica martensítica deste
material AISI 4130 ocorre devido a sua composição química e a tratamentos térmicos que
ocorrem devido às altas temperaturas desenvolvidas na zona fundida e imediações e o rápido
resfriamento nestas regiões (GHAZANFARI, 2012)
Uma das formas para obter modificações nas propriedades mecânicas dos aços é a
manipulação de elementos químicos, que no caso deste aço, são influenciados principalmente
pelo carbono, manganês e cromo (ASM, 1990). Para melhorar essas propriedades temos como
alternativa a possibilidade de realizar tratamentos térmicos específicos (CARVALHO, 2009;
SOUZA NETO, 2015).
1.1 Motivação
Este é um aço de alta resistência que tem sido utilizado em aplicações que exigem
elevados níveis de resistência, como por exemplo, nas aplicações aeronáuticas e
aeroespaciais. A forma de união tradicional deste aço tem sido a solda TIG e a
solda a Plasma, porém acredita-se que a solda a laser possa conduzir a melhores
resultados que as soldas tradicionais. No entanto, há uma escassez de trabalhos
relacionados ao assunto, principalmente comparando a solda do aço AISI 4130
realizada pelos processos TIG e Laser;
Há uma dificuldade de encontrar estudos com o processo a Laser para o aço AISI
4130, este é um processo relativamente novo e tem sido atualmente testado para
outros aços de alta resistência como os aços Maraging e o aço AISI 4340,
mostrando um bom potencial de aplicação.
1.2 Objetivos
2. Revisão Bibliográfica
O aço 4130 é um dos aços comerciais, que tem em sua composição, além do carbono,
outros elementos de liga como o manganês, o silício, o molibdênio e elementos residuais
devido ao processo de fabricação, tais como fósforo, enxofre.
A liga do aço AISI 4130 é uma liga de cromo e molibdênio extensamente usada para a
fabricação de partes de aeronaves, combina boa soldabilidade, facilidade de fabricação e
temperabilidade média. É utilizada de preferência em fuselagens de tubos soldados como nos
trens de pouso e no berço de motor, normalmente em aeronaves de pequeno porte. Também
pode ser utilizado em bielas de automóveis, aletas e suporte de motores, acessórios, buchas,
engrenagens, parafusos, eixos, cilindros de gás, componentes da fuselagem, linhas hidráulicas
e peças de máquinas nitretadas. (GOBBI, 2009; NASCIMENTO, 2004; CARVALHO, 2009).
Este aço responde bem ao processo de nitretação, quando necessário, este tratamento pode
melhorar a resistência à corrosão e também ao desgaste por abrasão (GOBBI, 2009).
Para obter melhores resultados nas propriedades são acrescentados elementos de liga
como o Mn, o Cr, o Mo, o Si, o Ni, o Ti, etc. Esses elementos de liga alteram o ponto
eutetóide no diagrama de fases Fe-C e melhoram a temperabilidade do aço.
Além disso, o cromo é considerado um elemento importante no aço AISI 4130, por
estimular a formação de carbonetos, aumentando a resistência ao desgaste, bem como a
temperabilidade do aço. Ele permite que se reduza a velocidade crítica de resfriamento de
modo que a têmpera de aços com teores elevados de cromo seja feita preferencialmente em
óleo ou ar. A adição de cromo torna mais fina a granulação dos aços, o que aumenta a sua
resistência.
AISI C Mn P S Si Ni Cr Mo V
O aço AISI 4130 pode ser denominado uma “liga de aço de baixo carbono”, este tipo
de aço, após passar por processos de soldagem responde com um aumento na sua dureza
23
devido à têmpera que modifica sua microestrutura para martensítica, com isso, aumenta a
propensão para fissurações a frio e potenciais falhas no local da solda sob condições de fadiga
e outros esforços. Para melhorar essas propriedades temos como alternativa a possibilidade de
realizar tratamentos térmicos específicos.
A microestrutura do aço AISI 4130 pode ser modificada de acordo com o tipo de
tratamento térmico usado. Após o tratamento térmico o material pode apresentar formação de
ferrita-perlita, ferrita-bainita ou martensita, dependendo do tratamento térmico ou
termomecânico utilizado durante ou após a conformação da chapa (TOTTEN; BATES;
CLINTON, 1993), modificando significativamente as propriedades mecânicas do aço.
O material AISI 4130, sem qualquer tipo de tratamento térmico e como recebido para
este trabalho, é composto das regiões perlíticas (escuras) e ferríticas (claras) e martensita,
conforme mostrado na Figura 2.1.
Perlita
Ferrita
Esse ciclo de resfriamento e aquecimento dos aços pode ocorrer de várias formas,
sendo aquecidos e após resfriados dentro do próprio forno desligado ou em alguns casos
podem ser resfriados um pouco mais rapidamente sendo mergulhado em água e óleo. Nestes
últimos, o resfriamento é bastante rápido sendo o caso de têmpera, após a têmpera sempre é
importante a realização do revenimento, essa escolha vem com o objetivo a ser atingido para
o emprego específico do aço (CHIAVERINI, 2008).
Dureza
Tempo (s)
Este ciclo de tratamento térmico, de aquecer e esfriar, são aplicados com a finalidade
de amolecimento ou endurecimento do aço. O amolecimento é feito para redução da dureza,
remoção de tensões residuais, melhoria da tenacidade, aumento do tamanho do grão ou
alteração das propriedades magnéticas do aço. As principais formas de tratamento térmico
para se obter o amolecimento do aço são: recozimento de recristalização, recozimento pleno,
recozimento de esferoidização, normalização e o revenimento (SHACKELFORD, 2008).
Os tratamentos térmicos que visam o endurecimento dos aços são feitos para aumentar
a resistência mecânica, a resistência ao desgaste e a resistência à fadiga. Sendo fortemente
26
2.2.1 Recozimento
Seguido do aquecimento do aço nas mesmas condições que para o recozimento total,
seguindo de um resfriamento rápido até uma temperatura situada dentro da porção superior do
27
2.2.2 Têmpera
A têmpera é uma prática comum para o aumento da dureza dos aços e seu processo é
iniciado com o aquecimento até a temperatura austenítica e posterior resfriamento rápido. A
partir da região austenítica o aço transforma para martensita, uma fase frágil, que dificulta a
sua aplicabilidade por sua alta fragilidade.
O meio de têmpera pode ser óleo, água, salmoura ou mesmo ar. A velocidade do
resfriamento, nessas condições, dependerá do tipo de aço, da forma e das dimensões das
peças.
28
2.2.3 Revenimento
- Entre 100 ºC e 200 ºC: segundo estágio - ocorre precipitação de carboneto de ferro,
de fórmula Fe3C e reticulado hexagonal; este carboneto pode estar ausente em aços
de baixo carbono e de baixo teor em liga; a dureza começa a cair;
- Entre 200 ºC e 350 ºC: terceiro estágio - ocorre transformação de austenita retida
em ferrita e cementita; a transformação ocorre somente em aços-carbono de médio e
alto teor de carbono, o processo de perda de dureza continua;
- Entre 250 ºC e 700 ºC: quarto estágio – formação de ferrita e cementita, ocorre uma
recuperação da subestrutura de discordâncias; carbonetos esferoidais se precipitam
na matriz de ferrita equiaxial, podendo ainda ocorrer o endurecimento secundário,
isso ocorre quando na composição química do aço existem elementos formadores de
carbonetos como o Cr, V, W, Ti.
Temperatura de Revenimento, ºF
Dureza HRC
Temperatura de Revenimento, ºC
A Figura 2.5 mostra uma estrutura típica de martensita revenida. Esta estrutura confere
ao material os mais elevados níveis de dureza e resistência.
30
2.2.4 Martêmpera
Devido aos efeitos indesejados do tratamento térmico de têmpera, uma solução para o
não aparecimento das trincas ou distorções, é o tratamento térmico de martêmpera. Neste
tratamento, o resfriamento rápido é interrompido logo acima da temperatura Mi (início de
formação de martensita) e mantido até que toda a peça tenha adquirido a mesma temperatura e
então, faz-se o resfriamento mais lento para que a transformação martensítica ocorra de
maneira uniforme, veja Figura 2.6.
2.2.5 Austêmpera
Martensita
Cementita
Ferrita
Temperatura (ºC)
Temperatura (F)
Perlita
α + Perlita Perlita
+ Fe3C
Porcentagem de C (%)
Dureza HCR
Temperatura
Diagrama
*Tempo Estimado
Tempo, s
FIGURA 2.11: Gráfico TTT aço AISI 4130 (TOTTEN; BATES; CLINTON, 1993).
Temperatura ºF
Tempo, s
Para realização de têmpera no aço AISI 4130 deve se elevar e manter o aço na
temperatura de austenitização, cerca de 855 ºC, e posteriormente resfriar este aço em água ou
óleo. Para que a estrutura se torne totalmente martensítica a taxa de resfriamento deve ser
cerca de 170 ºC.s -1 ou superior. (ASTM, 1990)
Conforme a aplicação a que se destina o aço será aplicado uma combinação de tempo
e temperatura, para obter uma microestrutura que conduza às propriedades mecânicas
desejadas. Desta forma, para se obter uma elevada tenacidade é preciso combinar uma elevada
resistência e boa ductilidade. O revenimento da martensita melhora a tenacidade e é realizado
em uma temperatura e por um tempo que permita atingir os níveis desejáveis (KOU, 2002).
2.3 Soldagem
Zona Fundida (ZF): região onde o material foi fundido durante a soldagem e
caracterizado por temperaturas de pico superiores ou iguais à sua temperatura de
fusão (LANCASTER, 1997);
36
Zona Termicamente Afetada (ZTA): região não fundida do metal base, mas cuja
microestrutura e propriedades foram alteradas pelo ciclo térmico de soldagem. As
temperaturas de pico são superiores a uma temperatura crítica (Tc) característica
do metal base. Dependendo da severidade do ciclo térmico, a ZTA pode
apresentar diferentes características metalúrgicas e propriedades mecânicas
(LANCASTER,1997);
Metal Base (MB): Regiões mais afastadas da solda que não foram alteradas pelo
ciclo térmico (LANCASTER,1997).
O aporte térmico, conhecido, ou em inglês Heat Input, quantifica a energia gerada pelo
processo de soldagem por unidade de comprimento (J/cm ou J/mm).
Para se calcular o aporte térmico, usa-se a relação entre a potência (P) e a velocidade
de soldagem (V). Podendo influenciar diretamente no tempo de resfriamento e, portanto, na
microestrutura da solda e propriedades mecânicas. A escolha do aporte térmico está
relacionada ao tipo de material a ser soldado (MESSLER, 1999).
A soldagem TIG produz uma solda limpa e de alta qualidade. Como não é gerada
escória, a chance de inclusão da mesma no metal de solda é eliminada e a solda não necessita
de limpeza no final do processo, assim pode ser usada para quase todos os metais. O processo
pode ser manual ou automático, sendo largamente utilizado para solda com alumínio e com
ligas de aço inoxidável, onde a integridade da solda é de extrema importância. É também
38
Neste tipo de solda, um grande número de elétrons é emitido do polo negativo para o
polo positivo em uma fração de segundos. O processo de emissão dos elétrons e suas
respectivas colisões geram um arco extremamente quente. Para que isto aconteça o eletrodo
deve possuir excelentes qualidades termiônicas, ou seja, ele deve alcançar temperaturas
suficientemente altas para causar a emissão de elétrons por agitação térmica sem que seja
consumido.
A soldagem TIG pode ser feita utilizando corrente contínua (CC) ou corrente alternada
(CA). Cada uma dessas alternativas irá influenciar fortemente os mecanismos de emissão de
elétrons e consequentemente as características de soldabilidade.
No caso das ligas de alumínio é formado óxido de alumínio que dificulta ou mesmo
impede a soldagem. Para resolver esse problema se faz o uso de corrente alternada, a qual
associa as propriedades de limpeza da corrente CC+ e de penetração da CC- a cada meio
ciclo.
A soldagem TIG pode ser um automatizado ou manual, sendo o mais usado o manual,
como o usado neste trabalho. Este é considerado um dos mais complicados de todos os
processos comuns de soldagem utilizados pela indústria, devido à necessidade de destreza do
operador, para manter um pequeno arco e prevenir que o eletrodo não encoste-se à peça de
trabalho. Quando o tipo de soldagem necessita de metal de adição o operador precisará
utilizar as duas mãos dificultando ainda mais o processo (uma mão segura a tocha de
soldagem, outra o arame do metal de adição). Neste trabalho, a solda não terá metal de adição.
2.4.2 Vantagens
2.4.3 Desvantagens
No presente estudo, utilizou-se um laser a fibra, que possui alta qualidade do feixe
com um comprimento de onda de 1,07 μm, tornando-o apropriado para soldagem e corte de
metais. Em um laser a fibra de Yb:vidro, o meio ativo é contido na própria fibra, ou seja, um
núcleo de sílica dopada com itérbio e revestido de sílica não dopada. Este tipo de laser pode
atingir até 40 kW de potência, porém, devido ao seu aparecimento recente, existem poucas
aplicações em processamento de materiais até o momento (CARVALHO, 2009; CARDOSO;
et al, 2014). O meio ativo do laser usado é uma fibra óptica dopada com terras-raras, como
itérbio, túlio ou érbio. O bombeamento é geralmente realizado por diodos. O comprimento do
meio de ganho (fibra) é extremamente grande. O meio pode suportar vários kW de emissão,
pois a alta relação comprimento/diâmetro permite boa extração de calor. A distorção do feixe
é minimizada pelo guia de onda (fibra). Um equipamento típico é feito de uma fibra de vidro
multi-camada dopada por itérbio com emissão entre 1.07 e 1.08 μm, ou por túlio com λ entre
1.7 e 2.2 μm ou érbio com λ igual a 1.54 μm. Extremamente estáveis, sem manutenção por
mais de 20.000 horas, têm qualidade de feixe excepcional (LIMA, 2008).
41
A soldagem a laser, também conhecida como Laser Beam Welding (LBW), utiliza a
energia fornecida por meio de um feixe de luz colimada, aquecendo o material a temperaturas
entre o ponto de fusão e vaporização do material.
Tendo uma intensidade de potência abaixo de 105 W.cm-2. Essa soldagem ocorre
quando a densidade de energia não é suficiente para a vaporização e somente para fusão,
ocorrendo a soldagem por condução, que tem um mecanismo extremamente semelhante ao
dos processos de soldagem convencionais. Assim o mecanismo desse processo, o material de
base é aquecido pelo feixe de laser até sua temperatura de fusão, sendo sua temperatura na
superfície igual ou inferior a de vaporização. A partir daí a quantidade de energia do feixe
absorvida pela superfície penetra no material por condução térmica, Figura 2.15a. Em geral, a
solda por condução não obtém muita profundidade de penetração e possui um perfil circular.
A sua aplicação limita-se para juntas de espessura inferior a 1 mm. A eficiência energética do
processo é reduzida, boa parte da potência do laser é perdida por condução. No entanto, o
cordão de solda por condução tem um bom acabamento e apresenta poucos defeitos de
soldagem (SIQUEIRA, 2016).
FIGURA 2.16: Soldagem a Laser por penetração (energia concentrada, alta penetração e alta
vaporização). (O autor).
2.5.2 Vantagens
2.5.3 Desvantagens
Como todo o processo de soldagem, esse processo tem suas desvantagens, são
(KANNATEY, 2009; CARDOSO, 2015):
3. Materiais e Métodos
O material utilizado para desenvolver este trabalho foi o aço AISI 4130 em forma de
chapa, com espessura de 1 mm, doado pelo IAE – Instituto Aeronáutica e Espaço. Esse
material foi escolhido pela importância deste na indústria aeroespacial, sendo utilizado na
confecção dos trens de pouso de aeronaves leves como os Veículos Aéreos Não Tripulados
(VANT).
Todas as etapas utilizadas durante a parte experimental deste trabalho são mostradas
na Figura 3.1.
Os exames foram realizados nas amostras recebidas, foram feitas com o auxílio de um
o microscópio óptico marca Zeiss Axio Imager A2m, com o auxílio da câmera AXIOCAM e
do software AXIOVISION da empresa ZEISS, tendo sido avaliada a microestrutura e
caracterização dos microconstituintes presentes no material como recebido. Para análise de
detalhes microestruturais foi utilizado um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) da
Hitachi modelo TM-1000.
1,0
FIGURA 3.2: Desenho do corpo de prova para ensaio de tração (dimensões em mm).
Nos ensaios de microdureza foram realizadas medidas na escala Vickers (HV) por
microindentação, utilizando a carga de 100 gf e tempo de 10 s, com o objetivo de obter o
perfil de dureza das amostras. Para esta finalidade foi utilizado um microdurômetro digital
FM-700 Future Tech,
O tratamento térmico de têmpera foi realizado logo após a soldagem dos corpos de
prova, consistiu no aquecimento do material até a temperatura de 850 ± 5 ºC, com
permanência de 1 hora, em atmosfera não controlada, e resfriamento ao óleo. Este tratamento
está representado na Figura 3.3.
850ºC
1h
Temperatura (ºC)
Resfriamento
em óleo
Tempo (h)
500 ºC Permanência de 2h
Temperatura ( ºC)
Tempo (h)
FIGURA 3.4: Representação do Tratamento de Revenimento de 400 ºC e 500 ºC após
a realização da solda a laser e TIG.
3.4 Soldagem
A máquina de solda TIG usada neste trabalho está instalada na Escola Senai Santos
Dumond, em São José dos Campos, é da marca Miller XMT 304 CC/CA. A solda foi feita
manualmente utilizando uma potência de 148 W e velocidade de 1,65 mm.s-1, corrente
contínua de 20 A. O gás argônio foi usado com a finalidade de proteção do eletrodo de
tungstênio e para a proteção da solda. A Tabela 3.1 mostra os parâmetros utilizados para a
realização da soldagem pelo processo TIG. A Figura 3.5 mostra a máquina de soldagem
utilizada para o processo à TIG.
P
A=___ (3.1)
v
Assim, (A) aporte térmico (J.mm-1), (P) potência (W) e (v) velocidade (mm.s-1), para
cada processo a potência foi utilizada de forma diferente. No caso do processo de soldagem a
Laser a potência usada foi a potência nominal do Laser, conforme testes anteriores. Para o
processo de soldagem da TIG, a potência foi calculada através da Equação 2.2, onde tensão
(V) e corrente (i):
P=V.i (3.2)
Para taxa de resfriamento, foi considerada a região entre a zona fundida (ZF) e
material base, e zona afetada pelo calor (ZTA), esta distância, largura da ZTA, é considerada
da distância Δx, por onde o fluxo de calor atravessa.
51
Ṫ = G.v (3.3)
Onde,
ΔT
G = ____ (3.4)
Δx
portanto,
ΔT . v
Ṫ = ___ (3.5)
Δx
Onde Ṫ = Taxa de resfriamento (ºC.s-1)
ΔT = variação de temperatura na ZTA (ºC)
v = velocidade de soldagem (mm. s-1)
Δx = variação no comprimento da ZTA (mm)
G = gradiente térmico (ºC.mm-1)
O valor de ΔT foi calculado de forma aproximada, considerando a temperatura no
limite entre a ZF e ZTA, próximo a temperatura e difusão do aço (1500 ºC) e no limite entre a
ZTA e o material base, como a temperatura abaixo da qual não ocorre a transformação de
fases (700 ºC).
Conforme Figura 3.7, para a solda a laser Δx foi considerada aproximadamente 0,2
mm e para a solda TIG, 2 mm. Foi considerado o valor médio na região central da solda para
a escolha do Δx.
ZF
Δx
ZTA
ZTA
Figura 3.8 (b), ilustra o perfil de dureza na amostra soldada a Laser. Foram realizadas
as medidas de dureza na direção transversal ao cordão de solda, a distância entre as
microindentações foi cerca de 0,05 mm, na direção horizontal e vertical.
(a) (b)
FIGURA 3.8: (a) Microdurometro - FM-700 Future Tech; (b) Perfil de dureza na amostra
soldada a Laser. (ataque: nital).
FIGURA 3.9: Corpos de provas para teste de tração: (a) Soldado a TIG, (b) Material
Base e (c) Soldado a Laser.
Foi também analisado, por microscopia óptica, a região lateral da superfície de fratura
para avaliar se ocorreu deformação plástica, evidenciado pela redução de área e pelo
alongamento dos grãos próximos à superfície de fratura.
55
4. Resultados e Discussão
Perlita
TABELA 4.2: Propriedades Mecânicas de Dureza e Tração do Aço 4130 como Recebido
Os valores observados na Tabela 4.2 estão de acordo com os encontrados por outros
autores (ASM,1990). Os limites de resistência do aço AISI 4130 com estrutura totalmente
perlítica podem ser da ordem de 800 MPa ou próximos a 1600MPa para estruturas totalmente
58
Como este trabalho envolve dois diferentes processos de soldagem, a escolha dos
parâmetros foi realizada de forma diferente, conforme discutido a seguir.
4.2.1 TIG
4.2.2 LASER
A escolha foi feita principalmente por análise visual, observando a parte superior e
inferior da solda, correlacionando estas estruturas com os parâmetros envolvidos no laser. As
duas principais características que determinaram a escolha dos parâmetros foram: apresentar
59
Para realizar as análises da qualidade das soldas a laser com os parâmetros informados
na Tabela 4.4 foi observado inicialmente, de forma visual, o corpo de solda após soldagem.
Posteriormente, foram utilizados ensaios de dureza e análises microestruturais.
As análises da microestrutura foram feitas por polimento e ataque químico com Nital 2
%. As micrografias das seções transversais dos cordões de solda dos CDPs A, B, C, D, E, F,
G (Tabela 4.5), estão dispostas na Figura 4.2. Observando cada uma destas imagens, conclui-
se:
CDP A – observa-se uma concavidade na superfície superior e sangria na parte
inferior da peça, indicando uma alta intensidade da energia utilizada; há a
formação das regiões fundidas (ZF) e afetadas pelo calor (ZTA);
CDP B – observa-se que não houve penetração em toda a espessura da peça,
portanto apresentando solda inconsistente devido à baixa intensidade de energia;
há a formação das regiões da solda ZTA e ZF;
CDP C – na análise da micrografia há formação regular das regiões ZTA e ZF;
CDP D – com certa sangria e perda de material, mesmo com a formação de todas
as regiões da solda ZTA e ZF;
CDP E – formação bem uniforme das regiões de solda ZTA e ZF, e boa
penetração;
CDP F – formação com sangria, mostrando perda de material. A imagem conta
com marcas do ensaio de dureza;
CDP G – alto volume sangria e concavidade.
61
Poro
ZTA ZTA
ZTA
ZF
ZTA ZF
ZTA
ZTA
ZTA
ZTA
ZF
ZF
ZF
ZTA ZTA
ZF
ZTA ZTA
ZF
Poro
FIGURA 4.2: Micrografias dos cordões de solda para a escolha dos parâmetros de potência e
velocidade do feixe de laser. (ataque: nital 2%).
62
Embora haja certa semelhança nas imagens transversais das soldas realizadas nos
corpos de prova C (50 mm.s-1) e E (60 mm.s-1), ao analisarmos ao longo do cordão de solda,
notamos que a perda de material por sangria é superior quando a velocidade é de 50 mm.s-1.
Ao aumentar a velocidade para 60 mm.s-1, há uma redução no aporte térmico e, por
conseguinte, na sangria na raiz da solda. Foi escolhido, portanto a condição E, potência de
750 W e velocidade 60 mm.s-1.
ZF
Dureza
ZTA ZTA
MB MB
Comprimento
FIGURA 4.3: Dureza para determinação dos parâmetros do processo de solda a Laser.
63
TABELA 4.6: Parâmetros utilizados na soldagem do aço 4130 nos processos a Laser e TIG.
(a)
(b)
FIGURA 4.4: Macroestrutura dos cordões de solda - (a) Processo de soldagem a Laser
(ataque: ataque: metabisulfito), (b) Processo de soldagem a TIG (ataque: metabisulfito).
Os dois processos têm a formação da fase martensítica nas ZF e parte da ZTA após a
soldagem, mesmo com diferentes velocidades nos processos de soldagem, taxas de
resfriamento e aporte térmico.
No processo TIG, observa-se na ZF os grãos com tamanhos maiores, Figura 4.5 (a),
que podem reduzir a resistência. Por outro lado, observando o processo de soldagem Laser,
Figura 4.5 (b), as estruturas dos grãos e microconstituintes são menores. Observa-se também
que na zona fundida, nos dois processos de solda, há a formação de dendritas equiaxias (no
centro do cordão de solda) ou colunares (nas extremidades). Porém deve-se considerar que as
altas taxas de resfriamento do processo a Laser irão também induzir a fragilidade. Torna-se,
portanto, importante a realização de revenido pós solda, com a finalidade de reduzir a
fragilidade.
65
Sabe-se que, conforme o diagrama TTT (Figura 2.2), o intervalo no qual se forma a
ZTA se situa entre a temperatura solidus do aço (1500°C) e a linha A1 (800°C). Considerando
a medida da ZTA para o caso TIG e Laser, 2 mm e 0,2 mm, respectivamente, obtém-se um
gradiente térmico na ZTA de GTIG=350 °C.mm-1 e Glaser=3500 °C.mm-1. Multiplicando estes
valores pela velocidade de soldagem, obtém-se a taxa de resfriamento estimada para ambos os
processos: ṪTIG= 578 °C.s-1 e Ṫlaser= 210.000 °C.s-1 Portanto, estima-se que a taxa de
resfriamento é 360 vezes mais no caso do laser, acarretando as mudanças microestruturais
observadas.
66
MB
ZTA ZF
(a)
ZF
ZTA
MB
50 µm
(b)
FIGURA 4.6: Microgafias para a ZTA do (a) Processo de soldagem a TIG (ataque:
metabisulfito) e do (b) Processo de soldagem a Laser (ataque: metabisulfito).
encontrados por Silva (2014) e por Sakai (2015) ao estudarem a soldagem de aços pelos
processos a TIG e a plasma.
A Figura 4.9 apresenta um comparativo entre as durezas medidas após a soldagem TIG e a
laser. Em ambos os casos, a dureza máxima na ZF se situou em torno de 650 HV. Esta dureza
69
A solda a laser apresenta um decréscimo da dureza mais abrupto do que no caso TIG
(Figura 4.9) devido à maior concentração de energia, evidenciado pelo aporte térmico sete
vezes menor em comparação com o TIG.
As Figuras 4.10 e 4.11 mostram que, para os dois tratamentos realizados, foi obtida uma
redução no valor de dureza de 650 HV para 480 HV em 400 °C, e em 500°C, para ambos os
casos. Não há diferença expressiva na diminuição da dureza entre 400 e 500°C.
70
FIGURA 4.10: Dureza após as soldas com Tratamento Térmico de Revenimento à 400°C.
FIGURA 4.11: Dureza após as soldas com Tratamento Térmico de Revenimento à 500°C.
71
FIGURA 4.12: Dureza após as soldas com Tratamento Térmico de Têmpera com
Revenimento à 400°C.
FIGURA 4.13: Curvas Tensão-deformação para o aço AISI 4130 – sem tratamento térmico.
A Figura 4.14 mostra que a aplicação do revenimento a 400 ºC por 2 horas melhorou
significativamente a ductilidade do aço soldado a Laser, aproximando do corpo de prova sem
o processo de soldagem onde ocorreu o envelhecimento do material com o tratamento
térmico. O envelhecimento é percebido devido a dois fatores: ocorreu o retorno do
escoamento descontínuo e aumento do limite de escoamento aproximadamente 10%. Este
tratamento de revenimento aplicado no aço soldado por TIG não teve o mesmo efeito
benéfico que o mesmo observado na solda Laser. Ao ser aplicado o tratamento de
revenimento na temperatura de 500 ºC, após os dois processos de soldagem, não ocorreu
melhoria na ductilidade, semelhante ao observado para a solda Laser, submetido a 400 ºC.
73
FIGURA 4.14: Curvas Tensão-deformação em tração para o aço AISI 4130 após revenimento
a 400 ºC.
Tabela 4.7 apresenta os valores consolidados das propriedades mecânicas para os CPs
ensaiados, para todas as condições de solda e tratamento térmicos propostos. Ao
compararmos os resultados de tração para o tratamento de revenimento a 500 ºC, observa-se
que não houve melhoria comparado com os valores encontrados para o revenimento a 400 ºC.
Por esta razão após a têmpera usamos o revenimento a 400 ºC.
Tensão (MPa)
Na Figura 4.15 nota-se também que os valores de limite de escoamento, nos três casos
estudados (MB, solda TIG e solda Laser) são mais elevados no tratamento de revenimento
feito a 400 ºC, indicando que esta temperatura é mais adequada para o tratamento, uma vez
que a maioria dos projetos mecânicos se baseia no limite de escoamento.
soldado, mas as condições que mais se assemelham ao MB são as temperadas revenidas. Isso
acontece porque as regiões ZF, ZTA e MB, após este tratamento, passam a ter uma
microestrutura semelhante e com durezas compatíveis entre si, conforme mostra a Figura
4.12. Dentre os tratamentos de revenimento utilizados, o realizado a 400 ºC foi mais eficaz,
para a solda a Laser. Em termos de ductilidade, para a solda TIG, os tratamentos de
revenimento não trouxeram resultados satisfatórios.
Deformação (%)
FIGURA 4.16: Gráfico comparativo dos níveis de deformação (%) em cada caso.
Na, Tabela 4.8, são mostrados os locais de rompimento por fratura em função dos
processos de soldagem TIG ou Laser.
77
4,8
Observando nos CDPs da tabela 4.8 verifica-se que a ruptura ocorre na ZF ou fora da
ZTA na ausência de sem tratamentos térmicos. Após os tratamentos térmicos, principalmente
nos soldados a Laser, a fratura se afastou da ZTA e ZF, ocorrendo no material base,
demonstrando que o tratamento térmico aumenta a tenacidade em torno da região soldada.
Nos casos onde a trinca se situou longe da ZF, a fratura se caracterizou por dimples,
indicando que a ductilidade foi aumentada pelos tratamentos térmicos.
4.6.1.1 Aço AISI 4130 sem Solda e sem Tratamento Térmico (como recebido)
(a) (b)
FIGURA 4.17: Aço AISI 4130 sem solda e sem tratamento térmico rompido em tração –
MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b) mostrando a lateral do
CDP rompido.
O corpo de prova sem solda, na condição com revenimento 400 ºC, mostrado na
FIGURA 4.18 tem resposta semelhante à condição anterior, apresentando dimples (figura
4.18 (a) na superfície da fratura). A Figura 4.16 (b) mostra a lateral do corpo de prova
rompido, com os grãos alongados devido a deformação plástica. Também nesta condição
evidencia-se a deformação plástica, compatível com a condição do material.
(a) (b)
FIGURA 4.18: Aço AISI 4130 sem solda e revenido 400 ºC rompido em tração – MEV (a)–
mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b) mostrando a lateral do CDP
rompido.
Na terceira condição estudada com o corpo de prova sem solda, foi feito o tratamento
térmico de revenimento a 500 ºC logo após a soldagem. Observando os resultados de tração,
80
nota-se uma redução nos níveis de tensões. As micrografias das superfícies de fratura (Figura
4.19 (a)) mostra aparência de dimples e, grãos alongados nas figuras 4.19 (b), evidenciando
que ocorrem deformações antes da ruptura. Nesta condição são observadas pequena
quantidade de facetas de clivagem, conforme mostrado na Figura 4.19 (a), mas o predomínio
é de dimples.
Facetas de Clivagem
(a) (b)
FIGURA 4.19: Aço AISI 4130 sem solda, revenido a 500 ºC rompido em tração – MEV (a)
mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b) mostrando a lateral do CDP
rompido.
4.6.1.4 Aço AISI 4130 sem Solda com Têmpera e Revenimento a 400 ºC
Na quarta condição de ensaio no material sem solda, foi repetido o tratamento térmico
de revenido com 400 ºC, após o tratamento térmico de têmpera. Esse tratamento térmico
reorganiza a microestrutura proporcionando maior homogeneidade das propriedades
mecânicas, tornando semelhante a dureza do MB, ZTA e ZF. Para evitar a fragilidade fez-se
o revenimento após a têmpera melhorando a recuperação da ductilidade do material. Nas
microestruturas analisadas observou-se, na superfície de fraturas, a presença de dimples,
Figuras 4.20 (a) alongamento dos grãos, figuras 4.20 (b), informações compatíveis com a boa
ductilidade mostrada no ensaio mecânico, conforme mostrado na tabela 4.8. Nesta condição,
observa-se uma maior deformação, nos grãos próximos à superfície de fratura, devido aos
elevados níveis de tensões suportados nesta condição de tratamento térmico.
81
(a) (b)
FIGURA 4.20: Aço AISI 4130 sem solda, temperado e revenido a 400 ºC, rompido em tração
– MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b) mostrando a lateral
do CDP rompido.
4.6.1.5 Aço AISI 4130 Soldado Através do Processo TIG sem Tratamento Térmico
A Figura 4.21 (a) mostra a micrografia obtida por MEV do corpo de prova unido com
o processo de soldagem a TIG, sem tratamento térmico, observa-se o aparecimento de
cavidades (dimples) e algumas facetas de clivagem, características de uma fratura do tipo
misto. Na figura 4.21 (b) nota-se que nos grãos do material há pouco alongamento,
comprovando que a ruptura deste material se deu com menor deformação (12 %) que o
material base sem solda, conforme mostrado na Tabela 4.8. Porém, o limite de resistência
ficou próximo ao do material base sem solda, houve uma pequena perda (cerca 8%).
(a) (b)
FIGURA 4.21: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG, sem tratamento térmico,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido.
82
4.6.1.6 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Processo TIG com Revenimento a 400 ºC
Na Figura 4.22 (b), nota-se uma irregularidade na superfície e alongamento nos grãos,
indicando a existência de deformação plástica, A Figura 4.22 (a) mostra a predominância de
dimples na superfície, porém há o aparecimento de facetas de clivagem, caracterizando uma
fratura do tipo mista. Nota-se ainda, nas imagens a ocorrência de coalescimento de vazios,
formando uma microtrinca.
Facetas de Clivagem
(a) (b)
FIGURA 4.22: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG com revenimento a 400 ºC,
rompido em tração – MEV (a) mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido.
4.6.1.7 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Processo TIG com Revenimento a 500 ºC
Na Figura 4.23 (b) observa-se uma superfície irregular com grãos alongados, com esta
fratura ocorreu a aproximadamente 45º, com deformação e redução de área. Na
Figura 4.23 (a) há predominância de dimples, porém, de forma semelhante à Figura 4.22 (a),
há a ocorrência de facetas de clivagem, caracterizando uma fratura do tipo misto.
83
Facetas de Clivagem
(a) (b)
FIGURA 4.23: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG, com revenimento a 500 ºC,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido.
4.6.1.8 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Processo TIG com Têmpera e Revenimento a
400 ºC
Nesta condição, após o processo de soldagem TIG, o aço foi submetido à têmpera e
aplicou-se novamente o tratamento térmico de revenido a 400 ºC. Comparando os dados da
Tabela 4.8, para esse tratamento térmico, os resultados para as propriedades em tração foram
satisfatórios e estão mais próximos dos apresentados para o material sem solda nesta mesma
condição de tratamento. Nas microestruturas analisadas observou-se, na superfície de fratura,
a presença de vários dimples, Figuras 4.24 (a), porém, há também a presença de facetas de
clivagem, caracterizando novamente o tipo de fratura mista. Ocorre alongamento dos grãos,
Figuras 4.24 (b) na borda da fratura, a direção de ruptura ocorreu a 45º, com aparência menos
irregular que as imagens anteriores.
Facetas de Clivagem
(a) (b)
FIGURA 4.24: Aço AISI 4130 soldado com o processo TIG com têmpera e revenimento a
400 ºC rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio
Óptico (b) mostrando a lateral do CDP rompido.
84
4.6.1.9 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Processo Laser sem Tratamento Térmico
Facetas de Clivagem
(a) (b)
FIGURA 4.25: Aço AISI 4130 soldado com o processo Laser sem tratamento térmico,
rompido em tração – MEV (a) - mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido.
4.6.1.10 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Pprocesso Laser com Revenimento a 400ºC
(a) (b)
FIGURA 4.26: Aço AISI 4130 soldado com o processo Laser com tratamento térmico de
revenimento a 400 ºC, rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura;
Microscópio Óptico (b) mostrando a lateral CDP rompido.
4.6.1.11 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Processo Laser com Revenimento a 500ºC
(a) (b)
FIGURA 4.27: Aço AISI 4130 soldado com o processo Laser, com revenimento a 500 ºC,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido.
86
4.6.1.12 Aço AISI 4130 Soldado por meio do Processo Laser com Têmpera e
Revenimento a 400ºC
(a) (b)
FIGURA 4.28: Aço AISI 4130 soldado com o processo Laser, temperado e revenido a 400 ºC,
rompido em tração – MEV (a) – mostrando a superfície de Fratura; Microscópio Óptico (b)
mostrando a lateral do CDP rompido.
87
5. Conclusão
O tratamento térmico pós solda de revenimento para a solda Laser, contribuiu para a
recuperação da ductilidade, a temperatura a 400 ºC mostrou-se mais eficaz, para elevar o
alongamento, que a temperatura de 500 ºC.
2. Estudar outros processos de solda como a plasma, que tem um melhor direcionamento
da tocha de plasma;
3. Estudar outros possíveis tratamentos térmicos pós soldagem, que possam melhorar a
homogeneidade da microestrutura da ZF e ZTA;
5. Utilizar diferentes ataques químicos para identificar as fases formadas na zona fundida
e zona termicamente afetada e aplicar programas de imagens para quantificar os
microconstituintes observados.
89
Referências
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Conshohocken, PA: ASTM, 2016.
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Caracterização mecânica e microestrutural de um aço AISI 4130 soldado pelo processo TIG e a LASER.
6.
AUTOR(ES):
Os aços de ultra-resistência são de grande importância na área aeronáutica, aeroespacial e automotiva por
apresentarem uma elevada tenacidade e resistência mecânica. O aço AISI 4130 encontra-se na classe dos aços de
ultra-resistência, sendo muito usado em aviões de pequeno porte, por resistir bem às tensões que são ocasionadas
no pouso e na decolagem de aeronaves. Estes aços são utilizados, por exemplo, no berço do motor e trem de
pouso de aeronaves de pequeno porte. Estes são equipamentos soldados e suportam grande concentração de
tensões, portanto, há necessidade do estudo aprimorado dos processos de soldagem. Estes processos são
importantes também em outras aplicações aeroespaciais como foguetes e mísseis. Este trabalho compara dois
processos de soldagem: um convencional TIG (Tungsten Inert Gas) e outro automatizado a Laser, são dois
métodos eficientes para união de metais que apresentam diferenças nos resultados. As soldas foram realizadas em
chapas com 1 mm de espessura, soldas em cheio, sem adição de material (autógena) em dois processos, TIG e a
Laser, para possibilitar uma comparação entre os processos. Foram realizados tratamentos térmicos pós solda:
inicialmente foi feito um revenido a 400ºC, este se mostrou benéfico, melhorando a ductilidade do aço e reduzindo
os efeitos de fragilização na região soldada. No segundo tratamento, o aço foi revenido a 500ºC que, comparado
com o anterior, mostrou o mesmo efeito, mas com um leve aumento na dureza do material. No terceiro tratamento,
foi realizada a têmpera a óleo a 850ºC seguida de revenimento a 400ºC, aumentando a resistência do material.
Estes três tratamentos térmicos foram feitos após os dois processos de soldagem e também no metal base, para
avaliar a influência destes nas propriedades mecânicas. Foi feita uma caracterização microestrutural por
microscopia óptica da Zona de Fusão (ZF) e Zona Termicamente Afetada (ZTA), observando-se a formação de
martensita na zona fundida nos dois processos de solda usados, porém, com diferenças entre os tamanhos de grãos
e microconstituintes devido às diferenças no aquecimento e na velocidade de resfriamento. Observou-se que a
espessura da região fundida e zona afetada pelo calor no processo TIG foi aproximadamente dez vezes maior que
a formada na solda a Laser. O valor de dureza observado na ZF e na ZTA foi semelhante nos dois processos. As
propriedades mecânicas em tração após tratamento térmico (limites de escoamento e resistência) mantiveram-se
em níveis elevados, semelhantes ao do material base. Após o tratamento de revenido a 400ºC houve uma
recuperação na ductilidade do material, principalmente no material soldado a Laser, mostrando a importância do
procedimento.
12.
GRAU DE SIGILO:
(X ) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) SECRETO