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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
NITERÓI
2019
ANDRÉ LUÍS FONTES FERREIRA
Orientador:
Prof. Dr. Thales Terrola e Lopes
Coorientador:
Msc. Milon Pereira da Silva
Niterói, RJ
2019
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Aprovado em 11 de dezembro de 2019, com nota ____,__ (valor, valor), pela banca
examinadora.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dr. Thales Terrola e Lopes – Orientador
UFF
________________________________________________
Msc. Milon Pereira da Silva – Coorientador
UFRJ
________________________________________________
Prof. Dr. Thiago Trezza Borges – Membro Convidado
UFF
________________________________________________
Msc. Thomas Moreira Campello – Membro Convidado
UFRJ
________________________________________________
Eng. Marcos Paulo Stoduto Salabert da Silva – Membro Convidado
Enel Distribuição Rio
Niterói
2019
À minha mãe, Vânia Lúcia Fontes Ferreira, ao
meu pai Alexandre José Ferreira, aos meus
irmãos Alexandre e Anna Clara e a minha
namorada Bianca Oliveira.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo imensurável apoio e por estarem presente em toda minha
formação não só acadêmica como pessoal.
À toda minha família e amigos, que sempre me deram suporte e estiveram ao meu
lado.
À minha namorada Bianca, por estar ao meu lado, me dando apoio e confiança nesse
momento importante da minha vida.
Ao professor e orientador Thales Terrola e Lopes, pela orientação e suporte, sendo
fundamental na minha formação.
Ao meu amigo e coorientador Milon Pereira da Silva, por todo suporte dado, e auxilio
em todo momento, sendo essencial para conclusão desse trabalho.
Aos meus professores, pelos seus ensinamentos, dando o suporte necessário para a
conclusão do curso de Engenharia Elétrica.
“Não tenha pressa, mas não perca tempo”
José Saramago
RESUMO
Due to the gradual growth of both the consumption aspect and the need for continuity
of its supply, the studies carried out for the application and sizing of the Power Systems
Protection schemes show the need for tools that allow the thorough analysis for an ideal take.
decision regarding the specification of the equipment that should make up the protection
scheme of the observed area. In this aspect, the development of this work prioritizes the
demonstration of the use of a reputable software in the market in the area of electromagnetic
transients studies, known for the fidelity of its models in relation to reality and without
associated cost. Applying its use in the area of specific case simulation in protection studies,
which portray the cases of sympathetic trip, which means the improper operation of a particular
relay outside the abnormality region. This required the use of the Models tool to implement and
validate time overcurrent relays and their different curves in the ATP (Alternative Transients
Program) program so that it can be used to conduct protection studies involving short circuits.
This work demonstrated that the use of the ATP software and the implemented relay
was satisfactory and evidenced, influenced by a case study, one of the causes of sympathetic
trip, which is the delay of voltage recovery in regions with very inductive loads. , concluding
the need for a good choice of relay curves, Current Transformer Tape sizing.
Tabela 1 – Tabela de especificação dos tipos de curva segundo as normas IEC 60255-3 e IEEE
C37.112. ................................................................................................................................... 19
Tabela 2 – Tabelas dos valores das resistências e tempos das chaves. .................................... 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ........................................................................ 1
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 2
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 2
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 3
2 PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA ........................................ 4
2.1 FILOSOFIA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO ..................................................... 6
2.1.1 SELEÇÃO DE UM ESQUEMA DE PROTEÇÃO .............................................. 6
2.1.2 COMPOSIÇÃO DE UM ESQUEMA DE PROTEÇÃO ..................................... 7
2.1.3 REQUISITOS FUNCIONAIS DE UM ESQUEMA DE PROTEÇÃO ............... 9
2.1.4 NÍVEIS BÁSICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO ................................... 9
2.1.5 ZONAS DE PROTEÇÃO .................................................................................. 10
2.1.6 SELETIVIDADE DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO ........................................ 11
2.2 RELÉS DE PROTEÇÃO ........................................................................................... 12
2.2.1 RELÉ ELEMENTAR ......................................................................................... 12
2.2.2 FORMA DE ACIONAMENTO ......................................................................... 13
2.2.3 TIPOS DE RELÉ ................................................................................................ 14
2.2.4 RELÉS DE SOBRECORRENTE....................................................................... 17
3 CASO DISTRIBUIDORA DO SUDESTE ................................................................... 20
4 PROGRAMAS ATP E ATPDRAW ............................................................................. 23
4.1 ATP ............................................................................................................................ 23
4.2 ATPDRAW ................................................................................................................ 26
4.3 MODELS ................................................................................................................... 27
4.3.1 FUNÇÕES DA MODELS .................................................................................. 29
4.3.2 INTERAÇÃO COM A REDE ELÉTRICA ....................................................... 32
4.3.3 TIPOS DE MODELS ......................................................................................... 33
4.4 FUNÇÃO 51 USANDO A LINGUAGEM MODELS .............................................. 41
4.4.2 SIMULAÇÃO 1 ................................................................................................. 47
4.4.3 SIMULAÇÃO 2 ................................................................................................. 50
4.4.4 SIMULAÇÃO 3 ................................................................................................. 54
4.4.5 SIMULAÇÃO 4 ................................................................................................. 56
4.4.6 SIMULAÇÃO 5 ................................................................................................. 59
4.4.7 SIMULAÇÃO 6 ................................................................................................. 61
4.4.8 SIMULAÇÃO 7 ................................................................................................. 63
4.4.9 SIMULAÇÃO 8 ................................................................................................. 65
5 FÊNOMENO “SYMPATHETIC TRIPPING” ............................................................. 67
5.1.1 ANÁLISE ........................................................................................................... 68
5.1.2 SOLUÇÕES ....................................................................................................... 71
5.1.3 SIMULAÇÕES/RESULTADOS NO ATP ........................................................ 72
5.1.4 SIMULAÇÕES NO ATP ................................................................................... 83
6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 91
ANEXO A – Programação do Relé 51 na Linguagem MODELS ........................................... 94
1
1 INTRODUÇÃO
A energia elétrica desde o início de seu uso até o momento presente transformou-se
em um recurso primordial na rotina do ser humano, imprescindível na saúde, educação,
segurança e um fator crucial para o desenvolvimento econômico de uma sociedade. Esta
dependência exige que sua oferta seja perpetua tornando-se necessário uma matriz de geração
energética vasta e diversificada.
Em um país como o Brasil, de dimensões continentais e com uma ampla bacia
hidrográfica, a produção de energia é majoritariamente oriunda de usinas hidrelétricas,
entretanto as localizações dessas unidades geradoras são afastadas das metrópoles e maiores
centros de consumo. Devido a essa distância, é exigido que a execução da transmissão e da
distribuição dessa energia do ponto de geração ao ponto de consumo seja impecável. Essa
conjuntura concebe ao sistema elétrico uma maior complexidade, já que por conta de sua
extensão territorial as linhas de transmissão são suscetíveis a diferentes tipos de falhas ou
defeitos, podendo ser de natureza humana, como falhas em manobras ou vandalismo, de
fenômenos da natureza, como condições climáticas adversas, por exemplo descargas
atmosféricas, contato com aves ou árvores, e de condições anormais de funcionamento, como
desequilíbrio de tensão e curto-circuito. Assim, o sistema de proteção instalado deve atuar na
ocorrência desses defeitos de maneira que a menor região possível seja afetada.
Visto a importância que deve ser atribuída nos estudos elétricos, projetos e instalações,
com o advento da era digital, no decorrer das últimas décadas, a utilização de softwares com
capacidade de realizar uma simulação fiel a realidade do sistema se tornou uma prática habitual
e confiável, tornando possível prever possíveis falhas de um sistema antes de sua
implementação, além de possibilitar a realização de estudos de casos de anomalias reais
ocorridas no sistema, verificar causas dessas perturbações e formas de mitiga-las,
dimensionamento otimizado dos dispositivos de proteção, gerando uma economia em um setor
de elevado custo.
Nesse contexto o uso software ATP, que é uma importante ferramenta usada em
estudos de fenômenos transitórios eletromagnéticos, vem ganhado destaque em estudo de
proteção. Em seu ambiente computacional, o ATP permite a utilização de uma linguagem
própria de programação, a MODELS, para desenvolver a modelagem de equipamentos da rede,
2
para serem utilizados em formato de blocos no ATPDraw, e com isso permitir a sua utilização
de blocos que não pertencem à biblioteca do programa nas simulações.
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
Apesar de atípico, por vezes essas as falhas quando de maior magnitude tem a
capacidade de ocasionar uma queda generalizada, conhecida como blecaute. Afim de mitigar a
área afetada e prontamente restabelecer o fornecimento de energia elétrica, existem
automatizações adequadas do sistema e procedimentos preestabelecidos de operação (Sato,
2013).
Ainda assim, mesmo que todas as precauções sejam devidamente tomadas desde a fase
de elaboração do projeto, instalação, sendo obedecidos e executados todos procedimentos de
operação, protocolos de rede e recomendações das normas existentes, a ocorrência dos curtos-
circuitos, das sobrecargas e das sub e sobretensões são inerentes ao sistema elétrico e deverão
acontecer ao longo de seu funcionamento (Mamede, 2013).
Nesse contexto, deve ser atribuída aos estudos, projetos e instalações dos esquemas de
proteção elétrica um caráter de relevante preocupação para o sistema elétrico como um todo,
tendo em sua atuação a responsabilidade de funcionamento dos equipamentos que constituem
a rede com menor degradação no decorrer da sua vida útil devido às perturbações.
6
De suas partes constituintes, o relé tem um componente responsável pela operação que
obtém as informações dos equipamentos de medição, de corrente dos TCs e da tensão dos TPs,
podendo ser de ambos ou de apenas um deles, a depender da função do relé no sistema, podendo
através da análise dessa grandeza ter a capacidade de diagnosticar o funcionamento do sistema
em normal ou anormal, a partir desse reconhecimento caso seja necessário esse componente
atua de forma a exercer na outra parte de sua estrutura física que são basicamente dois contatos,
que em aberto significam funcionamento normal, um movimento para selar esses contatos.
Sendo nesse caso de defeito, com os contatos do relé fechados, os circuitos de alarme e abertura
de um disjuntor são energizados, dessa abertura o elemento em curto é isolado interrompendo
o fluxo de corrente que o energiza.
A forma em como são acionados os equipamentos de interrupção por meio dos relés
podemos segregar em dois tipos de relé que são:
14
Constituído por bobinas, disco de indução, molas, contatos fixos e móveis os relés
eletromecânicos de indução são tidos como um equipamento de alto refino podendo ser
comparados aos antigos relógios. Costumam ser fácil manutenção e de fácil ajuste dos
parâmetros elétricos (Mamede, 2013).
Nos dias de hoje os relés eletromecânicos de indução não são mais fabricados, mas
ainda assim milhares desses dispositivos continuam instalados nas subestações das
concessionárias de energia elétrica por serem equipamentos com tempo de vida útil longo e
somente são substituídos normalmente quando é feita alguma intervenção no sistema de
proteção da subestação, motivada por reforma, ampliação ou necessidade de se alcançar melhor
desempenho operacional (Mamede, 2013).
A Figura 7 mostra um relé de sobrecorrente eletromecânico de indução (Mamede,
2013).
15
caracterizado por tempo definido ou tempo inverso, já o relé de sobrecorrente instantâneo (50)
atua de maneira instantânea (Kindermann, 2012). Os tempos de ajuste para atuação do relé é
representado pela Figura 11 que ilustra as curvas correlacionando tempo e corrente.
A definição da curva a ser utilizada deve ser feita usando como base o equipamento a
ser protegido e a característica do sistema em que o mesmo está situado.
O ajuste da função 51 é feita pela equação
𝐾
𝑡𝑎𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑙é = 𝑇𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 (𝑀𝛼−𝛽 + 𝐿) (2.1)
Tabela 1 – Tabela de especificação dos tipos de curva segundo as normas IEC 60255-3 e IEEE C37.112.
Norma Tipo de curva K α Β L
Curva Inversa 0,14 0,02 1 0
Moderadamente Inversa 0,05 0,04 1 0
IEC
Muito Inversa 13,5 1 1 0
Extremamente Inversa 80 2 1 0
Moderadamente Inversa 0,515 0,02 1 1,14
IEEE Muito Inversa 196,1 2 1 4,91
Extremamente Inversa 282 2 1 1,217
Fonte: Kindermann, 2015
O caso base que motivou o estudo aprofundado sobre o “sympathetic trip”, ocorreu na
área de atuação de uma concessionária do sudeste do Brasil no qual devido à uma perturbação
numa linha de transmissão de 34,5kV, ocorrida em virtude de um defeito transitório e, após a
eliminação da anomalia com seu respectivo religamento automático, na região adjacente em
consequência de ser uma área domiciliar com carga indutiva devido a quantidade de motores
ligados (ar condicionados) fez com que o relé da subestação adjacente atuasse por efeito de uma
alta corrente de “inrush mantida” em seu respectivo Transformador devido a essa característica
da carga da região. Devido ao ocorrido ter sido algo inusitado para a equipe de Estudos de
Proteção, foi verificado a Oscilografia (Figura 12) pós religamento automático do
Transformador a fim de entender o porquê do aumento repentino do carregamento visto pelo
relé de proteção. Haja vista um fator de potência bem indutivo constatou-se que poderia se tratar
do efeito do “sympathetic trip” já que a falta já havia sido extinguida e fez com que um relé de
outra região atuasse indevidamente.
Figura 13 – Cálculo do Fator de Potência da Região através dos fasores de corrente e tensão.
A Figura 14 mostra o carregamento pré falta com uma magnitude em torno de 160 A
visto pelo terminal da LT ABC/XYZ circuito #1 34,5kV.
Figura 14 – Carregamento da LT ABC/XYZ circuito #1 34,5 kV.
Figura 15 – Carregamento pré e pós falta (depois do Religamento automático da LT ABC/XYZ circuito
#1 34,5kV.
Na Figura 16 fica mais fácil observar o que acontecera no momento do 1º desarme, visto pelo
Relé do geral de Baixa do Transformador 1.
A solução aplicada pela concessionária foi alterar a curva de muito inversa para
extremamente inversa. No caso o aumento do pick up do disjuntor geral de baixa também foi
uma solução pensada porem pela relação do TC disponível ser de 400:5 mostrou-se inviável
aplicar esta solução alternativa e, até o presente momento, não foram registrados casos similares
envolvendo os bays supracitados ou mesmo desarmes indevidos das proteções desta região.
23
4.1 ATP
faça essa definição (Rule Book, 2002). Através da utilização deste algoritmo, é possível realizar
análises no domínio da frequência ou análises harmônicas (Ametani, 2015).
se associar basta entrar em contato com a coordenação do programa e efetuar o cadastro como
usuário. Depois de cadastrado, o usuário tem acesso ao programa, ao manual de utilização (Rule
Book) e as novas publicações sobre o assunto.
4.2 ATPDRAW
O programa ATP possui interface em texto e uma formatação rígida, o que é pouco
amigável para uma parte considerável de usuários, a partir dessa dificuldade ocorreu o
desenvolvimento pela Bonneville Power Administration (BPA) do ATPDraw que é um pré-
processador gráfico do ATP na plataforma MS-Windows que permite a modelagem de redes
de sistemas de potência a partir de blocos pré-existentes que representam cada componente
desse sistema, os códigos do ATP são gravados na medida em que são inseridos, onde são
preenchidos os parâmetros do componente representado. Como ilustra a Figura 18 onde é
inserido um transformador BCTRAN, já na Figura 19 mostra o código em formato ATP dessa
inserção. No ATPDraw o usuário pode construir modelos digitais do circuito a ser simulado
usando o mouse e selecionar os componentes pré-definidos a partir de um menu, de forma
interativa. Com base neste circuito o ATPDraw gera o arquivo de entrada para a simulação no
ATP no formato apropriado. O ATPDRAW utiliza um layout padrão do Windows possuindo
todos os tipos de recursos de edição do circuito padrão (copiar / colar, agrupamento, girar,
exportar / importar, unido / rio). Todos os componentes inseridos na janela principal podem ser
interligados por linhas geradas com a ajuda do mouse (Kraulich, 2016).
Figura 18 – Transformador Modelo BCTRAN.
4.3 MODELS
A Figura 20 mostra a forma de organização dos comandos básicos, os quais devem ser
colocados a seguir dos dados conhecidos como “MISCELANEOUS DATA CARDS” e
anteceder todos os dados da rede elétrica.
Da Figura 21, aba NODES, existe uma coluna “kind” (tipo), essa coluna tem alguns
parâmetros, são eles (também são uma INPUT):
• 0: saída
• 1: (i) entrada de corrente
• 2: (v) entrada de tensão
• 3: (comutador) entrada de status do comutador
• 4: (match) entrada variável da máquina
• 5: (tacs) entrada variável tacs
• 6: (imssv) parte imaginária da tensão complexa do nó em estado estacionário;
• 7: (imssi) parte imaginária da corrente complexa do comutador em estado estacionário
• 7: (imssi) parte imaginária da corrente complexa do comutador em estado estacionário
• 8: saída de outro modelo
• 9: (atp) entrada da variável ATP global (MNT = número de simulação).
32
A interação da MODELS com a rede elétrica pode ser feita de duas formas distintas.
Uma através do elemento Type 94, que permite não haver defasagem entre a solução da rede e
a MODELS e a outra Files (sup/mod) onde as soluções da rede e das equações ficam defasadas
de um passo de integração (Dubé, s.d.).
33
Nesta parte será introduzida uma breve explicação de cada Models que o programa
ATP disponibiliza para o seu usuário.
Existe o arquivo de model default, ou seja, padrão, conforme Figura 24. Nele o usuário
pode modelar o model (desenho e estrutura) da maneira simples. Isso facilita muito a utilização
e a modelagem para os usuários que não tem muita familiaridade com o programa. O elemento
da MODELS formado no software ATPDraw pelo Default Model está representado na Figura
25.
34
A entrada e saída da MODEL, o uso do modelo e a interface com resto do circuito são
manipulados pelo ATP.
4.3.3.3 Type 94
Figura 28 – Diferentes tipos de componentes MODELS type 94 e como eles se comunicam com o ATP.
O capitulo 3.4 utilizou como referência (Xavier & Romano, 2013) para as simulações.
Para esta aplicação foi necessário elaborar cinco entradas de dados no código da
MODELS a serem inseridas pelo usuário:
• a corrente de ajuste temporizado Is51;
• o tempo de retardo tret51;
• o tipo de curva Tipo51;
• o multiplicador de tempo k;
• a relação do transformador de corrente RTC;
O valor digitado pelo usuário para Is51 refere-se ao valor de corrente eficaz secundária
do transformador de corrente. O relé de sobrecorrente temporizado apresenta um tempo de
retardo que pode ser configurado com um valor especificado pelo usuário ou definido de acordo
com as curvas de tempo inverso das normas 60255-3 da IEC ou C37.112 da IEEE. Se o usuário
deseja um tempo de retardo definido, o mesmo deve ser preenchido na variável tret51 e a
variável Tipo51 deve ser preenchida com 0. O valor de k pode ser preenchido com qualquer
valor, pois é desconsiderado para este caso.
O relé usado na simulação é do tipo de sobrecorrente temporizado e apresentará as
seguintes variáveis:
Sobrecorrente temporizado (função ANSI 51) valor de atuação ajustado no campo
Is51:
Ajuste de corrente mínima de atuação para a unidade 51 (Temporizada).
(1,2 − 1,5)INmax
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≥ (4.1)
𝑅𝑇𝐶
A Figura 32 apresenta os dados que devem ser inseridos nas tabelas de “Attributes”
pelo usuário, as variáveis de entrada estão na coluna “Data” e de saída do circuito na coluna
“Nodes”.
O arquivo .mod, que dispõe do código do relé de sobrecorrente temporizado na
linguagem MODELS encontra-se no Anexo I deste documento e o fluxograma com a lógica do
componente é apresentada na Figura 33. O usuário entra com os valores da corrente de ajuste e
da relação do transformador de corrente, além dos valores para a escolha do tipo de curva. A
lógica então calcula os valores das correntes eficazes das três fases e utilizando o valor de RTC
calcula também os valores das correntes eficazes referidas ao secundário do transformador. Se
qualquer uma das correntes secundárias das três fases for maior que o valor da corrente de ajuste
referida ao secundário, a lógica ativa um contador que, ao atingir o tempo de retardo calculado
de acordo com a curva escolhida ou de acordo com o tempo definido pelo usuário, envia uma
saída para a abertura das chaves. Caso contrário, não.
44
Na Tabela 2 e na Figura 35 constam os dados das resistências utilizadas em cada uma das fases,
juntamente com os tempos de fechamento das chaves. Observa-se que o curto é aplicado em
0,5 segundos. Vale ressaltar que esses valores são atípicos e foram utilizados somente para
observar que a MODELS programada está funcionando corretamente.
46
4.4.2 SIMULAÇÃO 1
Esta primeira simulação verificou se o relé estava atuando no tempo definido pelo
usuário. A Figura 36 apresenta os dados preenchidos pelo usuário para a primeira simulação e
os valores limites para atuação do relé.
Como a primeira simulação tem por objetivo verificar se o relé está atuando no tempo
de retardo definido pelo usuário, a variável de entrada Tipo51 deve ser igual a zero e k51 pode
ser desconsiderada. A Figura 37 apresenta a corrente eficaz das três fases. Verifica-se que o
tempo de retardo foi de aproximadamente 2,0s. A Figura 38 corresponde ao sinal TRIP enviado
para as chaves. É possível verificar também que, como o relé possui um tempo de retardo,
mesmo o circuito atingindo o valor da corrente de ajuste de temporizado, neste caso 7 A RMS,
a abertura das chaves só atua após o tempo definido pelo usuário, alcançando neste intervalo o
valor da corrente de curto-circuito trifásica do sistema, visto na Figura 39.
4.4.3 SIMULAÇÃO 2
A segunda simulação teve por objetivo verificar se, quando o usuário optar por algum
tipo de curva definida pelo IEEE ou IEC, o tempo de retardo calculado pela lógica do programa
estaria correto. A Figura 40 apresenta os valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se
conhece o comportamento da corrente, colocou-se a corrente de trip como 5 A.
Figura 40 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
Ao se optar por Tipo51 ser igual a um, a curva escolhida para cálculo do tempo de
retardo foi a IEC Normalmente Inversa. Logo, a equação da curva inversa tipo 1 apresentada
anteriormente é a utilizada pela lógica do programa e a Figura 40 é utilizada como referência
para os parâmetros da curva Normalmente Inversa. Substituindo os parâmetros e o valor de k51
na equação da curva inversa, tem-se um tempo de retardo de 1,524s (um pouco mais de 1
segundo depois da aplicação do curto). A Figura 41 mostra as curvas da IEC e o ponto
correspondente a esse tempo.
51
Fonte: SEL,2012.
A Figura 42 apresenta a corrente eficaz das três fases, mostrando então que o tempo de
retardo foi de 1,524s. A Figura 43 corresponde ao sinal TRIP enviado para as chaves, juntamente
com as correntes de fase como consta na Figura 44.
52
4.4.4 SIMULAÇÃO 3
A terceira simulação foi feita mudando a curva para o tipo 2. A Figura 45 apresenta os
valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se conhece o comportamento da corrente,
colocou-se a corrente de trip como 5 A e aplicou no mesmo exemplo que os casos anteriores.
Viu-se na Figura 46 e Figura 47 que o relé entra em funcionamento de forma correta e
coerente com o que se foi modelado, com um tempo de retardo aproximadamente 1.4 segundo
depois da aplicação do curto circuito.
Figura 45 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:ISEFA
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:TRIP
4.4.5 SIMULAÇÃO 4
A quarta simulação foi feita mudando a curva para o tipo 3. A Figura 49 apresenta os
valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se conhece o comportamento da corrente,
colocou-se a corrente de trip como 5 A e aplicou no mesmo exemplo que os casos anteriores.
Viu-se na Figura 50 e Figura 51 que o relé não entra em funcionamento (ou seja, ele não
“tripa”) tendo uma margem maior de atuação. Uma comprovação está na
Figura 48, ondas as correntes de fases da linha não vão à zero.
Figura 49 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:ISEFA
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:TRIP
4.4.6 SIMULAÇÃO 5
A quinta simulação foi feita mudando a curva para o tipo 4. A Figura 52 apresenta os
valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se conhece o comportamento da corrente,
colocou-se a corrente de trip como 5 A e aplicou no mesmo exemplo que os casos anteriores.
Viu-se na Figura 53 e Figura 54 que o relé não entra em funcionamento (ou seja, ele não
“tripa”) tendo uma margem maior de atuação. Uma comprovação está na
Figura 48, ondas as correntes de fases da linha não vão à zero.
Figura 52 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:ISEFA
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:TRIP
4.4.7 SIMULAÇÃO 6
A sexta simulação foi feita mudando a curva para o tipo 5. A Figura 56 apresenta os
valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se conhece o comportamento da corrente,
colocou-se a corrente de trip como 5 A e aplicou no mesmo exemplo que os casos anteriores.
Viu-se na Figura 57 e Figura 58 que o relé entra em funcionamento de forma correta e
coerente com o que se foi modelado, com um tempo de retardo aproximadamente 0.4 segundo
depois da aplicação do curto, ou seja, o tempo de retardo desta simulação foi menor que o
especificado pelo usuário (1 segundo) devido à fórmula deste tipo de curva que tem muito
influência do valor ks1.
62
Figura 56 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:ISEFA
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:TRIP
4.4.8 SIMULAÇÃO 7
A sétima simulação foi feita mudando a curva para o tipo 6. A Figura 59 apresenta os
valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se conhece o comportamento da corrente,
colocou-se a corrente de trip como 5 A e aplicou no mesmo exemplo que os casos anteriores.
O que ocorreu nesta simulação foi bem parecido com o que ocorreu na simulação 6,
Figura 60 e Figura 61, onde o relé de proteção instalada na rede entra em operação com um tempo
de retardo aproximadamente 0.1 segundo, ou seja, o tempo de retardo desta simulação foi menor
que o especificado pelo usuário (1 segundo) devido à fórmula deste tipo de curva que tem muito
influência do valor ks1.
64
Figura 59 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:ISEFA
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:TRIP
4.4.9 SIMULAÇÃO 8
A oitava simulação foi feita mudando a curva para o tipo 7. A Figura 62 apresenta os
valores de entrada definidos pelo usuário. Como já se conhece o comportamento da corrente,
colocou-se a corrente de trip Is51 como 5 A e aplicou no mesmo exemplo que os casos
anteriores.
O que ocorreu nesta simulação foi bem parecido com o que ocorreu na simulação 6 e
na simulação 7, Figura 63 e Figura 64, onde o relé de proteção instalada na rede entra em operação
com um tempo de retardo aproximadamente 0.2 segundo, ou seja, o tempo de retardo desta
simulação foi menor que o especificado pelo usuário (1 segundo) devido à fórmula deste tipo
de curva que tem muito influência do valor ks1.
66
Figura 62 – Dados preenchidos pelo usuário e os valores limites para atuação do relé.
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:ISEFA
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 [s] 3,0
(f ile teste1.pl4; x-v ar t) m:TRIP
Para qualquer tipo de falha de derivação no sistema de energia, todas as partes da rede
sofrerão queda de tensão por um período no mínimo igual ao tempo de eliminação da falha. O
percentual dessa queda de tensão em um determinado ponto depende da distância da falha e da
resistência à falha. Se um barramento que está conectado um grupo de motores de indução for
exposto a essa queda de tensão, que pode ser causada por uma falha em outro alimentador com
um nível de tensão maior, menor ou igual, a corrente de fase excessiva consumida pelo grupo
de motores pode causar a operação de proteção de sobrecorrente de o alimentador de
fornecimento.
Quando a falha remota é desequilibrada ou se a carga consiste em diferentes tamanhos
/ tipos de motores monofásicos, a proteção de falta à terra do alimentador também pode
desarmar devido à corrente de sequência zero criada devido à carga desequilibrada. Esses tipos
de operação de relé que resultam em disparos indesejados de um alimentador íntegro devido ao
comportamento de sua carga de suprimento específica em resposta a uma falha em outra parte
do sistema são chamados de “sympathetic trip” (Mladenovic, 2010).
O fenômeno do “sympathetic trip”, se caracteriza em operações indesejáveis do relé
para condições de carga desbalanceada ou alta que ocorrem durante ou imediatamente após
68
falhas fora de sua zona de proteção. A causa raiz do problema de “sympathetic trip” é o tipo e
a conexão de cargas atendidas pelos alimentadores de distribuição. Existem duas classificações
de “sympathetic trip”: aqueles que ocorrem devido a condições de recuperação de tensão
atrasadas e aqueles que ocorrem devido ao desequilíbrio da carga durante uma falha fora da
seção (Roberts, 1997).
5.1.1 ANÁLISE
Os disparos do alimentador radial durante uma falha fora da seção também estão
relacionados ao fenômeno do “sympathetic trip”. Um circuito com falha em um sistema de
distribuição de média tensão é mostrado na Figura 65
69
Em uma primeira instância, é possível pensar que a falha deve ser eliminada pelo CB1,
sem afetar o circuito protegido pelo CB2. No entanto, se houver vários motores de indução de
baixa inércia incluídos na carga 2, uma sobrecorrente poderá fluir através do CB2 devido às
condições de bloqueio de alguns motores, produzidas pela queda de tensão. Dependendo da
sensibilidade do relé de sobrecorrente no CB2 e do tempo para abrir o circuito pelo sistema de
proteção associado ao CB1, pode ocorrer uma partida e um “sympathetic trip” subsequente pelo
CB2.
70
5.1.2 SOLUÇÕES
Até agora, os fabricantes de relés e as equipes técnicas das empresas de energia elétrica
ofereceram as seguintes soluções para evitar o “sympathetic trip” (Roberts, 2002):
• Aumentar os limites de atuação (pick up) dos elementos das proteções de sobrecorrente
de fase e de terra: Essa solução é simples, fácil de compreender e eficaz. Entretanto, ela
dessensibiliza a proteção para faltas no sistema. Ela é benéfica por temporariamente
elevar os limites de pick up dos elementos de sobrecorrente, para evitar a ocorrência de
“sympathetic trip” devido à recuperação demorada da tensão. Esse aumento no pick up
do elemento de sobrecorrente temporizado (TOC - Time Overcurrent), como um relé
51, necessita somente ser temporário e desse modo, não dessensibiliza de forma
permanente, sem necessidade, a proteção do alimentador para faltas na seção protegida.
• Diminuir os tempos de eliminação da falta para reduzir o tempo real que as cargas dos
motores permanecem submetidas à uma tensão reduzida: Essa proposta é muito boa uma
vez que reduz a tendência de os motores perderem a velocidade, não somente nos
arredores da falta. Obter tempos de trip mais rápidos dos relés requer um investimento
em esquemas de trip com comunicação assistida (equipamentos de proteção e
comunicações). Esquemas de eliminação de faltas mais rápidos para linhas de
distribuição estão tornando-se mais práticos e atrativos com relação ao custo, devido ao
custo decrescente dos canais e equipamentos de comunicação digitais.
• Diminuir a impedância do sistema de potência para reduzir a queda de tensão na linha:
Quando uma falta no sistema é eliminada, a tensão no terminal do motor não é elevada
imediatamente. Isso é devido à elevada queda da tensão na linha em função das altas
correntes de carga puxadas pelos motores que perderam, ou estão perdendo rapidamente
a velocidade. A tensão reduzida no terminal dos motores aumenta o tempo de
recuperação da tensão do sistema, porque causa o aumento do tempo que os motores
levam para recuperar a velocidade síncrona. Diminuindo a impedância da linha, entre a
fonte e a carga, faz com que a queda de tensão na linha seja reduzida (e aumenta a tensão
no terminal do motor). A desvantagem dessa solução é que requer um grande capital de
investimento para aumentar a bitola dos condutores, bem como diminuir a impedância
do transformador.
• Instalar contadores de subtensão em todas as cargas motorizadas: Essa solução é talvez
a mais eficaz, uma vez que remove do alimentador as cargas dos motores que perderam,
72
Para realizar a simulação no ATP sobre um caso base de “sympathetic trip” foi
utilizado como subterfúgio um caso de uma rede robusta utilizado na disciplina curricular de
Análise de Transitório Eletromagnético na qual é uma versão reduzida de um equivalente de
rede de algumas barras da região sul do Brasil.
73
Foi adicionado ao caso base o sistema de proteção utilizado nas seções anteriores com
a inserção de um motor de indução equivalente na barra de LONDRC-PR138 conforme visto
na Figura 67. Como caso de simulação do fenômeno de “sympathetic trip” devido a carga
indutiva.
A primeira simulação foi realizada aplicando um curto circuito monofásico na fase A
na cara do motor e da carga, visto na Figura 67, com os dados da Figura 68. O curto circuito foi
aplicado em 0.5s e retirado 0.7s. O relé de proteção modelado foi da Figura 68Erro! Fonte de
referência não encontrada., com a curva de inclinação tipo 0 no relé, corrente de curto
monofásico de 100 A, tempo de retardo de 0.2 segundo.
75
Os resultados obtidos foram os da Figura 71 a Figura 74. Nestas figuras constam o trip
do relé, corrente eficaz que o relé enxerga, as correntes e tensões de fases da linha e da barra,
respectivamente. Pode-se notar que o relé “tripou” e desligou todo o circuito, retirando o motor
da rede. Vale ressaltar que esse motor pode representar aparelhos de ar condicionados, sendo
assim, todos eles seriam desligados.
78
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) m:TRIP
150
120
90
60
30
0
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) m:ISEFA m:ISEFB m:ISEFC
4000
[A]
2500
1000
-500
-2000
-3500
-5000
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) c:LC138B-X0002B c:LC138B-X0002B
c:LC138C-X0002C
150
[kV]
100
50
-50
-100
-150
-200
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) v :LC138A v :LC138B v :LC138C
0
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) m:TRIP
150
120
90
60
30
0
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) m:ISEFA m:ISEFB m:ISEFC
150
[kV]
100
50
-50
-100
-150
-200
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) v :LC138A v :LC138B v :LC138C
25,00
[kA]
18,75
12,50
6,25
0,00
-6,25
-12,50
-18,75
-25,00
0 1 2 3 4 [s] 5
(f ile CasoBase_AndiraLeste230_commotor_base.pl4; x-v ar t) c:LC138A-X0002A c:LC138B-X0002B
c:LC138C-X0002C
Nesta etapa colocou-se uma proteção na linha onde se está inserida o equivalente dos
motores para provocar altos picos de corrente, com os mesmos dados da Figura 69. Na rede da
Figura 80 se pode notar que há duas linhas: uma com motor de indução e a outra com uma carga
resistiva, assim foi aplicado um curto monofásico na fase A em 0.5 segundo e retido em 0.7
segundo, 200 ms na linha com a carga resistiva. O relé de proteção é um relé instantâneo, sem
curva de inclinação como visto na Figura 81, ou seja, o relé espera 0.21 s para entrar em
funcionamento, ou seja, 10 ms depois da extinção do curto.
Como se nota na Figura 82, depois da aplicação do curto na linha onde se tem uma
carga resistiva, a corrente que está fluindo no motor cresce bastante chegando a bater 20 kA,
fazendo com que o relé entre em funcionamento, como visto na Figura 83.
85
Foi inserido no relé de proteção a curva de inclinação tipo 3 com ks1 igual a 0.1 (Figura
85) e o resultado mostra que o relé não “tripa” e o sistema volta ao seu regime permanente,
Figura 86 a Figura 88.
87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMETANI, Akihiro. Numerical Analysis of Power System Transients and Dynamics, London:
The Institution of Engineering and Technology, 2015.
ARAÚJO, Carlos André S., CÂNDIDO, José Roberto R., CAMARA DE SOUSA, Flávio,
“Proteção de Sistemas Elétricos”, Rio de Janeiro: Interciência, 2005.
FILHO, João Mamede. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
HAGER, Markus, ROXENIUS, Christian, BOLLEN, Math H.J. "Effect of Induction Motors
and Other Loads on Voltage Dips: Theory and Measurements", IEEE Bologna PowerTech
Conference, 23-26 June 2003.
MORCOS, Medhat M., REINERI, Claudio A., CAMPETELLI, Gabriel N., GOMEZ, Juan C.,
"Behavior of Induction Motor Due to Voltage Sag and Short Interruptions", IEEE transaction
on power delivery, vol. 17, no. 2, pp. 434-400, 2002.
ROBERTS, Jeff, STULO, Terrence L., REYES, Andre. "Sympathetic Tripping Problem
Analysis and Solutions" 24th Annual Western Protective Relay Conference, p. 31, October
1997.
93
ROBERTS, Jeff, STULO, Terrence L., REYES, Andre. "“Sympathetic Trip” Problemas,
Análises e Soluções", SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES, BRASIL LTDA.
A seguir, será mostrada a linguagem Models que foi utilizada para as simulações do Relé 51.
(Xavier & Romano, 2013)
MODEL RT
DATA
INPUT
I[1..3] -- corrente nos terminais [A]
OUTPUT
TRIP
CONST
freq {VAL:60}
VAR
IA
IB
IC
il1
il2
il3
95
IsefA
IsefB
IsefC
t1A --tempo em que a corrente eficaz atingiu a corrente de ajuste pela primeira vez
t1B
t1C
t3A -- variável que garante que o tempo t1 que será registrado é o primeiro tempo que
a corrente ultrapassa o ajuste
t3B
t3C
t4
TRIP
RET51A
RET51B
RET51C
period
TIMESTEP MIN:1E-5
96
DELAY CELLS(il1):1/freq/timestep+1
CELLS(il2):1/freq/timestep+1
CELLS(il3):1/freq/timestep+1
INIT
RET51A:=0
RET51B:=0
RET51C:=0
t1A:=5
t1B:=5
t1C:=5
t2A:=5
t2B:=5
t2C:=5
t3A:=0
t3B:=0
t3C:=0
t4:=0
histdef(il1):=0
histdef(il2):=0
histdef(il3):=0
histdef(integral(IA)):=0
histdef(integral(IB)):=0
histdef(integral(IC)):=0
97
period:=recip(freq)
TRIP:=1
ENDINIT
EXEC
IA:=I[1]*I[1]
IB:=I[2]*I[2]
IC:=I[3]*I[3]
il1:=integral(IA)
il2:=integral(IB)
il3:=integral(IC)
IefA:=sqrt((il1-delay(il1,period))/period)
IefB:=sqrt((il2-delay(il2,period))/period)
IefC:=sqrt((il3-delay(il3,period))/period)
98
IsefA:= IefA/RTC
IsefB:= IefB/RTC
IsefC:= IefC/RTC
TRIP:=1
else
-- CALCULO FASE A
if (IsefA >= Is51) then
if Tipo51=0 then
RET51A:=tret51
endif
if Tipo51=1 then -- curva IEC tipo A
RET51A:=Crv1(IsefA,Is51,k51)
endif
if Tipo51=2 then -- curva IEC tipo B
RET51A:=Crv2(IsefA,Is51,k51)
99
endif
if Tipo51=3 then -- curva IEC tipo C
RET51A:=Crv3(IsefA,Is51,k51)
endif
endif
--------------------------------------------------
-- CALCULO FASE B
if (t3B=0)then
t1B:=t
t3B:=1
endif
100
if Tipo51=0 then
RET51B:=tret51
endif
if Tipo51=1 then -- curva IEC tipo A
RET51B:=Crv1(IsefB,Is51,k51)
endif
if Tipo51=2 then -- curva IEC tipo B
RET51B:=Crv2(IsefB,Is51,k51)
endif
if Tipo51=3 then -- curva IEC tipo C
RET51B:=Crv3(IsefB,Is51,k51)
endif
-- CALCULO FASE C
if (t3C=0)then
t1C:=t
t3C:=1
endif
if Tipo51=0 then
RET51C:=tret51
endif
if Tipo51=1 then -- curva IEC tipo A
RET51C:=Crv1(IsefC,Is51,k51)
endif
if Tipo51=2 then -- curva IEC tipo B
RET51C:=Crv2(IsefC,Is51,k51)
endif
if Tipo51=3 then -- curva IEC tipo C
RET51C:=Crv3(IsefC,Is51,k51)
endif
endif
endif
ENDEXEC
ENDMODEL
103