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CET GESTÃO DE TURISMO

UFCD: 9797 GESTÃO ANIMAÇÃO TURÍSTICA

ROTEIRO TURÍSTICO “A RIBEIRINHA”

JORGE MOREIRA

DELFIM VIEIRA DA SILVA


INTRODUÇÃO

O Porto é considerado um dos destinos turísticos mais procurados e respeitados na


Europa Ocidental, assim como outros no nosso país. O destaque sobre o Porto será o
cerne deste trabalho onde poderá encontrar um pedaço da riqueza desta maravilhosa
cidade.

Tal como grande parte das cidades de Portugal, o Porto possui uma riqueza histórica e
cultural que seduz qualquer visitante/turista interessado nas peculiaridades desta
região. Também possui atrações turísticas interessantes e, em particular, uma vida
noturna agitada pelos seus bares, discotecas e locais de divertimento que contribui
para uma fabulosa atmosfera ao luar.

Porto possuiu uma diversificação de interesses e estímulos que ficam certamente na


memória de quem visita.

Há imensos locais e interesses do Porto que podíamos destacar, mas a nossa ideia
consiste em apresentar um roteiro lógico e bem estruturado da zona ribeirinha para
que o visitante possa usufruir do melhor que esta cidade tem para oferecer em termos
culturais.
ENQUADRAMENTO

A ideia do roteiro que aqui apresentámos, sobre o que nos foi proposto nesta UFCD,
passar por desenvolver as nossas capacidades e aprendizado sobre o que trata a
animação turística.

Este setor de atividade turística destaca-se principalmente pela promoção e realização


de eventos de animação que promovam o bem-estar, o lazer e satisfaçam os espíritos
mais curiosos dos turistas que procuram essencialmente boas experiências. Com isto
procurámos também dar a conhecer o potencial turístico que esta cidade demonstra e
tirar o melhor proveito disso, desde a sua história, costumes, gastronomia e
património.

Esta ideia consiste principalmente num roteiro de 12 locais que mostrem a essência da
zona ribeirinha do Porto, com o intuito de atrair novos clientes, parceiros e
investidores de forma a maximizar lucros e a dinamizar atividades ao longo deste
trajeto. Oferecendo também, argumentos de atração turística nesta área em particular
para que se conjure uma experiência única e com interesse para públicos
diversificados.
ROTEIRO “A RIBEIRINHA”

1. IGREJA SÃO FRANCISCO E CATACUMBAS

A igreja de São Francisco é uma igreja Gótica situada na freguesia de São Nicolau no
centro histórico do Porto. A construção teve início no século XIV como parte de um
convento Franciscano. Tem a estrutura de um templo gótico com reminiscências do
estilo românico. É notável pelo seu interior, revestido a talha dourada dessa mesma
época. De realçar o retábulo do altar da capela de Nossa Senhora da Conceição,
representando a Árvore de Jessé esculpida em madeira polícroma, assim como a
capela de São João Baptista da autoria do arquiteto Diogo de Castilho, de finais do
século XV.

A cidade do Porto tinha diversos cemitérios privados, muitos deles propriedade de


ordens religiosas que se recusavam a passar e a enterrar os seus mortos em cemitérios
públicos. As catacumbas da igreja de São Francisco são das únicas que podem ser
visitadas em Portugal e onde ainda se podem ver gavetões datados de meados do
século XIX, sendo todos iguais, numerados, e com os nomes e datas dos falecidos
gravados no exterior. O chão das catacumbas é composto por grandes retângulos de
madeira, onde estão enterrados os Irmãos da Confraria. Estas ossadas pertencem aos
irmãos da Ordem Terceira, que pretendiam aguardar a Ressurreição no dia do Juízo
final em terreno sagrado, sob o teto protetor de uma igreja.

2. IGREJA PAROQUIAL SÃO NICOLAU

Esta igreja é um edifício representativo da arquitetura religiosa portuense de finais do


séc. XVII. A antiga igreja medieval foi destruída por um incêndio em 1758, tendo sido
reedificada num estilo misto de clássico e barroco. É um templo de uma só nave e no
interior destaca-se a talha de estilo rococó da autoria de Frei Manuel de Jesus
Monteiro, bem como um painel do pintor João Glama. Na nave salienta- se o retábulo
de santo Eloí, padroeiro dos ourives, sendo ainda nos dias de hoje a sede da antiga
confraria dos ourives.
3. PALÁCIO DA BOLSA

O Palácio da Bolsa funciona como sede e pertence à Associação Comercial do Porto e,


lá, realizam-se grande parte dos eventos culturais, sociais e políticos da cidade.

Foi projectada por Joaquim da Costa Lima em 1842 e, embora tenha uma
predominância do estilo neoclássico oitocentista também se pode ver traços da
arquitectura toscana assim como do neopaladiano inglês.

Os lustres foram desenhados por Soares dos Reis. Quem sobe essas escadas consegue
ver com mais clareza o Pátio das Nações, que tem pintado à volta da sua claraboia os
brasões dos países com que Portugal tem relações económicas. Também se encontram
lá marcadas quatro datas, a da criação da Associação, a da construção do Palácio, a da
construção do Mercado Ferreira Borges e a da criação do primeiro Tribunal do
Comércio. Este pátio também já funcionou como Bolsa de Valores.

Na Sala do Tribunal, atualmente despromovida do propósito inicial, é onde se reúne a


Confraria do Vinho do Porto. No teto temos pinturas representativas da Justiça, Pátria,
Agricultura e da Cultura. Temos também em paredes opostas retratos de um
julgamento no antigo tribunal, relativa ao século XV e outra retratando um julgamento
em praça pública, representativa do século XIII. A madeira predominante nesta sala é o
Carvalho Francês.

A Sala do presidente já não é utilizada com essa finalidade, mas é onde se recebem
embaixadores. O primeiro presidente da Associação foi Arnaldo van Zeller, holandês, e
o que manteve o posto durante mais tempo, 32 anos, foi Calem. Na Sala Dourada
encontram-se duas placas com os nomes e duração de presidência de todos eles, e
pelo menos uma vez por mês há lá uma reunião.

Temos ainda a Sala das Assembleias Gerais, onde todos os anos o presidente é eleito.
O trabalho artístico conseguido nesta sala é notório, pois conseguiram com gesso
pintado recriar madeira, mármore e até mesmo bronze. Os veios da madeira foram
conseguidos usando rabos de bacalhau para pintar. O lustre desta sala pesa uma
tonelada e é feito em bronze.
A Sala dos Retratos é onde se encontra uma famosa mesa do entalhador Zeferino José
Pinto que levou três anos a ser construída, revelando-se um "exemplar altamente
qualificado em todas as exposições internacionais a que concorreu". Foi feita usando
apenas uma navalha e os restos das madeiras exóticas usadas no chão. Lá encontram-
se retratos de Diversas figuras da monarquia portuguesa, incluindo de D. Maria II, que
cedeu as ruínas do convento franciscano e do último rei de Portugal, D. Manuel II,
assim como do seu pai e irmão mais velho.

Tem em destaque o Salão Árabe, que demorou 18 anos a ser construído. É onde se
realizam as homenagens a chefes-de-estado que visitem a cidade.

Aqui podem-se encontrar estuques do século XIX, legendadas a ouro com caracteres
arábicos que preenchem as paredes e teto da sala. Há três frases a diferentes cores
(azul, vermelho e verde), "A vitória pertence a Alá", "Alá protege a rainha D. Maria II) e
"Alá acima de todos", todas as outras frases são meramente decorativas e desprovidas
de significado, ainda que alguns elementos decorativos o tenham. Toda a sala foi
decorada com gesso, madeira e 20 kg de ouro. Os únicos elementos que não possuem
estilo árabe são o Brasão Monárquico Português numa ponta da sala e o Brasão do
Porto, na outra.

4. MERCADO FERREIRA BORGES

O Mercado foi construído em 1885 para substituir o Mercado da Ribeira. Devido à


relutância do povo em aceitá-lo como tal, o seu uso como mercado foi curto, e foi,
portanto, aproveitado como espaço cultural, onde se realizaram múltiplas exposições
ao longo dos anos. Atualmente, opera lá o Hard Club e o restaurante O Mercado. Foi
batizado em honra de José Ferreira Borges, jurisconsultor e político portuense que
participou na génese da implantação do Regime Liberal em Portugal.

5. FEITORIA INGLESA

A Feitoria é o local onde se encontram os comerciantes que operam em países


estrangeiros. Sendo a aliança Luso-Britânica a mais antiga do mundo, é um
testemunho da mesma, e como se encontra presente comercialmente, com uma forte
predominância no que toca ao Vinho do Porto.

O atual Edifício foi construída entre 1785 e 1790 de seguindo um projeto do consul
inglês John Whitehead. A construção foi financiada exclusivamente por contribuições
de comerciantes britânicos sediados no Porto e é a única Factory House que
sobreviveu até à atualidade.

A Feitoria inglesa é inspirada no estilo palladiano, que derivou da obra prática e teórica
do arquiteto italiano Andrea Palladio. A fachada principal, no piso térreo é formada
por sete arcos que dão acesso a uma galeria exterior e à entrada do edifício. No
interior são de salientar uma escadaria, com a respetiva claraboia, a sala de baile e a
monumental cozinha que ainda conserva todo o equipamento original. Dispõe, ainda,
de uma vasta biblioteca com um espólio notável.

6. MONUMENTO E PARQUE DO INFANTE

Neste monumento, inaugurado em 1900, da autoria de Tomás da Costa, aparece o


Infante Dom Henrique com uma representação do mundo a seus pés no qual indica o
caminho das Descobertas. A estátua encontra-se perto da Ribeira mesmo em frente
ao Mercado Ferreira Borges. Contando com a presença do rei D. Carlos, em 1894
realizou-se a cerimónia de lançamento da primeira pedra do monumento ao Infante D.
Henrique.

A estátua, fundida em Paris, foi feita para homenagear o navegador infante Dom
Henrique, nascido na casa do infante e é também um simbolismo da vitória do
Liberalismo na Guerra Civil Portuguesa com a consequente extinção das ordens
religiosas masculinas, decretada em 1834.

Quando o terreno foi cedido à câmara do Porto sucedeu-se também o embelezamento


de todo o espaço em redor, que resultou num belo parque com jardim e bancos.

7. MURO DOS BACALHOEIROS


É um extrato restante da Muralha Fernandina e um dos melhores lugares para obter
uma vista privilegiada do conjunto das duas margens do Douro. Neste momento é
um local repleto de espaços de restauração gourmet e está integrado também no
hotel Pestana Porto Vintage.

8. POSTIGO DO CARVÃO

Das 18 portas e postigos das muralhas Fernandinas, construídas no século XIV em


torno da cidade do Porto, o Postigo do Carvão é o único que sobreviveu até aos nossos
dias. Era através deste postigo que era feita a ligação da Rua da Fonte Taurina ao cais,
onde atracavam os barcos no rio Douro.

9. MURO DOS COBERTOS

A Praça da Ribeira estava outrora separada do rio Douro por um troço da muralha
Fernandina, onde se abria a principal porta de ligação ao rio. Para esta praça se abriam
vários cobertos, restando apenas um, do lado oriental, ao longo da face interna da
muralha.

10. ALMINHAS DA PONTE

Da autoria de Teixeira Lopes, este baixo relevo em bronze, é uma homenagem às


centenas de pessoas que morreram afogadas na Ponte das Barcas. O incidente teve
lugar a 29 de março de 1809, a quando do cerco das invasões francesas à cidade do
Porto. A população, na fuga às tropas do Marechal Soult, fugiu para a Ponte das Barcas
(uma travessia que era feita de barcas) que não resistiu ao peso de tanta gente e
cedeu. Esta imagem está quase sempre com velas acesas, colocadas pelos habitantes
locais, em memória da tragédia, tornando-se assim um local de crença e devoção por
parte dos mesmos.

11. PONTE D. LUÍS I


Quanto à Ponte Luís I, este é o seu verdadeiro nome e não, como popularmente é
chamada, D. Luís I. Uma questão sentimental das gentes do Porto parece estar na
origem do nome por que vulgarmente é conhecida. Independentemente do nome, ela
constitui um ex-Libris da cidade e está incluída na zona classificada como Património
Mundial pela UNESCO desde 1996.

A obra foi adjudicada em 21 de Novembro de 1881 à empresa Société Willebreck, de


Bruxelas, dirigida pelo administrador Théophile Seyrig, discípulo de Gustave Eiffel, e
autor do projecto da nova ponte.

As obras começaram nesse mesmo ano e desenrolaram-se até 1887. A 30 outubro de


1886 terminam os trabalhos de construção do arco e do tabuleiro superior; a 31
Outubro de 1886 inaugura-se o tabuleiro superior da ponte e em 1887 dá-se a
inauguração do tabuleiro inferior, com o que ficam concluídas as obras de construção
da ponte.

Supostamente, esta ponte foi construída como oferenda ao Rei Luís I, sendo batizada
como Ponte D. Luís I, em sua honra. Na altura da sua inauguração, em 1886, o rei não
compareceu para dignificar e agradecer a obra-prima. Na verdade, este Rei era
conhecido por não “abraçar” o poder real e raramente cumprir os seus deveres reais. E
como castigo pela sua conduta, a população local rebatizou a Ponte, ficando (apenas)
Ponte Luís I. Contradizendo tal situação, os jornais da altura da construção da ponte,
referiam-se à mesma como Ponte Luís I e não como Ponte Dom Luís I.

12. MIRADOURO – ELEVADOR DA LADA

Próximo da Ponte Luís I, é possível avistar, para além desta, o Miradouro da Serra do
Pilar e os Cais da Ribeira e Gaia. À saída do ascensor encontra-se um passadiço de
madeira que dá acesso a uma escadaria (Escadas das Verdades) que leva até às
traseiras da Sé do Porto.

OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE O ROTEIRO “A RIBEIRINHA”


 Para aceder a este roteiro que inicia na Igreja São Francisco é possível através
de viagem de Comboio, nomeadamente dos Comboios Urbanos da Linha
Aveiro, Braga, Guimarães e Marco com chegada à Estação de São Bento;
 Também é possível através de Autocarros, nomeadamente pelo 901 - 906, ZR
com paragem na Ribeira. E, o 500 – 1M com paragem na Estação de São Bento;
 Para comer temos como sugestão o Postigo do Carvão e o Rib. Beef & Wine;
 Para hospedagem temos como sugestão o Pestana Vintage Porto Hotel e o Blue
Sock Hostel;
CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho conseguimos perceber a exigência da realização de


um roteiro e a necessidade de investigação sobre os locais apresentados. Além disso,
tivemos também que encontrar uma certa harmonia com os locais escolhidos de forma
a proceder com um itinerário lógico e coerente que não saia do principal objetivo: a
promoção e a valorização do tecido cultural desta região pela observação dos 12
locais.

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