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20 e 27 de Novembro de 2009

Universidade de Coimbra
Faculdade de Farmácia

Licenciatura em Ciências Bioanalíticas


Hidrologia e Edafologia

Docente: Dr. Luís Loura

Carlos Gastalho, Ivo Barreiros, Vanessa Ribeiro

[Determinação do pH e
acidez de uma amostra de
solo]
Os Solos estão constantemente em desenvolvimento, nunca estando estáticos,
por mais curto que seja o tempo considerado. Geralmente, o solo é descrito
como um corpo tridimensional, podendo ser, porém, ao considerar-se o factor
tempo, descrito como um sistema de quatro dimensões: tempo, profundidade,
largura e comprimento. Um solo é o produto de uma acção combinada e
concomitante de diversos factores. A maior ou menor intensidade de algum
factor pode ser determinante na criação de um ou outro solo. São
comummente ditos como factores da formação de solo: clima, relevo, material
de origem, organismos e tempo.
INTRODUÇÃO
MEDIÇÃO DE PH
Na gama de medidas disponíveis para caracterizar um solo num dado intervalo de
tempo, a medição do pH (potencial de iões H+) é, sem dúvida, um dos métodos mais
amplamente utilizados. Na ciência do solo, a faixa de pH é reduzido de 0-14 a 1-12 (para fins
práticos). Solos com um pH extremo são fortemente influenciados por sais, resultando em
solos ácidos muito sulfatados e solos alcalinos muito carbonados.
O objectivo da medição do pH depende do operador. No laboratório, a medição
preliminar permite adequar métodos de extracção e a medida a ser escolhida (apropriadas
para os solos ácidos, neutros ou alcalinos) como função do pH do solo (por exemplo, catiões
permutáveis ou elementos disponíveis como o fósforo). No entanto, deve-se ter em
consideração que o pH do solo representa apenas o pH da solução do solo em equilíbrio.
Segundo o ponto de vista de um cientista de solo, o pH de uma amostra de solo é uma
avaliação global. Referências base dão a seguinte classificação para o espectro de pH:

inferior a 3,5 Hiperácido


entre 3,5 e 5,0 Muito ácido
entre 5,0 e 6,5 Ácido
entre 6,5 e 7,5 Neutro
entre 7,5 e 8,7 Alcalino
superior a 8,7 Muito alcalino

Tabela 1 – Tabela de classificação do solo segundo intervalos de pH específicos

O pH caracteriza o ambiente físico-químico de um solo em determinado local, sendo este o


resultado de equilíbrios instantâneos controlado por diferentes componentes do meio, por
exemplo:

 Sulfatos mistos de reacção hiperácida, resultantes da oxidação de sulfuretos em mangais.


 Os sais neutros de ácidos e bases fortes, ou solos com saturação em complexos de troca iónica,
mas com carbonato de cálcio baixo, têm um pH próximo do neutro.

O encharcamento do solo tem, sem dúvida, a maior influência sobre o ambiente físico-
químico. As variações sazonais da humidade e, especialmente, o ritmo dessas variações,
podem modificar (por hidrólise), significativamente a concentração da solução do solo, pela
libertação de protões ou catiões, por dissolução e lixiviação, ou contrariamente, por
concentração e precipitação. Estas observações gerais sobre os aspectos ambientais enfatizam
diferentes e diversos conceitos sobre o pH do solo, por exemplo:

 A acidez ou alcalinidade reais, expressas pela concentração de protões dissociados na solução


do solo.
 A acidez permutável resultante de protões fixos em complexos de troca iónica e susceptíveis de
se deslocarem após a troca de sais neutros (KCl).
 A capacidade tampão que limita as variações do pH pela contínua troca entre o solo e a solução
do solo.

[2]
Do ponto de vista agronómico, o pH é inicialmente um indicador do estado de
fertilidade do solo. Ele fornece informações sobre possíveis produtos químicos da degradação
do solo devido à dessaturação e à eventual presença de certos sais tóxicos, e sobre a
actividade microbiana, bem como o grau de assimibilidade de elementos pelas plantas. A
melhor faixa de solubilidade é entre pH 5,5 e 6,5. A pH abaixo de 5,5, determinados elementos
podem ser tóxicos (ex: alumínio livre, manganês), outros elementos podem não estar
disponíveis (fósforo, por exemplo) ou às vezes podem ser fixados na fase sólida. Acima de 6,5,
outros elementos podem não estar disponíveis (por exemplo, oligoelementos).
O conhecimento do pH do solo torna possível escolher as culturas, por exemplo
plantas acidófilas, como chá ou café, ou plantas com células neutrofílicas. Finalmente, fornece
informações úteis que permitem a escolha certa da acção correctiva: fertilizante com um
acidificante (sais de amónio, por exemplo), neutralizantes ou alcalinizantes (por exemplo,
salitre, amónia) e acção fertilizante, ou alteração para aumentar ou diminuir o pH e melhorar a
fertilidade de solos cultivados (calagem, por exemplo).

MÉTODOS DE MEDIÇÃO CLÁSSICA


MÉTODO ELECTROMÉTRICO
Dois métodos são usados para medir o pH: o método colorimétrico e o método
electrométrico, que é mais comummente utilizado. Nesta actividade utilizámos o método
electrométrico e, como tal, aprofundaremos melhor a sua dinâmica.
O método electrométrico é o método mais utilizado para a análise do solo. É mais
preciso do que o método colorimétrico além de permitir medições contínuas. Para medir os
verdadeiros valores de pH, uma fina camada de hidrogénio pode ser obtida saturando com
hidrogénio nascente um eléctrodo de Pt coberto por negro de Pt. Mergulhando este eléctrodo
numa solução, medidas da diferença de potencial (volts), E, em função da concentração de
íons H+, podem ser estimadas pela relação de Nernst (em condições normais para a pressão
parcial de hidrogénio):

E
 
RT ln H 
 0,0001983T log( H  )  0,058 log( H  ) , (a 20 °C)
nF
onde R é a constante dos gases, T é a temperatura absoluta, n é carga do ião e F é a constante
de Faraday (96,500 C/mol). O eléctrodo de hidrogénio não é fácil de usar. Outros eléctrodos de
referência de potencial conhecido são usados em vez do eléctrodo de hidrogénio. O valor de
pH é deduzido a partir da força electromotriz (fem), medida entre o eléctrodo de referência e
um eléctrodo de medição. O equipamento electrónico utilizado para a medição do pH pode ser
classificado em dois grupos: sistemas potenciométricos e sistemas com acesso directo,
analógico ou leituras numéricas.
O método potenciométrico com medições a corrente nula é o mais exacto, mas tem a
desvantagem de ser demorado e, consequentemente, deixar de ser utilizado nas tarefas
rotineiras. Modelos de leitura directa são os mais usados, principalmente, modelos numéricos.
A escolha de um medidor de pH vai depender da qualidade da medida necessária.

[3]
ELÉCTRODOS DE MEDIÇÃO
O eléctrodo de medição é sensível aos iões H+ no entanto, para as medidas serem
válidas deve ser combinado com um eléctrodo de referência. Neste campo o eléctrodo de
vidro é o mais utilizado para a medição do pH. Nernst foi o primeiro a explicar o princípio de
funcionamento deste eléctrodo assumindo que se duas soluções de diferente acidez são
separadas por um membrana de vidro muito fina (com poucos mícron de espessura), uma
diferença de potencial, que depende da diferença em H+, pode ser estabelecida entre elas.
Os eléctrodos de vidro são frequentemente vendidos na forma de eléctrodos
combinados, isto é, incluindo um eléctrodo de medição e outro de referência. Este modelo
pode, no entanto, não ser recomendado, dependendo do material (tipo de vidro) da superfície
do eléctrodo de referência, podendo esta ficar bloqueada devido aos minerais de argila e
resultando num sinal muito instável ao longo do tempo. Já se a superfície for plana os
eléctrodos de membrana de vidro poderão ser recomendados para a medição do pH do solo,
particularmente no caso de baixos teores em água.

VERIFICAÇÃO ELECTROMÉTRICA E CALIBRAÇÃO


O medidor de pH deve ser calibrado antes de qualquer medição. O aparelho escolhido
deve ser capaz de corrigir o declive e a temperatura. Na maioria dos casos, uma precisão de ±
0,1 unidades de pH é suficiente, pois existem outras causas de erro maior (por exemplo, a
heterogeneidade da amostra). Para a medição em suspensões, é preferível escolher um
dispositivo com o eléctrodo de referência em separado de forma a evitar o risco de erros
causados por obstrução da junção porosa e para facilitar o seu acesso quando ocorrerem
problemas.

MEDIÇÃO EM SUSPENSÕES AQUOSAS DE SOLO


As especificações variam no que respeita a razão solo/solução devido à diversidade de
materiais do solo. Uma norma experimental recomenda que haja uma relação solo/água de
1:2,5 (isto é, por exemplo, por cada 10 g de solo devem ser usados 25 mL de água).

[4]
TÉCNICA EXPERIMENTAL
Para a determinação do pH do solo começamos por pesar 10 g de solo seco a
temperatura ambiente e peneirado a 2 mm. Seguidamente, foram adicionados 25 mL de água
destilada livre de carbonatos. Feito isto, a amostra foi vigorosamente agitada durante 1
minuto e deixada a repousar 15 minutos. Processo que foi repetido quatro vezes. Decantou-se
durante 30 minutos e mergulharam-se os eléctrodos, na referida amostra, procurando que a
parte porosa do eléctrodo combinado ficasse situada perto da interface entre a suspensão e o
sobrenadante. Procedeu-se à leitura do valor do pH após a estabilização da medição. Feito
isto, os eléctrodos foram retirados e lavados com água destilada.

OBSERVAÇÕES

 Como o valor do pH diminui com o aumento da temperatura, é habitual ajustar todos os


valores para 25 °C. Para medições mais precisas deve ser utilizado um banho termoestatizado.
É o caso das suspensões de solo que muitas vezes têm um efeito tampão que é impossível de
corrigir através de cálculos.
 As medições devem ser feitas sem agitação. Para certos solos, as indicações fornecidas pelo
medidor de pH podem não ser estáveis, dando um drift permanente. Nesses casos, é
aconselhável ler o pH após um intervalo de tempo específico, usando esse mesmo tempo para
todas as outras medições, sendo importante referir tal situação na apresentação dos
resultados.
 O tempo de contacto entre a água e o solo também influencia o pH. Assim, longos tempos de
agitação (horas) não são aconselháveis porque geram variações e tornam impossível a
obtenção de um valor estável.

DETERMINAÇÃO DO PHK
Quando medido em água, o valor do pH não tem apenas a acidez total em conta,
especialmente devido os protões e as formas de alumínio fixadas ao complexo de troca, que
contribuem também para a acidez. Assim, para além da primeira medição em água, é
necessário realizar uma medição em KCl (1M) em solução aquosa com a mesma relação
solo/solução (de 1:2,5) e usando a mesma técnica (já descrita acima). Com isso obtemos o pHK.
Estas medições costumam dar valores de pH inferiores às medidas do pHH2O. A diferença (pH)
pode ser superior a uma unidade de pH. Um valor de pH> 0 indica que a capacidade de troca
catiónica é mais alta do que a capacidade de troca aniónica. Existe uma correlação significativa
entre um pH positivo e acidez permutável. No entanto, isto só se aplica a uma família de
solos, não sendo completamente verdade numa comparação geral.

[5]
ACIDEZ DO SOLO
A permuta iónica consiste na troca e libertação para uma solução, de iões adsorvidos a
uma superfície carregada, por outros de carga semelhante. A permuta catiónica, na superfície
de partículas coloidais orgânicas de argila (carregadas negativamente) ocorre mais
frequentemente que a aniónica. A absorção de um catião é acompanhada pela excreção de H +
da raiz das plantas, mantendo a electroneutralidade tanto na planta como no solo. A excreção
de H+ tende a aumentar a acidez na rizosfera (região onde o solo e as raízes das plantas entram
em contacto) e o H+ pode ser adsorvido à superfície das partículas coloidais. As cargas positivas
que o solo pode adsorver traduzem a em capacidade de permuta catiónica que, corresponde à
soma das cargas positivas que este adsorve. Esta é exprimida em cmol/kg de solo seco em
estufa. Uma vez que a CEC depende do pH, é necessário determiná-la a um pH comum,
normalmente o pH corrente do solo obtendo-se, assim, a CEC efectiva (ECEC).
A reacção (acidez/alcalinidade) do solo é
uma das propriedades mais importantes para o
crescimento das plantas. O pH do solo condiciona a
actividade biológica dos organismos e determina a
capacidade de permuta iónica e a disponibilidade de
vários nutrientes. No laboratório, a reacção do solo
pode ser determinada por medição do pH e da
acidez permutável. A acidez permutável surge com a
formação do solo. Devido à podzolização (quebra de
partículas de argila no horizonte A), os iões solúveis
são transportados para baixo e depositados nos
horizontes inferiores conferindo ao solo perda da
capacidade de troca catiónica e, consequentemente,
a fertilidade das suas camadas. Por exemplo, a
argila, ao sofrer hidrólise contribui para que iões Al3+
se coloquem em posição para troca catiónica. Desta
forma a superfície de troca diminui e os iões Al3+
apoderam-se da carga negativa. Se a amostra for
tratada com uma solução tamponada, KCl, os iões Al 3+ são trocados e transferidos para a
solução onde libertam iões H+ por hidrólise, levando ao aumento da acidez do solo.
A deterioração do solo e o aumento da acidez podem ser acelerados pelas chuvas
ácidas e pela aplicação repetida de fertilizantes ácidos durante os ciclos de colheita. A oxidação
de compostos orgânicos, em solos ácidos e a actividade microbiana também contribuem para
aumentar a acidez do solo. A acidez permutável total distingue-se da acidez livre, resultante da
concentração dos iões H+ em solução no solo, e faz parte da acidez potencial que inclui ácidos
ionizados, ácidos orgânicos fracos e catiões facilmente trocáveis.

[6]
TÉCNICA EXPERIMENTAL
A determinação da acidez consistiu em várias etapas, duas das quais envolveram
titulações fundamentais para o processo. Primeiramente filtrou-se a suspensão lavando-se os
resíduos com KCl e colocou-se o filtrado num balão em KCl. A uma alíquota de 25 ml foram
adicionadas umas gotas do indicador fenolftaleína e procedeu-se à primeira titulação. Nesta
utilizou-se uma solução de NaOH 0,02 M com o objectivo de titular os iões H + e Al3+
permutáveis, através da mudança de cor do indicador de incolor para rosa, facto que iria
quantificar a acidez permutável total.

Como não conseguimos distinguir os dois iões e nem sabemos se ambos estão
presentes, é necessária outra titulação para quantificar os iões Al 3+. Se estes não existirem, a
acidez permutável total é devida apenas aos iões H+ em solução.
Antes da segunda titulação foi adicionada uma gota de HCl à solução para que a cor do
indicador voltasse a incolor.

Este passo serviu para comprovar qualitativamente a existência de alumínio, pois, ao


ser adicionado, posteriormente, NaF, se existisse alumínio este reagiria voltando a solução a
ser rosa (caso a cor não mudasse considerava-se que não existia alumínio permutável na
solução):

Al(OH)3 + 6NaF → [AlF6]3- + 6Na+ + 3OH-

Coordenação octaédrica (número de coordenação 6) É, entretanto, titulado com HCl

[7]
Na segunda titulação titulou-se o OH- proveniente da reacção do alumínio com o
fluoreto de sódio.
Os volumes das duas titulações foram anotados e utilizados posteriormente nos
cálculos da acidez permutável total, da concentração de H + e de Al3+ permutáveis.
A medição da acidez permutável é útil em agronomia para determinar a fitotoxicidade
do alumínio, que está intimamente correlacionada com a taxa de alumínio permutável. O
alumínio permutável também pode ser determinado por espectrofotometria (ex: absorção
atómica), e por métodos colorimétricos automatizados de fluxo contínuo.

OBSERVAÇÕES

 A expressão dos resultados com base no solo seco a 105 °C é particularmente necessária para
solos com altas taxas de óxidos e hidróxidos, ou de aluminossilicatos do tipo alofana, por causa
do teor de humidade muito variável. Esta forma de expressão permite a comparação com
outros resultados analíticos.
 A presença de óxido de ferro pode causar erros: se o extracto apresenta cor devido ao ferro,
pode ser necessário realizar titulações de ferro, ao mesmo tempo que uma titulação de
alumínio por espectrometria.
 A presença de matéria orgânica solúvel pode obstruir a titulação volumétrica.

CORRECÇÃO DA ACIDEZ
Em casos de solos muito ácidos, a acidez pode ser corrigida por adição de cal. Esta traz
efeitos benéficos pois, o ajuste do pH ao valor óptimo para o crescimento vegetal resulta em
melhor crescimento radicular e daí em melhor exploração de água, nutrientes, melhor
estrutura para o solo entre outros. A cal agrícola é um aditivo contendo CaCO3, CaMg(CO3)2,
Ca(OH)2 e outros materiais, usados para neutralizar a acidez do solo (e fornecer Ca e Mg para o
desenvolvimento das plantas). A necessidade de cal de um solo é entendida como a
quantidade de correctivo necessária para elevar o pH do solo ao valor desejado. A necessidade
de cal é comummente estimada como ≈ 1,5× o Al permutável para solos intensamente
meteorizados.

[8]
RESULTADOS
10 g de solo + 25 mL de H2O 10 g de solo + 25 mL de KCl pH= pHH2O -pHK
Grupo 1 5,6 4,4 1,2
Grupo 2 5,7 4,7 1,0
Grupo 3 6,1 4,8 1,3

Tabela 1 – resultado dos valores de pH medidos para os três grupos de trabalho

SOLO SECO
GRUPO 2 GRUPO 3
% HUMIDADE = 18,8% % HUMIDADE = 18,9%

0,812 kg solo Seco 0,811 kg solo Seco


1 kg solo
1 kg solo
0,188 kg solo
Húmido 0,189 kg solo
Húmido

CÁLCULO DA ACIDEZ PERMUTÁVEL TOTAL DO SOLO


1ª TITULAÇÃO
H+ + NaOH → H2O + Na+
1 L de NaOH C1 M ---------C1 mol de OH- --------- C1 mol de H+
V1 L de NaOH C1 M --------C1 × V1 mol de H+

Logo,

C1 × V1 mol de H+-------- w kg de solo

Mas foi usada parte da amostra,

C1 × V1 mol de H+------------------- 𝑤 𝑓 kg de solo


𝑓 +
𝑤 × C1 × V1 mol de H ---------- 1 kg de solo

Assim:
𝑓 × 𝐶1 × 𝑉1
𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑚𝑜𝑙 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜
𝑤

[9]
Como o H+ é monoprótico, temos que:

100 × 𝑓 × 𝐶1 × 𝑉1
𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑐𝑚𝑜𝑙 𝐻+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜
𝑤
100 × 𝑓 × 𝐶1 × 𝑉1
= 𝑐𝑒𝑞 𝐻+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
𝑤 (1 − 𝑕)

Para um
GRUPO 2 volume total
100 × 4 × 0,02 × 2 × 10−4 de 100 mL,
𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 0,189 𝑐𝑒𝑞 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
0,010423 × 0,812 usamos apenas
25 mL, ou seja,
¼ de 100
GRUPO 3
100 × 4 × 0,02 × 6 × 10−4
𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 0,592 𝑐𝑒𝑞 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
0,010004 × 0,811
Conversão
para cmol
(1mol=1eq no
+
caso do H )

2ª TITULAÇÃO

Al(OH)3 + 6F- → [AlF6]3- + 3OH-


(OH- + HCl → H2O + Cl-) × 3
----------------------------------------------------
Al(OH)3 + 6F- + 3HCl → [AlF6]3- + 3Cl- + H2O

1 mol HCl ↔ ⅓ mol Al3+ ↔ 1 eq Al3+

1 L de HCl C2 M --------- C2 eq Al3+ (𝑪𝟐 𝟑 mol Al3+)

V2 L de HCl C2 M --------- C2 × V2 eq Al3+

Logo,

C2 × V2 eq Al3+ ------------ w kg de solo

Mas foi usada parte da amostra,

C2 × V2 eq Al3+ ----------------------- 𝑤 𝑓 kg de solo


𝑓 3+
𝑤 × C2 × V2 eq Al -------------- 1 kg de solo

[10]
Assim:

𝑓 × 𝐶2 × 𝑉2
𝐴𝑙 3+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 𝑒𝑞 𝐴𝑙 3+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜  𝐴𝑙 3+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙
𝑤
100 × 𝑓 × 𝐶2 × 𝑉1
= 𝑐𝑒𝑞 𝐴𝑙 3+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
𝑤 (1 − 𝑕)

GRUPO 2
100 × 4 × 0,02 × 1 × 10−4
𝐴𝑙3+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = = 0,095 𝑐𝑒𝑞 𝐴𝑙3+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
0,010423 × 0,812

GRUPO 3
100 × 4 × 0,02 × 1 × 10−4
𝐴𝑙3+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = = 0,098 𝑐𝑒𝑞 𝐴𝑙3+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
0,010004 × 0,811

CÁLCULO DO H+ PERMUTÁVEL

GRUPO 2
𝐻 + 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐴𝑙3+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 
 𝐻 + 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 0,189 − 0,095 𝐻+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 0,094 𝑐𝑒𝑞 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 seco

GRUPO 3
𝐻 + 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐴𝑙3+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 
 𝐻+ 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 0,592 − 0,098  𝐻 + 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑢𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 0,494 𝑐𝑒𝑞 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 seco

3+ +
Acidez Permutável Total Al Permutável H Permutável
0,0965 𝑐𝑒𝑞 𝐴𝑙3+ 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜
Média 0,3905 𝑐𝑒𝑞 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 0,294 𝑐𝑒𝑞 𝐻 + 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜
seco

[11]
CONCLUSÃO/ DISCUSSÃO
O pH do solo condiciona a actividade biológica dos microrganismos e determina a
capacidade de permuta iónica e a disponibilidade de nutrientes para as plantas, por exemplo.
Solos muito ácidos são ricos em Al, Fe e Mn solúveis, contrariamente, em solos alcalinos a
assimibilidade de Fe, Mn, Cu, Zn é fraca/muito fraca.
Em práticas agrícolas o pH condiciona o tipo de cultura, sendo por isso importante a
sua determinação. Tal é possível em laboratório, sendo esse o objectivo desta actividade.
O pH não revela por si só a acidez total, uma vez que protões e formas de alumínio
estão associadas aos complexos de troca iónica. Assim, o uso de KCl liberta todos os
constituintes responsáveis pela acidez. Isto verifica-se pela diferença registada de pH em água.
Para o cálculo da pH, verificamos que todos os valores são superiores a zero. Concluímos,
então, que a capacidade de troca catiónica é superior/muito superior à capacidade de troca
aniónica. Ainda com base no pH podemos classificar o solo quanto à sua acidez. No caso,
(segundo a tabela 1) o solo em estudo pode ser considerado ácido e, portanto, antigo.
A avaliação da acidez permutável determina a disponibilidade dos iões para as plantas,
que podem associar-se a complexos de troca. É medida pela presença de iões H+ e/ou iões Al3+.
Neste caso concreto, verificou-se que o solo disponibilizava os dois tipos de iões em solução,
portanto, a determinação da acidez permutável de Al 3+ teve que ser determinada pela
diferença entre a acidez permutável total e a acidez permutável de H+.
Relativamente aos valores de acidez permutável total constatou-se que os resultados
foram completamente discordantes isto porque o volume de NaOH gasto para o grupo 2 foi
três vezes inferior ao volume gasto para o grupo 3. Já no que respeita à acidez permutável do
Al3+, os volumes de HCl utilizados foram idênticos, o que mostra igual concentração deste
elemento em ambas as amostras de solo. Subentende-se assim que puderam ter ocorrido
erros grosseiros subjacentes a uma leitura errada do ponto de equivalência por parte do
operador ou simplesmente uma má limpeza da bureta utilizada na determinação da acidez
permutável total. Tal situação impede-nos também de ter uma posição crítica em relação à
acidez permutável do H+ dado que este é calculado por diferença levando a que esta tenha
também valores muito divergentes.
Por análise dos resultados obtidos podemos apenas concluir que o volume de base
adicionado foi muito baixo o que nos remete para o facto de o solo apresentar uma acidez
bastante baixa (típico de solos com pH ~8-10) tendo portanto uma baixa CEC e
consequentemente baixo poder tamponizante. Tais constatações põem em causa ou valores
de pH inicialmente determinados, bem como a respectiva idade.
Há que referir também que para os cálculos da acidez foram utilizadas apenas duas
amostras em resultado a um acidente na filtração de uma das amostras que levou à sua
inviabilização.

[12]
BIBLIOGRAFIA
 Pansu, M., Gautheyrou, J. (2006) “Handbook of soil analysis. Mineralogical, organic and
inorganic methods”. Springer-Verlag, Berlin.
 Material das aulas teóricas fornecido pelo Docente

Sites:
 (http:// pt.wikipedia.org/wiki/Rizosfera), 4 de Dezembro de 2009
 (http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal), 4 de Dezembro de 2009
 (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8c/Titolazione.gif), 4 de Dezembro
de 2009

[13]

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