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671/2008
Lei n. 11.671/2008
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LEI N. 11.671/2008
A Lei n. 11.671 foi uma novidade trazida pela Lei dos Crimes Hediondos, em que foi a
primeira vez que se ouviu falar, em 1990, sobre a orientação de criação de estabelecimentos
penais federais para presos que necessitassem de um tratamento diferenciado, até mesmo
para fins de proteção, a depender do tipo de crime praticado, e como ele se estrutura dentro
do sistema penitenciário brasileiro por uma questão de necessidade da segurança pública.
Então, se for uma necessidade da segurança pública ou necessário para a segurança do
próprio preso, ele pode ser incluído em um estabelecimento penal federal, mas essa medida
é apenas para aqueles que estão em regime fechado de cumprimento de pena, porque o
regime estabelecido dentro dos sistemas penais federais são caracterizados como equipara-
dos sempre ao regime fechado.
Assim, quem pode estar em um presídio federal é o preso provisório, porque a prisão pro-
visória ou preventiva é equiparada ao regime fechado de cumprimento de pena e porque não
existe progressão de regime dentro de presídios federais.
Há alguns requisitos que devem ser cumpridos em presídio federal, pois ele sempre será
de segurança máxima. O preso fica individualizado em uma cela individualizada, o recolhi-
mento de cada um dos presos é celular.
Embora esta lei seja de 2008, ela sofreu alterações pelo Pacote Anticrimes, assim como
várias legislações do Brasil sofreram alterações também pela Lei n. 13.964/2019, que entrou
em vigência apenas em 2020.
A Lei n. 11.671, de 8 de maio de 2008, dispõe sobre a transferência e inclusão de presos
em estabelecimentos penais federais de segurança máxima e dá outras providências.
Tem que se saber quais os presos que devem estar sob a responsabilidade da União. Na
realidade, a regra funciona da seguinte maneira: mesmo que o preso tenha vindo da Justiça
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Federal, da Justiça Estadual, da Justiça Eleitoral ou da Justiça Militar, ele é normalmente reco-
lhido para a execução da sua pena em um estabelecimento comum (penitenciária, estabeleci-
mento penal comum) que é, normalmente, administrado por uma unidade da Federação.
Assim, quem, na realidade, faz a execução básica de todas as penas é o Estado, tanto que
o Direito Penitenciário tem uma natureza de legislação concorrente – a União pode legislar
sobre execução penal através da Lei de Legislação Penal 7.210, e os estados também legislar
de acordo com o art. 23, da Constituição, que dispõe sobre a questão do Direito Penitenciário,
que é uma legitimidade concorrente para legislar sobre esse ponto penitenciário.
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Historicamente, o primeiro presídio federal foi implantado no Brasil em 2005, mas já havia
previsão dessa criação por orientação da própria Lei dos Crimes Hediondos.
Como um preso será transferido para um presídio federal de segurança máxima?
Por qual motivação?
Quais serão os requisitos?
Como isso irá acontecer?
Art. 2º A atividade jurisdicional de execução penal nos estabelecimentos penais federais será de-
senvolvida pelo juízo federal da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o estabele-
cimento penal federal de segurança máxima ao qual for recolhido o preso.
Parágrafo único. o juízo federal de execução penal será competente para as ações de natureza pe-
nal que tenham por objeto fatos ou incidentes relacionados à execução da pena ou infrações penais
ocorridas no estabelecimento penal federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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Aqui não se tem a questão da progressão de regime, mas se tem os incidentes e os diretos
de peticionar.
Assim, nesse caso, o juiz da execução penal competente para as ações de natureza
penal, que tenha por objetos os incidentes relacionados à execução da pena, vai ser aquele
que estiver vinculado ao estabelecimento federal.
Quem resolve as questões relacionadas aos direitos do preso e aos incidentes internos é
o juiz da execução (juiz federal).
A diferença de preso em execução e preso provisório é que o preso em execução está
apenas cumprindo a sua pena, enquanto que, quando se fala em preso provisório, se tem um
juiz do processo – pois o processo está em andamento – e o juiz da execução, que está com
o preso no estabelecimento federal e que cuida exclusivamente da fiscalização da prisão pro-
visória. As questões relacionadas ao preso são resolvidas pelo juiz do processo, pois o preso
ainda está sendo processado.
Se houver incidentes internos, desde um pequeno desacato (que pode acontecer de um
preso federal para um servidor), isso é resolvido pelo juiz federal da execução.
Art. 3º Serão incluídos em estabelecimento penais federais de segurança máxima aqueles para
quem a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio preso, condenado ou
10m provisório. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
ATENÇÃO
Esta redação do art. 3º é altamente recorrente em provas.
A única diferença desse art. 3º modificado pelo Pacote Anticrime para o antigo art. 3º é que
modificaram que “os presos eram recolhidos para os estabelecimentos penais federais”
para “os presos que são incluídos em estabelecimentos penais federais”.
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características:
Se o preso for apenas provisório, as prisões provisórias têm característica de regime fechado.
ATENÇÃO
As características abaixo podem cair em prova pois são novas e entraram em vigência em
2020. Esses parágrafos não existiam no art. 3º até então.
Parlatório é o local para conversas informais – nos presídios federais é com balcão e
com vidro.
O sujeito que estiver em um presídio federal não receberá contato na visita. Haverá um
vidro e haverá no máximo 2 pessoas por visita em dias determinados – a lei não traz a sequ-
ência de visitas.
A Lei de Execução Penal estabelece que a pessoa tem visita semanal em legislações
estaduais, porque a própria lei dispõe que a visita pode ser suspensa por 30 dias – isso já
seria punição. Tecnicamente, tem-se o direito de receber visitas de 15 em 15 dias, mas a Lei
n. 11.671 estabelece que as visitas serão em dias determinados.
Sabe-se que todos têm direito de privacidade de suas informações, mas o monitoramento
dos meios de comunicação ocorrerá em presídio federal.
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A cela e o atendimento advocatício não serão monitorados por áudio e vídeo, mas existe
a possibilidade, mesmo tendo essa reserva de conversação.
§ 3º As gravações das visitas não poderão ser utilizadas como meio de prova de infrações penais
pretéritas ao ingresso do preso no estabelecimento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
As gravações das visitas são apenas para controle interno. Os áudios e vídeos dessas
visitas não poderão ser utilizados como prova de processo de infrações anteriores que tenham
sido cometidas pelo preso, mas é possível a sua utilização em infrações posteriores.
§ 4º Os diretores dos estabelecimentos penais federais de segurança máxima ou o Diretor do Sis-
tema Penitenciário Federal poderão suspender e restringir o direito de visitas previstos no inciso II
do parágrafo 1º deste artigo por meio de ato fundamentado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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O art. 325 traz o crime de violação de sigilo funcional, que é revelar qualquer tipo de
segredo ou facilitar a revelação de qualquer tipo de informação que deveria permanecer em
sigilo e que o funcionário tomou conhecimento em função pública que ele exerce.
O funcionário que revelar a informação sigilosa, der senhas para acessos restritos ou
utilizar o seu acesso restrito de forma incorreta ou irregular, responde pelo crime de violação
de sigilo funcional, que é um crime praticado pelo funcionário público contra a administração
pública, com pena que pode chegar a até 6 anos de reclusão se for qualificado quando gera
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prejuízo para a administração pública ou para o administrado.
CP – Violação de sigilo funcional – art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistema de informações ou banco de dados da Ad-
ministração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Parágrafo 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Aqui se tem que o juiz responsável irá expedir o auto de transferência que será analisado
pelo juiz federal – o responsável pelo estabelecimento penal federal.
O juiz responsável será da execução (se condenado) ou do processo (acusado ainda).
§ 1º A execução penal da pena privativa de liberdade, no período em que durar a transferência,
ficará a cargo do juízo federal competente.
§ 2º Apenas a fiscalização da prisão provisória será deprecada, mediante carta precatória, pelo juízo
de origem ao juízo federal competente, mantendo aquele juízo a competência para o processo e
para os respectivos incidentes.
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Quando o sujeito já está condenado, todos os incidentes que acontecem com o preso e
processo são de competência do juiz da execução. Se o sujeito está em um presídio federal,
essa atribuição é passada para o juiz federal da execução.
Se o preso é provisório, o juiz federal da execução só fica à cargo da fiscalização da
prisão, porque o sujeito pode estar em um presídio federal, mas ele é autor de crime estadual
– assim, a competência é do juiz do processo para decidir sobre todos os procedimentos e
incidentes que acontecem com o sujeito dentro do estabelecimento prisional, como, por exem-
plo, um crime que ele cometer ali dentro.
Portanto, a fiscalização é a única coisa que é deprecada ao juiz federal da execução para
o preso provisório que estiver em um presídio federal, porque o juiz do processo é que irá
decidir sobre o processo e os respectivos incidentes que acontecem durante a sua prisão pro-
visória, já que o sujeito é preso do juiz do processo.
Art. 5º São legitimados para requerer o processo de transferência, cujo início se dá com a admissi-
bilidade pelo juiz da origem da necessidade da transferência do preso para estabelecimento penal
federal de segurança máxima, a autoridade administrativa, o Ministério Público e o próprio preso.
§ 1º Caberá à Defensoria Pública da União a assistência jurídica ao preso que estiver nos estabele-
cimentos penais federias de segurança máxima.
A partir do momento em que o preso foi transferido para o presídio federal de segurança
máxima, a competência para atuar na defesa dos direitos do preso condenado ou do preso
provisório passa a ser da Defensoria Pública Federal (da União).
§ 2º Instruídos os autos do processo de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 (cinco) dias
cada, quando não requerentes, a autoridade administrativa, o Ministério Pública e a defesa, bem
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Tem-se o juiz de origem que mandou os autos para o juiz federal, que é responsável pelo
presídio federal. Nesse caso, o juiz federal ouvirá no prazo de 5 dias a autoridade administra-
tiva, o Ministério Público, a defesa e o DEPEN, que analisará a pertinência e indicará o esta-
belecimento.
Se foi a própria autoridade administrativa que pediu a transferência, ela não será ouvida,
assim como o Ministério Público e a defesa; serão ouvidas as outras pessoas que não fizeram
o pedido para se estabelecer o contraditório.
§ 3º A instrução dos autos do processo de transferência será disciplinada no regulamento para fiel
execução desta Lei.
A sequência dos autos do processo não estão na lei federal, mas em regulamento
específico.
§ 5º A decisão que admitir o preso no estabelecimento penal federal de segurança máxima indicará
o período de permanência.
Havia um período que era de 360 dias que podia ser renovável. Agora o período é de 3
anos e ainda pode haver renovação.
§ 6º havendo extrema necessidade, o juiz federal poderá autorizar a imediata transferência do preso
30m e, após a instrução dos autos, na forma do parágrafo 2º deste artigo, decidir pela manutenção ou
revogação da medida adotada.
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Esta é uma situação de uma decisão liminar. Muitas vezes a situação está tão perigosa
para o preso, o interesse é tão flagrante que, nesse caso, o juiz autoriza a transferência ime-
diata do preso e depois averigua se realmente se configura essa necessidade ou não.
Se após a tramitação dos autos de transferência o juiz decidir pela revogação, o preso
será devolvido ao juiz de origem.
§ 7º A autoridade policial será comunicada sobre a transferência do preso provisório quando a auto-
rização da transferência ocorrer antes da conclusão do inquérito policial que presidir.
O preso provisório pode estar preso em uma persecução penal que não é nem mesmo
uma ação penal ainda; ele pode ter sido preso em flagrante com outros em uma operação poli-
cial e na audiência de custódia as prisões foram convertidas em preventiva, sendo que alguns
desses presos são líderes de organizações criminosas, sendo necessária a transferência.
Nesse caso, durante o inquérito policial, o preso já pode estar em um presídio federal.
Portanto, a autoridade policial, que é quem preside a investigação criminal realizada por
meio de inquérito policial, será comunicada da transferência do preso provisório quando exis-
tir a autorização de transferência e ela ocorrer durante a realização da investigação criminal,
quando ainda não se fala em processo penal – que será o sequencial quando estiver na pri-
meira fase da persecução penal.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Deusdedy de Oliveira Solano.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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