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FELIPE MELNACHTHON E A EDUCAÇÃO

Felipe Melanchthon (1497-1560) ainda é um personagem pouco conhecido em nossas


igrejas. Não deveria ser assim, considerando ser ele uma das mentes mais brilhantes
da Reforma Protestante. Ele não foi responsável apenas pela importante Confissão de
Augsburgo, mas, juntamente com outros reformadores, promoveu grandes mudanças
educacionais. Seu prestígio era tão grande que não havia uma única cidade em toda
a Alemanha que não tivesse sofrido sua influência.

Em 1518, um ano após a publicação das 95 Teses de Lutero, Melanchthon foi


convidado para lecionar na Universidade de Wittenberg. Em sua posse como
professor, fez um discurso, dirigindo-se aos alunos, recomendando o estudo dos
clássicos, mostrando que tal literatura era o melhor meio de educar os jovens, em
razão do seu conteúdo ético. Nos anos de 1523 e 1524, quando exercia o cargo de
reitor na Universidade, remodelou-a com os ideais da Reforma. Segundo
Melanchthon, a ignorância é a maior adversária da fé e por isso precisava ser
combatida. O caminho é a reforma da educação, o retorno à Palavra de Deus e o
resgate da autoridade intelectual e moral dos educadores. Nessa universidade,
Melanchthon lecionou seus últimos 42 de vida, vindo a nortear todo o sistema
educacional, não apenas na Alemanha, mas também no resto da Europa.

Nos anos de 1527 e 1528, nomeado pelo duque da Saxônia, visitou, acompanhado de
outros teólogos, as igrejas e escolas da religião. Após a visita e constatando a
ignorância entre o povo, compilou o chamado “Artigos da Visitação”, onde constava
uma série de orientações para a reestruturação da escola pública na Alemanha. O
Plano elaborado por Melanchthon, fruto dessas visitas, foi considerado o primeiro
regimento escolar da Reforma, que em razão de sua importância, serviu de modelo
para as escolas da Alemanha do século XVI, onde tornou Melanchthon o fundador do
sistema escolar do Estado moderno.

Como podemos ver, a contribuição de Melanchthon para a educação não foi pequena.
Redigiu uma gramática grega e uma gramática latina, atingindo esta última, 53
edições. Redigiu também manuais para muitas escolas e universidades, adaptando-os
aos ideais da Reforma e do humanismo. Aconselhou governantes por toda a Europa, e
escreveu muitos livros e manuais de ensino.

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