Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
O trabalho apresenta uma análise da capacidade de carga em sistemas solo/reforço, a partir de
ensaios de puncionamento estático com punção tipo CBR adotado para a caracterização de
geossintéticos, e compara o comportamento com e sem reforço e o ganho de capacidade de carga em
função da resistência no ensaio com o geotêxtil isolado. O ganho de capacidade de carga é estudado
em função da massa especifica aparente seca e do teor de umidade do solo, considerando o uso de
geotêxteis tecidos e não tecidos.
Abstract
The work makes an analysis of the bearing capacity of the soil/reinforcement system, from static
puncture tests (CBR tests) for geotextiles characterisation, comparing the behavior with and without
reinforcement and the bearing capacity earnings in function of the resistance of the test with the
isolated geotextile. The earnings of bearing capacity is studied in function of the dry unit mass and the
water content of the soil, considering the use of woven and nonwoven geotextiles.
1. INTRODUÇÃO
1
2. MATERIAIS EMPREGADOS
2.1 Geotêxteis
Foram utilizados nesta etapa da pesquisa um geotêxtil não tecido agulhado de filamentos de
poliéster e um geotêxtil tecido de laminetes de polipropileno, com resistência média à penetração em
ensaio de puncionamento estático tipo CBR de 4,0 kN (C.V.=11,1%) e 2,2 kN (C.V.=10,0 %)
respectivamente.
2.2 Solo
O solo utilizado nos ensaios é proveniente da cidade de São José dos Campos, estado de São
Paulo. A amostra foi retirada de um corte em um talude próximo a Rodovia Presidente Dutra.
Foram realizados ensaios de análise granulométrica segundo a norma NBR 7181 (1984).
Segundo a classificação ASTM, o solo foi denominado com uma argila muito plástica e segundo a
classificação AASHTO - HRB, como argila A-7-6. Também foram realizados ensaios para
determinação de limite de liquidez (LL) e limite de plasticidade (LP) seguindo os procedimentos
descritos nas normas NBR 6459 (1984) e NBR 7180 (1984). Os valores encontrados foram de
LL=52% e LP=20%.
3.1 Solo
Foram compactados 8 corpos de prova para 4 diferentes valores de teor de umidade. Todos os
corpos de prova foram compactados em cilindro CBR na energia de Proctor Normal, ou seja, com 12
golpes e 5 camadas. Na Tabela 1 são apresentados os ensaios realizados com os valores de teor de
umidade e massa específica aparente seca obtidos.
3.2 Geotêxtil
Para os ensaios com geotêxteis foram retirados corpos-de-prova da amostra escolhida,
obedecendo-se os critérios recomendados na norma NBR 12593 (1992).
4. ENSAIOS REALIZADOS
2
punção indicada pela norma é de 50 mm/min. As dimensões do punção e sua forma, a área livre do
corpo de prova e a velocidade de ensaio são fatores que afetam profundamente os resultados obtidos
(Vidal, 2001).
Os ensaios realizados com solo (Fig. 1b e 1c) seguiram o mesmo procedimento com a
diferença que o cilindro estava preenchido pelo solo previamente compactado.
Solo Solo
As leituras foram realizadas de cinco em cinco segundos. Os resultados devem ser apresentados
em uma curva de força em kN por penetração em mm.
A Figura 2 apresenta os resultados dos ensaios de puncionamento com solo e geotêxtil não
tecido isolados e do sistema solo/geotêxtil não tecido para solos com teor de umidade de 16%, 18% e
22% respectivamente. A curva apresentada como sendo do ensaio com geotêxtil isolado, é a curva
média de todos os ensaios com geotêxtil não tecido.
3
p ressão (kN /m 2 )
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500 9000 9500
0
10
15
20
25
30
35
40
45
55 Solo (16% )
60 G eotextilN ãoTecido
65
(a)
p ressão (kN /m 2 )
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500 9000 9500
0
10
15
20
25
30
35
40
45
55 Solo (18% )
60 G eotextilN ãoTecido (b)
65
p ressão (kN /m 2 )
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500 9000 9500
0
10
15
20
25
30
35
40
45
Solo/G eotextilN ão Tecido(22% )
50
55 Solo (22% )
60 G eotextilN ãoTecido
65
(c)
Figura 2. Resultado dos ensaios de puncionamento com solo, geotêxtil não tecido e solo/geotêxtil não
tecido.
4
As curvas apresentadas na Figura 3 foram originadas a partir das curvas dos demais ensaios.
Estas curvas representam a relação entre a resistência do sistema solo/geotêxtil e a resistência do solo
sem reforço, para cada valor de penetração.
3,0
Resistência Solo/Geotêxtil e Resistência Solo
2,5
2,0
1,5
1,0
penetração (mm)
6. COMENTÁRIOS
Este trabalho apresenta uma análise do ganho de resistência com a inclusão de reforço com
geossintéticos em solo através do ensaio de puncionamento estático convencional para geossintéticos.
De acordo com os resultados obtidos, apresentados nas Figuras 2 e 3, pode-se apontar as seguintes
questões:
• Os resultados obtidos mostraram claramente o aumento de resistência do solo com a inclusão
do reforço com geotêxteis. O maior ganho de resistência com a presença do reforço ocorreu nos
corpos de prova com maior teor de umidade, como pode ser verificado na Figura 3, ou seja, na
pior situação, com solo de maior grau de saturação, ou seja, de capacidade de suporte esperada
menor, o ganho de resistência do sistema solo/geotêxtil é maior;
• Apesar dos valores de resistência máxima de pico do sistema solo/geotêxtil apresentarem
grandes variações em função do teor de umidade, o rompimento dos geotêxteis nos sistemas
solo/geotêxtil ocorreram praticamente com a mesma deformação (cerca de 25 mm) pois o
comprimento total deformado para esta penetração é equivalente ao do ensaio sem solo. A
Figura 2 mostra o tipo de curva realizado em cada caso;
• Pode-se verificar também, que os geotêxteis, tanto o não tecido como o tecido, somente
começaram a atuar como reforço após uma determinada deformação (5 a 7 mm). O caso com
teor de umidade de 16% foi o que apresentou ganhos a menores penetrações. Entre as causas
possíveis, poderíamos considerar que a sucção induz tensões internas no solo mais elevadas,
tornando o material menos compressível, com maior reação ao efeito confinante do geotêxtil;
• Os resultados evidenciam a importância da rigidez do geossintético e do pré-estiramento no
momento da instalação no campo, a fim de diminuir os recalques.
Como sugestão para futuros trabalhos, podemos indicar o estudo dos efeitos da rigidez do
reforço e do atrito de interface, a velocidade de ensaio e o uso de outros materiais. Um estudo que
considerasse os parâmetros de resistência do solo suporte, poderia avaliar a possibilidade de, através
deste ensaio, estimar a capacidade de carga do sistema solo/reforço.
5
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS