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CAMPUS ARAPIRACA
ARQUITETURA E URBANISMO
ARAPIRACA
2018
KÁTRYSON MUNIZ SANTOS COSTA
Arapiraca
2018
Kátryson Muniz Santos Costa
BANCA EXAMINADORA
This research tries to evaluate the logical reasoning and the use of algorithms in the
design process in architecture. It is, in its large area, in the field of design theory in
architecture, having a main focus in the sub-area called Computational Design, thus
providing an important debate on this subject, not only for the academic body of
architecture and urbanism, but also for trained architects and professionals working
with the design process. To achieve the research objectives, two methodologies were
used: content thematic analysis and protocol analysis of the project process. The first
methodology was used to determine the theoretical concepts and bases required for
research. The second methodology was used for the development and analysis of the
experiment carried out in this research. The experiment involved the accomplishment
of project practice with two volunteers graduated in Architecture and Urbanism both
trained in the same faculty and with 2 years of experience as a designer. In the
experiment, one of the volunteers developed the design task without the aid of an
algorithm and the other with the aid of an algorithm. The results obtained from realized
experiments allowed to evaluate the logical reasoning developed by the volunteers in
the design practices, as well as the potential and the limitations of the use of
algorithms in the design process in architecture..
Keywords: Design process. Computational design. Logic. Algorithm.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 11
1.1 Justificativa ............................................................................................. 15
1.2 Objetivos ................................................................................................. 15
1.2.1 Objetivo geral.......................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................. 15
1.3 Metodologia ............................................................................................ 16
1.3.1 Análise de Conteúdo .............................................................................. 17
1.3.2 O Experimento ........................................................................................ 17
1.3.3 Análise de Protocolo de Projeto ........................................................... 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 21
2.1 O Projeto e seu Processo ...................................................................... 21
2.2 A Lógica e os Algorítmos ...................................................................... 26
2.3 Computational Design e a Teoria de Projeto de Mitchell .................... 29
2.4 CAD Criativo ........................................................................................... 41
3 REFERENCIAL EMPÍRICO ..................................................................... 46
3.1 Relato dos experimentos ....................................................................... 46
3.2 Análise de Protocolo de Projeto do Voluntário 01 .............................. 50
3.3 Análise de Protocolo de Projeto do Voluntário 02 .............................. 56
3.4 Conclusão ............................................................................................... 63
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 64
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 65
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 11
1 INTRODUÇÃO
1 Marples, D. The decisions of engineering design. Institute of Engineering Designers, London (1960).
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 12
2 Eastman, C ‘On the analysis of intuitive design processes’ in G T Moore Emerging methods in
environmental design and planning. MIT Press, Cambridge, MA, USA (1970).
3 Simon, H The sciences of the artificial. MIT Press, Cambridge. MA, USA (1981)
4 Schön, D The reflective practitioner. Basic Books, New York, USA (1983)
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 13
computador como ferramenta básica de trabalho, esta área de pesquisa não se limita
apenas à implementação de aplicativos em computador, mas sim, ao fato de pensar
sobre o projeto de maneira lógica e matemática.
Ainda de acordo com Celani:
potencial do computador para realizar atividades repetitivas, o qual poderia ser melhor
aproveitado no processamento de variáveis e informações; contribuindo, então, de
fato no processo de projeto.
Assim como sugere Mitchell (1990), é possível se seguir regras lógicas e um
provável percurso para que haja a concepção de um bom projeto, tratando-se então,
da utilização de algorítmos no processo de projeto. Segundo Terzidis (2009, apud
Martino, 2014), a ideia de algorítmo se resume a um conjunto finito de regras ou
operações precisas, inequívocas e simples, que ao serem seguidas conseguem
conduzir à execução de uma ação.
Algoritmizar algum tipo de processo requer um aprofundamento considerável a
respeito do tema, o que proporciona ao projetista um conhecimento detalhado sobre
o que se quer projetar. Stiny (1978) observa que a simples tentativa de se desenvolver
um algoritmo para um determinado processo, constitui-se num ótimo trabalho de
aprofundamento e pormenorização a respeito do tema, uma vez que para sua
construção, o algoritmo deve ser definido em tamanho grau de detalhe.
Em contrapartida, é válido destacar que é uma tarefa muito difícil – até o
presente momento, inalcançável – mapear e sequenciar os processos mentais
realizados para que seja desenvolvido um projeto. Segundo Lawson (2011), o
processo de projeto é algo muito mais caótico que metódico, nem sempre se começa
por onde quer começar ou termina onde se quer terminar; e os processos de análise
e síntese acontecem repetidamente durante o processo, sendo então, as variáveis de
projeto descobertas muito mais nessa etapa do que no início do projeto.
Portanto, observando-se a importância do conhecimento das teorias e
aplicações do computational design é que este trabalho de conclusão de curso é
desenvolvido com o intuito de levantar, a princípio, ao curso de arquitetura e
urbanismo da Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca, à discursão um
tema pouco conhecido e debatido; assim como avaliar, por meio de experimentos, o
processo lógico desenvolvido por arquitetos em uma atividade de projeto e, o potencial
do uso do conceito de algorítmo no processo de projeto.
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 15
1.1 Justificativa
1.2 Objetivos
1.3 Metodologia
1.3.2 O Experimento
Como o próprio nome deduz, esse tipo de método de análise se preocupa com
o protocolo desenvolvido no projeto, em outras palavras, o passo-a-passo, processo,
padrão, ações desempenhadas por projetistas que possuam algum tipo de relação,
lógica e etc. O primeiro estudo de protocolo em projeto de arquitetura foi desenvolvido
por Eastman (1968), o qual avaliou o processo de redesenho de banheiros
residenciais feito por projetistas experientes e baseados em desenhos ortogonais e
avaliação de usuários (apud AKIN; LIN, 1995).
O conjunto mínimo aparentemente necessário para o desenvolvimento da
análise de protocolo de projeto é o registro de verbalizações, normalmente por meio
da gravação de áudio ou vídeo, e o registro dos desenhos desenvolvidos no processo
(AKIN; LIN, 1995). A necessidade e relação atribuída a esses dois tipos de dados
adentram nos ramos da ciência cognitiva e está atrelada à maneira que a mente
humana manipula as informações visuais.
Para este trabalho, foi identificada a necessidade de trabalhar-se mais de um
método e técnica para a captura desses dados, sendo estes: o modelo baseado em
atividades, utilizado por Akin e Lin (1995); e o relato retrospectivo do pensamento
projetual do indivíduo, utilizado por Suwa e Tversky (1997).
O primeiro modelo – o modelo baseado em atividades – trata-se de uma
expansão categórica do modelo dual mode5. Nesse os dados verbais e visuais são
divididos em categorias de atividades comportamentais do projetista/voluntário, e
divisão realizada por Akin e Lin (1995) possui 06 (seis) categorias: Desenhar,
Escrever, Falar, Pensar, Examinar e Ouvir. As três primeiras atividades desta
sequência (desenhar, escrever e falar) estão diretamente ligadas aos dados verbais e
visuais, já as três últimas agregam informações empíricas capturadas a partir da
observação do comportamento do voluntário.
A finalidade da análise dessas atividades comportamentais neste trabalho se
justifica devido à necessidade de se examinar qual a atividade predominante, sua
5O modelo dual mode consiste em um método de análise de protocolos de projeto que analisa, assim
como os demais, dados verbais e visuais. Neste os dados visuais são capturados a partir dos desenhos
desenvolvidos pelo experimentado, e os dados verbais a partir do thinking aloud. Neste método os
dados verbais e visuais são considerados ecos e busca-se comumente perceber a relevância desses
dados no processo de projeto (AKIN E LIN, 1995)
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Definir com exatidão e de forma geral o que é projeto, seria, sobretudo, ingênuo
e precipitado; de forma que, à medida em que se é tomado conhecimento à respeito
dos diversos tipos de projeto – design de interiores, moda, arquitetura, engenharias,
entre outros – e os conhecimentos inerentes necessários aos seus respectivos
profissionais, é que se é possível perceber o quão não-generalizável é a definição de
projeto.
Uma boa definição de projeto a ser considerada, poderia, por exemplo, ser a
proposta por Matchett (1968, apud Lawson, 2011), a qual dizia que: projeto é uma
“solução ótima para a soma de necessidades verdadeiras de um conjunto específico
de circunstâncias”. Porém, como bem explicado por Lawson (2011), as expressões
“solução ótima” e “necessidades verdadeiras”, poderiam fazer bem mais sentido para
áreas de projeto como as das engenharias – onde se requer muita exatidão
matemática – do que, por exemplo, à moda ou design de interiores – nas quais seus
produtos agregam como fator importante e diferencial, a subjetividade – , levando a
concluir que uma definição geral como essa pode excluir determinadas áreas de sua
abrangência.
Além da percepção do quão complexa é a criação de uma definição única para
o conceito de projeto, é possível averiguar com mais clareza as diferenças e
semelhanças na concepção projetual das diferentes áreas. Utilizando-se ainda da
comparação entre as engenharias e moda, por exemplo, a noção de projeto para cada
um dos profissionais dessas áreas se manifestam de maneira particular. Quando a
uma análise mais superficial, um projeto de engenharia aparenta mais sistemático,
matemático e mesmo mecânico; quanto à moda, demonstra-se mais criativo e
imprevisível.
No entanto, quando observados mais a fundo, todos os tipos de projetos
possuem também suas características em comum: é necessário também criatividade
nas engenharias, assim como procedimentos sistemáticos em moda. Portanto, como
bem explana Lawson (2011), “os vários tipos de projeto lidam com ideias precisas e
vagas, exigem pensamento sistemático e caótico, precisam de ideias criativas e
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 22
Figura 3 - O processo de projeto visto como negociação entre problema e solução por meio das
três atividades de análise, síntese e avaliação
resultado, utilizando-se de algorítmos. Estes, por sua vez, são passos descritos, em
alguma linguagem, de forma lógica, clara e não ambígua que deve garantir eficácia,
eficiência e repetibilidade ao processo. Devida sua relevância para este trabalho, os
parágrafos seguintes abordarão um pouco mais sobre algorítmos e como escrevê-los.
(JOLIVET, 1969)
O ato de criar um algorítmo, ao contrário do que se pode imaginar, não é um
procedimento que foi desenvolvido exclusivamente para a computação. Por mais que
despercebido, são realizados diversos algorítmos em nosso cotidiano, como por
exemplo um treino de musculação, cozinhar, escovar os dentes e etc. Um algorítmo
para escovar os dentes, por exemplo, poderia ser: pegue a escova de dentes; pegue
o creme dental; coloque o creme dental nas cerdas da escova de dentes; escove-os;
cuspa a espuma na pia; limpe a boca com água; lave a escova de dentes; guarde-a;
fim do algorítmo.
Existem diversas maneiras de escrever e representar os algorítmos, e apesar
de ser mais comum de se imaginar e ver algorítmos escritos em linguagens
rebuscadas de programação – como Python, C, Java e etc –, os algorítmos podem
ser escritos no idioma de preferência do seu criador, ou mesmo com um fluxograma
repleto de símbolos. A escolha da linguagem a ser escrita varia de acordo com o nível
de detalhe que se queira oferecer em determinado algorítmo. A Figura 4 ilustra duas
das formas de se representar os algorítmos: descrição narrativa e fluxograma
convencional.
Para que se possa escrever um algorítmo em um nível de detalhe mais avançado,
fornecendo assim, um maior grau de clareza e indubitabilidade, é necessário que
todas as variáveis, constantes e parâmetros sejam declarados, quanto ao nome e tipo
– se é número ou palavra, e se número, se pertencente ao conjunto de números
inteiros, reais, complexos e etc, por exemplo – em sua fase inicial de elaboração. A
Figura 5 demonstra a representação de um algorítmo em Português estruturado ou
Portugol7.
7 Português estruturado ou portugol é uma linguagem rica em detalhes, porém com sintaxe mais
simplificada e não-rigirosa, que se utiliza de forma simplificada palavras em português. É uma
linguagem para representar algorítmos, porém não executável em computador. (CARVALHO, 2007).
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 28
8Comentários críticos são as inferências produzidas pelo projetista através de argumentos lógicos. 9
Críticos são os geradores de inferências, podendo ser humanos especializados no assunto, como por
exemplo, um arquiteto, ou mesmo um programa de computador.
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 36
e operações lógicas, com o objetivo de automatizar10, senão por inteiro, mas certas
etapas do processo de projeto e contribuir nas tomadas de decisão. No entanto, para
que seja possível a computabilidade e repetibilidade do processo, é possível se
desenvolver alguns algorítmos, baseados em sua teoria; visto que, todos os conceitos
e técnicas estão interligados e sua utilização sugere um passo-a-passo.
Tomando como base as definições abordadas nos parágrafos anteriores é
possível perceber o seguinte passo-a-passo: estabelecer o mundo projetual e
linguagem crítica a ser utilizada; definir o tema arquitetônico a ser projetado;
desenvolver o universo de discurso, conceitualização e descrição funcional11; aplicar
os procedimentos de inferência e operações lógicas para se alcançar um estado, da
árvore estado-ação, que sirva como descrição do discurso; verificar se todas as
asserções satisfazem todos os predicados completamente; se não: verificar e atualizar
e/ou modificar a base de dados e regras do discurso, caso necessário, ou reaplicar os
procedimentos de inferência, a fim de avaliar um outro estado possível; se sim:
finalizar o discurso, ou executar os procedimentos da opção “não”.
Apesar de não propor exatamente um algorítmo a ser seguido, Mitchell (1990)
sugere alguns procedimentos que podem ser realizados para se alcançar um
resultado projetual por meio de sua teoria. Uma das propostas apresentadas pelo
autor, e que será útil para este trabalho, é denominada como processo de geração e
teste (generate-and-test). Esse procedimento consiste em três mecanismos: de
geração, de teste e uma estratégia de controle. Ele propõe a utilização de sistemas
computacionais ou no mecanismo de geração ou de teste, em que, em caso de
aplicação computacional no mecanismo de geração, para Mitchell (1990), seria
altamente provável a geração de uma solução rapidamente.
Por fim, tendo conhecimento da teoria computacional do projeto desenvolvida
por Mitchell (1990), é admissível observar a viabilidade em raciocinar logicamente o
projeto em arquitetura. Mesmo que a princípio, sua teoria aparente demonstra o
projeto arquitetônico apenas como um jogo de combinação de formas que
desempenham determinada função em um dado contexto, seu método vai além, o
10 Automatizar, segundo o Dicionário Aurélio online (2017), significa tornar ou tornar-se automático. No
caso do processo de projeto, a partir dos predicados declarados durante o processo, entende-se que
são determinadas soluções serem alcançadas automaticamente, a partir desses argumentos lógicos.
11 Termo utilizado por Mitchell (1990) para designar-se ao conjunto de predicados funcionais do projeto.
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 40
3 REFERENCIAL EMPÍRICO
Programa de necessidades
Desenvolva o projeto de layout de um quarto para usufruto de um casal. O cômodo desfrutará
de banheiro e sua área será de 14,00 m² (área apenas do quarto). As dimensões perimetrais
serão 4,00 x3,50 m, terá uma porta de acesso para o quarto de 0,80 x 2,10 m e uma outra de
acesso para o banheiro de 0,70 x 2,10 m. O quarto terá uma janela de 1,50 x 1,00 que será
instalada na parede que faz fechamento ao afastamento lateral da casa, essa possuindo
orientação leste. O casal gosta de assistir filmes e escutar som numa boa qualidade. Ele,
possui como hobby tocar alguns instrumentos de corda e ela gosta de realizar uma boa
produção de maquiagem, sendo exigente quanto a essa necessidade.
Desenvolva o projeto de layout deste quarto, excluindo, portanto, o banheiro e levando em
consideração as informações obtidas acima
que deveria ser seguido nessa tarefa de projeto e quadros de suporte para o registro
das variáveis e condicionantes. O algorítmo foi desenvolvido pelo experimentador com
base no fluxograma da Figura 14 e quadros de suporte (Quadro 1, Quadro 2 e Quadro
3) com o intuito de servir como ferramenta CAD de armazenamento e geração
automática de dados.
Algorítmo do experimento
O algorítmo proposto para este experimento não se trata de uma ferramenta que deve
ser utilizada sempre no processo de projeto, mas sim como passo-a-passo-base que
auxilie na captura e armazenamento dos dados (variáveis) do projeto, assim como no
tratamento dessas variáveis em condicionantes e na verificação da implicação e uso
destas no projeto; estando o mesmo passível de modificação, para uma melhor
fluidez, pelo próprio voluntário.
Foram criados 03 (três) quadros de suporte sendo uma direcionada para o
armazenamento e tratamento de variáveis (Quadro 01); outra com o mesmo objetivo,
porém direcionada para as variáveis relacionadas ao mobiliário (Quadro 02); e uma
última para listagens de condicionantes, relacionando, portanto, as variáveis dos
outros quadros (Quadro 3).
Algoritmização no processo de
projeto em arquitetura 49
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
Nom Lado 01 Altura Área no piso Área no lado 01 Área no lado 02 Área no lado 03 Área no lado 04 Área
Lado 02 (m) Lado 03 (m) Lado 04 (m)
e (m) (m) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) útil
0 0 0 0 0
19% Desenhando
Escrevendo
4%
Examinando
59% Ouvindo
16%
Falando
2%
Desenhando 983
Escrevendo 30
Examinando 259
Ouvindo 68
Falando 315
Categorias
16% 23%
Desenhando
20%
11% Escrevendo
Examinando
30%
Ouvindo
Falando
Desenhando 648
Escrevendo 319
Examinando 854
Ouvindo 571
Falando 438
Categorias
Propriedades emergentes
Ordem
Segmentos Relações espaciais Relações funcionais
numérica
Experiência
Formas/ Relações Relações Funções Características Aspectos Aspectos
Espaços Coisas Tamanhos Circulação
ângulos locais globais práticas abstratas/reações visuais luminosos
Ele me passou um
programa onde deveria ser Informções
feito um projeto de um prévias do
"programa";
quarto de casal – uma O hobby de
projeto
"projeto"; "quarto
suíte – , 4 x 3,5 m, e tinha tocar e
obtidas por
de casal"; maquiagem
umas breves informações
"homem do um programa
falando que homem do são
casal"; de
01 casal gostava de - - 4 x 3,5 m - - condicionantes - - - -
"instrumento para a necessidades
instrumento musical, tinha
musical"; "hobby organização e que
o hobby de tocar, e a
de tocar"; direcionam o
mulher de maquiagem, funcionalidade
"maquiagem"; olhar do
então isso seria o fator que do layout
"layout" processo de
agregaria no layout, na
organização e na projeto
funcionalidade do quarto
Então eu fui seguindo os
passos do algoritmo "algorítmo"; Reunir as
proposto: primeiro ir
02 - "programa"; - - - - variáveis e - - - - -
analisando o programa, ir
pegando os dados e "planilha" condicionantes
alimentando uma planilha
Depois fui seguindo os
passos: escollhendo
janela, fui alimentando a "janela";
planilha e adicionando a "planilha";
Reunir as
mobilia na planilha, os "mobília"; "lado
03 - - - - - variáveis e "dúvida" - - - -
lados das paredes, mas as das paredes";
condicionantes
vezes eu fiquei na dúvida "condicionantes";
em adicionar "algorítmo"
condicionantes pro quarto
pra fazer esse algoritmo
Quadro 8 - Quadro de suporte para registro das variáveis de projeto preenchida com os dados levantados pelo voluntário 02
Tema
SUÍTE CASAL
arquitetônico
Lado Piso Insolação Ventilação Janelas Portas
Dimensão Espessura Altura Área útil Área Área Área Altura Largura Área Altura Largura Área
Nomes Sim/Não Orientação Sim/Não Direção Sim/Não Sim/Não
(m) (m) (m) (m) (m²) útil (m) (m²) (m) (m) (m²) (m) (m) (m²)
LADO 1 4 0,15 2,7 9,3 10,8 sim leste sim leste sim 1 1,5 1,5 não 0
LADO 2 3,5 0,15 2,7 9,45 9,45 não sul não sul não 0 não 0
14 14
LADO 3 4 0,15 2,7 10,8 10,8 não oeste não oeste não 0 sim 2,1 0,8 1,68
LADO 4 3,5 0,15 2,7 7,98 9,45 não norte não norte não 0 sim 2,1 0,7 1,47
Quadro 9 – Quadro de suporte ao registro de condicionantes projeto preenchida com os dados levantados pelo voluntário 02
Se Se houver JANELA Então Não existirá TV no LADO OPOSTO MAS SE existir CORTINA então OK
3.4 Conclusão
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que fosse possível dar andamento a esta pesquisa foi necessário ao autor,
conhecer o trabalho de importantes autores que embasam essa área de estudo, a
metodologia em processo de projeto em arquitetura, assim como buscar
conhecimentos a respeito de lógica e algorítmos. Mitchell (1990) e Celani (2003) com
teorias e aplicações práticas do Computational Design; Lawson (2011) com seu
mapeamento do processo de projeto; e Akin e Lin (1995) e Suwa e Tvesky (1997) com
métodos de análise de protocolo de projeto, formaram um importante lastro a esta
pesquisa.
Os experimentos realizados com os arquitetos e urbanistas proporcionaram de
maneira satisfatória o alcance dos objetivos desta pesquisa. Foi possível se observar
o processo lógico desenvolvido por arquitetos durante tarefas de projeto, como
também a contribuição do uso de algorítmos no processo de projeto, seu potencial e
limitação.
Foi possível concluir que o processo de projeto em arquitetura é também uma
atividade que envolve raciocínio lógico, com declaração de variáveis e condicionantes
e a realização de operações lógicas que definem um resultado, porém foi possível
concluir também que o uso de algorítmo é algo muito complexo de existir nesse
processo, pois o mesmo ocorre de forma não sequencial e com dados muito mais
armazenados na mente e em desenhos do que em plataformas verbais. Foi possível
concluir também que esse tipo de processamento de dados funciona melhor com o
computador, ou seja, os algorítmos funcionam melhor nesse tipo de processo se
utilizados como ferramentas computacionais que auxiliem no processo de projeto.
Este trabalho contribui para a abertura de discussões para futuros trabalhos
que discutam a importância e contribuição do ensino de métodos de projeto, ou até
mesmo o desenvolvimento de ferramentas computacionais que auxiliem no processo
de projeto de arquitetura.
Algoritmização no processo de
projeto de arquitetura 65
REFERÊNCIAS
AKIN, Ö; LIN, C. Design protocol data and novel design decisions. Design Studies,
Gran Bretanha, v. 16, p. 211 – 236, abr.1995. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0142694X9400010B. Acesso em:
21 set. 2018.
STINY, George, Algorithmic Aesthetics: computer models for criticism and design
in the arts. Berkeley: University of California Press, 1978.
STINY, George. Pictorial and formal aspects of shapes and shape grammars: on
computer generation of aesthetic objects. Basel: Birkhäuser, 1975.
SUWA, M.; Tversky, B. What do architects and students perceive in their design
Algoritmização no processo de
projeto de arquitetura 66
sketches? A protocol analysis. Design Studies, Gran Bretanha, v. 18, p. 385 – 403,
outubro de1997. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0142694X97000082. Acesso em:
22 jul. 2018