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“Eminentes cientistas, tais como o psicolinguísta canadense Steven Pinker e o neurofisiologista

brasileiro Miguel Nicolelis, têm apostado na descrição empírico-científica na natureza humana


entendida, portanto, como imanente, biológica, e não transcendental ou metafísica. Para Pinker
(2002), a natureza humana é formada por faculdades cognitivas e emocionais que são universais nos
espécimes saudáveis do Homo Sapiens. Para Nicolelis (2011), natureza humana é o conjunto da
enorme variedade de comportamentos especializados produzido pelo cérebro humano como um
órgão formado por “imensas redes neuronais altamente conectadas e de operação extremamente
dinâmica, conhecidas pela alcunha de circuitos neurais” (66)

“Segundo Esposito (2010), além de Nietzsche, Foucault bebeu do evolucionismo darwiniano, “(...)
cuja duradoura actualidade não está em ter substituído à história ‘a grande e velha metáfora
biológica da vida’ mas, pelo contrário, em ter reconhecido também na vida os sinais, os desvios e os
acasos da história” (p. 51). Esposito ressalta, citando Foucault mais uma vez, que “é de Darwin que
vem, aliás, a consciência de que a ‘vida evolui, e a evolução das espécies viventes é determinada, até
certo ponto, por acidentes que pode ser de natureza histórica’” (p. 51-52). Em suma, “história e
natureza, vida e política, entrelaçaram-se, solicitamse, violentam-se segundo um ritmo que faz duma
ao mesmo tempo matriz e resultado provisória da outra” (p. 53), de modo que “(...) uma natureza
humana definível e identificável enquanto tal, independentemente dos significados que a cultura, e
portanto a história, lhe imprimiram no curso do tempo, é coisa que não existe” (p. 52)” (69)

“A constatação (objetiva) de quais características constituem a natureza humana rivaliza claramente


com a eleição (normativa) de quais devem ser selecionadas. Via de regra, faz-se uma opção pelo
critério normalidade (PINKER, 2002), conceito bastante controverso. É bastante conhecida a
polêmica historicidade dos conceitos de doença e saúde (KIPLE, 2008; SCLIAR, 2007), bem como o
pluralismo de formas de percebê-las. Cada nova versão, cuja finalidade é superar as controvérsias
das definições existentes, cria novos problemas, de modo que o dissenso parece incontornável
(CAPRARA, 2003).” (82)
Artig

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