Você está na página 1de 11

Relatório Parcial - PIBIC

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


PIBIC

RELATÓRIO PARCIAL

DO COGNITIVISMO À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: ALCANCES E

LIMITES DE UMA TEORIA DA APRENDIZAGEM

Curitiba, PR
Novembro de 2019
Relatório Parcial - PIBIC

Silvio Neuhaus

Bacharelado em Filosofia

Escola de Humanidades

DO COGNITIVISMO À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: ALCANCES E

LIMITES DE UMA TEORIA DA APRENDIZAGEM

Relatório Parcial apresentado à Pontifícia


Universidade Católica do Paraná, Pró-
Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e
Inovação, Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação Científica, sob orientação do
Prof. Kleber Bez Birolo Candiotto.
Relatório Parcial - PIBIC

Curitiba, PR
Novembro de 2019

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................4
2 OBJETIVO(S).............................................................................................................6
3 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................6
4 MATERIAIS E MÉTODO............................................................................................8
5 RESULTADOS PARCIAIS.........................................................................................9
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS PARCIAIS........................................................10
7 ETAPAS FUTURAS.................................................................................................11
08 REFERÊNCIAS......................................................................................................11
Relatório Parcial - PIBIC

1 INTRODUÇÃO

O que é todo conhecimento senão experiência registrada e um produto da história, da qual,


entretanto, raciocínio e crença, não menos do que ação e paixão, são materiais essenciais?
-Thomas Carlyle, Critical and Miscellaneous Essays

Compreender como a Inteligência Artificial tem se tornado uma das mais


novas áreas de pesquisa intelectual, significa percorrer as mais diversas áreas do
conhecimento, entre elas a filosofia, a linguística, a psicologia e a biologia para
examinar as diferenças entre a IA fraca e a IA forte, e também, o que são métodos
fortes e fracos da Inteligência Artificial.
Todavia, o que é Inteligência Artificial? Existem várias maneiras de
classificação e definição para chegarmos a essa resposta, que tem colocado vários
filósofos, biólogos e psicólogos diante de outra questão não tão menos importante: o
que é Vida? Essas duas perguntas tem nos ajudado a compreender melhor o que é
a Vida Artificial, pois essa é uma das grandes preocupações e indagações entre
diversos pensadores que tratam do assunto.
Coppin (2017) define inteligência como sendo uma faculdade que possuímos
para lidarmos com novas situações e problemas, de buscar respostas para diversas
questões e planejar novas soluções. Desse ponto de vista é muito difícil entender a
diferença entre a inteligência dos humanos e a dos golfinhos e macacos. Os temas
que envolvem a IA são tão complexos que nos deparamos com problemas
filosóficos logo na sua primeira definição.
Consequentemente, Coppin (2017, p.48) afirma que a Inteligência Artificial é
“o estudo dos sistemas que agem de um modo que a um observador pareceria ser
inteligente.” Ele também define a Inteligência Artificial como sendo um “utilizar de
métodos baseados no comportamento inteligente dos humanos e outros animais
para solucionar problemas complexos”.
Segundo essas afirmações de Coppin (2017), podemos entender que a
inteligência artificial é um método de resolução de problemas baseados na forma
com que os humanos solucionam seus problemas. Atualmente, já podemos
perceber que vários sistemas podem entender e interpretar a fala humana, extraindo
e agindo conforme nós frente a diversos problemas e situação.

4
Relatório Parcial - PIBIC

A definição de Inteligência Artificial evidencia-se ainda mais quando


compreendemos a diferença entre a IA forte e a IA fraca. A primeira defende que a
capacidade de processamento pode atingir tal ponto em que possibilitará uma
máquina pensar e ter consciência tal qual um ser humano. A segunda, no entanto,
entende que o comportamento inteligente das máquinas apenas pode solucionar os
diversos problemas que existem no mundo atual.
Diferentemente da IA forte e da IA fraca, são os métodos fortes e fracos da
Inteligência Artificial. Um método, como o próprio nome já diz, não incorporam
conhecimentos originais, é somente um sistema que dispõem de conhecimentos
pré-programados para soluções de problemas específicos. Os métodos fracos
utilizam de sistemas como a lógica, o raciocínio automatizado e outras estruturas
gerais. Por outro lado, os métodos fortes fazem uso de conhecimentos sólidos sobre
o seu mundo e sobre os problemas que devem ser encontrados nele.
A compreensão do que é Inteligência Artificial e suas ramificações como Vida
Artificial, IA forte, IA fraca e métodos fortes e fracos da mesma, além de conceitos
como o teste de Turing, a Lenda de Golém e a Sala Chinesa, é uma das principais
preocupações de muitos filósofos da atualidade, uma vez que a IA está prestes a
mudar o mundo como vivemos, como também a forma de interpretarmos a
sociedade atual.
É notável o avanço na área da IA desde o seu surgimento, mas afinal, será
que uma máquina poderá um dia ter tamanha inteligência a ponto de ultrapassar os
seres humanos? Será que a Vida Artificial é o futuro da existência humana? Até que
ponto tal máquina poderá evoluir em sua inteligência para passar a sentir como os
humanos, se isso for possível ou necessário? Essas são questões complexas
levantadas por vários especialistas nessa área, sendo que a maior parte deles
entendem que esses conceitos não passam apenas de ficção científica.
No entanto, é necessário estamos preparados para essa realidade e
definirmos o que é o conhecimento humano e o que é o saber artificial. Embora os
conceitos da IA forte para muitos sejam conceitos que nunca iremos alcançar, essa
possibilidade pode, em um futuro próximo, mudar o que entendemos sobre os seres
humanos.

5
Relatório Parcial - PIBIC

2 OBJETIVO(S)

 Compreender os aspectos da inteligência artificial e de como a IA


influência
o mundo hoje e como ela influenciará o mundo no futuro.
 Entender como o homem moderno adquirir conhecimento e
informação e
saber qual a distinção entre conhecimento da verdade e experiência
da
verdade.
 Identificar os principais campos de estudo da ciência cognitiva.
 Entender a Inteligência Artificial e compreender como melhor
aproveitá-la
num futuro próximo.
 Apresentar as características de um saber totalmente humano e um
saber
com base na Inteligência Artificial

3 REVISÃO DE LITERATURA

Embora a IA tenha conseguido grande destaque das pesquisas intelectuais


nas últimas cinco décadas, o sonho de se construir uma máquina pensante é muito
antigo, essa ideia está presente na imaginação da humanidade desde o pensamento
mítico da Lenda do Golém (século XVI). Posto isso, alguns filósofos e pesquisadores
atuais ainda consideram que a possibilidade de se construir robôs que possuem
emoções e consciência são somente obras da ficção científica.
A partir dos anos 1950, surgiram diversos avanços nessa área, abrindo
debates entre filósofos como Searle e Dennett quando às condições da IA. O teste
de Turing é uma excelente forma de determinar a inteligência de um computador,
que ainda permanece atualmente empregado. Nos dias atuais existe uma sólida
convicção de que mesmo se um computador obtivesse sucesso no teste de Turing,
mesmo assim ele não seria verdadeiramente inteligente igual aos seres humanos,
como apregoa Searle.

6
Relatório Parcial - PIBIC

Quem usou por primeiro o termo de Inteligência Artificial foi John McCarthy na
década de 1960. A partir da década de 90, no entanto, seu aprimoramento tem sido
muito amplo. “A Inteligência Artificial está a nossa volta e é amplamente utilizada na
indústria, nos jogos computacionais, nos automóveis e em outros dispositivos, tanto
quanto é uma valiosa ferramenta utilizada em muitos sistemas computacionais.”
(COPPIN, 2017).
Atualmente, a forma como adquirimos conhecimento e informação está
constantemente sendo influnciada pela Inteligência Artificial. Se há três décadas, a
maneira como buscávamos conhecimentos para a interpretação do mundo e busca
de conhecimentos, era através da procura de livros que muitas vezes eram de difícil
acesso, hoje com a IA podemos adquirir mais facilmente sobre estudos e artigos de
determinadas áreas do saber através de ferramentas que facilitam a busca e o
acesso a determinado conhecimento.

Sistemas especializados são utilizados por médicos para ajudar a descobrir


os sintomas que são difíceis de diagnosticar ou para prescrever tratamentos
em casos em que mesmo especialistas humanos têm dificuldades. Sistemas
de Inteligência Artificial são utilizados em uma ampla gama de atividades,
desde ajudar agentes de viagem a selecionar férias adequadas, até permitir
fábricas escalonar máquinas. (COPPIN, 2017)

O conhecimento humano tem evoluído na última metade de século tanto


quanto a Inteligência Artificial, pois essa nos possibilitou, além de uma nova forma
de estudar o mundo com técnicas e ferramentas atuais, uma forma mais rápida e
eficiente de acessar e integrar esses dados pesquisados por diversos pesquisadores
e filósofos ao redor do mundo.
Para que a Inteligência Artificial integre a humanidade, também se faz
necessária o uso de diversas técnicas para que as duas coexistam: uma dessas
técnicas é a linguagem. Diferente dos computadores e programas computacionais,
os seres humanos utilizam a linguagem natural, no entanto, esse tipo de
comunicação é ambíguo e uma dada sentença pode ter diferentes tipos de
significados.

Linguagens formas são quase sempre projetadas para garantir que não
ocorra ambiguidade. Assim, um dado programa escrito em C++, Java e
PROLOG pode ter apenas um tipo de interpretação. Isto é claramente
desejável, porque, de outra forma, o computador teria que tomar uma
decisão arbitrária em relação a qual interpretação adotar. (COPPIN, 2017)

7
Relatório Parcial - PIBIC

E a Inteligência Artificial faz uso dessa linguagem formal, ou seja, ela utiliza
uma linguagem na qual pode-se aceitar somente um único resultado e se esperar
somente uma ação possível. Seria complicado se existisse uma IA ou computador
que se pedíssemos para este uma dada informação e recebêssemos um arquivo ou
resultado totalmente diferente do pedido original.
COPPIN (2017) afirma que além da linguagem natural e formal, ainda existe o
processamento de linguagem natural, que é responsável por permitir que os
computadores “entendam” a linguagem natural. Existe uma coletânea de técnicas
que permite a esses a possibilidade de extração de informações gramaticais bem
como expressões vocais, para melhor se compreender a linguagem natural e chegar
a um resultado único.
O processamento da linguagem natural foi inicialmente usado para tradução
automática, porém hoje várias empresas de telecomunicações utilizam desse
sistema para atender melhor seus clientes sem a necessidade de um atendente
humano. Esse processamento se faz em diversos nível como fonologia, morfologia,
sintaxe, semântica e pragmática, e além desses níveis o processamento da
linguagem natural deve aplicar algum conhecimento de mundo.
O principal objeto do processamento da linguagem é um sistema com grande
conhecimento do mundo e tamanha suficiência, que esse seria capaz de dialogar
com qualquer humano em qualquer tipo de discussão sobre os mais variados
assuntos.

4 MATERIAIS E MÉTODO

Esse projeto tem em sua origem uma natureza teórica, portanto seus
resultados foram adquiridos por meio da leitura dos textos de Ben Coppin e de
outros autores que debatem o tema da Inteligência Artificial. A primeiro momento foi
efetuado o levantamento da biografia e, após leitura e análise, foi efetuado breve
resumo sobre o tema, enfocando nos principais conceitos e formas. Também foram
frequentadas aulas quinzenais para melhores exposição e elaboração do tema,
promovidas pelo professor orientador.

8
Relatório Parcial - PIBIC

5 RESULTADOS PARCIAIS

A pesquisa revelou conceitos e definições da Inteligência Artificial, como


também evidenciou as formas dessa se manifestar no âmbito da pesquisa filosófica,
a partir de abordagens como a IA forte e a IA fraca. Também foi evidenciado os
métodos fortes e fracos que a Inteligência Artificial utilizada para interagir com o
mundo, esses métodos fortes e fracos são diferentes das IA forte e fraca, pois eles
não possuem conhecimento pré-definido em sua origem, são apenas métodos
utilizados para se chegar a um determinado conhecimento.
Também foi definido que uma das ramificações da Inteligência Artificial é a
Vida Artificial, que prega a possibilidade de máquinas e robôs existirem em sintonia
com os humanos, podendo eles também pensarem e sentirem como os humanos
pensam e sentem. Fica bem evidente a possibilidade de que a Vida Artificial é um
modelo de vida no qual máquinas podem ter pensamentos e emoções, no entanto,
pensadores como Fukuyama e Sandel entendem que esse tipo de realidade apenas
acontece no campo da ficção cientifica.
A ideia de revolução das máquinas e seu domínio sobre os humanos teve sua
origem na indústria cinematográfica, e, portanto, um futuro onde isso aconteça, é
algo muito improvável pela comunidade acadêmica, e se imaginarmos essa
possibilidade, é somente para fins recreativos que essa visão pode ter algum
sentido.
A IA teve sua primeira aparição na imaginação humana através do
pensamento mítico da Lenda de Golém, ou seja, um homem artificial criado para
espionar os inimigos dos judeus. O mito de Golém evidência que, de fato, Golém era
um homem inteligente e um dia ele se voltou contra o seu criador, ocasionando o
mesmo a retirar sua inteligência e devolvê-lo ao mundo inanimado.
Foi somente na década de 50 que tivemos um avanço real sobre a
Inteligência Artificial, através principalmente do teste de Turing, criticado três
décadas depois mediante o argumento da Sala Chinesa de Searle. Alan Turing foi
um matemático, lógico e cientista da computação, considerado o pai da computação,
que elaborou seu teste para determinar se uma máquina poderia pensar.

9
Relatório Parcial - PIBIC

A partir de então, a Inteligência Artificial teve significativo avanço e hoje ela


está presente nos mais variados meios de comunicação da humanidade. É através
dela que conseguimos avanço nas mais diferentes áreas de conhecimento humano.
Assim, a IA tem evoluído tanto quanto a humanidade tem evoluído desde o seu
surgimento.
É de grande importância para a Inteligência Artificial o conhecimento sobre a
Linguagem Natural, pois a única forma de interação entre humanos e máquinas se
dá, principalmente, por meio da linguagem. E a Inteligência Artificial utiliza uma
Linguagem formal para adquirir conhecimento, portanto, é de suma importância a
tradução de Linguagem Natural para Linguagem formal e vice-versa.

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS PARCIAIS

Com as principais ideias sobre a Inteligência Artificial definidas, agora nos


cabe o papel de discutirmos sobre sua importância e abrangência no mundo
contemporâneo. É extremamente necessário diferenciarmos a Inteligência Artificial
presente nos nossos meios de comunicação e interação de conhecimento, da
Inteligência Artificial proposta geralmente pela indústria cinematográfica.
A primeira tem grande importância na medicina, física, astronomia,
comunicações e várias outras áreas do conhecimento humano, já a segunda é
baseada principalmente no pensamento mítico dominância das máquinas, o que
pode ser explorado apenas para entretenimento e nunca como um futuro provável.
A Inteligência Artificial presente na humanidade, com evolução acentuada na
década de 90, tem grande importância para todas as áreas da evolução da
humanidade. A sociedade contemporânea só conseguir grande destaque e
conhecimento, que nunca antes foram adquiridos, graças ao avanço da Inteligência
Artificial.
É por meio dela que conseguimos revolucionar nossa medicina, astronomias,
locomoção e várias outras áreas de necessárias para a humanidade. Hoje ela está
presente em jogos computacionais, automóveis, celulares e vários outros
dispositivos necessários para a manutenção e conhecimento da humanidade.

10
Relatório Parcial - PIBIC

Embora o conceito de IA forte seja muitas vezes um conceito temido ou


surreal para muitos cientistas e pensadores contemporâneos, a IA fraca já está
presente e revoluciona as nossas vidas, que tem trazido formas inovadoras para
compreendermos melhor o mundo, como também nosso passado e nosso futuro.
Quando Turing desenvolveu seu teste, com certeza ele não tinha imaginado
que a Inteligência Artificial moldaria a maneira de se entender o mundo. Sua grande
influência, como pai da computação, fez com que conseguíssemos um ponto de
partida para o estudo e desenvolvimento da IA tão necessária para os dias atuais.

7 ETAPAS FUTURAS

A pesquisa tem seguido seu objetivo principal e conseguido cumprir com o


calendário proposto. Tivemos uma fase de definição do material para a investigação,
uma organização dos dados bibliográficos obtidos na pesquisa e elaboração inicial
de resenhas dos materiais lidos.
Seguimos em nova etapa da nossa pesquisa com o esboço das
considerações parciais a respeito do problema da pesquisa, nos preparando para
adicionar novas bibliográficas para enriquecer a pesquisa.

08 REFERÊNCIAS

CARDOSO, Matêus Ramos. A Concepção de Mente em John Searl. Complexitas


Rev. Fil. Tem., Belém, v. 1, n. 2, p. 38-82, jul./dez. 2016. Disponível em:<
http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/complexitas/article/view/3753>. Acesso em:
20 abr.2017.

COPPIN, Ben. Inteligência Artificial. Editora: LTC; Edição: 1 (27 de junho de 2017)

DUARTE, Bruna M. Lemes. Estudos sobre linguagem e Filosofia da Mente segundo


John Searle, 2014. Disponível em:
<https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE/6brunaduart
e.pdf>

TEIXEIRA, João Fernandes. Inteligência Artificial (Como ler filosofia). Editora:


PAULUS Editora; Edição: 1 (13 de março de 2014)

11

Você também pode gostar