Você está na página 1de 17

º

Problemas éticos na
criaçã o de inteligência
artificial
Índice:

Introdução………………………………………………..…………….….…….....……3

Contextualização do tema

● O que é a inteligência artificial?………………………………….…………………………….…....


…..4

Concetualização

● Sobre o tema………………………………………………………..……...….……….5/6
● Teorias (A Teoria de Resolução Humana de Problemas) ……………………...7/8

Quais os desafios e problemas éticos da IA:………………………………...…………..9

Problematização

● Problema.……………………………………………….………………...……10
● Tese…………………………………………………………..…………..……..10

Argumentação

Trabalho realizado
● Argumentos por:
a favor…………………………………………………………….…..…...….11/12
Carlota Santos
● Argumentos contra………………………………………………………..……….....11/12/13

Conclusão…………………………………………………………………………….…14

Glossário………………………………………….………………………………….…15

Webgrafia/bibliografia................................................................................................…16

Disciplina: filosofia

Professora: Paula Justiça

Turma: 11ºB

Ano letivo: 2020/2021


2
Carlota Santos
11/04/2021
Introdução:
Todos os dias existe um avanço constante do progresso científico que
desencadeia novas abordagens acerca das relações humanas com as máquinas. Com
isto, o objetivo deste trabalho é a pesquisa e análise de questões sobre a Inteligência
Artificial (IA) e os problemas éticos que são influenciados por esta no contexto social,
enfatizando os impactos e questionamentos que este emerge no ramo da ciência
ocasional.

O objetivo é questionar o alcance do artificial enquanto conceito que influencia


diretamente o que entendemos por inteligência. Será argumentado que uma linha
tênue e quase invisível parece separar o natural do artificial, colocando em xeque a
identidade de ambos. As perspectivas de Thomas Kuhn E Karl Popper irão ajudar neste
processo.

Por fim, com a discussão da hipótese colocada e a forma de como a IA tem


impacto na sociedade apresentarei a minha perspectiva pessoal.

3
Carlota Santos
Contextualização do tema:
O que é inteligência artificial:
A inteligência artificial é um campo do conhecimento associado à linguagem e à
inteligência, ao raciocínio e à resolução de problemas. A IA proporciona uma relação
entre o humano e a máquina ao juntar sistemas inteligentes.

Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se propõe a


desenvolver sistemas que simulem a capacidade humana de percepção de um
problema, identificando seus componentes para, com isso, resolver problemas e
propor/tomar decisões. Usando diferentes algoritmos e estratégias de tomada de
decisões e um grande volume de dados, sistemas de IA são capazes de propor ações,
quando solicitados.
Outra definição de Inteligência Artificial seria a criação de sistemas inteligentes
de computação capazes de realizar tarefas sem receber instruções diretas de humanos
(os “robôs” são exemplos disso).
“O início da IA data de 1950, quando Alan Turing publicou seu artigo “Computing
Machinery and Intelligence” e propôs o teste que compara a performance de um
computador e de uma pessoa na solução de um problema. O termo Inteligência
Artificial foi cunhado numa conferência no Dartmouth College em 1956 por McCarthy
e cols., e a sua aplicação em medicina iniciou-se com o artigo de Shortliffe em 1963.”

4
Carlota Santos
Concetualização:
Sobre o tema:
Desde quando a tecnologia era apenas uma ideia presente nas obras de ficção
científica, muitos questionavam quais os limites da aplicação da Inteligência Artificial,
então, Isaac Asimov desenvolveu as “Três Leis da Robótica”, com o objetivo de tornar
possível a coexistência de humanos e robôs inteligentes:

1ª Lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser
humano sofra algum mal.
2ª Lei: um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos,
exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre
em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
USO DE SUPERCOMPUTADORES EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E MEDICINA
Szlovits, numa publicação de 2009, admite que atualmente a IA em medicina está
a tornar-se não apenas uma parte, mas um componente essencial da informática
médica e um recurso importante na solução de problemas em atenção à saúde…
Atualmente, o problema é processar um grande volume de informações, seja por
meio de fichas eletrônicas com dados dos pacientes, resultados de exames,
diagnósticos propostos, prescrição e resultados de medicações, considerando que
esses dados podem não estar disponíveis ou podem estar incompletos. Deve-se
considerar também que há informações que ainda podem ter que ser digitadas em
decorrência da incompatibilidade de sistemas onde elas estão registradas. Há que se
considerar, no entanto, que essa digitação poderá eventualmente introduzir um
componente de erro humano.
Sistemas que funcionam em background podem ser utilizados para verificar
dados de pacientes, como interação e incompatibilidade de medicamentos, dados de
exames complementares discrepantes, exames solicitados e/ou a serem realizados.
Duas das mais importantes experiências no uso de IA em vários campos, inclusive
medicina, são a plataforma Watson Health, da IBM, e o Deep Mind, da Inglaterra, que
processam informações armazenadas na “nuvem” de oncologia e de avaliação de risco
e evolução de pacientes, no entanto, o problema da confidencialidade dos dados tem
sido questionado, sobretudo pelo fato de eles serem processados livremente por uma
empresa privada (Google).

5
Carlota Santos
No Brasil, em 2016, a Fiocruz criou o Centro de Integração de Dados e
Conhecimentos para Saúde (Cidacs), procurando integrar dados de saúde e políticas
sociais de mais de cem milhões de brasileiros contemplados no Programa Bolsa Família
e outros programas de proteção social numa única base de dados, mas preservando a
confidencialidade desses dados.

ENTRE O NATURAL E O ARTIFICIAL


Podemos dizer que as sociedades cada vez mais dependem da tecnologia para
prosperar, mas por outro lado também precisam de um ambiente saudável e natural
para florescer. Nesta perspetiva as revoluções científicas podem proporcionar o
contexto ideal no qual natureza e tecnologia se misturam.

Como apontado por Teixeira (1998), Hebert é um dos modelos robóticos


desenvolvidos no laboratório Brooks. Ele locomove-se por meio de rodas, sendo capaz
de identificar objetos a uma distância de 3 a 4 metros e manipulá-los através de um
comando.

Nas palavras de Teixeira (1998): Não se sabe nunca o que ele vai fazer no
momento seguinte, a sua ação é organizada de maneira oportunista. Se Hebert se está
a mover para pegar numa lata de refrigerante e alguém coloca a sua mão ele pára de
se mover e volta para o lugar onde se encontrava inicialmente. Isto significa que
Hebert facilmente adapta o seu comportamento às mudanças do meio ambiente. Mais
do que isto: ele é capaz de localizar latas de refrigerante sobre escrivaninhas cheias de
papéis e outras coisas, embora não tenha nenhuma representação interna de uma
escrivaninha.

As palavras de Teixeira são um meio para percebermos que estes tipos de IA,
nem sempre são confiáveis, basta um toque e o seu comportamento muda. Pelas
palavras de Bruno da Costa “a Inteligência Artificial desenvolvida em robôs nos últimos
tempos, caso não seja regulamentada, pode se tornar uma ameaça à humanidade”

Num mundo dominado pelas máquinas, pela ciência e pela tecnologia, a base das
relações humanas (os valores morais) fica muitas vezes esquecida. Verifica-se uma
redução da proximidade das pessoas, tudo se torna mecanizado, artificial e nada é
natural ou verdadeiro. Um mundo, tal como o que encontramos no “Admirável Mundo
Novo” (livro), onde tudo o que interessa é o que é útil, necessário, e tudo deve estar
predestinado e programado de modo a prever as consequências de todos os
acontecimentos

6
Carlota Santos
A Teoria de Resolução Humana de Problemas:
Com base no estudo do comportamento de indivíduos que resolvem problemas
formais simples em laboratório, foram construídos alguns programas para simular
aspectos do comportamento inteligente. A técnica usada na elaboração dos programas
pode ser resumida em poucas etapas:

A primeira etapa consiste em gravar as declarações proferidas por alguns


indivíduos que verbalizam o seu pensamento enquanto resolvem os problemas.
A seguir, o teórico ensaia algumas hipóteses acerca dos processos mentais
que possivelmente estariam envolvidos na ação em questão.
A partir dessas hipóteses é estruturado um programa que simulará o relato
gravado.
Finalmente, após processar esse programa no computador digital, é comparado o
relato do indivíduo com o roteiro da máquina.
Se os fluxos de palavras registrados no roteiro e no relatório forem
razoavelmente semelhantes, então considera-se que uma explicação para o
comportamento sob estudo foi obtida. Os pesquisadores do Projeto de Simulação
Cognitiva admitem, neste caso, que as estratégias utilizadas pelo computador são
análogas àquelas empregadas pelo indivíduo humano. Caso contrário, o programa
deverá ser modificado com base nas discrepâncias encontradas durante o confronto
de palavras. O mesmo procedimento é repetido até que um ajuste satisfatório seja
obtido e o programa consiga passar pelo teste de Turing, ou seja, até que os fluxos de
palavras produzidas pelo computador e pelo sujeito humano sejam praticamente
indistinguíveis para um examinador humano.
As experiências feitas revelaram que os indivíduos empregavam, em geral,
estratégias comuns durante a tentativa de resolução de problemas, as quais, muitas
vezes, conduziam à solução desejada. Estas estratégias foram incorporadas em vários
programas para a resolução de problemas, entre eles o conhecido "Solucionador Geral
de Problemas" GPS 48 (General Problem Solver) e o Teórico da Lógica LT (Logic
Theorist).
Considerando que temos um problema quando queremos alguma coisa e não
sabemos que sequências de ações executar para alcançá-la, o GPS e o LT, foram
estruturados de forma a capacitá-los a buscar as sequências adequadas de ações que
poderiam conduzir à solução de problemas.
O método de resolver um problema subdividindo-se em problemas mais simples
- através da constante comparação entre aquilo que se dispõe e a meta desejada - é
chamado "Método de Análise de Meios e Fins".

7
Carlota Santos
Diferentemente do método exaustivo de tentativa e erro (como defendia o
falsificacionismo de Karl Popper), que conduz sempre a uma solução quando ela existe,
o Método de Análise é um método falível.
O programa recebeu o nome de "Solucionador Geral de Problemas" porque a
manipulação desses métodos permite resolver diferentes tipos de problemas, sejam
eles problemas de xadrez, de Lógica Elementar, etc.
Os autores do GPS e do LT admitem que a evidência fornecida pelos vários
experimentos realizados empregando a técnica de simulação é suficiente para verificar
a hipótese de que as estratégias utilizadas pelo computador e pelo sujeito humano são
as mesmas. Com base nesta suposição, e tendo claramente especificadas as
estratégias utilizadas pelos indivíduos, foi desenvolvida a Teoria de Resolução Humana
de Problemas.
Para eles, "as teorias explicam o comportamento manifesto na execução de uma
tarefa à medida que elas descrevem a manipulação da informação num nível
elementar, onde um intérprete simples (tal como um computador digitaI) pode
transformar a descrição num processo efetivo para realizar sua meta".

* As idéias de NeweIl e Simon (criadores deste programa) no que diz respeito à


explicação do comportamento humano inteligente através do computador digital
enfrentam várias dificuldades. Os próprios autores concordam que elas constituem
apenas a etapa inicial de um programa de pesquisa a ser desenvolvido. Ainda que
atualmente grande progresso tenha sido feito nesta área, a qual foi subdividida em
várias subáreas de estudo, a importância histórica das ideias de NeweIl e Simon é
inegável. Desde sua formulação no artigo "The Simulation of Human Thought" muitas
críticas têm sido elaboradas, especialmente por autores tais como H. Dreyfus, K.
Gunderson, J. Haugeland e outros. Elas sugerem várias questões que permitem
aproximar a investigação em Inteligência Artificial com a investigação empreendida
pela Psicologia e por certos ramos da Filosofia, em especial a chamada Filosofia da
Mente.

Teoria de Elon Musk sobre o futuro com a IA(2018):


“Os humanos devem fundir-se com a inteligência artificial criando uma simbiose que
conduzirá a uma "democratização da inteligência ``. "Essencialmente, como podemos
garantir que o futuro constitua a soma da vontade da humanidade?", "E assim, se
tivermos milhares de milhões de pessoas com a ligação de banda larga para a extensão
da IA de si mesmas, isso torna todos superinteligentes."
Musk acredita que só conseguiremos viver se nos tornarmos máquinas com IA.
Utilizando a alegoria da caverna para explicar a sua perspetiva, Musk está no
mundo sensível, aprisionado a dar a sua opinião, mas a verdade é que fora da caverna,
no mundo das ideias, a sua é essencial e um dia mais tarde poderá tornar-se realidade

8
Carlota Santos
caso a IA se torne incontrolável e apenas se possa controlar se nos tornarmos todos
máquinas.

Quais os desafios e problemas éticos


da IA:
É um dos
temas na ordem do dia, quando
falamos de IA, e um dos aspetos que mais
preocupam os especialistas na matéria. Se,
por um lado, a inteligência artificial pode
trazer inúmeras vantagens à nossa vida,
por outro há uma série de questões
relacionadas com a ética que continuam a
precisar de resposta.

Há algum tempo, a notícia de


um acidente mortal no estado norte-
americano do Arizona, provocado
por um carro autónomo da Uber,
veio levantar a polêmica. Um carro não
conseguiu impedir a colisão contra uma mulher
que atravessava uma zona da estrada pouco
iluminada e fora da passadeira, e a mulher
acabou por morrer.
A questão que se coloca é: de quem é a
responsabilidade? A questão da responsabilidade
em caso de acidentes com veículos autónomos é
apenas uma entre muitas outras que estão, por
enquanto, em aberto.
Poderá um robô ferir um ser
humano? Se os robôs conseguirem ser mais
evoluídos do que o homem no campo da
medicina, nomeadamente no prognóstico
de doenças, haverá perda de autoridade
humana? Valerá mais o diagnóstico feito
por um médico ou o auto diagnóstico feito
através do computador? Uma máquina
pode mentir se for para um bem maior? Mas como é que a máquina avaliar o

9
Carlota Santos
que é um “bem maior”? Como evitar situações de envolvimento afetivo com
robôs?
Mais do que nunca, são precisas respostas. Daqui para a frente assistiremos, cada
vez mais, ao debate das questões éticas no campo da IA, incluindo a níveis
governamentais e envolvendo diversos países.

Problematização:
Problema:
A inteligência artificial irá suplantar a inteligência
humana?
Será a evolução da ciência um verdadeiro progresso para
a condição humana?
Tese:
Numa primeira vista acreditasse que não se irá
suplantar a inteligência humana e a evolução da ciência é
um progresso para a condição humana, afinal foram os
humanos que criaram os robôs mas se investigarmos
conseguimos perceber que não é bem assim.
Como dito anteriormente “ Num mundo dominado pela máquina, pela ciência e pela tecnologia,
a base das relações humanas (os valores morais) fica muitas vezes esquecida. Verifica-se uma redução
da proximidade das pessoas, tudo se torna mecanizado, artificial e nada é natural ou verdadeiro. Um
mundo, onde tudo o que interessa é o que é útil, necessário, e tudo deve estar predestinado e
programado de modo a prever as consequências de todos os acontecimentos.“
No excerto apresentado, a tese defendida é que na sociedade descrita, o Homem é superior à
Natureza. Para além de criar e inovar novas formas tecnológicas, há também um condicionamento ético
e uma predestinação social para os tornar futuros cidadãos unicamente dedicados às tarefas onde estão
inseridos. Verifica-se uma vontade geral por parte dos cientistas de conseguirem alcançar o avanço
científico para ultrapassar a Natureza, onde tudo acontece de forma natural e “acidental”.
De acordo com Thomas S. Kuhn que se ocupou principalmente do estudo da história da ciência,
no qual mostra um contraste entre duas conceções da ciência:

● Por um lado, a ciência é entendida como atividade completamente racional e controlada


(Perspetiva formalista);
● Por outro, ela é entendida como atividade concreta que se dá ao longo do tempo e que, em
cada época histórica, apresenta peculiaridades e características próprias (Perspetiva
historicista).

Através destes dois ramos podemos abranger duas novas opiniões, em primeiro a IA não poderá
suplementar a humana porque não é totalmente controlada e racional e a evolução é um verdadeiro
progresso, pelos motivos contrários. Mas por outro lado, pela perspetiva historicista, a inteligência
humana poderá ser suplantada pois a ciência, neste caso a IA, é ela é entendida como atividade
concreta que se dá ao longo do tempo e que, em cada época histórica, apresenta peculiaridades e
características próprias e a evolução continuará a ser um verdadeiro progresso, exatamente pela
definição da teoria.

10
Carlota Santos
-Palavras de Dora Kaufman

Argumentação:
Argumentos a favor e contra:

A favor: Contra:

Menos trabalho “não-essencial” para Menor segurança e privacidade;


os humanos/menor pressão no
trabalho;

O uso intensivo de máquinas elevará Poderão ser criadas leis que podem
enormemente a produtividade, a ser promulgadas para impedir o
riqueza total gerada pela sociedade avanço dessa tecnologia;
crescerá e os ganhos de
produtividade melhorarão a vida da
sociedade;

O número de “falhas não humanas” A superinteligência tornará o ser


será reduzido a um ponto muito humano inútil e inconveniente;
baixo;

Produtos serão mais úteis e mais Ocorrerá disputa sobre os meios de


eficientes, reduzindo por exemplo a produção;
poluição;

Mais tempo de lazer para humanos; Podem ocorrer diversas falhas com
ações “maléficas”.

Grandes utopias:
Menos trabalho “não-essencial” para os humanos/menor pressão no trabalho:
A grande utopia da Inteligência Artificial é simples.
As máquinas realizam todo o trabalho repetitivo com extraordinária precisão e
produtividade, enquanto os seres humanos gastam algum tempo a controlar o
processo produtivo trabalhando de forma prazerosa e dedicando tempo considerável à
saúde e bem-estar.

11
Carlota Santos
Nesta utopia, as máquinas oferecem diagnósticos médicos a todos os cidadãos, e
médicos humanos especializados ocupam-se apenas de novos casos e também da
interação mais pessoal com pacientes; as máquinas oferecem serviços legais simples,
enquanto advogados humanos ocupam-se de negociações mais complexas e da
conceção de novos instrumentos jurídicos…Essa sociedade utópica também dará
grande assistência ao envelhecimento da população: assistentes artificiais estarão
disponíveis de forma ininterrupta, até para conversar e confortar.
Assim, o mercado de trabalho é completamente subvertido pela Inteligência
Artificial, mas o resultado é bem-vindo: atividades não desejadas são ocupadas por
máquinas que operam com grande eficiência, e seres humanos se ocupam de
atividades de seu interesse.

O uso intensivo de máquinas elevará enormemente a produtividade, a riqueza total


gerada pela sociedade crescerá e os ganhos de produtividade melhorarão a vida da
sociedade:
Como ocorre esta mudança? Em primeiro lugar, há exponencial aumento na
capacidade de processamento de computadores. E, além do aumento de capacidade,
certos equipamentos tiveram enormes reduções de preço. Em segundo lugar, a área
beneficiou do acúmulo exponencial de dados na sociedade e indústria em função da
redução de custos de sensores e da melhoria das redes de comunicação. Em primeiro
lugar, o uso intensivo de máquinas elevará enormemente a produtividade. Portanto a
riqueza total gerada pela sociedade crescerá. Os ganhos de produtividade melhorarão
a vida da sociedade em geral, aprimorando os serviços e produtos do setor privado,
oferecendo mais recursos para o setor público.

O número de “falhas não humanas” será reduzido a um ponto muito baixo:


O número de “falhas não humanas” será reduzido a um ponto tão baixo que não
haverá questionamento quanto ao uso de máquinas nas mais variadas atividades.
Afinal, o próprio ser humano comete falhas; o objetivo realista deve ser produzir
dispositivos que apresentem muito menos falhas que os operadores humanos, e não
produzir dispositivos que nunca falham.

Mais tempo de lazer para humanos:


Numa sociedade com essas características, com menor pressão do trabalho e
melhor distribuição de riquezas, relacionamentos humanos de qualidade poderão
ocorrer naturalmente. Mesmo o uso de “amigos artificiais” poderá ser útil para lidar
com ocasionais episódios de solidão ou de doença. Seres humanos poderão dedicar
mais tempo ao desporto, artes, lazer…
Produtos serão mais úteis e mais eficientes, reduzindo por exemplo a poluição:

12
Carlota Santos
“Os ganhos de produtividade melhorarão a vida da sociedade em geral,
aprimorando os serviços e produtos do setor privado, oferecendo mais recursos para o
setor público.”
Os produtos serão mais úteis e mais eficientes, reduzindo por exemplo a
poluição. Os recursos públicos, administrados e fiscalizados com suporte de agentes
artificiais, serão utilizados com maior eficiência e sob maior controle social.

Distopias catastróficas:
Menor segurança e privacidade:
O assistente do Google funciona de uma maneira simples: O usuário faz
perguntas sobre locais que o interessam e que estejam próximos, previsão do tempo,
ou como está o trânsito. E para ficar mais eficiente, o assistente irá aprender sobre os
hábitos e preferências do usuário, para poder oferecer resultados mais satisfatórios e
personalizados.
E é aí que se entra a questão ética, pois para a inteligência artificial "aprender", ela
terá que recolher e analisar muitos dados sobre o usuário, para poder dar resultados
mais precisos. Contudo isso significa que estaremos a sacrificar a segurança e a
privacidade dos dados para que a Google e entre outras empresas, possam
desenvolver o que acabará por se tornar uma nova forma de ganhar dinheiro.
Poderão ser criadas leis que podem ser promulgadas para impedir o avanço dessa
tecnologia:
Pode ocorrer uma resistência tremenda à Inteligência Artificial: leis podem ser
promulgadas para impedir o avanço dessa tecnologia ou para criar tanta burocracia
que o avanço se torne impossível.
Por exemplo, imagine que associações de médicos proíbem a análise automática de
radiografias: isso impedirá a existência de empresas com essa tecnologia, e em pouco
tempo a população (grande parte da qual hoje não tem acesso a médicos) poderá
enviar suas radiografias a outros países para análise. Outro exemplo: imagine uma
legislação que, no querer de evitar comportamento não-ético, torne impossível
qualquer teste de um dispositivo artificial que se comunique com seres humanos.

A superinteligência tornará o ser humano inútil e inconveniente:


Outra distopia baseia-se na noção hoje designada por superinteligência artificial.
Nessa visão, os computadores terão uma melhoria exponencial na sua capacidade
cognitiva, num certo momento superando em muito o ser humano. Nesse ponto o ser
humano ter-se-á tornado, para a superinteligência artificial, um ser inútil e
inconveniente

Ocorrerá disputa sobre os meios de produção:

13
Carlota Santos
Mesmo num mundo com máquinas superinteligentes e dóceis poderá haver
problemas com proteção de privacidade, falta de explicação, falhas – talvez causadas
por seres humanos incompetentes ou mal-intencionados. Também poderá haver
desigualdade, até mesmo disputa sobre os meios de produção.

Podem ocorrer diversas falhas com ações “maléficas”:


Esta distopia baseia-se na noção de que os computadores podem ter uma ação
fundamentalmente maléfica devido a falhas de operação ou devido a uma maldade
intrínseca (o “desejo de dominar o mundo”).

Conclusão:
Em suma, neste trabalho foram apresentadas, questões acerca dos impactos
éticos causados pela inserção de elementos que se diferem da humanidade enquanto
constituição física e operacional. O novo elemento que se apresenta é o artificial, com
suas engrenagens, circuitos, metal e rodas. Nesse contexto, uma vez que é instituído
um novo ambiente com a presença do artificial, um novo sistema ético deveria
também ser fundamentado a fim de sanar as novas problemáticas que envolvem os
homens e suas possíveis máquinas. Por conta desta nova ética, reformulada a fim de
se adequar a um novo contexto, o homem e o seu conceito de humanidade deslocam-
se de si mesmos e passam a perceber e considerar um ambiente mais amplo. Como
ressalta Floridi (2001) “nós ainda estamos como crianças de ânimo leve e perigoso a
brincar com um universo maravilhoso”
Este progresso de inovação naturalmente gera reações, algumas otimistas, outras
pessimistas.
De acordo com Popper, a partir do momento em que ocorrem falhas nas
teorias/experiências, essas devem ser eliminadas e devem ser criadas outras que nos
permitem evoluir.
De acordo com Khun, o desenvolvimento científico consiste numa sucessão
descontinuada e não cumulativa de períodos de relativa estabilidade, interrompidos
por processos revolucionários, ou seja, a IA, passaria por problemas, conjeturas e
refutações até ser aprovada.
Na minha opinião, a inteligência artificial é necessária e uma boa descoberta mas
é claro que traz imensos problemas, maior parte deles sendo éticos. Como já disse
anteriormente neste trabalho, as falhas técnicas que poderão levar à parte maléfica da
IA, não são seguras e se não existir um protocolo de segurança que a impeça de tomar
poder, não deve sair para o mercado.

14
Carlota Santos
Depois de imensa pesquisa e com a realização deste trabalho, existe uma
verificação para a tese formulada e para a minha opinião, a IA irá suplantar a
inteligência humana, se não for controlada, a IA é propícia a falhas e erros que a
podem levar a uma parte maléfica e de querer controlo sendo assim capaz de superar
os humanos, podemos entender isto através de alguns filmes onde os robôs tomam o
controlo do mundo. Como primeiro argumento apresento a natureza da qual provimos
e uma das perspetivas de Thomas Khun, nascemos num mundo onde cada vez mais a
tecnologia evolui, então decerto que com tempo e evolução a IA se tornará segura, e
irá ter falhas eliminadas, ao mesmo tempo que essencial. No segundo argumento, as
vantagens e desvantagens que obtemos a partir da IA, percebemos que por de trás das
incríveis vantagens, existem imensas desvantagens mas que com todo o processo
evolutivo podem ser discriminadas e “arranjadas”, tornando assim esta, uma
sociedade possível, sem suplantação da inteligência humana.

Glossário:
Inteligência artificial: avanço tecnológico que simula uma inteligência similar à
humana;

Inteligência humana: A inteligência humana é a capacidade intelectual dos humanos,


que é marcada por façanhas cognitivas complexas e altos níveis de motivação e
autoconsciência;

Problemas éticos: Em filosofia, os dilemas éticos, também chamados de paradoxos


éticos ou dilemas morais, são situações em que um agente está sob dois requisitos
morais conflituantes, nenhum dos quais se sobrepõe ao outro;

Thomas Khun: Thomas Samuel Kuhn foi um físico e filósofo da ciência estadunidense.
Seu trabalho incidiu sobre história da ciência e filosofia da ciência.

15
Carlota Santos
Webgrafia/bibliografia:
● GASPAR, Adília Maria; MANZARRA, António. Filosofia 11. Lisboa: Raiz, 2020;
● KAUFMAN, Dora. A inteligência artificial irá suplantar a inteligência humana?.
São Paulo: Estação Das Letras E Cores Edi, 02/05/2019;
● PANTALEÃO, Nathália Cristina Alves. (2010). Máquinas e sociedade: uma
abordagem ética acerca do artificial.
● POIESIS, Juris. Direitos dos robôs, tomadas de decisões e escolhas morais:
algumas considerações acerca da necessidade de regulamentação ética e
jurídica da inteligência artificial. Qualis B1, VOL.20, NO 22 (2017) DOI:
10.5935/2448-0517.20170007.
● FELIPE, Bruno Farage da Costa. Direitos dos robôs, tomadas de decisões e
escolhas morais: algumas considerações acerca da necessidade de
regulamentação ética e jurídica da inteligência artificial. DOI: 10.5935/2448-
0517.20170007;
● COZMAN, Fabio G. Inteligência Artificial: uma utopia, uma distopia. Teccogs:
Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, TIDD | PUC-SP,
● São Paulo, n. 17, p. 32-43, jan-jun. 2018.
● LOBO, Luiz Carlos. Inteligência Artificial e Medicina.Rev. bras. educ. med. vol.41
no.2 Rio de Janeiro Apr./June 2017
● ALMEIDA, Clara. Ensaio filosófico – “Admirável mundo novo”. (2016)
● TEIXEIRA, J. de F. & QUILICI GONZALES, M.E. - Inteligência Artificial e teoria de
resolução de problemas. Trans/Form/Ação, São Paulo, 6: 45-52, 1983.
● https://intelligenzait.com/desafios-eticos-e-morais-da-inteligencia-artificial/
● https://www.dn.pt/vida-e-futuro/elon-musk-humanos-devem-fundir-se-com-a-
inteligencia-artificial-para-nao-se-extinguirem-10239349.html

16
Carlota Santos
17
Carlota Santos

Você também pode gostar