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The Intercept

AS SALAS GRAMPEADAS — os complexos de


espionagem secretos em oito cidade s dos EUA
po r:Ryan G al l aghe r, Henrik M ol t k e

OS SEGREDOS ESTÃO bem escondidos atrás de


resistentes paredes em cidades ao redor dos Estados
Unidos, encastelados em arranha -céus sem janelas e de
estrutura de concreto fortificada que foram construídas
para suportar terremotos e até mesmo ataques nucleares .
Milhares de pessoas passam pelo prédio todos os dias e raramente
o dão muita atenção, pois seu papel não é conhecido pelo público.
Eles são parte de uma das maiores redes de telecomunicação do
mundo e também estão conectados ao controverso Programa de
Monitoramento da National Security Agency.

Atlanta, Chicago, Dallas, Los Angeles, New York City, São


Francisco, Seattle e Washington, D.C. Em cada uma dessas cidades,
o Intercept identificou uma instalação da AT&T contendo
equipamento eletrônico que transporta grande quantidade do
tráfego de internet dos Estados Unidos e do mundo. Um corpo de
evidências, que incluem documentos confidenciais da NSA,
registros públicos e entrevistas com vários ex-funcionários da
AT&T, que indicam que os edifícios são centros para uma operação
de espionagem que por anos monitorou bilhões de e-mails e chat
online pelo território dos EUA.
A NSA considera a AT&T como um de seus aliados mais
confiáveis e destacou a "grande disposição em ajudar" da empresa.
É uma colaboração que ocorre há décadas. Pouco se sabe, contudo,
é que alcance não é restrito aos clientes da AT&T. De acordo com
documentos da NSA, a agência valoriza a AT&T não apenas por “ter
acesso à informação que transita pela nação”, mas por que mantém
relações singulares com outras empresas de telefonia e internet. A
NSA explora estas relações para propósitos de monitoramento,
comandando a enorme infraestrutura da AT&T e usando sua
plataforma para secretamente acessar comunicações transmitidas
por outras empresas.
Muitas vezes os programas de monitoramento da NSA foram
denunciados. Mas poucos detalhes foram divulgados sobre a
infraestrutura física que permite a espionagem. O ano passado, O
Intercept apontou uma provável instalação da NSA na cidade de
Nova York, em Lower Manhattan. Agora, revelando pela primeira
vez uma série de outros edifícios pelos EUA que aparentemente
servem papéis similares, como peças chave de um dos sistemas
mais poderosos de espionagem eletrônica do mundo, escondidos
em plena vista.
É revelador e ameaçador a extensão do que está ocorrendo
aqui em solo Americano,” disse Elizabeth Goitein, codiretora do
Programa de Liberdade e Segurança Nacional no Centro Brennan
pela Justiça. “Isto coloca rosto em um monitoramento que jamais
pudemos pensar em termos de prédios e instalações de fato, em
nossas cidades, em nossos quintais".
Há centenas de propriedades da AT&T espalhados pelos EUA.
Os oito edifícios identificados pelo Intercept servem papéis
específicos, transmitindo dados de clientes da AT&T e também
transportando grandes quantidades de dados de outros provedores
de internet. Elas são conhecidas como instalações “backbone” e
“peering”.
Enquanto operadores de redes tendem a preferir enviar dados
através de suas próprias redes, não raramente um meio mais direto
e de bom custo-benefício é oferecido pela infraestrutura de outros
provedores. Se uma rede de uma determinada área do país está
sobrecarregada com dados do tráfego, outro operador com
capacidade excedente por vender ou trocar banda, reduzindo a
carga em uma área congestionada. Este intercâmbio de dados é
chamado de “peering” ou parear e é uma característica essencial da
internet.
Por causa da posição da AT&T como uma das maiores
empresas de telecomunicação dos EUA, uma grande parte de sua
rede é frequentemente usada por outros provedores para
transportar os dados de seus clientes. Empresas que “pareiam” com
a AT&T incluem as gigantes das telecomunicações Americanas,
Sprint, Cogent Communications e Level 3, como também as
empresas estrangeiras como Sweden’s Telia, India’s Tata
Communications, a Italiana Telecom Italia e a Alemã Deustche
Telekom.
AT&T atualmente detém 19.500 “pontos de presença” em 149
países onde tráfego de internet é operado. Mas apenas oito das
instalações da empresa nos EUA oferece acesso direto à sua
“backbone comum”, rota de dados chave que transportam vasta
quantidade de e-mails, conversas em chat, atualizações de mídia
social e acesso à navegadores de internet. Estas oito localidades
estão entre as mais importantes da rede global da AT&T. Elas
também são altamente valorizadas pela NSA, indicam documentos.
Os dados operados entre a AT&T e outras redes ocorrem fora
do controle da AT&T, dizem fontes, em data centers de terceiros
que são propriedade e operados por empresas como a California’s
Equinix. Mas os dados são encaminhados, inteiramente ou
parcialmente, através dos oito prédios da AT&T, aonde a NSA tem
participação. Monitorando o que se chama de “peering circuits” nas
oito cidades, a agência de espionagem pode obter “não apenas dados
da AT&T, eles terão todos os dados trocados entre a rede da AT&T e
de outras empresas”, de acordo com Mark Klein, um ex-técnico da
AT&T, que trabalhou com a empresa por 22 anos. É um local
eficiente para conduzir monitoramento na internet, disse Klein,
“porquê os links de peering, por natureza das conexões, são capazes
de transportar o tráfego de todos em um ponto ou outro do dia,
semana ou ano".
Christopher Augustine, um porta-voz da NSA, disse em
pronunciamento que a agência não “poderia negar ou confirmar
seu papel em supostas atividades confidenciais de inteligência”.
Augustine se recusou a responder perguntas sobre instalações da
AT&T, mas disse que a NSA "conduz sua missão de operações de
inteligência sob a autoridade legal estabelecida pelo Congresso e é
obrigada por regulamento e lei a proteger a privacidade e as
liberdades civis do povo dos EUA".
Jim Greer, um porta-voz da AT&T, disse que a AT&T era
"obrigada por lei a fornecer informações ao governo e instituições
policiais, cooperado com ordens judiciais, intimações, quebra de
sigilo judicial e outras obrigações legais". Ele complementou que a
empresa fornece "auxílio voluntário às instituições policiais quando
a vida de uma pessoa está em perigo ou em outras situações
emergenciais imediatas. “Em todos os casos, nós nos asseguramos
que pedidos para auxílio são válidos e que nós agimos em conforme
com a lei”.
Dave Schaeffer, CEO da Cogent Communications, disse ao
Intercept que ele não tinha conhecimento do monitoramento nas
oito instalações da AT&T, mas disse que ele acreditava na
“premissa principal de que a NSA ou outra agência gostaria de
vigiar o tráfego... em uma instalação da AT&T.” Ele disse que
suspeitava que o monitoramento é provavelmente conduzido de
“forma limitada”, em virtude de limitações técnicas e econômicas.
Se a NSA estivesse tentando “monitorar onipresentemente” os
dados que passam através da rede da AT&T, Schaeffer continuou,
ele estaria “extremamente preocupado”.
Sprint, Telia, Tata Communications, Telecom Italia e
Deutsche Telekom não responderam aos pedidos por comentários.
CenturyLink, que detém Level 3, disse que não iria discutir
“questões de segurança nacional”.
AS OITO LOCALIDADES são parte de um mapa
ultrassecreto da NSA, que retrata as instalações nos EUA que a
agência depende para uma de seus maiores programas de
monitoramento, nomeado como FAIRVIEW. AT&T é a única
empresa envolvida com FAIRVIEW, que foi primeiramente
estabelecido em 1985, de acordo com documentos da NSA, e
envolve a interceptação de cabos de telecomunicação internacional,
roteadores e switches.
Em 2003, a NSA lançou novos métodos de monitoramento
em massa, onde foram pioneiros sob o projeto FAIRVIEW. Os
métodos foram usados pela agência para coletar, dentro de alguns
meses, alguns dos 400 bilhões de registros sobre comunicação e
tráfego de usuários, relatado anteriormente pelo New York Times.
FAIRVIEW também estava encaminhando mais de um milhão de e-
mails todo dia para um "sistema de seleção de palavra—chave" para
o quartel general da NSA em Fort Meade.
Importante para a espionagem da internet são os oito
“complexo de roteadores peering link”, que estão destacados no
mapa ultrassecreto da NSA. As localidades dos mapas espelho das
redes da AT&T, obtidas pelo Intercept de registros públicos, que
mostram instalações de “backbone node com peering” em Atlanta,
Chicago, Dallas, Los Angeles, New York City, São Francisco, Seattle
e Washington, D.C.
Um dos mapas da AT&T contém códigos únicos identificando
endereços individualmente das instalações em cada uma das
cidades.
Dentre os prédios destacados, existe um resistente à impactos
nucleares, uma instalação sem janelas na cidade de Nova York no
bairro Hell’s Kitchen; em Washington, D.C, uma estrutura de
concreto parecida com uma fortaleza a menos de 1,5KM ao sul da
Capital dos EUA; Em Chicago, um edifício capaz de resistir
terremotos na área de West Loop Gate; em Atlanta, uma arte
decorativa de 130m no centro do distrito financeiro no centro da
cidade; e em Dallas, um prédio cúbico com janelas estreitas e
grande respiradouros externos, localizado no bairro Old East.
Em outros locais na costa oeste dos EUA, existem outras três
instalações: no centro de Los Angeles, uma impressionante torre de
concreto próximo do Walt Disney Concert Hall e Staples Center, a
duas quadras do mais importante tráfego de internet da região; em
Seattle, um prédio de 15 andares com janelas escurecidas e
fundações reforçadas de concreto, perto da costa da cidade; e ao Sul
de São Francisco no bairro comercial, um edifício onde
anteriormente fora afirmado que a NSA estava monitorando acesso
ao tráfego de uma sala segura no sexto andar.
Os sites de peering, também conhecidos na terminologia da
AT&T como “Complexos de Service Node Routing” ou SNRCs,
estavam sendo desenvolvidos a partir do boom da internet no meio
e final dos anos 90. Em março de 2009, documentos da NSA dizem
que estavam acessando "circuitos peering nos oito SNRCs”.
O propósito das instalações era incrementar a rede da AT&T,
aprimorando sua confiabilidade e permitindo futuro crescimento.
Eles foram desenvolvidos sob liderança de inovador e engenheiro
Iraniano-Americano chamado Hossein Eslambolchi, que foi
anteriormente Oficial Chefe de Tecnologia e Presidente da AT&T
Labs, uma seção da companhia que foca em pesquisa e
desenvolvimento.
Eslambolchi disse ao Intercept que o projeto que configurou
as instalações começou depois que a AT&T pediu sua ajuda para
criar “o maior protocolo de rede de internet do mundo". Ele foi de
acordo e começou a implementar o design da sua rede
posicionando grandes roteadores Cisco dentro de antigas
instalações da AT&T de switching telefônicos ao redor dos EUA.
Quando planejando o projeto, ele disse que dividiu a rede da AT&T
em diferentes regiões, “e em cada quadrante eu vou ter o que
chamarei de SNRC”.
Durante seu emprego com a AT&T, Eslambolchi disse que
teve que tomar vários testes de polígrafo e ele obteve uma
permissão de segurança do governo. "Eu estive envolvido em
projetos de alta, muito alta importância para algumas dessas
agências de três letras", disse em uma aparente referência às
agências de inteligência dos EUA., “Todos me amavam”.
Ele não confirmaria ou negaria as exatas localidades dos
outros oito locais de peering, identificados pelo Intercept ou
discutir o trabalho confidencial que ele praticou enquanto na
empresa. “Se você apontar uma arma para minha cabeça”, ele disse,
“Eu não vou lhe falar”.
Outros ex-funcionários da AT&T, entretanto, foram mais
dispostos.
Um ex-membro sênior da equipe técnica da AT&T, que falou
em condição de anonimidade dada a sensibilidade do assunto,
confirmou com “100 porcento” de certeza acerca das localizações de
oito instalações de peering identificadas pelo Intercept. A fonte,
mencionando conhecimento direto de instalações e suas funções,
atestou os endereços dos edifícios em Atlanta, Dallas, Los Angeles,
Nova York, Seattle e Washington, D.C.
Um secundo ex-funcionário da AT&T confirmou as
localidades de outros dois locais, em Chicago e São Francisco. “Eu
trabalhei com todos eles”, disse Philip Long, que foi empregado
pela AT&T por mais de duas décadas como técnico de manutenção
em suas redes. O trabalho de Long com a AT&T ocorria em maior
parte na Califórnia, mas ele disse que seu trabalho exigia que ele
estivesse em contato com as outras instalações ao redor dos EUA.
Em 2005, Long lembra que recebeu ordens para mover “cada
circuito backbone que eu tinha ao nordeste da California”, através
de do edifício da AT&T em São Francisco, identificado pelo
Intercept como um dos 8 centros de espionagem da NSA. Long
disse, que na época, ele se sentiu suspeito acerca das mudanças,
pois foram muito desnecessárias e incomuns. “Nós achávamos que
estávamos encaminhando nossos circuitos para que pudessem
pegar todos os dados”, disse ele. “Nós achávamos que era o
Governo espiando". Ele se aposentou de seu emprego com a AT&T
em 2014.
Um terceiro ex-funcionário da AT&T avaliou a pesquisa do
Intercept e disse que acreditava que a mesma identificava
precisamente todos as oito instalações. “A informação do site
certamente parece correta”, disse Thomas Saunders, que trabalhou
como consultor de dados de rede para a AT&T em Nova York entre
1995 e 2004. “Estes nódulos não irão sair daí”.
UMA ESTIMATIVA DE 99 PORCENTO do tráfego
intercontinental de internet é transportado através de centenas de
cabos de fibra óptica ocultos abaixo dos oceanos do mundo. Uma
grande parte dos dados e comunicações que passam através dos
cabos é encaminhado em um momento para os EUA, parcialmente
por causa da localização do país, situado entre a Europa, Oriente
Médio e Ásia, e parcialmente por causa da proeminência de
empresas de internet Americanas, que oferecem serviços para
pessoas no mundo inteiro.
A NSA chama esta situação de “vantagem de jogar em casa”,
uma espécie de boa sorte geográfica. “O telefonema de um alvo, e-
mail ou chat irá tomar o caminho mais barato, não o caminho mais
direto”, disse um dos documentos da agência. “As comunicações do
seu alvo poderia estar facilmente fluindo para e através dos EUA".
Uma vez que o tráfego de internet chega em solo Americano, é
operado pelas empresas Americanas. E é para isto que, para a NSA,
a AT&T é tão indispensável. A empresa afirma que tem uma das
redes mais poderosas do país, a maior de seu tipo nos EUA. AT&T
rotineiramente lida com enormes quantidades de e-mails, ligações
telefônicas e chat na internet. A partir de março de 2018, cerca de
197 peta bytes de dados, o equivalente de mais de 49 trilhões de
páginas de texto ou 60 bilhões arquivos médios de mp3, sendo
transportado através de suas redes a cada dia comercial.
Os documentos da NSA, que vem da descoberta feita pelo
Intercept através do whistleblower Edward Snowden, descreve a
AT&T como “agressivamente envolvida” em auxiliar os programas
de monitoramento da agência. Um exemplo disse aparentemente
acontece em uma das oito instalações dentro da iniciativa
confidencial chamada SAGUARO.
Como parte da SAGUARO, a AT&T desenvolveu uma
estratégia para auxiliar a NSA á espionar eletronicamente em dados
da internet através de "peering circuits” nas oito localidades, nas
quais foi dito que estavam conectadas ao "“backbone comum”, as
maiores rotas de dados transportando tráfego da internet.
A empresa trabalhou com a NSA para classificar
comunicações fluindo através de suas redes na forma de valor de
inteligência, priorizando dados dependendo de qual país fora
derivado, de acordo com documento ultrassecreto da agência.
Gráficos da NSA revelam que depois da coleta dos dados da
AT&T, "links de acesso" e "peering partners”, é enviado para uma
Instalação de Processamento Centralizado, chamada de
PINECONE, localizada em Nova Jersey. Dentro da instalação
PINECONE, existe um local seguro onde há tanto equipamento
controlado pela NSA, quanto pela AT&T. Tráfego de internet passa
através de uma “caixa de distribuição” da AT&T em dois sistemas
da NSA. De lá em diante os dados foram encaminhados cerca de
320 quilômetros sudoeste para seu destino final. Quarteis da NSA
em Forte Meade em Maryland.
No conjunto em Maryland, as comunicações coletadas da rede
da AT&T são integradas em sistemas poderosos chamados
MAINWAY e Marina, nos quais a NSA utiliza para analisar
metadados, como as seções “para” e “de” de e-mails e as datas e
horários que foram enviados. As comunicações obtidas da AT&T
também são acessíveis através de uma ferramenta chamado
XKEYSCORE, que funcionários da NSA usam para buscar os
conteúdos completos de e-mails, mensagens em chat, históricos de
navegação, fotos de webcam, informações sobre downloads de
serviços online e ligações de Skype.
A MISSÃO PRINCIPAL da NSA é reunir inteligência
estrangeira. A agência tem amplos poderes legais para monitorar e-
mails,
Durante as medidas da era Reagan, a Ordem Executiva 1233,
a NSA tem o que é chamado “autoridade transitária”, que permite
espionar em “comunicações que originam e tem como destino
países estrangeiros, mas interagem com o território dos EUA”. Isso
poderia incluir, por exemplo, um e-mail enviado por uma pessoa na
França para uma pessoa no México, que encaminhado ao seu
destino foi transferido através de um servidor na Califórnia. De
acordo com documentos da NSA, foi utilizando a rede da AT&T em
março de 2013 para reunir informações de 60 milhões de e-mails
enviados entre estrangeiros todos os dias, 1.8 bilhão por mês.
Sem uma ordem judicial individual, é ilegal para a NSA
espionar comunicações que são integralmente domésticas, como e-
mails enviados entre dois Americanos vivendo no Texas. Contudo,
como consequência dos ataques de 11/09, a agência começou a
espionar as ligações internacionais e e-mails dos Americanos que
transitavam entre os EUA e outros países. Estas ações foram
expostas pelo New York Times em 2005 e provocaram o que se
tornou conhecido como o escândalo das “escutas ilegais”.
Críticos afirmam que o monitoramento das comunicações
internacionais dos Americanos era ilegal, porquê a NSA o conduziu
sem obter mandados de juízes e em vez disso, agiu sob as ordens do
Presidente George W. Bush. Em 2008, o Congresso influenciou a
disputa e controversamente autorizou elementos do programa de
escutas ilegais autorizando a Seção 702 do Ato de Monitoramento e
Inteligência Estrangeira, ou FISA. A nova lei permitiu que a NSA
continuasse varrendo as comunicações internacionais Americanas
sem mandados, contanto que o fizesse “acidentalmente” enquanto
buscava alvos estrangeiros fora do país, por exemplo, se estivesse
monitorando indivíduos no Paquistão, e eles estivessem falando
com Americanos por telefone, e-mail ou por chats na internet.
Dentro da rede da AT&T, há equipamento de filtro projetado
para separar dados de internet domésticos e estrangeiros antes de
ser passado para a NSA, mostra documentos da agência. Filtrar
tecnologia é usado comumente por provedores de internet por
razões de segurança, permitindo que se mantenha informado em
problemas dentro de suas redes, bloquear spam ou monitorar
ataques hacker. Mas as mesmas ferramentas podem ser utilizadas
para monitoramento governamental.
“Você essencialmente pode enganar os roteadores para
redirecionar uma pequena parcela do tráfego que você realmente se
importa, o qual você pode monitorar mais detalhadamente”. Disse
Jennifer Rexford, cientista de informática que trabalhou para
laboratórios da AT&T entre 1996 e 2005.

De acordo com documentos da NSA, isto programa os


sistemas de monitoramento para focar em endereços IP específicos,
um conjunto de números que identifica um computador, de acordo
com o país. Um memorando confidencial de 2012 descreve os
esforços da agência para utilizar endereços de IP para reter dados
de internet transportados entre os EUA e "regiões de interesse”
particulares, incluindo Irã, Afeganistão, Israel, Nigéria, Paquistão,
Iêmen, Sudão, Tunísia, Líbia e Egito. Mas este processo não é uma
ciência exata, uma vez que pessoas podem utilizar privacidade ou
ferramentas de anonimidade para mudar ou falsear seu endereço
de IP. Um indivíduo de Israel podia utilizar softwares de
privacidade para se mascarar como se estivessem acessando a
Internet nos EUA. Da mesma forma, um usuário dos EUA pode
fazer parecer que está online em Israel. Não é claro quão efetivo são
os sistemas da NSA em detectar tais anormalidades.
Em outubro de 2011, o Tribunal de Inteligência e
Monitoramento Estrangeira, que aprova as operações de
monitoramento executadas sob a Seção 702 do FISA, descobriu que
haviam "limitações tecnológicas” dos equipamentos de espionagem
na internet da agência. Era “em geral incapaz de distinguir” alguns
dos tipos de dados, afirmou o tribunal Como consequência, o Juiz
John D. Bates sentenciou, que a NSA estava interceptando
comunicações de "indivíduos não-alvo dos Estados Unidos e
indivíduos nos Estados Unidos", violando as proteções da Quarta
Emenda contra buscas e apreensões indevidas. A sentença, que foi
desconfidencializada em agosto de 2013, concluiu que a agência
adquiriu cerca de 13 milhões de "transações na internet” durante
um período de seis meses, e ilegalmente reuniu “dezenas de
milhares de comunicações integralmente domésticas” a cada ano.
A raiz do problema era que tecnologia da NSA não estava
apenas mirando comunicações enviadas de e para alvos específicos
vigiados. Em vez disso, a agência estava buscando e-mails de
indivíduos apenas se eles mencionassem informação particular
sobre alvos vigiados.
Um memorando ultrassecreto da NSA sobre a sentença do
Tribunal, que não havia sido revelado anteriormente, explica que a
agência estava coletando mensagem individuais em massa se uma
única mensagem contivesse um “seletor”, como um endereço de e-
mail ou número de telefone, que estivesse presente em uma lista de
alvos.
“Um exemplo disto é quando um usuário de um serviço de e-
mail acessa sua caixa de entrada; se a caixa de entrada contém uma
mensagem de e-mail que contém um seletor definido pela NSA, a
agência irá adquirir uma cópia da caixa de entrada inteira e não
apenas a mensagem individual que contém o seletor definido.
A sentença do tribunal deixou a agência com duas opções:
encerrar a espionagem baseada em menções de alvos
completamente; ou garantir que proteções fossem instauradas para
impedir a coleta de informações ilegais de serem avaliadas. A NSA
escolheu a última opção, e criou um “banner de aviso” que alerta
aos analistas para não ler mensagens privadas, a menos que eles
possam confirmar que as mesmas foram legalmente obtidas.
Mas o banner de aviso não resolveu o problema. Analistas da
NSA continuam o acesso aos mesmos depósitos de dados,
ilegalmente, para obter informações sobre os Americanos. Em Abril
de 2017, a agência publicamente reconheceu tais violações, que
descreveu como “Incidentes descuidados e complacentes”. Foi dito
que os programas de monitoramento autorizados pela Seção 702 do
FISA não seriam mais usados para coletar informações que
mencionam alvos, citando “limitações tecnológicas, interesses da
privacidade do povo dos Estados Unidos, e certas dificuldades de
implementação".
As mensagens que a NSA ilegalmente coletou foram reunidas
utilizando um método de monitoramento conhecido como
”upstream” o qual a agência ainda utiliza para outros programas de
monitoramento autorizados na Seção 702 do FISA e Ordem
Executiva 12333. O método upstream envolve grampear
comunicações enquanto estas estão se deslocando entre redes de
internet, precisamente o tipo de espionagem eletrônica que
aparentemente ocorreu em oito localidades identificadas pelo
Intercept.
O edifício da AT&T em Atlanta foi originalmente construído
nos anos 20 como o principal ponto telefônico para o centro da
cidade. A arquitetura artística, feita de calcário, foi projetada para
ser a maior da cidade na época com 25 andares. Contudo, com a
Grande Depressão, planos foram reduzidos e inicialmente, só
possuía seis andares. Entre 1947 e 1963, o edifício foi ampliado para
suportar 14 andares e uma grande torre de transmissão, visível por
quilômetros, também foi adicionada. O perfil do edifício no site
History Atlanta destaca que contém “operações, interações
telefônicas e outros equipamentos de comunicação da AT&T”.

Mapas da NSA e AT&T apontam a instalação de Atlanta como


sendo um de oito complexos “peering” que operam tráfego de
internet como parte do programa de monitoramento da NSA
chamado FAIRVIEW. Um ex-funcionário da AT&T, que falou em
condição de anonimidade, confirmou que o site foi um de oito
principais “Complexos de Service Node Routing”, ou SNRCs, nos
EUA. Documentos da NSA explicitamente descrevem a interação
com fluxos de dados em todos os oito locais.
Informações fornecidas por um segundo funcionário da AT&T
adiciona evidências ligando o prédio em Atlanta à monitoramento da
NSA. Mark Klein, um ex-técnico da AT&T, alegou que em 2006 a
empresa permitiu que a NSA instalasse equipamento de
monitoramento em alguns de seus complexos de rede. Uma
instalação da AT&T em Atlanta foi um dos locais espiões, de acordo
com documentos que Klein apresentou em um processo legal acerca
da suposta espionagem. A instalação de Atlanta era equipada com
equipamento “splitter”, que era utilizado para fazer cópias do tráfego
de internet enquanto a rede da AT&T o processava. A cópia dos
dados então seria direcionada para "equipamento SG3, uma
referência ao “Grupo de Estudos 3”, que era um código que a AT&T
utilizava para atividades relacionadas com monitoramento da NSA,
de acordo com evidências do caso Klein.

A instalação de Atlanta é provável ser de importância


estratégica para a NSA. O local é o mais próximo de um dos
maiores centros de encaminhamento de internet da AT&T em
Miami, de acordo com a NSA e mapas da AT&T. Sob cabos
submarinos que circundam Miami, grandes fluxos de dados passam
entre os EUA e a América do Sul. É provável que muito dos dados é
encaminhado através da instalação de Atlanta e está sendo
mandado para e dos EUA. Nos últimos anos, a NSA extensamente
mirou vários países Latino Americanos, como México, Brasil e
Venezuela, para monitoramento.
Como outros grandes complexos de telecomunicações
construídos no final dos anos 60 e começo dos 70, o prédio da AT&T
em Chicago foi projetado durante a Guerra Fria para suportar
ataques nucleares. O arranha-céu de 164 metros, localizado na área
West Loop Gate da cidade, foi finalizado em 1971. Há janelas tanto
no topo quanto na base da enorme estrutura de concreto, mas 18 de
seus 28 andares não possuem janelas.
De acordo com o Chicago Sun-Times, a instalação lida com
muito do tráfego de telefone e internet da cidade e é equipado com
bancos de roteadores, servidores e sistemas switching. “Este prédio
toca cada residente da cidade”. Disse Jim Wilson, um gerente de
setor da AT&T, a um jornal em 2016.
Um dos arquitetos do edifício, John Augur Holabir, disse em
uma entrevista de 1998, que abrigava "uma grande central
telefônica". Ele continua: "No caso de uma bomba atômica atingir
Milwaukee, você ficará feliz de saber que sua linha telefônica ainda
estará conectada mesmo que o resto de nós tenha sido exterminado.
E é pra isso que esse edifício foi construído."
O Nº 10 da Rua South Canal, originalmente continha um
tanque de petróleo com capacidade para armazenar 3785 m³ de
petróleo, gerador de turbina e uma fonte de água, de forma que
poderia continuar funciona por mais de duas semanas sem
eletricidade ou água da cidade, de acordo com a transmissora de
Illinois, WBEZ. O edifício é "fixado em base rochosa, que ajuda a
suportar o peso do equipamento interno, e dá mais resistência para
explosões e terremotos", relatou a WBEZ.
Hoje, a instalação contém seis grandes geradores V-16 yellow
Caterpillar que podem fornecer energia reserva no caso de uma falha
elétrica, de acordo com o Chicago Sun Times. Dentro do arranha-
céu, a AT&T armazena cerca de 760 mil litros(757 m³) de óleo diesel,
suficiente para manter os geradores por 40 dias.
Mapas da NSA e Atlanta apontam a instalação de Atlanta
como sendo um de oito complexos “peering” que operam tráfego de
internet como parte do programa de monitoramento da NSA
chamado FAIRVIEW. Philip Long, que foi funcionário da AT&T por
mais de duas décadas como técnico assistindo suas redes,
confirmou que o local de Chicago era um dos oito principais
“Complexos de Service Node Routing”, ou SNRCs, nos EUA.
Documentos da NSA explicitamente descrevem a interação com
fluxos de dados em todos os oito locais.
Este edifício da AT&T é uma estrutura cúbica, fortificada,
localizada na região Old East de Dallas, não distante da Baylor
Univeristy Medical Center. Construído em 1961, tem uma leve cor
amarelo e branco com fundação de granito. Uma grande ventilação é
visível do exterior do prédio, enquanto várias janelas estreitas,
muitas das quais aparentam ter sido escurecidas ou cobertas em
vidro refletivo.

A instalação no Nº 4211 da Bryan Street é localizada próxima


de outros prédios possuídos pela AT&T, incluindo um complexo de
torres de encaminhamento telefônico que foi primeiramente
construído em 1904. Uma matéria sobre o complexo telefônico no
Dallas Observer o descreveu como um “prédio sinistro e
imponente” que é "conhecido em alguns círculos como a Grande
Muralha Bege”.

De acordo com o site do Central Office, que recorta edifícios de


telecomunicação ao redor dos EUA, o complexo telefônico de Dallas
é “o principal maquinário da AT&T para serviços de longa distância
e ligações convencionais na região de Dallas, Texas". Hoje, o prédio
também tem “as principais conexões de fibra para Plano, Irving,
Tulsa, Oklahoma City, Ft. Worth, Abilene, Houston e Austin”,
continua o site.
Mapas da NSA e AT&T apontam a instalação no Nº 4211 na
Bryan Street como sendo um de oito complexos “peering” que
operam tráfego de internet como parte do programa de
monitoramento da NSA chamado FAIRVIEW. Um ex-funcionário
confirmou que o local foi um de oito principais “Complexos de
Service Node Routing”, ou SNRCs, nos EUA. Documentos da NSA
explicitamente descrevem a interação com fluxos de dados em
todos os oito locais.
No momento da construção em 1961, o edifício da AT&T
conhecido como Madison Complex era o mais alto edifício no centro
de Los Angeles. Desde então foi reduzido por um número de
arranha-céus corporativos que circundam o Distrito Financeiro.
Localizado entre Chinatown e o Staples Center, a estrutura
que tem ares de fortaleza, é um dos maiores escritórios de central
telefônica nos EUA. “O número teórico de linhas telefônicas que
podem ser fornecidas por este escritório são 1.3 milhões e este
escritório também serve como um mediador estrangeiro para
códigos locais”, de acordo com o Central Office, um site que cria
perfis sobre os complexos telefônicos do EUA.
O edifício de 136 metros e 17 andares é bege, retangular e em
maior parte, sem janelas. Em seu teto, há uma grande torre de
transmissão, que foi originalmente utilizada para transmitir ligações
telefônicas através da rede de antenas. A tecnologia da torre se
tornou obsoleta no começo dos anos 90 e teve seu funcionamento
interrompido. Ainda permanece posicionada hoje em dia como uma
espécie de monumento aos métodos obsoletos de comunicação e faz
contraste com os edifícios mais contemporâneos das proximidades,
muitos deles possuídos por bancos.
O Madison Complex é localizado a apenas duas quadras de
One Wilshire, que abriga o que se diz ser o maior tráfego de internet
da Costa Oeste dos EUA. Bilhões de ligações telefônicas, e-mails e
páginas da internet passam através de One Wilshire toda semana”, o
Los Angeles Times reportou em 2013, “porquê é o terminal para os
maiores cable routes de fibra óptica entre a Ásia e América do
Norte”.
Dada a proximidade do Madison Complex e One Wilshire, e
seus papeis compartilhados enquanto complexos de
telecomunicação, é provável que os edifícios operem parte dos
dados, uma vez que estão sendo encaminhados através de redes nos
EUA.
Mapas da NSA e AT&T apontam a instalação Madison
Complex como sendo um de oito complexos “peering” que operam
tráfego de internet como parte do programa de monitoramento da
NSA chamado FAIRVIEW. Um ex-funcionário confirmou que o
local foi um de oito principais “Complexos de Service Node
Routing”, ou SNRCs, nos EUA. Documentos da NSA explicitamente
descrevem a interação com fluxos de dados em todos os oito locais.
Foi construído em 1964 como a primeira grande fortaleza de
telecomunicações de Nova York. O impressionante prédio de
concreto e granito da AT&T, localizado na região de Hell’s Kitchen,
cerca de 15 minutos de caminhada a partir do Central Park, tem 134
metros de altura, com 21 andares, cada um deles sem janelas e
construído para resistir explosões nucleares.
Um artigo do New York Times publicado em 1975 assinala
que o N° 811 na 10ª Avenida foi "o primeiro de vários edifícios sem
janelas a serem construídos" ele complementou afirmando que seu
design inicialmente "causou considerável controvérsia”.
De acordo com registros da AT&T, o edifício é um “data center
Telco robusto” e foi incrementado em 2000 para se tornar um data
center de internet. Thomas Saunders, um ex-engenheiro da AT&T,
disse ao Intercept que, nos anos 70, o edifício era considerado o
maior “complexo para transmissão [de comunicações] do país”.
Sanders também afirma que, se Bush estivesse em Manhattan
durante os ataques de 11/09, o Serviço Secreto o teria levado para a
segurança de dentro da instalação da AT&T. “É o prédio mais
resistente da cidade", ele disse.
Mapas da NSA e AT&T apontam a instalação da 10ª Avenida
como sendo um de oito complexos “peering” que operam tráfego de
internet como parte do programa de monitoramento da NSA
chamado FAIRVIEW. Dois ex-funcionários confirmam que o local
foi um de oito principais “Complexos de Service Node Routing”, ou
SNRCs, nos EUA. Documentos da NSA explicitamente descrevem a
interação com fluxos de dados em todos os oito locais.

O projeto do edifício tem semelhança com outros edifícios


sem janelas na cidade de Nova York, a torre arranha-céu da AT&T
no Nº 33 em Thomas Street em lower Manhattan. O Intercept
relatou em 2016, que o Nº 33 em Thomas Street é um grande
complexo para encaminhar ligações internacionais e
aparentemente contém uma sala segura da NSA pra
monitoramento, de codinome TITANPOINTE, que foi utilizada
para interceptar faxes e ligações telefônicas.
Documentos da NSA e AT&T indicam que o edifício na 10ª
Avenida serve para a NSA como o equivalente de internet para o Nº
33 da Thomas Street. Enquanto a monitoramento da NSA no Nº 33
em Thomas Street primariamente visa ligações telefônicas que
passam pelo edifício através dos switching points internacionais, o
local na 10ª Avenida primariamente coleta e-mails, conversas em
chat e dados de navegação na internet.
Este edifício da AT&T em São Francisco foi descrito como o
“centro nervoso” das telecomunicações da cidade. Tem cerca de 80
metros, 9 andares e seu exterior é coberto em painéis prateados;
existem uma série de respiradouros que ser vistos a partir da rua,
mas há poucas janelas.

Mapas da NSA e AT&T obtidos pelo Intercept indicam que o


Nº 611 da Folsom Street é um de oito complexos “peering” nos EUA
que opera tráfego de internet como parte do programa de
monitoramento da NSA chamado de FAIRVIEW. Philip Long, que
foi funcionário da AT&T por mais de duas décadas como técnico
assistindo suas redes, confirmou que o local de Chicago era um dos
oito principais “Complexos de Service Node Routing”, ou SNRCs,
nos EUA. Documentos da NSA explicitamente descrevem a
interação com fluxos de dados em todos os oito locais.
Long relembra que no começo dos anos 2000, ele “moveu cada
circuito backbone de internet que tinha ao nordeste da Califórnia",
através do escritório da Folsom Street. Na época, ele disse, ele e seus
colegas acharam estranho que foram informados para subitamente
retransmitir todo o tráfego porquê “não havia nada de errado com o
serviço, nenhum problema operacional".
“Nós recebemos ordens para mover os backbones... então eu
simplesmente entendi", disse Long. “Nós achamos que era coisa do
governo e que eles estavam sendo invasivos”. “Nós achávamos que
estávamos encaminhando nossos circuitos para que eles pudessem
pegar todos os dados”, disse ele.
Não é a primeira vez que o edifício está envolvido em
revelações sobre espionagem eletrônica. Em 2006, um técnico da
AT&T chamado de Mark Klein alegou sob juramento em um
depoimento judicial que a NSA estava interagindo com o tráfego de
internet em uma sala segura no sexto andar da instalação.
Klein, que trabalhou no Nº 611 na Folsom Street entre
outubro de 2003 e maio de 2004, afirmou que funcionários da
agência visitaram o edifício e recrutaram um dos técnicos gerentes
da AT&T para conduzir um “trabalho especial”. O trabalho envolvia
instalar um “splitter cabinet” que copiava dados da internet
enquanto fluíam pelo prédio, antes de desviá-lo para a sala segura.
Ele disse que os equipamentos na sala segura incluíam um
“analisador de tráfego semântico”, uma ferramenta que pode ser
utilizada para buscar grandes quantidades de dados por palavras
chave ou frases contidas em e-mails ou conversas em chat.
Notavelmente, Klein descobriu que a NSA aparentava mirar
especificamente “peering links” da internet, o que é corroborado
pela NSA e documentos da AT&T obtidos pelo Intercept.
“Através do acesso aos peering links, eles não apenas pegam
os dados da AT&T, eles pegam todos os dados trocados pela rede da
AT&T e outras empresas”, Klein disse ao Intercept em entrevista
recente.
De acordo com documentos fornecidos por Klein, a rede da
AT&T na Folsom Street, fazia “peer” com outras empresas como
Sprint, Cable & Wireless e Qwest. Também era conectado, disse ele,
há um tráfego de internet chamado MAE West, um grande data
hub em São Jose, California, onde outras empresas conectam suas
redes juntas.
Sprint não respondeu ao pedido por comentários. Um porta-
voz da Cable & Wireless disse que a empresa revela dados "apenas
quando é legalmente obrigada a fazê-lo como resultado de um
mandado ou outro processo judicial". Em 2011, CenturyLink
adquiriu Qwest como parte de um acordo de fusão de 12.2 bilhões.
Um porta-voz da Centurylink disse que não podia discutir
“questões de segurança nacional”.
A instalação de Seattle é localizada no centro da cidade, não
longe da costa. O prédio cinzento tem 15 andares, com uma dúzia de
janelas escurecidas, estreitas e respiradouros que se erguem ao topo.
De acordo com registros públicos, foi primeiramente construído em
1955 e tem fundações reforçadas de concreto e paredes exteriores
que são apoiadas por uma moldura de aço.
Historicamente, a instalação foi um importante switching
point de comunicações no Noroeste dos EUA, encaminhando
ligações entre lugares como Bellingham, Spokane, Yakima e ao
Norte no Canadá e Alaska. Hoje, o edifício aparenta ser possuído
principalmente pela Qwest Corporation, uma subsidiária da
CenturyLink, mas AT&T também tem uma presença no interior do
prédio. O logo da AT&T está fixado em uma placa ao lado da
entrada do edifício.
40 quilômetros ao norte de Seattle, existe um grande cabo
submarino chamado Pacific Crossing-1, que encaminha
comunicações entre os EUA e o Japão; é possível que o edifício de
Seattle opere alguma dessas comunicações e outras que passam
entre a Costa Oeste dos EUA e a Ásia.
Mapas da NSA e NSA apontam a instalação de Seattle como
sendo um de oito complexos “peering” que operam tráfego de
internet como parte do programa de monitoramento da NSA
chamado FAIRVIEW. Um ex-funcionário confirmou que o local foi
um de oito principais “Complexos de Service Node Routing”, ou
SNRCs, nos EUA. Documentos da NSA explicitamente descrevem a
interação com fluxos de dados em todos os oito locais.
O edifício é uma instalação retangular com poucas janelas, grande,
de concreto, localizada a menos de 2 quilômetros ao sul da Capital
dos EUA. Registros tributários da propriedade mostram que a
Verizon possui a maior parte da propriedade(avaliada em US$ 26
milhões), enquanto a AT&T possui menor parte(avaliado em US$8.8
milhões). Plantas da disposição interna do edifício mostram que a
AT&T tem espaços no quarto, quinto e sexto andares.
Central Office Buildings, um site que cria perfis de complexos
de telecomunicação na América do Norte, descreve a instalação no
Nº 30 e na Street South West como “o quartel-general ancião das
linhas de telefone fixo da Verizon em Washington, DC”. Ele
complementa que o edifício contém "uma enorme quantidade de
switches de diversos tipos”, incluindo equipamento da AT&T para
transferir ligações de longa distância através de redes.
A Polícia da Capital tem um escritório localizado em frente ao
complexo de telecomunicações e um grande número de veículos da
polícia são comuns ao redor do local. Quando o Intercept visitou a
instalação para tirar fotografias anteriormente esse ano, dentro de
minutos, vários policiais armados apareceram no local com cães.
Eles questionaram nosso repórter, fizeram uma busca em seu carro e
disseram que o edifício era considerado infraestrutura crítica.
Mapas da NSA e AT&T apontam a instalação de Washington,
D.C como sendo um de oito complexos “peering” que operam
tráfego de internet como parte do programa de monitoramento da
NSA chamado FAIRVIEW. Um ex-funcionário confirmou que o
local foi um de oito principais “Complexos de Service Node
Routing”, ou SNRCs, nos EUA.
Documentos da NSA explicitamente descrevem a interação com
fluxos de dados em todos os oito locais.

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