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A carta foi escrita entre os dias 26 de abril e 02 de maio, em Porto Seguro, que

somente foi interrompido pelo fato de Caminha ter dar auxílio ao capitão-mor no sentido de
organizar os últimos detalhes para a partida de uma nova frota rumo à Índia.
A carta começa a ser narrada a partir do momento que a frota portuguesa partiu de
Belém e chegou as ilhas canárias. No dia 21 de abril, surgiram os primeiros indícios de que
havia terra próxima, dada pela presença de ervas compridas, o que na carta, o escrivão chama
de botelho. No dia 22, avistou-se o que chamaram inicialmente de Terra de Vera Cruz, onde
podia se observar o Monte Pascoal, um monte alto. Quando finalmente desembarcaram na
terra desconhecida, avistaram alguns habitantes, na qual Caminha descreveu como sendo
pardos, com corpos pintados, cabelos lisos, com pele avermelhada, com o lábio inferior furado
com um osso nele, bons narizes e rostos e que traziam nas mãos arcos e fechas e andavam
totalmente nus. Os portugueses então tentaram estabelecer contato com os nativos. Mas, em
um primeiro momento, um dos índios começou a apontar para a terra e para um colar de ouro
que um capitão da frota estava utilizando, como se quisesse dizer que havia muito ouro
naquela terra. O mesmo acabou acontecendo com um papagaio e o castiçal de prata. Assim foi
feito com diversos objetos que eles nunca tinham vistos, e por isso, os portugueses
entenderam que os índios queriam fazer uma troca. Foi dessa maneira que começou a troca de
quinquilharias que vinham da Europa por prata, ouro e madeira. Inicialmente os índios eram
muito esquivos com os portugueses. Com o passar do tempo, passaram a conviver de forma
harmoniosa e amigável com os desbravadores. No final da carta, Caminha apelou a D. Manuel
para que libertasse do cárcere o seu genro, casado com sua filha Isabel, preso por assalto e
agressão.

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