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UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Ulónguè
Agosto, 2017
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UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE ENGENHARIA AGRO- PECUÁRIA
Ulónguè
Agosto, 2017
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DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Benvinda Benigna Zefanias Mutsuque, declaro que esta Monografia é resultado do
meu próprio trabalho e está a ser submetida para obtenção do grau de Licenciatura na Faculdade
de Ciências Agrárias, Universidade Zambeze, Ulónguè.
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em
nenhuma outra universidade.
______________________________________
(Benvinda Benigna Zefanias Mutsuque)
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Alexandre Zefanias Mutsuque, e Sara Francisco Tivane, pela vida, amor,
protecção, orientação, ensinamentos, carácter, apoio em todos os momentos e incentivo para
que atingisse os meus objectivos.
Também, as minhas avós Elisa Tivane e Salmina Mutsuque, pelos ensinamentos dos
valores fundamentais da vida e incentivos na busca de uma boa formação.
Dedico!
v
AGRADECIMENTO
Inicialmente agradeço a Deus por ter-me dado força e coragem durante esta jornada para
atingir os meus objectivos e realizar mais este sonho, pois sem Ele nada seria possível.
Obrigado pai e mãe por vocês terem dado a oportunidade exclusiva de estudar durante
estes anos. Aos meus Irmãos Jane, Elisa, Salma, Alsário, Simão e Salmina pela compreensão,
amizade, incentivo e carinho. Às minhas tias, em especial, a tia Hermínia Tivane que me deu
forças todos os dias para lutar pelos meus sonhos. Ao meu cunhado Flávio Calenge e minha
cunhada Júlia Cardoso Mutsuque, pelos ensinamentos e apoio que me deram durante estes anos.
Ao dr. Crescêncio Almeida Mucipo, por ter-me orientado com paciência e dedicação,
pela amizade, conhecimentos transmitidos e valiosos conselhos.
Aos meus amigos, em especial Marlene Aníbal, Osvaldo Bento Jaime, Alice Pinto, Isac
Arnelo, Vânia Mendonça, Arsénio Julai, Roberto Nazaré e Alcina Joana, pela amizade
incondicional que proporcionaram durante estes anos todos.
Aos colegas de turma que se tornaram amigos durante a formação, pela ajuda e carinho.
Obrigado!
vi
EPÍGRAFE
(Arthur Schopenhauer)
vii
SUMÁRIO Pág.
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................. 20
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 38
APÊNDICE 1. .......................................................................................................................... 49
APÊNDICE 2. .......................................................................................................................... 53
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................ 55
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RESUMO
Palavras-chave: Consumo de ração, ganho de peso, idade ao abate, peso de carcaça, Coelhos.
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ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the productive performance and yield of rabbit
carcasses (mestizos) slaughtered at different ages. Thirty-six non-sexed rabbits (mestizos)
weaned at 40 days of age were used. The treatments were ages at slaughter 70, 80 and 90 days,
distributed in a completely causal design, totaling three replicates and three treatments, with
four animals per cage. It was observed for the variables of performance: final weight, feed
intake and feed conversion were significantly influenced (P <0.05) by the ages these presented
increasing values as the age increased, while the average daily gain presented values decreasing
to the measure In which the age increased. The carcass characteristics (carcass weight and
carcass yield variables) were significant (P <0.05), and these had an increasing effect as a
function of age. For economic viability, there was an increase in feed costs with Increase in
age, more in contrast, gross margins showed better results in the 80 and 90 days in general.
Key words: Feed intake, weight gain, slaughter age, carcass weight, rabbits.
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LISTA DE TABELAS
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LISTA DE FIGURA
Figura 1: Curva teórica de crescimento dos animais ................................................................ 13
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LISTAS DE ABREVIAÇÕE, SIGLAS OU SÍMBOLOS
%: Percentagem
˚C: Grau Celsius
ANOVA: Análise de variância
apud: Citado por
CA: Conversão alimentar
CR: Consumo de ração
CV: Coeficiente de variação
DIC: Delineamento Inteiramente Causalizado
ED: Energia digerível
FAO: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
FAOSTAT: Divisão de estatística da FAO
FB: Fibra bruta
FDN: Fibra em Detergente Neutro
g: Grama
GMD: Ganho médio diário
ha: Hectare
IAI: Inquérito Agrícola Integrado
Kg: Quilograma
Km 2: Quilómetro quadrado
m: Metro
MAE: Ministério da Administração Estatal
mg: Miligrama
Mt: Metical
NRC: National Research Council
PCQ: Peso da carcaça quente.
PF: Peso final
PI: Peso inicial
PUFAS: Poly Insaturaded Fatty
RCQ: Rendimento de carcaça quente
s.d: Sem data
SPSS: Statistical Package for the Social Sciences
T: Tratamento
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ton: Tonelada
UE: União Europeia
USDA: United States Departament of Agriculture
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1.INTRODUÇÃO
A procura por alimentos saudáveis tem levado a mudanças nos hábitos do consumidor,
buscando produtos que satisfaçam suas preferências dietéticas e nutricionais, assim, novos
alimentos estão sendo desenvolvidos para atender os componentes benéficos dos alimentos
tradicionais, devido à sua vantagem na saúde ou na produção de efeitos desejáveis (TAVAREZ,
et al., 2007 apud SOUZA, 2013).
De acordo com COELHO (2012) " é importante que estudos enfoquem na idade e no
peso final para abate uma vez que o animal deve conseguir obter, da dieta, a taxa de crescimento
necessária para o peso de abate esperado na data correcta". Nesta senda, decidiu-se desenvolver
um estudo de modo a compreender a "influência da idade de abate sobre o desempenho
produtivo e rendimento de carcaça de coelhos (Oryctolagus cuniculus) mestiços".
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1.1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA
A medida que a demanda por um produto aumenta, há maior exigência com relação à
qualidade e a maior valorização dos produtos é feita através do conhecimento. O consumidor
moderno é muito preocupado com a saúde e deseja ter conhecimento sobre as características do
produto que está ingerindo.
Será que o abate de coelhos de forma indiscriminada (sem considerar o período ideal)
influência no desempenho produtivo, no rendimento de carcaça e no custo de produção.
1.2. JUSTIFICATIVA
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No nosso país, o tema “idade ao abate dos coelhos” ligado ao desempenho produtivo e
rendimento de carcaça é pouco "Lavrado", o que faz com que não haja muitos estudos nem
acervo bibliográfico. Daí a importância e relevância deste estudo.
1.3. HIPÓTESE
H0: A idade de abate não interfere nos parâmetros do desempenho produtivo (consumo
de ração, conversão alimentar, ganho de peso e peso final), nas características de carcaça (peso
de carcaça e rendimento de carcaça) e nos custos de produção.
1.4.OBJECTIVOS
1.4.1. Geral:
Avaliar a influência da idade de abate sobre o desempenho produtivo, rendimento de
carcaça e viabilidade económica de coelhos(oryctolagus cunículus) mestiços.
1.4.2. Específicos:
Interpretar a influência da idade sobre os indicadores produtivos: Ganho Médio Diário,
Conversão Alimentar, consumo da ração e o Peso Vivo Final ;
Demostrar o efeito da idade sobre o peso de carcaça e o rendimento de carcaça;
Analisar a viabilidade económica nas diferentes idades ao abate;
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O sistema digestivo dos coelhos é adaptado para uma dieta herbívora, incluindo
adaptações específicas desde os dentes até grande segmento ceco-cólico com macrobiota activa
e a separação de partículas da digesta cecal que permite a cecotrofia (PEREIRA, 2002).
A produção animal é uma parte muito importante do sector agrário, quer a nível
nacional, quer internacional. A produção mundial de carne de coelho estimada pela FAO (2009)
é superior aos 1,5 milhões de toneladas nos últimos anos. Cerca de três quartos da produção
mundial de carne de coelho são assegurados pela China, Itália, França, Espanha e Portugal.
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que correspondeu a 28 % do total de carne produzida no mundo. A italia é o primeiro produtotor
Europeu e o segundo mudial, a Espanha é o segundo produtor europeu. Portugal é responsavel
por cerca de 3.5 % da produção Europeia e 1.8 % da produção Mundial. Os países latinos são
tradicionalmente consumidores de carne de coelho. A carne de coelho encontra-se entre as
carnes mais procuradas, sendo consumida em família (EUROPEAN FOOD SAFETY
AUTHORITY, 2005 apud MONTEIRO, et al., 2013).
A produção mundial de carne de coelho tem diminuído de ano para ano como ilustra a
tabela acima. Durante o período apresentado, a quebra foi de aproximadamente 13 % no
conjunto dos países. Tendência esta, que se matem nos 3 países com maior produção da EU.
(MONTEIRO, et al., 2013).
A produção de carne de coelho em Moçambique ainda está abaixo dos níveis aceitáveis
devido ao baixo uso dos padrões de produção e falta de hábitos alimentares em relação a carne
de coelho. Alia-se igualmente a falta de organização no sector da cunicultura moçambicana, o
que dificulta na difusão das tecnologias de produção assim como das vantagens e das qualidades
da carne de coelho (CUMAIO, 2015).
De acordo com SITOE (2005) " nas zonas rurais de Moçambique, a criação de coelhos
é familiar e é constituída essencialmente por pequenas explorações (destinadas ao consumo
familiar) ". Os dados do inquérito realizado no ano de 2012 sobre a evolução da cunicultura em
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Moçambique, indicam que a produção nacional se situa nos 160.172 coelhos e a Província de
Inhambane ocupa o primeiro lugar na classificação com 65.516 coelhos, seguido de Gaza com
31.761 coelhos e a Província de Tete ocupa o sexto lugar com 7.093 animais (MACHEL e
MASSINGUE, 2013).
Niassa 5.874
C. Delgado 3.716
Nampula 21.370
Zambézia 12.252
Tete 7.093
Manica 0
Sofala 1.728
Inhambane 65.516
Gaza 31.761
Maputo 10.862
Total 160.172
Fonte: IAI, 2012
Existem várias raças de coelhos dispersas pelo mundo, umas originárias de populações
de uma dada região geográfica, outras criadas através de cruzamentos entre raças já existentes.
Cada raça possui um peso, um tipo de pelagem, coloração e conformação que lhe é
característico. A espécie mais comum e fonte de todas as raças domésticas é a oryctolagus
cuniculus (RODRIGUES, 2007).
As raças de coelhos podem ser classificadas com base em três critérios: quanto à aptidão;
quanto ao objectivo e quanto ao peso na idade adulta. Esta última é a classificação mais utilizada
e é dividida em quatro categorias: coelhos de grande porte; coelhos de médio porte; coelho de
pequeno porte e coelhos anões ou mini-coelhos (PEREIRA, 2002).
As raças para produção de carne estão divididas em raças anãs, raças médias e raças
gigantes, classificadas consoante o peso que os animais atingem na idade adulta. Nas raças anãs
como o Pequeno Chinchila e o Pequeno Himalaia, os coelhos atingem um peso vivo em adulto
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que vai desde 2,5 kg até 3 kg. Os coelhos de raças médias são mais utilizados para a produção
de carne e atingem pesos entre os 3 kg e os 5 kg, fazem parte a raça Califórnia e Nova Zelândia.
Nas raças gigantes, o peso dos coelhos adultos ultrapassa os 5 kg, como o Gigante de Flandres
e o Gigante Branco Bouscat (PEREIRA, 2002).
A carne de coelho tem um papel fundamental como alimento funcional, pois além de
ser rica em proteína, cálcio, e fósforo, apresenta baixos teores de gordura e de colesterol
associados a um perfil favorável de ácidos graxos poli-insaturados (HERNÁNDEZ, et al.,
2008).
De acordo com SAINZ, et al., (1996) apud SOUZA (2013), a qualidade da carne é o
resultado obtido pela avaliação do sabor, suculência, textura e aparência, que contribuem para
a aceitação do produto. Embora no momento da compra o consumidor veja apenas os aspectos
da qualidade visual da carne crua, como a cor do músculo e da gordura, proporção
músculo/gordura, marmorização e firmeza do tecido muscular.
De acordo com TEJADA & SOARES, (1995) é importante conhecer o valor nutritivo
das carnes e as condições adequadas de abate e produção. Segundo PETRACCI, et al., (2009)
a carne de coelho pode ser recomendada por nutricionistas em substituição a outras carnes, pois
apresenta características que a inclui como carne magra. Além disso, nos últimos anos, as
mudanças de estilo de vida de consumo nos países desenvolvidos levaram para um mercado de
carne cada vez mais focado em produtos fáceis de manipular e processados.
SOUZA, (2009) relata que, “a carne de coelho é considerada mais magra e mais
saudável quando comparada à carne bovina, ovina e suína”. Além disso, é altamente digerível,
saborosa, baixa em calorias, gorduras e colesterol, sendo frequentemente recomendada pelos
nutricionistas em regiões de maior produção dessa carne em detrimento das de ruminantes”.
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Para TEJADA e SOARES (1995), “a carne de coelho pode ser recomendada na alimentação
humana por seu alto valor protéico, baixo teor de gorduras e fonte considerável de ácidos graxos
poli-insaturados (PUFAS- Poly Insaturated Fatty Acid) do tipo Ômega 3, podendo melhorar a
qualidade da dieta humana”.
De acordo com STARCK (2011) a carne de coelho é de óptima qualidade que atrai o
consumidor por sua cor, pouca gordura, frescor e um mínimo de suco aparente. A qualidade da
carne é o resultado obtido pela avaliação do sabor, suculência, textura e aparência, que
contribuem para a aceitação da carne. Possui um alto valor protéico, baixa densidade calórica.
O conhecimento dos níveis dos nutrientes oferecidos nas rações para coelhos torna-se
importante para evitar possíveis erros na formulação, as quais prejudicariam a obtenção de bons
índices zootécnicos e manutenção da sanidade dos animais (SOUZA, 2013).
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As necessidades nutricionais são definidas como a quantidade de nutrientes necessários
para máximo desempenho, dentro dos padrões zootécnicos previamente definidos. Elas podem
ser expressas em quantidades de nutrientes diários ou quantidades por kg de ração (kcal/kg ou
%). Uma ração adequada para coelhos deve levar em consideração as exigências nutricionais
de acordo com a categoria produtiva na qual o animal se encontra (MACHADO,2011).
Uma proteína ou sua combinação para ser ideal não deve possuir aminoácidos em
excesso. Portanto, uma proteína ideal não existe na prática, o que deve ser almejado é aproximar
ao máximo os níveis de aminoácidos com as exigências dos animais nas diferentes fases de
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produção (FERREIRA, et al., 2012). Ainda MAERTENS (1998), afirma que o nível de proteína
bruta na ração deve assegurar adequado consumo dos aminoácidos, que são importantes na
nutrição de coelhos e recomenda 15 % de PB e no mínimo 11% PD.
De acordo com RETORE, et al., (2010) dietas ricas em proteína são importantes para alcançar
bons índices de crescimento na produção de coelhos.
2.6.3. Fibra
O coelho como um animal herbívoro, pode ter cerca de 40 a 60% de sua dieta constituída
por alimentos volumosos, na forma verde ou desidratada, isto indica que esta espécie é capaz
de consumir dietas com altos teores em fibra (SARTIKA e RAHARJO, 1992 apud
PESSOA,2003).
De acordo com HOOVER, et al., (1992), conteúdo de FB da dieta não deve ser menor
que 8 a 10%, pois quantidades inferiores reduzem o peristaltismo intestinal, provocando
diarreias, isto demostra que o conteúdo de fibra da dieta está directamente relacionado com
problemas digestivos no coelho.
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2.7. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Para entender como a idade de abate é definida é necessário conhecer como funciona o
crescimento e o desenvolvimento dos animais, isto é,” o crescimento do animal ajuda a definir
os pontos importante ao longo da vida e também traçar estratégia de maneio de maneira que as
épocas de venda ou abate sejam definidos com mais precisão” (CASSIANO ,2014). De acordo
com GORMIERO (2005) em condições normais, durante o crescimento do animal ocorre um
aumento de peso, comprimento, altura e circunferência em função da idade. Segundo relatou
SANTOS (1999), a produção de carne depende quase que exclusivamente do crescimento, que
é um factor indispensável na cadeia produtiva de carnes. Já, o desenvolvimento implica em
mudanças na conformação corporal e das funções do organismo.
Maturidade
Crescimento desacelerado
Crescimento Acelerado
Idade
Ganho de peso
A engorda dos coelhos é o período compreendido entre a desmama e o abate. Tem uma
duração variável em função do tipo de produto que queremos obter. O objectivo da engorda dos
coelhos é conseguir um crescimento rápido, com baixo consumo de alimento, com altos índices
de conversão e com mínima mortalidade (MUSSUOI, 2010). De acordo com FERREIRA
(1981) apud PESSOA (2003), normalmente os coelhos são destinados ao abate na idade de 60
a 90 dias com peso vivo variando de 2 e 2,3 kg. Estes valores aproximam-se com os de
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COELHO (2012) que relata dados do mercado preconizando valores médios de peso final
variando de 1,8 a 2,5 kg como sendo satisfatório, de modo que o peso da carcaça não seja
inferior a 1 kg.
Desde que factores como genética, nutrição, sanidade e outros aspectos do maneio não
sejam alterados, o aumento de idade do animal obviamente irá proporcionar maior peso. As
principais alterações que ocorrem na qualidade da carne, quando associadas ao aumento da
idade, possuem como determinante dessa alteração, o aumento do peso do animal, o qual ocorre
em função do grande aumento nos tecidos adiposos. Consequentemente, os teores de água e de
proteína na carne diminuem (GARCIA e LEOPOLDINO, 2011). Em outras palavras, com o
avanço da idade, o animal deixa de ganhar massa muscular e ganha gorduras.
O aumento da idade de abate permite que o animal alcance maior peso corporal, mas o
aumento do consumo de ração e a piora na conversão alimentar reduzem o interesse económico
em criar coelhos até uma idade mais avançada. Este comportamento leva a concluir, segundo
OLIVEIRA, et al., (2006) que os animais mais jovens são mais eficientes quanto à conversão
alimentar, pois o ganho se dá principalmente pelo crescimento da massa muscular, que é um
tecido com teor de água relativamente elevado. FRANCISCO (2016), sintetiza esta reflexão
afirmando que a idade nos permite diferenciar os animais jovens, adultos e velhos o que é de
grande importância, porque a idade está intimamente relacionada com o rendimento.
Estudos feito por GARCIA E LEOPOLDINO (2011) demostram que a idade de abate
dos animais também influência na qualidade da carne devido à variação dos hormônios
circulantes, cujas funções especificas são dependentes da maturidade dos animais. Um exemplo
são os hormônios ligados à reprodução, que apenas depois de determinada idade começam a
serem produzidos e trazem alterações nos parâmetros de qualidade da carne.
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De acordo com BRIDI, (2010) apud Moz (2015), a idade de abate do animal influencia
directamente na composição da carcaça, (osso/carne/gordura), cada tecido possui um
determinado momento e uma velocidade diferente de crescimento, o primeiro tecido a ser
formado é o nervoso, seguido pelo ósseo, muscular e finalmente pelo tecido adiposo. Esse
padrão de crescimento tem como consequência que com o avançar da idade, as carcaças irão
apresentar maiores níveis de gordura e com maior taxa de marmoreio, água e proteína irão
reduzir, aumentando a proporção de lipídios.
Em geral não é conveniente prolongar a engorda muito além da idade indicada de abate,
porque a partir daí diminui o índice de conversão e se obtém, uma carne com maior percentagem
de gordura (MUSSOI, 2010).
O coelho é uma espécie que possui elevada taxa de crescimento, o que possibilita
alcançar, nos Estados Unidos e Europa, em criações comerciais, o peso de mercado em oito a
dez semanas, com ritmos de crescimento de 35g a 40g por dia, enquanto que em países tropicais,
o ritmo de crescimento é menor, da ordem de 20 a 30 g por dia, o que se supõe um período
maior para alcançar o peso de abate (CHEEKE, 1995).
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De acordo com ZOTTE (2002) apud SOUZA (2013) as alterações nas variáveis de
desempenho animal podem ocorrer devido a vários factores, podemos citar: idade, raça, sexo,
temperatura ambiental, alimentação. Para coelhos, os factores que afectam o desempenho pode
ser diverso como idade e peso ao abate, alimentação, factores com relação ao nível de inclusão
na dieta, as condições tecnológicas aplicadas à carcaça e carne, e variabilidade genética entre
populações.
Em trabalho com coelhos sexados da raça Angorá com idades ao abate de 75 e 90 dias
CAMPOS et al. (2005) relataram que a idade ao abate influenciou o peso final, sendo que os
animais abatidos aos 75 dias apresentaram conversão alimentar melhor que os animais abatidos
aos 90 dias.
Analisando coelhos Nova Zelândia Branco abatidos aos 90 dias de idade, OLIVEIRA.,
et al., (2006) relataram maior consumo diário de ração e maior peso final em comparação com
os abatidos aos 75 dias de idade que tiveram maior ganho de peso diário e apresentaram melhor
conversão alimentar.
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binómio idade-peso, depende da interação de múltiplos factores, políticos, económicos,
administrativos, de infra-estrutura, tecnológicos, científicos e culturais.
Apesar de o peso da carcaça ser de fácil determinação, o mesmo não se passa com a
classificação dos animais quanto à idade. As dificuldades vão desde a organização da produção
no local de produção até às questões estruturais, operacionais e técnicas em todos os
procedimentos que deveriam culminar com a tipificação das carcaças nos matadouros. Como
resultado, ter-se-ão classes etárias mal definidas e, consequentemente, de difícil comparação.
Uma classificação pouco criteriosa pode mascarar variações de raça e maneio, dificultando a
identificação e a actuacção sobre os factores que governam o binómio idade-peso, no sentido
da redução do primeiro termo e aumento simultâneo do segundo, dentro do economicamente
favorável (BATISTA et al.,1999).
Vários factores podem influenciar nas características da carcaça. Entre eles citam-se a
idade de abate, o sistema de criação, o sexo, a época de abate e a raça, que podem interferir de
maneira isolada ou em conjunto, tanto no rendimento como na composição da carcaça,
principalmente na sua qualidade, pois para se medir a habilidade de produção, torna-se
necessário o conhecimento das proporções de carne, osso e gordura presentes nas carcaças dos
animas (PEREIRA, 2002).
Para CAMPOS, et al., (2005), a idade ao abate é o factor mais importante de variação
da qualidade da carne e da quantidade de gordura na carcaça, enquanto pouca importância é
atribuída ao sexo e ao peso vivo do animal, porque durante o crescimento, os diferentes órgãos
se desenvolvem em diferentes velocidades.
Segundo BRASIL (1997) apud PEREIRA (2002), carcaças de boa qualidade devem
apresentar elevada proporção de músculos, baixa de ossos e quantidade adequada de gordura
intramuscular para garantir suculência e sabor. A cobertura externa de gordura (gordura
subcutânea) é necessária para evitar a desidratação excessiva e escurecimento da carne
armazenada a frio. Não esquecendo a qualidade da carne, na qual devem ser observadas e
consideradas as características visuais, sensoriais e nutricionais.
Resultados de características de carcaça são muito variáveis, sendo que a idade de abate
nos experimentos vária de 60 a 90 dias de idade, e à medida que aumenta a idade de abate
aumenta o peso vivo, e consequentemente o rendimento de carcaça (DÁVILA e GOMES,
2006).
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CRESPI, et al. (2008) observaram em coelhos Nova Zelândia Branca abatidos com
pesos entre 1,7 a 2,5 Kg apresentaram melhores rendimentos de carcaça quando comparados a
animais mais pesados. Segundo ARGANOSA et al (1977), apud PEREIRA, (2002), a avaliação
económica e produtiva da carcaça, tem sido feita tradicionalmente, através da conformação da
carcaça, considerando-se características como comprimento dos membros, tamanho e largura
da carcaça. Para avaliação imediata e de carácter prático, tem-se adoptado o estudo do
rendimento de carcaça, comparando-o ao peso do animal ao abate.
O rendimento de carcaça varia de acordo com a idade, raça, linhagem, estado nutricional
e outros factores (FERREIRA et al., 2011). Por outro lado, FERREIRA (1991) apud SANTOS
et al., (2005) afirma que mais de 85 % dos coelhos destinados ao abate são animais recém
desmamados e que, aos dois meses de idade, apresentam um rendimento de carcaça variando
entre 50 e 59 % de seu peso vivo.
De acordo com VIEIRA (1987) apud SANTOS, et al. (2005) coelho é um dos
mamíferos domésticos mais precoces, pois em apenas seis dias após o nascimento, dobra seu
peso. No entanto, é necessário que o criador saiba em que idade e estado físico deve abater este
animal, para que tenha maior rendimento, significando carcaças de melhor qualidade.” O valor
e a variação do rendimento de carcaça estão em função do peso da carcaça e o peso do animal
vivo, entretanto é necessário determinar o tipo de carcaça, em que condições o peso vivo foi
determinado e o peso real da carcaça, além das diferenças presentes entre o peso vivo com
jejum e sem jejum, descartando-se o peso do conteúdo do trato digestório” (SOUZA, 2013).
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A carcaça quente é aquela determinada logo após o abate, antes da refrigeração e já para
a determinação da carcaça fria, o importante é o tempo entre o momento do abate e as condições
de conservação (OSÓRIO, et al., 2002). Comercialmente em matadouros emprega-se o termo
rendimento de carcaça, que se refere à relação entre o peso da carcaça quente logo após o abate
e o peso vivo, sendo este expresso em percentagem (GOMIDE, et al., 2006, apud SOUZA,
2013).
Neste contexto, pesquisas têm evidenciado que o abate de animais com idade mais
avançada, e consequentemente maiores pesos, tem favorecido o rendimento das carcaças
(ZEFERINO, 2009).
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo, do ponto de vista da sua natureza, afigura-se como sendo uma
pesquisa aplicada, pois objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução
de problemas específicos. No nosso caso, ele envolve verdades e interesses locais no âmbito da
produção e abate de coelhos tendo em conta a valorização da produção do mesmo.
Para dar um maior cunho interpretativo e consistência científica aos resultados que
pretendía-se obter do fenómeno em estudo, optamos por fazer uma miscelânea de técnicas de
investigação, que se destacam:
(i) Com base numa sequência de actividades com indicador pré-elaborado onde
constaram programa a seguir ao longo da pesquisa.
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3.1.3.1. Análise e Interpretação de Dados
A análise e interpretação de dados observaram três momentos distintos:
O experimento foi realizado nas instalações da Missão Católica da Fonte Boa, situada a
15 km da Vila de Ulónguè (sede do Distrito de Angónia). A pesquisa foi realizada durante o
período que compreende entre dos dias 30 de Dezembro de 2016 a 17 de Fevereiro de 2017.
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3.4. CARACTERÍSTICAS DAS INSTALAÇÕES E DAS GAIOLAS
O período experimental teve início na selecção dos animais. Os animais foram alojados
em grupo de quatro animais, pesados e distribuídos em delineamento inteiramente causalizados
em gaiolas de arame galvanizado, com bebedouros de barro e comedouro tipo prato. No
experimento foram utilizados 36 coelhos (mestiços), desmamados aos 40 dias de idade, não
sexados. Os animais foram submetidos a três (3) tratamentos distintos: abate aos 70, 80 e 90
dias de idade, com três repetições.
Para o experimento foi utilizada uma balança electrónica que apresentava uma precisão
de 5 g a 10 g e com máximo de pesagem até 50 kg, esta utilizada para pesagem dos animais,
ração, e após o abate para pesagem da carcaça.
Foi igualmente necessário uso de uma fita-métrica para registo de medidas tanto do
galpão como das gaiolas. Os animais foram pesados no início do experimento, semanalmente e
no final do experimento.
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3.6. MANEIO ALIMENTAR
A alimentação dos animais foi a base de ração, está ração foi preparada e processada no
sector de cunicultura da Fonte Boa, desde a fase do desmame até ao abate. A quantidade
fornecida foi de 120g/dia/animal segundo a recomendação dada por (FERREIRA, et al., 2012).
A sua distribuição foi uniforme em todos os tratamentos, sendo fornecido no período de manhã
e pela tarde, nas horas mais frescas.
Soja 20 20 20
Folha de Bananeira 40 40 40
Repolho 20 20 20
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3.8. DESCRIÇÃO DOS ÍNDICES DO DESEMPENHO PRODUTIVO E DAS
CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA.
O Ganho médio diário (GMD) consistiu na diferença entre o peso vivo final (PF) e
o peso vivo inicial (PI) dividido pelo número de dias. Utilizando a seguinte fórmula:
GMD (g/dia) = (Peso Vivo Final – Peso Vivo InciaI) (g) /# dias.
A Conversão Alimentar (CA) foi obtida pela relação entre o consumo de ração em
um período e seu ganho médio diário so neste mesmo período. Assim, foi necessário
calcular em primeiro o consumo de ração e em seguida o ganho médio diário.
Conversão Alimentar (CA) = Consumo da Ração (g/dia) / Ganho médio diário (g/dia).
24
Peso Vivo Final
O peso vivo final foi obtido através da pesagem dos coelhos no último dia de
experimento ( mais o que foi usado como referência é o PAJ).
O abate dos animais iniciou: por pendurar o animal pelas patas posteriores num gancho
para o abate, insensibilizados pela concussão cerebral, seguindo-se imediatamente a sangria por
corte da jugular e sangrados por alguns segundos. Fez-se á esfola, em seguida procedeu-se à
evisceração, onde obteve-se a carcaça quente sem cabeça.
25
Os preços médios de coelhos por kg de peso vivo tanto como abatidos foram obtidos
juntos ao sector de cunicultura da fonte boa e os preços dos ingredientes foram consultados no
distrito de Tsangano, província de Tete, no mês de Dezembro a Janeiro.
Na tabela 8, estão apresentados os custos médios dos ingredientes que compõem a ração
experimental.
INGREDIENTES MT/KG
Milho 20
Soja 35
Folhas de repolho 5
Folha de bananeira 3
Sal comum 25
Cada ração foi calculada a partir da quantidade de cada ingrediente descrito na tabela 7,
e seus preços em meticais por quilograma, ou seja quantidade do ingrediente x Mt/kg de cada
ingrediente.
RAÇÕES MT/kg
T1 13,22
T2 13,22
T3 13,22
Fonte: Elaborado pela Autora.
26
O modelo matemático utilizado para análise das variáveis estudadas foi:
Yi= μ + Ti + Ei
Em que:
Yi= Observação relativa ao tratamento i
μ= Média geral
Ti= efeito do tratamento i, i = (70, 80 e 90 dias de idade)
Ei= erro aleatório associado a cada observação
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 10: Valores Médios do peso inicial de acordo com a idade de abate dos coelhos.
Legenda:
- Médias seguidas de mesma de letras na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).
- CV – Coeficiente de Variação.
Na Tabela 11 abaixo, é evidente que os resultados para o ganho médio diário, tiveram
valores decrescentes em função do aumento da idade dos Coelhos. O T1 teve melhor
desempenho, tendo alcançado 32,05 g/coelho/dia, seguido pelo T2 com 29,86 g/coelho/dia e
por fim, apareceu o T3 que teve baixo desempenho ao apresentar 26,75 g/coelho/dia, sendo este
o pior valor deste índice. Estes valores apresentaram diferenças significativas quando
comparadas em testes de Tukey a (P < 0,05).
28
Tabela 11: Ganho médio diário de acordo com a idade de abate dos coelhos (g).
Legenda:
- Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).
- CV – Coeficiente de Variação.
Os animais abatidos com 70 e 80 dias de idade tiveram ganho médio diário maior e não
apresentaram diferença significativas, em relação aos abatidos aos e 90 dias que foi menor e
este, diferenciou-se dos outros tratamento, em virtude de que, estes abatidos mais cedo estavam
em fase de crescimento e exibiam melhor eficiência no uso dos nutrientes ingeridos,
transformando-os em massa muscular. DALLE (2002) afirma que, "o metabolismo do animal,
fica mais lento à medida que o animal se torna mais velho, isto é, ganha menos peso e acumula
gordura, que é mais leve do que o músculo. Com o avançar da idade, a eficiência de
aproveitamento dos nutrientes também diminui".
Ao trabalhar com quatro rações comerciais testadas para coelhos abatidos aos 75 dias
PÊSSOA (2003), obteve valor de ganho médio diário, próximos aos encontrados neste trabalho,
obtendo ganho médio diário de 29,67 (g/dia), entretanto, quando comparados com os de 80 dias
e inferior quando comparados aos de 70 dias.
Os resultados obtidos por OLIVEIRA, et al., (2006) trabalhando com coelhos Nova
Zelândia branco abatidos aos 75 e 90 dias de idade foram superiores quando comparados aos
obtidos neste trabalho sendo estes o Ganho médio diário de: 37, 45 e 32, 28 (g/dia),
provavelmente sejam pelo tipo de raça que ele utilizou neste experimento.
29
LEBAS (1986) considera ganhos diários de 40g como sendo satisfatórios. Facto que
não se verificou neste trabalho possivelmente por diferenças de ração fornecida, raças de animas
e dentre outros factores que possam contribuir e influenciar ganho de peso.
Tabela 12: Média do Consumo de ração de acordo com a idade de abate dos coelhos (g).
Tratamento
Média Erro típico CV (%)
Idade (dias)
70 97.66c
80 104.72b
1.87 5.38
90 110.12a
Total 104.12
Fonte: Elaborado pela Autora (2017).
Legenda:
- Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).
- CV – Coeficiente de Variação.
Para o presente trabalho observa-se que o aumento da idade de abate implicou o aumento
no consumo de alimento, concordando com OLIVEIRA, et al., (2016), quando em estudos
feitos com coelhos Nova Zelândia branco abatidos aos 75 e 90 dias de idade, o consumo diário
teve um aumento obtendo-se valores médios de, 104,24 e 116,06 (g/dia), respectivamente.
Provavelmente este facto tenha ocorrido, pois os animais estavam em pleno crescimento e
desenvolvimento e tinham grandes necessidades de nutrientes, mais que qualquer outra fase,
assim consumindo mais com o aumento da idade.
Por outro lado, SOUZA (2013), ao avaliar a influência da idade sobre o desempenho
zootécnico, característica de carcaça e qualidade da carne de coelhos, utilizando ração
30
comercial, encontrou uma redução nos valores de consumo de ração com o aumento da idade.
Provavelmente estas diferenças entre resultados deste trabalho estejam relacionadas a factores
ambientas e com grande influência da ração em análise.
FIGUEIRA (2009) obteve valor superior avaliando coelhos Nova Zelândia branco
abatidos aos 70 dias de idade onde obteve para o consumo diário, 130 (g/dia). Assim como,
MARTINS, et al., (2012) obtiveram para coelhos da raça Nova Zelândia branco aos 75 dias de
idade, consumo de 119 g.
Em estudos para substituir a proteína da alfafa pela de maniçoba para coelhos Nova
Zelândia Vermelho abatidos aos 83 dias, BRITO, et al., (2013) obtiveram valores médios de
consumo 74,99 (g/dia). O valor obtido pelo autor apresenta-se inferior aos deste trabalho para
consumo diário.
Tabela 13: Média da conversão alimentar de acordo com a idade de abate dos Coelhos (g/g).
De acordo com ZILLI (2010), os animais mais jovens são mais eficientes quanto a conversão
alimentar, pois o ganho se dá principalmente pelo crescimento da massa muscular, que é um
tecido com teor de água relativamente elevado. Ao contrário, animais pesados demandam
comparativamente maior quantidade de alimento/kg de ganho, pois estarão sintetizando
gorduras a taxas, mas elevada.
Os resultados obtidos por OLIVEIRA, et al., (2006) trabalhando com coelhos Nova
Zelândia branco abatidos aos 75 e 90 dias de idade foram melhores, obtendo 2,79 e 3,61
respectivamente quando comparados ao presente trabalho.
CRESPI, et al., (2004) avaliando desempenho de coelhos Nova Zelândia branco em fase
de crescimento, encontram resultados maiores quando comparados aos resultados deste
trabalho que são inferiores quanto à conversão alimentar, obtendo valores de: 3,96; 4,28; 4,81
para as idades de 70, 80 e 90 dias respectivamente.
Ao avaliar coelhos Nova Zelândia branco abatidos aos 85 dias, ARRUDA, et al., (2003)
encontraram valores de conversão alimentar de: 2,94, este valor de CA obtido, foi inferior e
melhores quando comparadas a este trabalho.
32
4.1.4. Peso final e peso da carcaça em função da idade
Tabela 14: Média do peso Final e peso de carcaça de acordo com a idade de abate dos Coelhos.
Tratamento
Média Erro típico CV (%)
Idades (dias)
70 1620.00c
90 1966.67a
Total 1806.67
Peso de Carcaça em função a Idade de Abate (g)
Tratamento
Média Erro típico CV(%)
Idade (dias)
70 830c
90 1125 a
Total 976.66
Fonte: Elaborado pela Autora (2017).
Legenda:
- Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).
- CV – Coeficiente de Variação.
A idade ao abate, influenciou o Peso final de abate e o peso da carcaça (P < 0,05), como
mostra a Tabela 14. Portanto, observa-se que maiores pesos e maiores carcaças foram
observados em animais mais velhos, concordado com CAMPOS, et al., (2005) quando em
estudo com animais abatidos aos 75 e 90 dias de idade, obtiveram os seguintes resultados para
peso final, 2326 e 2618 (g), e peso de carcaça 1190 e 1540 (g), respectivamente.
Segundo DAVILA e GOMES (2006) a medida que aumenta a idade de abate, aumenta
o peso vivo e consequentemente o peso da carcaça. SOUZA (2013) utilizando ração comercial
33
na alimentação de coelhos em crescimento da raça Nova Zelândia branco encontra resultados
superiores para peso final, comparados ao presente trabalho, onde obteve para os 70, 80 e 90
dias de idade valores de peso final de 2154,08 g, 2230,25 g e 2608,75 g, respectivamente. Estes
valores apresentam diferenças significativas quando comparados em testes de Tukey a 5% de
significância. A raça e dieta provavelmente sejam os factores que estabeleceram as diferenças
dos dados deste trabalho.
Trabalhando com coelhos Nova Zelândia branco abatidos aos 75 e 90 dias de idade,
OLIVEIRA, et al., (2006), observaram que os animais abatido aos 90 dias, apresentaram
maiores pesos final de 2,31 e 2,59 (kg) respectivamente
BRITO, et al., (2013) trabalhado com coelhos Nova Zelândia Vermelho abatidos aos 83
dias, obtiveram valores médios de peso vivo e de carcaça de 1783,25 e 870 (g) os resultados
diferenciam aos encontrados no presente trabalho sendo peso vivo, e de carcaça maior.
Tabela 15: Rendimento de Carcaça quente de acordo com a idade de abate dos Coelhos (%).
70 51.22 b
90 57.19a
Total 53.86
Fonte: Elaborado pela Autora (2017).
Legenda:
- Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).
- CV – Coeficiente de Variação.
34
carcaça para os tratamentos T1 (70 dias) e T2 (80 dias) e maior rendimento para o tratamento
T3 ( 90 dias) respectivamente.
Ao utilizarem o feno de soja perene ou feno de guandu como fonte de fibra e proteína
na alimentação de coelhos Nova Zelândia Branco x Califórnia em crescimento, abatidos aos 74
e 70 dias de idade, respectivamente, CRESPI et al. (1992) observaram rendimento médio da
carcaça de 61,74 e de 60,14 %, NOFAL et al. (1995) obtiveram valores de 55,99 e 55,65 %
para animais com idade entre 98 e 112 dias, respectivamente para raças Nova Zelândia Branco
e californiano, o que pode ser devido as diferentes idades de abate usadas no experimento.
A principal receita de uma exploração cunícula é a venda de animais, vivos para abate
ou abatidos. Devido a que o peso de abate é relativamente constate a uma dada idade, a receita
do cunicultor dependerá do número de animais vendidos (CAMPOS, et al., 2005).
35
Os resultados da Viabilidade económica em relação a idade de abate, encontram-se na
tabela 16 abaixo.
Tratamento Lucro bruto/ Preço (MT) Custo da ração (MT) Margem bruta (MT)
Tratamento Lucro bruto/ Preço (MT) Custo da ração (MT) Margem bruta (MT)
Legenda:
- Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey(P < 0,05).
A idade ao abate do coelho vivo foi significativa (P < 0,05) como mostra a tabela 16.
Notou-se que as maiores margens brutas foram aos 80 dias e 90 dias, para animais vendidos
vivos. Foi levado em consideração que a alimentação gasta para o animal chegar até 90 dias foi
significativamente compensativa para elevar a idade por mais 10 dias, isto é de 80 á 90.
Os resultados obtidos neste trabalho discordam com os achados por CAMPOS, et al.,
(2005) e FIGUEIRA (2009) que perceberam maior margem bruta para animais jovens e
demostram não compensar manter os animais mais velhos (70 até 90 dias), devido aos custos
36
de alimentação, entretanto, as carcaças mais pesadas com avanço da idade justificam manter os
animais por mais tempo em criação.
37
5. CONCLUSÕES
Primeiro, que a hipótese (H1) principal é válida pois pode-se comprovar que a
idade dos animais interferiu no desempenho produtivo, nas características de
carcaça e nos custos de produção pois constatou-se diferenças significativas (P
< 0,05) nas variáveis de consumo de ração, ganho médio diário, conversão
alimentar e peso final, peso de carcaça e rendimento de carcaça.
Concluído por outro, que a Venda dos animais vivos deverá ser feita aos 80 e 90
dias e abatidos aos 90 dias de idade.
38
6. RECOMENDAÇÕES FINAIS
Face as várias constatações feitas ao longo deste estudo, importa fazer as seguintes
recomendações:
Com relação ao abate, recomenda-se a idade de 90 dias por apresentar uma maior
margem bruta e um peso de carcaça com padrões recomendáveis pelo mercado.
É recomendável a criação ou venda de coelhos vivos de 80 até aos 90, apesar de, o custo
de ração pode ser relativamente maior para a idade de 90 dias, mas estes devem ser
justificado pela margem bruta onde os valores não apresentam diferenças significativa.
Que sejam promovidas acções de capacitação aos cunicultores de modo que eles possam
ter conhecimentos teóricos e práticos relativos a produção do coelho, especificamente,
sobre a idade e peso ideal para o abate dos coelhos.
Que haja maior controle por parte das entidades sanitárias no que diz respeito ao
controle de qualidade da carne. Este pressuposto vai ditar acções controladas de abate
desta espécie de animais e, consequentemente, vai evitar que se forneça carne com
gorduras o que pode ser prejudicial para a saúde dos consumidores.
Que se faça outros estudos no futuro, utilizando idades intermediárias a esta, para se
comprovar a sua eficácia no desempenho produtivo, rendimentos de carcaça e a sua
viabilidade económica dos coelhos.
39
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Educacional do Município de Assis.2010.
48
APÊNDICE 1.
Tabela 17: Anova
49
Tabela 18: Provas de Normalidade
Shapiro-Wilk
Estatística df Sig.
CA ,905 9 ,280
PF ,880 9 ,155
PC ,962 9 ,822
RC ,957 9 ,772
50
Tabela 20: Descritivos de indicadores.
51
Total 9 55,6322 14,77383 4,92461 44,2760 66,9884 38,35 73,91
1 3 285,2733 4,17689 2,41153 274,8974 295,6493 281,33 289,65
2 3 311,2867 5,70106 3,29151 297,1245 325,4489 305,44 316,83
MB (V)
3 3 320,5433 2,40138 1,38644 314,5780 326,5087 318,32 323,09
Total 9 305,7011 16,27030 5,42343 293,1946 318,2076 281,33 323,09
1 3 194,2200 9,28659 5,36161 171,1508 217,2892 183,69 201,24
2 3 228,1500 5,09991 2,94444 215,4811 240,8189 222,30 231,66
LB(A)
3 3 263,2500 10,72323 6,19106 236,6120 289,8880 253,89 274,95
Total 9 228,5400 30,82789 10,27596 204,8436 252,2364 183,69 274,95
1 3 38,7267 ,40796 ,23554 37,7132 39,7401 38,35 39,16
2 3 55,3800 1,13080 ,65287 52,5709 58,1891 54,17 56,41
CUR(A)
3 3 72,7900 1,11503 ,64376 70,0201 75,5599 71,68 73,91
Total 9 55,6322 14,77383 4,92461 44,2760 66,9884 38,35 73,91
1 3 155,4900 9,31986 5,38082 132,3382 178,6418 145,02 162,88
2 3 172,7700 5,49342 3,17163 159,1236 186,4164 166,74 177,49
MB (A)
3 3 190,4600 9,62881 5,55919 166,5407 214,3793 182,21 201,04
Total 9 172,9067 16,78518 5,59506 160,0044 185,8089 145,02 201,04
Legenda:
A: Abatidos
CUR: Custo de ração
LB: Lucro bruto
MB: Margem bruta
V: Vivos
52
APÊNDICE 2.
Imagem 1. Imagem interna do galpão Imagem 2. Gaiola onde foram alojados os coelhos
53
Imagem 5. Apanha do coelho para o abate. Imagem 6. Pesagem da carcaça
Imagem 7.Toragem da soja da para preparação Imagem 8. Pesagem das folhas de bananeira
da ração dos coelhos.
Características organolépticas são aquelas que podem ser percebidas pelos sentidos
humanos, como cor, brilho, odor, textura e sabor.
Cecotrofia (hábito de ingerir cecotrófos) é um mecanismo fisiológico típico do coelho,
com uma influência decisiva tanto em suas características nutricionais como nos
processos patológicos que se relacionam com o mesmo.
Coprofagia é o termo técnico para o ato de comer fezes.
Crescimento alométrico refere-se a taxas diferenciais de crescimento de duas
características mesuráveis de um organismo (muitas vezes descrito como alterações /
transformações da morfologia correlacionadas com a dimensão).
Doenças infecto- contagiosas- são doenças causadas por agentes biológicos como
exemplo bactérias ou parasitas, etc.
Marmoreio é definido como a acumulação de gordura intramuscular na carne.
Peristaltismo é a capacidade dos órgãos que formam o aparelho digestivo e as vias
urinárias para desenvolver certos movimentos que possibilitem o avanço de, segundo o
caso, o bolo alimentar, a bílis ou a urina/ movimento que intestino faz para empurrar
bolo alimentar.
55