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br Nº 35 – 1ª semana de junho/2012 0800 10 00 08

250
O Info PLD é uma publicação semanal que traz uma análise dos
fatores que influenciam na formação do Preço de Liquidação das
Diferenças - PLD, calculado semanalmente pela CCEE e utilizado para 200 190,84
188,21 188,21 184,94 185,22 185,22
177,28 177,28
valorar a compra e venda de energia no Mercado de Curto Prazo - 167,64 184,94
158,91 176,55 176,55
MCP. 167,64
150 158,91
154,49 154,49

R$/MWh
Adicionalmente é apresentada uma estimativa dos Encargos de
100
Serviços do Sistema - ESS originados por razão de segurança
energética e por restrições elétricas no sistema.
50

Análise PLD - 1ª semana operativa de junho


0

A tabela 1 apresenta o PLD válido para o período de 26 de maio a 1


de junho de 2012.
Gráfico 2 – Decomposição da variação do PLD em todos os submercados
Tabela 1 – PLD (em R$/MWh)
O modelo Decomp considera dois meses em seu horizonte de estudo.
Patamar de carga SE/CO S NE N A partir do segundo mês as informações associadas ao valor da água
são obtidas por meio de uma consulta ao modelo Newave, conhecida
pesada 179,19 179,19 179,19 179,19
como acoplamento entre os modelos e que é fortemente influenciada
Média 177,49 177,49 177,49 177,49 pelo comportamento das Energias Naturais Afluentes - ENAs1
passadas. A troca do ponto de acoplamento causou uma redução nos
leve 176,42 176,42 176,42 176,42
preços de cerca de R$ 30/MWh. Este impacto é demonstrado no
passo “NW – Acoplamento M+1”.
Média Semanal 177,28 177,28 177,28 177,28

As ENAs passadas da função de custo futuro de junho estão mais


otimistas do que as consideradas em maio, como se observa no
As variações do PLD estão atreladas, entre outros fatores, à previsão passo “NW – FCF só ENA”. No entanto, em decorrência das
de afluências no país – estimativa do volume de água que deve postergações no cronograma de oferta das usinas térmicas e eólicas,
chegar, futuramente, aos reservatórios. O gráfico 1 ilustra a evolução mesmo com a melhora nas energias afluentes passadas, a Função de
do PLD no submercado Sudeste: Custo Futuro - FCF de junho está menos otimista do que a função
utilizada em maio, causando o impacto ilustrado no passo “NW – FCF
220
JUN”.
200 192,70
180,94
180
177,28
Considerando a atualização das variáveis do Decomp, as afluências
160
do Sistema Interligado Nacional - SIN caíram, causando uma
140 135,43
elevação de aproximadamente R$ 17/MWh no preço.
R$/MWh

120
124,97
97,36
100 Outro fato relevante é o alcance do número de unidades de base da
80 70,28
UHE Estreito Tocantins. Com isso a usina deixa de ser considerada
67,31
60 50,67 como submotorizada e passa a fazer parte do cálculo da energia
40
38,73 armazenada do subsistema Norte. Além disso, sua produtibilidade
28,95 29,42
19,03 passa a ser considerada no cálculo da energia de acoplamento do
20 13,25 23,14
Decomp com o Newave. A consideração desta UHE como uma usina
0
motorizada causou redução de aproximadamente R$ 8/MWh no PLD,
demonstrada no passo “DC – Atributos UHEs”.
Preço Médio Anual Preço Médio Mensal PLD Médio Semanal

Gráfico 1 – Evolução do PLD no Sudeste/C. Oeste (em R$/MWh)


Newave

Decomposição da variação do PLD O modelo Newave estima o custo futuro da energia e traduz para o
Decomp o impacto da utilização da água armazenada nos
reservatórios.
Na última semana operativa de maio, o preço médio em todos os
submercados foi fixado em R$ 190,84/MWh. Na primeira semana de Nas variáveis que influenciam a obtenção da função de custo futuro
junho os preços permaneceram equalizados e ficaram em R$ incluem-se o armazenamento inicial, a tendência hidrológica, o
177,28/MWh. cronograma de expansão das usinas, entre outras.

A variação observada em todos os submercados pode ser decomposta


de forma a identificar os fatores com influência predominante na Armazenamento inicial
alteração do preço, conforme ilustra o gráfico 2.

O gráfico 3 ilustra a evolução do armazenamento dos últimos três


anos para a região Sudeste, o nível da Curva de Aversão ao Risco -
CAR vigente e os valores dos armazenamentos mínimos e máximos
atingidos nesta região desde o ano 2000.

1
Energias Naturais Afluentes – soma dos produtos da vazão
natural afluente à cada usina pela sua produtibilidade média.
0800 10 00 08 ● www.ccee.org.br ● Junho/2012 - Semana 1
9.000

8.000

7.000
100 Limites de armazenamento - 10 anos
CAR 2012 6.000
2010
90
2011 5.000

MWmédio
2012
80
Média 4.000
70
3.000
Armazenamento - %

60
2.000
50
1.000
40
0
30

20

10 Of erta PMO Jun/12 Of erta PMO Mai/12

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Gráfico 3 – Energia armazenada no submercado Sudeste/C. Oeste Gráfico 6 – Oferta de usinas térmicas

A tabela 2 mostra, em percentual do volume máximo, o Os atrasos nas usinas eólicas, representados no Gráfico 5, ocorreram
armazenamento inicial utilizado por submercado para o por conta da adequação do cronograma de entrada em operação
processamento do modelo Newave: comercial das usinas ao cronograma das Instalações Compartilhadas
de Geração (ICG), as quais estas usinas se conectam.
Tabela 2 – Armazenamento inicial (em %)

3.500
SE/CO S NE N

3.000
73,4 47,0 73,8 97,8

2.500

Tendência hidrológica 2.000


MW médio

1.500

1.000
As ENAs passadas são utilizadas pelo modelo Newave como tendência
hidrológica e influenciam na construção da função de custo futuro. 500

0
A tabela 3 mostra o comportamento das ENAs dos meses anteriores a
junho, bem como o valor médio dos cenários gerados para este mês.
Observe que as ENAs realizadas em maio em todos os submercados Oferta PMO Jun/12 Oferta PMO Mai/12
foram inferiores à MLT, impactando a previsão para o mês de junho e
refletindo na função de custo futuro do modelo Newave.
Gráfico 5 – Oferta de usinas eólicas

Tabela 3 – ENAs passadas (em % da MLT)


A lista de todas as alterações no cronograma de entrada em operação
comercial pode ser obtida nas apresentações do Programa Mensal de
Submercado
Ordem Previsão
Mai Abr Mar Fev Jan Dez
Operação - PMO3, disponibilizadas no espaço exclusivo do site do
PAR (p) Jun Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.
SE/CO 1 98 98

NE
S 5
3
90
61
66
49
60
53
60
44
70 99
Decomp
N 1 61 55
*A ordem do PAR(p) indica o número de meses passados que influenciam na
obtenção dos cenários de ENAs. O modelo Decomp é utilizado para determinar o despacho de geração
que minimiza o custo total de operação ao longo do período de
planejamento. Um de seus resultados é o Custo Marginal de
Cronograma da expansão Operação - CMO4 que, limitado por um piso e um teto, origina o PLD.

Entre as variáveis que influenciam o modelo Decomp destacam-se o


Com base no cronograma dos empreendimentos – licenciamentos, armazenamento inicial e a ENA média para acoplamento com o
obras e financiamentos -, o Departamento de Monitoramento do Newave.
Sistema Elétrico - DMSE2 revisa mensalmente os cronogramas de
entrada em operação comercial das usinas hidroelétricas,
termelétricas, eólicas e PCHs. As principais alterações em relação ao
mês anterior ocorreram na oferta de energia das usinas térmicas e
eólicas. Armazenamento inicial e ENA média

Considerando a solicitação do Grupo Bertin, que formalizou na Aneel


o pedido de devolução da outorga de autorização dos projetos das Na primeira semana operativa de junho houve uma variação nos
usinas Cacimbaes, Escolha e MC2 Macaíba, estas usinas, cujas datas volumes iniciais considerados pelo Decomp, quando comparados com
de entrada em operação comercial estavam previstas para fevereiro
de 2014, foram desconsideradas do cálculo do PLD. 3
Programa Mensal de Operação - reunião realizada pelo Operador
Nacional do Sistema Elétrico - ONS onde são estabelecidas as diretrizes
eletroenergéticas de curto prazo, de modo a otimizar a utilização dos
2
Depto de Monitoramento do Sistema Elétrico – órgão que coordena recursos de geração e transmissão do Sistema Interligado Nacional - SIN.
4
reunião mensal para revisão do cronograma de entrada em operação Custo Marginal de Operação – custo do recurso para atendimento a
comercial das usinas. um acréscimo marginal de demanda.

O conteúdo desta publicação foi produzido pela CCEE com base em dados e informações de conhecimento público. É de responsabilidade
exclusiva dos agentes e demais interessados a obtenção de outros dados e informações, a realização de análises, estudos e avaliações para fins
de tomada de decisões, definição de estratégias de atuação, assunção de compromissos e obrigações e quaisquer outras finalidades, em
qualquer tempo e sob qualquer condição. É proibida a reprodução ou utilização total ou parcial do presente sem a identificação da fonte.
2
0800 10 00 08 ● www.ccee.org.br ● Junho/2012 - Semana 1

os volumes previstos no processamento do modelo da última semana 25

Segurança Energética Restrições Elétricas


de maio, conforme ilustrado no gráfico 5.
20

15 4,57
79 2,02

mi R$
2,46
Previsto Realizado
10
77
1,25
13,05 12,92 12,12
75 5
% EARM Máxima

73,2 72,9 7,03

73 2,74
0

71 72,2

69

67
Gráfico 6 – Estimativa de ESS para o SIN
65

Os valores estimados para o período de 19 a 25 de maio são obtidos


a partir dos dados do Informativo Preliminar Diário da Operação -
Gráfico 5 – Energia armazenada no SIN IPDO, disponibilizado diariamente pelo ONS. Já a previsão para o
período de 26 a 31 de maio foi calculada a partir da programação de
O processamento do Decomp na semana anterior indicava um nível
despacho termelétrico por razões elétricas indicada no deck de dados
de armazenamento de 72,2% (Energia Armazenada 207.263
do modelo Decomp.
MWmês) para o início desta semana, no SIN. O armazenamento
inicial efetivamente utilizado foi de 72,9% (Energia Armazenada
209.427 MWmês) da energia armazenável máxima. Essa diferença
corresponde a um aumento de aproximadamente 2.164 MWmês de
oferta hidráulica no Sistema.

A tabela 4 ilustra o nível de armazenamento por submercado:

Tabela 4 – EARM previsto e realizado para a primeira semana de junho

RV3 – Mai - Previsto RV0 – Jun - Realizado Diferença


Submercado
(MWmês) (MWmês) (MWmês)

SE 147.941 147.339 -602


S 8.691 9.221 530
NE 38.028 38.235 207
N 12.604 14.633 2.029

Conforme mencionado na decomposição da variação do PLD, a UHE


Estreito Tocantins atingiu seu número de unidades base e passou a
ter sua produtibilidade considerada no cálculo da energia armazenada
do subsistema Norte. Esta consideração representou um acréscimo de
2.294 MWmês no armazenamento deste submercado.

Estimativa de ESS – Maio

O Procedimento Operativo de Curto Prazo - POCP é um mecanismo


adicional de segurança, cujo objetivo é atingir os Níveis Meta
calculados pelo ONS e ratificados pelo Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico - CMSE para as regiões Sudeste e Nordeste ao final do
mês de novembro.

Na primeira semana de junho não foi necessário despacho


termelétrico adicional decorrente da aplicação dos Procedimentos
Operativos de Curto Prazo, pois a trajetória de armazenamento dos
submercados atendeu plenamente os níveis de segurança para o final
do mês. No entanto, houve despacho termelétrico adicional por conta
de restrições elétricas.

As usinas Termonorte II, Sepé Tiaraju e Goiânia II estão com


despacho programado por razão elétrica para a primeira semana, em
um montante de 142, 112 e 8 MWmédios (valores médios
ponderados), respectivamente.

O conteúdo desta publicação foi produzido pela CCEE com base em dados e informações de conhecimento público. É de responsabilidade
exclusiva dos agentes e demais interessados a obtenção de outros dados e informações, a realização de análises, estudos e avaliações para fins
de tomada de decisões, definição de estratégias de atuação, assunção de compromissos e obrigações e quaisquer outras finalidades, em
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