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Pensamento de fim de tarde

São 17 horas. Lá fora, o vento derruba as folhas das árvores e leva todos os
pequenos objetos encontrados no caminho… saias, jornais, cabelos, sonhos…
Após um dia longo de trabalho sem muitas demandas, observo o vento
varrendo tudo… tudo, menos a sua imagem que insiste em permanecer em meu
pensamento.
Neste exato momento você deve estar brincando com seus movimentos
expressivos e a leveza de um corpo que transpira e significa a arte. Os seus olhos
falam mais que qualquer discurso… Eles têm vida, expressividade e uma emoção
que me atinge de um jeito que não consigo me conter. Longe, mas feliz… E eu aqui,
na tênue linha entre a incerteza e a possibilidade. E o desejo! Este cada vez maior,
cada minuto querendo um pouquinho mais de você. É angustiante ter vários
sentimentos tecendo e se retorcendo dentro de mim pelo simples fato de vir à mente
a sua imagem. A ausência é inimiga da presença e a dor resultante é lancinante...
Eis a singularidade de uma mente criativa que insiste em figurar um futuro de
felicidade ao seu lado. Eu, um possível ser quase completo e inquieto; você, uma
mente brilhante que carrega um sorriso sutil e um olhar de criança… Ah! O seu
sorriso de menino travesso e envergonhado…Você está aí, está feliz… Então eu
estou bem. E o amanhã, como será? Não sei… Melhor mesmo não saber, não
pensar.
Novamente o vento traz para perto a lembrança do seu sorriso. Eu sorrio
também… Momentos de puro deleite e delírio pessoal. Na bagagem, um único
desejo: que seja eterno enquanto dure esse sorriso. O seu lindo sorriso que faz
refletir em meu rosto fagulhas de paixão e alegria, deixando em mim a esperança de
um dia ser escandalosamente feliz.

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