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Artigo Partido PDF
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David Sperling
abstracts
p
ortuguês
O termo projetação tem sido pouco usado no
Brasil, mas é o termo que define a produção do
projeto de arquitetura como um processo
how to quote
arquitextos/12.134/3974>.
Um aspecto interessante da atividade de projeto é
Muitos autores acadêmicos têm se debruçado re- justamente a quantidade de teorias, metodologias,
centemente sobre temas e termos correntes da ar- manuais de procedimentos e técnicas as mais di-
quitetura na tentativa de compreender e explicar o versas da qual foi objeto historicamente. Mais in-
processo de projetação. O aprofundamento recente teressante ainda é observar que, embora partes do
destas pesquisas e reflexões tem produzido noções processo de produção do projeto possam estar su-
sempre mais didáticas e esclarecedoras, tanto para jeitas a uma seqüência de procedimentos, o processo
estudantes e professores como para arquitetos com inteiro jamais poderá se enquadrar neste modelo,
interesses teóricos e mesmo para leigos e amantes e, portanto, as metodologias não se sustentam en-
da arquitetura. quanto sistemas universais, embora seja obrigatório
conhecê-las, pois a nenhum arquiteto é permitida
A história é rica em exemplos do interesse em resu- a ignorância sobre a experiência acumulada que
mir o projeto a um processo linear, possuidor de uma compõe a história da arquitetura.
técnica de realização passo a passo, como montar
uma máquina, como cultivar soja, primeiro isto, de- O termo projetação tem sido pouco usado no Brasil,
pois aquilo e aquilo outro, e assim por diante numa mas é o termo que define a produção do projeto
seqüência de procedimentos idêntica a tantas outras de arquitetura como um processo. Este processo
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técnicas e disciplinas inventadas pelo homem. tem um momento crítico e imponderável que foge
a qualquer metodologia, mesmo quando a projeta-
ção estava sujeita às regras da composição clássica.
Este momento crítico é o momento que envolve as
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arquitetônico, termo que em outros lugares é tam- geral, tem sido tarefa de vários autores e todas elas
bém conhecido como estratégia ou conceito. contêm aspectos novos e esclarecedores. O exame
destas definições é um primeiro objeto de meu in-
teresse.
Escola Cáritas
Croquis de Mario Biselli
da prática com pudor e desinteresse, senão como qüência” e “resultado”, nos quais uma idéia de lógica
meros epifenômenos. permanece implícita:
as reflexões sobre seu significado, dado o interesse seria, então, toda e qualquer intervenção no meio
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ambiente criando novos espaços, quase sempre com partido”, afirma Corona-Martinez (3) –, sempre sur-
determinada intenção plástica, para atender a neces- gem novas explicações e teorias, como se sempre
sidades imediatas ou a expectativas programadas, e mais estivéssemos interessados em desvendar um
caracterizada por aquilo que chamamos de partido. mistério, perscrutar as mentes criadoras para pôr
Partido seria uma conseqüência formal derivada de às claras algo nebuloso, abrir uma “caixa preta”:
uma série de condicionantes ou de determinantes;
seria o resultado físico da intervenção sugerida. Os “Le Corbusier enfatizou ainda mais o uso da lógica
principais determinantes, ou condicionadores, do matemática de Descartes ao dizer que o início do
partido seriam: processo de criação é a definição da planta arqui-
tetônica, que por sua vez é a representação do pro-
a. a técnica construtiva, segundo os recursos locais, grama arquitetônico (função da edificação). Assim,
tanto humanos, como materiais, que inclui aquela a projeção vertical da planta resultaria, segundo
intenção plástica, às vezes, subordinada aos estilos ele, nas paredes que por sua vez se tornariam vo-
arquitetônicos. lumes: linhas que se transformam em planos que
se transformam em volumes; é a seqüência linear
b. o clima. e crescente do raciocínio cartesiano.
c. AS condições físicas e topográficas do sítio onde Embora se saiba que Descartes ainda é apreciado
se intervém. nas escolas de arquitetura do Brasil para o ensi-
no-aprendizagem do projeto arquitetônico, sabe-se
d. o programa das necessidades, segundo os usos, também que em algum momento do processo de
costumes populares ou conveniências do em- criação surge algo estranho que parece não caber
preendedor. na lógica cartesiana: é a caixa preta; um conceito
usualmente utilizado pelos arquitetos para significar
e. as condições financeiras do empreendedor dentro o momento em que a subjetividade psicológica do
do quadro econômico da sociedade. arquiteto define, por meio de um rabisco (croqui)
o partido do projeto. Apesar dos arquitetos conhe-
f. a legislação regulamentadora e/ou as normas so- cerem esse processo, ninguém até hoje explicou o
ciais e/ou as regras da funcionalidade” (2). que acontece dentro dessa caixa preta, dizem que
é inexplicável” (4).
É certo que todo arquiteto defende seu projeto
como um produto da aplicação da lógica face aos Duas publicações recentes abordam estes temas,
dados fornecidos para sua elaboração. Mas, em ar- suas reflexões são a base para uma compreensão
quitetura parece que temos uma lógica para cada e críticas contemporâneas desta problemática. São
projetista, pois se dependêssemos meramente da elas Adoção do partido em arquitetura, de Laert
lógica, o processo seria universal e já não caberia Pedreira Neves e Composição, partido e programa
qualquer preocupação sobre o assunto. Talvez, neste – uma revisão de conceitos em mutação, de Anna
caso, a ação de projetar e construir já teriam sido Paula Canez e Cairo Albuquerque da Silva, este úl-
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integralmente resolvidos pela indústria, através de timo se tratando de uma coletânea de ensaios de
seus computadores e máquinas. vários autores.
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próprias. É resultado do trabalho do pensamento. “Para Lúcio Costa... ao contrário, tomar partido
Sendo assim, constitui-se em algo de difícil controle, implica dar início a um percurso inventivo que se
interferência e ordenamento” (6). traça sobre um campo de relações em constante
formação e renovação, ainda que aos tateios e sujeito
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Em Composição, partido e programa – uma revisão de a inúmeros e imprevisíveis retornos e desvios. Tais
conceitos em mutação, o texto de Rogério de Castro relações simultaneamente externas e internas ao
Oliveira faz uso de uma linguagem mais complexa, objeto projetado implicam a construção de corres-
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pondências entre formas e conteúdos, organizando- frente e dos fundos e pelas aberturas das fachadas
se progressivamente em esquemas que conectam laterais, é organizada em meios níveis” (9).
partes antes separadas. Este dinamismo atribui à
construção do partido um sentido eminentemente Também empiricamente, em cada situação especí-
operativo, antecipador das configurações composi- fica baseada na prática de concursos e avaliações
tivas que conduzirão à finalização do projeto” (8). no âmbito universitário, é possível identificar a pre-
ponderância deste conceito nas discussões entre
Todas estas definições, desde as mais simples como arquitetos, professores e membros das comissões
as de Neves, às mais sofisticadas, como as de Rogério julgadoras, sendo esta a característica fundamental
de Castro Oliveira, procuram sempre mais elucidar, que acaba por se estabelecer como um invariante,
ilustrar e compreender o projeto de arquitetura e o uma estrutura de pensamento que, pode-se supor,
momento de adoção do partido arquitetônico. Nota- continua válida como aspecto central da teoria de
se que no âmbito da experiência prática no Brasil, e projeto e da projetação no Brasil, teoria tributária
em face da maneira como o tema tem sido abordado também dos princípios acadêmicos e modernos her-
tradicionalmente, que cada autor, cada arquiteto dados pelos grandes mestres modernos brasileiros
poderia igualmente descrever a projetação de ma- tanto cariocas quando paulistas, em face do seu ca-
neira muito similar, alterando a ênfase neste ou risma e de sua longevidade, para além dos fatores
naquele aspecto, simplificando ou elaborando mais conjunturais históricos, resumidos por Futagawa
e mais o texto, mantendo, contudo a sua essência. desta maneira:
Deste modo pode-se concluir, a partir destes teóricos «Durante os períodos antes e depois da Segunda
brasileiros, que o Partido Arquitetônico é a idéia Guerra Mundial, a arquitetura brasileira passou
inicial de um projeto, que a sua formulação é uma por desenvolvimento específico através das obras
criação autoral e inventiva com base na coerência criativas dos arquitetos pioneiros como Lucio Costa,
e na lógica funcional, e que, o partido, sendo uma Afonso Reidy, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas e
prefiguração do projeto, faz da projetação um pro- Lina Bo Bardi. Os princípios do modernismo fo-
cesso que vai do todo em direção à parte. ram aplicados e adaptados às condições locais do
contexto brasileiro, como se a idéia do modernismo
simpatizasse com o clima tropical do Brasil e da
cultura das pessoas que lá vivem. Mais tarde, veio à
luz uma forma única e original de arquitetura, que
Aeroporto de Florianópolis só existe no Brasil, e que vai além do movimento
Croquis de Mario Biselli modernista original.
Este conceito de Partido Arquitetônico parece ser O regime militar instalado no Brasil em 1964 pro-
um dos traços mais característicos da herança cor- vocou vinte anos de estagnação cultural, mas, ao
busiana no Brasil: mesmo tempo, também isolou a área de arquitetura
do movimento pós-moderno que envolvia todo o
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“Le Corbusier abordava o programa de arquitetura mundo naquela época. Portanto, o Brasil se tornou
partindo de princípios de ordem geral, adaptando-os um dos raros países que conta com sucessores le-
em seguida à situação real. O projeto era definido gítimos do movimento modernista, e esse pano de
pelo partido que se organizava do geral para o par- fundo influencia fortemente a produção dos jovens
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ticular. [...] A casa Baeta projetada por Vilanova arquitetos atuais, seguindo o princípio do moder-
Artigas em 1956, segundo o conceito de partido de Le nismo entre as novas gerações» (10).
Corbusier, define-se pelas empenas das fachadas da
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Quero propor a seguir algumas reflexões sobre Considerando, portanto, o cenário contemporâneo
estes temas acima citados em busca dos novos si- de grande diversidade arquitetônica, o partido
gnificados e usos destas terminologias, bem como arquitetônico é compreendido como a idéia que
uma compreensão contemporânea a respeito destes subjaz ao projeto, aquela identificada como idéia
mesmos processos. principal ou central, quando o projeto já se apre-
senta concluído, não importando quando esta idéia
surgiu. É a idéia que o projeto é capaz de veicular
ou expressar, o conteúdo intelectual de um edifício
ou projeto enquanto manifestação, mediada por
uma linguagem. É da avaliação destas idéias que
se ocupam as comissões julgadoras em concursos,
Ginásio Barueri professores em avaliação etc.
Croquis de Mario Biselli
Proponho aqui pensar sob o pressuposto de que o central, não obstante a diferença de abordagem.
modo como cada arquiteto projeta é menos rele-
vante do que o resultado final do seu trabalho. A Robert Venturi propõe o abrigo decorado, um caixa
sua metodologia, que é sempre particular, tem um funcional inexpressiva acrescida de uma fachada bi-
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o design (como em Massimiliano Fuksas, no projeto fazer transposições entre estas (transtextualidade)
do Aeroporto Internacional Shenzhen na China, são os mecanismos do intelecto típicos da arte e da
ver AV proyectos 026 2008, p. 46) ou a tecnologia arquitetura. Compreendida em maior ou menor
construtiva (Renzo Piano, Estadio de Bari, 1990, na grau como linguagem, a arquitetura é uma atividade
Itália, e Richard Rogers, Aeroporto de Barajas, 2006, desta mesma natureza de mediação e manifestação
Espanha), etc. da idéia (14).
Em segundo lugar, cabe indagar, o que é a “caixa Assim procedem os artistas, um poeta descreve uma
preta”? paisagem (transposição do ícone para o texto), um
escritor descreve um personagem (ícone para texto),
O que ainda pode ser dito sobre a adoção/ invenção/ um desenhista produzindo um retrato falado (ícone
formulação do Partido Arquitetônico, o momento para texto e de novo para ícone), e tantas outras ati-
crítico imponderável, a caixa preta? vidades do homem, um artista pintando um retrato
(ícone para ícone), um ator em cena (texto para texto
mais imagem), sempre pressupondo interpretação
de um conteúdo numa linguagem seguido de uma
expressão em outra.
diações sígnicas. A capacidade humana de inventar As transposições entre linguagens podem inicial-
linguagens, a possibilidade de inventar distintas mente sugerir a idéia de tradução, mas as tentativas
linguagens – verbais e não verbais – e transitar e empreendidas no sentido de estudar a arquitetura
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- tanto como história como prática projetual - a partir sistema, que é inventado a partir de um sistema de
das estruturas da língua de forma automática – como convenções” (15).
tradução literal - apenas exacerbaram as diferenças
estruturais entre estas linguagens, diferenças que
implicam, para a arquitetura, num grau superior
de liberdade no nível da expressão, dada a ausência
de vínculos com as regras e convenções a que está
sujeita a linguagem fala/texto:
não modificar o sistema da linguagem (langue). O para dentro do intelecto (“je pense, donc je suis” –
arquiteto, ao contrário, pode e faz modificações no Discours de la Méthode, 1637). Com os arquitetos não
haveria de ser diferente. Em meio a dificuldades de
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OLIVEIRA, Rogério Castro de. Construção, composi-
ção, proposição: o projeto como campo de investi-
gação epistemológica. In: CANEZ, Ana Paula; SILVA,
Cairo Albuquerque (org). Op. cit., p. 35.
8
Idem, ibidem, p. 16.
9
ACAYABA, Marlene Milan. Brutalismo caboclo e as
residências paulistas. Projeto, São Paulo, n. 73, 1985.
siliense, 2003, p. 40-41. nism was fostered and adapted to the unique, local
conditions and contexts of Brazil, as if the idea of
3 the modernism sympathized with Brazil´s tropical
Alfonso Corona Martinez. Prefacio. In: CANEZ, Ana climate and the culture of the people who reside
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Paula; SILVA, Cairo Albuquerque (org). Composição, there. Later on, a unique and original form of the
partido e programa – uma revisão de conceitos em architecture only found in Brazil has brought to
mutação. Porto Alegre, Ritter dos Reis, 2010, p. 35.
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light, which goes beyond the original modernism TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites I (1980).
movement. In: NESBIT, Kate (org.). Uma nova agenda para a
arquitetura. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 172-177.
The military regime founded in 1964 brought a
20 years of cultural stagnancy to Brazil, but at the TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites II (1981).
same time that also caused their architecture field In: NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 177-182.
to be isoladed from the postmodernism movement
that had involved all over the world at that time. TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites III (1981).
Consequently Brazil has become one of the rarest In: NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 183-188.
countries that remain with the legitimate successors
of the modernism movement, and this background TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites III (1981).
strongly affected to produce today´s young archi- In: NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 183-188.
tects following the modernism priciple among new
generations” TSCHUMI, Bernard. Introdução: notas para uma
teoria da disjunção arquitetônica (1988). In: NESBIT,
11 Kate (org.). Op. cit., p. 188-191.
JENCKS, Charles. The Language of Post-modern Ar-
chitecture. Nova York, Rizzoli, 1977, p. 45. No original EISENMAN, Peter. Diagram Diaries. Londres,
em inglês: Thames & Hudson, 1999.
“Venturi would prefer more decorated sheds, be- ABASCAL, Eunice Helena S.; ABASCAL BILBAO,
cause he contends, they communicate effectively, Carlos . Arquitetura e ciência. Reflexões para a
and modern architects have for too long only desig- constituição do campo de saber arquitetônico. Ar-
ned ‘ducks’. The duck is, in semiotic terms, an iconic quitextos, São Paulo, n. 11.127, Vitruvius, dez. 2010
sign, because the signifier (form) has certain aspects <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitex-
in common with the signified (content). The deco- tos/11.127/3688>.
rated shed depends on learned meanings – writing
or decoration – which are symbolic signs.” 15
AGREST, Diana; GANDELSONAS, Mario. Semiótica e
12 arquitetura: consumo ideológico ou trabalho teórico.
SPADONI, Francisco. Rossi: figura, memória e razão. In NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 137-138.
In: Informe arqlab (boletim informativo do Labo-
ratório de Arquitetura do Curso de Arquitetura e 16
Urbanismo da Faculdade de Belas Artes), São Paulo, BROADBENT, Geoffrey. Um guia pessoal descompli-
n. 1, fev. 1998, p. 3. cado da teoria dos signos na arquitetura. In NESBIT,
Kate (org.). Op. cit., p. 153.
13
SUMNER, Anne Marie. Prefácio. In: Gridings, Sca- sobre o autor
joliprint
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