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2020;46(4):e20180325
http://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20180325 ARTIGO ORIGINAL
para os médicos prescritores, e avaliar a adequação O protocolo local de profilaxia do TEV foi desenvolvido
das prescrições de tromboprofilaxia antes e depois com base na 9a edição das Diretrizes de Prática Clínica
dessa implementação. baseadas em evidências do American College of Chest
Physicians (ACCP).(13) Para avaliação de risco do TEV,
o protocolo aplica o modelo de avaliação de risco
MÉTODOS
do Escore de Previsão de Pádua(14) para pacientes
clínicos, enquanto, para pacientes cirúrgicos, o risco é
Delineamento avaliado de acordo com características específicas do
Este foi um estudo antes e depois realizado no Hospital paciente, incorporando o risco cirúrgico com fatores
Moinhos de Vento (HMV), um hospital privado sem fins clínicos.(15) De acordo com o protocolo local, a profilaxia
lucrativos com 380 leitos no Rio Grande do Sul, Brasil. farmacológica deve ser considerada para pacientes
em risco de TEV que não apresentam alto risco de
População complicações hemorrágicas graves. Para pacientes
Em ambas as fases, os pacientes foram entrevistados clínicos, a tromboprofilaxia foi considerada adequada
prospectivamente, de acordo com sua disponibilidade quando os pacientes estavam em alto risco de TEV,
para responder ao questionário. Os participantes sem risco de sangramento, e receberam a primeira
elegíveis incluíram aqueles internados por um dia ou prescrição de anticoagulante até 24 horas depois da
mais por razões clínicas ou cirúrgicas. Os pacientes internação. Para pacientes cirúrgicos, a prescrição
não eram elegíveis se preenchessem qualquer um adequada foi definida quando estavam em nível
dos seguintes critérios de exclusão: (1) idade inferior de risco de TEV intermediário ou alto, sem risco de
a 18 anos; (2) diagnóstico de TEV como causa da sangramento, e receberam a primeira prescrição de
anticoagulante até 24 horas após a cirurgia.
internação; (3) tratamento com anticoagulação plena
já na admissão hospitalar; (4) internação direta em O risco de sangramento foi considerado presente
uma unidade de terapia intensiva; (5) tempo de se o paciente apresentava múltiplos fatores de risco,
permanência superior a 120 dias; ou (6) gravidez. como: 1) úlcera gastroduodenal ativa; 2) sangramento
Os pacientes foram classificados como clínicos ou (episódios que necessitavam de transfusão, internação
cirúrgicos com base no motivo da internação. ou intervenção cirúrgica para controle, excluindo dental,
nasal, de pele e hemorroida) nos três meses anteriores
Procedimentos à internação; ou 3) teve contagem de plaquetas
inferior a 50.000 por mm3.(13) Razão normalizada
Os dados referentes aos fatores de risco para TEV,
internacional (RNI) superior a 1,5 foi considerada fator
risco de sangramento, especialidade médica responsável
de risco adicional para sangramento. Se não houver
pela internação e procedimento cirúrgico foram obtidos
teste de contagem de plaquetas ou RIN disponível
por meio de entrevistas e revisões de prontuários,
(ou solicitado) e nenhum fator de risco identificado
registrando-se em um formulário de coleta de dados. durante a entrevista, o risco de sangramento será
Os dados de profilaxia farmacológica foram extraídos assumido como baixo ou ausente. A tromboprofilaxia
do sistema de prontuário eletrônico (EMR). recomendada é apresentada na Tabela 1. O protocolo
Médicos com expertise em TEV e condução de estudos não recomenda um antagonista de vitamina K de
clínicos participaram do planejamento de todas as dose ajustada ou aspirina para tromboprofilaxia.
fases do estudo, incluindo o teste do formulário antes A profilaxia mecânica só foi recomendada se a profilaxia
de sua aplicação. As entrevistas foram realizadas por farmacológica fosse contraindicada.
farmacêuticos e enfermeiros previamente treinados. O desenvolvimento do protocolo foi o primeiro
O mesmo formulário foi utilizado para ambas as fases componente da intervenção. Todas as recomendações
do estudo. A coleta de linha de base ocorreu em 2014, descritas anteriormente foram implementadas por
antes da implementação do protocolo. meio de uma plataforma baseada na Web chamada
entender melhor se a mesma estratégia seria eficaz apesar dos esforços. Embora o estudo tenha sido
em outros contextos. Existem várias características, realizado em uma única instituição, pode fornecer
incluindo o comportamento do médico, que não foram melhores evidências que caracterizam uma série de
analisadas em nosso estudo. Em terceiro lugar, os estratégias para a implementação do protocolo em
médicos prescritores não foram entrevistados, por instituições privadas em países de renda média com
isso não podemos excluir a possibilidade de que, em um corpo clínico “aberto”, pois há poucos estudos que
alguns casos, informações clínicas adicionais obtidas investigam essas intervenções simples e pragmáticas.
antes da internação tenham sido levadas em conta As lições aprendidas e os dados obtidos apoiarão outras
na tomada de decisões que neste estudo pareciam iniciativas institucionais, como o engajamento de
inadequadas tendo em conta apenas a base de equipes multidisciplinares e a elaboração de um plano
dados hospitalar. De fato, assumimos que a falta de para adotar uma ferramenta eletrônicas de suporte
contagem de plaquetas deveria ser um dado incluído à decisão clínica em esforços futuros para melhorar
como conhecido apenas pelos médicos, principalmente a profilaxia de TEV.
para pacientes cirúrgicos cujos exames são realizados
fora do hospital antes do procedimento. No entanto,
não assumimos como classificação incorreta o risco AGRADECIMENTOS
de sangramento, embora faltasse a contagem de Agradecemos a Sabrina Zimmer, Fabiane Rocca,
plaquetas ou dos valores da RNI, considerando tanto Lolita Rushel, Deoclecio Martini e Paulo Martins, a
a revisão de prontuários quanto as entrevistas. Além equipe de Tecnologia da Informação, todo o apoio ao
disso, solicitar exames de coagulação rotineiramente desenvolvimento deste projeto; a Carisi Polankzyk
se um paciente apresenta histórico de sangramento os conselhos sobre a execução; a Anna Costa por
negativo ainda é questionável e não é consenso entre fornecer informações sobre iniciativas de marketing;
os médicos.(34,35) a Maria Cláudia Schardosim a análise inicial de dados
Em resumo, após a implementação do protocolo, na primeira fase; a Luciano Hammes por idealizar a
os resultados mostraram que a adequação geral da plataforma IPROTOCOLOS; e a Claudia Buchweitz por
prescrição de tromboprofilaxia foi levemente melhorada, sua crítica inestimável.
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