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O isolamento social como medida preventiva necessária ao Covid-19 produz impactos

distintos em relação ao desenvolvimento biopsicossocial das crianças. Essa medida de


saúde pública é um fator de risco para o aumento de abuso infantil, depressão,
retraimento social, ansiedade, irritabilidade, apatia, violência interpessoal,
instabilidade alimentar e excessivo uso tecnológico. Apesar do distanciamento
coletivo, é necessário adotar métodos eficazes de descontração e ludicidade para
minimizar as sequelas internalizantes nas crianças e, assim, evitar complicações
futuras no progresso infantil.
Em uma perspectiva integral, a gestão do tempo é de suma importância para trazer a
sensação de previsibilidade, diminuição da ansiedade e de continuação dos hábitos
passados, ou seja, é preciso estabelecer uma rotina e um ritmo biológico para ocupar e
entreter a criança de acordo com a realidade familiar e cognição do infante.
Desse modo, os pais, responsáveis ou cuidadores juntamente à criança podem
elaborar atividades semanais para realizarem durante o período de isolamento, como
pinturas em desenhos tanto para lazer quanto uma forma de expressão das emoções
internas, brincadeiras de correr para estimular a prática de exercício físico e corporal,
jogos de encaixe para facilitar a cognição, utilização de aplicativos de alfabetização
para crianças com TEA, leitura de livros para desenvolvimento das diferentes
linguagens, fazer receitas culinárias para momentos de descontração e entendimento
alimentar, brincadeiras visuais com cartas para crianças com déficit auditivo e ajudar
os responsáveis em tarefas quando os mesmos não possuem disponibilidade para a
prática de outras atividades.
Outrossim, devido à globalização é possível encurtar o distanciamento social e
possibilitar as crianças que façam chamadas de vídeo e ligações para familiares,
amigos e profissionais da saúde, possibilitando, então, a permanência do contato,
vínculo, início ou continuação a um tratamento específico.
Ademais, é importante manter um diálogo com a criança, abrindo espaço para seus
questionamentos pessoais e para o entendimento da pandemia vivenciada no mundo.
Dessa forma, é interessante minimizar o contato tecnológico com muitas notícias
drásticas. Entretanto, é primordial ensinar sobre o que é a pandemia, como é o
contágio e, também, instruir sobre a higiene necessária para evitar a contaminação.
Portanto, é fundamental a adaptação dos serviços de proteção social e é fundamental
reconhecer os sinais de comportamento das crianças, flexibilizando, então, os modos
de viver com a pandemia e o isolamento social.

REFERÊNCIAS:

Covid-19: OMS divulga guia com cuidados para saúde mental durante pandemia
https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792

Parenting em uma época de COVID-19


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7146667/
Cuidando da nossa saúde mental

https://www.who.int/news-room/campaigns/connecting-the-world-to-combat-
coronavirus/healthyathome/healthyathome---mental-health

Mantenha as crianças saudáveis durante o surto de COVID-19

https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/daily-life-coping/children.html?
CDC_AA_refVal=https%3A%2F%2Fwww.cdc.gov%2Fcoronavirus%2F2019-ncov%2Fprepare
%2Fchildren.html

[Para quebrar o isolamento. Telecomunicações para ajudar na educação de crianças doentes]

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1486221/?
from_term=isolament+and+children&from_exact_term=isolement+and+children&from_pos=5

O impacto psicológico da quarentena e como reduzi-la: revisão rápida das evidências


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7158942/

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