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Núcleo
Ver artigo principal: Núcleo atómico
O conjunto dos protões e neutrões ligados entre si num átomo formam um pequeno núcleo
atómico. Estes elementos que formam o núcleo são denominados coletivamente
por nucleões. O raio de um núcleo é aproximadamente igual a 1,07 3√A fm, onde A é o
número total de nucleões.[7] Este valor é muito inferior ao raio do próprio átomo, que é da
ordem dos 105 fm. Os nucleões mantêm-se unidos através de um potencial atrativo de
curto alcance denominado força nuclear residual. A distâncias inferiores a 2,5 fm, esta
força é muito mais poderosa que a força eletrostática, o que faz com que os protões de
carga positiva se repelem mutuamente. [8]
Componentes
Partículas subatómicas
Ver artigo principal: Partícula subatómica
Embora o significado original do termo átomo correspondesse a uma partícula que não
pode ser dividida em partículas menores, no contexto científico contemporâneo o átomo é
constituído por várias partículas subatómicas: o eletrão, o protão e o neutrão. No entanto,
há exceções: um átomo de hidrogénio-1 não tem neutrões e um ião hidrogénio não tem
eletrões. O eletrão é a partícula com menor massa, com apenas 9,11 x10-31 kg, tendo carga
elétrica negativa e uma dimensão de tal modo reduzida que não é possível a sua medição
com a tecnologia atual. O protão tem carga positiva e massa 1 836 vezes maior do que a
dos eletrões – 1,6726 x 10-27 kg. O neutrão não possui carga elétrica e tem massa 1 839
vezes superior à massa do eletrão, ou 1,6929 x 10-27 kg.[3] Neutrão e protão possuem
dimensões comparáveis, na ordem de 2,5 x10-15 m, embora a superfície destas partículas
não tenha contornos precisos.[4]
um protão e neutrão que ocupem o mesmo estado quântico. [10]
Nos átomos com números atómicos baixos, um núcleo que tenha um número de protões
diferente do número de neutrões pode decair para um estado de energia inferior através
de radioatividade, de forma a que o número de protões e eletrões seja igualado. Por este
motivo, os átomos com número semelhante de protões e neutrões são mais estáveis em
relação à radioatividade. No entanto, à medida que o número atómico aumenta, a repulsa
mútua entre os protões requer uma proporção cada vez maior de neutrões para manter a
estabilidade do núcleo. Assim, não existem núcleos estáveis com o mesmo número de
protões e neutrões acima do número atómico 20 (cálcio) e, à medida que o valor aumenta,
o rácio entre protões e neutrões necessário à estabilidade aumenta para cerca de 1,5. [10]
O número de protões e neutrões no núcleo atómico pode ser alterado, embora possa ser
necessária grande quantidade de energia para vencer a força forte. A fusão nuclear ocorre
quando várias partículas atómicas se juntam para formar um núcleo mais pesado, como no
caso da colisão entre dois núcleos. Por exemplo, no interior do Sol os protões necessitam
de energia na ordem dos 3–10 keV para vencer a sua repulsa mútua - a barreira de
Coulomb - e se fundirem num único núcleo.[11] A fissão nuclear é o processo oposto, na
qual o núcleo se divide em dois núcleos menores, normalmente através de radioatividade.
O núcleo também pode ser modificado através do bombardeio com partículas subatómicas
de elevada energia ou fotões. Se isto modificar o número de protões dentro do núcleo, o
átomo muda para um elemento químico diferente.[12][13]
Se, depois de uma reação de fusão, a massa de um núcleo for menor que a soma das
massas das várias partículas, a diferença entre estes dois valores pode ser emitida através
de energia útil (como raios gama ou a energia cinética de uma partícula beta), tal como
descrito na fórmula de equivalência massa-energia de Einstein E = mc2, na qual m é a
perda de massa e c é a velocidade da luz. Este défice é parte da energia de ligação do
novo núcleo, sendo a perda irrecuperável de energia que faz com que as partículas
fundidas se mantenham juntas.[14]
A fusão de dois núcleos que dêem origem a núcleos maiores com números atómicos
inferiores aos do ferro e níquel (60) é geralmente uma reação exotérmica que libera mais
energia do que aquela necessária para os fundir. [15] É este processo de libertação de
energia que faz da fusão nuclear em estrelas uma reação auto-sustentável. Em núcleos
mais pesados, a energia de ligação por cada nucleão dentro do núcleo começa a ser cada
vez menor. Isto significa que os processos de fusão que produzam núcleos com número
atómico superior a 26 e massa atómica superior a 60 são reações endergónicas. Estes
núcleos de maior massa não são capazes de dar origem a uma reação de fusão produtora
de energia que sustente o equilíbrio hidrostático de uma estrela.[10]
Nuvem de eletrões
Ver artigos principais: Orbital atómica e Configuração electrónica
Os eletrões de um átomo são atraídos para os protões do núcleo por meio da força
eletromagnética. Esta força prende os eletrões no interior de um poço de
potencial eletrostático em redor do núcleo mais pequeno, o que significa que é necessária
uma fonte de energia externa para o eletrão escapar. Quando mais perto está o eletrão do
núcleo, maior a força de atração. Assim, os eletrões que estejam ligados mais perto do
centro do poço de potencial requerem mais energia para escapar do que aqueles na
periferia.[16]
Os eletrões, tal como outras partículas, têm propriedades tanto de partícula como de onda.
A nuvem de eletrões é uma região no interior do poço de potencial na qual cada eletrão
forma um tipo de onda estacionária tridimensional - uma onda que não se move em
relação ao núcleo. Este comportamento é definido por uma orbital atómica, uma função
matemática que caracteriza a probabilidade de um eletrão aparentar estar em determinada
localização quando a sua posição é medida. [17] Só existe um número limitado de orbitais em
redor do núcleo, uma vez que outros possíveis padrões de onda rapidamente decaem para
formas mais estáveis.[18] As orbitais podem ter um ou mais anéis ou nós, e diferem entre si
em termos de tamanho, forma e direção.[19]
Cada orbital atómica corresponde a um determinado nível de energia de um eletrão. Um
eletrão pode alterar o seu estado para um nível de energia superior ao absorver um fotão
com energia suficiente para o impulsionar para o novo estado quântico. De forma
semelhante, através de emissão espontânea, um eletrão que se encontre num estado
superior de energia pode descer para um estado inferior ao emitir a energia em excesso
através de fotões. Estes valores de energia característicos, definidos pelas diferenças de
energia nos estados quânticos, são responsáveis pelas linhas espectrais atómicas.[18]
A quantidade de energia necessária para remover ou acrescentar um eletrão - a energia
de ligação de eletrões – é muito inferior à energia de ligação de nucleões. Por exemplo, só
são necessários 13,6 eV para remover um eletrão de um átomo de hidrogénio que esteja
no nível fundamental,[20] em comparação com os 2,23 milhões eV para dividir um núcleo
de deutério.[21] Os átomos são eletricamente neutros quando têm um número igual de
protões e eletrões. Os átomos que têm défice ou excesso de eletrões são
denominados iões. Os eletrões mais afastados do núcleo podem ser transferidos para
outros átomos ou partilhados entre átomos. Através deste mecanismo, os átomos são
capazes de se ligar em moléculas ou outros tipos de compostos
químicos como cristais iónicos ou covalentes.[22]