Você está na página 1de 9

Escola Estadual Professora Maria Dulce Mendes São Vicente -SP

Nome do Aluno:_________________________________________ 2º Ano D - E.M.


Data: 13/05/20

Professor Matheus - Língua Portuguesa

O movimento literário do Romantismo no Brasil, parece


acompanhar a trajetória da nossa família imperial. Tendo seu
momento inicial (a chamada 1ª Fase Romântica – Nacionalista ou
Indianista) “coincidindo” com a declaração da independência pelo
avô D. Pedro.
O momento de maior produção lírica do Romantismo
brasileiro emparelha-se com a regência de D. Pedro II ( a 2ª Fase -
Ultrarromântica ). Em sua fase final acontece a assinatura da Lei
Áurea pela neta, a Princesa Isabel ( 3ª Fase – a geração Condoreira
ou da crítica social).
O dia 13 de Maio é dia de autocrítica e análise somada de
consciência social para os que não nasceram num corpo preto.
Proponho uma reflexão nessa data baseada na leitura do capítulo 5
da narrativa poética de Castro Alves, escritor da última fase
romântica do Brasil.
O Romantismo é importante para nós do segundo ano, pois é
o movimento literário onde inicia-se a chamada “modernização” da
literatura. Nele surge o gênero textual chamado romance, sobre o
qual falamos na atividade anterior, e desenvolvem-se as imprensas,
transformando a literatura num bem acessível de consumo para a
burguesia letrada.
Estamos em meio a uma pandemia e devemos manter o
isolamento social. Essa situação só escancarou mais a desigualdade
no nosso país e das condições de moradia e saneamento: as
populações periféricas compostas em sua maioria de autodeclarados
pretos e pardos sofrem com as incertezas financeiras e
insalubridades da marginalização. Há gerações seguem lutando
pela sobrevivência.
Será que existe liberdade para a população preta no Brasil de
2020?
Para Ler...
Para Ouvir...
Depois de lermos a obra de Castro
Alves, podemos escutar a versão
musicada por Caetano Veloso de 1997,
trata-se quase de uma leitura dramática
feita por Caetano , a irmã dele Maria
Bethânia e Carlinhos Brown:
https://www.youtube.com/watch?v=4GMfHx7XeUY

A voz de artistas que nasceram com a


marca da opressão social no Brasil pode
trazer maior significado à discussão,
inclusive a canção do Rappa no século
XX faz um intertexto direto a Castro
Alves no século XIX ( ou seja, um texto
aqui conversa com outro texto lá no
passado, ou melhor esses textos mantêm
entre si alguma relação):
https://www.youtube.com/watch?v=kVmOD1CtcPM

Para Assistir...
O próximo artista é Elza Soares, pilar da música brasileira e voz
inconfundível. Nunca, em 70 anos de carreira(!) deixou de falar sobre a
terrível desigualdade étnica da sociedade brasileira. Esta canção tem
clipe aqui pra vocês verem:
https://www.youtube.com/watch?v=yktrUMoc1Xw
A última obra é atual e com uma ótima produção feita em 2015 pelo
cantor e compositor Emicida e se chama Boa Esperança:
https://www.youtube.com/watch?v=AauVal4ODbE
Corre-se um perigoso risco de se criar uma visão idealizada de
como foi o processo de abolição no nosso país ao se “comemorar” o dia
13 de maio. Como se a abolição tivesse vindo de uma elite branca por
piedade e os pretos escravizados tivessem esperado passivamente pela
Liberdade concedida. Sobre esse assunto fala o youtuber Santiago
Spartakus no seu mais recente vídeo:
Isabel era uma fada sensata?
https://www.youtube.com/watch?v=5uRteNWnDiQ

A abolição da escravatura aconteceu no Brasil em 13 de maio de


1888 e foi uma conquista tardia — uma demonstração do
conservadorismo das elites brasileiras. A aprovação da Lei Áurea, por sua
vez, foi resultado do envolvimento popular com a causa da abolição. Ao
longo das décadas de 1870 e 1880, o movimento abolicionista cresceu e
pressionou o Império para que a escravidão fosse abolida no país.

Para informações históricas mais aprofundadas sobre o movimento


abolicionista nacional:
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/movimento-abolicionista.htm
Isso quer dizer que muitos pretos lutaram, se aquilombaram ou
até morreram antes da fatídica assinatura. Alguns deles junto
inclusive de Castro Alves.

Para saber mais sobre importantes não-brancos na implantação


de uma política abolicionista aqui, acesse:

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/tres-grandes-abolicionistas-
negros-brasileiros.htm

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44091469
Voltando ao Navio...
01. No verso 7 da primeira estrofe, o poeta emprega a palavra
borrão para designar o quê?

02. Que sentidos a palavra borrão pode ter?

03. Depois da decepção do eu lírico ao perceber que os elementos


da natureza nada fariam para apagar aquele borrão, o eu lírico
recorre à sua musa. Que musa é essa? Com que adjetivos ele a
caracteriza?

04. Onde fica Serra Leoa? Localize o país no google por que será
que o autor se referiu a esse lugar ?

05. A figura de estilo relacionada aos elementos da natureza: mar,


astros, noite, tufão, tempestade é a personificação ou prosopopeia.
Que efeito de sentido o poeta consegue ao empregar essa figura?
(Pesquise a definição e exemplos na internet de prosopopeia e
personificação para responder se já não souber)
Vamos ser como o mar e o vento no poema de Castro Alves e não
vamos fazer nada quanto ao fato de uma imensa parte da triste
história do Brasil continue sendo escrita com sangue das
pessoas negras? Ou enfrentaremos o longo combate às
desigualdades raciais?

https://www.ipea.gov.br/igualdaderacial/index.php?option=com_content&view=
article&id=711

06. Com essa linha histórica fica fácil perceber que o Brasil um tempo mais longo
de sua existência com a população negra em escravidão de que em liberdade.
Quais seriam os impactos socioeconômicos para esses indivíduos e para a
população preta/parda como um todo?
Como professor não-negro de vocês, gostaria de terminar esse roteiro de
estudos perguntando:

Você também pode gostar