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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA ...

ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA


DE ... – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE ...

SEGURADO(A), nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do documento de


identidade sob o n.º... e CPF sob o n.º..., residente e domiciliado(a) na Rua..., Bairro...,
Cidade..., Estado..., vem a presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE DESAPOSENTAÇÃO

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pessoa jurídica de


direito público, na pessoa do seu representante legal, domiciliado a Rua..., Bairro..., Cidade...,
Estado..., CEP..., pelas razões a seguir expostas:

I – SÍNTESE FÁTICA

A parte autora recebe atualmente o benefício da Previdência Social com os


seguintes dados:

Espécie: ...

(NB) Número de benefício: ...

(DIB) Data do inicio do benefício: ...

1
(RMI) Renda mensal Inicial: ...

Contudo, muito embora tenha restado aposentado(a) em ... (data do inicio do


benefício), continuou a exercer atividade remunerada, contribuindo, via de consequência, para
a Previdência Social.

Após formular requerimento administrativo visando sua desaposentação, a


Autarquia-ré indeferiu o pleito, alegando que não seria possível a renúncia ao beneficio.

Logo, busca a parte autora a tutela jurisdicional para ver garantido o seu direito
de renunciar ao beneficio que atualmente recebe, e, em ato contínuo, a concessão de nova
aposentadoria com a adição das contribuições previdenciárias vertidas após a aposentacão,
para efeito de cálculo de sua nova Renda Mensal inicial.

II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Na hipótese, a controvérsia estabelecida na demanda refere-se: a) ao direito da

parte Autora à renunciar o benefício que atualmente percebe e b) à concessão de nova


aposentadoria, mediante o cômputo das contribuições vertidas após a inativação, sem a
necessidade de devolução dos proventos percebidos pela inativação anterior.

2.1 DO DIREITO À DESAPOSENTAÇÃO

Sobre a matéria, oportuno citar o magistério de João Batista Lazzari e Alberto


Pereira de Castro, que definem a desaposentação como o “ato de desfazimento da
aposentadoria por vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação em
contagem para nova aposentadoria, no mesmo ou em outro regime previdenciário.”
(LAZZARI, João Batista e CASTRO, Alberto Pereira. Manual de Direito Previdenciário. 4ª
ed. São Paulo: LTr, 2000, p. 488.).

Inicialmente, cumpre ressaltar que há diversos precedentes dos Tribunais


Regionais do país e do Superior Tribunal de Justiça apontando a natureza jurídica
patrimonial do benefício previdenciário, veja-se:

PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. DESAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AO


BENEFÍCIO PARA RECEBIMENTO DE NOVA APOSENTADORIA.

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POSSIBILIDADE. DIREITO DISPONÍVEL. ARTIGO 181-B DO DECRETO Nº
3.048/99. NORMA REGULAMENTADORA QUE OBSTACULIZA O DIREITO
À DESAPOSENTAÇÃO. ART. 18, § 2º, DA LEI Nº 8.213/91. EFEITOS EX
NUNC DA RENÚNCIA. DESNECESSIDADE DE DEVOLUÇÃO DOS
VALORES PERCEBIDOS A TÍTULO DO BENEFÍCIO ANTERIOR. AUSÊNCIA
DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. VIABILIDADE ATUARIAL.
EFETIVIDADE SUBSTANTIVA DA TUTELA JURISDICIONAL.
[...]
2. Os benefícios previdenciários possuem natureza jurídica patrimonial. Assim
sendo, nada obsta sua renúncia, pois se trata de direito disponível do segurado
(precedentes deste Tribunal e do STJ).
(5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade - Porto
Alegre, 07 de fevereiro de 2012)

PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. DESAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AO


BENEFÍCIO PARA RECEBIMENTO DE NOVA APOSENTADORIA.
POSSIBILIDADE. DIREITO DISPONÍVEL. ARTIGO 181-B DO DECRETO Nº
3.048/99. NORMA REGULAMENTADORA QUE OBSTACULIZA O DIREITO
À DESAPOSENTAÇÃO. ART. 18, § 2º, DA LEI Nº 8.213/91. EFEITOS EX
NUNC DA RENÚNCIA. DESNECESSIDADE DE DEVOLUÇÃO DOS
VALORES PERCEBIDOS A TÍTULO DO BENEFÍCIO ANTERIOR. AUSÊNCIA
DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. VIABILIDADE ATUARIAL.
EFETIVIDADE SUBSTANTIVA DA TUTELA JURISDICIONAL.
[...]
2. Os benefícios previdenciários possuem natureza jurídica patrimonial. Assim
sendo, nada obsta sua renúncia, pois se trata de direito disponível do segurado
(precedentes deste Tribunal e do STJ).
(TRF4, AC/Reexame Necessário n. 0003495-59.2012.404.9999, 5ª Turma, Juiz
Federal Rogério Favreto, julgado em 24/04/2012, sem grifo no original).

Nessa linha, nada obsta a renúncia do benefício pelo segurado, pois disponível
o direito. Caracterizada a disponibilidade do direito, a aceitação da outra parte envolvida na
relação jurídica, no caso o INSS, é prescindível.

Não obstante isso, não merece aplicação, na hipótese, o art. 181-B, do Decreto
n. 3.048/99, que tem a seguinte redação:

Art.181-B. As aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial


concedidas pela previdência social, na forma deste Regulamento, são irreversíveis e
irrenunciáveis.
Parágrafo único. O segurado pode desistir do seu pedido de aposentadoria desde que
manifeste essa intenção e requeira o arquivamento definitivo do pedido antes do
recebimento do primeiro pagamento do benefício, ou de sacar o respectivo Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço ou Programa de Integração Social, ou até trinta dias
da data do processamento do benefício, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

Isto porque, sendo disponível o direito, não poderia o regulamento, como mero
ato administrativo normativo, obstar a renúncia do segurado em face de benefício que

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percebe. Somente a lei pode criar, modificar ou restringir direitos, conforme preceitua o
Princípio da Legalidade, que encontra previsão no art. 5º, II, da Constituição Federal e
disciplina que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”.

O art. 181-B do Decreto n. 3.048/99, ao prever a irrenunciabilidade e a


irreversibilidade das aposentadorias por idade, tempo de contribuição/serviço e especial,
acabou por extrapolar os limites a que está sujeito, já que é tão somente norma
regulamentadora.

Ainda acerca do tema, FÁBIO SOUZA leciona com maestria:

Por ser um ato vinculado, não cabe à Administração analisar sua conveniência e
oportunidade, sendo impossível a revogação da aposentadoria pela autarquia
previdenciária. Mas, se um dos aspectos do fato gerador do direito aos proventos
é a vontade do segurado, fica evidente que, embora vinculado para a
administração, o beneficiário poderá analisar a conveniência e a oportunidade
relacionadas aos seus interesses individuais e, assim, manifestar ou não a
vontade de se aposentar ou de continuar aposentado.
A irrevogabilidade, portanto, tem por principal escopo a proteção do segurado, que
fica garantido contra alterações da análise do mérito do ato administrativo. Afinal,
por conferir fundamental importância à proteção contra os riscos sociais, o
legislador, antecipadamente, já indica com precisão o motivo e o objeto do ato de
concessão. Todavia, se é o próprio segurado quem deseja deixar de exercer o
direito à aposentadoria, abrindo mão dos proventos, é paradoxal que a norma,
cujo objetivo é protegê-lo, o impeça de assumir postura que lhe pareça mais
benéfica.
Desejando o segurado reconsiderar sua manifestação volitiva, para não mais
continuar aposentado, inexistirá o elemento vontade e o fato gerador do direito
aos proventos tornará a ficar incompleto, sendo vedado à Administração
continuar a pagar as parcelas remuneratórias. (in Tavares, Marcelo Leonardo
(org.). Direito em Foco: Direito Previdenciário. Niterói: Impetus, 2005).

Neste sentido, a aposentadoria, na acepção de ato jurídico, é um verdadeiro


direito social dos segurados, com caráter personalíssimo, patrimonial, individual e disponível.
Por consequência, a desaposentação não está condicionada à tutela exclusiva do órgão
previdenciário, inserindo-se na vontade do beneficiário em desfazer o ato concessório da
aposentadoria com o propósito de obter benefício mais vantajoso, tanto no Regime Geral
como em Regime Próprio de Previdência Social.

Ainda, os Tribunais superiores tem retratado diversos fundamentos ao direito à


desaposentação, senão vejamos:

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1) Art. 195, §5º Regra da Contrapartida. Não pode haver beneficio sem prévia
fonte de custeio. Deve ser uma regra de mão dupla não pode haver custeio
sem criação, majoração ou extensão de benefício;

2) Ofensa ao artigo 18, §2 da Lei 8.213.91

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes


prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente
do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que


permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará
jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício
dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional,
quando empregado.

3) Ainda, outras mudanças na legislação motivam a desaposentação:

a) Abono de permanência de 25% do SB (lei 3807,60). Proibição de retorno


ao trabalho;

b) Pecúlio (DL 66.1966). Permite nova filiação. Restituição do valor pago a


título de contribuição previdenciária. Extinto pela lei 8.870.94.Isenta a
contribuição previdenciária.

c) Contribuição obrigatória após a lei 28.04.1995. Lei. 9032.

Logo, está claro o direito da parte Autora de renunciar ao benefício


previdenciário que atualmente percebe, devendo a Autarquia ré ser condenada a
perfectibilizar tal situação.

2.2 DO DIREITO À CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO MAIS VANTAJOSO, SEM


A NECESSIDADE DE DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS

Não há que se falar, na hipótese, em devolução dos valores recebidos pela parte
Autora para o fim de renunciar ao benefício que atualmente percebe.

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Em primeiro porque não houve enriquecimento sem causa do segurado, uma
vez que a percepção do benefício decorreu da implementação dos requisitos legais, incluídos
nestes as devidas contribuições previdenciárias e atendimento do período de carência. Logo,
trata-se de ato jurídico perfectibilizado que também não enseja devolução.

Esta é a lição do ilustre Celso Antônio Bandeira de Mello

O ato administrativo é perfeito quando esgotadas as fases necessárias à sua


produção. Portanto, o ato perfeito é o que completou o ciclo necessário à sua
formação. Perfeição, pois, é a situação do ato cujo processo está concluído. (in
Curso de Direito Administrativo. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 272).

Ademais, trata-se de direito incorporado ao patrimônio do trabalhador, que dele


usufruiu dentro dos limites legais. E “as garantias constitucionais, entre elas a
inviolabilidade do ato jurídico perfeito, têm como destinatários os indivíduos que delas
possam usufruir em seu proveito, sendo distorção flagrante da norma constitucional
qualquer tentativa de utilizá-las sem sentido contrário aos interesses daqueles que são
objeto de sua proteção.” (IBRAHIM, Fábio Zambitte. Desaposentação - O Caminho para
uma Melhor Aposentadoria. 5ª ed. Niterói/RJ: Impetus, 2011. p. 59).

Não fosse isso, o retorno da parte Autora à atividade laborativa ensejou novas
contribuições à Previdência Social e, mesmo que não remetam ao direito de outro benefício de
aposentação, pelo princípio da solidariedade, merecem ser considerados na busca de um
melhor amparo previdenciário. Mais que isso, o segurado não recebe cumulativamente com
novo benefício e tal verba possui natureza alimentar, segundo tem destacado o STJ, ao
reforçar o descabimento da devolução:

PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO DE


VALORES. DESNECESSIDADE.
1. A renúncia à aposentadoria, para fins de aproveitamento do tempo de
contribuição e concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em regime
diverso, não importa em devolução dos valores percebidos pois enquanto
perdurou a aposentadoria pelo regime geral, os pagamentos, de natureza
alimentar, eram indiscutivelmente devidos (Resp 692.628/DF, Sexta Turma,
Relator o Ministro Nilson naves, DJU de 5.9.2005). Precedentes de ambas as
Turmas componentes da Terceira seção.
2. Recurso especial provido. (REsp 1.113.682/SC, Ministro Napoleão Nunes Maia
Filho, 5ª Turma, julgado em 25/04/2010, sem grifo no original).

Frise-se, mais uma vez, que o recebimento de benefício na condição de


aposentado foi exercido pela parte Autora como direito pelo implemento dos atuais requisitos

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legais, apenas aproveitando o tempo anterior. Ademais, a nova aposentadoria - depois da
renúncia da antiga - atende ainda ao preceito constitucional da não cumulação desse
benefício.

Importa, ainda, agregar que o exercício pretérito da aposentadoria não decorreu


de liberalidade plena da parte Autora, mas de situação excepcional, em razão das reformas
previdenciárias levadas a efeito pelo poder legistlativo brasileiro e que usurparam direitos dos
trabalhadores pela redução dos benefícios previdenciários, aumento de tempo e contribuições
exigidas. Esse contexto gerou insegurança, remetendo milhões de trabalhadores a anteciparem
sua aposentadoria, normalmente obtidas de forma proporcional, como uma garantia mínima
de sobrevivência.

Logo, mais que compreensível e justo entender o atropelo, pela parte Autora,
no exercício do seu direito, devendo hoje ser-lhe oportunizada a possibilidade de 'revisa-lo'
pelas novas condições que adquiriu, em especial pela manutenção da atividade laboral e
respectiva contribuição ao sistema previdenciário. Trata-se de uma mínima recuperação do
status de segurado pleno, já que a opção no passado conferiu-lhe benefício de menor
proporção.

Portanto, é certo que o interessado na desaposentação continua integrado no


sistema previdenciário, não só pela condição incontroversa de contribuinte ativo, mas como
sujeito tutelado pela previsão constitucional previdenciária, almejando uma melhoria das
condições de vida pelo substrato constitucional que fundamenta os direitos sociais e a
proteção da dignidade da pessoa humana.

A desaposentação deve ser entendida pela sua finalidade protetiva, inserida no


plano especial da tutela estatal previdenciária, devendo contemplar os infortúnios da vida,
decorrentes de eventos futuros e incertos, na busca de uma melhor proteção social do cidadão.

Ainda, do ponto de vista da viabilidade atuarial, a desaposentação é


justificável, pois o segurado goza de benefício jubilado pelo atendimento das regras vigentes,
presumindo-se que nesse momento o sistema previdenciário somente fará o desembolso frente
a este benefício pela contribuição no passado. Todavia, quando o beneficiário continua na
ativa, gera novas contribuições, permitindo a utilização para obtenção do novo benefício,
mesmo que nosso regime não seja da capitalização, mas pelos princípios da solidariedade e
financiamento coletivo.

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Pela contributividade dos sistemas previdenciários, o regime gera ao mesmo
tempo um ônus financeiro aos segurados - contribuição, mas também produz um bônus,
materializado na possibilidade de aplicar tais recursos nos benefícios previdenciários. Logo,
não há como a Administração Pública ignorar esta prerrogativa ao segurado, que pode se
desfazer de um benefício atual visando à transferência de seu tempo de contribuição para o
novo benefício.

Nesta esteira, é o entendimento recente dos Tribunais Regionais do país:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. DESAPOSENTAÇÃO. ATIVIDADE
REMUNERADA EXERCIDA APÓS A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.
RENÚNCIA. OBTENÇÃO DE APOSENTADORIA MAIS VANTAJOSA.
POSSIBILIDADE. DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL.
PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. TERMO
INICIAL. CORREÇÃO. JUROS. HONORÁRIOS. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO
DE TUTELA. REQUISITOS PREENCHIDOS. POSSIBILIDADE.
1. A renúncia à aposentadoria previdenciária com o objetivo de sua majoração,
para que sejam consideradas novas contribuições vertidas após a concessão do
benefício, é possível, tendo em vista tratar-se de direito patrimonial disponível e
inexistir vedação legal a respeito. 2. Descabida a devolução pelo segurado de
qualquer parcela obtida em decorrência da aposentadoria já concedida
administrativamente, por consistir em direito regularmente admitido. 3.
Precedentes: STJ: AgRg no REsp 1247651/SC, Rel. Ministro HAROLDO
RODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/CE), SEXTA
TURMA, julgado em 21/06/2011, DJe 10/08/2011; AgRg no REsp 1240362/SC,
Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 18/05/2011. [...] (TRF1, AC
n. 200938000298079, 1ª Turma, Juíza Federal Ângela Catão, julgado em
30/03/2012, sem grifo no original).

PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE RENÚNCIA À APOSENTADORIA.


POSSIBILIDADE. NÃO EXIGIBILIDADE DE DEVOLUÇÃO DOS
VALORES MENSAIS DEVIDAMENTE RECEBIDOS. CARÁTER
ALIMENTAR DA PRESTAÇÃO EM FOCO. PRECEDENTES DO EG.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PROVIMENTO PARCIAL DA
APELAÇÃO DA AUTORA.
1. A hipótese é de apelação da autora contra a sentença pela qual se julgou
improcedente o pedido, em ação objetivando a renúncia de aposentadoria para a
concessão de um novo benefício. 2. Não obstante inexistir previsão legal expressa
quanto à renúncia de aposentadoria, ou desaposentação, como tem sido
chamado o instituto, tanto no que tange à legislação previdenciária como em
relação à Constituição Federal, por outro lado não existe preceito legal que,
expressamente, estabeleça óbice ao ato de cancelamento de aposentadoria. 3. A
Constituição Federal é clara quando dispõe que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer algo senão em virtude de lei (artigo 5º, inciso II), de modo que a
inexistência de dispositivo legal que proíba a renúncia ao benefício previdenciário
legalmente concedido deve ser considerada como possibilidade para a revogação do
benefício, mormente considerando que o fenômeno jurídico em questão não viola o
ato jurídico perfeito ou o direito adquirido, não havendo que falar, por isso, em
prejuízo para o indivíduo ou mesmo para sociedade. 4. A renúncia à aposentadoria
é um direito personalíssimo, eminentemente disponível, subjetivo e patrimonial,

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decorrente da relação jurídica constituída entre o segurado e a Previdência
Social, sendo, portanto, passível de renúncia independentemente de anuência
da outra parte, sem que tal opção exclua o direito à contagem de tempo de
contribuição para obtenção de nova aposentadoria. 5. O Superior Tribunal de
Justiça já decidiu pela possibilidade de desaposentação, restando expresso em
recente acórdão que o entendimento daquela colenda Corte é no sentido de se
admitir a renúncia à aposentadoria objetivando o aproveitamento do tempo de
contribuição e posterior concessão de um novo benefício, independentemente
do regime previdenciário que se encontre o segurado. 6. No que se refere à
discussão sobre a obrigatoriedade ou não de devolução dos valores recebidos
durante o tempo de duração do benefício original, o eg. Superior Tribunal de
Justiça tem firme entendimento no sentido de que a renúncia não importa em
devolução dos valores percebidos, pois enquanto perdurou a aposentadoria pelo
regime geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eram indiscutivelmente
devidos. Precedentes do eg. STJ. 7. Não prospera a tese de que a desaposentação
implicaria desequilíbrio atuarial ou financeiro do sistema, pois tendo a autora
continuado a contribuir para a Previdência Social, mesmo após a aposentadoria, não
subsiste vedação atuarial ou financeira à renúncia da aposentadoria para a concessão
de um novo benefício no qual se estabeleça a revisão da renda mensal inicial. 8.
Destarte, conclui-se que a segurada possui direito de renunciar à aposentadoria atual
para concessão de um novo benefício, com acréscimo do tempo de contribuição
prestado após o deferimento da aposentadoria originária, no caso concreto, após
03/07/1997 (fl. 28), para efeito de cálculo de renda mensal inicial. [...] (TRF2, AC n.
201151180006029, 1ª Turma Especializada, Juiz Federal Abel Gomes, julgado em
19/03/2012, sem grifo no original).

DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL.


DESAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA
POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO OBJETIVANDO A CONCESSÃO DE
OUTRO MAIS VANTAJOSO. POSSIBILIDADE.
1. Segundo entendimento pacificado em nossos Tribunais, fundado na ausência
de vedação no ordenamento jurídico brasileiro, ao segurado é conferida a
possibilidade de renunciar à aposentadoria recebida, haja vista tratar-se de um
direito patrimonial de caráter disponível, não podendo a instituição
previdenciária oferecer resistência a tal ato para compeli-lo a continuar
aposentado, visto carecer de interesse. 2. A renúncia à aposentadoria, para fins
de concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em regime diverso,
não implica em devolução dos valores percebidos, pois, enquanto esteve
aposentado, o segurado fez jus aos seus proventos. 3. Os argumentos trazidos na
irresignação da parte agravante foram devidamente analisados pela r. decisão
hostilizada, a qual se encontra alicerçada na legislação vigente e na jurisprudência
dominante do C. Superior Tribunal de Justiça. [...] (TRF3, AC
00131972920104036183, 10ª Turma, Juiz Federal Walter do Amaral, julgado em
28/03/2012, sem grifo no original).

PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. DESAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AO


BENEFÍCIO PARA RECEBIMENTO DE NOVA APOSENTADORIA.
POSSIBILIDADE. DIREITO DISPONÍVEL. ARTIGO 181-B DO DECRETO
Nº 3.048/99. NORMA REGULAMENTADORA QUE OBSTACULIZA O
DIREITO À DESAPOSENTAÇÃO. ART. 18, § 2º, DA LEI Nº 8.213/91.
EFEITOS EX NUNC DA RENÚNCIA. DESNECESSIDADE DE
DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS A TÍTULO DO BENEFÍCIO
ANTERIOR. AUSÊNCIA DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA.
VIABILIDADE ATUARIAL. EFETIVIDADE SUBSTANTIVA DA TUTELA
JURISDICIONAL.

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[...] 2. Os benefícios previdenciários possuem natureza jurídica patrimonial.
Assim sendo, nada obsta sua renúncia, pois se trata de direito disponível do
segurado (precedentes deste Tribunal e do STJ). 3. A disponibilidade do direito
prescinde da aceitação do INSS. O indeferimento, com fundamento no artigo 181-B
do Decreto nº 3.048/99, é ilegal por extrapolar os limites da regulamentação. 4. A
admissão da possibilidade da desaposentação não pressupõe a inconstitucionalidade
do § 2º do art. 18 da Lei nº 8.213/91. Este dispositivo disciplina sobre outras
vedações, não incluída a desaposentação. A constitucionalidade do § 2º do art. 18 da
Lei nº 8.213/91 não impede a renúncia do benefício, tampouco desaposentação, isto
é, a renúncia para efeito de concessão de novo benefício no mesmo RGPS, ou em
regime próprio, com utilização do tempo de serviço/contribuição que embasava o
benefício originário. 5. O reconhecimento do direito à desaposentação mediante
restituição dos valores percebidos a título do benefício pretérito mostra-se de difícil
ou impraticável efetivação, esvaziando assim a própria tutela judicial conferida ao
cidadão. 6. A tutela jurisdicional deve comportar a efetividade substantiva para que
os resultados aferidos judicialmente tenham correspondência na aplicação concreta
da vida, em especial quando versam sobre direitos sociais fundamentais e inerentes à
seguridade social. 7. A efetivação do direito à renúncia impõe afastar eventual
alegação de enriquecimento sem causa do segurado, uma vez que a percepção
do benefício decorreu da implementação dos requisitos legais, incluídos nestes
as devidas contribuições previdenciárias e atendimento do período de carência.
De outra parte, o retorno à atividade laborativa ensejou novas contribuições à
Previdência Social e, mesmo que não remetam ao direito de outro benefício de
aposentação, pelo princípio da solidariedade, este também deve valer na busca
de um melhor amparo previdenciário. 8. Do ponto de vista da viabilidade atuarial,
a desaposentação é justificável, pois o segurado goza de benefício jubilado pelo
atendimento das regras vigentes, presumindo-se que o sistema previdenciário
somente fará o desembolso frente a este benefício pela contribuição no passado.
Todavia, quando o beneficiário continua na ativa, gera novas contribuições,
excedente à cotização atuarial, permitindo a utilização para obtenção do novo
benefício, mesmo que nosso regime não seja da capitalização, mas pelos princípios
da solidariedade e financiamento coletivo. 9. A renúncia ao benefício anterior tem
efeitos ex nunc, não implicando na obrigação de devolver as parcelas recebidas
porque fez jus como segurado. Assim, o segurado poderá contabilizar o tempo
computado na concessão do benefício pretérito com o período das contribuições
vertidas até o pedido de desaposentação. 10. Os valores da aposentadoria a que o
segurado renunciou, recebidos após o termo inicial da nova aposentadoria, deverão
ser com eles compensados em liquidação de sentença. 11. Diante da possibilidade
de proceder-se à nova aposentação, independentemente do ressarcimento das
parcelas já auferidas pelo benefício a ser renunciado, o termo a quo do novo
benefício de ser a data do prévio requerimento administrativo ou, na ausência
deste, a data do ajuizamento da ação. (TRF4, 5ª Turma, AC n. 5000143-
42.2012.404.7207, Juiz Federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, julgado em
07/05/2012, sem grifo no original).

PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONTAGEM DO


TEMPO PARA OBTENÇÃO DE NOVA APOSENTADORIA.
POSSIBILIDADE. DIREITO DE OPÇÃO DO SEGURADO. DECADÊNCIA.
INOCORRÊNCIA.
- Trata-se de apelação do autor contra sentença que, julgou improcedente o pedido
do autor, que pleiteava a desaposentação e a concessão de uma nova aposentadoria,
sem a necessidade de devolução dos valores recebidos. [...] - Diante da inexistência
de vedação constitucional ou legal, mostra-se possível a renúncia à
aposentadoria, com objetivo de se computar o tempo de serviço posterior à
obtenção do benefício, para fins de concessão de aposentadoria mais vantajosa.
- In casu, tendo o autor se aposentado por tempo de contribuição, em 07/03/96, com
o tempo de serviço de 35 anos, 04 meses e 13 dias, e continuado trabalhando por

10
mais 05(cinco) anos e 10(dez) meses, deve ser computado as novas contribuições
vertidas para o RGPS relativas a esse período com o tempo de serviço da
aposentadoria originária de forma a conceder a nova aposentadoria. - Quanto ao
termo a quo da nova aposentadoria, este deve ser a contar da data do ajuizamento da
ação, porquanto não há nos autos prova de houve requerimento na via
administrativa. [...] (TRF5, AC n. 00048629720104058500, 2ª Turma, Juiz Federal
Sérgio Murilo Wanderley Queiroga, julgado em 30/06/2011, sem grifo no original).

Cumpre assinalar que a desaposentação deve ser entendida como um


verdadeiro ato desconstitutivo negativo por excelência, mantendo o segurado na tutela
previdenciária, apenas com nova conformação fática e de direito.

Neste norte, adequada mostra-se a conceituação oferecida pelo advogado


especialista em Direito Previdenciário, Sérgio Henrique Salvador:

Portanto, desaposentar-se é refazer algo, ou seja, alterar uma situação jurídica


existente e positivada para outra, de igual natureza, mas com outros desdobramentos
e feitos jurídicos futuros, se valendo, do tempo de fruição da pretérita aposentadoria.
(in A desaposentação e a Teoria Escisionista do Direito Previdenciário. Revista de
Direito Previdenciário. n. 4 - Ano II - 2011. São Paulo: Conceito Editorial, p. 37).

Para melhor sacramentar o tema, em julgamento proferido em 8.5.2013, a


Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça consolidou, sob o regime dos recursos
repetitivos previsto no art. 543-C do CPC e na Resolução STJ 8/2008, o entendimento de que
"os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis
de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da
aposentadoria a que o segurado deseja preterir para a concessão de novo e posterior
jubilamento" (REsp 1.334.488/SC, Rel. Min. Herman Benjamin).

Transcrevo a ementa:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E


RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA
A APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR
JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES. DESNECESSIDADE.
1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar
impossibilidade de renúncia a aposentadoria e, por parte do segurado, de dispensa de
devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar.
2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para
computar período contributivo utilizado, conjuntamente com os salários de
contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão de
posterior e nova aposentação.
3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto,
suscetíveis de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da devolução dos

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valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para a concessão
de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ.
4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de devolução
dos valores para a reaposentação, conforme votos vencidos proferidos no REsp
1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsps 1.321.667/PR, 1.305.351/RS,
1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR, 1.324.603/RS, 1.325.300/SC,
1.305.738/RS; e no AgRg no AREsp 103.509/PE.
5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à desaposentação,
mas condicionou posterior aposentadoria ao ressarcimento dos valores recebidos do
benefício anterior, razão por que deve ser afastada a imposição de devolução.
6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido.
Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
DJe 14/05/2013

Esse entendimento jurisprudencial está sedimentado no âmbito do STJ, tanto


que os ministros têm decidido monocraticamente as demandas que versam sobre o tema.

Afora isso, convém registrar que o próprio Supremo Tribunal Federal já iniciou
julgamento da matéria (RE n. 381.367/RS), em que o relator, Min. Marco Aurélio, sinalizou
pela viabilidade da desaposentação, independente de devolução dos valores percebidos no
jubilamento anterior.

Portanto, com esses apontamentos, resta claro o direito da parte autora de


renunciar ao beneficio que atualmente recebe, e, em ato contínuo, a concessão de nova
aposentadoria com a adição das contribuições previdenciárias vertidas após a aposentadoria.

4. DA TUTELA DE EVIDÊNCIA E DO JULGAMENTO ANTECIPADO


DA LIDE

Em breve síntese, a nova legislação processual civil brasileira passou a


regulamentar a tutela de evidência, que independe de comprovação do perigo de dano quando:

Art. 311 NCPC (...)


Incisos
(...) II – “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante”.

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Neste mesmo artigo, o legislador prossegue e no parágrafo único retrata que
nas hipóteses dos incisos e II e III, o juiz poderá julgar liminarmente.

Contudo, entendemos que no caso em tela se faz mais razoável o


JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE nos termos do art.355 também no NCPC, que traz
tal possiblidade no inciso I do citado artigo, quando informa que “I – não houver necessidade
de produção de outras provas”.

Enfim, no caso dos autos:

a) O autor prova o direito à desaposentação pela prova documental em anexo;


b) Apresenta com a inicial o cálculo mais vantajoso;
c) E além dos fundamentos e pedidos exarados nesta peça inicial, traz abaixo
o PROCESSO QUE REPRESENTA UMA TESE FIRMADA EM
JULGAMENTO DE CASO REPETITIVO:

Em suma, o CPC de 1978 trazia em seu texto o art.543-C e no atual


CPC os RECURSOS REPETITIVOS com processamento pautados no art. 1036
NCPC.

Nesse sentido, o E. STJ:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC


E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO.
RENÚNCIA A APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E
POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES.
DESNECESSIDADE.
1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de
declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoria e, por parte do
segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria
a que pretende abdicar.
2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria
concedida para computar período contributivo utilizado, conjuntamente

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com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu
trabalhando, para a concessão de posterior e nova aposentação.
3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e,
portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da
devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja
preterir para a concessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do
STJ. 4 (omissis)
5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à
desaposentação, mas condicionou posterior aposentadoria ao
ressarcimento dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que
deve ser afastada a imposição de devolução.
6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado
provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da
Resolução 8/2008 do STJ.
(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013)

Pois bem Excelência, este é o caso dos autos. Assim requer o julgamento
antecipado da lide, reconhecendo-se

5. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1) a concessão do benefício da justiça gratuita, por não deter a parte Autora


condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família,
condição que expressamente declara, na forma do art. 4º da Lei 1.060/50 (declaração anexa);

2) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do seu


representante legal, para, querendo, contestar os termos da presente ação, no prazo legal, sob
pena da revelia e confissão;

3) Em razão de tratar-se de tema notório, onde a autarquia previdenciária não


realiza acordo, se faz desnecessário audiência de conciliação;

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4) a procedência da presente ação, condenando o INSS, com julgamento
antecipado da lide, nos termos do artigo 355 do NCPC; concedendo-se também a tutela de
evidência, nos termos do art.355, II do NCPC.

5. Requer-se ainda a total procedência da ação para:

a) Conceder o direito à renúncia ou cessação do benefício ... (número de


benefício atual), sem a necessidade de devolução das parcelas recebidas, com a implantação,
em ato contínuo, de nova aposentadoria (desde que mais vantajosa), computando-se as
contribuições previdenciárias vertidas após a aposentação, para efeito de cálculo de sua nova
Renda Mensal Inicial; devidamente atualizada até a data de implantação;

b) condenar a requerida ao pagamento das parcelas vencidas desde a DIB em ...


(data da entrada do requerimento administrativo) – no valor da diferença entre o benefício
recebido e a nova aposentadoria calculada pela prescrição qüinqüenal - devidamente
acrescidas de juros legais de 1% ao mês e correção monetária de acordo com as súmulas 43 e
148 do STJ;

c) Subsidiariamente ao pedido “c”, caso seja outro o entendimento de V.


Excelência, requer a condenação da requerida ao pagamento das parcelas vencidas desde a
citação – no valor da diferença entre o benefício recebido e a nova aposentadoria,
devidamente acrescidas de juros legais de 1% ao mês e correção monetária de acordo com as
súmulas 43 e 148 do STJ;

d) Requer ainda, seja a parte autora desobrigada a devolver os valores


recebidos, visto que são de natureza alimentar e que a renúncia da atual aposentadoria ocorra
apenas após a implantação do novo benefício e desde mais favorável;

6) Condenar a requerida a arcar com as custas processuais e honorários


advocatícios em 20% incidente sobre o total da condenação, restrito ao valor mínimo de 2
salários mínimos ao tempo da condenação;

7) Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial a relação das contribuições previdenciárias pelo autor realizadas desde a data da sua
aposentadoria, cuja requisição pretende, na forma do artigo 369 do NCPC.

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8) considerando que a questão de mérito é unicamente de direito, reitera o
julgamento antecipado da lide, conforme dispõe o art. 355 do Novo Código de Processo Civil.

Atribui-se à causa o valor de R$ ... (...).

Pede deferimento.

(Nome, assinatura e número da OAB do advogado)

Rol de Documentos

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