Você está na página 1de 19

Qualidade de Imagem

Um estudo da qualidade ou da técnica radiográfica inclui todos aqueles fatores ou


variáveis relacionados à precisão da reprodução das estruturas e tecidos radiografados
no filme radiográfico ou em outros receptores de imagem. Alguns destes fatores ou
variáveis relacionam-se mais diretamente com o posicionamento radiográfico

Fatores de Exposição

Os três fatores de exposição, quilovoltagem (kVp), miliamperagem (mA) e tempo de


exposição (segundos, s), Fig 13, são, respectivamente, os fatores de controle básico para
contraste, densidade e definição ou ausência de nitidez.

A quilovoltagem (kVp) controla a qualidade ou a capacidade de penetração do feixe de


raios - X e, desta forma, a escala de contraste de uma radiografia. A miliamperagem (mA)
e o Tempo (s) são combinados em miliampere segundos (mAs) como o fator primário que
controla a quantidade do feixe de raios - X. Portanto, mAs é o fator de controle primário da
densidade de uma radiografia. O tempo ou a duração da exposição em segundos (s) ou
milissegundos (ms) pode ser modificado em combinação com o mA para controlar o
movimento durante a exposição que resulta em perda da definição ou ausência de nitidez
da imagem. Portanto, obter aquela exposição ideal descrita para cada projeção ou
posição requer uma boa compreensão destas variáveis de exposição que são ajustadas
no painel de controle pelo Técnico de Radiologia . Fig 14,15.
Fatores de Qualidade da Imagem

Determinados fatores pelos quais se avalia a qualidade de uma imagem radiográfica, são
denominados fatores .de qualidade da imagem. todo Técnico de Radiologia deve
compreender estes fatores descritos , de forma que possam ser avaliados, e usados para
produzir aquela radiografia de ótima qualidade que é objetivo para todo exame
radiográfico. Estes quatro fatores de qualidade da imagem são densidade, contraste,
detalhe e distorção.

Densidade

Definição

A densidade radiográfica pode ser descrita como o grau de enegrecimento da radiografia


concluída. Quanto maior o grau de enegrecimento maior a densidade e menor a
quantidade de luz que atravessará a radiografia quando realizada a vista radiográfica de
um negatoscópio ou de um foco de luz.

Fatores de Controle

O fator primário de controle da densidade é o mAs que controla a densidade por meio de
controle direto da quantidade de raios emitidos do tubo de raios - X durante uma
exposição. Assim, a duplicação do mAs duplicará a quantidade de raios - X emitidos e a
densidade. Além do mAs, a distância também é um fator de controle para a densidade
radiográfica. A distância afeta a densidade de acordo com a lei do inverso do quadrado da
distância. Por exemplo, a duplicação da distância reduzirá a densidade em um quarto. A
distância, então, possui um efeito significativo sobre a densidade, mas como geralmente é
utilizada uma distância padrão, o mAs torna-se uma variável usada para aumentar ou
reduzir a densidade radiográfica.

Regra de Mudança da Densidade

Uma regra geral afirma que o mAs deve ser alterado em no mínimo 30% para que haja
uma modificação notável na densidade radiográfica. Portanto, se uma radiografia for
subexposta o suficiente para ser inaceitável, um aumento de 30% produziria uma
alteração notável, mas não seria suficiente para corrigir a radiografia. Uma boa regra geral
sugere que uma duplicação geralmente é a alteração mínima do mAs necessária para
corrigir esta radiografia subexposta, Este principio teórico deve ser criteriosamente
examinado pelo Técnico de Radiologia de acordo com o rendimento do equipamento por
motivos de higiene radiológica afirmamos que o Kilovolt empregado de sempre ser maior
que o mAs utilizado no exame

Por exemplo, se uma radiografia da mão feita com 2,5 mAs ficou muito clara ou foi
subexposta em um grau de indicou repetição Fig. 10, então o mAs deve ser aumentado
para 5 mAs se o kVp e outros fatores não foram alterados Fig. 08. Da mesma forma, uma
radiografia superexposta ou muito escura que indica repetição geralmente requer a
redução do mAs à metade se outros fatores não são alterados.
Observações Complementares

Para um estudo criterioso do exame deve haver uma densidade adequada na radiografia
pronta para estudarmos com precisão aqueles tecidos ou órgãos que estão sendo
radiografados. Uma densidade muito pequena (subexposição) ou uma densidade muito
grande (superexposição) não visualizará com precisão estes tecidos ou estruturas.

2. Contraste

Definição

O contraste radiográfico é definido como a diferença de densidade em áreas adjacentes


de uma radiografia ou outro receptor de imagem. Também pode ser definido como a
variação na densidade. Quanto maior esta variação, maior o contraste. Quanto menor
esta variação ou menor a diferença entre densidade de áreas adjacentes,. menor o
contraste. Isso é demonstrado pela escala graduada na Fig. 06 que mostra maiores
diferenças de densidades entre áreas adjacentes, portanto grande contraste.
O contraste também pode ser descrito como contraste de longa escala ou curta escala
referindo-se à faixa de todas as densidades ópticas desde as partes mais claras até as
partes mais escuras da radiografia. Isso é novamente demonstrado nas Figs. 06 e 07,
mostrando grande contraste, com maiores diferenças nas densidades adjacentes, e um
contraste de escala curta porque há menos graus de densidade diferente.
Objetivo ou Função

O objetivo ou função do contraste é tornar mais visíveis os detalhes anatômicos de uma


radiografia. Portanto, o contraste radiográfico ótimo é importante, sendo essencial uma
compreensão do contraste na avaliação da qualidade radiográfica. Um contraste menor
ou maior não é necessariamente bom ou mau por si só. Por exemplo, um contraste menor
com menor diferença entre densidades adjacentes (contraste de longa escala) é mais
desejável em determinados exames, tais como radiografias do tórax onde são
necessários vários tons de cinza para se visualizarem as marcas pulmonares muito finas.
Isso é demonstrado comparando-se as duas radiografias de tórax nas Figs. 06 O tórax
com pequeno contraste (escala longa) na Fig. 07 demonstra mais tons de cinza conforme
evidenciado pelos tênues contornos das costelas e vértebras visíveis através do coração
e das estruturas do mediastino. Estes tons de cinza que delineiam as costelas e as
vértebras são menos visíveis através do mediastino na radiografia torácica com grande
contraste na Fig.06. Pode ser desejável um maior contraste (escala curta) para
demonstrar determinadas estruturas ósseas, onde é necessária maior diferença em
densidades adjacentes para visualizar claramente contornos ou bordas, como para os
membros superiores ou inferiores. Entretanto, em geral, as radiografias com contraste
muito grande (escala curta) freqüentemente fornecem informações insuficientes, e uma
radiografia de menor contraste ou de escala longa demonstrando um maior número de
diferentes densidades pode fornecer mais informações diagnósticas e, assim, em geral,
podem ser mais desejáveis.

Fatores de Controle

O fator de controle primário para contraste é a kVp. A quilovoltagem controla a energia ou


a capacidade de penetração do feixe primário. Quanto maior a kVp, maior a energia e
mais uniforme é a penetração do feixe de raios - X nas várias densidades de massa de
todos os tecidos. Assim, maior kVp produz menor variação na atenuação (absorção
diferencial), resultando em menor contraste. A quilovoltagem (kVp) também é um fator de
controle secundário da densidade. Maior kVp, resultando em mais raios X e em raios - X
de maior energia, fará com que maior energia dos raios X chegue ao filme com um
aumento correspondente da densidade geral no plano radiográfico; Uma regra geral
simples e prática afirma que um aumento de 15% na kVp produzirá aumento da
densidade igual ao produzido pela duplicação do mAs. Assim, na menor faixa de kVp
como em 50-70 kVp, um aumento de 8-10 kVp duplicará a densidade geral (equivalente à
duplicação do mAs). Na faixa de 80 a 100 kVp, requer um aumento de 12 a 15 kVp para
duplicar a densidade. A importância disso está relacionada à proteção radiológica porque,
quando a kVp é aumentada, o mAs pode ser significativamente reduzido, resultando em
menos radiação para o paciente.

Observações Complementares

Uma regra geral afirma que se deve usar a maior kVp e o menor mAs que proporcionem
informação diagnóstica suficiente em cada exame radiográfico. Isto reduzirá a exposição
ao paciente e, em geral, resulta em radiografias com boa informação diagnóstica.
minimizando a dose o técnico de Radiologia irá contribuir com a minimização da radiação
primária local.

3. Detalhe

Definição

O detalhe registrado (algumas vezes denominado definição) pode ser definido como a
nitidez das estruturas na radiografia. Esta nitidez dos detalhes da imagem é demonstrada
pela clareza de finas linhas estruturais e pelos limites de tecidos ou estruturas visíveis no
plano radiográfico. A insuficiência de detalhes é conhecida como borramento ou ausência
de nitidez.

Fatores de Controle

A radiografia ideal apresentará boa nitidez da imagem; O movimento é o maior empecilho


para a nitidez da imagem relacionado ao posicionamento; Outros fatores que controlam
ou influenciam detalhes são tamanho do ponto focal, DFoFi (Distância Foco-filme) e DOF
(Distância Objeto-filme). O uso de menor ponto focal resulta em menor borramento
geométrico, portanto em uma imagem mais nítida ou melhores detalhes; Logo, pequeno
ponto focal selecionado no painel de controle deve ser usado sempre que possível.
Combinado a um pequeno ponto focal, um aumento da DFoFi e uma diminuição da DOF
resultarão em menor borramento geométrico, que aumentarão os detalhes.

Dois Tipos de Movimento

Há dois tipos de movimento que influenciam nos detalhes radiográficos: o movimento


voluntário e o involuntário.

O movimento voluntário, em virtude da respiração ou do movimento da parte do corpo


durante a exposição, pode ser evitado ou, ao menos, minimizado por determinados
fatores durante o posicionamento. O uso de blocos de sustentação, sacos de areia ou
outros dispositivos de imobilização podem ser usados com eficácia para reduzir o
movimento. Estes são mais eficazes para exames dos MMSS ou MMII ; Também são
bem utilizadas as faixas de contenção a fim de sustentar os pacientes para exames do
tórax ou do abdome em pacientes fracos ou trêmulos, como uma forma de evitar o seu
movimento durante a exposição. É mais difícil, se não impossível, controlar
completamente o movimento involuntário como aquele decorrente da ação peristáltica de
órgãos abdominais. Se houver borramento da imagem em virtude de movimento, é
importante ser capaz de determinar pela radiografia se este é devido a movimento
voluntário ou involuntário, porque há diferentes formas de controlar estes dois tipos de
movimento.
Diferença entre movimento voluntário e involuntário

O movimento voluntário, muito mais fácil de ser evitado, é caracterizado por borramento
generalizado de estruturas articuladas, como é evidente na Fig. 12.

É mais difícil controlar o movimento involuntário como aquele decorrente dos movimentos
peristálticos , e este pode ser identificado por borramento localizado como demonstrado
pelas pequenas setas no quadrante superior esquerdo do abdome Fig. 11. Algumas
vezes, determinadas técnicas de relaxamento, ou em alguns casos instruções cuidadosas
sobre respiração, podem ajudar a reduzir o movimento involuntário. Entretanto, um tempo
de exposição curto é a melhor e, às vezes, a única forma de minimizar o borramento da
imagem devido ao movimento involuntário.
Observações Complementares

Esta situação técnica é solucionada quando se tem o mAs específico para o exame a ser
realizado, ex. utilizando um mAs = 25 ou seja 100 mA multiplicado por 0,25 s com 80 kV ,
poderemos alterar a técnica aumentando a miliamperagem para 300 mA multiplicando por
0,08 s obteremos um mAs =24 corrigindo o kV para 80 . Uma regra geral para minimizar o
borramento da imagem causado por movimento voluntário é sempre utilizar dispositivos
de suporte quando necessário; e, para minimizar ambos os tipos de movimento, utilizar
uma combinação filme-écran mais rápida e o menor tempo de exposição possível. Como
mA X s = mAs, o mA e o tempo (em segundos, s, ou milissegundos, ms) são
inversamente proporcionais. Se a mA for duplicada, o tempo pode ser reduzido à metade.
Em geral, deve-se usar o maior mA e o menor tempo de exposição possíveis dentro dos
limites do equipamento especifico usado. Fig. 09.
Observações Complementares

A perda de detalhes é causada, com maior freqüência, por movimento, seja voluntário ou
involuntário, que é basicamente controlado pelo uso de dispositivos de imobilização e
pequenos tempos de exposição, O uso do pequeno ponto focal, a menor DOF possível e
uma DFoFi maior, também melhora os detalhes registrados ou a definição na radiografia.

4. Distorção

Definição

O quarto fator de qualidade da imagem pelo qual se avalia e descreve a qualidade


radiográfica é a distorção, que pode ser definida como a representação errada do
tamanho ou do formato do objeto, tal como projetada num registro radiográfico. A
ampliação, algumas vezes, é relacionada como um fator separado, mas, como é uma
distorção do tamanho, pode ser incluída juntamente com a distorção do formato. Portanto,
a distorção, seja do formato ou do tamanho, é uma representação errada do objeto
verdadeiro e como tal é indesejável. Entretanto, nenhuma radiografia é uma imagem
exata da parte do corpo que está sendo radiografada. Isso é impossível porque há
sempre algum aumento e/ou distorção devido à DOF (Distância Objeto-filme da Imagem)
e à divergência do feixe de raios - X. Portanto, a distorção deve ser minimizada e
controlada.

Divergência do Feixe de Raios - X

Este é um conceito básico, porém importante, a ser compreendido em um estudo de


posicionamento radiográfico. A divergência do feixe de raios - X ocorre porque os raios - X
originam-se de uma fonte estreita no tubo de raios - X e divergem ou espalham-se para
cobrir todo o filme ou receptor da imagem Fig.02 ;

O tamanho do feixe de raios - X (tamanho do campo de colimação) é limitado por


colimadores ajustáveis que absorvem os raios - X periféricos em quatro lados, assim
controlando o tamanho do campo de colimação. Quanto maior o campo de colimação e
menor a DFoFi, maior o ângulo de divergência nas margens externas. Isso aumenta o
potencial de distorção nestas margens externas. Em geral, apenas o ponto central exato
do feixe de raios - X, o raio central (RC), não apresenta divergência quando penetra na
parte do corpo e incide no filme a exatamente 90º ou perpendicular ao plano do filme de
raios - X. Isso resulta na menor distorção possível neste ponto. Todo o restante do feixe
de raios - X incide no filme, formando algum outro ângulo que não 9Oº com o ângulo de
divergência aumentando até as porções mais externas do feixe de raios - X. A fig. A cima
mostra três pontos na parte do corpo (identificadas como A, B e C) projetados no filme. O
grau de aumento (aumento no tamanho da imagem) neste exemplo é a distância entre A1
e A2 ou entre B1 e B2. (C indica o ponto do RC.) Portanto, devido ao efeito divergente do
feixe de raios - X, combinado a, diferenciações da DOF, esta distorção do tamanho é
inevitável, e seu efeito bem como outros tipos de distorção do formato devem ser
controlados. A divergência do feixe de raios - X combinada ao tamanho do ponto focal cria
borramento geométrico devido ao efeito de penumbra
Fatores de Controle

Quatro fatores de controle primário da distorção são:

(1) DfoFi
(2) DOF
(3) Alinhamento do objeto
(4) RC (Raio central).
1. DFoFi: O efeito da DFoFi (Distância Foco-filme da imagem) na distorção
do tamanho é demonstrado na fig. a baixo. Observe que, em uma DFoFi
maior, há menor aumento que em uma DFoFi menor. Esta é a razão básica
pela qual as radiografias do tórax são feitas a 180 à 200 cm, e não no
mínimo, mais comum de 102 cm. O tamanho do coração é uma
consideração importante na radiografia de tórax, e uma DFoFi de 180 ou
200 cm resulta em menor aumento do coração e de outras estruturas
dentro do tórax.

DFoFi Mínima 100 cm: Durante vários anos, foi prática comum utilizar 100 cm
como a DFoFi-padrão para a maioria dos exames radiográficos. Entretanto, no
interesse de reduzir a exposição do paciente e de melhorar os detalhes
registrados ou definição, está tornando se mais comum aumentar a DFoFi-
padrão para 107, 112 ou 122 cm. Estudos mostraram, por exemplo, que o
aumento da DFoFi de 102 para 122cm reduzirá a dose de entrada para o
paciente em 12,5%, com uma redução da dose integral (volume tecidual total
irradiado) de 11%. Também devido ao princípio de divergência do feixe de
raios - X descrito acima, este aumento na DFoFi possui o benefício adicional
de reduzir o aumento e a distorção, assim reduzindo o borramento geométrico,
o que aumenta o detalhe registrado ou definição. Em virtude de alguns
técnicos (as) com estatura baixos (as) não conseguirem alcançar o tubo a
distâncias DFoFi maiores, e do aumento da mA necessário (aumento de 50%
na mudança de 102 para 122 cm), vários departamentos ainda usam a DFoFi-
padrão de 100 cm. Também alguns departamentos utilizam uma DFoFi de 112
cm para procedimentos em bandeja de Bucky e 100 cm para exames no tampo
da mesa porque a distância entre o tampo da mesa e a bandeja de Bucky é de
8 a 10 cm na maioria dos tampos de mesa do tipo flutuante. Além disso, alguns
dos novos tubos de raios - X com ângulos de anodo agudos exigem uma
DFoFi maior que 100 cm para cobertura de todo o campo em filmes maiores.
Portanto, o DFoFi sugerido é de no mínimo 100 cm. O protocolo deverá ser
mantido como padrão pelos técnicos de radiologia.

2. DOF: O efeito da DOF (Distância Objeto-Filme) sobre o aumento ou a


distorção do tamanho é claramente ilustrado na Fig. 03. Quanto mais
próximo o objeto que está sendo radiografado estiver do filme, menor o
aumento e melhor o detalhe ou a definição. Esta é uma vantagem de fazer
radiografias dos membros superiores e inferiores no tampo da mesa e não
na bandeja de Bucky. (O filme no chassi é colocado sob o paciente no
tampo da mesa, e não na bandeja de Bucky.) A bandeja de Bucky na
maioria dos tampos de mesa do tipo flutuante está 8-10cm abaixo do
tampo da mesa, o que aumenta a DOF. Isso não apenas torna maior o
aumento mas também diminui a nitidez da imagem (definição). Tamanho
do Ponto Focal e Borramento da Imagem: Para descrever o princípio da
divergência do feixe de raios - X e os fatores de controle da distorção, foi
usada uma fonte puntiforme nas ilustrações para a fonte de raios - X no
tubo de raios - X. Na verdade, a fonte de raios - X é em uma área no anodo
conhecida como ponto focal. O tamanho do ponto focal é determinado pelo
tamanho do filamento no catodo e pelo ângulo da área-alvo no anodo. A
seleção do pequeno ponto focal em um tubo de raios - X de foco duplo, ou
o uso de um tubo de
raios - X com anodo de menor ângulo resultará em menor borramento da
imagem devido ao efeito de penumbra do borramento geométrico Fig.16 . É
mostrado que a penumbra é maior no lado do catodo; O ângulo do anodo é
determinado pelo fabricante do equipamento e, portanto, não é uma
variável controlada pelo técnico de radiologia . A seleção do menor ponto
focal em um tubo de raios - X de foco fino ou grosso é uma variável
controlada pelo técnico de radiologia . Entretanto, mesmo com o menor
ponto focal possível, existe alguma penumbra. O efeito deste borramento
geométrico é muito aumentado quando a DOF é aumentada ou a DFoFi
diminuída. Portanto, um aumento na DOF e uma diminuição na DFoFi não
resultam apenas em uma maior distorção do tamanho ou aumento da
imagem, mas também aumenta o borramento geral da imagem
radiográfica.

3. Alinhamento do Objeto O terceiro importante fator de controle da


distorção relacionado ao posicionamento é o alinhamento do objeto. Este
se refere ao alinhamento ou plano do objeto que está sendo radiografado
em relação ao plano do filme de raios - X ou outro receptor de imagem. Se
o plano do objeto não está paralelo ao plano do filme, ocorre distorção
como demonstrado na Fig. 01.
Dois efeitos são demonstrados quando o objeto não está alinhado
corretamente ou não está paralelo ao filme. O primeiro é a distorção
através do encurtamento ou redução do tamanho da imagem em
comparação com o tamanho do objeto; ou alongamento que é um aumento
do tamanho da imagem em comparação com o tamanho do objeto. Quanto
maior o ângulo de inclinação do objeto, maior o grau de distorção, Um
segundo efeito do alinhamento inadequado do objeto é a distorção das
articulações ou das extremidades das estruturas ósseas. Isso é mais bem
demonstrado em articulações que envolvem os membros superiores e
inferiores. Por exemplo, se um dedo radiografado não está paralelo ao
filme, os espaços articulares entre as falanges não serão visualizados como
abertos em virtude da superposição das extremidades ósseas , Isso
demonstra um importante princípio de posicionamento. O alinhamento
correto do objeto (no qual o plano da parte do corpo a ser radiografada
encontra-se deve ser o mais paralelo possível ao plano do filme) resultando
em menor distorção e espaços articulares mais abertos.

4. Raio Central (RC) Outro princípio importante no posicionamento e o quarto


fator de controle da distorção é o uso correto do RC. Fig.17 Como se trata
do princípio de divergência do feixe de raios - X, apenas o centro exato do
feixe de raios - X interessa para obtenções de melhores imagens, o RC,
não apresenta divergência quando projeta aquela parte do objeto a 90º ou
perpendicular ao plano do filme. Portanto, há a menor distorção possível no
RC, pois os raios - X podem atravessar um espaço articular neste ponto
sem impedimento. A distorção aumenta à medida que aumenta o ângulo
de divergência do centro do feixe de raios - X para as bordas externas.
Portanto, quanto mais próximo do ponto do RC, menor a distorção. Por
esse motivo, a centralização correta ou o posicionamento correto do RC é
importante na minimização da distorção da imagem. Um exemplo de
posicionamento correto do RC para uma projeção AP do joelho é mostrado
na Fig. 17. O RC atravessará o espaço articular do joelho com distorção
mínima, e o espaço articular deve apresentar-se aberto. A Fig. 17. mostra a
centralização correta para uma projeção AP do fêmur na qual o RC está
direcionado para a área da porção média do fêmur. Entretanto, a
articulação do joelho agora está exposta a raios divergentes (como
mostrado pela seta), o que criará distorção das estruturas da articulação do
joelho. Portanto, o espaço articular do joelho não se apresentará aberto
nesta projeção.

Observações Complementares

A distorção, que é um erro na representação do tamanho e do formato da imagem


radiográfica, pode ser minimizada por quatro fatores de controle:

1. DFoFi Aumento da DFoFi diminui a distorção (também aumenta a definição).

2. DOF Diminuição da DOF diminui a distorção (combinada a um pequeno ponto focal, a


diminuição da DOF também aumenta a definição).
3. Alinhamento do Objeto A distorção é diminuída com o alinhamento correto do objeto (o
plano do objeto está paralelo ao plano do filme).

4. RC O posicionamento correto do RC reduz a distorção porque a porção mais central do


feixe de raios X com a menor divergência é mais bem usada.

Efeito Anódico

O efeito anódico descreve um fenômeno no qual a intensidade da radiação emitida da


extremidade do catodo, do feixe de raios - X, é maior que aquela na extremidade do
anodo. Isso é devido ao desenho angulado da face do anodo, de forma que há maior
atenuação ou absorção dos raios - X na extremidade do anodo. A razão disso é que
aqueles raios - X emitidos de pontos mais profundos do anodo devem atravessar maior
quantidade de material do anodo antes de saírem na extremidade do anodo, que aqueles
emitidos na direção do catodo. Estudos mostram que a diferença na intensidade do feixe
de raios - X entre as extremidades catodo e anodo pode variar de 30% a 50%,
dependendo do ângulo-alvo, utilizando-se um filme de 43 cm com DFoFi de 100 cm Fig.
04 . Em geral, quanto menor o ponto focal, maior o efeito anódico. Este efeito é mais
acentuado em menor DFoFi porque, à medida que a DFoFi é reduzida, aumenta o ângulo
ou a difusão do feixe que deve ser usado para cobrir um determinado tamanho de campo,
como demonstrado na Fig. 04 , Assim, o efeito anódico é mais acentuado quando se usa
um filme maior, utilizando-se um menor ponto focal e uma DFoFi pequena.
Considerações de Posicionamento

A obtenção de exposições ótimas de determinadas partes do corpo que possuem uma


variação significativa da espessura ao longo do eixo do feixe de raios - X deve incluir o
uso correto do efeito anódico, colocando-se a parte mais espessa da região a examinar
em relação ao catodo. (As extremidades catodo e anodo do tubo de raios - X são
geralmente marcadas na cúpula protetora, próximo às conexões dos cabos.); O abdome,
a coluna vertebral e as extremidades de ossos longos são exemplos comuns de
estruturas anatômicas que variam suficientemente em espessura ou densidade para que
seja recomendado o uso correto do efeito anódico a fim de se obterem imagens
radiográficas ótimas. Exceção: Deve-se notar que nem sempre é praticável ou mesmo
possível tirar vantagem do efeito anódico (depende da condição do paciente ou da
disposição, em uma sala, do aparelho de raios - X).

Você também pode gostar