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HISTÓRIAS
DE SUCESSO DA
MOÇAMBIQUE
978-99968-448-5-0 ISBN
Visão SADC
A visão da SADC é a de um Futuro Comum, um futuro dentro de uma comunidade regional que irá garantir o
bem-estar económico, a melhoria dos padrões de vida e qualidade de vida, a liberdade e a justiça social, e paz e a
segurança para os povos da África Austral.
Mensagem do Presidente da CONSADC
Como membro da SADC, Moçambique trabalhou arduamente com vista aos seus objetivos comuns para benefício do
seu povo e dos povos na região. É importante que os nossos cidadãos compreendam como Moçambique beneficia da
integração regional bem como Moçambique contribui para o bem regional.
Esta brochura capta alguns dos muitos resultados reais na produção, energia, transportes, saúde, preservação, gestão de
catástrofes, recursos hídricos e comércio.
Por exemplo, ao contar a história do Corredor da Beira, reconhecemos que construir uma rede de infraestruturas que se
estende desde a Costa Leste da África Austral até ao extremo ocidental do continente é um dos objetivos principais das
prioridades de integração regional da SADC.
O Corredor da Beira é uma parte importante da história de sucesso da SADC, porque sem a instalação de uma
infraestrutura adequada, os empresários na região têm perspetivas limitadas. Adicionalmente ao Protocolo dos
Transportes, os líderes da comunidade aprovaram o Plano Principal do Desenvolvimento de uma Infraestrutura
Regional.
O progresso está em desenvolvimento. Em breve iremos assinar o Memorando de Entendimento revisto do Corredor
de Desenvolvimento da Beira, o qual integra a industrialização a par com a integração dos transportes e expande a
adesão do corredor para além dos membros fundadores de Moçambique e do Zimbábue para incluir a RDC, o Malauí e a
Zâmbia.
O Plano do Setor Energético de Moçambique (ESP) está alinhado com o Protocolo acerca da Energia da SADC e a região
avança em direção a uma autossustentabilidade no que se refere às necessidades energéticas. A nossa história da energia
ilustra como a SADC realizou passos significativos com vista a uma abordagem abrangente em termos de energia,
baseada no reconhecimento que o acesso à energia é essencial para a industrialização da região como um trampolim
para o crescimento económico e a minimização da pobreza. O plano de desenvolvimento industrial da SADC está a
começar a dar frutos com a criação de emprego por parte de novas fábricas. Mas os benefícios da integração regional não
são apenas nos transportes, comércio e infraestrutura. Houve igualmente um sucesso social significativo.
Os nossos esforços regionais e coletivos para enfrentar o VIH reconhecem que as pessoas na região são móveis e apenas
uma abordagem regional e integrada modificará as nossas metas relativas à saúde. Moçambique registou sucessos
significativos ao enfrentar e reduzir o VIH e continuamos a trabalhar em parceria com os nossos países vizinhos.
Os esforços da SADC para implementar sistemas de alerta precoces beneficiou a região costeira de Moçambique a qual
está particularmente em perigo de inundação dos rios e de um aumento dos níveis do mar devido ao aquecimento global.
Os esforços regionais na preservação são barreiras a demolir - literal e figurativamente. À medida que o Parque
Transfronteiriço do Grande Limpopo toma forma, as fronteiras entre a África do Sul e Moçambique estão a desvanecer-
se e em termos práticos está acontecer uma integração regional.
Não é apenas a preservação que beneficia do Protocolo acerca da Preservação da Vida Selvagem e da Aplicação da
Lei. De acordo com o Protocolo acerca do Desenvolvimento do Turismo, a SADC considerou uma prioridade trazer
mais turistas para a região o que, por sua vez, ajuda a assegurar que as comunidades locais beneficiem do turismo. O
Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo emprega milhares de moçambicanos como guardas-florestais, seguranças,
administradores e numa variedade de outras funções.
O nosso compromisso com os protocolos da SADC sublinha os verdadeiros impactos dos mesmos na região tal como
ilustrámos nesta edição de Histórias de Sucesso da SADC com os cidadãos de Moçambique a demonstrarem como
beneficiam da integração regional. A brochura e os produtos de multimédia que a suportam foram produzidos através
dos esforços de colaboração da Comissão Nacional de Moçambique da SADC (CONSADC), da frayintermedia e o
“Reforço das Ligações Nacionais-Regionais na SADC “ (SNRL), um programa de parceria entre a SADC e o Ministério
Federal Alemão para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento (BMZ). A contribuição alemã para o programa foi
implementada pelo Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
i| intro
Mensagem do Secretário Executivo da SADC
Uando pela primeira vez embarcámos na iniciativa Histórias de Sucesso SADC em 2015, isso tinha a finalidade de
aumentar a visibilidade pública da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Então acreditávamos que a região não era suficientemente compreendida em termos do respetivo mandato, dos
programas, atividades e impactos. A resposta esmagadoramente positiva a essa primeira edição demonstrou que
estávamos certos na nossa avaliação.
A nossa decisão focou-se então em países individuais de modo que pudéssemos mostrar como a comunidade beneficia da
integração regional a nível nacional.
A história de Moçambique ilustra de forma adequada os desafios e o progresso feito no âmbito da região da SADC. É uma
história que confirma que a região tem infraestrutura suficiente para alargar as perspetivas dos empresários e oferece a
oportunidade para o comércio em toda a região.
Libertar estas fases de implementação prática são protocolos, acordos e planos importantes. Estes incluem, por exemplo,
o Protocolo acerca do Comércio, o Protocolo acerca dos Transportes e o Plano Principal do Desenvolvimento de
Infraestrutura Regional que promove o Corredor da Beira em Moçambique o qual posteriormente, por sua vez, beneficia
os países vizinhos sem litoral. Esta é uma das muitas histórias contadas nesta edição moçambicana das Histórias de
Sucesso SADC.
Moçambique era um participante crucial quando a SADC teve início em 1980, como a Conferência de Coordenação do
Desenvolvimento da África Austral (SADCC) em Lusaca, na Zâmbia. Desde então fizemos uma longa viagem. A partir
desta fundação sólida, foi feito um progresso significativo para reforçar a cooperação nas diversas áreas temáticas,
incluindo o desenvolvimento de instrumentos legais e os acordos institucionais para suporte do programa de integração
regional.
Como esta brochura evidencia, transformámo-nos lentamente numa comunidade coesa que coletivamente foi capaz de
melhorar a vida dos cidadãos.
Isto é em grande medida devido ao progresso na prossecução da agenda de integração regional. Desde a sua formação
os Estados-Membros da SADC assinaram 27 protocolos e diversas declarações, cartas e memorados de entendimento
referentes a diversas questões. Até esta data 24 destes protocolos já entraram em vigor. Apesar de existir ainda um
longo caminho a percorrer, acreditamos que estas e outras iniciativas melhoraram o nível de vida dos cidadãos da
SADC. Partilhamos objetivos comuns numa diversidade de questões incluindo o comércio, a exploração de minérios,
infraestruturas, género, água e saúde.
Todas estas questões asseguram que avançamos em direção à visão da SADC de um futuro comum que assegurará
um bem-estar económico, uma melhoria dos padrões de vida e na qualidade de vida, liberdade e justiça social e paz e
segurança para os povos da África Austral.
Agradecemos à República Federal Alemã através do Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ)
GmbH pelo seu apoio na recolha destas histórias importantes.
intro |ii
1|conteúdo
conteúdo
Transportes: O Corredor da Beira atinge a maioridade 3
Energia: Gás, eletricidade e energia alternativa em Moçambique 8
conteúdo|2
O Corredor da Beira
atinge a maioridade
Uma das prioridades de integração regional da SADC é con-
struir uma rede de infraestruturas que se estenda desde a costa
leste da África Austral até ao extremo ocidental do continente.
O
s proprietário da Beira, ele pode testemunhar
de uma das mais os benefícios do corredor.
experientes “Vivo para os transportes”, disse Protocolo SADC acerca
empresas de ele. Continuando a conduzir dos Transportes,
transportes de Moçambique semirreboques diariamente, Comunicação e
em frente do seu gigante faz os trajectos do Malawi e Meteorologia
de 18 rodas. Victor Miguel do Zimbabwe e está a pensar
Os estados-membros
está optimista em relação ao futuramente em expandir para a pretendem estabelecer
crescimento do seu negócio. Zâmbia. sistemas de transportes,
“Não nos podemos referir à Beira O funcionamento adequado do comunicações e meteorologia
que ofereçam operações e
sem falar acerca do Corredor Porto e do Corredor da Beira é uma infraestrutura eficiente,
da Beira”, afirma o Sr. Miguel. crucial para Moçambique e para económica e totalmente
Como proprietário de uma a sua economia, especialmente integrada, os quais deem a
3| transportes
Democrática do Congo, o
Malawi, a Zâmbia e o Zimbabwe.
O Corredor da Beira é muito
mais do que uma estrada. O
Corredor da Beira é muito mais
do que uma via rodoviária.
O seu sucesso é resultado da
integração do porto, caminho-
de-ferro e autoestrada que ligam
outros estados-membros. É uma
parte importante da história de
sucesso da SADC, porque sem
a instalação de infra-estruturas
adequada, os empresários da
região teriam as suas perspectivas
limitadas. Em face a devastadora
seca causada pelo El Nino
sentida na região, transformou-
se na tábua de salvação para o Um trabalhador da segurança a trabalhar com tráfego
transporte de carga de ajuda
intenso na Beira
humanitária crítica para
comunidades em desespero no de investimentos internacionais. viva na qual vários órgãos
Malawi e no Zimbabwe. Como referido acima, a estrada funcionam simultaneamente”,
“O Acesso ao Porto continua N6 que liga o porto da Beira com afirmou ele. Cada órgão tem o
a ser um grande desafio, visto a fronteira de Moçambique com o seu papel ou tem uma função
que, o ponto de entrada a cidade Zimbabwe está neste momento a específica a qual de uma forma
da Beira é a mesma Porta de ser totalmente reabilitada. integrada contribui para o
entrada que os transportadores Os referidos investimentos são funcionamento saudável das
usam para o acesso ao fundamentais para os esforços várias economias nacionais.” Os
Porto, criando assim grande da SADC no que se refere à produtos que são transportados
congestionamento. Expandir melhoria de infra-estruturas. ao longo das estradas e das
a possibilidade de acesso Adicionalmente ao protocolo linhas férreas incluem o granito,
permitirá aos transportadores dos Transportes, os líderes da fertilizantes, madeira, cereais e
despenderem menos tempo e comunidade aprovaram um Plano sementes oleaginosas, tabaco,
aumento na eficiência do Porto, Principal do Desenvolvimento minérios - nomeadamente
bem como o melhoramento na de uma Infra-estrutura Regional. carvão e cobre - e gás natural
qualidade na mobilidade na O plano para 15 anos inclui condensado. Tudo isto é
cidade da Beira”, disse Augusto investimentos em infra-estruturas transportado através do
Ferro, Gestor de Projetos do de cerca de 500 mil milhões porto da Beira. Uma outra
Corredor Desenvolvimento de dólares em toda a região da mercadoria transportada ao
da Beira no Ministério dos SADC. Isto inclui o Corredor da longo deste trajecto e que é vital
Transportes e Comunicações, Beira onde já foram investidos para a economia regional é o
acrescentando que a infra- mais de 500 milhões de dólares ao combustível.
estrutura para facilitar o acesso longo da última década nas linhas Existe apenas um pipeline que
ao porto é uma das áreas em que férreas existentes ao longo do serve o Zimbabwe a partir do
mais investimentos necessita. mesmo. O Sr. Ferro destacou que porto da Beira, administrado
Investidores de todo o mundo o Corredor de Desenvolvimento conjuntamente pelos dois
depositaram suas esperanças é mais do que apenas objectos a governos. Mas a RDC, o Malawi
no crescimento contínuo da movimentarem-se ao longo de e a Zâmbia dependem em parte
economia moçambicana. O uma estrada ou de uma linha dos camiões e dos tanques que
Porto da Beira beneficiou da férrea. “Temos que encarar o distribuem combustível através
modernização como resultado corredor como uma estrutura do Corredor.
transportes|4
“Além do posto de abastecimento, dispomos de
um restaurante, uma loja de conveniência e um
parque de estacionamento para camiões. Podem
ser estacionados 150 camiões. Os parques oferecem
aos motoristas a possibilidade de tomarem banho,
lavar a roupa e comer. É muito importante para os
motoristas.” Rachel Magalhães
Diretora da Estação de Nkomazi, Dondo
5| transportes
anos atrás. Viu desenvolverem-se
internamente várias empresas de
transportes que compreenderam
as necessidades dos negócios
locais e que promoveram um
grupo regional de empresários
qualificados. As mulheres e
os homens de negócios atuais
têm um alcance mais vasto
que os seus antecessores e
Locomotivas na Beira pensam em termos regionais e
até internacionais. São céleres
Zimbabwe, a RDC e a Zâmbia. Memorando de Entendimento do a explicar como os padrões de
No processo de construção Corredor de Desenvolvimento qualidade podem ser diferentes
de uma tal infraestrutura da Beira revisto, o qual foi de país para país e o modo como
e os serviços de logística e aprovado pelos ministros dos lidam com isso. Longe vai o
de transportes exigidos, o transportes da SADC em 2016. tempo em que o combustível era
desenvolvimento espacial é O memorando revisto integra a transportado por camiões através
catalisado ao longo do corredor, industrialização conjuntamente de Moçambique por empresas
beneficiando as comunidades com a integração do transporte estrangeiras. Há agora uma vaga
locais,” afirmou o Sr. Bingandadi. e expande a adesão ao corredor de histórias de sucesso todas elas
“É uma situação vantajosa para para além dos membros ligadas à intervenção da SADC
Moçambique e para os seus fundadores de Moçambique e e ao efeito do planeamento de
países vizinhos.” O Sr. Bingandadi Zimbabwe para incluir a RDC, o integração regional. E pouco
descreveu-o como a essência da Malawi e a Zâmbia. Moçambique estão mais cientes disso do
integração regional, o qual seria mudou consideravelmente em que Rachel Magalhães e Victor
marcado com a assinatura do relação ao país que era há vinte Miguel.
transportes |6
7| energia
O
s moçambicanos afirmou ele. A descoberta é energética, acesso aos serviços
que se reuniram no um dos campos de gás natural energéticos modernos e atingir
Desfile do Dia da mais significativos que foram o investimento financeiro e a
Vitória em agosto descobertos nos últimos 10 anos sustentabilidade ambiental.
de 2016 não tinham qualquer e trará um benefício significativo Coletivamente, estes fatores
dúvida que a descoberta recente a Moçambique. Já apoiou os contribuem para o objetivo
de gás no norte do país deles esforços para o fornecimento energético da SADC de
estava a criar uma nova vaga de eletricidade uma vez que as atingir serviços energéticos
de receitas e de energia para empresas e o governo conjugam ambientalmente sustentáveis
toda a região da SADC. O as suas competências e as suas adequados, fiáveis, com o
habitante de Maputo Celso estratégias para facilitar o mais baixo custo com vista ao
Ernesto, de 24 anos de idade, desenvolvimento do país. Os crescimento económico e à
explicou como eram importantes investidores comprometeram-se erradicação da pobreza. Um dos
os novos recursos para o país a assinar acordos com o Governo primeiros projetos relacionados
dele. “O gás natural tem mais moçambicano para a exploração com o gás foi o Rompco, uma
influência na zona urbana dos recursos naturais, o que é joint-venture da Sasol, iGas e
porque as pessoas aqui usam um desenvolvimento interessante Companhia Moçambicana de
gás em garrafas para cozinhar. para a SADC como um todo. O Gasoduto. A joint-venture opera
Graças ao desenvolvimento desenvolvimento do gás faz o pipeline de gás transfronteiriço
posterior dos projetos Anadarko parte do Plano do Setor de 865 quilómetros que liga os
na zona do Rovuma, penso que Energético (ESP) destinado campos de gás Pande e Temane
o gás irá estender-se a todas as a abordar quatro objetivos em Moçambique às operações da
cidades e à população rural,” estratégicos principais: segurança Sasol na África do Sul.
energia |8
Já se encontra na sua segunda uma habitante de Maputo. energético regional e (Rompco)
fase no que é conhecido como Existe uma ligação direta entre representa um marco importante
o projeto Loop 2, que anuncia o Protocolo da SADC acerca da no desenvolvimento adicional
maiores fluxos de gás entre Energia e o movimento da região dos recursos naturais o que irá
Moçambique e a África do Sul. com vista à autossustentabilidade beneficiar significativamente
Num outro consórcio, a Empresa em termos de necessidades a África Austral,” disse ele. A
Nacional de Hidrocarbonetos, energéticas. O protocolo foi descoberta do gás no norte
E.P. (ENH), a empresa nacional orientado pelos princípios da de Moçambique tem um
de gás e petróleo de Moçambique utilização da energia para apoiar resultado secundário e menos
e um consórcio do setor privado o crescimento económico e o conhecido: Os ambientalistas
moçambicano colaboram com desenvolvimento, minimizar afirmam que este terá um efeito
parceiros da África do Sul e da a pobreza e promover a positivo e considerável nas
China. A ideia é ter condutas de autossuficiência entre os estados- florestas moçambicanas que
gás desde os campos do Rovuma membros. Um dos parceiros estão atualmente a ser cortadas
por mais de 2600 quilómetros internacionais de Moçambique para serem usadas como lenha
até Joanesburgo. No terreno as no acesso aos respetivos recursos neste país a ser rapidamente
alteração já estão a ser notadas naturais é a Sasol, uma empresa urbanizado. A SADC deu passos
pelos cidadãos que vivem em química e de energia da África do significativos com vista a uma
ambos os países. Sul que é acionista no projeto abordagem
“A energia é boa no nosso país, Rompco. O anterior CEO da abrangente acerca da energia
a água também é boa. O gás, sim, Sasol David Constable realçou baseada no reconhecimento que
está a chegar e nós queremo- o papel de moçambique como o acesso à energia é essencial
lo para nos ajudar a fornecer um líder no setor da energia na para a industrialização de uma
diretamente as cidades. Ainda região. “A indústria moçambicana região como um trampolim
não chegou mas está quase a do gás está a ter um papel cada para o crescimento económico
chegar,” afirmou Cândida Simeão, vez mais importante no cenário e a minimização da pobreza.
9| energia
“O fogão Poupa Lenha veio mudar a minha vida.
Não preciso de muita lenha para cozinhar, um
pouco de carvão e os fogões a lenha resolvem tudo.
Não tenho dinheiro todos os dias para comprar
carvão portanto este faz uma grande diferença.”
Txonia
Beneficiária do Poupa Lenha em Nhangau
energia |10
11| energia
“A introdução desta
tecnologia nesta
comunidade trouxe
ganhos no gasto do
carvão e da lenha
usada para cozinhar
nas famílias.”
Vengai Rufu
Ativista da Comunidade
energia |12
Sinais de
sucesso na
batalha
contra o
VIH/SIDA
Os compromissos a nível regional da SADC
para o combate ao VIH e à SIDA estão a dar
frutos a nível local.
A
Sinais e sucesso na batalha contra o
Região da SADC é o estados-membros ao VIH e VIH/SIDA
epicentro da epidemia à SIDA nomeadamente para
1999 Protocolo da SADC
global de VIH. A impedir e começar a reverter a acerca da Saúde
região reconheceu o propagação do VIH e da SIDA Declaração de Abuja
impacto negativo do VIH e da até 2015 e para obter o acesso 2001
sobre o VIH e a SIDA
SIDA no desenvolvimento social universal ao tratamento do
e económico da região e acorda VIH e da SIDA para todos que Declaração de Maseru
2003
sobre o VIH e a SIDA
em responder de forma conjunta necessitem do mesmo. Prevenir
e enérgica aos desafios colocados novas infeções foi a prioridade Declaração de Abuja
2006 sobre a TB e outras
pela epidemia. Com esta principal e era expectável que os
doenças contagiosas
finalidade, a região concorda em Estados-Membros reduzissem a
abordar o VIH e a SIDA através taxa de novas infeções em 2015 2006 Acesso Universal à
prevenção, tratamento,
de vários compromissos globais a em 50%. Para os moçambicanos cuidados e apoio no
nível regional e continental (ver como Olga Alexandra, o impacto que se refere ao VIH e
caixa.) O Quadro Estratégico destes esforços foi tangível. A à SIDA, Declaração de
do VIH e da SIDA 2010-1015 Sra. Alexandra sobreviveu a uma Compromisso da ONU
é orientado pela visão de um tragédia nacional apenas para 2009 A SADC aprova o Quadro
futuro comum sem qualquer descobrir que era seropositiva. Estratégico do VIH e da
ameaça do VIH e da SIDA Mas o compromisso de SIDA 2010-2015
para a saúde pública e para um Moçambique no âmbito da SADC Metas de
2015
desenvolvimento socioeconómico para lidar com o VIH e a SIDA Desenvolvimento
sustentável na SADC. O quadro significa que ela não só está a Sustentável das Nações
regional orienta a resposta dos ultrapassar grandes desafios mas Unidas (SDGs)
13| VIH/SIDA
Olga Alexandra e os netos dela
está a prosperar. TA avó de 57 infeções por VIH tanto entre as Protocolo da SADC acerca da
Saúde
anos de idade vive no bairro de crianças como entre os adultos,
Chiango em Maputo com cinco apesar do declínio ser muito mais Os estados-membros irão cooperar na
filhos e dois netos. “Cheguei a esta pronunciado entre as crianças,”, abordagem dos problemas de saúde e dos
desafios para os enfrentar através de uma
zona em 2009 depois do acidente afirmou ele. As novas infeções
colaboração regional efetiva e do apoio
em 2007. Desde 2015 que sou a por VIH sofreram uma redução mútuo para alcançar os seguintes objetivos:
responsável de dez casas neste de 130.000 em 2010 para 81.000
bairro,” diz a Sra. Alexandra, que em 2015 afirma a UNAIDS. Além • dentificar, promover, coordenar e apoiar
aquelas atividades que têm o potencial
ficou ferida quando um antigo disso, a cobertura da prevenção para melhorar a saúde da população na
arsenal de armas explodiu nos da transmissão mãe-para-filho região
arredores de Maputo em Março aumentou significativamente.
• Coordenar os esforços a nível regional
de 2007. É uma das centenas de Catorze estados-membros acerca da preparação para a epidemia,
mulheres que foram deslocadas fornecem cobertura a mais de a prevenção do mapeamento, o controlo
para zonas seguras que oferecem 60% dos cidadãos que vivem e sempre que possível a erradicação de
doenças contagiosas e não contagiosas
proteção a pessoas seropositivas. com o VIH de acordo com o
“As pessoas que foram realojadas Relatório da Epidemia VIH • Promover e coordenar o desenvolvimento,
e nomeadamente as mães e SADC 2016.Moçambique estimou educação, formação e a utilização efetiva
do pessoal e das instalações de saúde
os jovens órfãos no início 1,5 milhões de pessoas a viverem
começaram a receber apoio com o VIH em 2015 com uma • Facilitar o estabelecimento de um
da Associação Reunion que taxa de prevalência de 115% mecanismo para o encaminhamento dos
pacientes para cuidados terciários
distribuía alimentos,” disse ela. entre os adultos com idades
Adicionalmente, a Sra. Alexandra compreendidas entre os 15 e os 49 • Fomentar a cooperação e a coordenação
apoia a família dela através da anos. O país tem uma estimativa no setor da saúde com organizações
compra e venda de produtos de 110.000 crianças com 14 anos internacionais e parceiros de cooperação
alimentares. A região da SADC e mais novas a viverem com VIH • Promover e coordenar os serviços de
fez enormes progressos na com mais 590.000 que são órfãos laboratório no setor da saúde
resposta à epidemia do VIH e da devido à epidemia. Em resposta,
• Desenvolver estratégias comuns para
SIDA, “ afirma o Dr. Alphonse o país desenvolveu políticas, abordar as necessidades das mulheres,
Mulumba, Funcionário Superior estratégias e planos que, entre os crianças e outros grupos vulneráveis
Responsável do Programa VIH e vários objetivos, têm a finalidade
• Alcançar progressivamente a equivalência,
SIDA no Secretariado da SADC. de contribuir para dar resposta a harmonização e a uniformização na
“Os esforços de prevenção à pandemia do VIH e da SIDA e prestação de serviços de saúde na região
do VIH começaram a gerar aumentar a consciencialização.
• Colaborar e cooperar com outros setores
resultados positivos com uma E parece estar a funcionar em
relevantes da SADC
declínio significativo nas novas muitas partes do país.
VIH/SIDA|14
Moçambique definiu metas
ambiciosas no que se refere à
redução da Transmissão mãe-
filho do VIH e da SIDAe focou-
se nas mulheres que sofrem as
consequências dos casos no
país e que são infetadas em
idade muito jovem. As mulheres
jovens entre os 15 e os 24 anos
são particularmente vulneráveis
a serem infetadas devido a
fatores económicos e sociais
e por razões biológicas. As
mulheres estão menos informadas
acerca da prevenção do VIH
e por conseguinte com menos
possibilidades de insistirem no
sexo seguro. Elas também têm
maior probabilidade de terem
parceiros sexuais mais velhos
que já se encontram infetados.
As iniciativas de prevenção do
VIH em Moçambique também
deram prioridade aos migrantes
e às populações itinerantes e à
integração da prevenção na saúde
reprodutiva e infantil. Desde
2000 que houve uma importante
melhoria no financiamento dos
programas nacionais de VIH
e SIDA: Isto transformou as
oportunidades para a expansão
dos programas. Através de
15| VIH/SIDA
“Com os motoristas de camiões, não é tão fácil
como trabalhar com as raparigas porque estes
estão sempre a deslocar-se de um lado para o
outro. Não é fácil aproximar-nos de um deles,
fazer-lhe análises e obter resultados.”
Sebastiana Cumbe
Supervisora do Apoio ao Doente dos Médicos Sem Fronteiras, Beira
VIH/SIDA |16
17| indústria
A agregação de valor
leva à criação de novos
postos de trabalho e de
novas exportações
A criação de emprego por parte de novas fábricas e um plano para
desenvolver o setor de produção de Moçambique são sinais que o plano
de desenvolvimento industrial da SADC está a começar a dar frutos.
A
decisão de construir uma suas competências para Moçambique,
fábrica de pós-produção de definindo um exemplo para toda a
alumínio em Moçambique região. Em Moçambique, o Governo
junto à fundição Mozal levou e a Midal assinaram um acordo
a um sucesso notável do investimento. para localizar níveis de qualificação
Desde 1998, a Mozal recebeu bauxite superiores. Assim sendo, alguns dos
pura que era fundida em lingotes de primeiros técnicos que receberam
alumínio antes de ser exportada para formação no Barém estão neste
fora de África. Desde a sua construção momento em posições de supervisão
em 2014 , a Midal , um projeto de e partilham as suas competências e o
beneficiação junto à Mozal, começou know-how com os trabalhadores em
a receber 10% dos lingotes produzidos Moçambique. De pé, no meio da maior
pela Mozal, os quais eram fundidos em instalação de produção de cabos e fios
produtos de alumínio para venda em da Midal, Orlando Marques, o diretor de
toda a África. Isso porque a Midal - marketing da mesma, afirmou que está a
que está sedeada no Estado do Golfo, olhar para o futuro. “A primeira fase do
o Barém e que tem operações em todo produto foi apenas observar como é que
o mundo - selecionou Moçambique as linhas de produção de comportavam
como uma porta de entrada para e também para interagir com as
África e começou a produção de máquinas. Procurávamos um controlo
barras de alumínio, fios e condutores de qualidade básico e depois adquirimos
em 2014 para os mercados de África mais experiência. Conseguimos
e da Europa. A nova fábrica Midal comercializar os nossos produtos tanto
emprega diretamente moçambicanos internacionalmente como localmente e
que foram enviados para o Barém para agora a nossa fábrica trabalha 24 horas
receberem formação inicial. Alfredo por dia para dar resposta à procura, “
Mário foi um dos primeiros a trazer as relembrou ele.
indústria |18
“Sim, sentimos isso desde que começámos,
sentimos o crescimento porque na primeira
fase, na fase de arranque, a nossa produção
era apenas para verificar como é que as
linhas se comportavam.”
Alfredo Mario
Trabalhador da fábrica de alumínio, Midal
19| indústria
Instalações da Fábrica Midal, Matola
nossas metas é melhorar o
clima de investimento em cada
estado-membro e para catalisar
os fluxos de investimento
intrarregional e estrangeiro. Ao
mesmo tempo, autoriza todos os
membros a
Melhorar a gestão económica
e o desempenho através
da cooperação regional. A
Midal também beneficia das
iniciativas regionais que dão
prioridade à industrialização e
ao crescimento. O fornecimento
de energia para alimentar a
região, por exemplo, é um
objetivo essencial do Plano de
Desenvolvimento Estratégico sua vida baseado na localização fábrica local tendo em mente que
Indicativo Regional (RISDP), estratégica de Moçambique e a região tem um vasto potencial
afirmou o Sr. Marques, do seu compromisso para a de crescimento. A nova fábrica,
enquanto que a recente ênfase implementação de iniciativas que ficará concluída em menos
acerca da energia entusiasmou da SADC que beneficiam toda de dois
tanto os investidores como os a região. A Midal investiu mais anos, é provável que venha a
trabalhadores da Midal. Alfredo de quinhentos mil milhões ser uma fonte de emprego para
Mário encarou a mudança da de dólares americanos na sua centenas de moçambicanos.
indústria |20
“Temos visto um
enorme conjunto de
projetos relacionados
que irão crescer
e acontecer nos
próximos dois, três,
quatro, dez anos.”
Orlando Marques
Diretor Geral de Marketing, Midal
21| indústria
Projeto de reabilitação do estuário da Beira
M
oçambique é e repentinas. Uma diversidade
propenso a ciclones de iniciativas regionais trata da
e a grandes necessidade de fazer a gestão das Protocolo acerca da
inundações com inundações e das emergências Cooperação na Política,
Defesa e Segurança
rios grandes e poderosos que relacionadas com as mesmas
correm para o Oceano Índico na região da SADC. Quando A parte do protocolo relacionada
com planícies de centenas chove nos planaltos de Angola, com a Redução do Risco de
Catástrofe encoraja os estados-
de quilómetros. O corte da por exemplo, e as chuvas fluem
membros a “melhorar a capacidade
vegetação para plantar culturas para rios como o Zambeze até regional no que se refere à gestão
e a construção de casas teve um Moçambique, uma série de alertas de catástrofes e à coordenação do
apoio humanitário internacional”.
impacto negativo na capacidade ao longo do trajeto permitem que
do meio ambiente de absorver os moçambicanos se desloquem
o choque de chuvas abundantes para terras mais altas.
O sistema de alerta precoce são elevados na barragem a sabe que no rio a montante há
permitiu uma sensibilização maior montante do rio, a Cufera, homens e mulheres como ele que
dos responsáveis e dos cidadãos portanto quando eles abrem neste momento estão a contar
ao longo dos rios na região o que as comportas retiramos as com a informação dos que se
é fundamental para a partilha nossas colheitas para reduzir os encontram a jusante. Este sistema
de informação. Os responsáveis prejuízos,” afirmou o Sr. Silvestre. de alerta precoce foi instituído
da SADC comunicam as Quando se refere a “eles” está a de acordo com os termos do
respetivas mensagens ao longo da referir-se aos responsáveis que Protocolo de Cooperação acerca
região, Moçambique tem assim estão a trabalhar sob a alçada da Política, Defesa e Segurança
possibilidade de tomar as medidas do Instituto Nacional de Gestão assinado pelos líderes da SADC
diretas e concertadas que têm de Catástrofes (INGC), o qual em 2001. Os esforços da região
permitido um sucesso notável. coordena o sistema de alerta foram renovados após grandes
A experiência de um grupo de precoce descentralizado em inundações que obrigaram
agricultores a viverem na zona Moçambique. O país, tem, por à deslocação de mais de um
rural a sul de Maputo confirma exemplo, estabelecidas comissões milhão de pessoas na África
a eficácia da implementação locais formadas de gestão de Austral em 2007, resultando na
dos esforços regionais em risco de catástrofes e desenvolveu formação de um Departamento de
Moçambique. O agricultor as respetivas capacidades. As Redução do Risco de Catástrofes
Orlando Silvestre tem visto muitas pessoas que vivem ao longo do rio no Secretariado da SADC. O
inundações ao longo dos seus não só beneficiam da informação departamento é responsável pela
muitos anos de trabalho na terra do INGC mas também partilham coordenação dos preparativos a
e ao longo do rio Matola e diz que ativamente esta informação. nível regional e pelos programas
as pessoas estão atentas ao nível “Recebo os meus avisos de de resposta a riscos e catástrofes
das chuvas. “Existem avisos que emergência de inundação através transfronteiriças. Ao longo
eles dão às pessoas, para aqueles do Twitter, Facebook e da rádio,” da Costa na Beira, o efeito da
que têm a sua habitação aqui afirmou o Sr. Silvestre. “Prefiro a inundação do rio e as tempestades
de modo a que possam retirar rádio, mas todos aqui,” disse ele no litoral estão a tornar-se
as respetivas bombas, tratores e apontando para as casas próximas, cada vez piores. Aqui o nível
colocá-los num lugar seguro. E “recebem do mar subiu e a violência das
também nos advertem quando os as notícias e transmitem-nas tempestades
volumes aos outros.” O Sr. Silvestre provocaram a erosão da praia e
23|prevenção de catástrofes
“Dado que a Beira é muito
plana e tem uma tão grande
variedade de marés, isso
em conjunto com chuva
intensa pode dar origem a
uma inundação e a vida
fica muito complicada para
os habitantes de casas
de baixo custo em zonas
baixas.”
David Rowe
Engenheiro interno, Trabalhos de Reabilitação da
Drenagem do rio Chiveve na cidade da Beira
E
stá um dia frio em impressionante casa na vila a receber os
Massingir, na fronteira sul convidados. O Sr. Ringane tem um papel
do Parque Transfronteiriço importante a desempenhar no Parque
do Grande Limpopo perto Transfronteiriço do Grande Limpopo.
da Barragem de Massingir. O parque Como líder da comunidade Macavene,
transfronteiriço foi criado em 2002, ele convenceu os aldeões que
ligando o Parque Nacional Kruger representa a deslocarem-se das suas
na África do Sul, o Parque Nacional terras ancestrais dentro do Parque para
Gonarezhou no Zimbábue e o Parque uma zona protegida recentemente criada
Nacional Limpopo em Moçambique. pelo Governo moçambicano. “Temos
O perímetro ocidental das fronteiras falta de água”, disse o Sr. Ringane “mas
do Parque Nacional Limpopo tem pelo menos agora temos esta bomba
fronteiras na África do Sul e depois especial e estas condutas,” disse ele à
estende-se na direção norte-sul durante medida que apontava para os materiais
cerca de 200 quilómetros. No norte que estavam ali junto. “A seca tornou
confina com a fronteira do Zimbábue. O isto ainda mais difícil.” Uma das piores
grande rio Limpopo corre ao longo da secas de que há memória deixou as suas
fronteira leste enquanto o rio Olifants marcas na região da SADC. Quatro
e a barragem de Massingir formam anos de tempo seco criaram dificuldades
a fronteira a sul. É uma barragem graves para os cidadãos, apesar da
que faz a irrigação dos campos junto aceleração das medidas de emergência
à mesma. Está em andamento um pelo Governo moçambicano e pelos seus
projeto governamental de canais parceiros. De acordo com o Protocolo
abaixo da grande muralha que se acerca do Desenvolvimento do Turismo,
estende ao longo da paisagem. Perto a SADC considerou uma prioridade
está Jaime Jevias Ringane junto à sua trazer mais turistas para a região.
27| conservation
conservation |28
Protocolo da SADC acerca do
Desenvolvimento do Turismo
29|preservação
Barragem do Massingir
dos estados-membros. Enquanto
alguns se estão a deslocar para
uma zona protegida dentro
do parque, outros como os
aldeões de Macavene estão a
reinstalar-se no exterior dos
limites do parque. Os aldeões Gabinetes governamentais - Massingir Jaime Ringane, Líder da Comunidade
deslocam-se para novas zonas
para terem um alojamento com
melhores condições e um melhor da vida selvagem. O Governo que estas coisas avançam no seu
acesso aos serviços de saúde e moçambicano solicitou apoio próprio passo.” Em Moçambique,
de educação. Também obtêm à Fundação dos Parques Peace são visíveis os primeiros sinais de
melhores pastagens para os no desenvolvimento do parque sucesso. Mais de 50 quilómetros
rebanhos, fazendo uso da caça transfronteiriço em paralelo de vedações que em tempos
de animais para obterem carne, com as iniciativas da SADC. O marcavam a fronteira entre o
uma passatempo tradicional dos coordenador local dos Parques Parque Kruger do lado da África
que vivem dentro do parque. Peace, Peter Leitner, está sedeado do Sul, e o Parque Nacional
Para o Governo moçambicano na sede do parque em Massingir. Limpopo em Moçambique, foram
é óbvio que o seu compromisso “É um processo de negociação,” retiradas.
com o Parque Transfronteiriço afirmou o Sr. Leitner. “É algo que Os guardas-florestais e os
do Grande Limpopo exige a todos temos que aprender. Leva vigilantes de ambos os lados da
proteção dos recursos da vida tempo e todos os envolvidos, fronteira estão agora a trabalhar
selvagem e para impedir a desde os chefes e líderes locais até conjuntamente no combate
exploração excessiva e a extinção às ONGs, todos têm de entender às associações criminosas
preservação|30
António Abacar, Vigilante do Parque
Limpopo
implicadas na caça furtiva e no “Estas foram todas construídas cuidam da fogueira para cozinhar
comércio ilegal de chifres de em 2011.” o almoço diário de vegetais e de
rinoceronte. “Temos tido alguns Enquanto o acesso à milho. Uma das metas principais
anos maus,” afirmou o Sr. Abacar, eletricidade e à água continua a da iniciativa da SADC para
o vigilante. Estes afetaram as ser um desafio, o Sr. Ringane está os parques transfronteiriços
populações de rinocerontes e de satisfeito com o apoio que foi dado é também permitir que as
elefantes mas “agora está pelo Governo moçambicano. O comunidades locais beneficiem do
melhor do que há dois anos seu ponto de vista é partilhado por turismo.
atrás - temos um avião e mais Philemon Ngobeni, presidente da Os incentivos de investimento
polícia e militares envolvidos associação de irrigação na aldeia do protocolo do turismo para
no projeto anti caça furtiva,” de Chibotile que está a cerca de o setor privado, por exemplo,
acrescentou ele. Cerca de 30 uma hora de carro no exterior do estão a ser considerados em
novos guardas-florestais fazem a parque. Em Chibotile, mais de 1 toda a região moçambicana do
vigilância de zonas mais propícias 400 famílias encontraram uma Parque Nacional do Grande
à caça furtiva e os resultados nova casa ao longo do rio Olifants. Limpopo, afirmou o Sr. Abacar.
são promissores. “Desde cerca Enquanto a seca em toda a região O protocolo também evidencia
de 2015 para cá começámos é um problema, o rio continua que as comunidades locais devem
a concluir que o movimento a fluir e o Governo forneceu ser utilizadas como fornecedoras
dos caçadores furtivos reduziu bombas para irrigar o milho, as de bens e serviços de modo a
bastante e começámos a ouvir couves, o tomate e o tabaco. “Há beneficiar o desenvolvimento
por parte dos responsáveis do cerca de 40 famílias que trabalham do turismo. Em Moçambique,
Parque Nacional Kruger que a aqui diretamente neste campo,” este é com toda a certeza o
deslocação dos caçadores furtivos disse o Sr. Ngobeni, à medida caso. O Parque Transfronteiriço
para essa parte do parque (do que se dirigia para a estação de do Grande Limpopo emprega
parque transfronteiriço) tem bombeamento no rio. “Estamos milhares de moçambicanos como
vindo a diminuir,” acrescentou muito satisfeitos com o apoio guardas-florestais, seguranças,
ele. Voltando a Massingir, o Sr. que obtivemos e compreendemos administradores e numa variedade
Ringane descreveu a deslocação o papel da biodiversidade,” de outras funções.
da sua casa original para a vila. acrescentou ele. Perto, as mulheres E à medida que a região
“Deram-nos dinheiro para as fazem sulcos de irrigação que desenvolve o seu setor de turismo
construções, os alimentos e os foram escavados ao longo de seis e se esforça para proteger
rebanhos. Olhe em volta dos hectares de campo, repletos de continuamente a biodiversidade
edifícios,” disse ele, apontando árvores de papaia e de moçambicana, muitos outros se
para a fila de casas organizadas. mangueiras. Outras mulheres lhes estão a juntar.
31| preservação
Muralha da barragem do Massingir
H
á poucos lugares estão em pilhas muito altas ao maioria do que é vendido aqui
no mundo como o longo de um pequeno caminho é trazido para o país da África
grande mercado da através do qual os potenciais do Sul, mas outros produtos
fruta e dos vegetais compradores e vendedores são produzidos localmente. A
de Moçambique, Zimpeto, fazem o seu percurso sob o sol observar cuidadosamente o
situado nos arredores da capital, quente. Nozes de todos os tipos movimento está o Presidente
Maputo. Centenas de vendedores para venda. Em cada secção dos Comerciantes Informais de
ambulantes fazem o seu comércio do mercado, os especialistas Moçambique, Sudekar Novela.
aqui e negociam em produtos oferecem virtualmente qualquer “Hoje é tudo fácil, porque já
alimentares de todos os tipos. tipo de fruta ou vegetal não é necessário ter um visto, “
Muitas laranjas, maçãs e papaias encontrado localmente. A afirmou ele.
comércio |34
Sudekar Novela, Presidente dos Comerciantes Informais de Moçambique Cenas do mercado de Zimpeto
35| comércio
“Os operadores podem fazer opções conscientes
para as respetivas operações de carga e
descarga, por conseguinte a eficiência está na
redução do tempo de paragem e do tempo para
o transporte.”
Jorge Tinga
Diretor do Projeto do Corredor de Maputo
do Acordo de Comércio Livre que Os homens e as mulheres que os níveis das tarifas baixassem
apoia as suas operações. Agora é de todas as idades têm zonas para o respetivo valor mais baixo
fundamental que as suas estradas, específicas para as bancas desde 1990. O seu conhecimento
caminhos de ferro e portos se atribuídas através de uma licença. das regulamentações da SADC
desenvolvam. Os compradores podem viajar permitiu ao Sr. Novela tirar o
Manter o ritmo com o desde as vilas e aldeias rurais máximo benefício das novas
crescimento no comércio e na para comprar bens a preços de oportunidades. “Desde que me
procura regionais, afirma Jorge grossista e depois regressar a casa licenciei (direito), temos menos
Tinga, o diretor do Projeto do para ganharem a vida a vender problemas na fronteira porque
Corredor de Maputo. O Corredor produtos frescos. À medida que os responsáveis sabem que eu
liga a capital moçambicana o ruído no mercado aumenta, entendo a lei.” ele riu-se. “Também
com Gauteng, centro do poder o Sr. Novela é constantemente me posso encontrar com os
económico da África do Sul. O contactado por possíveis meus membros e transmitir
porto de Maputo está atualmente a compradores dos seus produtos. alguns desses conhecimentos.”
ser dragado, explicou o Sr. Tinga, Especializou-se numa variedade O Sr. Novela está bem ciente de
“o que aumentará a capacidade de produtos, mas nesta época está como o comércio intra-regional
até três vezes de modo a receber mais focado nas cebolas. Parte do é importante para o seu negócio
navios de grande tonelagem.” A objetivo da SADC é melhorar a e para o seu país. Com base
fronteira de paragem única com diversificação do comércio entre na liberalização do comércio
a África do Sul, Ressano Garcia os estados-membros. A estratégia da SADC e das inciativas da
está igualmente a ser alargada. é aumentar o comércio intra- infraestrutura baseada no sucesso
O objetivo é processar maiores africano utilizando o modelo do Corredor de Maputo, o Sr.
quantidades de carga num tempo de integração em conjunto com Novela está a encarar o futuro
mais curto e tornar os portos a redução nas tarifas o que é com um grande otimismo.
de Maputo, Beira e Nacala mais verdadeiramente essencial. “Acreditamos que, no futuro,
competitivos. Esse é precisamente Apesar de algumas dificuldades iremos ter ainda melhores
o efeito que é evidenciado pelo na implementação, o protocolo condições do que estas,” afirmou
rebuliço no mercado de Zimpeto. do comércio da SADC garantiu ele.
comércio |36
Agradecimento a
Equipa de Produção
CONSADC:
Exmo. Sr. Alfredo Nuvunga
Ponto de Contacto Nacional da SADC
Director de Integração Regional e
Continental
Director da CONSADC
Tel: +258 21485246
Fax: +258 21492285/21327029
Email: nuvunga2305@gmail.com
Email: consadc@yahoo.com
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República
Democrática do
Congo
Unido República
Da Tanzânia Seychelles
Angola
Malawi
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Suazilândia
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Lesoto